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<p>Veja como o RH pode ser peça-chave na criação das equipes do futuro</p>

Gestão de equipes: como motivar e engajar em prol da inovação

Veja como o RH pode ser peça-chave na criação das equipes do futuro


O papel da motivação na gestão de equipes ainda não é levado a sério como deveria. Enquanto muitos líderes e gestores pensam que motivação é apenas uma “palavra da moda”, os números mostram que vai além disso.

Uma pesquisa da Gallup revelou que equipes engajadas têm resultados muito superiores em comparação com as que são pouco motivadas:

  • 41% de redução do absenteísmo
  • 17% de aumento da produtividade
  • 10% de aumento nas avaliações de clientes
  • 20% mais vendas

Mas a pesquisa também destaca um importante lembrete: uma equipe motivada vai muito além de pensar no bem-estar e na satisfação dos colaboradores. Antes, tem a ver com criar uma cultura de trabalho motivada em torno dos mesmos valores e objetivos. Em outras palavras, não basta criar um ambiente agradável, é preciso criar uma cultura de inovação que tenha as pessoas como foco.

A boa notícia é que isso tudo está muito bem alinhado com os princípios básicos do cooperativismo. Apesar disso, os resultados não são automáticos. É necessário trabalhar com estratégia e visão de longo prazo para moldar as equipes do futuro com a motivação correta e os meios de produzir bem.

Neste artigo, você vai ver como o setor de recursos humanos (RH) pode ter um papel-chave nessa missão, além de ver os 3 pilares para desenvolver equipes mais inovadoras.

Como o setor de recursos humanos pode moldar a inovação das organizações

De acordo com a consultoria McKinsey, o setor de RH pode ser peça central na criação de equipes mais inovadoras. Além disso, com a pandemia de Covid-19 que acelerou a digitalização de todos os tipos de instituição, é mais importante do que nunca inovar.

As cooperativas entenderam que o inesperado precisa ser sempre levado em conta, e que montar planos de contingência para momentos de crise é muito mais fácil com a ajuda da tecnologia. A partir daí, três conceitos ganham muita força nas novas forças de trabalho:

As equipes de RH têm as ferramentas e o conhecimento para promover mudanças importantes que moldam esses três elementos. Aqui estão algumas formas de fazer isso:

Adote novos modelos organizacionais

É impossível inovar trabalhando com um modelo organizacional engessado. Então, as cooperativas precisam criar ou adotar modelos novos, mais ágeis e flexíveis, que se adaptam às necessidades do momento.

Além disso, é vital que os novos modelos levem em conta toda a estrutura da organização, ou seja: pessoas, processos, tecnologia, estrutura e estratégia. Deixar qualquer um desses elementos de fora significa ruína para o modelo e mata qualquer potencial de inovar. Mas como o RH pode fazer isso, junto de outras lideranças?

Há várias opções, sendo que uma delas envolve criar uma academia de treinamento para orientar a transformação. O estudo da McKinsey cita que foi isso o que fez um grande banco europeu, como parte de um programa de transformação ágil.

Além disso, o RH deve atuar de perto na gestão de pessoas, que inclui a criação de programas de capacitação personalizados, planos de carreira voltados para a evolução constante e os desafios do futuro e sistemas modernos de avaliação de desempenho.

Todos esses pontos são sensíveis dentro das organizações modernas, pois muitos deles ainda seguem padrões antigos que não funcionam mais. A consequência são tentativas de modernização barradas por processos feitos para cenários ultrapassados.

 

Crie uma força de trabalho flexível – e magnética

Até hoje o trabalho tem sido dividido por funções na grande maioria das organizações. Mas as necessidades atuais apontam para uma mudança de cenário, pois se tornou mais valioso priorizar as equipes por habilidades.

A grande diferença desse movimento é que ele prioriza sempre a melhor pessoa para a tarefa do momento, enquanto as equipes antigas fixavam todos os colaboradores. Isso até fazia sentido há algumas décadas, em que criar processos de trabalho se resumia a criar linhas de produção que não mudavam.

Hoje, porém, muitas dessas linhas de produção são feitas por máquinas automatizadas, enquanto as pessoas tendem a ocupar cada vez mais processos estratégicos, que são fluidos e mudam o tempo todo.

Assim, não faz sentido manter funções rígidas para pessoas que precisam resolver problemas diferentes a cada dia. Desse modo, o papel do RH é criar uma força de trabalho flexível para acabar com as lacunas entre as tarefas automatizadas e as que exigem grande habilidade. Isso já era prioridade máxima de 66% dos executivos entrevistados pela McKinsey em 2018, antes da pandemia. Agora, essa necessidade é ainda mais aguda.

Tome decisões melhores – mais depressa

Outra grande quebra de paradigma que a pandemia trouxe foi com relação à velocidade de tomada de decisões. O grande exemplo disso, a nível mundial, foi o da produção de vacinas, em ritmo que até então era considerado impossível por qualquer especialista.

O mesmo aconteceu com a logística das entregas de vacinas. Por exemplo, um plano de entrega por sistema drive-thru que levaria 18 meses se tornou viável em 2 dias. Com as empresas e cooperativas não foi diferente.

Tomar decisões rápidas se provou não apenas um diferencial, mas, para muitos, questão de sobrevivência. E um dos grandes problemas que afetam a tomada de decisão ágil e assertiva é a complexidade da hierarquia.

