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<p>Segunda rodada do programa recebe inscrições dos desafios até o dia 27/10</p>

Coops Agro na nova edição do InovaCoop Conexão com Startups

Segunda rodada do programa recebe inscrições dos desafios até o dia 27/10


Já estão abertas as inscrições para a segunda rodada do programa InovaCoop Conexão com Startups, desta vez totalmente focada nas cooperativas agropecuárias. A ideia é descobrir quais os principais desafios que essas coops enfrentam para crescer e, junto com startups, encontrar a melhor e mais criativa solução. Vamos conectar as duas pontas em uma mesma rede.

As cooperativas têm até o dia 27/10 para inscrever os desafios que precisam de soluções inovadoras. Em seguida, será feita a seleção dos desafios que vão integrar o programa. Soluções com potencial para serem escaladas para outras cooperativas e que apontem melhorias em práticas em sustentabilidade ambiental serão priorizadas.

Depois serão selecionadas as startups com potencial para solucionar os desafios das coops e, juntas, começarão o desenvolvimento da prova de conceito (POC).

“Assim, aproximando essas duas pontas e combinando o que cada uma pode oferecer de melhor, o Sistema OCB pretende contribuir com o desenvolvimento da cultura da inovação dentro do setor, consolidando as iniciativas de sucesso e disseminando as oportunidades de inovação. Aliás, vale ressaltar que a primeira edição do programa foi um sucesso e isso nos motivou a iniciar, imediatamente, a segunda edição”, comenta a coordenadora do Núcleo de Inovação do Sistema OCB, Samara Araujo.

COMO O PROGRAMA FUNCIONA?

Simples. As cooperativas inscrevem seus desafios e com base no regulamento os melhores desafios são selecionados para o programa. Os critérios de seleção são:

  • Regularidade da cooperativa junto à OCB
  • Relevância da solução do desafio para o ramo
  • Possibilidade de aplicação da solução do desafio em outras cooperativas (escalabilidade da solução)
  • Capacidade da cooperativa de investimento na POC, com disponibilidade de investimento referente a 30% do valor do projeto. A OCB irá apoiar com os outros 70%
  • Disponibilidade de pessoal para desenvolver o piloto junto à startup
  • Perfil do desafio adequado para o ecossistema de startups
  • Desafios que apontem melhorias em práticas em sustentabilidade ambiental serão priorizados

PARCERIA DO PROGRAMA

O programa conta com a parceria das unidades estaduais do Sistema OCB, que tem o papel de contribuir com a identificação dos desafios junto às coops. Vale destacar que o programa é desenvolvido junto ao Silo, que é uma parceria da Embrapa com a Neoventures.

INSCREVA SUA COOP

Para participar, é fácil. Basta que as coops sigam os seguintes passos:

1. Acesse a área exclusiva do programa para entender melhor;

2. Cadastre o desafio de sua cooperativa;

3. Comece a torcida para o desafio de sua coop ser selecionado!

Clique aqui e faça a inscrição de sua coop! 

<p>Demandas atuais dos consumidores já fazem parte do cooperativismo desde sua fundação</p>

Cooperativismo: um modelo de negócio cada vez mais atual e inovador

Demandas atuais dos consumidores já fazem parte do cooperativismo desde sua fundação


Um modelo de negócio feito por pessoas e para as pessoas. Um jeito de empreender colaborativo em que o cooperado é o dono do negócio, a gestão é democrática e o foco vai muito além do desenvolvimento econômico. É dessa forma que podemos resumir o cooperativismo, um modelo econômico-social que gera e distribui riqueza de forma proporcional ao trabalho de cada associado.

Embora seja considerado pela ONU “um modelo de negócios que constrói um mundo melhor”, ainda há certo desconhecimento sobre o cooperativismo. A cada 10 brasileiros, apenas 4 conhecem o cooperativismo, segundo a Pesquisa Nacional do Cooperativismo realizada pela OCB em 2018. Se você faz parte da parcela que desconhece ou tem pouco conhecimento sobre o assunto, continue a leitura e veja como o cooperativismo tem sido cada vez mais atual e inovador.

Um retrato do cooperativismo brasileiro

Os números mostram uma realidade cada vez mais positiva para o cooperativismo no Brasil. Segundo o Anuário Brasileiro do Cooperativismo, produzido pelo Sistema OCB, o setor alcançou a marca de 17,2 milhões de cooperados em 2020, um aumento de 11% em relação a 2019, quando foram registrados 15,5 milhões de cooperados.

