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<p>Entrevistada pelo InovaCoop, uma das especialistas em marketing e inovação mais reconhecidas dentro e fora do país comentou sobre o lifelong learning. Confira essas e outras dicas agora!</p>

Martha Gabriel lista 20 livros essenciais para você inovar

Entrevistada pelo InovaCoop, uma das especialistas em marketing e inovação mais reconhecidas dentro e fora do país comentou sobre o lifelong learning. Confira essas e outras dicas agora!


Se existe um nome brasileiro sinônimo de inovação é Martha Gabriel. Entusiasta do cooperativismo, Martha é formada em Engenharia pela Unicamp, pós-graduada em Marketing pela ESPM e, em Design, pela Belas Artes de São Paulo. Além disso, a mestre e PhD em Artes pela USP cursou Educação Executiva em Inovação e Neurociência para Liderança pelo MIT Sloan.

Com um currículo desses, Martha é uma das brasileiras mais reconhecidas dentro e fora do país, quando o assunto envolve estratégias de marketing, inovação e futurismo. É também autora dos best-sellers Marketing na era digital; Educar: a (r)evolução digital na educação (finalista do Prêmio Jabuti) e Você, eu e os robôs (finalista do Prêmio Jabuti).

Em suas redes sociais, ela faz questão de produzir conteúdos relevantes, como dicas de livros que todos os profissionais mais antenados precisam ler para encarar o mercado profissional atual, cheio de mudanças, exigente de novas habilidades e cada vez mais high tech.

Segundo a especialista, a relação de livros abaixo não pode faltar na biblioteca de quem quer inovar:

E o InovaCoop conversou com ela sobre essa lista de livros essenciais e, também, sobre algo que passou a ser uma demanda profissional: o Lifelong Learning - termo em inglês para educação continuada ou aprendizado constante.

Confira no vídeo abaixo o que ela tem a dizer sobre esses assuntos:


Para mais dicas, vale a pena segui-la nas redes sociais. No Instagram, você encontra o perfil dela digitando @marthagabriel.

<p>Veja aqui a importância dos protótipos e conheça ferramentas para testar rapidamente suas ideias e criar soluções inovadoras.</p>

Teste suas ideias com 4 ferramentas de prototipagem

Veja aqui a importância dos protótipos e conheça ferramentas para testar rapidamente suas ideias e criar soluções inovadoras.


Se pudéssemos citar dois principais fatores para que alguém ou uma organização consiga inovar seriam a capacidade de explorar e a de executar. Explorar envolve tudo o que antecede a criação da ideia e executar está relacionado a tudo o que vem depois da ideia, como a prototipagem.

É preciso explorar para conhecer com profundidade para quem está se inovando; que tipo de problema, dor, necessidade se pretende resolver. Essa busca constante é fundamental para se sair do senso comum e das ideias pré-formatadas e começar a fazer novas conexões e chegar em ideias que podem, potencialmente, beneficiar o outro e serem, ao final, inovadoras.

Porém, ideias são somente pensamentos se elas não forem executadas. É nesse momento que entra a parte da prototipagem. Conseguir oferecer uma solução que gere valor para as pessoas é o maior desafio, porque somente quando materializamos nossas ideias é que descobrimos se elas realmente fazem sentido, se elas de fato atendem a uma necessidade e se as pessoas realmente usariam.

Por isso, ao lado de toda ideia, é preciso haver um protótipo, isto é, uma representação física do que está se propondo. Exatamente porque é a partir do protótipo que o(s) autor(es) e as pessoas conseguem interagir com a ideia e construir em cima, para que, ao final, ela se torne uma solução efetiva para um problema.

Resumindo: sempre que tiver uma ideia, prototipe-a. Crie algo tangível. O ato de prototipar nos ajuda a refletir sobre o que estamos pensando.

Antes de criar o seu protótipo é importante entender o que é prototipagem. A seguir confira a resposta para essa dúvida. Além disso, saiba como se dá o processo da prototipagem e confira 4 ferramentas de prototipagem que separamos para que você consiga transformar a sua ideia em algo físico ou, ao menos, visual.

O que é prototipagem?

A prototipagem é executar uma ideia. No Design Thinking, por exemplo, ela é a quarta etapa na criação de um produto. Quando chegamos na etapa da prototipagem já temos a ideia de um produto. Assim, antes de começar a fabricá-lo para ser comercializado, é preciso fazer um protótipo dele.

São utilizadas algumas ferramentas para criar esse protótipo. Há diversas ferramentas disponíveis para se criar protótipos, porém, cada uma oferece funcionalidades diferentes. Assim, é preciso analisar qual é o produto a ser desenvolvido para saber qual ferramenta escolher. Por exemplo, se o produto é um aplicativo é necessário criar um protótipo dele executável, que exige menos esforço para finalização e é facilmente modificável. Para esse caso é possível utilizar o InvisionApp.

Já o protótipo de um produto físico poderá ser modelado em uma ferramenta digital e depois prototipado com materiais físicos que tem um valor de investimento menor, por exemplo. Assim, se pode testar a usabilidade e ergonomia do produto sem ter a necessidade de utilizar os materiais finais.

Outras formas de se referenciar a protótipos é o mockup ou o sketch. Dependendo da área da sua atuação, ouvirá diferentes nomes para a mesma etapa de projeto.

Qual é a importância da prototipagem?

A prototipagem é fundamental para se economizar tempo e dinheiro quando se está criando um novo projeto. Sendo assim, após a finalização da ideia, em vez de produzir o produto para comercialização, é feito o protótipo.

Este último serve para testar se o produto desenvolvido atende as necessidades, se há algum erro de design e se o objetivo do produto é atendido. Ao produzir um protótipo é possível economizar muito se este precisar ser modificado. Pois imagine só produzir mil unidades de um produto e depois de prontas notar que houve um erro que irá comprometer todo esse lote.

