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<p>Entenda por que as <em>greentechs</em> podem ser grandes aliadas das cooperativas quando o assunto é sustentabilidade!</p>

Por que você deveria ficar de olho nas greentechs

As startups verdes podem ser grandes parceiras para a jornada de sustentabilidade das cooperativas


A inovação sustentável é uma das grandes tendências para 2024, como explicamos em nosso artigo sobre o tema. É dentro desse cenário que as greentechs, startups sustentáveis, protagonizam grandes avanços na agenda ESG.

Em meio ao acirramento das regulações de sustentabilidade e um público que dá valor aos produtos que respeitam o meio ambiente, as greentechs apresentam soluções inovadoras para potencializar os projetos ESG em diversos setores da economia e ramos do cooperativismo. Tudo isso é construído por meio da cultura de startups, voltada à disrupção e agilidade.

Neste artigo, portanto, iremos saber mais sobre as greentechs, entender qual o papel dessas startups verdes para a inovação ecológica, visualizar os cenários em que elas atuam e conhecer exemplos de parcerias de sucesso entre greentechs  e cooperativas. Aproveite a leitura!

O que são as greentechs

As greentechs são startups de tecnologia que desenvolvem soluções, produtos e serviços inovadores de caráter ambiental e social. O termo greentech, aliás, vem dos termos “tecnologia verde”. Desse modo, as greentechs começaram a ganhar espaço no século XXI, quando a pauta ambiental começou a ganhar protagonismo.

Agora, as greentechs ocupam um lugar de protagonismo nos avanços tecnológicos relacionados à agenda ESG, pois conseguem desenvolver e dar escalabilidade às soluções verdes. Por esse motivo, as startups sustentáveis estão ganhando força no mundo todo.

Segundo um levantamento da ABStartups, as startups que promovem soluções para o segmento de tecnologias limpas estão crescendo no Brasil. A aceleradora Quintessa estima que existem mais de 190 greentechs operando no Brasil.

Já no cenário global, a previsão da consultoria Beetroot em seu Greentech Report 2023 é de que o mercado de greentechs valha US$ 417 bilhões em 2030. O documento aponta, ainda, que os especialistas estão surpresos com o crescimento acelerado do segmento.

Áreas de atuação das greentechs

A agenda ESG é bastante ampla e, portanto, as greentechs apresentam uma área de atuação bastante diversificada. Assim sendo, alguns dos principais setores em que elas atuam são:

Por que se aliar às greentechs?

Desenvolver soluções sustentáveis do zero é complexo e caro. Inovar na agenda ESG pode demandar altos investimentos em tecnologia e tempo para absorver o conhecimento necessário para o sucesso dessas iniciativas.

As greentechs, por outro lado, já possuem o know how e têm soluções prontas para diversas situações. Além disso, elas possuem uma agilidade característica das startups. Aqui, no InovaCoop, já mostramos como a conexão com startups pode ser produtiva para as cooperativas.

Greentechs e cooperativismo

Cooperativas e greentechs já possuem grandes parcerias em prol da inovação sustentável. Confira três exemplos que mostram como essa parceria pode dar origem a projetos de ESG no cooperativismo.

Cooxupé realiza agricultura regenerativa

Em nossos cases de inovação, contamos como a Cooxupé desenvolveu o projeto “Sustenta Mais: Agricultura Regenerativa” para apoiar seus cooperados. Diante das dificuldades para implementar a agricultura de precisão, a cooperativa se uniu com a startup Quanticum e o IFSuldeMinas (Instituto Federal do Sul de Minas Gerais) em busca de soluções.

O projeto tem o objetivo de mapear a saúde do solo em fazendas cooperadas com tecnologias de baixo custo e oferecer ao pequeno produtor análises mais ricas sobre a lavoura, visando a preservação de suas condições originais.

A startup Quantum desenvolveu um método para identificar as nanopartículas do solo por meio da tecnologia de mapeamento magnético. As mudanças nessas nanopartículas indicam uma mudança no equilíbrio dos micro-organismos, nas respostas à aplicação de adubos e ao armazenamento de carbono.

Com esse diagnóstico, os produtores podem tomar decisões em prol de uma lavoura mais saudável, produtiva e ecologicamente responsável. O projeto foi reconhecido na categoria de inovação do Programa Coopera Mais, da Bayer, que direcionou R$ 1,5 milhão para a iniciativa.

Coocafé e NetZero reaproveitam palha do café

Em parceria com a greentech francesa NetZero, a cooperativa mineira Coocafé criou a primeira usina de aproveitamento de palha da América Latina. A planta transforma o resíduo oriundo da lavoura em biochar, que é uma biomassa de origem vegetal oriunda do carvão.

O biochar é usado para enriquecer e condicionar o solo visando uma agricultura mais sustentável. A usina, que fica na cidade de Lajinha, opera com dois reatores com capacidade de processar até 16 mil toneladas de palha proveniente do café. Além de dar origem ao biochar, esse processo ainda contribui para reduzir as emissões de carbono.

Pesquisas realizadas por diversas entidades acadêmicas indicam que o biochar da Coocafé já apresenta ganhos de produtividade no cultivo de café e de cana-de-açúcar, assim como na redução do uso de fertilizantes nas lavouras.

Por fim, o projeto produz energia limpa a partir do processo de queima da palha de café. Essa eletricidade beneficia os produtores que contribuem com a palha e reduz a dependência das energias não-renováveis.

Cooperativa Recicle a Vida se alia à Eureciclo

O NegóciosCoop contou a história da Recicle a Vida, uma cooperativa de reciclagem que atua no Distrito Federal. Idealizada em 2005 por um grupo de catadores, a cooperativa alinha o trabalho da coleta seletiva e da reciclagem à transformação social do ser humano, através de capacitação, desenvolvimento e inclusão.