Ao todo, são 4.868 cooperativas distribuídas em todas as unidades da federação, atuantes nos sete ramos do cooperativismo. Em 2020, o setor somou 455 mil empregos diretos, um aumento de 6% em relação a 2019. Além disso, podemos destacar:

  • Ativo total de R$ 655 bilhões, um aumento de 33% em relação a 2019;
  • Patrimônio líquido de R$ 145 bilhões, 15% maior em comparação ao ano anterior;
  • Injeção nos cofres públicos de mais de R$ 13 bilhões em tributos, valor 19% maior que o contribuído em 2019;
  • Pagamento de mais de R$ 18 bilhões em salários e outros benefícios aos colaboradores.

Em 2020, em plena pandemia, 161 novas cooperativas foram registradas on-line junto ao Sistema OCB. O modelo é, inclusive, menos suscetível às oscilações de mercado. Enquanto 47% das empresas brasileiras não conseguem sobreviver após 5 anos de atividade, cerca de 50% das cooperativas brasileiras têm mais de 20 anos de atuação no mercado. E 10% delas têm mais de 40 anos de existência.

Mas para entender de fato o cooperativismo precisamos olhar além dos números. Por se preocupar em construir uma sociedade mais justa, o modelo vai ao encontro da preocupação dos consumidores com o impacto social e ambiental dos produtos e serviços que consomem. E acontecimentos atuais como a pandemia de Covid-19 e o aquecimento global acentuaram ainda mais essa questão.

Não é à toa que, por exemplo, a pauta ESG está tão em alta dentre as maiores empresas do planeta. ESG é a sigla para Environmental (meio ambiente), Social (social) e Governance (governança). Em suma, ela remete ao conjunto de valores e critérios éticos que uma companhia desenvolve como objetivo melhorar o seu relacionamento com o meio ambiente e com a sociedade.

Prova do crescimento da preocupação da sociedade com os aspectos defendidos por essa pauta é a migração dos investimentos para fundos que seguem os critérios ESG. Em 2020, negócios e fundos ligados a ESG atraíram US$ 38 trilhões. Para 2025, a expectativa é a de que esse montante chegue a atingir US$ 53 trilhões em todo o planeta, de acordo com dados da Bloomberg. Isso significa 57% dos ativos europeus alocados em fundos com premissas ESG, conforme indicam projeções para 2025 levantadas pela PwC.

O detalhe é que os princípios ESG que o mundo dos negócios começa a descobrir agora é, justamente, a base da existência do cooperativismo há mais de um século. E vai muito além disso, como veremos a seguir.

Para mais informações sobre o que é e como se organiza o cooperativismo, vale a pena dar uma olhada na série de vídeos que a OCB criou para explicar o modelo. Agora, vamos ver algumas das demandas de mercado que mais têm sido exploradas pelas empresas atualmente e para as quais o cooperativismo já tem respostas desde sua criação.

Economia compartilhada

Segundo dados divulgados pelo Sebrae, a previsão é que até o ano de 2025 a economia compartilhada gere rendimentos da ordem de US$ 335 bilhões em receitas em todo o mundo.

Dentre as propostas da economia compartilhada está a democratização do acesso a recursos, que se tornam disponíveis mediante demanda. Provavelmente, o modelo mais clássico utilizado para exemplificar os conceitos da economia compartilhada é o da furadeira. Diz-se que, ao longo de toda a sua vida, uma furadeira doméstica é usada por um total de apenas 14 minutos. Ou seja, alguém compra uma ferramenta dessas para fazer apenas alguns furos por ano, para fixar uma prateleira ou pendurar um quadro. Na maior parte do tempo, o equipamento fica ocioso. Ora, não faria sentido, então, compartilhar a furadeira de alguém e remunerar o proprietário pelo tempo de uso? Essa é a proposta da economia compartilhada.

Em uma escala de negócios, economia compartilhada é, como afirmou o presidente da OCB, Márcio de Freitas, o compartilhamento de bens e serviços para obter melhores resultados para todos. De acordo com ele, as cooperativas já funcionam nos moldes da economia compartilhada desde sua criação.

“Na minha cooperativa - e em todas as outras coops brasileiras - as pessoas já compartilhavam produtos e serviços para gerar trabalho e renda para o grupo”, afirma.

