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<p>Você já notou a quantidade de profissões que surgiram com a economia digital? Estamos falando de funções relativamente novas, mas que já ocupam milhões de pessoas, são classes inteiras de trabalhadores que surgiram por conta das novas tecnologias.</p>

Economia digital e as oportunidades para o Ramo Trabalho

Cooperativismo de plataforma, ecossistemas de negócios, educação a distância e sustentabilidade são tendências para as cooperativas de Trabalho, Produção de Bens e Serviços


Você já notou a quantidade de profissões que surgiram com a economia digital? Por exemplo: motorista de aplicativo, entregador de aplicativo, shopper, entre muitas outras. Estamos falando de funções relativamente novas, mas que já ocupam milhões de pessoas. São classes inteiras de trabalhadores que surgiram por conta das novas tecnologias.

Para se ter ideia, um estudo do Instituto Locomotiva de 2019 apontou que 5,5 milhões de brasileiros estão cadastrados como motoristas de aplicativos nos principais apps de transporte de passageiros. Por outro lado, como a plataforma intermedeia a relação entre o consumidor e o fornecedor do serviço, não há uma relação empregatícia ou contrato no formato da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Assim, este contingente não possui acesso aos direitos trabalhistas previstos em nossa legislação, como salário mínimo, limitação de jornada, seguro, férias etc. A relação estabelecida nessas plataformas é empreendedora e autônoma.

O caso dos motoristas de aplicativo é somente um dos exemplos mais visíveis de como novas classes de trabalhadores estão surgindo na economia digital sem direitos mínimos que os amparem. Existem diversos outros setores impactados, como o de hospedagem, entregas e prestação de serviços em geral, para citar apenas alguns.

Além do crescimento de novas profissões que já nascem na informalidade, existe ainda o processo de informalização das profissões já existentes. Para se ter ideia, a informalidade atinge 41,6% dos trabalhadores brasileiros, segundo estudo de 2019 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Essa precarização tem suscitado uma série de preocupações em relação às condições de trabalho, seja de classes tradicionais, seja dos chamados infoproletários. Mas é em meio a esse contexto complexo e de muitas mudanças que as cooperativas do Ramo Trabalho, Produção de Bens e Serviços ganham importância fundamental.

Neste post, vamos entender um pouco mais sobre essa realidade, a reorganização do ramo e quatro tendências que impactam as cooperativas de trabalho. Boa leitura! 

Reclassificação do Ramo Trabalho

Como se sabe, para facilitar a organização e representação, as cooperativas foram divididas em ramos. Desta forma fica mais fácil atuar em favor destes ramos junto aos governos, tribunais de justiça e instituições legislativas.

Até 2019 existiam 13 ramos do cooperativismo no Brasil. Em 2020, após uma avaliação técnica minuciosa dos benefícios para atuação em prol das cooperativas no processo de representação institucional, passou-se para uma estrutura de sete ramos.

Essa modernização vem para simplificar e garantir que o Sistema OCB fique ainda mais próximo da realidade das cooperativas. O ramo que teve a mudança mais significativa foi justamente o do Trabalho, que passou a se chamar Trabalho, Produção de Bens e Serviços.

O novo ramo veio para unificar cooperativas que estavam representadas em diferentes categorias, mas que possuem uma característica comum: prestam serviços especializados a terceiros ou produzem bens.

Após a reclassificação, o ramo ficou ainda mais diversificado. Assim, as cooperativas deste ramo foram subdivididas em treze segmentos: assistência técnica; confecção; consultoria e instrutoria; cultura e lazer; educação; gestão de resíduos; manutenção, conservação e segurança; mineral; produção artesanal; produção industrial; sociais; tecnologia e inovação e outros serviços.

Tendência 1: Cooperativismo de plataforma

Chegou a hora de falar das tendências para este ramo. A primeira que destacamos tem a ver com um tema em alta: cooperativismo de plataforma. Como já se sabe, a economia digital está promovendo profundas mudanças nas relações de trabalho, causando um cenário de precarização.

Tal cenário se deve, em grande parte, ao modelo de organização que mais cresceu na nova economia digital: as plataformas. Elas atuam como intermediadores de transações e têm a capacidade de desregular setores inteiros. E conseguem isso porque criam um ambiente digital confiável que facilita as transações entre produtores e consumidores. Ao fazer isso, permitem que um grande contingente de trabalhadores passe a prestar serviços diretamente aos consumidores.

Então, um consumidor não precisa mais contratar uma empresa para ter acesso ao serviço desejado. Ele contrata diretamente o trabalhador – por meio de uma plataforma. Assim, a relação empresa-trabalhador deixa de ser imprescindível nesse processo. No momento que é substituída pela relação consumidor-trabalhador, os vínculos trabalhistas existentes entre a empresa e o trabalhador deixam de existir.

Quer exemplos? Aplicativos de transporte permitiram que qualquer pessoa com um carro pudesse prestar serviços de transporte de passageiros; aplicativos de delivery ou entregas, que qualquer pessoa com uma moto pudesse prestar serviços de motofrete; e assim por diante.