A Recicle a Vida realiza parcerias com diversas entidades para atuar na logística reversa. Nesse cenário, a cooperativa é parceira da Eureciclo, uma greentech especializada em certificação de logística reversa. Desde 2016, o programa já repassou mais de R$ 41,5 milhões para centrais de triagem e garantiu a reciclagem de mais de 695 mil toneladas de resíduos pós-consumo.

Conclusão

As greentechs chegam para ocupar um espaço nobre e valioso dentro do ecossistema de inovação de diversos setores, inclusive o cooperativista. Afinal, a inovação verde contribui para um progresso responsável capaz de unir sustentabilidade ambiental, impacto social e produtividade.

E uma vez que a inovação aberta já uma realidade para diversas cooperativas, a conexão com as greentechs desponta como um passo intuitivo em prol das políticas de ESG, cada vez mais importantes para obter novas oportunidades de negócios.

Para ficar por dentro das maiores tendências de ESG que afetam as cooperativas, confira também o nosso e-book espacial sobre ESG no cooperativismo! Veja por que o ESG é bom para os negócios, entenda cada um de seus pilares e conheça cooperativas que dão exemplos inspiradores.

<p>Conheça exemplos de iniciativas nos ramos de saúde, transporte, trabalho, consumo e outros.</p>

Cooperativas de plataforma: desafios e cases de sucesso

Conheça exemplos de iniciativas nos ramos de saúde, transporte, trabalho, consumo e outros.


O cooperativismo de plataforma ainda enfrenta seus desafios, mas, mesmo assim, tem se mostrado viável nos mais diversos ramos, desde transporte até saúde, passando, inclusive, por produções artísticas. Para mostrar esse cenários na prática, vamos listar a seguir exemplos de cooperativas de plataforma pelo mundo.

Antes, porém, vamos falar brevemente sobre o que é o modelo de plataforma e como ele se associa ao cooperativismo. Para um entendimento mais amplo sobre o tema, recomendamos a leitura do post "O que é cooperativismo de plataforma", que apresenta a conceituação sobre o assunto.

O que são cooperativas de plataforma?

Para entender o que é uma plataforma cooperativa é preciso, antes, entender o que é uma plataforma. Negócios baseados em plataforma têm como premissa facilitar o contato entre seus usuários e promover trocas de bens, serviços e produtos. Isso significa que atuam na organização das relações envolvendo pessoas e empresas.

Um exemplo bastante conhecido é o da Rappi. A companhia multinacional oferece a base tecnológica para que pessoas que tenham carro, moto ou bicicleta entreguem itens para outras que compram algo que esteja à venda na plataforma.

Note que o exemplo cita pessoas em geral, e não necessariamente entregadores profissionais. E aí é que está um dos segredos da plataforma: atuar somente como intermediária de relações e contar com um gigantesco potencial de escalabilidade e, consequentemente, de ganhos.

Devido à estrutura de propriedade baseada em rodadas de investimento, as plataformas mercantilistas acabam por gerar problemas nas relações socioeconômicas. Como resultado, os prestadores de serviço - entregadores, no caso da Rappi - acabam sofrendo com escalas de trabalho longas, falta de direitos trabalhistas e baixa remuneração.

Portanto, as plataformas cooperativas surgem como alternativa para esse cenário, pois preveem que a propriedade do negócio seja dos próprios cooperados, os prestadores de serviço ou ofertantes de produtos. Com isso, a gestão é democrática e a distribuição dos resultados fica entre os cooperados.

Essas características fazem com que o cooperativismo de plataforma se apresente como uma solução bastante atraente. No entanto, as plataformas cooperativas enfrentam alguns obstáculos para sua atuação e crescimento no mercado.

Desafios para a criação de cooperativas de plataforma

As cooperativas de plataformas enfrentam cinco desafios principais, começando com a falta de compreensão da população sobre o que é e como funcionam as cooperativas. Já as que entendem um pouco mais, nem sempre dominam a parte estratégica necessária para atuar no digital.

Além disso, poucas pessoas sabem da existência de plataformas cooperativas. Isso acontece porque o modelo tradicional de plataforma é mais simples e sua difusão na mídia é maior.

O quesito econômico também é um problema para o desenvolvimento das cooperativas. Mesmo precisando de investimentos para o crescimento acontecer, o acesso ao capital é mais complicado.

Dificuldade de entender o cooperativismo

Possivelmente, o principal desafio para a criação de mais cooperativas de plataforma é a dificuldade que as pessoas têm de entender o cooperativismo. Este problema foi apontado por Greg Brodsky, fundador da aceleradora Start.Coop.

Para ele, embora 78% das pessoas afirmem ter intenção de comprar de cooperativas, apenas 11% sabem explicar o que é o modelo cooperativista.

Como consequência, apesar da aceitação crescente acerca do modelo ao redor do mundo, há relutância por parte das próprias plataformas em adotar o termo “coop” como sufixo ou prefixo.

Disseminação do cooperativismo de plataforma

Além da compreensão do cooperativismo, Rafael Zanatta - que traduziu para o português o livro “Cooperativismo de Plataforma”, de Trebor Scholz - destaca a necessidade de tornar a possibilidade do cooperativismo de plataforma mais visível. Essa urgência pode ser atendida por meio da circulação mais intensa de ideias e projetos de democratização da economia na Internet.

Segundo Zanatta, há esforços isolados de divulgar tecnologias de blockchain e o projeto de cooperativismo de plataforma. Entretanto, para isso acontecer, são necessárias mais iniciativas nessa agenda.

Modelo mercantilista de plataforma é mais simples

Em contrapartida, o modelo tradicional de plataforma é muito mais simples e compartilhado na mídia. Não é à toa que usamos um exemplo mercantilista para explicar o que são plataformas.

O problema é que não são apenas os públicos consumidor e empreendedor que têm dificuldade de entender o modelo. E isso nos leva ao próximo desafio: a falta de investimento.