Da mesma maneira, ele conta que as cooperativas também entendem que o compartilhamento de recursos é uma ação em prol da sustentabilidade, pois sempre atuaram tendo em vista o compromisso com o uso racional e sustentável de recursos, fossem eles naturais, financeiros ou humanos.

Outros conceitos que derivam deste mesmo tema são os de economia de propósito e capitalismo consciente. Ambos associam o desenvolvimento de negócios não apenas à geração de lucro, renda e emprego, mas também à promoção do bem-estar de toda a sociedade e preservação do meio ambiente.

Mais uma vez, o cooperativismo saiu na frente, pois tais premissas são parte do DNA das cooperativas, que se propõe a uma causa maior, que é ser capaz de transformar o mundo em um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos.

Partnership

O modelo de partnership vem sendo exaltado por diversas empresas como fator fundamental para seu crescimento exponencial. Além disso, há muitas startups que também o têm utilizado para tornar colaboradores sócios do negócio.

Embora também tenha foco na retenção de talentos, o modelo de partnership está intimamente ligado à cultura organizacional das empresas que o adotam. A proposta é traduzir em aspectos práticos o discurso meritocrático e valorizar o intraempreendedorismo. Ou seja, o partnership visa também ao engajamento dos colaboradores em torno de um propósito.

Este é, exatamente, o modelo que representa a essência do cooperativismo, em que todos os cooperados são sócios do negócio. No entanto, o cooperativismo vai além, pois a “propriedade” igualitária é reafirmada na prática a partir do direito a voto nas assembleias.

É mais democrático e inclusivo do que os modelos de partnership, em que o colaborador se torna um sócio minoritário. Logo, além de não ter poder de voto, ele pode ser desligado da empresa por meio da compra de sua parcela na sociedade pelo sócio majoritário.

Cashback

Cashback é uma estratégia agressiva de aquisição de clientes, em que as empresas literalmente devolvem dinheiro aos consumidores como forma de atração. Dessa maneira, o cashback serve como um estímulo ao consumidor no sentido de adquirir cada vez mais produtos em lojas participantes.

Como consequência, o cashback ajuda a empresa a aumentar o tíquete médio das vendas realizadas. Da mesma maneira, o cashback ajuda a encurtar a jornada de compra do cliente, pois o bônus oferecido influencia na decisão de compra do cliente, além de estimular a recorrência na compra.

De certa maneira, o cashback já é praticado pelas cooperativas. Afinal, de acordo com as premissas do cooperativismo, todos os associados têm direito aos resultados do exercício, que são chamados de “sobras”.

Na prática, as sobras são como o lucro da cooperativa que é dividido entre os cooperados no final do ano. E, assim como ocorre com o cashback, no caso do cooperativismo de crédito as sobras são revertidas na conta do cliente, que é também o cooperado, e tem rendimentos mensais.

Efeito de rede

Os principais motores da economia - principalmente de negócios digitais - são as plataformas. Ou seja, modelos de negócio que têm como premissa a conexão entre fornecedores e consumidores.

Para que funcionem bem, precisam provocar o chamado efeito de rede. Uma das melhores maneiras de entender como esse efeito funciona é pensando na lógica do telefone. Quando a primeira linha foi instalada, ela não tinha valor algum. Afinal, não havia para quem telefonar. A partir da segunda, o efeito de rede começou a ocorrer, mas foi somente quando milhares de linhas telefônicas entraram em operação que as empresas telefônicas começaram a gerar valor.

No caso das plataformas é a mesma coisa. Uma plataforma de delivery de alimentos só tem valor quando há uma oferta consistente de produtos para uma base ampliada de consumidores. Mais uma vez é o efeito de rede que predomina.

O que parece um conceito novo da economia moderna é, na verdade, a base do funcionamento das cooperativas. Sem, de um lado, centenas ou milhares de cooperados produzindo leite em suas fazendas e, de outro, consumidores dispostos a pagar por tal produção, uma cooperativa não teria razão de existir.

Então, o efeito de rede, assim como para plataformas digitais, é o principal gerador de valor para uma cooperativa. Isso está expresso em diversos princípios do cooperativismo moderno, como, por exemplo, a participação econômica, a intercooperação e o interesse pela comunidade.

Plataformas democráticas

Além do efeito de rede, as plataformas digitais propõem a independência e a autonomia para os trabalhadores que a elas aderirem. A proposta é que os trabalhadores podem trabalhar quando e como quiserem, com a liberdade de acessar ou se desligar da plataforma quando lhes for mais conveniente.

