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<p>Conheça as tendências e o cenário da inovação no ramo saúde</p>

Como novas tecnologias impactam o cooperativismo de saúde

Conheça as tendências e o cenário da inovação no ramo saúde


O ano de 2020 foi de reinvenção para o setor da saúde. Cooperativas e empresas do setor precisaram se adaptar e a tecnologia foi crucial para atender às medidas de isolamento social da pandemia. O número de startups de saúde, as chamadas “healthtechs”, também demonstra a mudança no setor: saltou de 248 para 542 startups, entre 2018 e 2020, segundo dados do Distrito HealthTech Report 2020. Um crescimento de 118% e que tem tudo para continuar acelerado em 2021.

Embora a inovação e a tecnologia já venham impactando muitos setores da economia, na saúde as transformações são ainda mais significativas por haver uma grande barreira cultural. Afinal, a medicina é algo milenar, cheia de princípios e, principalmente, regulamentações. Romper paradigmas neste contexto não é algo simples. Mas, com a pandemia, a digitalização era mais que necessária.

Um exemplo disso é a telemedicina, cuja tecnologia já existia - a Unimed-BH, por exemplo, trabalhava nesse projeto desde 2018 - mas só foi, de fato, acelerada em 2020. Na pandemia, ela se tornou a melhor opção para quem precisava de uma consulta, evitando aglomerações nos hospitais.

Além disso, o crescimento das healthtechs também representa um ganho para as organizações mais tradicionais do setor. Isso porque as startups promovem a redução de burocracias e melhoria da gestão. Cerca de 25% das healtechtechs, segundo o Distrito HealthTech Report 2020, estão focadas na gestão de clínicas, hospitais e laboratórios.

Uma coisa é fato: a tecnologia veio para ficar e transformar o setor. Por isso, preparamos este post para mostrar tendências que agora são realidade no ramo saúde. E vamos mostrar também que as cooperativas brasileiras de saúde estão inovando e se adaptando ao novo contexto. Acompanhe!

Telessaúde

Os principais exemplos da digitalização na saúde são a telessaúde e a telemedicina, que se referem ao uso de tecnologias da informação para atendimentos e consultas. Enquanto durar a pandemia, os médicos brasileiros têm autorização para atender de forma virtual. É o que dizem tanto a Portaria nº 467, do dia 20 de março de 2020, quanto a Lei nº 13.989, de 15 de abril de 2020, publicadas pelo governo.

Depois, em 20 de agosto de 2020, o Diário Oficial da União (DOU) trouxe também a promulgação de um complemento à Lei nº 13.989. O novo trecho diz que a regulamentação da telemedicina poderá ser feita pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) após o período de crise causada pelo novo coronavírus. Portanto, tudo indica que a telemedicina fará parte da saúde brasileira de forma definitiva.

O crescimento desse serviço tem sido exponencial. A startup Docway, que tem como clientes Seguros Unimed, Unimed Fesp, SulAmérica e outras, registrou crescimento de 600% no faturamento em 2020. Ao longo do ano passado, foram registrados mais de um milhão de atendimentos na plataforma, sendo 35% das consultas relacionadas à Covid-19.

A Unimed-BH, cuja área de inovação já vinha estudando e planejando a telemedicina há dois anos, conseguiu disponibilizar sua plataforma logo no início da pandemia. Inicialmente, a plataforma era apenas para consultas relacionadas à Covid-19. Depois, em decorrência do decreto que regulamentou a telemedicina, a funcionalidade foi ampliada para outras especialidades.

Como resultado, a Unimed-BH conseguiu reduzir em mais de 60% a movimentação em suas unidades de Pronto Atendimento. Mais de 570 consultas chegaram a ser realizadas num único dia, totalizando mais de 14 mil consultas no total entre março e junho de 2020. Mais de 12 mil clientes passaram por telemonitoramento no mesmo período.

Na Central Nacional Unimed (CNU), a telemedicina tem sido aliada em suas diferentes modalidades: teleorientação, teletriagem, telemonitoramento e teleconsulta. Entre março e junho de 2020, a célula de atendimento a distância já havia realizado 1,4 mil teleconsultas, feito 8,5 mil teleorientações, colocado em telemonitoramento 3 mil beneficiários e outros 20 mil doentes crônicos.