Acesso dificultado ao capital

O modelo de plataforma demanda investimentos relevantes em infraestrutura tecnológica e marketing. E o desafio, na verdade, está na forma de conseguir tal capital, porque a legislação brasileira não permite sócios-investidores, conforme explica Mário De Conto, superintendente do Sescoop/PR e pesquisador desse tema no Brasil:

“Não são permitidos sócio-investidores que só participam do negócio como investidores, buscando um retorno financeiro. A legislação não permite ter um sócio meramente investidor, mas permite, por exemplo, a criação de uma empresa subsidiária, da qual a cooperativa pode ser sócia”.

De Conto observa que em outros países é comum cooperativas de plataforma que têm uma parcela da propriedade destinada aos investidores.

“Muitas das cooperativas de plataforma internacionais que nós pesquisamos são cooperativas multi-stakeholders, ou seja, que permitem diversos grupos e associados. É uma situação um pouco rara no Brasil, que gera o desafio de pensar numa cooperativa com essa configuração”, explica.

Se já não bastassem todos esses obstáculos, o meio cooperativista também precisa abraçar as estratégias do universo digital.

Importância de fortalecer a visão estratégica digital

O meio cooperativista precisa desenvolver e disseminar uma visão cada vez mais estratégica no universo digital. Ou seja, capaz de colocar os princípios do cooperativismo para concorrer igualmente com as iniciativas mercantilistas num mundo cada vez mais online.

Para se manterem competitivas no mercado digital, é importante que as cooperativas se posicionem em busca do chamado “efeito de rede” positivo para o sucesso do negócio. Os efeitos de rede traduzem o impacto dos usuários em uma plataforma, sua geração de valor e criação de um círculo virtuoso.

Nesse contexto, a estratégia de lançamento da Stocksy é um bom exemplo. Esta cooperativa de plataforma se lançou no mercado baseada na estratégia de atrair bons cooperados, uma sólida base de clientes e com foco em seu potencial de crescimento.

Para entender um pouco mais deste assunto, recomendamos o livro “Plataforma: a revolução da estratégia”, dos autores Geoffrey Parker, Marshall Van Alstyne e Sangeet Paul Choudary.

Exemplo de cooperativas de plataforma no mundo

Existem várias iniciativas que conseguiram superar os desafios e atuam com sucesso pelo mundo. Aqui no InovaCoop, você encontra os cases detalhados das plataformas: Fairbnb, Savvy Cooperative, Stocksy United, Up&Go, Coopcycle, Drivers Seat e Ciclos.

Vamos conhecer outros exemplos?

Resonate: cooperativa de streaming de música

A Resonate se autodefine como uma comunidade ética de streaming de música. Na prática, é uma plataforma coletiva na qual os donos são os usuários – sejam eles os músicos, ou os próprios ouvintes cadastrados. Além disso, a remuneração dos artistas é superior à praticada pelas tecnologias tradicionais.

A intenção da cooperativa irlandesa, que foi criada em 2015, é reconectar a economia da música com base num modelo de negócios justo, transparente e cooperativo. Assim, para os ouvintes, a Resonate tem como proposta a contribuição - e propriedade - de algo que tenha valor real na economia digital.

Para os artistas, a organização quer se tornar sinônimo de propriedade sobre o próprio trabalho e das redes sociais criadas em torno de sua produção musical. A Resonate quer promover justiça para os músicos e conceder-lhes controle sobre a distribuição e as receitas geradas.

O modelo da cooperativa é o chamado multi-stakeholder, ou seja, composto por múltiplas partes interessadas e com funções diferentes: músicos, fãs e as pessoas que a constroem. A distribuição dos resultados se dá da seguinte forma:

• Músicos: 45%

• Ouvintes: 35%

• Funcionários: 20%

Além disso, a Resonate recebe uma comissão de 30% de toda a receita, o que significa que 70% vai direto para os artistas e titulares de direitos autorais. A cooperativa usa o dinheiro para aplicar melhorias à plataforma, ou distribui aos membros - inclusive os artistas.

E as vantagens não param por aí! Os ouvintes também possuem diversas vantagens ao usarem o serviço de streaming de música cooperativo. Diferente de outras plataformas, o Resonate cobra um valor baixo, cerca de ¼ de centavo, para cada música escutada. Caso você queira repetir a faixa, uma cobrança maior vai acontecer.

Mas não se preocupe! Depois de gastar 1,40 dólar escutando uma música, você a possuirá, não precisando mais pagar para escutá-la. O ouvinte também pode garantir sua adesão como membro na plataforma após uma doação de 10 dólares.

Fairmondo: marketplace cooperativo

Criada na Alemanha em 2012, a Fairmondo é um marketplace global e descentralizado. Sua principal característica é ser de propriedade dos próprios usuários.

A proposta da cooperativa é ser um mercado online em que os usuários possam descobrir itens interessantes com facilidade, e adquirir artigos justos e sustentáveis. Os interessados em participar da Fairmondo podem se associar com valores a partir de 10 euros. Caso não tenha interesse em se tornar um cooperado, você pode contribuir com valores mais baixos, como 3 ou 5 euros, para ajudar no desenvolvimento da cooperativa.

Esta é uma estratégia da plataforma cooperativa para evitar grandes investidores e manter o modelo acessível à população. A organização considera prioritária a participação online dos associados e visa manter total transparência nas atividades da empresa.

De fato, não há grandes investidores por trás da Fairmondo, mas sim mais de 2 mil indivíduos e comerciantes que constroem e participam da cooperativa atualmente. Saiba mais sobre esta plataforma cooperativa europeia por meio de suas redes sociais: Facebook, Instagram e X (antigo Twitter).

Midata: cooperativa de dados de saúde

A Midata é uma plataforma cooperativa criada em 2015, cuja missão é mostrar como os dados podem ser usados para o bem comum. Baseando-se na premissa da governança de dados, a organização tem a proposta de garantir, também, o controle dos cidadãos sobre seus dados pessoais.