Entretanto, com plataformas mercantilistas dominando mercados inteiros, isso não funciona exatamente assim. Com isso, o que acaba acontecendo é uma distorção nas relações com consequente deterioração das condições de trabalho.

O cooperativismo de plataforma, por sua vez, se mostra uma alternativa viável para este modelo de negócio. Isso porque promove, de fato, a gestão democrática de sua rede, além de fazer a adequada distribuição de valores para os seus interessados por meio das sobras.

Nessas plataformas também prevalecem os princípios do cooperativismo, com gestão democrática e cada cooperado tendo direito a um voto nas decisões a serem tomadas. Assim, o cooperativismo de plataforma alia o melhor das plataformas digitais - a conexão por meio da tecnologia - com o melhor do cooperativismo - uma maior transparência na gestão e distribuição mais igualitária da riqueza.

Alguns exemplos de plataformas baseadas nos preceitos do cooperativismo são a FairBnB, uma cooperativa de hospedagem que reúne anfitriões e membros de comunidades para não apenas explorar o negócio de hospitalidade, mas decidir como será desenvolvida a atividade turística em cada região.

Outro exemplo é a Stocksy United, que, na prática, se organiza como um banco de vídeos e imagens de propriedade compartilhada dos próprios artistas. É a mesma proposta de, por exemplo, Resonate e Ampled, que se posicionam como plataformas de streaming de música cuja propriedade é dos próprios artistas.

Dados valiosos

Dentre os temas mais em alta no mundo dos negócios na atualidade está a proteção aos dados pessoais dos consumidores. Não é raro ver no noticiário empresas que tiveram de arcar com multas milionárias devido ao vazamento ou uso indevido de dados pessoais.

E, a bem da verdade, mesmo com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), não é fácil para o cidadão comum entender como seus dados são usados por parte das empresas com as quais ele interage.

Essa problemática acabou por dar origem a uma outra vertente, que, seguindo os princípios do cooperativismo, tem se mostrado uma alternativa interessante para garantir a proteção de dados. É o caso de cooperativas de plataforma como a Savvy, que, atuando com dados médicos, mantém os pacientes no controle do uso de seus dados de saúde.

Outro exemplo é a cooperativa Driver’s Seat, que criou um aplicativo para motoristas de aplicativo usarem em paralelo ao Uber ou a qualquer plataforma similar. O app gera dados para duas finalidades: 1) para apoiar o motorista, com informações como cálculo de quilômetros rodados, onde estão as melhores corridas, desgaste do carro etc.; e 2) para vender a órgãos públicos, consultorias ou entidades de pesquisa.

Ao vender esses dados, o valor é revertido para os próprios motoristas. Como exemplo, a Driver’s Seat vendeu dados de mobilidade para uma agência municipal da cidade de São Francisco, nos EUA, por cerca de 45 mil dólares.

Conclusão

É certo que o mundo dos negócios tem mudado em uma velocidade cada vez maior. Há uma tendência de fazer com que os negócios digitais atuais se aproximem de aspectos mais humanos, com respeito a individualidades e base no compartilhamento de recursos, esforços e valores.

Esse é um movimento, no entanto, que o cooperativismo já faz desde sua criação, pautada pela gestão democrática, pela sustentabilidade em sua expressão mais ampla e pela geração de valor para a sociedade como um todo.

Não que o cooperativismo não tenha a aprender com as novas tendências. É preciso, sim, que as cooperativas - e as pessoas que as fazem - se reinventem, mas principalmente para desenvolver maneiras de incorporar tecnologia, agilidade e velocidade aos seus princípios e valores.

Afinal, por um lado as empresas mercantilistas estão em busca de princípios que estão presentes no cooperativismo. Mas, de outro, as cooperativas estão desenvolvendo seu próprio entendimento sobre a importância da inovação para melhoria constante de seus negócios e sustentabilidade de seus negócios.

Por isso, se você está à procura de um modelo de negócio que tenha princípios cada vez mais atuais, como colaboração, preocupação com a comunidade e gestão democrática, este modelo é cooperativismo. Empreender de forma cooperativa pode ser o futuro dos negócios!