É importante ressaltar que é comum um projeto ter mais de um protótipo. Isso porque, ao longo do desenvolvimento do produto vão sendo alteradas formas, medidas e outros detalhes para que ele atenda perfeitamente ao público e ao conceito que se quer. Assim, a cada nova alteração é importante refazer o protótipo para que possamos analisá-lo.

Vantagens da prototipagem

Vimos porque é importante passar pela etapa da prototipagem, mas, além disso, ela também proporciona vantagens, como estas:

  • testar usabilidade – pedir para que usuários testem a ideia é importante para entender o que funciona e o que precisa ser modificado para ter um produto final que cumpra todos os objetivos;
  • testar funcionalidade – com o protótipo é possível ver se ele funciona, quais ajustes são necessários e como deverão ser feitos esses ajustes;
  • reduzir riscos – o protótipo possibilita que o produto final não seja lançado com falhas, o que evita que o produto fique encalhado;
  • diminuir investimento – é mais em conta investir em um protótipo do que em um produto final que não foi testado;
  • proporcionar feedbacks – o protótipo possibilita que os usuários deem seus feedbacks para a equipe de criação sobre o que gostaram e o que não gostaram.

Fazer um protótipo é fundamental para se economizar, aprimorar a ideia e entregar um produto final perfeito. Além do mais, durante todo o processo de aprimoramento do protótipo é possível ter novas ideias sobre ele e até sobre novos produtos.

Como funciona a prototipagem?

Como já citado a prototipagem acontece na quarta etapa do Design Thinking. As outras etapas em ordem são: imersão, análise e ideação. Sendo assim, depois de já ter escolhido qual problema resolver, o público-alvo e ter feito o brainstorming, vem a prototipagem.

Nessa fase é feito a validação das ideias. Este é o momento de definir o produto e desenvolver um protótipo dele. Dessa forma, é possível analisar ele e modificar de acordo com a necessidade.

A fase da prototipagem não precisa ser necessariamente a última. É possível que ela aconteça em paralelo às outras fases no decorrer do projeto. Sendo assim, se uma ideia nova surgir, ela pode ser testada, validada e implementada antes mesmo que o projeto seja finalizado.

Digamos que o seu projeto é desenvolver um produto que seja uma banqueta feita com fibra de carbono, para que ela seja resistente e leve, mas que também tenha um design que preze pelo conforto. Porém, a fábrica que irá produzir a banqueta tem um pedido mínimo de 200 peças.

Nesse caso, é arriscado sair de uma ideia para já produzir 200 unidades de uma banqueta, sendo que ela nem foi testada. Nesse caso, é feito o protótipo. Ele pode ser feito em um material mais barato para testar a ergonomia e analisar se é realmente confortável. Nessa etapa é possível modificar o protótipo até atingir o resultado esperado.

Só após o protótipo não precisar de mais nenhuma alteração é possível fazer o pedido com a fábrica. Dessa forma, a equipe de criação saberá que as banquetas produzidas atendem todos os objetivos que foram propostos a elas e o dinheiro para a fabricação das mesmas não será em vão.

O ato de prototipar, quando incorporado em um processo, faz com que você a sua equipe desenvolvam uma nova habilidade de execução. O resultado são soluções realmente inovadoras de maneira mais ágil e a um custo muito mais baixo.

Se você navega ou quer começar a navegar nesse modelo mental, abaixo irá encontrar 4 ferramentas que auxiliam na criação de protótipos:

1. Prototipagem de papel

A mais simples forma de prototipar exige nada mais do que papel e caneta. Com essas ferramentas, você pode fazer esquemas/desenhos da sua ideia de forma com que você e os outros possam interagir e ao final de algumas horas ter sua ideia validada.

O interessante desse tipo de prototipagem é a agilidade para testar. Além disso, em razão da flexibilidade do papel, você pode incorporar outros elementos no protótipo para consiga materializar sua ideia rapidamente.

Porém, se pudesse destacar a maior vantagem desse tipo de prototipagem é que este é um momento de desprendimento se a sua solução será digital ou não, já que o papel nos força a simplificar ao máximo nossa ideia e a focar na necessidade a ser atendida e não no meio – na tecnologia. Não obstante, o papel também é um ótimo meio também de prototipar tecnologias, dispositivos, aplicativos, basta usar a criatividade!

Essas imagens foram de protótipos realizados durante os cursos de inovação da Echos Escola Design Thinking.


2. InvisionApp

Caso queira prototipar uma ideia que terá suporte digital, o InvisionApp é uma ótima ferramenta para isso. Além de oferecer uma versão gratuita, é possível criar um protótipo interativo em apenas alguns cliques.

Para usar, basta inserir as telas que gostaria de ter na sua solução digital e, a partir da ferramenta, são feitos os links e as transições. Quando seu projeto é concluído, você pode enviá-lo para o Invision, adicionar algumas animações ou transições e transformar o arquivo em um protótipo clicável.

Pela aplicação da Invision é possível construir algo, não apenas rápido, mas um pouco mais próximo, em termos de fidelidade, ao que seria uma solução final. Recomendamos como um possível próximo passo após ter utilizado a prototipagem de papel.


3. Sketch

O Sketch é uma ferramenta de prototipagem muito popular e fácil de usar. Como é uma aplicação baseada em vetor, é possível construir protótipos com maior fidelidade e para diferentes plataformas/dispositivos. Para muitos webdesigners, o Sketch é uma ferramenta tão poderosa e flexível quanto as ferramentas da Adobe.

A desvantagem é ela ser exclusiva para o sistema operacional OS e possui o custo de US$ 99. Mas você pode experimentá-la gratuitamente por 30 dias.

A vantagem é que no site do Sketch há tutoriais explicando diversas funcionalidades da ferramenta. Assim, qualquer dúvida sobre como usar as funcionalidades é só acessar o site.