Dessa maneira, o modelo da Midata é projetado para que a aplicação internacional seja possível. Na prática, a organização fundada na Suíça fornece apoio à fundação de cooperativas de plataforma Midata em outros mercados por meio de subsidiárias regionais ou nacionais. Todas, nesse contexto, podem compartilhar a infraestrutura da plataforma de dados.

Além disso, os cooperados se tornam proprietários de uma conta de dados na cooperativa e podem se tornar contribuintes ativos para pesquisas médicas e estudos clínicos. Para essa finalidade, eles podem conceder acesso seletivo aos seus dados pessoais, como mostra o esquema a seguir:

A iniciativa mais recente da Midata é desenvolver o Plano de Medição de Reabilitação. O projeto piloto conta com a parceria da BFH Medical Informatics e da Brightfish para fortalecer a perspectiva do paciente e o resultado da qualidade de vida quando relacionado com a saúde.

A ideia é medir os resultados do plano com os relatos de pacientes. Assim, o serviço pode ser feito com muito mais qualidade e garantia.

Smart Coop: iniciativa de serviços gerais compartilhados

A Smart nasceu na Bélgica em 1998 como uma associação sem fins lucrativos. A transformação de associação para cooperativa de plataforma ocorreu em 2016, com a criação da Smart Coop, sociedade cooperativa de responsabilidade limitada com finalidade social.

Hoje, a Smart é uma cooperativa com mais de 37 mil membros, que são trabalhadores autônomos de vários setores. A organização está presente em cerca de 40 cidades de 8 países da Europa, inclusive com escritórios disponíveis aos seus membros.

A Smart Coop oferece uma estrutura compartilhada de serviços para seus cooperados como declarações sociais e fiscais decorrentes das atividades, cálculo e pagamento das contribuições para a segurança social e pagamento de vários impostos. Além disso, oferece uma gama de serviços compartilhados extras, como:

• Assessoria;

• Formação;

• Ferramentas (administrativas, jurídicas, fiscais e financeiras) de apoio ao desenvolvimento da atividade profissional dos trabalhadores independentes.

A cooperativa também incentiva os associados a se juntarem para desenvolver projetos com outros membros da organização. O projeto intitulado SmartLabs são laboratórios de coprodução, onde experiências sobre diversos ramos são compartilhadas.

O estatuto de empresário-empregado na Smart Coop permite conciliar proteção social com uma verdadeira dinâmica empresarial. A Smart coloca o trabalhador, portador de valor econômico e social, no centro de sua missão para que ele adquira direitos sociais e desenvolva ao máximo sua atividade profissional.

FairCab: cooperativa de transporte com tarifas e ganhos justos

A intenção da FairCab é ser uma cooperativa de plataforma de transporte urbano compartilhado de propriedade dos próprios motoristas. Mais do que isso, a FairCab oferece o melhor preço para viagens desde 2016.

Aliás, um dos lemas desta plataforma cooperativa, que faz parte da New Economics Foundation, é: “We can do better than Uber” ou “Nós podemos fazer melhor que o Uber”. E, dentre os princípios da FairCab estão:

1)  Promover justiça e transparência;

2)  Ser pessoal e confiável;

3)  Dar valor adequado para o dinheiro.

A ideia por trás da iniciativa é que a experiência de pegar um táxi seja simples, segura e com preço justo para todas as partes. Para manter o foco nos seus princípios, a FairCab atua apenas com transporte de idade e volta para o aeroporto, e para estações de trem.

Assim, os passageiros podem agendar suas corridas on-line, com, no máximo, 24 horas de antecedência. De acordo com a cooperativa, quanto antes a reserva for feita, melhores os preços.

Além disso, os clientes podem escolher qual tipo de carro necessitam, considerando a quantidade de passageiros e de malas. O canal de comunicação entre os motoristas e o passageiro é aberto, resultando em um serviço mais atencioso e cuidadoso.

A cooperativa atua nos aeroportos da área Benelux, que compreende a Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo, além de aeroportos alemães próximos à fronteira holandesa, como Dusseldorf, Colônia, Weeze e até mesmo para Frankfurt e Dortmund.

Means TV: streaming de vídeo cooperado

O primeiro serviço de streaming pós-capitalista do mundo operado de forma cooperativa. É desta forma que a Means TV se autodefine desde seu lançamento em 2020. Trata-se de uma plataforma de filmes, documentários e programas, além de conteúdos semanais ao vivo, como noticiários, jogos, e esportes.

Com mais de 19 mil apoiadores, a Means TV conta com dois tipos de assinatura para acessar os conteúdos. A assinatura mensal, com um período de 7 dias de teste grátis, custa 10 dólares. Já a assinatura anual custa 110 dólares e dá ao assinante 1 mês grátis.

Em resumo, é como se fosse uma Netflix, só que como cooperativa de plataforma. A Means TV é inteiramente financiada pelos seus assinantes (os cooperados), sem patrocinadores ou investidores de venture capital (capital de risco).

Ao todo, a construção da plataforma cooperativa levou mais de um ano, considerando todas as exigências para se tornar, de fato, uma estrutura funcional e democrática. Falando na gestão democrática, a organização foi dividida em 3 níveis de membros. Todos os resultados do final do ano são distribuídos entre eles com base na respectiva participação:

Sócios trabalhadores (70% do lucro): categoria para funcionários em tempo integral da Means TV. Esses membros podem servir no conselho e ter plenos direitos econômicos e de voto na cooperativa;

Membros contratados (20% do lucro): esta é uma categoria secundária para aqueles que trabalham para a cooperativa com frequência, mas que também atuam em outras empresas;

Membros royalty (10% do lucro): categoria para cineastas, distribuidores e equipe de produções originais. Funciona como royalties para pessoas que contribuíram com obras criativas ou propriedades de entretenimento significativas. Este grupo tem direitos econômicos na cooperativa.

A Means TV também conta com dois jogos interativos, um de 2020 e outro de 2022. Eles podem ser comprados e jogados em diversos consoles, como Nintendo Switch, Playstation, Xbox, e até no PC. 