<p>Entenda como o meio cooperativista está se apropriando dos aspectos positivos das plataformas digitais para gerar novos negócios</p>

Como funcionam as plataformas de negócios no cooperativismo

Entenda como o meio cooperativista está se apropriando dos aspectos positivos das plataformas digitais para gerar novos negócios


A consultoria McKinsey prevê que as plataformas digitais - que hoje detêm um economy share de 2% da receita global - abocanhem uma fatia equivalente a 30% até o ano de 2025. Levando em consideração apenas exemplos de plataformas nacionais, fica fácil entender de onde vem tanto otimismo com relação à ascensão desse tipo de negócio.

A ABO2O (Associação Brasileira Online to Offline), entidade que representa mais de 120 plataformas de comércio eletrônico em todo o país, afirma que houve um aumento de 32% no número de novos clientes nos primeiros meses do ano de 2020 e que, no mesmo período, as vendas do comércio eletrônico chegaram a um crescimento de mais de 48%.

Crescimento exponencial das plataformas

As plataformas da Americanas, do Submarino e do Shoptime, que pertencem ao mesmo grupo, dobraram seu faturamento entre 2019 e 2020. A Magazine Luiza é outra plataforma que registrou um crescimento assombroso na base de clientes cadastrados entre 2019 e 2020, de 14 milhões de usuários para 29 milhões. Acompanhou esses números o crescimento de 57% nas vendas online no mesmo período.

E não é apenas o segmento de varejo que tem testemunhado crescimentos exponenciais em suas plataformas. O setor logístico é outro que tem visto o faturamento migrar para as plataformas digitais. Um dos exemplos é o da plataforma Fretadão, que vivenciou um crescimento expressivo nos 12 meses entre agosto de 2020 e agosto de 2021. A plataforma é desenvolvida por uma startup de tecnologia e faz a gestão de transporte privado por meio de um aplicativo.

De acordo com dados fornecidos pela empresa, a quantidade de passageiros atendidos no período praticamente dobrou e deu um salto de 5.700 pessoas para 10.200 clientes cadastrados na base. A quantidade de linhas de ônibus que estão cadastradas no Fretadão subiu 41% no período, chegando a 563 linhas.

Da mesma maneira, o consumo por meio de aplicativos de delivery também experimentou uma ascensão que extrapolou a mais otimista das previsões. Muito devido às restrições de circulação impostas pelo isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19, em 2020 os gastos nos aplicativos Rappi, iFood e Uber Eats cresceram 149%. O ticket médio dos pedidos realizados por meio dessas plataformas foi de R$ 50,51 para R$ 103,96 no período de apenas seis meses entre março e setembro de 2020.

Como podemos ver, o crescimento do modelo de negócios baseado em plataformas digitais está em franco crescimento, em um movimento que não deve cessar nos próximos anos, conforme previsões da KPMG. Sendo assim, essa é uma tendência que também pode ser aproveitada pelo cooperativismo, configurando uma oportunidade interessante para as cooperativas se posicionarem na economia digital.

Afinal, trata-se de um modelo que propõe uma ruptura não só nos negócios, mas principalmente na cultura e na sociedade como um todo. As plataformas digitais, ao proporcionar uma série de novas facilidades por meio da tecnologia, ajudam a moldar novos comportamentos nos consumidores. E esta é uma mudança ainda mais significativa e que tem potencial para reconfigurar as relações de consumo existentes na sociedade.

E o cooperativismo nesse contexto?

Muito se engana quem pensa que o cooperativismo está assistindo de braços cruzados a esse movimento de crescimento das plataformas digitais.

Antes mesmo de entrar nos exemplos sobre como a onda vem sendo surfada pelo cooperativismo, é interessante dar uns passos para trás e fazer um paralelo entre a proposta que pautou o surgimento de plataformas, como a Uber, e os princípios do cooperativismo.

O conceito fundamental de plataforma afirma o seguinte:

Uma plataforma é uma empresa que viabiliza interações que criam valor entre produtores e consumidores externos, oferecendo infraestrutura para tais interações e estabelecendo condições de funcionamento para elas. O propósito primordial da plataforma é consumar o contato entre usuários e facilitar a troca de bens, serviços ou moedas sociais, propiciando assim a criação de valor para todos os participantes.

E agora vamos relembrar rapidamente os sete princípios do cooperativismo:

Em teoria, uma plataforma digital prega a liberdade para que os motoristas, por exemplo, no caso de um aplicativo, possam aderir ou deixar de fazer parte da plataforma a qualquer momento, o que configura, ainda, autonomia e independência. De forma similar, as plataformas prometem participação econômica e geração de valor para a comunidade.