Quanto mais camadas de autoridade envolvidas numa tomada de decisão, mais demorado se torna o processo. Por isso, os times de RH têm a missão de reformular essas estruturas hierárquicas para dar mais autonomia a cada equipe. Em outras palavras, é preciso criar um ambiente que recompensa a resolução rápida de problemas, não a burocracia.

Introduza uma gestão do desempenho de próxima geração

Se há novas necessidades, novas habilidades e novos sistemas de trabalho, é essencial criar também novas formas de avaliar o desempenho individual e coletivo dos colaboradores. E o estudo da McKinsey identificou três formas de fazer isso:

  1. Treinar gerentes;
  2. Vincular metas de funcionários a prioridades de negócios;
  3. E remunerar os colaboradores de formas diferenciadas.

E o RH pode dar suporte a estes 3 processos, por tomar ações como:

  • participar no processo de definição de metas;
  • investir em técnicas de análise de desempenho mais precisas;
  • coordenar o treinamento de gerentes;
  • desvincular questões de remuneração das questões de desenvolvimento.

Crie uma cultura de aprendizagem por meio da recapacitação e da requalificação

A cultura de aprendizagem precisa vir de uma jornada que combine conceitos tradicionais (como cursos, treinamentos e instruções) com métodos novos (como coaching e outras formas de modelagem comportamental). Isso é importante porque as pessoas nunca estiveram tão atentas ao poder do pensamento como motor das ações.

Além disso, por alinhar essas duas formas de desenvolvimento em uma jornada única e guiada, é mais fácil tirar dos colaboradores a noção de que eles precisam ter todas as respostas o tempo todo. É isso o que leva a erros e faz uma organização parar no tempo.

Por outro lado, a cultura de sempre aprender e fazer as perguntas certas leva a inovação a diferentes áreas e níveis de complexidade.

Os 3 pilares para desenvolver equipes mais inovadoras

Além de estruturar os processos necessários para trabalhar com identidade, agilidade e escalabilidade, não podemos ignorar o papel da habilidade em equipes inovadoras. Afinal, se as cooperativas inovadoras têm as pessoas como foco, é nelas que está o grande valor das inovações.

E, mais uma vez, é preciso levar em conta como a pandemia de Covid-19 mudou as necessidades de habilidades em equipes inovadoras. Afinal, com os novos ambientes de trabalho, híbridos ou, em alguns casos, 100% remotos, a dinâmica de trabalho se altera. E com isso, mudam também as habilidades necessárias para realizar as mesmas funções.

Para lidar com isso, a McKinsey também destaca 3 chaves, ou pilares, que as cooperativas podem usar para desenvolver equipes mais habilidosas e, por sua vez, mais inovadoras.

 

1. Encontre o seu verdadeiro ponto de partida

Uma coisa é perceber que a cooperativa precisa de equipes mais habilidosas e inovadoras. Outra coisa bem diferente é saber quais são as habilidades em falta, onde aplicá-las e qual o tamanho do problema.

Por isso, a primeira ação é descobrir o seu real ponto de partida, por fazer um inventário de habilidades da organização como um todo. Na prática, esse inventário vai mostrar o que a empresa tem sobrando e faltando para alcançar suas metas e prioridades de negócios.

Ao fazer esse inventário é muito importante não levar em conta apenas o título de um funcionário, nem considerar o projeto como pontual. Ele precisa considerar as reais habilidades de cada pessoa e ser parte de um movimento contínuo. Assim, essa base de talentos permitirá que cada pessoa seja usada para a melhor atividade possível, dentro de suas habilidades, para alcançar as metas de negócios.

2. Faça da construção de habilidades um estilo de vida

A construção de habilidades é algo contínuo e exige uma organização que a trate assim. A melhor forma de fazer isso é criar um programa de requalificação sempre disponível para desenvolver habilidades novas ou atualizar quem já domina um conjunto de habilidades específicas.

Assim, sempre que alguma função ficar ultrapassada ou uma nova necessidade surgir, os colaboradores podem ser remanejados e treinados para cumprir bem seus papéis nas novas funções.

Essa espécie de hub de habilidades pode ter um papel central em equilibrar as forças da cooperativa em ciclos rápidos e contínuos. Assim, a cooperativa se mantém em constante evolução e sempre prioriza as habilidades certas para a função certa em vez de se apegar a papéis fixos.

3. Tenha uma visão do ecossistema

Como ficou evidente com a pandemia de Covid-19, não podemos descartar o fato de que as circunstâncias podem impedir uma cooperativa de atuar, por completo. Isso traz à tona a importância de enxergar o ecossistema como um todo para inovar e continuar gerando valor para a comunidade em qualquer cenário.

Isso envolve criar planos para realocar colaboradores para outras funções dentro da mesma organização ou até para organizações diferentes em caso de necessidade. Além disso, criar programas de capacitação e recrutamento de pessoas em vulnerabilidade na comunidade é outra forma de ver o ecossistema como um todo.

O mais importante é usar toda a força da cooperativa para gerar valor ao ecossistema como um todo, não importa qual seja a situação. E a construção contínua de habilidades é uma das melhores formas de fazer isso.