O custo disso, em muitos casos, tem sido a precarização do trabalho. Como as plataformas se colocam como intermediadoras, os prestadores se habilitam para prestar serviços pela plataforma, de maneira autônoma. Na maioria das vezes seus prestadores de serviços não são contratados como funcionários da plataforma. Vide o caso dos entregadores e motoristas de aplicativo.

É neste contexto que cooperativismo ganha ainda mais importância, pois tem a capacidade de ser a solução para tal realidade, organizando trabalhadores dos mais diversos setores para prestarem serviços de maneira autônoma e coordenada, atentando para os princípios e valores cooperativistas e seguindo o que preconiza a legislação cooperativista.

Vale destacar que as cooperativas não visam lucro, mas a melhoria da qualidade do trabalho e da remuneração de todos.

O ramo tem a capacidade de, realmente, tornar os trabalhadores empreendedores, como ocorre nas cooperativas de plataforma Up&Go (trabalhadoras domésticas), CoopCycle (entregadores) e Stocksy United (fotógrafos), cujos cases estão disponíveis no Radar da Inovação, no InovaCoop.

Estas cooperativas conseguiram, cada qual em seu nicho, criar uma plataforma de uso comum dos trabalhadores para captação dos clientes. Isso se reverte em uma relação mais justa entre plataformas e seus prestadores de serviços. Na Up&Go, por exemplo, o valor recebido pelas faxinas cresceu entre 50% e 85% para as cooperadas e a renda final das trabalhadoras cresceu 20% no primeiro ano de atuação da cooperativa. Além do aumento significativo na renda, as faxineiras passaram a trabalhar uma quantidade de horas adequadas, com controle de horários e equipamentos necessários.

Assim, a tecnologia aliada ao modelo cooperativista permite que os trabalhadores, agora cooperados, entrem nesse mercado em condições melhores e dignas para a geração da sua produção e do seu sustento.

No Brasil, há um grande potencial a ser explorado pelas cooperativas de plataforma, conforme destaca Mário de Conto, doutor em direito e coordenador do projeto de pesquisa Cooperativas de Plataforma e Ambiente Jurídico, aprovado na Chamada Pública CNPQ-SESCOOP 07/2018.

Tendência 2: Ecossistemas de negócios

Podemos dizer, em uma comparação simplista, que as plataformas estão para a revolução digital assim como as fábricas estão para a revolução industrial. E como sabemos, as fábricas da revolução industrial evoluíram para intrincados complexos fabris, como o caso dos famosos hubs automotivos, por exemplo.

No caso das plataformas, podemos dizer, para efeito de comparação, que o equivalente aos hubs industriais são os ecossistemas digitais de negócios. Ou seja: estes ecossistemas são plataformas digitais integradas, nas quais os usuários conseguem consumir serviços e produtos variados em um mesmo lugar.

A consultoria McKinsey estima que este setor pode chegar a 30% de participação na economia mundial até 2025. Para se ter ideia, hoje os ecossistemas de negócios digitais representam entre 1 e 2% da economia.

O ecossistema age como um orquestrador, conectando provedores terceiros a consumidores. A vantagem para o usuário é poder fazer tudo com um mesmo login e forma de pagamento, passando com facilidade de uma oferta a outra, participando de programas de fidelidade e premiação.

E o que as cooperativas do ramo Trabalho, Produção de Bens e Serviços têm a ver com isso? Elas podem participar destes ecossistemas de negócios, organizando a mão de obra para a prestação de serviços.

Um bom exemplo de ecossistema de negócios é a brasileira Magazine Luiza, que cada vez mais está interligando todas as pontas da cadeia varejista para a construção de redes inteligentes de negócios. E como todo varejista online, a empresa tem grande volume de entregas, muitas delas na categoria chamada last mile, ou última milha, que consiste na última etapa de distribuição de um produto. Basicamente, o último trecho percorrido até ele ser entregue.

Em Barcelona, por exemplo, a cooperativa de plataforma Mensakas presta serviços para empresas na categoria last mile. Os entregadores da Mensakas utilizam bicicletas de carga para fazer este trecho urbano da entrega e prestam serviços para outras organizações.

Na prática, entender como participar destes intrincados ecossistemas de negócios, prestando serviços para eles, é uma oportunidade interessante para as cooperativas.

Ming Zeng, presidente do conselho acadêmico de um outro ecossistema de negócios relevante, o Grupo Alibaba, definiu assim o que é a organização: “o Alibaba é o que se obtém quando todas as funções associadas ao varejo são coordenadas on-line numa rede ampla alimentada por dados de vendedores, anunciantes, prestadores de serviços, empresas de logística e fabricantes." Note que, na frase de Zeng, ele lista os prestadores de serviços como elo deste ecossistema.

Tendência 3: Educação a distância

A inesperada pandemia de Covid-19, que se agravou a partir de 2020, exigiu que as cooperativas educacionais se reinventassem. Por conta da necessidade de distanciamento social, escolas dos mais diversos tipos precisaram se adaptar para ministrar aulas 100% online. Desta forma, o ensino a distância, que era uma tendência, se tornou uma realidade não apenas para o período da pandemia, mas também para o pós-pandemia.