Ou seja, não podemos dizer que é descabida a comparação entre as propostas de uma plataforma e os princípios que pautaram o surgimento do cooperativismo e que orientam a atuação das cooperativas até hoje.

Entretanto, na prática, não é isso que acontece. Quase que na mesma medida em que trazem um crescimento econômico exponencial e oportunidades de renda para trabalhadores autônomos, as plataformas digitais acabam por criar uma série de distorções nas dinâmicas de mercado. A partir de determinado ponto de domínio de mercado, são as plataformas que passam a regular as condições de trabalho e passam a impor valores aviltantes para a hora de trabalho, com clara deterioração das condições trabalhistas.

Tipos de plataforma

Esse fenômeno adverso decorrente do crescimento das plataformas nos leva ao surgimento de algumas vertentes que pegam emprestados os conceitos do cooperativismo e o modelo de negócio das plataformas.

Dessa forma, podemos concluir que, hoje, existem três modelos bem claros de plataforma:

  1. Plataformas digitais tradicionais, que puxaram esse movimento no mundo todo e seguem crescendo, conforme os números apresentados no começo deste texto. São exemplos deste tipo de plataforma a Amazon, Mercado Livre, Magalu, entre outras.
  2. Cooperativas de plataforma, resultantes do cooperativismo de plataforma - termo cunhado por Trebor Scholz. Elas atuam com base nos princípios do cooperativismo e são negócios digitais tendo plataformas como principal formato de operação. Ou seja, visam aproveitar o potencial de crescimento exponencial desse modelo de negócios sem as características perniciosas que afetam alguns dos mercados explorados por plataformas. Para saber mais sobre cooperativismo de plataforma, baixe o nosso e-book sobre o tema.
  3. Plataformas de negócios dentro do movimento cooperativista. Ou seja, cooperativas tradicionais que estão se apropriando do modelo de negócio de plataforma. Elas contam com a tecnologia das plataformas digitais para fazer a venda, a distribuição de seus produtos ou oferecer um novo serviço para seus cooperados, conforme veremos nos exemplos a seguir.

Plataformas digitais das cooperativas

Algumas cooperativas tradicionais, atentas ao movimento de “plataformização”, já criaram suas próprias plataformas. Para exemplificar, selecionamos 5 cases dentre vários que vêm surgindo nos últimos meses. Confira!

1. Sicredi Conecta

Por meio do programa Inovar Juntos, o Sicredi conseguiu se conectar à Hallo, uma startup que auxiliou a cooperativa na construção e operacionalização de uma plataforma para os cooperados.

A proposta da criação do marketplace era apoiar o desenvolvimento de pequenos empreendedores, promovendo a expansão do cooperativismo por meio da intercooperação. Assim, o marketplace do Sicredi funciona como uma vitrine virtual de produtos e serviços dos seus cooperados.

Como resultados dessa iniciativa baseada em uma plataforma digital, o Sicredi conseguiu com que mais de 20 mil pessoas se cadastrassem e passassem a usar o aplicativo. Com isso, mais de 10 mil anúncios foram publicados e houve um aumento de 48% de novos usuários somente em abril de 2020, resultando em crescimento de mais de 30% nas vendas.

2. Ailos Aproxima

Lançada em abril de 2020, a Ailos Aproxima atua como uma plataforma de anúncios on-line, uma verdadeira vitrine de produtos e serviços que possibilita a realização de conexões entre clientes e empresas.

A proposta é a de servir como uma plataforma de marketplace para os cooperados do sistema, promovendo, assim, a aproximação entre cooperados e clientes como forma de fomentar a atividade econômica de empreendedores locais.

O acesso à plataforma se dá por meio de aplicativo ou website. A divulgação de produtos e serviços é gratuita por parte dos cooperados. Os usuários, cooperados ou não, podem fazer compras ou contratações.

A plataforma da Ailos já apresenta resultados significativos, como o cadastro de mais de 4,5 mil pessoas em um único mês, um volume de interações que extrapola as 1,3 mil mensagens, mais de 2,3 mil produtos e serviços cadastrados e mais de mil vendedores ativos.

3. Sicoob Coopera

O Centro Cooperativo Sicoob (CCS) promoveu a reformulação de seu programa de pontos para incluir novas funcionalidades e, dessa maneira, melhorar a experiência dos seus cooperados. Com isso, além do resgate de pontos, o Sicoob Coopera também passou a disponibilizar aos 5,1 milhões de cooperados um marketplace, com lojas virtuais.