Assim, fica claro que a necessidade de motivar as equipes dentro de uma estratégia alinhada com a cultura da cooperativa é algo global. Dentro do cooperativismo, esse movimento está alinhado aos valores de inovação e geração de valor. Além disso, com as ferramentas disponíveis e processos bem estabelecidos pelo setor de RH, a mudança tem tudo para ser a melhor possível.

<p>Aumento da participação de jovens e mulheres estão entre os principais itens da pauta de diversidade</p>

Promoção da diversidade nas cooperativas: estamos avançando?

Aumento da participação de jovens e mulheres estão entre os principais itens da pauta de diversidade


Em 2003, a Noruega passou a exigir que pelo menos 40% dos conselhos corporativos fossem compostos por mulheres. À época, a representatividade feminina em tais grupos chegava a apenas 9%. A entrada em vigor da obrigatoriedade da cota de representatividade levou a um aumento da produção das empresas com relação à inovação, incluindo a contagem de patentes.

Esse foi um dos exemplos estudados pela pesquisa “Diversidade de Gênero no Conselho e Inovação Corporativa: Evidências Internacionais”, publicado no Journal of Financial and Quantitative Analysis, da Universidade de Cambridge, em 2021. O objetivo da pesquisa era identificar como a diversidade de gênero no conselho das empresas influencia a inovação corporativa. Assim, foram estudadas 12.244 empresas em 45 países entre 2001 e 2014.

De forma geral, o estudo concluiu que empresas com conselhos diversificados têm mais patentes, mais patentes inovadoras e maior eficiência inovadora. Da mesma maneira, tais empresas têm mais tolerância ao fracasso, contam com culturas corporativas mais inovadoras e com inventores mais diversificados.

 

Diversidade de gênero no cooperativismo

O Anuário Brasileiro do Cooperativismo 2021 apresenta um retrato importante para entender a distribuição por gênero das pessoas que fazem parte do cooperativismo.

O recorte “Distribuição por gênero e ramo dos dirigentes” revelou que, em 2020, apenas 17% dos cargos de presidência e vice-presidência nas cooperativas eram ocupados por mulheres. Em alguns ramos, como o de transporte, a participação das mulheres na presidência se limita a apenas 9% e na vice-presidência a 5%.

De maneira geral, aliás, a participação das mulheres ainda é menor do que a de homens no cooperativismo. Dos mais de 17 milhões de cooperados em todo o país, 40% são mulheres. Esse valor representa um aumento de 2 pontos percentuais desde o último Anuário, de 2020, quando 38% dos quadros de cooperados eram formados por mulheres.

“Termos cooperativas mais diversas é extremamente importante. Isso assegura a sustentabilidade do nosso movimento na medida em que ele se preocupa com as pessoas, e garante seu alinhamento com uma agenda que é não só politicamente correta, mas que comprovadamente traz melhores resultados para as organizações que efetivamente acreditam nesses valores”, explica Divani Ferreira de Souza Matos, analista do Sistema OCB.

Estímulo à diversidade

O crescimento da participação não apenas de mulheres, mas também de outros grupos no cooperativismo, como o dos jovens, é o foco de ações do Sistema OCB. É o caso, por exemplo, do Comitê Nacional de Mulheres, um fórum consultivo que tem como missão ajudar na definição de estratégias que sejam capazes de aumentar a presença de mulheres na liderança do movimento cooperativista. O assunto foi tema da reportagem “Para o alto e avante”, publicada na edição 33 da revista Saber Cooperar, que repercutiu os dados do Anuário 2021.

A participação feminina no cooperativismo também foi tema de pauta na edição 35 da revista, na reportagem “Elas estão no poder”. Na ocasião foram contadas as histórias de cinco mulheres contemporâneas que têm sido pioneiras no cooperativismo em suas regiões.

Já para aumentar a participação dos jovens no cooperativismo, a OCB criou, ainda, um Comitê de Jovens, que tem como finalidade “assessorar o Sistema OCB em atividades de representação institucional, bem como de promoção social, perante as cooperativas, a sociedade civil, os Três Poderes e os organismos internacionais”.

Todas essas iniciativas mostram que os movimentos em prol da diversidade têm acontecido gradualmente. Uma das evidências dessa conquista feminina no âmbito do cooperativismo vem da própria OCB. Tânia Zanella, que era Gerente Geral da OCB, tornou- se superintendente do Sistema OCB. Segundo ela, estar num cargo que nunca foi ocupado antes por uma mulher a encoraja a seguir trabalhando para confirmar tudo que várias pesquisas já mostram, que as mulheres são muito capazes, têm um alto potencial para inovar e para entregar resultados positivos nos negócios. "Sigo com meus planos de fazer muito pelo cooperativismo. E, além disso, é uma grande oportunidade que tenho de gerar mais oportunidades para outras mulheres no coop.”

É sempre importante lembrar que o aumento da diversidade no cooperativismo não depende somente da contratação de pessoas com perfis diversos. É preciso, sobretudo, investir em treinamento e conscientização. E há ferramentas que auxiliam ao longo desse processo. Dentre elas estão:

  • Criação de comitê ou conselho de diversidade
  • Realização de treinamentos
  • Estabelecimento de diálogos e parcerias com entidades voltadas ao desenvolvimento da diversidade em organizações
  • Acompanhamento de indicadores de diversidade

Mais informações sobre como tomar medidas práticas para promover a diversidade no cooperativismo estão disponíveis no post "Como promover diversidade nas cooperativas".