É importante ressaltar que o uso da telessaúde não se restringe à pandemia ou apenas ao atendimento clínico geral. Algumas especialidades também se beneficiam da tecnologia. A Unifop, que atende às áreas de psicologia, nutrição e fonoaudiologia, criou sua própria plataforma a partir de uma intercooperação com a Lyseon Tech Cooperativa de Trabalho e Soluções Tecnológicas. Como resultado, além da retomada dos atendimentos, a cooperativa ganhou a possibilidade de expansão geográfica da base de clientes.

Inteligência Artificial

A Inteligência Artificial (IA) tem sido muito difundida nos últimos tempos e, de forma resumida, consiste num agrupamento de tecnologias que permite que um sistema consiga aprender conceitos. Para que isso aconteça, os sistemas são abastecidos por uma grande quantidade de dados, possibilitando o aprendizado e a ampliação dos seus conhecimentos e capacidades.

Na saúde, a IA é uma aliada para facilitar diversos processos do cotidiano. Por exemplo, ela tem capacidade, entre outras coisas, para:

  • Analisar dados e auxiliar no diagnóstico mais preciso de doenças e na recomendação de tratamentos;
  • Armazenar e checar dados na nuvem, além de melhorar a base de dados;
  • Aprimorar terapias e dispositivos;
  • Gerar notificações instantâneas sobre mudanças no estado de saúde de um paciente; de maneira instantânea;
  • Melhorar cirurgias com uso de robôs e assistentes virtuais.

O IBM Watson é um exemplo de IA que vem sendo utilizada na saúde. Ele é capaz de escanear livros de exames para aprender os princípios básicos de diagnósticos e analisar os confusos dados em data centers de saúde. Dessa forma, já se fala que, um dia, o Watson poderá ajudar a compensar a falta de médicos nos hospitais, otimizando o processo de diagnósticos dos pacientes.

A IA também tem sido utilizada por companhias de biotecnologia e farmacêuticas, que usam algoritmos de aprendizado de máquina para reduzir o ciclo de desenvolvimento dos medicamentos. Recentemente, pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram uma IA que consegue reconhecer e diagnosticar pacientes com Covid-19 apenas analisando o som da tosse.

No Brasil, a Unimed Grande Florianópolis implantou o Robô Laura nas unidades de internação clínica e cirúrgica, para que o monitoramento e os cuidados dispensados aos pacientes passassem a ser compartilhados entre todos os profissionais. O robô consegue identificar quais são os pacientes que apresentam maior risco de deterioração clínica por meio do monitoramento dos sinais vitais e, dessa maneira, assegura que eles irão receber eventual intervenção mais precocemente.

O Robô Laura é uma solução de IA que trouxe diversos benefícios aos pacientes e cooperados. Em três meses de implantação, o robô monitorou 605 pacientes, gerou 5.640 alertas, aumentou em 30% a quantidade de alertas atendidos em até uma hora e em 55% os atendidos em até três horas. Com isso, a proporção de atendimentos realizados a partir de pelo menos um alerta é de 51%.

Registro Eletrônico de Saúde (RES)

O uso da IA na saúde está diretamente ligado aos dados, o que nos leva a outra tendência: o Registro Eletrônico de Saúde (RES). Ele permite a criação de prontuários eletrônicos e uma espécie de ficha única da pessoa, incluindo não só os exames laboratoriais, mas todo o histórico detalhado e universal do paciente.

Portanto, rastreia todo o ciclo e percurso do paciente e faz com que qualquer profissional tenha a capacidade de trabalhar em coordenação com uma equipe, sem precisar recorrer a meios de papéis, arquivos físicos etc.

Na Unimed Regional Maringá, por exemplo, o RES é uma plataforma que permite o armazenamento e compartilhamento de toda a cadeia envolvida no atendimento dos beneficiários, por meio da interoperabilidade entre sistemas, garantindo uma melhor gestão das informações de saúde. O desenvolvimento da iniciativa começou em 2019 a partir da parceria da Unimed Regional Maringá com a Unimed Central de Serviços - RS, que resultou na criação do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP).