A intenção por trás da reformulação era melhorar a experiência dos usuários no uso de pontos conquistados por meio do programa de fidelidade da cooperativa, o Sicoobcard Prêmios.

Assim, por meio de uma nova plataforma digital a cooperativa foi capaz de oferecer aos seus cooperados, além de um programa de pontos, um marketplace que engloba parceiros que aceitam os pontos acumulados e lojas virtuais para os cooperados que desejam ofertar seus produtos por meio do comércio digital.

4. Supercampo

Com a proposta de ser a maior comunidade do agronegócio no Brasil, a plataforma Supercampo se propõe a ser o elo entre a demanda dos produtores rurais e as ofertas dos principais fornecedores.

Para tanto, o desafio é a construção de uma plataforma tecnológica robusta e capaz de atender às principais demandas das cooperativas e seus cooperados. Ou seja, proporcionar conveniência e facilidade aos cooperados.

Então, além do aspecto tecnológico da plataforma, o Supercampo visa à criação de um verdadeiro ecossistema cooperativista digital, com foco na conexão e integração da cadeia.

5. SmartCoop

Ao longo de dois anos, a Federação Das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande Do Sul (FecoAgro/RS) atuou no desenvolvimento de uma plataforma digital capaz de facilitar a rotina de seus 173 mil produtores associados nas tarefas relacionadas à gestão das propriedades e produção diária.

Por meio da plataforma SmartCoop os associados conseguem acompanhar suas propriedades, negociar e comercializar seus produtos de forma rápida e prática, o que levou a um aumento significativo na competitividade desses negócios.

A expectativa da FecoAgro/RS com a SmartCoop é a de que a plataforma impulsione o salto em eficiência, produtividade e lucratividade no campo, democratizando a tecnologia na agricultura brasileira.

Conclusão

O advento das plataformas digitais promoveu uma verdadeira revolução na maneira como se faz negócio ao redor do mundo. Toda uma sorte de novos serviços foi criada em decorrência das plataformas. E o cooperativismo não ficou de fora disso.

O meio cooperativista foi bastante ágil para detectar pontos prejudiciais do crescimento das plataformas, como os monopólios e a distorção das relações de trabalho. Isso deu origem às plataformas cooperativistas, que colocaram os trabalhadores no centro das relações e decisões acerca da atuação das plataformas.

Além disso, cooperativas tradicionais passaram a se beneficiar das facilidades e novas possibilidades trazidas pela tecnologia e conceito de negócio das plataformas. Com isso, há um enorme potencial de ganho de produtividade e competitividade para cooperativas de diversos ramos de atuação.

Para conhecer outras iniciativas semelhantes às apresentadas neste texto, acesse o Radar da Inovação! E não deixe de conferir a plataforma NegóciosCoop, recém-lançada pelo Sistema OCB que permite a intercooperação, onde as cooperativas podem anunciar seus produtos e serviços, além de também encontrar outras cooperativas que fazem sentido para o seu negócio.

<p>Futurista discorreu sobre as quatro forças dominantes do mundo digital e sobre como elas nos afetam hoje e nos afetarão cada vez mais.</p>

O futuro da sua coop começa hoje

Futurista discorreu sobre as quatro forças dominantes do mundo digital e sobre como elas nos afetam hoje e nos afetarão cada vez mais.


A Semana InovaCoop, realizada entre os dias 13 e 17 pelo Sistema OCB, chegou ao fim e trouxe a sensação de dever cumprido. A avaliação foi feita pela superintendente Tânia Zanella, nesta sexta-feira. Segundo ela, todos os feedbacks já recebidos foram muito positivos.

“Para nós, é um divisor de águas. É por isso que estamos com esse sentimento de tarefa concluída com sucesso. Afinal, o tema de inovação foi uma demanda das cooperativas ao final do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, realizado em maio de 2019. Todas as diretrizes, em especial as prioritárias, foram cumpridas. Estamos entregando tudo o que foi estabelecido e, por isso, também queremos agradecer às unidades estaduais do Sistema OCB, sempre tão parceiras e incansáveis ao nosso lado”, comentou a superintendente.