Mensakas: Alimentação e entrega sustentáveis

A plataforma cooperativa Mensakas se dedica às entregas. O foco são entregas de refeições, atendendo apenas empresas comprometidas com o consumo responsável, com a economia social e, especialmente, com os direitos trabalhistas. Por isso, a organização afirma prestar um serviço tanto eficiente, quanto ético.

A Mensakas tem a missão de ser uma alternativa de distribuição responsável, oferecendo serviço de qualidade capaz de gerar emprego digno. A cooperativa de plataforma procura colocar seu quadro de entregadores no eixo central da operação. Além disso, a plataforma visa incentivar o comércio local e o respeito ao meio ambiente.

O surgimento da plataforma cooperativa se deu após uma greve que engajou milhares de entregadores do aplicativo Deliveroo, em várias cidades da Europa no ano de 2017. Em Barcelona, 30 dos entregadores grevistas demitidos pela Deliveroo iniciaram um processo de auto-organização que acabou resultando na criação cooperativa, que é apoiada pela CoopCycle, Federação Europeia das cooperativas de ciclistas entregadores.

Conclusão

Apesar dos desafios enfrentados no acesso a investimentos e na própria estruturação do negócio, as cooperativas de plataforma seguem surgindo e fazendo sucesso. E é por meio de iniciativas bem sucedidas que outros empreendedores e investidores se interessam pelo tema e promovem o crescimento da modalidade.

Esperamos que esta matéria ajude, inclusive, a pavimentar o caminho para o florescimento desse tipo de plataforma que gera benefícios econômicos em escala a partir dos princípios do cooperativismo. Ou seja, plataformas que tenham em sua essência a busca por uma sociedade mais justa e equilibrada e com geração de valor sustentável para todos.

<p>Com o intuito de manter o coop em movimento, o Sistema OCB abriu a Pesquisa de Inovação do Cooperativismo Brasileiro. A pesquisa pretende coletar novos dados que podem contribuir para o crescimento contínuo do setor cooperativista, com o objetivo de avaliar os novos níveis de inovação, compreender o que precisa ser otimizado e identificar as áreas de oportunidade que podem fortalecer o segmento.</p>

Pesquisa sobre inovação quer ouvir cooperados

Estudo busca detectar tendências e desafios para os próximos anos


Com o intuito de manter o coop em movimento, o Sistema OCB abriu a Pesquisa de Inovação do Cooperativismo Brasileiro, nesta segunda-feira (22). O estudo está em busca de identificar as principais tendências e desafios que irão desenhar o futuro da inovação desse modelo de negócio no Brasil.

A pesquisa pretende coletar novos dados que podem contribuir para o crescimento contínuo do setor cooperativista, com o objetivo de avaliar os novos níveis de inovação, compreender o que precisa ser otimizado e identificar as áreas de oportunidade que podem fortalecer o segmento. Será uma sequência da análise realizada entre os anos de 2020 e 2021, em parceria com a Checon Pesquisa. 

Para Guilherme Costa, gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB, os resultados devem funcionar como uma chave para o crescimento sustentável e a adaptação às mudanças no cenário econômico e social. "Com essa nova pesquisa, poderemos descobrir como o cenário de inovação está sendo moldado e quais são os obstáculos enfrentados, além de oportunidades para que as cooperativas consigam seguir com o compromisso de inovar", disse. 

A pesquisa anterior revelou que 84% das cooperativas consideravam a inovação um ponto essencial para que o movimento cooperativista cresça. Agora, o novo estudo pretende avaliar novos números para uma melhor compreensão dos aspectos que podem ser aperfeiçoados. Guilherme acredita que a primeira verificação reuniu informações e dados estratégicos para promover e estimular a cultura de inovação dentro das cooperativas. 

A atualização das informações permitirá ao Núcleo de Inteligência e Inovação a detecção de tendências que surgiram desde a última pesquisa. "O intuito é ter uma visão melhor das novas inclinações e oportunidades do setor. Queremos viabilizar um destaque para as cooperativas que buscam se modernizar", afirmou. 

O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, acredita que a pesquisa é um grande passo em direção ao futuro. Para ele, inovar é uma jornada constante e coletiva. "A inovação é um fator que agrega e permite a competitividade das cooperativas brasileiras. A modernização impulsiona o nosso movimento para frente", disse. 

Para participar, basta preencher o formulário on-line: https://in.coop.br/pesquisa-inova 

Mas atenção! Só é permitida uma resposta por CNPJ, então é importante ter certeza de quem é a pessoa mais indicada para preencher a pesquisa aí na sua coop. Se essa pessoa for você, não perca tempo! Acesse agora.

<p><span style="color: rgb(15, 15, 15);">Os primeiros destaques do Radar de Financiamento do ano de 2024 estão no ar. Nele constam oportunidades de r</span>ecursos não reembolsáveis, recursos reembolsáveis e recursos humanos. Confira e tenha maiores informações.</p>

Destaques do Radar de Financiamento (janeiro de 2024)

Oportunidades de fomento em Inovação para coops brasileiras


O desenvolvimento de projetos de inovação para cooperativas é fundamental para manter e ampliar a competitividade no cenário brasileiro e global. Entretanto, o investimento nesses projetos demanda recursos financeiros. Muitas vezes, organizações privadas hesitam em fazer tais investimentos por conta das incertezas associadas aos resultados desses projetos, sobretudo quando se referem a inovações tecnológicas em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Felizmente, existem oportunidades oferecidas por atores do ecossistema de inovação brasileiro, especialmente aqueles vinculados ao governo. Esses atores propõem mecanismos de fomento para compartilhar os riscos relacionados a projetos de inovação.

Os principais mecanismos de fomento são:

Recursos reembolsáveis: Correspondem a financiamentos onde a organização recebe o recurso, mas precisa devolvê-lo posteriormente. Vale salientar que agências como FINEP e BNDES, que incentivam a inovação no Brasil, oferecem taxas de juros mais baixas e prazos maiores para pagamento em comparação com bancos comerciais.