Um ponto importante quando falamos de dados é a legislação. Todas as informações e dados pessoais dos pacientes precisam estar pautadas nas regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), tendo como ponto principal o aceite do paciente em compartilhar esses dados com a cooperativa, sua rede de atendimento e cooperados. Inclusive, entre as bases legais que permitem o tratamento de dados pessoais está: “para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária”.

Internet das Coisas Médicas

O mercado de Internet das Coisas Médicas (Internet of Medical Things - IoMT, em inglês) também vem crescendo, segundo estudo da Deloitte. Estamos falando principalmente de apps e wearables para o monitoramento da saúde, que devem crescer a uma taxa significativa. Além de monitorar os pacientes em suas casas, as inovações em sensores e comunicações sem fio permitem que os pacientes sejam monitorados enquanto estão em trânsito. 

Com a IoMT, os pacientes fazem todas as atividades que precisarem estando conectados aos seus cuidadores. Nos próximos anos, as soluções de rede avançadas aumentarão o potencial do IoMT e oferecerão uma oportunidade para os pacientes gerarem dados em tempo real, que permitirão tratamentos mais ativos e eficientes, melhorando a capacidade da medicina de lidar com condições crônicas.

Como a tecnologia evolui cada vez mais, os serviços que oferecem soluções de monitoramento também evoluem consideravelmente, sejam relógios inteligentes ou aplicativos para smartphone. É possível monitorar os dados de saúde de pacientes com doenças crônicas, como diabéticos, medindo os níveis de açúcar no sangue ou a quantidade de oxigênio no sangue em casos de doenças respiratórias.

Até 2023, o mercado prevê que o setor de dispositivos vestíveis, os wearables, atinja um valor de mercado de US$ 27 milhões.

Experiência do paciente

Ao longo deste post, falamos bastante de tecnologia e os seus impactos na saúde. Mas como fica a experiência do paciente?

Por um lado, temos ferramentas tecnológicas que facilitam uma abordagem mais personalizada de consultas e tratamentos, economizando tempo e recursos tanto de pacientes como de médicos e prestadores de serviços de saúde.

Mas, por outro lado, o fácil acesso aos meios digitais permite que os pacientes busquem mais informações de saúde disponíveis na internet, redes sociais e aplicativos. Este comportamento demanda mais transparência nas conversas e avaliações clínicas, maior atenção às leis e regulamentos de proteção de dados e novas estratégias para aumentar a confiança e construir melhores relacionamentos com os pacientes e beneficiários.

O resultado é uma nova dinâmica entre pacientes, médicos e cooperativas de saúde. Agora, mais do que nunca, é necessário mudar o olhar sobre a cadeia de saúde e colocar o paciente no centro. Afinal, o paciente está cada vez mais empoderado e consciente de sua jornada de saúde. Eles estão cada vez mais criteriosos e esperam um serviço de qualidade, conveniente e, de preferência, personalizado.

Além disso, não podemos esquecer do conceito “High Tech/High Touch”, que está ligado ao fato de que, ao mesmo tempo que a tecnologia aproxima e facilita o atendimento, ela também pode tornar as relações mais frias. Por isso, é importante o desenvolvimento de habilidades interpessoais com comunicação centrada no paciente, a fim de criar experiências positivas.

Ciente de todo esse cenário, a Seguros Unimed lançou um Super App para melhorar a experiência digital dos seus mais de 6 milhões de beneficiários, reunindo todos os serviços em um só lugar. “O Super App não é apenas a unificação dos nossos demais aplicativos, mas sim uma implantação de mais funções. É a primeira seguradora do Brasil a ter um Super App dessa forma”, afirma Henrique Dias, superintendente de Marketing e Produtos da Seguros Unimed.

Acesse o Radar da Inovação para conhecer essa e outras iniciativas no ramo Saúde. Veja também o e-book sobre "Telessaúde" e saiba como colocar em prática o atendimento a distância.

Neste post, vimos 5 tendências latentes para a saúde, mas há outros tópicos que também merecem atenção por parte das cooperativas de saúde, como: cuidados preventivos, aplicativos e wearables para o monitoramento da saúde, envelhecimento ativo, abordagem holística, saúde mental, entre outros. É importante estarmos com radar ligado para acompanharmos todas as transformações do nosso contexto.

Até o próximo conteúdo!