E seguida, a gerente geral da OCB, Fabíola Nader, fez um resumo de como foi a programação da Semana e sobre tudo o que está disponível para as cooperativas inovarem, começando pelo site www.inova.coop.br, onde é possível encontrar o que tem de melhor a respeito da inovação disponível no mercado, além de cursos, e-books, posts com novidades, mais de 80 cases de coops inovadoras do Brasil e do mundo e muito mais.

Na sequência, Tiago Mattos, investigador de futuros e membro da Singularity University nos EUA, ministrou a palestra Construir Futuros, na qual explicou sobre o que, na opinião dele, deve ser a prioridade para as cooperativas que querem manter e conquistar novos espaços no mercado: conhecer as quatro forças dominantes do mundo digital.

Segundo o Mattos, existem 4 forças dominantes, a digitalização, a automação, a personalização e a distribuição ditam e ditarão as tendências do mundo. Além de explicar cada uma das forças e como elas nos afetam diretamente, o futurista trouxe exemplos de como o mundo digital já está muito mais presente na nossa vida do que podemos imaginar, entre os exemplos estão: comida impressa sob medida, relógio que em contato com a pele confere a quantidade de calorias a cada refeição e roupas que crescem junto com os bebês.

Outros dois destaques da participação de Mattos dizem respeito ao planejamento estratégico que, para ele, já está em desuso, considerando que é uma ferramenta feita ao contrário, sem levar em consideração os impactos do futuro no presente; e à segurança psicológica no ambiente de trabalho, além de o quanto esse aspecto pode impactar positivamente no resultado das organizações.  

CONEXÃO COM STARTUPS

Também foram abertas as inscrições para a 2ª edição do programa Inovacoop Conexão com Startups, que está focada na solução dos desafios das coops do Ramo Agro, com inovação e intercooperação. Confira aqui todos os detalhes.

INOVACOOP PLAY

O encerramento da Semana InovaCoop teve, ainda, o pré-lançamento do canal InovaCoop Play, onde serão disponibilizados, às cooperativas, conteúdos como dicas, entrevistas e ferramentas para ajudar no desenvolvimento da cultura de inovação. Em breve, o Sistema OCB vai divulgar todas as informações sobre essa nova opção de imersão em inovação.

ASSISTA: E se você quer rever ou não viu a palestra do investigador de futuros Tiago Mattos, clique aqui.


<p>Evento contou com a participação de Marcos Fava Neves e, convidados da FGV e da Natura.</p>

Semana Inova debate transformação digital no agro

Evento contou com a participação de Marcos Fava Neves e, convidados da FGV e da Natura.


Transformação digital e novos canais para o cooperativismo agropecuário. Este foi o tema do debate realizado pelo Sistema OCB, no terceiro dia da Semana Inovacoop, e que contou com a participação do professor Marcos Fava Neves, o doutor agro, o professor do Departamento de Mercadologia da FGV/EAESP, Leandro Angotti Guissoni, e o diretor da Natura, Murillo Boccia.

Durante a abertura do debate, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, destacou que o papel da OCB é atuar para que as cooperativas tenham a “condição de surfar as ondas do mundo globalizado, cheio de mudanças e transformações, fazendo isso com a competência de quem lida com pessoas. E as cooperativas são formadas não só por armazéns, cofres ou grãos... no nosso de negócios, elo que nos mantém firmes é a confiança. E é isso que nos diferencia dos demais modelos, sobretudo no atual momento da humanidade”.

Fava Neves, por sua vez, disse que são impressionantes os impactos do digital no agro. “São muitas oportunidades, desde contratos assinados por computador, até a presença de voz nas mídias sociais. É um universo muito grande. E essa influência, segundo ele, pode ser listada em 10 setores, pelo menos. São elas: Segurança, conhecimento, ambiental, transparência, social, comunicação, financeiro, inovação, eficiência e comércio”.

Já Leandro Guissoni fez questão de destacar o entendimento sobre o que é disrupção digital e como ela afeta múltiplos setores dentro e fora do agro. Discorreu, também, sobre a relevância de se compreender como responder a esse processo na perspectiva da cooperativa.

Para Murillo Boccia, diretor da Natura, o digital liga pessoas, empresas e coisas de forma mais rápida, barata, imersiva, gerando e usando dados e, por fim, criando novos modelos de negócios e serviços. “E, graças a esse processo, vamos conviver com um nível de exigência cada vez maior por parte dos consumidores, por isso, precisamos estar preparados.”

Para assistir a mesa redonda na íntegra, clique aqui.

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