Recursos não reembolsáveis: Se a organização tiver sua proposta aprovada, não precisa devolver esse recurso.

Incentivos fiscais: São benefícios concedidos pelo governo para incentivar setores ou atividades econômicas. Incluem isenções, deduções e compensações, entre outros, reduzindo a carga tributária de empresas que investem em P&D.

Destaques para janeiro:

1. FAPEMIG | Pesquisador na Empresa 020/2023

Região: Minas Gerais

Setor: Não especificado

Tipo de Suporte: Recursos Humanos

Tipo de organização apoiada: ICTs; Empresas; Cooperativas; Startups

Prazo para submissão da proposta: 17/04/2024

Objetivos: Apoiar projetos de pesquisa de inovação com o objetivo de contribuir significativamente para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do Estado de Minas Gerais, induzindo a inclusão de pesquisadores em empresas, cooperativas e startups por meio da concessão de bolsas e auxílio à pesquisa.

Valor: R$ 20.000,00 a R$ 50.000,00

Duração do Projeto: 24 meses

2. BNDES | Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações – FUST

Região: Nacional

Setor: Telecomunicações

Tipo de Suporte: Recursos Reembolsáveis

Tipo de organização apoiada: São elegíveis empresas prestadoras de serviços de telecomunicações regularmente constituídas e outras entidades públicas ou privadas cuja atividade seja compatível com a finalidade dos projetos.

Objetivos: Estimular a expansão, o uso e a melhoria da qualidade das redes e dos serviços de telecomunicações, reduzir as desigualdades regionais e estimular o uso e o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade para promoção do desenvolvimento econômico e social. Financiar a aquisição de equipamentos de telecomunicações por sociedades empresárias prestadoras de serviços de telecomunicações, visando à expansão dos serviços de conectividade e ao fortalecimento de fornecedores locais de tecnologia

Valor: R$ 10.000.000,00

Tempo antes de começar o pagamento do principal (Carência): 2 anos.

Tempo total de pagamento (Amortização): 5 a 10 anos.

3. FUNBIO | Floresta Viva

Região: Bahia; Mato Grosso; Minas Gerais; Goiás; Mato Grosso do Sul

Setor: Não especificado

Tipo de Suporte: Recursos não reembolsáveis

Tipo de organização apoiada: Organizações sem fins lucrativos

Prazo para submissão da proposta: 18/03/2024

Objetivos: Selecionar projetos para a implementação de ações de restauração ecológica e fortalecimento da cadeia produtiva da restauração em corredores de biodiversidade para a conservação do Cerrado e do Pantanal, distribuídos entre os estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso Sul.

Duração do Projeto: 48 meses.


Para maiores detalhes, não deixe de acessar Radar de Financiamento!

<p>Fique por dentro das maiores tendências para 2014 e identifique oportunidades para inovar!</p>

Tendências para 2024: no que as cooperativas devem ficar de olho

Em 2024, uma série de tecnologias e inovações devem amadurecer e gerar oportunidades para as coops


Um dos segredos para inovar é acompanhar e antecipar as tendências. Assim, as cooperativas conseguem se adiantar e ficam preparadas para as mudanças tecnológicas, culturais e comportamentais. Diante disso, é preciso ficar atento às tendências de 2024.

Para tanto, desenhar cenários futuros a partir de pistas do presente tem um papel enorme no planejamento. Aproveitar as oportunidades proporcionadas pelas diversas mudanças é um caminho para encontrar soluções inovadoras, assim como aprimorar a oferta de produtos e serviços.

Nesse cenário, o InovaCoop reuniu uma série de tendências de tecnologia, inovação, sustentabilidade, consumo e trabalho para ficar de olho no decorrer de 2024. Passando por mais avanços de inteligência artificial, tecnologia sustentável e outras movimentações oriundas da transformação digital que afetam o mercado e o ecossistema cooperativista. Aproveite a leitura!

Por dentro das tendências de inovação em 2024

Identificar tendências de 2024 é um processo que envolve um exercício de futurismo. Antecipar cenários futuros é uma tarefa importante não só no ambiente de negócios, afinal. Na verdade, os precursores da ciência do futurismo são de origem militar, como é o caso do estrategista bélico Herman Kahn. Ele explica que essa habilidade decorre de:

“Sequências hipotéticas de eventos construídos com o propósito de focar a atenção em processos causais e pontos de decisão”. Com o passar do tempo, essas técnicas foram sendo adotadas por grandes companhias como a Shell, que almejam estar à frente da concorrência.

Acompanhar as tendências, no entanto, é uma atividade que gera valor para todos os tipos e escopos de negócios. Assim sendo, as cooperativas têm muito a ganhar com a análise de cenário econômico, tecnológico e setorial, a fim de sair na frente e ganhar em competitividade. Nessa seara, selecionamos tendências dentro de 4 temas para ficar de olho em 2024!


Tendências para 2024 em Inteligência artificial, tecnologia e dados

Como dissemos na nossa retrospectiva, 2023 foi o ano da inteligência artificial. Diversas ferramentas de IA ganharam destaque, se popularizaram e a tecnologia da inteligência artificial generativa passou a ser o motor por trás de uma série de novos e variados serviços. Neste guia prático, por exemplo, listamos diversas ferramentas já disponíveis que podem ajudar em várias áreas das cooperativas.

Mas se engana quem pensa que o desenvolvimento da IA vai arrefecer. A tecnologia chegou para ficar, só que, ao contrário do que muitos temem, ela não vai substituir os humanos. Na verdade, ela será uma grande aliada para os profissionais.

IA assistente

Nesse sentido, 2024 tende a ser o ano de consolidação da colaboração entre humanos e máquinas. A inteligência artificial generativa possibilita que as pessoas consigam colocar ideias em prática com mais facilidade. Um estudo do MIT, por exemplo, indica que os designer ficaram mais produtivos quando passaram a usar essa tecnologia. Esses laços devem seguir se estreitando em 2024, portanto.

