O cooperativismo tem tudo a ver com o modelo de negócio de plataforma e este curso vai te mostrar os motivos
Em muitos países, o cooperativismo de plataforma já é uma realidade. E, aqui no Brasil, começa a dar os primeiros e sólidos passos para ganhar o mercado. Como estratégia para isso, o Sistema OCB lançou, nesta terça-feira (14/9), um curso totalmente voltado ao tema. A aula magna foi ministrada pelo doutor em Direito, Mário de Conto, professor, pesquisador e diretor geral da Escoop, como parte da programação do segundo dia da Semana InovaCoop.
O objetivo é preparar as cooperativas para atuarem com mais força e resultados nesse mundo dos aplicativos e plataformas. Por isso, o curso está estruturado em quatro módulos. Vale destacar que os módulos 1, 2 e 3 estão no InovaCoop e poderão ser acessados de acordo a disponibilidade de cada aluno. Já o módulo extra será um encontro on-line (síncrono) a partir da segunda quinzena de outubro, para aqueles que tiverem feito os três módulos anteriores.
Numa entrevista concedida ao InovaCoop, Mário De Conto explica como esse modelo funciona e o porquê de as coops aproveitarem essa oportunidade. “Nesse modelo, uma empresa primeiro projeta um produto ou serviço, a partir disso o produto é fabricado e colocado à venda ou um sistema é implementado para fornecer o serviço e, finalmente, um cliente adquire o produto ou serviço. Essa lógica linear é profundamente alterada no modelo de plataforma: nesse modelo, diferentes tipos de usuários - alguns deles produtores, alguns deles consumidores e alguns deles, pessoas que podem desempenhar ambas as funções em vários momentos – interagem uns com os outros usando os recursos fornecidos pela plataforma. As cooperativas certamente podem utilizar-se desse modelo de negócio com um aspecto muito importante: Na cooperativa, a propriedade e a gestão da plataforma são de seus próprios associados. E essa é a grande diferença que o cooperativismo pode fazer na economia de plataforma.”
PROGRAMA DO CURSO
Módulo 1: Capitalismo de Plataforma
Aborda as transformações do capitalismo, o surgimento da economia de plataforma e seus aspectos (criação de valor e efeitos de rede) e, também, como essa estratégia pode ser incorporada pelas coops. Apresenta, ainda, a tática das plataformas, provocando a reflexão a respeito das estratégias que podem ser adotadas. Utilizam-se exemplos de empresas brasileiras que utilizam a estratégia de plataformização.
Módulo 2: Cooperativismo de Plataforma
Contextualiza o cooperativismo de plataforma. Apresenta conceituação e classificações. Aborda a Legislação brasileira no que diz respeito às formas de financiamento, governança digital, escala e cooperativa multistakeholder.
Módulo 3: Cases de cooperativas de plataformas
Apresentação de cases de Cooperativas de Plataforma e sua contextualização segundo o Direito brasileiro, apontado desafios e oportunidades. Cases: Stocksy, Mensakas, Coopcycle, UpandGo e Fairbnb.
Módulo Extra: Geração de Modelo de Negócios
Aborda as possibilidades de elaboração de modelo de negócios considerando a natureza e os princípios das organizações cooperativas e as características dos negócios de plataforma. Apresenta a ferramenta de geração de modelo de negócios customizada para proposição de cooperativas de plataforma.
SEMANA INOVACOOP
Começou ontem e vai até sexta-feira (17/9) com conteúdos exclusivos que prometem agregar muito valor ao dia a dia das cooperativas do país. Além de palestras, workshops e apresentação de cases, o evento também contará com lançamentos de produtos e serviços. Para saber mais detalhes acesse o site da Semana InovaCoop: https://semanainova.coop.br
COOPERATIVISMO DE PLATAFORMA
Para quem tiver interesse em aprofundar no tema separamos alguns links:
- Acesse o post: O que é o Cooperativismo de Plataforma
- Mergulhe no e-book: Cooperativismo de plataforma: desafios e oportunidades
- Conheça alguns cases: Cooperativas de plataforma: desafios e cases de sucesso
- Durante a aula de hoje o Mário de Conto citou um webinar da Stocksy
- Os interessados em participarem do módulo extra, já podem se inscrever aqui.
“Repetição não cria memórias. Novas experiências, sim!” Com este insight do Maurício Benvenutti, palestrante da abertura do evento, iniciamos nossa semana com muita vontade de inovar.