 

 

 

<p>Conheça o panorama da agricultura digital no Brasil e as inovações das cooperativas agro </p>

Agricultura digital: inovação para os produtores rurais

Conheça o panorama da agricultura digital no Brasil e as inovações das cooperativas agro 


A tecnologia avança cada vez mais na agricultura do Brasil. Prova disso é que 84% dos agricultores entrevistados numa pesquisa da Embrapa já utilizam ao menos uma tecnologia digital como ferramenta de apoio na produção agrícola. A pesquisa, que contou com 750 participantes, foi realizada em parceria com o Sebrae e o Inpe.

Termos como sensores, drones, big data, gerenciamento de dados e tantos outros são cada vez mais comuns no agro brasileiro. Por isso, não há dúvidas de que a agricultura digital passou a contribuir de forma significativa para o aumento da rentabilidade e produtividade no campo.

Pensando nisso, o objetivo deste post é apresentar o que é a agricultura digital, as aplicações, o panorama do uso das tecnologias no país e alguns exemplos de cooperativas agropecuárias que vêm apostando em tecnologia e inovação.

O que é agricultura digital

Podemos resumir a agricultura digital ou agricultura 4.0 como um conjunto de tecnologias que auxiliam o produtor nas mais diversas atividades rurais. Um exemplo são os softwares e dispositivos que coletam e analisam dados sobre a lavoura para basear decisões estratégicas.

Quando falamos de dados, estamos nos referindo a informações sobre clima, solo, lavoura, equipamentos etc. Com essas e outras informações, os sistemas de gerenciamento de dados conseguem entender todas as variáveis e, assim, propor as melhores soluções, como pulverização, adubação em taxas variáveis, planejamento mais preciso na aplicação de defensivos, entre outras soluções.

Portanto, os serviços ficam muito mais precisos e as decisões passam a ser tomadas com base em dados reais, além de possibilitar que o produtor saiba o exato momento e a quantidade certa de recursos a ser utilizada. Então, quanto mais tecnologia, mais previsibilidade para o produtor, que pode ter mais produtividade sem necessariamente aumentar a área de sua lavoura.

Isso tudo nos remete à chamada agricultura de precisão, termo que surgiu antes da agricultura digital. Na verdade, a agricultura digital é uma derivação ou a evolução do conceito de agricultura de precisão, conforme explica Antônio Luis Santi, professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão da UFSM.

“A agricultura de precisão surgiu no final da década de 1990, trazendo uma bagagem de softwares, sensores e de atuadores ao agricultor. Com a evolução da tecnologia, em 2017, por meio da chegada das imagens via satélite, da evolução da internet, nós assistimos a uma nova revolução digital: os algoritmos gerados por plataformas começaram a cruzar as informações geradas no campo pela agricultura de precisão e a integrar os dados e a gerar índices”, explicou o professor ao blog da Climate Fieldview.

Portanto, a agricultura digital veio para melhorar o que a agricultura de precisão já faz, que é entender a variabilidade do solo e, a partir disso, evoluir e compreender o cenário da planta dentro do sistema produtivo. “A agricultura digital é uma quebra de paradigma, pois o olhar agronômico não fica mais generalizado”, completa o professor.

Principais aplicações e tecnologias

Para ser viabilizada, a agricultura digital demanda automatização, tecnologia de ponta e análise de dados. Esse tripé garante, entre outras coisas, a melhora da produtividade agrícola, a eficiência na utilização de insumos, o aumento da segurança dos trabalhadores e a redução de custos e impactos ambientais.

A seguir, listamos algumas aplicações que viabilizam a agricultura digital:

Esses são apenas alguns exemplos de tecnologias já utilizadas no setor atualmente. Se usadas corretamente, elas ajudam as cooperativas a otimizar todo o processo ao longo da cadeia produtiva, reduzindo perdas e aumentando a produtividade. Por exemplo: se houver infestação de pragas na sua plantação, o produtor consegue, por meio de sensores, identificar o local exato que foi infestado. Assim, ele abre a pulverização somente nesses locais específicos, trazendo economia e eficiência.

Por falar em economia, outro exemplo são os sistemas de irrigação inteligente. A água é aplicada ao solo de acordo com a necessidade hídrica da planta. Aplicativos e softwares determinam, sem desperdício, a quantidade de água a ser aplicada por meio de dados coletados por sensores.