4. Adobe XD

O Adobe XD é uma aplicação de desenho vetorial que concorre com o Sketch. Em termos de funcionalidades, é bastante parecido com o seu concorrente direto, com a vantagem de rodar em sistemas operacionais Windows e ter integração com os outros produtos Adobe. Porém é um produto mais caro, já que os produtos da Adobe passaram a ser vendido em formato de assinatura mensal. Assim, para ter acesso a essa ferramenta é preciso adquirir o pacote completo, com outros programas Adobe.


Extra: Google Blocks

Falando em novidades, o Google lançou recentemente uma das aplicações mais interessantes em termos de prototipagem, o Google Blocks. Ainda em fase de experimentação – bastante limitado, mas promissor – é um construtor de formas e objetos em 3D utilizando a Realidade Virtual.

O objetivo do projeto é criar um extenso e compartilhado banco de dados que podem ser utilizados para jogos, sites, ou qualquer outro uso. Ou seja, um campo de infinitas possibilidades para criar protótipos. O próximo passo da gigante de tecnologia é fazer com que as pessoas “populem” a plataforma com suas próprias criações.

Esperamos que com essas ferramentas você desenvolva não só sua capacidade criativa como também comece a exercitar sua capacidade de execução. Dessa forma, a etapa da prototipagem será feita com ferramentas adequadas e que suprem todas as necessidades.


Se você está buscando na prática aprender o modelo mental necessário para testar rapidamente suas ideias e criar soluções inovadoras, com foco nas pessoas, conheça nosso curso de Design Thinking.

<p>Conheça as tendências e o cenário da inovação no ramo saúde</p>

Como novas tecnologias impactam o cooperativismo de saúde

Conheça as tendências e o cenário da inovação no ramo saúde


O ano de 2020 foi de reinvenção para o setor da saúde. Cooperativas e empresas do setor precisaram se adaptar e a tecnologia foi crucial para atender às medidas de isolamento social da pandemia. O número de startups de saúde, as chamadas “healthtechs”, também demonstra a mudança no setor: saltou de 248 para 542 startups, entre 2018 e 2020, segundo dados do Distrito HealthTech Report 2020. Um crescimento de 118% e que tem tudo para continuar acelerado em 2021.

Embora a inovação e a tecnologia já venham impactando muitos setores da economia, na saúde as transformações são ainda mais significativas por haver uma grande barreira cultural. Afinal, a medicina é algo milenar, cheia de princípios e, principalmente, regulamentações. Romper paradigmas neste contexto não é algo simples. Mas, com a pandemia, a digitalização era mais que necessária.

Um exemplo disso é a telemedicina, cuja tecnologia já existia - a Unimed-BH, por exemplo, trabalhava nesse projeto desde 2018 - mas só foi, de fato, acelerada em 2020. Na pandemia, ela se tornou a melhor opção para quem precisava de uma consulta, evitando aglomerações nos hospitais.

Além disso, o crescimento das healthtechs também representa um ganho para as organizações mais tradicionais do setor. Isso porque as startups promovem a redução de burocracias e melhoria da gestão. Cerca de 25% das healtechtechs, segundo o Distrito HealthTech Report 2020, estão focadas na gestão de clínicas, hospitais e laboratórios.

Uma coisa é fato: a tecnologia veio para ficar e transformar o setor. Por isso, preparamos este post para mostrar tendências que agora são realidade no ramo saúde. E vamos mostrar também que as cooperativas brasileiras de saúde estão inovando e se adaptando ao novo contexto. Acompanhe!

Telessaúde

Os principais exemplos da digitalização na saúde são a telessaúde e a telemedicina, que se referem ao uso de tecnologias da informação para atendimentos e consultas. Enquanto durar a pandemia, os médicos brasileiros têm autorização para atender de forma virtual. É o que dizem tanto a Portaria nº 467, do dia 20 de março de 2020, quanto a Lei nº 13.989, de 15 de abril de 2020, publicadas pelo governo.

Depois, em 20 de agosto de 2020, o Diário Oficial da União (DOU) trouxe também a promulgação de um complemento à Lei nº 13.989. O novo trecho diz que a regulamentação da telemedicina poderá ser feita pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) após o período de crise causada pelo novo coronavírus. Portanto, tudo indica que a telemedicina fará parte da saúde brasileira de forma definitiva.

O crescimento desse serviço tem sido exponencial. A startup Docway, que tem como clientes Seguros Unimed, Unimed Fesp, SulAmérica e outras, registrou crescimento de 600% no faturamento em 2020. Ao longo do ano passado, foram registrados mais de um milhão de atendimentos na plataforma, sendo 35% das consultas relacionadas à Covid-19.

A Unimed-BH, cuja área de inovação já vinha estudando e planejando a telemedicina há dois anos, conseguiu disponibilizar sua plataforma logo no início da pandemia. Inicialmente, a plataforma era apenas para consultas relacionadas à Covid-19. Depois, em decorrência do decreto que regulamentou a telemedicina, a funcionalidade foi ampliada para outras especialidades.

Como resultado, a Unimed-BH conseguiu reduzir em mais de 60% a movimentação em suas unidades de Pronto Atendimento. Mais de 570 consultas chegaram a ser realizadas num único dia, totalizando mais de 14 mil consultas no total entre março e junho de 2020. Mais de 12 mil clientes passaram por telemonitoramento no mesmo período.

Na Central Nacional Unimed (CNU), a telemedicina tem sido aliada em suas diferentes modalidades: teleorientação, teletriagem, telemonitoramento e teleconsulta. Entre março e junho de 2020, a célula de atendimento a distância já havia realizado 1,4 mil teleconsultas, feito 8,5 mil teleorientações, colocado em telemonitoramento 3 mil beneficiários e outros 20 mil doentes crônicos.

É importante ressaltar que o uso da telessaúde não se restringe à pandemia ou apenas ao atendimento clínico geral. Algumas especialidades também se beneficiam da tecnologia. A Unifop, que atende às áreas de psicologia, nutrição e fonoaudiologia, criou sua própria plataforma a partir de uma intercooperação com a Lyseon Tech Cooperativa de Trabalho e Soluções Tecnológicas. Como resultado, além da retomada dos atendimentos, a cooperativa ganhou a possibilidade de expansão geográfica da base de clientes.

Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial (IA) tem sido muito difundida nos últimos tempos e, de forma resumida, consiste num agrupamento de tecnologias que permite que um sistema consiga aprender conceitos. Para que isso aconteça, os sistemas são abastecidos por uma grande quantidade de dados, possibilitando o aprendizado e a ampliação dos seus conhecimentos e capacidades.

Na saúde, a IA é uma aliada para facilitar diversos processos do cotidiano. Por exemplo, ela tem capacidade, entre outras coisas, para:

  • Analisar dados e auxiliar no diagnóstico mais preciso de doenças e na recomendação de tratamentos;
  • Armazenar e checar dados na nuvem, além de melhorar a base de dados;
  • Aprimorar terapias e dispositivos;
  • Gerar notificações instantâneas sobre mudanças no estado de saúde de um paciente; de maneira instantânea;
  • Melhorar cirurgias com uso de robôs e assistentes virtuais.

O IBM Watson é um exemplo de IA que vem sendo utilizada na saúde. Ele é capaz de escanear livros de exames para aprender os princípios básicos de diagnósticos e analisar os confusos dados em data centers de saúde. Dessa forma, já se fala que, um dia, o Watson poderá ajudar a compensar a falta de médicos nos hospitais, otimizando o processo de diagnósticos dos pacientes.

A IA também tem sido utilizada por companhias de biotecnologia e farmacêuticas, que usam algoritmos de aprendizado de máquina para reduzir o ciclo de desenvolvimento dos medicamentos. Recentemente, pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram uma IA que consegue reconhecer e diagnosticar pacientes com Covid-19 apenas analisando o som da tosse.

No Brasil, a Unimed Grande Florianópolis implantou o Robô Laura nas unidades de internação clínica e cirúrgica, para que o monitoramento e os cuidados dispensados aos pacientes passassem a ser compartilhados entre todos os profissionais. O robô consegue identificar quais são os pacientes que apresentam maior risco de deterioração clínica por meio do monitoramento dos sinais vitais e, dessa maneira, assegura que eles irão receber eventual intervenção mais precocemente.

O Robô Laura é uma solução de IA que trouxe diversos benefícios aos pacientes e cooperados. Em três meses de implantação, o robô monitorou 605 pacientes, gerou 5.640 alertas, aumentou em 30% a quantidade de alertas atendidos em até uma hora e em 55% os atendidos em até três horas. Com isso, a proporção de atendimentos realizados a partir de pelo menos um alerta é de 51%.

Registro Eletrônico de Saúde (RES)

O uso da IA na saúde está diretamente ligado aos dados, o que nos leva a outra tendência: o Registro Eletrônico de Saúde (RES). Ele permite a criação de prontuários eletrônicos e uma espécie de ficha única da pessoa, incluindo não só os exames laboratoriais, mas todo o histórico detalhado e universal do paciente.

Portanto, rastreia todo o ciclo e percurso do paciente e faz com que qualquer profissional tenha a capacidade de trabalhar em coordenação com uma equipe, sem precisar recorrer a meios de papéis, arquivos físicos etc.

Na Unimed Regional Maringá, por exemplo, o RES é uma plataforma que permite o armazenamento e compartilhamento de toda a cadeia envolvida no atendimento dos beneficiários, por meio da interoperabilidade entre sistemas, garantindo uma melhor gestão das informações de saúde. O desenvolvimento da iniciativa começou em 2019 a partir da parceria da Unimed Regional Maringá com a Unimed Central de Serviços - RS, que resultou na criação do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP).

Um ponto importante quando falamos de dados é a legislação. Todas as informações e dados pessoais dos pacientes precisam estar pautadas nas regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), tendo como ponto principal o aceite do paciente em compartilhar esses dados com a cooperativa, sua rede de atendimento e cooperados. Inclusive, entre as bases legais que permitem o tratamento de dados pessoais está: “para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária”.

Internet das Coisas Médicas

O mercado de Internet das Coisas Médicas (Internet of Medical Things - IoMT, em inglês) também vem crescendo, segundo estudo da Deloitte. Estamos falando principalmente de apps e wearables para o monitoramento da saúde, que devem crescer a uma taxa significativa. Além de monitorar os pacientes em suas casas, as inovações em sensores e comunicações sem fio permitem que os pacientes sejam monitorados enquanto estão em trânsito. 

Com a IoMT, os pacientes fazem todas as atividades que precisarem estando conectados aos seus cuidadores. Nos próximos anos, as soluções de rede avançadas aumentarão o potencial do IoMT e oferecerão uma oportunidade para os pacientes gerarem dados em tempo real, que permitirão tratamentos mais ativos e eficientes, melhorando a capacidade da medicina de lidar com condições crônicas.

Como a tecnologia evolui cada vez mais, os serviços que oferecem soluções de monitoramento também evoluem consideravelmente, sejam relógios inteligentes ou aplicativos para smartphone. É possível monitorar os dados de saúde de pacientes com doenças crônicas, como diabéticos, medindo os níveis de açúcar no sangue ou a quantidade de oxigênio no sangue em casos de doenças respiratórias.

Até 2023, o mercado prevê que o setor de dispositivos vestíveis, os wearables, atinja um valor de mercado de US$ 27 milhões.

Experiência do paciente

Ao longo deste post, falamos bastante de tecnologia e os seus impactos na saúde. Mas como fica a experiência do paciente?

Por um lado, temos ferramentas tecnológicas que facilitam uma abordagem mais personalizada de consultas e tratamentos, economizando tempo e recursos tanto de pacientes como de médicos e prestadores de serviços de saúde.