Diversidade de raça em pauta

Nada melhor do que exemplos bem-sucedidos de outras organizações para estimular a promoção da diversidade em nossas cooperativas, não é mesmo?

Por esse motivo é interessante dar uma olhada com atenção para as iniciativas de Bayer e Magalu, que, em fins de 2020, promoveram edições de seus programas de trainee voltados exclusivamente para pessoas negras. As iniciativas tinham como finalidade mudar a realidade constatada por pesquisa da consultoria 99jobs que, após analisar 300 programas de trainee em 2019, revelou um percentual de 99,2% de brancos dentre as pessoas contratadas.

No caso da Magalu, a intenção era anterior à pesquisa, conforme revela Patrícia Pugas, diretora-executiva de gestão de pessoas no Magazine Luiza. Ela explica que há cinco anos a empresa tentava aumentar o percentual de pessoas negras sem obter sucesso com nenhuma tentativa. Dentre elas, seleção às cegas, não exigibilidade de faculdade ou inglês, dentre outras.

Foi aí que a Magalu tentou uma ação mais radical: abrir um programa de trainees com vagas exclusivas para pessoas negras e pardas. Como resultado, mais de 22 mil inscrições, com 19 aprovados.

O mesmo número de aprovados foi registrado pela Bayer, que adotou iniciativa semelhante à da Magalu. O resultado foi tido como muito positivo pelo vice-presidente de Finanças da Bayer Crop Science, Maurício Rodrigues. Afinal, dentre as 19 pessoas contratadas, 16 são mulheres, que se destacaram com relação ao desempenho e acabaram por tornar o programa ainda mais inclusivo.

A Bayer, não por acaso, se prepara para ter em sua presidência, pela primeira vez, uma mulher. Malu Nachreiner, agrônoma formada na Esalq, se tornará a nova presidente da companhia no Brasil a partir de novembro próximo.

Para a Magalu, o sucesso da iniciativa foi tanto que a empresa está, atualmente, promovendo mais uma edição do programa de trainees voltado exclusivamente para pessoas negras. O foco da Magalu é chegar a um total de 56,1% de pessoas pretas e pardas em seu quadro de lideranças. Ou seja, representando a composição da população brasileira.

 

Diversidade e inovação

Além dos exemplos citados, vale destacar que o mercado está repleto de exemplos de lideranças femininas à frente da inovação de grandes empresas. De acordo com mapeamento feito pela 100 Open Startups, 40% dos programas de inovação aberta no Brasil são liderados por mulheres.

Dentro do cooperativismo, há alguns bons exemplos de mulheres à frente de programas de inovação ou mesmo de iniciativas ainda mais complexas. Dentre elas, podemos destacar a Lourdes Moreno, gerente de inovação e novos negócios da Coop - Cooperativa de Consumo, e a Camila Luconi, especialista de inovação da Sicredi, responsável pela implementação da cultura ágil na instituição.

Outro exemplo é o da Taynaah Reis, fundadora e CEO da Moeda Seeds. A empresa em si não é uma cooperativa, mas tem forte relação com elas. Afinal, a Moeda é um ecossistema voltado à inclusão financeira e à igualdade de gênero no cooperativismo.

De forma geral, a diversidade está diretamente relacionada à inovação e essa relação vem ganhando cada vez mais força e incentivo no mundo todo. No Brasil, iniciativas como da Pretalab vêm incentivando a diversidade de gênero e raça na tecnologia.

Nos Estados Unidos, o índice Nasdaq da bolsa de valores passará a exigir que as empresas listadas tenham pelo menos uma mulher no conselho ou alguém que se identifique como membro de uma minoria sub-representada, como a LGBTQIA+. Caso não tenha, terão que explicar por que não o fazem.

De acordo com estudo da própria Nasdaq, mais de 75% de suas empresas listadas não atingiam - até dezembro de 2020 - as metas propostas pelo índice naquele momento. Agora, deixa de ser opcional e passa a ter efeito vinculativo: as empresas deverão divulgar estatísticas de diversidade sobre seus conselhos e responder quando não atingirem a meta.

 

Conclusão

A diretora de pessoas da Magalu, Patrícia Pugas, conta que uma das frases que mais marcou sua experiência à frente da iniciativa do programa de trainee voltado exclusivamente para pessoas negras foi a de uma candidata que afirmou ter, a partir da iniciativa da Magalu, um “perfil de trainee”. Ou seja, uma pessoa que se viu representada e que, por isso, passou a entender que pode vir a fazer parte daquele ambiente.

Esta é uma posição bastante alinhada à fala do Tiago Mattos na palestra de encerramento da Semana InovaCoop, especialmente quando ele fala da importância de a pessoa ter confiança para ser ela mesma. Ou seja, de contar com um ambiente de confiança psicológica que permite promover e colher o melhor da diversidade. Afinal, os olhares e repertórios são ricos e únicos.

Esta talvez seja a principal lição do debate sobre diversidade em cooperativas. Afinal, mais importante do que cumprir com cotas que pouco significam é promover a construção de ambientes organizacionais capazes de acolher e dar voz à diversidade, que são essenciais para qualquer iniciativa de inovação.