Mas lembre-se: nem sempre é necessário adquirir equipamentos com tecnologia de ponta para adotar a agricultura digital. Celulares, tablets e computadores com acesso à internet já possibilitam o uso da agricultura digital por meio de aplicativos e softwares. Além disso, o produtor deve saber qual problema tem de resolver. Só assim poderá saber qual tecnologia deve aplicar.

Panorama da agricultura digital no Brasil

Agora que você já sabe o que é agricultura digital, chegou a hora de conhecer melhor esse mercado no Brasil. Para isso, vamos apresentar alguns dados da pesquisa realizada pela Embrapa em parceria com o Sebrae e o Inpe, que contou com mais de 750 participantes entre produtores rurais, empresas e prestadores de serviço - destes últimos, mais da metade atua de alguma forma associada a cooperativas ou outras entidades ligadas ao produtor.

O estudo mostrou que boa parte dos produtores rurais que participaram da pesquisa já utiliza aplicações a partir de sensores remotos e de campo, eletrônica, aplicativos ou plataformas digitais para fins específicos em uma cultura ou sistema de produção.

Veja alguns números de destaque da pesquisa:

  • 84% dos produtores rurais utilizam pelo menos uma tecnologia digital no processo produtivo;
  • 68% adquiriram e fazem uso de tecnologia digital por conta própria;
  • 31% tiveram acesso aos serviços por meio de terceiros, como cooperativas e associações.

Sobre as tecnologias digitais mais utilizadas, a pesquisa revelou que:

  • 70,4% usam a internet para atividades gerais da propriedade;
  • 57,5% usam aplicativos como WhatsApp e Facebook para comercialização;
  • 22,2% usam aplicativos ou programas de gestão da propriedade;
  • 20,4% usam GPS;
  • 17,5% usam imagens de satélite, avião ou drone;
  • 16,3% possuem sensores instalados no campo.

O pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (SP) e coordenador do estudo, Édson Bolfe, destaca um número que mostra a tendência de alta da agricultura digital: 95% dos produtores desejam mais informações sobre o assunto. Além disso, ele vê como áreas com tendência de crescimento aquelas voltadas para o bem-estar animal, citada por 21,2% dos respondentes; e para certificação e rastreabilidade dos alimentos, mencionada por 13,7% deles.

Para a pesquisadora do Inpe, Ieda Sanches, o levantamento evidencia também um interesse bastante relevante em várias soluções para a agricultura que podem ser viabilizadas com a ajuda do sensoriamento remoto, tanto aéreo quanto orbital. São aplicações para detecção e controle de plantas daninhas, pragas e doenças, falhas de plantio e para estimativa de produção e produtividade.

De fato, a pesquisa demonstra uma mudança no setor e uma tendência de transformações ainda maiores. “É a nova agricultura. Existe uma projeção para 2030 indicando que haverá uma intensa revolução no campo e ela já começou”, comenta Francisco Severino, gerente técnico corporativo da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana). A cooperativa firmou parceria com a Embrapa no fim de 2019 para inovar no modelo de trabalho, melhorando a produtividade e, consequentemente, a renda dos produtores, com o uso de tecnologia blockchain e soluções em sensoriamento remoto.

Além de apoiar a produção, as soluções digitais também apoiam a área comercial: 40,5% dos agricultores já utilizam tecnologias digitais para atividades de compra e venda, como é o da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc). Por meio da parceria com startups de Salvador e São Paulo, eles estão conseguindo chegar a novos mercados e reverter uma queda de mais de 70% nas vendas, causada pela pandemia em 2020.

Obstáculos a serem superados

Por outro lado, algumas barreiras ainda desestimulam a agricultura digital. Os resultados indicam que, para 67,1%, o valor do investimento para a aquisição de equipamentos e aplicativos assusta o agricultor. A questão aparece à frente de problemas estruturais (mencionados por 61,4% dos profissionais), como a qualidade de conexão na área rural. No entanto, já existem soluções acessíveis no mercado, que podem ajudar o produtor no início da jornada de agricultura digital.

