Selecionamos alguns dos principais pontos que é preciso se estabelecer para criar uma cultura onde aprende-se com os erros
Repare bem nas imagens abaixo. O que elas têm em comum? Poderiam ser simples erros, mas se tornaram ideias celebradas e inusitadas. Você pode encontrá-las no livro Failed it: How to turn mistakes Into Ideas and Other Advice for Successfully Screwing Up, do director criativo holandês Erik Kessels. Na obra, o autor celebra o fracasso como algo essencial para quem quer se diferenciar no campo criativo e da inovação. “A sociedade nos ensina a evitar ao máximo os erros, mas para pessoas criativas e inovadoras os erros são essenciais”, diz ele. “sem eles você ficará preso na sua zona de mediocridade”.
"Failed It!" by Erik Kessels / Phaidon
Mas você pode estar pensando: o mundo da arte ou áreas mais criativas é bem diferentes do mundo dos negócios, certo? Mas basta dar uma olhada nas organizações mais inovadoras para ver que isso não é bem verdade. Uma pesquisa do HPO Center mostrou que profissionais de alta performance aprendem mais com seus fracassos do que com seu sucesso.
Mas como fazer isso quando culturalmente errar além de ser um abalo na autoestima, é fortemente condenável pelas instituições por significar perda de tempo e dinheiro? Criando uma cultura onde as pessoas se sintam seguras para errar e aprender com seus erros. Mas isso não é tão simples assim. Amy C. Edmondson, codiretora da unidade de Tecnologia da Harvard Business School, fez uma pesquisa sobre estratégias para aprender com os erros: “a maioria dos executivos com quem falei acha que errar é ruim (é claro!). Acha, ainda, que aprender com o erro é algo bastante simples: bastaria pedir aos outros que refletissem sobre o que fizeram de errado e exortá-los a evitar erros semelhantes no futuro — ou, melhor ainda, destacar uma equipe para analisar e redigir um relatório sobre o ocorrido e, em seguida, distribuí-lo por toda a organização.”
Por isso, selecionamos alguns dos principais pontos que é preciso se estabelecer para criar uma cultura onde aprende-se com os erros.
1- Seja o exemplo
Você é um gestor que quer implementar essa cultura em sua cooperativa e não sabe por onde começar? Comece por si mesmo! Dave Finocchio, CEO da Bleacher Report, disse em artigo para a Forbes: “Eu cometo erros o tempo todo, e falo sobre eles abertamente com pessoas de todas as hierarquias. Isso promove uma cultura onde as pessoas sentem-se confortável em criticar-se honestamente.
2) Tipos de erro X atitude a tomar
Crie uma compreensão dos tipos de erros e falhas que podem ocorrer em um dado contexto de trabalho e por que a abertura sobre os erros é importante para poder consertá-los e aprender com eles. Ao fazer sua pesquisa sobre o aprendizado com o erro, Amy C. Edmondson criou o quadro: um espectro da ação para o erro. Seu objetivo é saber o peso do erro e que atitude deve ser tomada a partir disso.
Segundo o quadro, há erros que são causados por desvio ou desatenção e esses sim devem ser considerados ruins. Mas, nesses casos, é possível identificar prontamente as causas e achar soluções. Se alguém for punido, diga aos que direta e indiretamente afetaram o que aconteceu e por que justificaram a punição.
Há ainda os “Erros inevitáveis em sistemas complexos”. Nestes considerá-los algo ruim é não só ignorar como um sistema complexo funciona, mas também prejudicial. Para consertá-lo, é preciso prever rotinas e ações para rapidamente identificar e corrigir pequenas falhas.
Por fim, há os erros considerados inteligentes na fronteira. Esses erros são provenientes de processos de experimentação, pois ele gera um conhecimento valioso que pode ajudar a organização a saltar à frente da concorrência e garantir o crescimento futuro. Vamos falar mais sobre eles adiante.
3- Incentive as pessoas a falarem sobre os erros
Dica da HPO: introduza “o erro da semana” na agenda das reuniões. Todas as pessoas presentes têm de declarar o seu maior erro da semana passada – que não deve ser algo pequeno como “esqueci de retornar sua ligação” – e que deve ser acompanhado com as coisas que a pessoa aprendeu por causa do erro. A primeira pessoa a sempre começar deve ser o líder.
4- Colha dados e compile resultados
É importante documentar os erros e registrar métricas que explicam as falhas e o aprendizado que surgiu de cada erro. Isso irá fazer sua ideia amadurecer cada vez mais. Sempre que achar necessário ou for elaborar uma estratégia, você poderá consultar essa documentação.
5- Errar na hora certa: promova a experimentação
Erre rápido para aprender rápido. Esse é o lema da experimentação ou prototipagem. Isso nada mais é do que trazer nossas ideias para o mundo físico antes de lançar um produto ou serviço. É a possibilidade de se errar quantas vezes for necessário e com agilidade antes de lançar o produto ou serviço final. Um dos objetivos também é mostrar como as pessoas irão interagir com o conceito que estamos projetando e criar uma sensação para entender se a sua ideia realmente faz sentido
Prototipação é para ser rápida, suja e barata. Não tem que ficar bonito, não tem que durar para sempre. Quando dizemos rápido, sujo e barato, é porque você precisa perder o mínimo de tempo possível, não precisa ser esteticamente agradável e deve consumir a menor quantidade de recursos possíveis.