Cooperativistas de todo o país participam a partir desta segunda-feira da Semana InovaCoop, realizada pelo Sistema OCB, e que vai até sexta-feira (17/9). O evento começou em grande estilo com a palestra Competitividade e inovação, ministrada pelo escritor, empreendedor, mentor, palestrante Maurício Benvenutti.
Ele foi sócio da XP Investimentos e, atualmente, é sócio do StartSe e autor do livro Incansáveis, best-seller de negócios que está na 5ª edição. Há 3 anos no Vale do Silício, se tornou referência brasileira em inovação, sendo reconhecido no Congresso Nacional como Personalidade Brasileira de 2017.
Segundo ele, inovar não precisa, necessariamente, envolver uma tecnologia inacessível. “A inovação está nas pequenas coisas. Uma pesquisa mostra que 95% das inovações que usamos no nosso dia a dia, não têm nenhuma tecnologia de foguete envolvida, mas verificam a jornada do consumidor, bem como os ruídos dentro desse processo e, por fim, entregam um serviço ou produto que agregam valor ao usuário de alguma forma”, comenta.
O especialista também falou sobre o futuro das relações de trabalho, destacando dois pontos essenciais de uma grande onda de tendência de mercado: a valorização cada vez maior das habilidades humanas e exigência de habilidades tecnológicas.
Além disso, ressaltou a necessidade de se compreender como o online potencializa o analógico, especialmente num mundo onde as pessoas são muito mais abertas para o novo. “A gente aceita muito e, por isso, demanda muito mais”.
Outros destaques da palestra de Maurício Benvenutti dizem respeito à transformação digital, à transição de ciclos, à revisão do modelo de negócios e a importância requalificação profissional constante.
TRÊS PILARES
Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, desde 2019, quando foi o realizado o 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, a instituição vem atuando com base em três pilares, indicados pelos participantes do evento e que fazem parte do Planejamento Estratégico do Sistema OCB.
“Desde o nosso congresso, temos tentado acelerar esse impulso digital em todas as cooperativas, trazendo a inovação como parte do processo de gestão estratégica. De lá para cá, temos falado sobre integridade, que tem que fazer parte do DNA de todas as instituições e empresas e cooperativas. Falamos também sobre a sustentabilidade, que tem que ser integral, passando pelo meio ambiente, pela saúda das empresas e, claro, da saúde das pessoas; e, por fim, a inovação”, lembrou o líder cooperativista.
Além disso, o presidente do Sistema OCB também discorreu sobre o objetivo da Semana InovaCoop. “Tudo que vamos apresentar ao longo desta semana é um pouco de como nós imaginamos que pode ajudar a despertar esse ambiente de cultura de inovação no cooperativismo brasileiro. Não temos a pretensão de ensinar ninguém a inovar, mas de despertar para essa nova realidade e possibilidade que já bate à nossa porta”, conclui.
LIVRO INOVAÇÃO NO COOPERATIVISMO
Nesta segunda-feira também foi feito o pré-lançamento do livro “Inovação no cooperativismo”, um material que dará visibilidade para tudo aquilo que as coops têm feito de inovador, inclusive sobre como começar a criar a cultura de inovação na sua cooperativa. O livro será lançado, oficialmente, no final deste ano.
CONEXÃO COM STARTUPS
O que também começou nesta segunda-feira foram os encontros entre cooperativas e startups selecionadas no programa Inovacoop Conexão com Startups. O resultado sai a partir da semana que vem. Confira a programação dos pitches.
Se você não viu ou quer ver de novo a abertura do evento, que vai até sexta-feira, 13/9, acesse o vídeo no canal do Youtube do Sistema OCB. E fique de olho na programação dos outros dias da Semana InovaCoop.
Nova fase do programa Inovacoop Conexão com Startups definirá as responsáveis por desenvolver as soluções para os desafios das cooperativas brasileiras
O encontro entre o problema e a solução. É essa a expectativa da série de encontros entre as cooperativas e as empresas de soluções tecnológicas que fazem parte do programa InovaCoop Conexão com Startups, que ocorrerá entre os dias 13 e 17 de setembro, durante a Semana InovaCoop.
Ao longo dos últimos meses, o Sistema OCB, que realiza o programa, e a empresa de consultoria parceira Innoscience, selecionaram os desafios propostos por cooperativas. Com a divulgação dos desafios do programa, em seguida as startups fizeram suas inscrições.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Inovação do Sistema OCB, Samara Araujo, na última etapa do programa as cooperativas concluíram a avaliação das startups indicadas, chegando ao número de três opções para cada desafio. “E, na semana que vem, elas vão definir qual das startups poderá seguir no programa, desenvolvendo a solução de seu interesse”, explica Samara.