Afinal, os resultados decorrentes da diversidade vêm da criação de um caldo cultural diverso e, portanto, capaz de dar voz aos mais diferentes aspectos da sociedade. E vale sempre lembrar que a inovação pode não acontecer se não tivermos esses olhares diversos.

<p>A 1ª edição do programa está na fase de imersão com as startups selecionadas e a 2ª edição está recebendo inscrição dos desafios das coops</p>

Novidades do programa InovaCoop Conexão com Startups

A 1ª edição do programa está na fase de imersão com as startups selecionadas e a 2ª edição está recebendo inscrição dos desafios das coops


Neste momento temos 2 edições do programa acontecendo, a primeira está focada em intercooperação e já está na fase de imersão com as startups. A 2ª edição, que foi lançada na Semana InovaCoop, tem foco no agro, e que está recebendo inscrições dos desafios das cooperativas.

1ª edição do programa: foco na Intercooperação

A 1ª edição do programa, focada em intercooperação está na fase de imersão, as coops assistiram aos pitches das startups na Semana InovaCoop e selecionaram quais viriam para imersão, que já está acontecendo. As startups foram selecionadas e junto com as coops elas estão no processo de imersão, que vai até o final desta semana. Nesta etapa, coops e startups estão mergulhando nos desafios para definirem escopo, cronograma e outros detalhes do trabalho para discutirem contrato do desenvolvimento dos projetos pilotos. Vejam quais startups estão na fase de imersão com os times das coops até dia 25/10:

Desafio: Gestão de ações sociais

Coops: Central Ailos + Central Sicoob ES | Startup: Bússola Social

Desafio: App de oferta de serviços (marketplace)

Coops: Fetrabalho-RS | Startup: Ideia no Ar

Desafio: App para solução em transporte de cargas

Coops: FetransCoop | Startup: GoFlux

Desafio: Gestão e rastreabilidade da produção de café

Coops: Coopeavi, Cafesul, Cooabriel, Coocafé, Coopbac | Startup: SafeTrace Café

Desafio: Gestão de dados

Coops: Fecoerms | Startup: Dados Legais

Desafio: Pesquisa de satisfação e relacionamento

Coops: Central Sicoob Crediminas e Central Sicoob Paulista | Startup: Solucx

Desafio: Agenda eletrônica unificada e informações em tempo real

Coops: Uniodonto Paulista | Startup: Magma Digital

Desafio: Prontuário eletrônico e informações em tempo real

Coops: Unimed Vitória | Startup: Amplimed

Desafio: Gestão de acessos a áreas restritas no hospital

Coops: Unimed Vitória | Startup: Instituto SENAI

Desafio: Comunicação interna e rastreabilidade de informações

Instituição: Sistema OCB | Startup: Colaborativa


2ª edição do programa: foco no Agro

Lançamos a 2ª edição do programa e estamos recebendo as inscrições das cooperativas do ramo agro que tiverem desafios para inovarem em parceria com startups.

Depois dessa fase de inscrições será feita a seleção dos desafios que vão integrar o programa. Os desafios serão selecionados a partir dos seguintes critérios:

  • Regularidade da cooperativa junto à OCB
  • Relevância da solução do desafio para o ramo
  • Possibilidade de aplicação da solução do desafio em outras cooperativas (escalabilidade da solução)
  • Capacidade da cooperativa de investimento no piloto
  • Disponibilidade de pessoal para desenvolver o piloto junto à startup
  • Perfil do desafio adequado para o ecossistema de startups
  • Desafios que apontem melhorias em práticas em sustentabilidade ambiental serão priorizados

Depois que os desafios das coops forem selecionados, serão selecionadas as startups com potencial para solucionar os desafios. Em seguida, elas farão o desenvolvimento da prova de conceito (POC) da solução para o desafio. As inscrições dos desafios das coops vão até 27 de outubro. Veja detalhes do programa aqui e faça inscrição neste link.

<p>Segunda rodada do programa recebe inscrições dos desafios até o dia 27/10</p>

Coops Agro na nova edição do InovaCoop Conexão com Startups

Segunda rodada do programa recebe inscrições dos desafios até o dia 27/10


Já estão abertas as inscrições para a segunda rodada do programa InovaCoop Conexão com Startups, desta vez totalmente focada nas cooperativas agropecuárias. A ideia é descobrir quais os principais desafios que essas coops enfrentam para crescer e, junto com startups, encontrar a melhor e mais criativa solução. Vamos conectar as duas pontas em uma mesma rede.

As cooperativas têm até o dia 27/10 para inscrever os desafios que precisam de soluções inovadoras. Em seguida, será feita a seleção dos desafios que vão integrar o programa. Soluções com potencial para serem escaladas para outras cooperativas e que apontem melhorias em práticas em sustentabilidade ambiental serão priorizadas.

Depois serão selecionadas as startups com potencial para solucionar os desafios das coops e, juntas, começarão o desenvolvimento da prova de conceito (POC).

“Assim, aproximando essas duas pontas e combinando o que cada uma pode oferecer de melhor, o Sistema OCB pretende contribuir com o desenvolvimento da cultura da inovação dentro do setor, consolidando as iniciativas de sucesso e disseminando as oportunidades de inovação. Aliás, vale ressaltar que a primeira edição do programa foi um sucesso e isso nos motivou a iniciar, imediatamente, a segunda edição”, comenta a coordenadora do Núcleo de Inovação do Sistema OCB, Samara Araujo.