Segundo a Embrapa, pequenos e médios produtores ainda dependem muito de políticas públicas que favoreçam a inserção de tecnologias como essa. Uma alternativa apontada é a adoção da tecnologia via cooperativas e prestadores de serviço, que poderão atender vários grupos de uma região.

Visando ampliar a disseminação da agricultura digital no país, foi criada, em 2019, a Câmara do Agro 4.0, resultado de uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) faz parte do Conselho Superior da iniciativa ao lado de representantes do Mapa, do MCTIC e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Veja aqui mais informações sobre a Câmara do Agro 4.0.

Outra novidade recente, no sentido de levar mais conectividade ao campo, são as duas leis publicadas pelo governo federal após mobilização da OCB e de outras entidades do agro e do setor telecom. São elas:

  • Lei nº 14.109/2020, que trata da utilização de recursos do Fust para conectividade rural;
  • Lei nº 14.108/2020, sobre desoneração da internet das coisas.

Para o Sistema OCB, as novas legislações garantem um ambiente favorável para o avanço da conectividade rural, considerando que um dos grandes empecilhos para a implantação de infraestrutura de internet no campo era justamente o fomento a projetos com essa finalidade, por meio de financiamentos com custo acessível.

Com o incentivo a diferentes arranjos produtivos para essa atividade, as novas legislações vão estimular consequentemente o fortalecimento das cooperativas de telecom, além, é claro, de promover a agricultura digital nas cooperativas agro.

Inovação nas cooperativas agro

Para completar o panorama da agricultura digital, destacamos algumas iniciativas dentre as várias existentes no cooperativismo atualmente. A Coopercitrus, por exemplo, agregou novas soluções em seu portfólio de serviços de agricultura de precisão, levando seus cooperados para o que ela já chama de “Agricultura 5.0”.

Entre os serviços disponíveis estão:

  • Mapeamento de áreas por satélite;
  • Análise de solo georreferenciada;
  • Aplicação de insumos agrícolas a taxas variáveis;
  • Pulverização localizada com drones;
  • Tecnologias para plantio, irrigação e pulverizações com alta precisão.

Com um departamento exclusivo para a área de Tecnologia Agrícola, a Coopercitrus mantém um time de profissionais dedicados a viabilizar as inovações para os produtores, elaborando projetos, fazendo a prestação dos serviços e análise de informações. Essa política contribui para que os cooperados, principalmente pequenos e médios, tenham acesso às principais inovações do mercado em suas propriedades.

E para facilitar ainda mais o acesso a esses recursos, a cooperativa disponibiliza o aplicativo Coopercitrus Campo Digital para que os cooperados possam conhecer as soluções disponíveis e solicitar a aplicação em sua propriedade, direto pelo celular ou pelo computador.

Da região Sul, podemos destacar o exemplo da Fundação ABC, instituto de pesquisa agropecuária privado mantido pela intercooperação de Frísia, Castrolanda e Capal. Ela implantou um campo experimental de agricultura inteligente para orientar seus mais de 5 mil associados de cooperativas parceiras na escolha e utilização de novas tecnologias.

Numa área batizada de “ABC Smart Farming”, a Fundação ABC decidiu aplicar as soluções em campo para a próxima safra verão em uma área de 29,15 hectares, no município de Ponta Grossa (PR). Os pesquisadores mediram a condutividade elétrica do solo, o que permitiu entender os tipos de solo presentes na área, bem como definir os pontos de coleta para análise.

Com resultados apurados através de algoritmos, foi possível entender a variedade de textura da área, de umidade e também os teores de fertilidade do solo. A Fundação também fez a captação de imagens espectrais do solo, para verificar a quantidade de matéria orgânica através de um aparelho e algoritmo desenvolvido pela própria instituição.

Por fim, vale lembrar que o case vencedor do Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2020 na categoria Inovação é do cooperativismo agro: Avance Hub, da Coplacana. O hub de inovação surgiu porque a Coplacana era muito assediada por fornecedores ofertando novos produtos e serviços. Ao mesmo tempo, se via no desafio de acompanhar o boom das tecnologias no campo e saber selecionar as que realmente faziam sentido para seu cooperado.

Dessa forma, o projeto surgiu para lidar com essas demandas, garantindo uma visão estruturada da inovação e apoiando a cooperativa na seleção de produtos e serviços inovadores, inclusive testando e validando cada uma deles.