Mas, por outro lado, o fácil acesso aos meios digitais permite que os pacientes busquem mais informações de saúde disponíveis na internet, redes sociais e aplicativos. Este comportamento demanda mais transparência nas conversas e avaliações clínicas, maior atenção às leis e regulamentos de proteção de dados e novas estratégias para aumentar a confiança e construir melhores relacionamentos com os pacientes e beneficiários.

O resultado é uma nova dinâmica entre pacientes, médicos e cooperativas de saúde. Agora, mais do que nunca, é necessário mudar o olhar sobre a cadeia de saúde e colocar o paciente no centro. Afinal, o paciente está cada vez mais empoderado e consciente de sua jornada de saúde. Eles estão cada vez mais criteriosos e esperam um serviço de qualidade, conveniente e, de preferência, personalizado.

Além disso, não podemos esquecer do conceito “High Tech/High Touch”, que está ligado ao fato de que, ao mesmo tempo que a tecnologia aproxima e facilita o atendimento, ela também pode tornar as relações mais frias. Por isso, é importante o desenvolvimento de habilidades interpessoais com comunicação centrada no paciente, a fim de criar experiências positivas.

Ciente de todo esse cenário, a Seguros Unimed lançou um Super App para melhorar a experiência digital dos seus mais de 6 milhões de beneficiários, reunindo todos os serviços em um só lugar. “O Super App não é apenas a unificação dos nossos demais aplicativos, mas sim uma implantação de mais funções. É a primeira seguradora do Brasil a ter um Super App dessa forma”, afirma Henrique Dias, superintendente de Marketing e Produtos da Seguros Unimed.

Acesse o Radar da Inovação para conhecer essa e outras iniciativas no ramo Saúde. Veja também o e-book sobre "Telessaúde" e saiba como colocar em prática o atendimento a distância.

Neste post, vimos 5 tendências latentes para a saúde, mas há outros tópicos que também merecem atenção por parte das cooperativas de saúde, como: cuidados preventivos, aplicativos e wearables para o monitoramento da saúde, envelhecimento ativo, abordagem holística, saúde mental, entre outros. É importante estarmos com radar ligado para acompanharmos todas as transformações do nosso contexto.

Até o próximo conteúdo!

 

 

 

<p>Conheça o panorama da agricultura digital no Brasil e as inovações das cooperativas agro </p>

Agricultura digital: inovação para os produtores rurais

Conheça o panorama da agricultura digital no Brasil e as inovações das cooperativas agro 


A tecnologia avança cada vez mais na agricultura do Brasil. Prova disso é que 84% dos agricultores entrevistados numa pesquisa da Embrapa já utilizam ao menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção agrícola. A pesquisa, que contou com 750 participantes, foi realizada em parceria com o Sebrae e o Inpe.

Termos como sensores, drones, big data, gerenciamento de dados e tantos outros são cada vez mais comuns no agro brasileiro. Por isso, não há dúvidas de que a agricultura digital passou a contribuir de forma significativa para o aumento da rentabilidade e produtividade no campo.

Pensando nisso, o objetivo deste post é apresentar o que é a agricultura digital, as aplicações, o panorama do uso das tecnologias no país e alguns exemplos de cooperativas agropecuárias que vêm apostando em tecnologia e inovação.

O que é agricultura digital

Podemos resumir a agricultura digital ou agricultura 4.0 como um conjunto de tecnologias que auxiliam o produtor nas mais diversas atividades rurais. Um exemplo são os softwares e dispositivos que coletam e analisam dados sobre a lavoura para basear decisões estratégicas.

Quando falamos de dados, estamos nos referindo a informações sobre clima, solo, lavoura, equipamentos etc. Com essas e outras informações, os sistemas de gerenciamento de dados conseguem entender todas as variáveis e, assim, propor as melhores soluções, como pulverização, adubação em taxas variáveis, planejamento mais preciso na aplicação de defensivos, entre outras soluções.

Portanto, os serviços ficam muito mais precisos e as decisões passam a ser tomadas com base em dados reais, além de possibilitar que o produtor saiba o exato momento e a quantidade certa de recursos a ser utilizada. Então, quanto mais tecnologia, mais previsibilidade para o produtor, que pode ter mais produtividade sem necessariamente aumentar a área de sua lavoura.

Isso tudo nos remete à chamada agricultura de precisão, termo que surgiu antes da agricultura digital. Na verdade, a agricultura digital é uma derivação ou a evolução do conceito de agricultura de precisão, conforme explica Antônio Luis Santi, professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão da UFSM.

“A agricultura de precisão surgiu no final da década de 1990, trazendo uma bagagem de softwares, sensores e de atuadores ao agricultor. Com a evolução da tecnologia, em 2017, por meio da chegada das imagens via satélite, da evolução da internet, nós assistimos a uma nova revolução digital: os algoritmos gerados por plataformas começaram a cruzar as informações geradas no campo pela agricultura de precisão e a integrar os dados e a gerar índices”, explicou o professor ao blog da Climate Fieldview.

Portanto, a agricultura digital veio para melhorar o que a agricultura de precisão já faz, que é entender a variabilidade do solo e, a partir disso, evoluir e compreender o cenário da planta dentro do sistema produtivo. “A agricultura digital é uma quebra de paradigma, pois o olhar agronômico não fica mais generalizado”, completa o professor.

Principais aplicações e tecnologias

Para ser viabilizada, a agricultura digital demanda automatização, tecnologia de ponta e análise de dados. Esse tripé garante, entre outras coisas, a melhora da produtividade agrícola, a eficiência na utilização de insumos, o aumento da segurança dos trabalhadores e a redução de custos e impactos ambientais.

A seguir, listamos algumas aplicações que viabilizam a agricultura digital:

Esses são apenas alguns exemplos de tecnologias já utilizadas no setor atualmente. Se usadas corretamente, elas ajudam as cooperativas a otimizar todo o processo ao longo da cadeia produtiva, reduzindo perdas e aumentando a produtividade. Por exemplo: se houver infestação de pragas na sua plantação, o produtor consegue, por meio de sensores, identificar o local exato que foi infestado. Assim, ele abre a pulverização somente nesses locais específicos, trazendo economia e eficiência.