Neste post vamos falar um pouco mais qual o seu valor e como começar a criar uma em sua cooperativa.
Nos dias comuns durante a semana, acordamos pela manhã com uma das únicas certezas que temos no mínimo 8 horas de trabalho pela frente. O que você sente neste momento? Desânimo? Alegria? Apatia? Seja qual for sua resposta, certamente na sua cooperativa ou ambiente de trabalho, há pessoas que se encaixam em cada uma destas três opções de sentimento. Mas, e se existisse uma forma de tornar esse dia a dia mais agradável, com colegas mais motivados e um sentimento geral de satisfação e acolhimento? Existe algo com um propósito parecido com este e se chama cultura organizacional. Neste post vamos falar um pouco mais qual o seu valor e como começar a criar uma em sua cooperativa.
Mas afinal, o que é Cultura Organizacional?A cultura é tudo que faz parte do ambiente que nos rodeia. Uma cultura organizacional são os valores compartilhados, sistemas de crenças, atitudes e o conjunto de suposições que as pessoas em um local de trabalho compartilham. É como se fosse uma espécie de alinhamento de propósitos e objetivos que impactam em ações diárias: no quanto você vê significado no que faz, no quanto se sente parte integrada de um time, na sua relação com as pessoas que convive, no quanto que você aprende e contribui diariamente e por aí vai.
Por que a cultura de trabalho é importante?
A Dr. Pragya Agarwal, uma diretora estratégica e escritora, vem estudando o assunto há um tempo e concluiu que a cultura positiva em uma organização melhora o trabalho em equipe, aumenta a autoestima do time, a produtividade, a eficiência e a retenção da força de trabalho. Por meio desta cultura cria-se satisfação, colaboração e aprimora-se o desempenho profissional. E, um dos fatores mais importantes levantados pela escritora é: um ambiente de trabalho positivo reduz o estresse dos funcionários. Não é à toa que as instituições mais inovadoras do momento, como Facebook, Google e Microsoft possuem uma sólida cultura organizacional.
Quando em 2014, Satya Nadella, assumiu como CEO da Microsoft, a empresa passava por uma fase de falta de inovação e queda no mercado. Logo ele identificou um problema na cultura: os funcionários tinham a mentalidade “sabe tudo”, ou seja, cada um tinha que provar que ele ou ela era a pessoa mais inteligente da sala e isto criou um ambiente hostil. Para ter uma cultura inovadora, ele mudou essa mentalidade para “aprender tudo”, centrada no exercício de um objetivo de crescimento a cada dia.
Três anos depois, não só os funcionários estavam mais felizes e motivados, inovadores e empáticos, como a empresa gerou mais de 250 bilhões de dólares em valor de mercado – mais do que Uber, Airbnb, Netflix, Spotify, Snapchat, e WeWork – juntos.
Por onde começar?
Já entendeu os benefícios de ter uma cultura de trabalho, mas não sabe por onde começar? Veja abaixo algumas dicas:
Estabeleça valores e propósitos da cooperativa e espalhe bem sua mensagem
O primeiro passo é estabelecer um cor de valores organizacionais, comunicá-los bem e discuti-los com os cooperados e funcionários, para que todos se sintam parte deles.
Esses valores tem a ver com o compromisso que as companhias assumem por meio de políticas e ações como “ser mais sustentáveis” ou “causar mudanças sociais positivas”.
É fundamental mostrar ações práticas que estão sendo feitas regularmente por esses valores, para que as pessoas da cooperativa sintam a responsabilidade de colaborar com elas, que sua participação individual importa e assim, sentirem-se orgulhosas dessas missões.
Promover colaboração e comunicação
Para criar um sentimento positivo no trabalho é fundamental um estilo de liderança que promova trabalho em equipe e comunicação transparente.
Uma comunicação aberta e honesta é colocada em prática por meio de ações de avaliações periódicas com feedback adequado para que todos possam se aprimorar, além de reuniões mensais, semanais e diárias para alinhar objetivos, metas e falar de resultados.
Além disso, políticas rígidas sobre intolerância de atitudes discriminatórias e procedimentos de reclamação para o assédio moral no local de trabalho são cruciais para criar um ambiente colaborativo positivo.
Crie momentos de interação
Também é importante incentivar e criar oportunidades de interações sociais entre as pessoas que trabalham na cooperativa, como cafés da manhã, saídas de equipe e encontro com famílias no fim de semana. Outra boa prática é incentivar que os funcionários façam as refeições juntos. Tudo isso dá uma oportunidade para os membros da equipe nutrirem seu relacionamento e se conectarem.
Crie um ambiente de trabalho inclusivo e diverso
Um local de trabalho inclusivo é aquele que valoriza as diferenças individuais na força de trabalho e faz com que elas se sintam bem-vindas e aceitas, independentemente de sua orientação sexual, etnia e gênero. Vale a pena incluir sinalização, comunicados e ações que suportem a inclusão.
Estabeleça rituais
Nós participamos de rituais em instituições, política e religião o tempo todo. Mas eles não são comumente falados no mundo dos negócios, apesar de serem uma maneira simples de tornar os valores culturais tangíveis.
Os rituais podem ser construídos para os seguintes momentos: quando funcionários novos entram na cooperativa, celebração de aniversários e datas comemorativas, celebração de conquistas e metas, momentos de integração e construção de time e até rituais de renovação, que servem para capacitar colaboradores, incentivar novos projetos e ideias.