As que ainda não haviam se aventurado nessa seara, além dos desafios tecnológicos de adoção de novas ferramentas e metodologias para ensino remoto, se depararam também com um dos grandes desafios da educação online: lidar com o baixo engajamento dos alunos. Uma das pesquisas mais completas sobre o assunto apontou uma taxa de conclusão dos cursos online bastante baixa, entre 5% e 15%.

Estes dados, é importante dizer, consideram cursos online de diferentes tipos, e não apenas de educação formal. No entanto, servem como um indicativo do quão desafiador é o engajamento no ambiente online.

Por outro lado, existem estratégias para lidar com este desafio, como abordado neste e-book sobre “Como criar aulas on-line”, produzido pelo InovaCoop.

Apesar do desafio do engajamento, essas cooperativas também se depararam com o lado positivo dos cursos on-line, entre eles: novos recursos para interação e análise de dados de engajamento; possibilidade de, passada a pandemia, o ensino online ser um complemento ao presencial, adotando aulas no formato híbrido; possibilidade acessar públicos de outras regiões; facilidade do formato assíncrono, que permite ao aluno acessar os materiais quando e onde quiser.

O Colégio Pró-Uni foi uma das cooperativas que se deparou com o desafio do ensino online. Depois de muitos aprendizados e desafios, o colégio sinalizou que, caso seja permitido após a pandemia, pretende adotar aulas no formato híbrido, ou seja, parte presencial, parte online.

A Cooplem, uma escola de ensino de idiomas com sede no Distrito Federal, depois de alguns desafios de implantação das aulas online, também obteve bons resultados com a modalidade. A cooperativa conseguiu 451 novos alunos nos primeiros seis meses de operação da plataforma EAD.

A expectativa é de que, além de compensar a perda de alunos, a plataforma reduza os custos operacionais que a cooperativa teria para atender à mesma quantidade de alunos em sedes físicas e, assim, proporcione maiores sobras aos cooperados.

É importante ressaltar que a aparente oposição entre aula online e presencial nem sempre é uma verdade. Afinal, as duas modalidades, em alguns casos, podem conviver ou se complementar, como no caso do ensino híbrido. Por isso que a educação à distância, em alguns segmentos do ensino, veio para ficar e tem se estabelecido como mais uma ferramenta para incrementar o processo de aprendizagem.

Tendência 4: Sustentabilidade

A pandemia contribuiu para acelerar a reflexão dos consumidores sobre a importância do consumo mais consciente e responsável, de bens mais duráveis e que geram menos resíduos, bem como de produtos locais. A tendência é que governos, consumidores e parceiros cobrem por ações mais responsáveis dos negócios, que tendem a investir em economia circular, logística reversa e rastreabilidade.

Essa realidade é apontada por consultorias como a McKinsey, cujas pesquisas demonstram uma preferência cada vez maior por trabalhar e consumir de organizações que não visam exclusivamente ao lucro, mas que tenham, acima de tudo, propósito e valores bem definidos.

Portanto, neste cenário, ponto para as cooperativas. Afinal, as cooperativas do ramo têm potencial para atender às exigências crescentes quanto à sustentabilidade da cadeia de suprimentos das organizações. Isso porque elas estimulam negócios locais, garantem rastreabilidade da cadeia e condições adequadas aos trabalhadores.

No norte do Mato Grosso, por exemplo, a Coogavepe (Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto de Azevedo) conseguiu desenvolver um sistema para controle e rastreabilidade do minério de ouro comercializado pelos garimpeiros junto aos postos de compras de ouro das Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs).

Antes da organização da atividade garimpeira em cooperativa, eram documentados apenas 300 kg de ouro por ano. Com a organização dos cerca de 6 mil garimpeiros na Coogavepe e com o sistema de rastreabilidade, a cooperativa conseguiu documentar uma produção anual de 6 toneladas de ouro. Dessa forma, gerou desenvolvimento para garimpeiros e comunidades, além de mais recursos aos cofres públicos.

Além da rastreabilidade, a cooperativa mineral orienta os garimpeiros desde o início de todo o processo de mineração sobre as melhores práticas legais e de preservação dos recursos ambientais. Também investe em educação ambiental, replantio de árvores nativas em áreas que foram garimpadas e transforma cavas em tanques para criação de peixes, o que contribui para diversificação econômica na região. As práticas ambientais da cooperativa foram reconhecidas em primeiro lugar na categoria Desenvolvimento Sustentável, da 10ª edição do Prêmio SomosCoop – Melhores do Ano, realizado em 2016 pelo Sistema OCB.

<p>Uma semana repleta de conteúdos exclusivos, focados em oportunidades para sua coop nos mercados nacionais e internacionais.</p><p><br></p>

Vem aí a Semana ConexãoCoop

Uma semana repleta de conteúdos exclusivos, focados em oportunidades para sua coop nos mercados nacionais e internacionais.