O objetivo do programa é que, com base na inovação aberta, ou seja, que ocorre com parcerias ou intercooperação, as coops possam solucionar seus desafios, aumentar a eficiência de seus projetos, reduzir custos e riscos, aumentar o retorno sobre os investimentos a ampliar as oportunidades e fontes de receita.
AGENDA
Confira abaixo o dia de cada um dos desafios e as startups que foram selecionadas para os pitches:
SEGUNDA 13/9
9h30 às 11h
Desafio: Comunicação interna e rastreabilidade de informações
Startups: Colaborativa, Screencorp e WorkSphere
11h às 12h30
Desafio: Gestão de ações sociais
Startups: Apporte, Prosas e Bússola Social.
TERÇA 14/9
9h30 às 11h
Desafio: App de oferta de serviços (marketplace)
Startups: Cazco, Coopersystem e Ideia no Ar
11h às 12h30
Desafio: App para solução em transporte de cargas
Startups: Frete Rápido, GoFlux e Vuxx
QUARTA 15/9
9h30 às 11h
Desafio: Gestão e rastreabilidade da produção de café
Startups: E agro, PariPassu e SafeTrace Café
11h às 12h30
Desafio: Gestão de dados
Startups: Dados Legais, Pulses e Software Lucca
QUINTA 16/9
9h30 às 11h
Desafio: Pesquisa de satisfação e relacionamento
Startups: Amplifique-me, Binds.co e Solucx
11h às 12h30
Desafio: Agenda eletrônica unificada e informações em tempo real
Startups: Adm&Med, Prontlife e Magma Digital
SEXTA 17/9
14h às 16h
Desafio: Prontuário eletrônico e informações em tempo real
Startup: Amplimed, Magma Digital, Prontlife e Prontmed
16h às 17h30
Desafio: Gestão de acessos a áreas restritas no hospital
Startups: Instituto SENAI, Pmetric System Ltda e Sensorweb
PARTICIPE
A Semana Inovacoop é um evento aberto a todas as coops e a programação conta com palestras, debates, lançamentos de produtos e serviços, apresentações de cases e pitches das startups, interação e muito conteúdo de valor tanto para você quanto para sua coop.
“A nossa ideia é proporcionar o acesso a ideias inovadoras e soluções criativas em vários momentos, por isso a nossa programação é tão intensa e diversificada”, explica a superintendente do Sistema OCB, Tânia Zanella.
Vale destacar que toda a programação ocorre de maneira virtual, acesse o site do evento: https://semanainova.coop.br.
O curso recebe inscrições dos interessados para o módulo extra negocial
O cooperativismo de plataforma já é uma realidade fora do país e está começando a ganhar força aqui no Brasil. É por isso que o Sistema OCB fez o lançamento do curso sobre esse assunto durante a Semana InovaCoop. O curso Cooperativismo de Plataforma é ministrado pelo professor e diretor da Escoop, Mario de Conto. A ideia é preparar as cooperativas para atuarem com mais força e resultados nesse mundo dos aplicativos e plataformas.
Segundo o professor, o objetivo é apresentar a economia de plataforma, as profundas transformações que ela vem acarretando e propor – por meio do cooperativismo de plataforma – um modelo em que a propriedade e a gestão da plataforma é de seus usuários. “Faremos isso através da apresentação de conceitos e, também, de práticas mapeadas em diversos países. Queremos, ao final, apresentar ferramentas que auxiliem as coops já constituídas e grupos interessados a estabelecer plataformas estruturadas
O curso teve a aula inaugural em setembro na Semana InovaCoop e terá momentos de interação com professores e aulas gravadas, disponibilizadas na maior plataforma de desenvolvimento profissional do cooperativismo brasileiro, a CapacitaCoop.
PROGRAMA DO CURSO
Módulo 1: Capitalismo de Plataforma: Aborda as transformações do capitalismo, o surgimento da economia de plataforma e seus aspectos (criação de valor e efeitos de rede) e, também, como essa estratégia pode ser incorporada pelas coops. Apresenta, ainda, a tática das plataformas, provocando a reflexão a respeito das estratégias que podem ser adotadas. Utilizam-se exemplos de empresas brasileiras que utilizam a estratégia de plataformização.
Módulo 2: Cooperativismo de Plataforma: Contextualiza o cooperativismo de plataforma. Apresenta conceituação e classificações. Aborda a Legislação brasileira no que diz respeito às formas de financiamento, governança digital, escala e cooperativa multistakeholder.