COMO O PROGRAMA FUNCIONA?

Simples. As cooperativas inscrevem seus desafios e com base no regulamento os melhores desafios são selecionados para o programa. Os critérios de seleção são:

  • Regularidade da cooperativa junto à OCB
  • Relevância da solução do desafio para o ramo
  • Possibilidade de aplicação da solução do desafio em outras cooperativas (escalabilidade da solução)
  • Capacidade da cooperativa de investimento na POC, com disponibilidade de investimento referente a 30% do valor do projeto. A OCB irá apoiar com os outros 70%
  • Disponibilidade de pessoal para desenvolver o piloto junto à startup
  • Perfil do desafio adequado para o ecossistema de startups
  • Desafios que apontem melhorias em práticas em sustentabilidade ambiental serão priorizados

PARCERIA DO PROGRAMA

O programa conta com a parceria das unidades estaduais do Sistema OCB, que tem o papel de contribuir com a identificação dos desafios junto às coops. Vale destacar que o programa é desenvolvido junto ao Silo, que é uma parceria da Embrapa com a Neoventures.

INSCREVA SUA COOP

Para participar, é fácil. Basta que as coops sigam os seguintes passos:

1. Acesse a área exclusiva do programa para entender melhor;

2. Cadastre o desafio de sua cooperativa;

3. Comece a torcida para o desafio de sua coop ser selecionado!

Clique aqui e faça a inscrição de sua coop! 

<p>Demandas atuais dos consumidores já fazem parte do cooperativismo desde sua fundação</p>

Cooperativismo: um modelo de negócio cada vez mais atual e inovador

Demandas atuais dos consumidores já fazem parte do cooperativismo desde sua fundação


Um modelo de negócio feito por pessoas e para as pessoas. Um jeito de empreender colaborativo em que o cooperado é o dono do negócio, a gestão é democrática e o foco vai muito além do desenvolvimento econômico. É dessa forma que podemos resumir o cooperativismo, um modelo econômico-social que gera e distribui riqueza de forma proporcional ao trabalho de cada associado.

Embora seja considerado pela ONU “um modelo de negócios que constrói um mundo melhor”, ainda há certo desconhecimento sobre o cooperativismo. A cada 10 brasileiros, apenas 4 conhecem o cooperativismo, segundo a Pesquisa Nacional do Cooperativismo realizada pela OCB em 2018. Se você faz parte da parcela que desconhece ou tem pouco conhecimento sobre o assunto, continue a leitura e veja como o cooperativismo tem sido cada vez mais atual e inovador.

Um retrato do cooperativismo brasileiro

Os números mostram uma realidade cada vez mais positiva para o cooperativismo no Brasil. Segundo o Anuário Brasileiro do Cooperativismo, produzido pelo Sistema OCB, o setor alcançou a marca de 17,2 milhões de cooperados em 2020, um aumento de 11% em relação a 2019, quando foram registrados 15,5 milhões de cooperados.

Ao todo, são 4.868 cooperativas distribuídas em todas as unidades da federação, atuantes nos sete ramos do cooperativismo. Em 2020, o setor somou 455 mil empregos diretos, um aumento de 6% em relação a 2019. Além disso, podemos destacar:

  • Ativo total de R$ 655 bilhões, um aumento de 33% em relação a 2019;
  • Patrimônio líquido de R$ 145 bilhões, 15% maior em comparação ao ano anterior;
  • Injeção nos cofres públicos de mais de R$ 13 bilhões em tributos, valor 19% maior que o contribuído em 2019;
  • Pagamento de mais de R$ 18 bilhões em salários e outros benefícios aos colaboradores.

Em 2020, em plena pandemia, 161 novas cooperativas foram registradas on-line junto ao Sistema OCB. O modelo é, inclusive, menos suscetível às oscilações de mercado. Enquanto 47% das empresas brasileiras não conseguem sobreviver após 5 anos de atividade, cerca de 50% das cooperativas brasileiras têm mais de 20 anos de atuação no mercado. E 10% delas têm mais de 40 anos de existência.

Mas para entender de fato o cooperativismo precisamos olhar além dos números. Por se preocupar em construir uma sociedade mais justa, o modelo vai ao encontro da preocupação dos consumidores com o impacto social e ambiental dos produtos e serviços que consomem. E acontecimentos atuais como a pandemia de Covid-19 e o aquecimento global acentuaram ainda mais essa questão.

Não é à toa que, por exemplo, a pauta ESG está tão em alta dentre as maiores empresas do planeta. ESG é a sigla para Environmental (meio ambiente), Social (social) e Governance (governança). Em suma, ela remete ao conjunto de valores e critérios éticos que uma companhia desenvolve como objetivo melhorar o seu relacionamento com o meio ambiente e com a sociedade.

Prova do crescimento da preocupação da sociedade com os aspectos defendidos por essa pauta é a migração dos investimentos para fundos que seguem os critérios ESG. Em 2020, negócios e fundos ligados a ESG atraíram US$ 38 trilhões. Para 2025, a expectativa é a de que esse montante chegue a atingir US$ 53 trilhões em todo o planeta, de acordo com dados da Bloomberg. Isso significa 57% dos ativos europeus alocados em fundos com premissas ESG, conforme indicam projeções para 2025 levantadas pela PwC.