O Sistema OCB quer que a sua cooperativa voe cada vez mais alto, desbrave novos mercados, amplie os horizontes e descubra caminhos ainda melhores para se destacar nos negócios. Pensando nisso, criou um site onde é possível encontrar tudo o que sua coop precisa para alcançar seus objetivos. Estamos falando do ConexãoCoop – uma plataforma de negócios do cooperativismo brasileiro.

O lançamento desse novo site repleto de informações e novidades sobre economia, novos mercados e intercooperação, vai ocorrer durante a Semana ConexãoCoop, já confirmada para ocorrer entre os dias 26 e 30 julho.

Serão 5 dias com lives, palestras e workshops com grandes convidados como José Salibi Neto, cofundador da HSM, Diego Barreto, vice-presidente do iFood, e Juan Jensen, economista e sócio da 4eintelligence, entre outros, que  trarão trazer novidades sobre os cenários nacional e internacional. E você vai conhecer todos os materiais e serviços gratuitos do Sistema OCB que ajudarão sua coop a ir ainda mais longe.

Para conhecer todos os detalhes da programação, clique aqui.

<p>Conheça os 10 desafios selecionados para o mais novo programa de inovação do cooperativismo brasileiro!</p>

InovaCoop Conexão com Startups conclui seleção do programa

Conheça os 10 desafios selecionados para o mais novo programa de inovação do cooperativismo brasileiro!


A OCB acaba de divulgar a lista dos 10 desafios que participação da primeira edição do programa Inovacoop Conexão com Startups. A ideia é que, com base na inovação aberta, ou seja, que ocorre com parcerias ou intercooperação, as coops possam aumentar a eficiência de seus projetos, reduzir custos e riscos, aumentar o retorno sobre os investimentos a ampliar as oportunidades e fontes de receita.

Ao todo, foram 30 desafios inscritos. A seleção foi feita pela OCB junto com a parceira Innoscience, levando em conta os seguintes critérios: regularidade da coop junto à OCB, relevância da solução do desafio para o ramo, possibilidade de aplicação da solução em pelo menos cinco coops, capacidade de investimento da coop no projeto piloto, disponibilidade de pessoal para desenvolver o piloto junto à startup e o perfil do desafio adequado para o ecossistema de startups.

PERFIL DAS SELECIONADAS

Crédito: 2 desafios

Saúde: 3 desafios

Agro: 1 desafios

Infra: 1 desafio

Trabalho: 1 desafio

Transporte: 1 desafio

Sistema OCB: 1 desafio

CONFIRA OS DESAFIOS SELECIONADOS

Prontuário Eletrônico (Unimed Vitória): A grande quantidade de usuários e unidades de clínicas dificulta a consolidação de informações do Prontuário do Paciente entre sistemas clínico-assistenciais das Cooperativas que utilizam diferentes ERPs. Além disso, o sistema carece de um barramento tecnológico padrão que permita a troca de informações sobre os pacientes tratados.

Agenda Eletrônica (Uniodonto Paulista): Os usuários enfrentam dificuldades no agendamento de consultas e exames médicos, lidando com um sistema burocrático e pouco eficiente de agendamento, causando desistências e comprometendo a experiência do usuário.

Gestão de acessos a áreas restritas (Unimed Vitória): A minimização da contaminação e transmissão cruzada que é transmitido principalmente pelas mãos dos profissionais da saúde, é um dos principais itens que necessitam de ser atacados dentro dos hospitais. Por não haver nenhuma forma de controle sistêmico, todos EAS's (Estabelecimento Assistencial de Saúde) recorrem a campanhas e vigilâncias manuais que acabam apresentando baixa adesão e consequentemente baixa eficácia.

Marketplaces de serviços (Fetrabalho): Como podemos disponibilizar ao público todo o portfólio de serviços das cooperativas em uma única plataforma? Hoje os cooperados têm dificuldade na oferta própria de seus serviços e não fazem parte da chamada “economia de plataforma”.

Gestão e rastreabilidade do café (cooperativas de café do Espírito Santo): Produtores têm dificuldade de fazer a gestão da sua propriedade. A partir disso, oportunidades de obtenção de certificações e melhorias em termos de custo e produtividade são perdidas com a falta de registro de informações.

Gestão de dados (FECOERMS): A grande quantidade de usuários do sistema dificulta a gestão e atualização de dados pessoais de cada perfil, tornando a operação menos eficiente. Além disso, com a nova lei geral de proteção de dados, se faz ainda mais necessária a organização e validação de dados dos associados e clientes em função da autorização do uso de dados e comunicação.

Solução em transportes (FetransCoop): As cooperativas de transporte de cargas carecem de um modelo de atuação capaz de atender o público consumidor do transporte, efetivando a integração das cooperativas e promovendo a capilaridade para uma atuação mais competitiva no mercado.

Gestão de ações sociais (Central Ailos + Sicoob Central ES): O desafio está no registro, mensuração e histórico de ações sociais e patrocínio. A ferramenta será um importante aliado para organização, gestão e mensuração das demandas de ações sociais e patrocínio, além de proporcionar rapidez e transparência na consolidação de dados para prestação de contas aos cooperados e comunidade.