Segundo a consultoria Gartner, em seu relatório anual de tendências tecnológicas estratégicas, a IA será uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de software. A estimativa é de que, até 2028, 75% dos engenheiros de software empresarial usarão assistentes de codificação de IA. Esse movimento, afinal, já está começando e vai progredir em 2024.

IA estratégica

Consequentemente, a IA passa a ocupar uma posição mais estratégica para os negócios, dando apoio à realização das tarefas mais complexas, repetitivas e desagradáveis. Programadores, por exemplo, agora podem desenvolver códigos com mais eficiência e rapidez graças às novas ferramentas de IA. Mas não são só profissionais de tecnologia que se aproveitarão desses avanços em 2024.

Diversos produtos empregados por áreas estratégicas dos negócios, como marketing, comunicação e planejamento, estão absorvendo recursos de inteligência artificial. Diante disso, as cooperativas precisam fomentar e incentivar que seus colaboradores e cooperados dominem a tecnologia e usem a IA a seu favor.

Tecnologia vestível em prol da saúde personalizada

Agora, não só usamos, mas também vestimos a tecnologia. Relógios inteligentes, fones de ouvido, pulseiras conectadas. Com isso, muitos de nossos sinais físicos são coletados, monitorados, mensurados e armazenados, criando um enorme banco de dados capaz de criar um panorama complexo sobre a saúde das pessoas. Até mesmo as plantas estão vestindo tecnologia!

Esses dados específicos de cada indivíduo indicam um caminho de cuidados hiperpersonalizados para a saúde, a partir das características de cada indivíduo. Uma nova leva de produtos vestíveis inteligentes, como anéis e broches, devem impulsionar mais esse avanço a partir de 2024.

Tokenização financeira

O setor financeiro já conta com um patamar altíssimo de digitalização, dominado por serviços de pagamento digital e atendimento online. O próximo passo desse movimento indica um processo de tokenização das transações financeiras.

O amadurecimento do Drex, o real digital, faz parte dessa tendência que deve ganhar espaço em 2024. Desenvolvido pelo Banco Central, o Drex é a tokenização da moeda brasileira em uma rede blockchain. Um consórcio de cooperativas de crédito, aliás, está envolvido nos testes do Drex.

Totalmente digital, o Drex deve proporcionar novos modelos de transações, aumentando a automação e reduzindo diversas restrições dos serviços financeiros. Além do Drex, diversos outros países estão produzindo suas CBDCs, as moedas digitais emitidas pelos bancos centrais.

Consumo com base em algoritmos

Os algoritmos já fazem parte de nossas vidas diárias. Isso passa desde o consumo de conteúdo nas redes sociais, como explicamos neste artigo, assim como no nosso hábito de compras. Em 2024, o consumo com base em algoritmos deve ficar ainda mais relevante e começar a ganhar uma cara nova.

Hoje, os algoritmos e automações funcionam em prol de quem analisa o comportamento das pessoas para conseguir vender mais. A WGSN, uma consultoria especializada em previsão de tendências a partir de dados, prevê que os usuários terão mais controle sobre essas ferramentas. Agora, portanto, esse relacionamento será um caminho de mão dupla, tornando o processo de compra mais assertivo e automatizado.

Já a Gartner avalia uma nova dinâmica desse cenário: os clientes-máquina. São atores econômicos não humanos que compram bens e serviços. Até 2028, 15 bilhões de produtos conectados existirão com o potencial de se comportarem como consumidores, aponta a consultoria.

Mais tendências de tecnologia para 2024


Tendências para 2024 na agenda ESG

A agenda ESG está ficando mais integrada às estratégias de inovação dos negócios. Com isso, uma das maiores tendências de 2024 é a adoção e o desenvolvimento de novas tecnologias e métodos em prol de uma operação produtiva mais sustentável em diversos setores da economia - e ramos do cooperativismo.

Tecnologia sustentável

Um modelo de gestão que estimula a inovação visando a sustentabilidade ambiental, o desenvolvimento social e a governança deve estar fortemente presente nos negócios em 2024. Diminuir o impacto ecológico e proteger os direitos humanos é um papel que está sendo atribuído à tecnologia e resultou no surgimento das cleantechs, startups dedicadas ao desenvolvimento de tecnologias verdes.

Para a Gartner, 25% dos diretores de tecnologia da informação terão remuneração vinculada ao seu impacto tecnológico sustentável até 2027. A consultoria aposta nessa tendência para 2024 uma vez que:

  •     As tecnologias ambientais são capazes de minimizar e impedir riscos e danos à natureza;
  •     As tecnologias sociais, por sua vez, aprimoram os resultados dos direitos humanos, proporcionando bem-estar e prosperidade;
  •     Já as tecnologias de governança fortalecem as condutas adequadas na gestão dos negócios;
  •     Por fim, as tecnologias sustentáveis fornecem novas ideias indispensáveis de inovação para melhorar o desempenho geral dos negócios.

Evolução das energias limpas

A matriz energética é um dos maiores pontos de atenção em diversos países. Diversificar as fontes de energia, dando mais espaço às energias limpas e renováveis, é um tema em alta que deve ser ainda mais relevante em 2024, graças ao aumento de opções e barateamento das tecnologias necessárias para a transição energética.

Energia solar e o uso de biodigestores são alternativas para tornar a matriz energética das cooperativas mais limpas. Algumas cooperativas já saíram na frente, como a Frimesa, que é referência em energia limpa ao empregar essas duas tecnologias em suas plantas industriais.

Essa preocupação deve se acirrar em cooperativas dos mais diversos ramos. Desde as coops agropecuárias, que enfrentam um grande desafio no processo produção e industrialização, assim como nas de transporte, que lidam diariamente com a emissão de gases poluentes. Além disso, as cooperativas de crédito surgem como financiadoras importantes para a transição energética.