Módulo 3: Cases de cooperativas de plataformas: Apresentação de cases de Cooperativas de Plataforma e sua contextualização segundo o Direito brasileiro, apontado desafios e oportunidades. Cases: Stocksy, Mensakas, Coopcycle, UpandGo e Fairbnb.
Módulo Extra (Geração de Modelo de Negócios): Aborda as possibilidades de elaboração de modelo de negócios considerando a natureza e os princípios das organizações cooperativas e as características dos negócios de plataforma. Apresenta a ferramenta de geração de modelo de negócios customizada para proposição de cooperativas de plataforma.
Para não perder nada, confira os links abaixo:
- Aula inaugural do curso, que aconteceu ao vivo na Semana InovaCoop.
- Curso: Cooperativismo de Plataforma
- Módulo extra (geração de modelo de negócio), que acontecerá nos dias 19 e 26/10. Para garantir a vaga neste módulo, o interessado deve se inscrever aqui.
SOBRE A SEMANA INOVACOOP
Ela ocorreu entre os dias 13 e 17 de setembro com conteúdos exclusivos que prometem agregar muito valor ao dia a dia das cooperativas do país. Além de palestras, workshops e apresentação de cases, o evento também contou com lançamentos de produtos e serviços. Para acessar o que aconteceu na semana veja aqui.
Práticas de mercado e indicadores de retorno sobre o investimento permitem verificar que a inovação proporciona crescimento no negócio
A capacidade de inovar é um diferencial competitivo capaz de fazer com que as organizações cresçam além da média do mercado e ganhem market share em até 80% do tempo. Essa afirmação é de um estudo da McKinsey que avaliou companhias de países da América do Sul, América do Norte, Ásia e Europa.
Outro fato que aponta para a importância da inovação vem do mercado de celulares. Em 2007, Nokia, Samsung, Motorola, Sony Ericsson e LG captavam 90% dos lucros do setor. Menos de dez anos depois, em 2015, a Apple era a responsável por gerar 92% dos lucros da indústria. Por trás dessa reversão no panorama de mercado está o foco da Apple em inovação.
Exemplo bem mais recente e próximo do mercado brasileiro é o do Nubank que, criado em 2013, já tem mais de 10 milhões de clientes e um valor de mercado que extrapola os US$ 10 bilhões. Novamente, é a inovação na experiência do cliente o principal motor responsável pelo desempenho da fintech.
Dentro do universo do cooperativismo, dentre os diversos exemplos que temos no Radar da Inovação, está o caso do Sicredi, cujos investimentos em inovação o colocaram entre as 100 organizações mais inovadoras do Brasil segundo o Ranking 100 Open Startups 2020.
O programa Inovar Juntos, no qual o Sicredi já investiu mais de R$ 1 milhão, trouxe resultados expressivos à organização. Entre os resultados mensuráveis, por exemplo, temos: a criação do marketplace Conecta; o desenvolvimento do aplicativo Cosmobot, que permitiu captar mais de R$ 100 milhões em investimentos dos associados; a criação da plataforma Paytrack, para fazer a gestão de despesas de viagens corporativas, permitindo ao Sicredi uma economia de mais de R$ 1 milhão ao ano; entre outras.
Planejamento inicial
É claro que a fórmula não é tão simples assim e nem toda iniciativa de inovação traz, automaticamente, resultados positivos às cooperativas. Para entrar nas estatísticas positivas, as iniciativas de inovação precisam ter muito claro quais são os desafios a serem enfrentados e os objetivos almejados.
Além disso, é preciso contar com orçamento suficiente para o desenvolvimento das ideias propostas, o que nos leva à importância de estabelecer fontes de financiamento alinhadas ao projeto. A mensuração constante dos resultados obtidos também é fator decisivo para que os investimentos em inovação levem ao crescimento da cooperativa.
Vamos agora pontuar alguns dos fatores fundamentais para o planejamento inicial de uma iniciativa de inovação bem-sucedida.
Identificação dos desafios
Foi o autor Lewis Carroll, no clássico “Alice no País das Maravilhas”, quem disse que “se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve”. É uma frase dita nos mais variados contextos e se adequa com perfeição à inovação em cooperativas.
Afinal, há cada vez mais startups no mercado com as mais variadas soluções para problemas dos mais diversos. Logo, a dificuldade que cooperativas e empresas em geral sentiam há algum tempo, de encontrar e contratar empresas com respostas para dores específicas, não é mais um obstáculo.