Pesquisa de satisfação (Sicoob Central Crediminas + Sicoob Central Paulista): Atualmente não há uma ferramenta padrão que possibilite às cooperativas singulares avaliarem o atendimento prestado pela cooperativa Central e nem para que os associados avaliem os serviços prestados pela cooperativa.

Comunicação interna e rastreabilidade de informações (Sistema OCB): Precisamos conectar os dados, informações, ações em uma rede única e intuitiva de comunicação, fazendo circular o conhecimento em todo o Sistema OCB.

PRÓXIMOS PASSOS

De julho a agosto as startups poderão se inscrever no programa e a nossa parceira Innoscience vai filtrar aquelas com potencial para solucionar os desafios do programa.

E, durante a Semana InovaCoop, a ser realizada pelo Sistema OCB entre os dias 13 e 17 de setembro, as coops verão as apresentações das startups selecionadas. As startups com as melhores soluções serão escolhidas para seguir para a próxima etapa de conexão e parceria com as coops para desenvolvimento de um projeto piloto.

Quem tiver interesse em saber mais sobre o programa, veja aqui: https://inova.coop.br/conexao

Este programa tem sido uma grande oportunidade para fomentar ainda mais a inovação e intercooperação em nossas coops. Temos um grande potencial para desenvolvermos soluções para vários ramos!

<p>Promovido pela Fenasbac, com apoio do Banco Central e apoio da OCB, seletiva vai revelar as cooperativas que inovam seguindo os propósitos do cooperativismo</p>

Vem aí o Reconhecimento Inovação com Propósito

Promovido pela Fenasbac, com apoio do Banco Central e apoio da OCB, seletiva vai revelar as cooperativas que inovam seguindo os propósitos do cooperativismo


A partir desta quinta-feira, as cooperativas de crédito poderão se inscrever na seleção que resultará no Reconhecimento Inovação com Propósito Brasil, realizado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenasbac) e apoiado pelo Sistema OCB e Banco Central. O objetivo é estabelecer referenciais e orientar a gestão das cooperativas para a inovação. As inscrições vão até o dia 22 de agosto.

O evento de lançamento, que acontece neste 1º/7, às 10h, ao vivo pelo Youtube, conta com a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, do diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, do chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias do Banco Central, Harold Espínola, do presidente do Sistema OCB Márcio de Lopes Freitas e de dirigentes das cooperativas de crédito do país.

Segundo a Fenasbac, o Reconhecimento Inovação com Propósito, que também conta com o apoio da Bureau Veritas e do FGCOOP (Fundo Garantidor das Cooperativas de Crédito), foi criado para comunicar o valor do cooperativismo financeiro para a comunidade brasileira e aumentar as capacidades de gestão e inovação das cooperativas financeiras para expansão do setor, atentando-se aos propósitos do cooperativismo.

O objetivo é mapear a capacidade de inovação do setor de cooperativismo financeiro; estabelecer referenciais, de modo a orientar a gestão das cooperativas para a inovação; provocar a reflexão do setor de cooperativismo financeiro sobre a necessidade de inovar, seguindo sempre os propósitos do cooperativismo; e contribuir com a expansão do cooperativismo financeiro no Sistema Financeiro Nacional.

A iniciativa vai reunir os grandes cinco sistemas de crédito do país, sendo eles, Sicoob, Sicredi, Unicred, Ailos e Cresol, para identificar as capacidades de inovação das cooperativas.

Como participar

Basta que a coop interessada preencha o instrumento de avaliação. E aí é só aguardar as próximas fases do programa. A relação de finalistas será conhecida em setembro e a entrega do prêmio Reconhecimento Inovação com Propósito está programada para março do ano que vem, quando a instituição fará o lançamento do segundo ciclo da avaliação.

Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, essa é uma excelente oportunidade para que as cooperativas de crédito se consolidem como players essenciais no mercado financeiro nacional. “As coops de crédito são aliadas do Banco Central no que diz respeito à educação e à inclusão financeira. Além da capilaridade delas, há, também o interesse pela comunidade, um dos princípios do modelo de negócios cooperativo. É por isso que convido todas as coops a participarem dessa seletiva que certifica a competência das cooperativas de crédito em atender bem o seu cooperado, sempre com qualidade, criatividade e excelência”, estimula Freitas.

Segundo ele, é necessário destacar que essa primeira edição do Reconhecimento da Fenasbac é um processo que vem para somar aos prêmios que o Sistema OCB já realiza. “Quanto mais iniciativas que certifiquem o esse compromisso com a inovação e com a excelência das cooperativas, melhor! É por isso que somos parceiros desta edição, pois acreditamos será uma parceria de muitos ganhos para as coops”, enfatiza o presidente do Sistema OCB.