O detalhe é que os princípios ESG que o mundo dos negócios começa a descobrir agora é, justamente, a base da existência do cooperativismo há mais de um século. E vai muito além disso, como veremos a seguir.

Para mais informações sobre o que é e como se organiza o cooperativismo, vale a pena dar uma olhada na série de vídeos que a OCB criou para explicar o modelo. Agora, vamos ver algumas das demandas de mercado que mais têm sido exploradas pelas empresas atualmente e para as quais o cooperativismo já tem respostas desde sua criação.

Economia compartilhada

Segundo dados divulgados pelo Sebrae, a previsão é que até o ano de 2025 a economia compartilhada gere rendimentos da ordem de US$ 335 bilhões em receitas em todo o mundo.

Dentre as propostas da economia compartilhada está a democratização do acesso a recursos, que se tornam disponíveis mediante demanda. Provavelmente, o modelo mais clássico utilizado para exemplificar os conceitos da economia compartilhada é o da furadeira. Diz-se que, ao longo de toda a sua vida, uma furadeira doméstica é usada por um total de apenas 14 minutos. Ou seja, alguém compra uma ferramenta dessas para fazer apenas alguns furos por ano, para fixar uma prateleira ou pendurar um quadro. Na maior parte do tempo, o equipamento fica ocioso. Ora, não faria sentido, então, compartilhar a furadeira de alguém e remunerar o proprietário pelo tempo de uso? Essa é a proposta da economia compartilhada.

Em uma escala de negócios, economia compartilhada é, como afirmou o presidente da OCB, Márcio de Freitas, o compartilhamento de bens e serviços para obter melhores resultados para todos. De acordo com ele, as cooperativas já funcionam nos moldes da economia compartilhada desde sua criação.

“Na minha cooperativa - e em todas as outras coops brasileiras - as pessoas já compartilhavam produtos e serviços para gerar trabalho e renda para o grupo”, afirma.

Da mesma maneira, ele conta que as cooperativas também entendem que o compartilhamento de recursos é uma ação em prol da sustentabilidade, pois sempre atuaram tendo em vista o compromisso com o uso racional e sustentável de recursos, fossem eles naturais, financeiros ou humanos.

Outros conceitos que derivam deste mesmo tema são os de economia de propósito e capitalismo consciente. Ambos associam o desenvolvimento de negócios não apenas à geração de lucro, renda e emprego, mas também à promoção do bem-estar de toda a sociedade e preservação do meio ambiente.

Mais uma vez, o cooperativismo saiu na frente, pois tais premissas são parte do DNA das cooperativas, que se propõe a uma causa maior, que é ser capaz de transformar o mundo em um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos.

Partnership

O modelo de partnership vem sendo exaltado por diversas empresas como fator fundamental para seu crescimento exponencial. Além disso, há muitas startups que também o têm utilizado para tornar colaboradores sócios do negócio.

Embora também tenha foco na retenção de talentos, o modelo de partnership está intimamente ligado à cultura organizacional das empresas que o adotam. A proposta é traduzir em aspectos práticos o discurso meritocrático e valorizar o intraempreendedorismo. Ou seja, o partnership visa também ao engajamento dos colaboradores em torno de um propósito.

Este é, exatamente, o modelo que representa a essência do cooperativismo, em que todos os cooperados são sócios do negócio. No entanto, o cooperativismo vai além, pois a “propriedade” igualitária é reafirmada na prática a partir do direito a voto nas assembleias.

É mais democrático e inclusivo do que os modelos de partnership, em que o colaborador se torna um sócio minoritário. Logo, além de não ter poder de voto, ele pode ser desligado da empresa por meio da compra de sua parcela na sociedade pelo sócio majoritário.

Cashback

Cashback é uma estratégia agressiva de aquisição de clientes, em que as empresas literalmente devolvem dinheiro aos consumidores como forma de atração. Dessa maneira, o cashback serve como um estímulo ao consumidor no sentido de adquirir cada vez mais produtos em lojas participantes.

Como consequência, o cashback ajuda a empresa a aumentar o tíquete médio das vendas realizadas. Da mesma maneira, o cashback ajuda a encurtar a jornada de compra do cliente, pois o bônus oferecido influencia na decisão de compra do cliente, além de estimular a recorrência na compra.

De certa maneira, o cashback já é praticado pelas cooperativas. Afinal, de acordo com as premissas do cooperativismo, todos os associados têm direito aos resultados do exercício, que são chamados de “sobras”.

Na prática, as sobras são como o lucro da cooperativa que é dividido entre os cooperados no final do ano. E, assim como ocorre com o cashback, no caso do cooperativismo de crédito as sobras são revertidas na conta do cliente, que é também o cooperado, e tem rendimentos mensais.

Efeito de rede

Os principais motores da economia - principalmente de negócios digitais - são as plataformas. Ou seja, modelos de negócio que têm como premissa a conexão entre fornecedores e consumidores.

Para que funcionem bem, precisam provocar o chamado efeito de rede. Uma das melhores maneiras de entender como esse efeito funciona é pensando na lógica do telefone. Quando a primeira linha foi instalada, ela não tinha valor algum. Afinal, não havia para quem telefonar. A partir da segunda, o efeito de rede começou a ocorrer, mas foi somente quando milhares de linhas telefônicas entraram em operação que as empresas telefônicas começaram a gerar valor.