Descarbonização

Diante da crise climática que se acirra, o crescimento da população, a escassez de recursos e a necessidade de otimizar a produção de baixo impacto, os negócios precisam levar a agenda de descarbonização a sério. A redução das emissões de gases poluentes e o equilíbrio climático é fundamental, inclusive, para a sustentabilidade de muitos modelos de negócios.

A produção agropecuária de baixo carbono é um exemplo. As mudanças climáticas afetam enormemente a produtividade no campo. Nesse sentido, 2024 será um ano importante para o agronegócio avançar na agenda de descarbonização. Afinal, como escreve Rodrigo Casagrande, professor de ESG na Fundação Getúlio Vargas:

“Um planeta com recursos naturais finitos demandará mais comida, energia e bem-estar, o que requer uso mais eficiente das riquezas da natureza. Os recursos necessários para a produção de alimentos (sementes, solo, matéria orgânica, água) são renováveis, o que deveria permitir que a agricultura fosse uma atividade altamente sustentável”.

Transparência das ações climáticas

Já entendemos que diversas tendências para 2024 têm a ver com a sustentabilidade e a agenda ESG. No entanto, as iniciativas sustentáveis devem ser reais, efetivas e transparentes. Cair no greenwashing (iniciativas que são só sustentáveis na aparência para construir uma boa imagem do negócio, mas não geram resultado de verdade) é um erro.

Por esse motivo, 2024 é um ótimo ano para que as cooperativas deem atenção ou iniciem os seus relatórios de sustentabilidade. Esse documento proporciona transparência e atribui governança às ações climáticas lideradas pela organização. Neste guia prático, mostramos como relatar práticas de inovação nos relatórios de sustentabilidade.

Mais tendências de ESG para 2024


Tendências para 2024 no consumo

Na era digital, as dinâmicas de consumo se modificam em uma velocidade altíssima, gerando novos padrões de comportamento e hábitos na hora e no modo de fazer compras. Em um ambiente comercial mais digitalizado e descentralizado, as pessoas estão avaliando outros fatores além dos preços para escolher o que adquirir. O consumo consciente é uma grande tendência para 2024.

Reuso e reparo na economia circular

A extração de recursos naturais e o descarte de produtos é um dos grandes temas do ano. A lógica de consumo baseada na troca constante por bens mais modernos impacta tanto a cadeia produtiva quanto a geração de lixo e o despejo de poluentes no ambiente. Com isso, produtos que contribuem para a economia circular vão seguir ganhando espaço no mercado.

A economia circular é baseada no reuso, na reciclagem e no reparo dos produtos. Isso é possível por meio de padrões de mercado. É o caso da União Europeia, que impôs o padrão USB-C para conectores de celulares, assim qualquer cabo do formato funciona em todos os aparelhos.

Além disso, produtos modulares, que podem ser atualizados e terem partes defeituosas substituídas sem a necessidade do descarte, devem ganhar espaço. Por fim, as cooperativas seguirão com um papel importante para a economia circular por meio de sua atuação na logística reversa e no reaproveitamento de materiais.

Atenção à origem

Como um produto é produzido importa. Em 2024, uma parcela cada vez maior dos consumidores irá dar atenção à origem dos produtos para decidir comprar algo. Por isso, certificados de procedências ajudam a agregar valor e até mesmo ajudam as cooperativas que exportam.

Mais do que nunca, produtos carregam sua própria história, seus impactos para as comunidades e os efeitos para o meio ambiente. Contar essas histórias de forma transparente e empolgante é uma das tendências - e desafios - para o ano.

Mais tendências de consumo para 2024


Tendência para 2024 no futuro do trabalho

O ambiente de trabalho passa por um processo de profunda transformação pautado não só pela tecnologia, mas também pelas diferenças geracionais e mudanças comportamentais. Diante disso, é importante que as cooperativas estejam de olho nas tendências de trabalho para 2024 a fim de entender melhor como atrair e reter seus talentos inovadores.

Geração Z no comando

A geração Z já chegou ao mercado de trabalho e, agora, está chegando também aos postos de liderança. E, como consequência disso, uma nova cultura está sendo formada dentro das organizações.

Um relatório da Future Dojo apresenta a estimativa de que em 2024, quase 25% da população trabalhadora global será composta pela Geração Z. Os jovens estarão, ainda, mais envolvidos com as tomadas de decisão e desenvolvimento das estratégias de negócios.

No geral, a geração Z tem uma forma diferente de lidar com o trabalho e, apesar da ambição profissional, dão mais atenção à saúde mental e ao propósito de vida. Essa transição geracional é um desafio para as cooperativas, mas já há bons exemplos para seguir, como a Coplacana e seu núcleo jovem

Muito além do salário

Oferecer bons salários não é mais o suficiente para contar com os melhores talentos. Uma das tendências para 2024 é o fortalecimento das marcas empregadoras, que têm sido cada vez mais criativas na hora de proporcionar vantagens e benefícios para seus colaboradores. Esse movimento deve, portanto, seguir ganhando espaço e valor para os setores de RH.

Para tanto, cada vez mais organizações oferecem benefícios como flexibilidade de jornada, semanas mais curtas, férias flexíveis e recursos sabáticos remunerados. Isso serve para atrair pessoas talentosas que não abrem mão de um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Mais tendências de trabalho para 2024


Conclusão

Essas tendências para 2024 ajudam as cooperativas a desenhar um plano de ação adequado e ainda proporciona uma série de insights sobre o panorama de inovação para o ano que está começando:

Identificar tendências, afinal, é uma forma de adotar novas ferramentas e entender o mercado para planejar os negócios de forma muito mais eficaz. As cooperativas precisam ficar de olho nessas movimentações, então.

Para isso, o InovaCoop produziu, em parceria com a Descola, o curso de “Pesquisador de tendências”, ensinando a mapear tendências; diferenciar o que é tendência do que não é; usar essas informações a favor do seu negócio.

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