Dimensões

O questionário que as cooperativas deverão preencher leva em consideração os cinco indutores da Inovação com Propósito, todos eles ligados direta ou indiretamente aos princípios do cooperativismo. Confira:

  • Inovação Participativa: diz respeito à participação da comunidade no processo de inovação e se compõe de aspectos como: relacionamento com o cooperado, discussão de novas ideias e compartilhamento de conhecimento e redução da resistência a novos produtos.
  • Desenvolvimento de capacidades, estruturas e recursos: tem a ver com a alocação de recursos para inovação. Essa dimensão é composta por: qualificação e desenvolvimento profissional, estruturas organizacionais voltadas para o desenvolvimento de novos produtos e desenvolvimento e aquisição de sistemas de informação.
  • Comportamento inovador: avalia a liderança, a orientação estratégica e o estímulo para fomentar a inovação. Possui os seguintes eixos: estímulo ao corpo técnico para a busca de soluções e desenvolvimento de novos produtos e objetivos e indicadores estratégicos voltados à inovação. 
  • Inovação colaborativa: abrange a colaboração com atores externos à cooperativa e está relacionado ao princípio do cooperativismo de intercooperação.
  • Inovação com propósito: são as iniciativas voltadas para a comunidade. Por exemplo, as focadas na redução de custos e impactos ambientais, na inclusão social, nas soluções de problemas da comunidade como a melhoria da qualidade de vida e, por fim, em novos mercados.

Serviço

Lançamento do 1º Reconhecimento Inovação com Propósito

Informações pelo link. Evento online, pelo canal do Youtube.

Dia 1° de julho, às 10h.

<p>Mudança de comportamento das pessoas e cidades em transformação demandam infraestruturas cada vez mais sustentáveis </p>

Principais tendências para as cooperativas do Ramo Infraestrutura

Mudança de comportamento das pessoas e cidades em transformação demandam infraestruturas cada vez mais sustentáveis 


Há mais de 80 anos as cooperativas brasileiras de infraestrutura se dedicam à prestação de serviços básicos como distribuição e geração de energia elétrica, água, saneamento básico, irrigação, entre outros. E mais recentemente, com a reclassificação promovida pelo Sistema OCB em 2019, o ramo ficou ainda mais amplo.

Isso porque as cooperativas habitacionais passaram a fazer parte do Ramo Infraestrutura, além da incorporação de novas iniciativas, como a prestação de serviços de telecomunicações. A atuação diversificada reflete bem o papel do cooperativismo que é atender às necessidades e buscar soluções para seus cooperados e comunidade.

Hoje, ao todo, são oito segmentos principais no ramo: água e saneamento; construção civil habitacional; construção civil comercial; desenvolvimento; distribuição de energia; geração de energia; irrigação; e telecomunicações.

Na proporção, as cooperativas habitacionais (30%) e as de distribuição de energia (26%) representam mais da metade do ramo, que conta, no total, com 265 cooperativas e mais de 1,1 milhão de cooperados, segundo dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2020, produzido pelo Sistema OCB.

Contexto desafiador

Independentemente da atuação da cooperativa, o contexto é desafiador. Pois, de certa forma, a pandemia evidenciou o déficit de infraestrutura social existente entre as camadas mais pobres da população em boa parte do mundo. E no Brasil não seria diferente.

Sem infraestrutura, um país perde produtividade e competitividade, sem contar os baixos níveis de desenvolvimento social. Portanto, os investimentos são mais que necessários, são urgentes.

De acordo com estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a América Latina e o Caribe precisam de investimentos anuais da ordem de 2,5% (150 bilhões de dólares) do PIB de toda a região durante pelo menos uma década e meia, especialmente em setores ligados à produção e distribuição de energia, transportes, telecomunicações e construção civil.

Inclusive, na área da construção, o déficit habitacional só vem aumentando no Brasil. Segundo dados da Fundação João Pinheiro, levantados até 2019, o país precisa de 5,8 milhões de moradias - número que, segundo especialistas, já cresceu devido à pandemia. Além disso, 14,2 milhões possuem carência de infraestrutura urbana e 11,2 milhões de moradias possuem carências edilícias. Portanto, o total de domicílios inadequados no país corresponde a 24,8 milhões.

Vale lembrar que um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criados pela Organização das Nações Unidas (ONU), trata exatamente da necessidade de investimentos em infraestrutura e em inovação, que, segundo a entidade, são condições básicas para o crescimento econômico e para o desenvolvimento das nações.

Tendências e oportunidades para as cooperativas de infraestrutura

Se há desafios, também há oportunidades. Por isso, exploramos um dos principais estudos mundiais sobre o tema, que aponta perspectivas do setor para os próximos 10 anos e pode ajudar as cooperativas em suas tomadas de decisão.

Produzido pela KPMG International, o relatório Emerging Trends In Infrastructure 2021 (Tendências Emergentes em Infraestrutura 2021) aponta tendências relacionadas a um conjunto de fatores que englobam não só tecnologia, mas também a conjuntura socioeconômica, aspirações sociais de natureza comportamental e conceitos de sustentabilidade. Sem esquecer, é claro, dos efeitos da pandemia.

Veja a seguir as principais tendências e como elas impactam as cooperativas brasileiras de infraestrutura.

1. Planejamentos e processos mais flexíveis

O primeiro tópico do estudo aponta que o setor precisa de uma abordagem mais ágil e flexível para o planejamento, desenvolvimento e entrega da infraestrutura. Isso se torna necessário porque, hoje, vivemos num cenário de alta incerteza, que pode exigir planos reservas para prever e prevenir situações.