No caso das plataformas é a mesma coisa. Uma plataforma de delivery de alimentos só tem valor quando há uma oferta consistente de produtos para uma base ampliada de consumidores. Mais uma vez é o efeito de rede que predomina.

O que parece um conceito novo da economia moderna é, na verdade, a base do funcionamento das cooperativas. Sem, de um lado, centenas ou milhares de cooperados produzindo leite em suas fazendas e, de outro, consumidores dispostos a pagar por tal produção, uma cooperativa não teria razão de existir.

Então, o efeito de rede, assim como para plataformas digitais, é o principal gerador de valor para uma cooperativa. Isso está expresso em diversos princípios do cooperativismo moderno, como, por exemplo, a participação econômica, a intercooperação e o interesse pela comunidade.

Plataformas democráticas

Além do efeito de rede, as plataformas digitais propõem a independência e a autonomia para os trabalhadores que a elas aderirem. A proposta é que os trabalhadores podem trabalhar quando e como quiserem, com a liberdade de acessar ou se desligar da plataforma quando lhes for mais conveniente.

Entretanto, com plataformas mercantilistas dominando mercados inteiros, isso não funciona exatamente assim. Com isso, o que acaba acontecendo é uma distorção nas relações com consequente deterioração das condições de trabalho.

O cooperativismo de plataforma, por sua vez, se mostra uma alternativa viável para este modelo de negócio. Isso porque promove, de fato, a gestão democrática de sua rede, além de fazer a adequada distribuição de valores para os seus interessados por meio das sobras.

Nessas plataformas também prevalecem os princípios do cooperativismo, com gestão democrática e cada cooperado tendo direito a um voto nas decisões a serem tomadas. Assim, o cooperativismo de plataforma alia o melhor das plataformas digitais - a conexão por meio da tecnologia - com o melhor do cooperativismo - uma maior transparência na gestão e distribuição mais igualitária da riqueza.

Alguns exemplos de plataformas baseadas nos preceitos do cooperativismo são a FairBnB, uma cooperativa de hospedagem que reúne anfitriões e membros de comunidades para não apenas explorar o negócio de hospitalidade, mas decidir como será desenvolvida a atividade turística em cada região.

Outro exemplo é a Stocksy United, que, na prática, se organiza como um banco de vídeos e imagens de propriedade compartilhada dos próprios artistas. É a mesma proposta de, por exemplo, Resonate e Ampled, que se posicionam como plataformas de streaming de música cuja propriedade é dos próprios artistas.

Dados valiosos

Dentre os temas mais em alta no mundo dos negócios na atualidade está a proteção aos dados pessoais dos consumidores. Não é raro ver no noticiário empresas que tiveram de arcar com multas milionárias devido ao vazamento ou uso indevido de dados pessoais.

E, a bem da verdade, mesmo com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), não é fácil para o cidadão comum entender como seus dados são usados por parte das empresas com as quais ele interage.

Essa problemática acabou por dar origem a uma outra vertente, que, seguindo os princípios do cooperativismo, tem se mostrado uma alternativa interessante para garantir a proteção de dados. É o caso de cooperativas de plataforma como a Savvy, que, atuando com dados médicos, mantém os pacientes no controle do uso de seus dados de saúde.

Outro exemplo é a cooperativa Driver’s Seat, que criou um aplicativo para motoristas de aplicativo usarem em paralelo ao Uber ou a qualquer plataforma similar. O app gera dados para duas finalidades: 1) para apoiar o motorista, com informações como cálculo de quilômetros rodados, onde estão as melhores corridas, desgaste do carro etc.; e 2) para vender a órgãos públicos, consultorias ou entidades de pesquisa.

Ao vender esses dados, o valor é revertido para os próprios motoristas. Como exemplo, a Driver’s Seat vendeu dados de mobilidade para uma agência municipal da cidade de São Francisco, nos EUA, por cerca de 45 mil dólares.

Conclusão

É certo que o mundo dos negócios tem mudado em uma velocidade cada vez maior. Há uma tendência de fazer com que os negócios digitais atuais se aproximem de aspectos mais humanos, com respeito a individualidades e base no compartilhamento de recursos, esforços e valores.

Esse é um movimento, no entanto, que o cooperativismo já faz desde sua criação, pautada pela gestão democrática, pela sustentabilidade em sua expressão mais ampla e pela geração de valor para a sociedade como um todo.

Não que o cooperativismo não tenha a aprender com as novas tendências. É preciso, sim, que as cooperativas - e as pessoas que as fazem - se reinventem, mas principalmente para desenvolver maneiras de incorporar tecnologia, agilidade e velocidade aos seus princípios e valores.

Afinal, por um lado as empresas mercantilistas estão em busca de princípios que estão presentes no cooperativismo. Mas, de outro, as cooperativas estão desenvolvendo seu próprio entendimento sobre a importância da inovação para melhoria constante de seus negócios e sustentabilidade de seus negócios.

Por isso, se você está à procura de um modelo de negócio que tenha princípios cada vez mais atuais, como colaboração, preocupação com a comunidade e gestão democrática, este modelo é cooperativismo. Empreender de forma cooperativa pode ser o futuro dos negócios!

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