Por falar em economia, outro exemplo são os sistemas de irrigação inteligente. A água é aplicada ao solo de acordo com a necessidade hídrica da planta. Aplicativos e softwares determinam, sem desperdício, a quantidade de água a ser aplicada por meio de dados coletados por sensores.

Mas lembre-se: nem sempre é necessário adquirir equipamentos com tecnologia de ponta para adotar a agricultura digital. Celulares, tablets e computadores com acesso à internet já possibilitam o uso da agricultura digital por meio de aplicativos e softwares. Além disso, o produtor deve saber qual problema tem de resolver. Só assim poderá saber qual tecnologia deve aplicar.

Panorama da agricultura digital no Brasil

Agora que você já sabe o que é agricultura digital, chegou a hora de conhecer melhor esse mercado no Brasil. Para isso, vamos apresentar alguns dados da pesquisa realizada pela Embrapa em parceria com o Sebrae e o Inpe, que contou com mais de 750 participantes entre produtores rurais, empresas e prestadores de serviço - destes últimos, mais da metade atua de alguma forma associada a cooperativas ou outras entidades ligadas ao produtor.

O estudo mostrou que boa parte dos produtores rurais que participaram da pesquisa já utiliza aplicações a partir de sensores remotos e de campo, eletrônica, aplicativos ou plataformas digitais para fins específicos em uma cultura ou sistema de produção.

Veja alguns números de destaque da pesquisa:

  • 84% dos produtores rurais utilizam pelo menos uma tecnologia digital no processo produtivo;
  • 68% adquiriram e fazem uso de tecnologia digital por conta própria;
  • 31% tiveram acesso aos serviços por meio de terceiros, como cooperativas e associações.

Sobre as tecnologias digitais mais utilizadas, a pesquisa revelou que:

  • 70,4% usam a internet para atividades gerais da propriedade;
  • 57,5% usam aplicativos como WhatsApp e Facebook para comercialização;
  • 22,2% usam aplicativos ou programas de gestão da propriedade;
  • 20,4% usam GPS;
  • 17,5% usam imagens de satélite, avião ou drone;
  • 16,3% possuem sensores instalados no campo.

O pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (SP) e coordenador do estudo, Édson Bolfe, destaca um número que mostra a tendência de alta da agricultura digital: 95% dos produtores desejam mais informações sobre o assunto. Além disso, ele vê como áreas com tendência de crescimento aquelas voltadas para o bem-estar animal, citada por 21,2% dos respondentes; e para certificação e rastreabilidade dos alimentos, mencionada por 13,7% deles.

Para a pesquisadora do Inpe, Ieda Sanches, o levantamento evidencia também um interesse bastante relevante em várias soluções para a agricultura que podem ser viabilizadas com a ajuda do sensoriamento remoto, tanto aéreo quanto orbital. São aplicações para detecção e controle de plantas daninhas, pragas e doenças, falhas de plantio e para estimativa de produção e produtividade.

De fato, a pesquisa demonstra uma mudança no setor e uma tendência de transformações ainda maiores. “É a nova agricultura. Existe uma projeção para 2030 indicando que haverá uma intensa revolução no campo e ela já começou”, comenta Francisco Severino, gerente técnico corporativo da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana). A cooperativa firmou parceria com a Embrapa no fim de 2019 para inovar no modelo de trabalho, melhorando a produtividade e, consequentemente, a renda dos produtores, com o uso de tecnologia blockchain e soluções em sensoriamento remoto.

Além de apoiar a produção, as soluções digitais também apoiam a área comercial: 40,5% dos agricultores já utilizam tecnologias digitais para atividades de compra e venda, como é o da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc). Por meio da parceria com startups de Salvador e São Paulo, eles estão conseguindo chegar a novos mercados e reverter uma queda de mais de 70% nas vendas, causada pela pandemia em 2020.

Obstáculos a serem superados

Por outro lado, algumas barreiras ainda desestimulam a agricultura digital. Os resultados indicam que, para 67,1%, o valor do investimento para a aquisição de equipamentos e aplicativos assusta o agricultor. A questão aparece à frente de problemas estruturais (mencionados por 61,4% dos profissionais), como a qualidade de conexão na área rural. No entanto, já existem soluções acessíveis no mercado, que podem ajudar o produtor no início da jornada de agricultura digital.

Segundo a Embrapa, pequenos e médios produtores ainda dependem muito de políticas públicas que favoreçam a inserção de tecnologias como essa. Uma alternativa apontada é a adoção da tecnologia via cooperativas e prestadores de serviço, que poderão atender vários grupos de uma região.

Visando ampliar a disseminação da agricultura digital no país, foi criada, em 2019, a Câmara do Agro 4.0, resultado de uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) faz parte do Conselho Superior da iniciativa ao lado de representantes do Mapa, do MCTIC e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Veja aqui mais informações sobre a Câmara do Agro 4.0.

Outra novidade recente, no sentido de levar mais conectividade ao campo, são as duas leis publicadas pelo governo federal após mobilização da OCB e de outras entidades do agro e do setor telecom. São elas:

  • Lei nº 14.109/2020, que trata da utilização de recursos do Fust para conectividade rural;
  • Lei nº 14.108/2020, sobre desoneração da internet das coisas.

Para o Sistema OCB, as novas legislações garantem um ambiente favorável para o avanço da conectividade rural, considerando que um dos grandes empecilhos para a implantação de infraestrutura de internet no campo era justamente o fomento a projetos com essa finalidade, por meio de financiamentos com custo acessível.

Com o incentivo a diferentes arranjos produtivos para essa atividade, as novas legislações vão estimular consequentemente o fortalecimento das cooperativas de telecom, além, é claro, de promover a agricultura digital nas cooperativas agro.