Os especialistas da KPMG lembram que, desde 2016, a companhia aponta que os players de infraestrutura tinham muito a aprender com os líderes de tecnologia, que possuem maior capacidade de se reinventar, recalibrar projetos e se moldar de forma ágil e flexível a um mercado em constante evolução.

Em termos de tendências, a consultoria vislumbra a necessidade de estudar os métodos mais eficazes de utilizar Data Analytics, aproveitando, por exemplo, tecnologias, como a Internet das Coisas, para otimizar operações e manutenções.

Também será preciso, mais do que nunca, acompanhar atentamente o comportamento das pessoas, para detectar suas principais necessidades em infraestrutura, sobretudo as novas formas de viver e trabalhar. Afinal, a pandemia impôs a necessidade de repensar desde as formas de interação social até a intensidade e relevância da tecnologia em absolutamente todos os segmentos - o que afeta diretamente as entregas da cooperativa.

2. Cidades com crise de identidade e em transformação

Outro fato é inegável: atualmente, as pessoas estão cada vez mais focadas no seu próprio tempo, segurança e conveniência, com padrões diferentes de vida, trabalho e diversão. E essa nova realidade impacta em como enxergamos as cidades.

Na prática, isso significa que o que hoje torna uma cidade atraente para viver, trabalhar e se divertir não necessariamente tem a ver com o que priorizávamos no passado recente. Por exemplo, em meio à pandemia, houve quem preferiu se mudar para o interior, “abandonando” a cidade grande.

A consultoria prevê que os modelos híbridos devem ganhar cada vez mais espaço - e, assim, cidades grandes já não serão o único “ímã” a atrair pessoas, ideias e negócios. Logo, é possível prever que cidades pequenas passem a demandar infraestrutura de cidade maior, em especial de telecomunicações, imóveis comerciais etc.

No interior do Rio Grande do Sul, por exemplo, a Coprel Telecom - coligada à Coprel Cooperativa de Geração de Energia e Desenvolvimento - viu os pedidos de banda larga aumentarem mais de 20% no início da pandemia, em 2020. Para atender à demanda, a solução veio com a intercooperação.

Foram intensificados os investimentos de ampliação e construção de novas redes de internet em conjunto com outras cooperativas. Algumas cooperativas parceiras disponibilizaram suas estruturas e recursos financeiros, a exemplo da Cooperativa Agrícola de Água Santa (Coasa), que contribuiu para levar internet para seus associados durante a crise.

Quando o assunto é o futuro das cidades, não podemos esquecer das “smart cities”, ou seja, as cidades inteligentes que conseguem se desenvolver economicamente ao mesmo tempo em que aumentam a qualidade de vida dos habitantes ao gerar eficiência nas operações urbanas.

Atrelada a essa tendência, temos também as redes inteligentes de energia elétrica, as “smart grids”, que já estão bem difundidas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, da Ásia e até do Oriente Médio, mas ainda com pouco avanço no Brasil.

3. Meio ambiente, enfoque social e governança

Sua cooperativa tem colocado em prática o ESG? Se ainda não, deveria. ESG é a sigla em inglês para environmental, social and governance (ambiental, social e governança, em português), que serve para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.

Ou seja, pode ser usada para dizer quanto um negócio busca formas de minimizar seus impactos no meio ambiente, construir um mundo mais justo e responsável para as pessoas em seu entorno e manter os melhores processos de administração. Um exemplo nesse sentido é a cooperativa Certel , que, por meio de uma intercooperação com cooperativas do Sicredi, tem ampliado sua geração de energia renovável e limpa.

De acordo com o relatório da KPMG, se antes já havia um despertar para a agenda ESG, a pandemia acelerou esse anseio por uma infraestrutura que contemple aspectos ambientais, sociais e de governança, de modo que o seu desenvolvimento contribua para um mundo mais justo, inclusivo e equitativo.

De certa forma, a pandemia coletivizou o desejo de reconstruir do zero com sustentabilidade e bem-estar, além da vontade de reparo de desigualdades e os desequilíbrios coletivos. Ou seja, a agenda ESG chegou para valer no ramo de infraestrutura.

Um dos tópicos neste tema é a promoção da eficiência energética, com democratização do acesso aos benefícios gerados por essa infraestrutura. A expectativa é de valorização dos micro e pequenos produtores, com inclusão dos mais vulneráveis nos sistemas financeiros e produtivos.

Essa é justamente a proposta da Ciclos, a cooperativa de plataforma do Sicoob ES, que proporciona acesso dos cooperados a energia elétrica fotovoltaica. Na prática, os associados conseguem reduções de até 80% em seus custos com energia elétrica.