O desafio, portanto, reside na etapa anterior, de identificar os desafios e saber o que procurar. Este é o ponto que aborda o artigo do MIT Sloan Management Review Brasil que lista quatro métodos para captura de desafios:
1) Top Down: definidos pela alta gestão com base no planejamento estratégico e visando startups com elevada aderência ao ecossistema de startups. Em casos como esse, o desafio a ser vencido pelas iniciativas de inovação já nasce em total alinhamento com a estratégia e com suporte da alta gestão;
2) Bottom up: ao contrário do anterior, em que o desafio já é dado, neste processo os colaboradores são convidados a apresentar suas demandas e necessidades. Como vantagem esse processo aumenta o senso de pertencimento dos times que, na prática, serão os responsáveis por executar os projetos-piloto com as startups;
3) Focado: nessa estratégia, a missão é descobrir quem são os executivos-chave para um processo de inovação. Identificados os sponsors, estes se tornam parceiros internos para, aí sim, a identificação dos desafios junto aos times operacionais. Como ponto positivo pode ser listado o engajamento dos líderes, o que reduz o atrito na alocação de pessoas e tempo para o desenvolvimento dos projetos de inovação;
4) Híbrido: o desenvolvimento dessa metodologia demanda uma combinação entre os campos de oportunidades existentes - e delimitados pela alta gestão - e as ofertas de soluções existentes no mercado por meio de startups. Assim, tanto os líderes e as áreas se engajam para apresentar seus desafios aderentes ao tema, como a cooperativa se abre para as novas ideias ventiladas pela abertura às startups.
Modelos de priorização
Com a criação de um programa de inovação é natural que as áreas defendam suas dores como sendo as prioritárias para receber os investimentos e soluções desenvolvidas. Para atender às diretrizes estratégicas da cooperativa, é interessante seguir um modelo de priorização de projetos.
Um dos modelos disponíveis e mais difundidos é o chamado 3H, que remete a 3 horizontes da inovação e foi concebido pela McKinsey. Como o nome diz, o modelo sugere avaliar as propostas de inovação a partir de três horizontes distintos, levando em consideração o tempo e o impacto.
No Horizonte 1 a cooperativa olha para seu negócio principal (core business) e visa à manutenção dos seus principais negócios. Então, no primeiro quadrante são alocados os projetos de curto prazo, que proporcionam melhorias de desempenho aos negócios atualmente existentes e que já trazem receita para a cooperativa. São, em geral, projetos com menor risco e que proporcionam inovação incremental a processos, serviços e produtos já existentes.
As oportunidades de novos negócios são contempladas no Horizonte 2, que visa ao desenvolvimento de negócios emergentes. A finalidade deste quadrante é abrigar propostas de inovação com foco na geração de novas fontes de receita, explorando novos mercados.
O Horizonte 3 visa à criação de negócios completamente novos e, por isso, tem uma carga de experimentação bastante considerável. É o local adequado para listar ideias realmente inspiradoras e disruptivas, com potencial elevado de conectar a cooperativa ao ecossistema de inovação.
Associado ao 3H, é possível aplicar a regra 70/20/10 para alocação de investimentos. Ou seja, aplicar 70% dos recursos nos projetos do Horizonte 1, 20% nos do Horizonte 2 e 10% naqueles listados no Horizonte 3.
Definição dos objetivos
Para manter o foco nos resultados desejados e evitar que a cooperativa enverede por caminhos que não contribuem com o programa de inovação, é imprescindível estabelecer objetivos. Para tanto, é recomendável seguir as dicas abaixo, que são suporte à definição das metas a serem alcançadas.
1) Faça um diagnóstico da organização: isso significa entender a situação atual da cooperativa, identificando quais são as suas forças e as suas fraquezas e, dessa maneira, chegar à conclusão sobre quais são os aspectos que merecem maior atenção do programa de inovação;
2) Defina as lacunas a serem desenvolvidas: uma análise mais aprofundada das fraquezas levantadas na etapa anterior leva à identificação das lacunas que precisam ser preenchidas. São nelas que residem as principais oportunidades para o programa de inovação;
3) Oriente o tipo de inovação: nesse momento a cooperativa vai definir se precisa de uma inovação incremental, radical ou disruptiva. Como vimos no tópico sobre priorização, o levantamento de ideias deve ser o mais livre possível. Entretanto, como os recursos são limitados, é preciso ter clareza sobre quais serão os tipos de inovação a serem alimentados;
4) Identifique e gerencie riscos: mudanças trazem riscos. Então, é preciso incluir os riscos na conta da inovação. E isso começa no momento de traçar objetivos mais realistas, que permitam agir com a cautela necessária ao longo de todo o processo de inovação.