Inovação nas cooperativas agro

Para completar o panorama da agricultura digital, destacamos algumas iniciativas dentre as várias existentes no cooperativismo atualmente. A Coopercitrus, por exemplo, agregou novas soluções em seu portfólio de serviços de agricultura de precisão, levando seus cooperados para o que ela já chama de “Agricultura 5.0”.

Entre os serviços disponíveis estão:

  • Mapeamento de áreas por satélite;
  • Análise de solo georreferenciada;
  • Aplicação de insumos agrícolas a taxas variáveis;
  • Pulverização localizada com drones;
  • Tecnologias para plantio, irrigação e pulverizações com alta precisão.

Com um departamento exclusivo para a área de Tecnologia Agrícola, a Coopercitrus mantém um time de profissionais dedicados a viabilizar as inovações para os produtores, elaborando projetos, fazendo a prestação dos serviços e análise de informações. Essa política contribui para que os cooperados, principalmente pequenos e médios, tenham acesso às principais inovações do mercado em suas propriedades.

E para facilitar ainda mais o acesso a esses recursos, a cooperativa disponibiliza o aplicativo Coopercitrus Campo Digital para que os cooperados possam conhecer as soluções disponíveis e solicitar a aplicação em sua propriedade, direto pelo celular ou pelo computador.

Da região Sul, podemos destacar o exemplo da Fundação ABC, instituto de pesquisa agropecuária privado mantido pela intercooperação de Frísia, Castrolanda e Capal. Ela implantou um campo experimental de agricultura inteligente para orientar seus mais de 5 mil associados de cooperativas parceiras na escolha e utilização de novas tecnologias.

Numa área batizada de “ABC Smart Farming”, a Fundação ABC decidiu aplicar as soluções em campo para a próxima safra verão em uma área de 29,15 hectares, no município de Ponta Grossa (PR). Os pesquisadores mediram a condutividade elétrica do solo, o que permitiu entender os tipos de solo presentes na área, bem como definir os pontos de coleta para análise.

Com resultados apurados através de algoritmos, foi possível entender a variedade de textura da área, de umidade e também os teores de fertilidade do solo. A Fundação também fez a captação de imagens espectrais do solo, para verificar a quantidade de matéria orgânica através de um aparelho e algoritmo desenvolvido pela própria instituição.

Por fim, vale lembrar que o case vencedor do Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2020 na categoria Inovação é do cooperativismo agro: Avance Hub, da Coplacana. O hub de inovação surgiu porque a Coplacana era muito assediada por fornecedores ofertando novos produtos e serviços. Ao mesmo tempo, se via no desafio de acompanhar o boom das tecnologias no campo e saber selecionar as que realmente faziam sentido para seu cooperado.

Dessa forma, o projeto surgiu para lidar com essas demandas, garantindo uma visão estruturada da inovação e apoiando a cooperativa na seleção de produtos e serviços inovadores, inclusive testando e validando cada uma deles.

Afinal, como alertamos ao longo do texto, há várias tecnologias e inovações disponíveis, mas o primeiro passo da cooperativa é entender a sua real necessidade no campo. Só assim poderá escolher a melhor solução e fazer os investimentos necessários, de forma consciente.

<p>Posição do país no Índice Global de Inovação mostra que é preciso inovar mais</p>

O cenário da inovação no Brasil e no cooperativismo

Posição do país no Índice Global de Inovação mostra que é preciso inovar mais


Você nunca ouviu falar tanto sobre inovação como nos últimos tempos. Não só no cooperativismo como em todos os setores da economia. É, de fato, um movimento em ascensão no Brasil, mas ainda com um longo caminho pela frente.

Neste blogpost, vamos entender o estado da inovação no Brasil e no cooperativismo: sua importância, estado atual e lacunas a serem preenchidas.

Começaremos por um dos indicadores mais abrangentes sobre o tema, que é o Índice Global de Inovação (IGI), de 2020. Nele, o Brasil é apenas o 62º colocado no ranking que abrange 131 países, o que representa um ganho de quatro posições em relação a 2019. Quando olhamos apenas para os países da América Latina e Caribe, o Brasil aparece somente na 4ª posição entre as 37 nações, ficando atrás de Chile (54º), México (55º) e Costa Rica (56º).

Por isso que, para muitos especialistas, a posição do Brasil no ranking de inovação é incompatível com o fato de o país ser a 9ª maior economia do mundo. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, por exemplo, é um dos que afirmam que o Brasil continua numa posição abaixo de seu potencial.

“Precisamos melhorar o financiamento à inovação, fortalecer parcerias entre governo, setor produtivo e academia, estruturar políticas de longo prazo e priorizar a formação de profissionais qualificados”, disse Andrade ao portal da CNI.

A importância do Índice Global de Inovação (IGI)

O IGI é uma ferramenta imprescindível para comparar o Brasil com os países mais inovadores do mundo. Atualmente, o top 10 do ranking é formado por: Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Singapura, Alemanha e Coreia do Sul.

De forma macro, é importante olhar para o IGI porque ele vem se tornando um instrumento quantitativo essencial para auxiliar em decisões globais, estimular a atividade inovadora e impulsionar o desenvolvimento econômico e humano.

Composto por 80 indicadores de 30 fontes internacionais públicas e privadas, o ranking é divulgado anualmente, desde 2007, pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI ou WIPO, na sigla em inglês), em parceria com a Universidade de Cornell e a Insead. No Brasil, a CNI, por meio da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), é parceira na produção e divulgação do IGI desde 2017.

Em sua última edição, em 2020, o estudo mostrou que Brasil, México e Argentina abrigam empresas globais de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e estão entre as primeiras 10 economias de renda média no critério qualidade da inovação. Destacou também que Chile, Uruguai e Brasil produzem altos níveis de artigos científicos e técnicos, com o Brasil tendo também um alto impacto em matéria de patentes.