Outra iniciativa nesse sentido é a Cooperativa de Energia Solar (Coopsolar). Fundada em 2019, ela visa a geração compartilhada de energia através de fontes renováveis. Construída com recursos dos próprios cooperados, a cooperativa já começa a dar os primeiros resultados: a primeira usina foi concluída em meados de 2020 e tem capacidade de geração de 75 kWp, com 240 painéis solares fotovoltaicos instalados no solo de um terreno localizado em Praia Bela, município de Pitimbú, na Paraíba. Veja essa e outras iniciativas semelhantes no site Energia Cooperativa.

4. Mundo digital e poder público

A realidade é que as tecnologias de conectividade serão fundamentais para impulsionar a inovação e o valor da infraestrutura. Diversas pesquisas já constataram que a pandemia acelerou, de fato, os processos de digitalização que estavam em curso há anos, antecipando a adesão maciça a ferramentas virtuais de trabalho, armazenamento e tráfego de dados.

Os entes governamentais atuarão em frentes de incentivo à economia digital, implementando ou provendo melhorias em acesso à internet, largura de banda e tecnologias de conectividade, que incluem o 5G e a nuvem.

Ter em foco esses elementos será fundamental para planejar, delinear e colocar em curso projetos de infraestrutura que correspondam aos anseios e às necessidades do momento que vivemos e do futuro próximo.

O estudo conclui que o foco na conectividade tende a se intensificar, com os governos cientes de suas deficiências em infraestrutura digital e empenhados em dirimir essas lacunas para, desse modo, impulsionarem o crescimento de suas economias.

Vale lembrar que, em 2020, o ramo infraestrutura se beneficiou da aprovação de duas leis: a 14.109, que trata da utilização de recursos do Fust para conectividade rural; e a 14.108, sobre desoneração da internet das coisas. As novas legislações garantem um ambiente favorável para o avanço da conectividade rural, considerando que um dos grandes empecilhos para a implantação de infraestrutura de internet no campo era justamente o fomento a projetos com essa finalidade, por meio de financiamentos com custo acessível.

Com o incentivo a diferentes arranjos produtivos para essa atividade, as novas legislações vão estimular consequentemente o fortalecimento das cooperativas de telecomunicações, além da possibilidade de intercooperação para cooperativas agropecuárias, de infraestrutura e de crédito.

5. Parcerias público-privadas

Ampliando o raciocínio do tópico anterior, a KPMG afirma que alguns governos devem procurar parceiros e começar a reconsiderar o papel que o setor privado desempenha não apenas na entrega de ativos, mas também na entrega de serviços.

De acordo com a consultoria, há anos o setor privado vem assumindo um papel mais ativo na entrega e operação de ativos e serviços de infraestrutura, com relevância crescente na captação, no financiamento e no fornecimento da infraestrutura governamental.

Em alguns casos, as parcerias serão necessárias muito por conta do ônus da pandemia aos governos, que buscarão modelos alternativos. Em outros, novas parcerias serão motivadas mais pela inovação e desejo de entregar mais às partes interessadas. O fato é que elas são imprescindíveis para que as soluções de infraestrutura sejam entregues de fato.

É importante entender e ressaltar que as perdas que a pandemia acarretou aos cofres públicos são um elemento a mais de pressão para que os governos busquem modelos alternativos de cooperação e negócios.

6. Novos modelos de financiamento

Por fim, a consultoria ressalta que as novas opções de financiamento para o setor de infraestrutura têm crescido de forma consistente nos últimos anos, proporcionando, sobretudo aos governos, chances sem precedentes de aproveitar as diferentes fontes de recursos, incluindo capital institucional e fundos sustentáveis, além dos bancos locais e regionais e mercados de capitais.

Atualmente, os investidores tendem a priorizar as oportunidades que acenam com retornos de longo prazo sustentáveis e protegidos contra a inflação. Essa tendência é hoje especialmente válida no Brasil, onde as taxas dos títulos do tesouro se tornaram relativamente baixas quando comparadas com 5 anos atrás.

Atento a esse movimento, o Sicredi buscou recursos fora do país , firmando acordo de parceria para captação com a International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial, para estimular projetos de energia solar. A linha de crédito internacional é de US$ 120 milhões (cerca de R$ 600 milhões) e vai financiar projetos de energia solar dos cooperados Sicredi em todo o Brasil.

Esta é a primeira operação de uma instituição financeira cooperativa brasileira a receber certificação emitida pela Climate Bonds Initiative (CBI), organização internacional que atua para promover investimentos na economia de baixo carbono, estabelecendo as melhores práticas para o mercado em termos de integridade ambiental dos produtos de economia verde. A operação também detém certificação pelo Green Loan Principles (GLP), que atesta que os projetos oferecem benefícios ambientais claros e verificáveis e que os processos de avaliação e seleção, assim como a gestão dos recursos e o seu monitoramento, seguem padrões internacionais.

Conclusão

Essas foram algumas tendências principais que elencamos do estudo da KPMG. E como vivemos em um mundo em constante mudança, ainda mais depois da pandemia de Covid-19, nossa recomendação final é clara: procure sempre estar atento às tendências para manter e ampliar a competitividade e sustentabilidade da sua cooperativa. Por isso, fique ligado em nossos conteúdos e acesse agora o nosso curso online “Pesquisador de Tendências”, aqui no InovaCoop.

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