Ao ter bastante claras quais as lacunas que impedem a cooperativa de atingir suas metas estratégicas para determinado período fica mais fácil determinar os objetivos da inovação. Por isso, determinar as metas a serem alcançadas é um processo que começa muito antes do início do programa de inovação em si.
Assim como é preciso ter claro de onde virão os recursos para financiar a inovação.
Determinação das fontes de recursos
Inovar demanda recursos. E não estamos falando apenas de dinheiro. É importante lembrar que são cinco os principais tipos de recursos envolvidos para qualquer iniciativa corporativa e a inovação não foge a eles:
1) Pessoas: sozinho, um gestor de inovação não vai muito longe. O sucesso de suas iniciativas depende do engajamento de equipes multidisciplinares contribuindo para cada uma das etapas do programa de inovação;
2) Tempo: as pessoas selecionadas precisam, ainda, dispor de tempo para se dedicar a iniciativas que não necessariamente irão trazer resultados palpáveis em suas primeiras etapas;
3) Conhecimento: além de extrair e combinar conhecimentos diversos, o programa de inovação precisa atentar para a gestão do conhecimento gerado. Afinal, é importante fazer valer a máxima que afirma não haver erros num programa de inovação, mas sim oportunidades de aprendizagem;
4) Finanças: evidentemente, não há como tocar adiante um programa de inovação sem recursos financeiros para elaboração de protótipos e contratação de startups, por exemplo. Veja as possibilidades de financiamento e programas de incentivo à inovação;
5) Infraestrutura: a cooperativa precisa ceder espaço e equipamentos para que a inovação aconteça.
E lembre-se: para que não faltem recursos aos processos de inovação - independentemente do recurso -, o gestor também precisa garantir apoio da direção da cooperativa ao projeto.
Indicadores e métricas
A inovação ocorre em diferentes dimensões, algumas mais subjetivas - e, portanto, mais difíceis de mensurar - e outras que podem ser medidas mais facilmente. De qualquer maneira, é muito recomendável aplicar algum tipo de métrica que permita observar os avanços - ou onde há obstáculos - dos programas de inovação.
As métricas de inovação mais comuns são classificadas de duas maneiras:
- De saída: medem resultados dos projetos, como retorno sobre investimento, quantidade de projetos em conclusão, dentre outros;
- De entrada: indicadores relativos às competências demandadas para chegar aos resultados almejados, como capacitação das pessoas, quantidade de colaboradores impactados e recursos aplicados à inovação.
Ambas as categorias podem contemplar indicadores relativos a:
- Habilidades e competências: olha para a capacidade de a cooperativa criar e gerenciar a inovação, mensurando a quantidade e a qualidade dos insights gerados pelos colaboradores;
- Estrutura organizacional: mensura os recursos necessários para o processo de inovação;
- Cultura: avalia a quantidade de novas ideias e iniciativas, o tempo dedicado ao seu desenvolvimento, bem como o envolvimento dos colaboradores;
- Liderança: olha para a quantidade tempo que a liderança dedicou para a inovação, indicando que há aderência entre inovação e estratégia;
- ROI (retorno sobre investimento): possivelmente, a categoria mais direta de indicador de inovação, tem como resultados a quantidade de produtos lançados, as patentes adquiridas, a receita adicional obtida a partir de novos produtos ou serviços.
Conclusão
Como vimos ao longo deste texto, a inovação é resultado de uma soma de processos. Então, seus resultados serão mensurados a partir da criação de metodologias internas capazes de proporcionar a identificação dos desafios, criar modelos adequados de priorização, determinar os objetivos a serem alcançados, as fontes de recursos para a inovação e como os resultados serão medidos.
Com tudo isso muito bem organizado e administrado é que a cooperativa terá condições de avaliar quais são os diferentes retornos que a inovação pode trazer. Como se vê, não é possível restringir os objetivos a aspectos meramente financeiros. É preciso ter uma visão mais holística sobre os benefícios advindos dos investimentos em inovação. Isso não significa renunciar a objetividade, mas de desenvolver mecanismos e um olhar crítico sobre como os avanços podem ser percebidos e, mais do que isso, tendo muita clareza acerca de como contribuem para o atingimento dos grandes objetivos definidos pela estratégia da cooperativa.