O estudo também pontuou que os 100 melhores clusters de Ciência e Tecnologia estão localizados em 26 economias, seis das quais (Brasil, China, Índia, Irã, Turquia e Rússia) são de renda média. O IGI 2020 destacou o cluster de São Paulo entre os 100 melhores do mundo.

Além disso, a pesquisa constatou que a pandemia desencadeou uma paralisação econômica global sem precedentes, atingindo também o panorama de inovação no mundo. Ao comentar o resultado, a CNI afirmou que o papel da inovação se mostra cada vez mais imprescindível diante de um período de incertezas e de retração na economia provocadas pela pandemia.

Por fim, o estudo lembra que a maioria das economias que subiram na classificação do IGI ao longo do tempo se beneficiaram de sua integração em cadeias de valor e redes de inovação. China, Vietnã, Índia e Filipinas são exemplos importantes. Além disso, a atual conjuntura causada pela Covid-19 mostrou que a cooperação, não só nacional mas também internacional, é uma ferramenta poderosa em prol da inovação. E de cooperação o nosso setor entende bem.

A inovação dentro das organizações 

Além de olhar a situação do país de forma geral, é importante analisar a inovação dentro das organizações. Por isso, trouxemos aqui outro estudo relevante: a Pesquisa de Inovação (Pintec) 2017, que o IBGE divulgou em 2020 com dados sobre o esforço de empresas dos setores da indústria, serviços, eletricidade e gás, entre 2015 e 2017, para a inovação de produtos e processos.

No período de 2015 a 2017, das 116.962 empresas brasileiras analisadas pelo estudo, 33,6% delas fizeram algum tipo de inovação em produtos ou processos. A taxa, porém, é inferior aos 36% registrados no triênio anterior, de 2012-2014.

Por outro lado, pela primeira vez na série histórica da Pintec, os investimentos em inovação ficaram à frente de aquisição de máquinas e equipamentos: R$ 25,6 bilhões foram para atividades internas de pesquisa e desenvolvimento (P&D); R$ 21,2 bilhões foram aplicados na aquisição de máquinas e equipamentos; e mais R$ 7 bilhões na aquisição externa de P&D.

Embora os dados da Pintec sejam de 2017, eles são muito relevantes porque trazem uma semelhança com o nosso período atual. O gerente responsável pela pesquisa, Flávio Peixoto, lembra que no período entre 2015 e 2017 houve recessão econômica no país, com a redução do apoio do governo à inovação por meio de linhas de financiamento. “O apoio público é muito importante. Quando esse apoio diminui, existe grande tendência de as empresas também diminuírem suas atividades inovativas”, afirma Peixoto.

Prova disso é que, de acordo com o IBGE, os riscos econômicos excessivos ganharam importância para as empresas inovadoras e se configuraram, para 81,8% das organizações consultadas, como o principal obstáculo para inovar.

“A inovação é uma decisão estratégica e de longo prazo da empresa. É um fenômeno que custa a aparecer. Tem maturação longa em vários aspectos. No momento em que a empresa se depara com riscos econômicos, é muito natural que ela retraia os seus investimentos em inovação”, afirma o gerente da pesquisa.

Ao mesmo tempo, a inovação também pode ser a principal solução para superar uma crise como a causada pela Covid-19. De acordo com a Strategy&, consultoria estratégica da PwC, é a inovação que tem ajudado a maioria das empresas brasileiras a superarem a crise. A conclusão faz parte da pesquisa que baseou a elaboração do ranking das 150 empresas mais inovadoras do país, que faz parte do anuário Valor Inovação Brasil 2020.

A pesquisa ouviu 214 organizações, que juntas somam investimento de R$ 65 bilhões por ano em inovação, e mostrou que 96% delas disseram que a inovação está ajudando a companhia a enfrentar a crise da Covid-19.

“A inovação cresceu em relevância para as empresas. Ao todo, 64% das empresas consideram a inovação entre as três prioridades de investimento”, afirmou Gerson Charchat, sócio da Strategy&, em publicação do Valor Econômico.

E como anda a inovação no cooperativismo?

No cooperativismo, é notável que nos últimos anos se intensificou um movimento de transformação digital e promoção da inovação. O Radar da Inovação, por exemplo, tem mapeadas dezenas de iniciativas inovadoras de cooperativas de diversos portes e ramos - e o número cresce semanalmente.

Uma pesquisa realizada em 2020 pela Coonecta - Cooperativismo e Inovação com 92 colaboradores de cooperativas apontou que a pandemia de Covid-19 intensificou a inovação e transformação digital. 88% dos respondentes classificaram a transformação digital como um tema com “alto grau de importância” em suas cooperativas, e 64,6% apontaram que as iniciativas de inovação foram aceleradas por conta da pandemia.

Os dados disponíveis sobre inovação no cooperativismo, no entanto, ainda são pouco abrangentes. Não há um levantamento amplo sobre o tema, o que dificulta o entendimento sobre o estado da inovação atual nas cooperativas e também o planejamento de médio e longo prazo para um cooperativismo mais inovador.

É para mudar este cenário que o Sistema OCB, por meio do InovaCoop, está realizando uma abrangente pesquisa para conhecer o cenário de inovação nas cooperativas, além de identificar desafios e oportunidades para seu desenvolvimento. Os resultados vão balizar os próximos passos do Sistema OCB no incentivo à inovação no cooperativismo.

A Checon, empresa especializada e com experiência no cooperativismo, está conduzindo a pesquisa, que estará aberta até dia 29 de janeiro. O questionário não dura mais que 5 minutos e toda e qualquer cooperativa pode responder, tenha ela iniciativas de inovação estruturadas ou não.

“Nós queremos reforçar a necessidade de participação de todas as coops. Pequenas e grandes; as que inovam ou não; do Norte ao Sul do país. Só com ampla adesão conseguiremos um resultado que represente, de fato, o cooperativismo brasileiro”, argumenta o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Clique aqui para acessar o questionário e ajudar o cooperativismo na sua mais ampla pesquisa de inovação.

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