Afinal, como alertamos ao longo do texto, há várias tecnologias e inovações disponíveis, mas o primeiro passo da cooperativa é entender a sua real necessidade no campo. Só assim poderá escolher a melhor solução e fazer os investimentos necessários, de forma consciente.

<p>Posição do país no Índice Global de Inovação mostra que é preciso inovar mais</p>

O cenário da inovação no Brasil e no cooperativismo

Posição do país no Índice Global de Inovação mostra que é preciso inovar mais


Você nunca ouviu falar tanto sobre inovação como nos últimos tempos. Não só no cooperativismo como em todos os setores da economia. É, de fato, um movimento em ascensão no Brasil, mas ainda com um longo caminho pela frente.

Neste blogpost, vamos entender o estado da inovação no Brasil e no cooperativismo: sua importância, estado atual e lacunas a serem preenchidas.

Começaremos por um dos indicadores mais abrangentes sobre o tema, que é o Índice Global de Inovação (IGI), de 2020. Nele, o Brasil é apenas o 62º colocado no ranking que abrange 131 países, o que representa um ganho de quatro posições em relação a 2019. Quando olhamos apenas para os países da América Latina e Caribe, o Brasil aparece somente na 4ª posição entre as 37 nações, ficando atrás de Chile (54º), México (55º) e Costa Rica (56º).

Por isso que, para muitos especialistas, a posição do Brasil no ranking de inovação é incompatível com o fato de o país ser a 9ª maior economia do mundo. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, por exemplo, é um dos que afirmam que o Brasil continua numa posição abaixo de seu potencial.

“Precisamos melhorar o financiamento à inovação, fortalecer parcerias entre governo, setor produtivo e academia, estruturar políticas de longo prazo e priorizar a formação de profissionais qualificados”, disse Andrade ao portal da CNI.

A importância do Índice Global de Inovação (IGI)

O IGI é uma ferramenta imprescindível para comparar o Brasil com os países mais inovadores do mundo. Atualmente, o top 10 do ranking é formado por: Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Singapura, Alemanha e Coreia do Sul.

De forma macro, é importante olhar para o IGI porque ele vem se tornando um instrumento quantitativo essencial para auxiliar em decisões globais, estimular a atividade inovadora e impulsionar o desenvolvimento econômico e humano.

Composto por 80 indicadores de 30 fontes internacionais públicas e privadas, o ranking é divulgado anualmente, desde 2007, pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI ou WIPO, na sigla em inglês), em parceria com a Universidade de Cornell e a Insead. No Brasil, a CNI, por meio da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), é parceira na produção e divulgação do IGI desde 2017.

Em sua última edição, em 2020, o estudo mostrou que Brasil, México e Argentina abrigam empresas globais de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e estão entre as primeiras 10 economias de renda média no critério qualidade da inovação. Destacou também que Chile, Uruguai e Brasil produzem altos níveis de artigos científicos e técnicos, com o Brasil tendo também um alto impacto em matéria de patentes.

O estudo também pontuou que os 100 melhores clusters de Ciência e Tecnologia estão localizados em 26 economias, seis das quais (Brasil, China, Índia, Irã, Turquia e Rússia) são de renda média. O IGI 2020 destacou o cluster de São Paulo entre os 100 melhores do mundo.

Além disso, a pesquisa constatou que a pandemia desencadeou uma paralisação econômica global sem precedentes, atingindo também o panorama de inovação no mundo. Ao comentar o resultado, a CNI afirmou que o papel da inovação se mostra cada vez mais imprescindível diante de um período de incertezas e de retração na economia provocadas pela pandemia.

Por fim, o estudo lembra que a maioria das economias que subiram na classificação do IGI ao longo do tempo se beneficiaram de sua integração em cadeias de valor e redes de inovação. China, Vietnã, Índia e Filipinas são exemplos importantes. Além disso, a atual conjuntura causada pela Covid-19 mostrou que a cooperação, não só nacional mas também internacional, é uma ferramenta poderosa em prol da inovação. E de cooperação o nosso setor entende bem.

A inovação dentro das organizações 

Além de olhar a situação do país de forma geral, é importante analisar a inovação dentro das organizações. Por isso, trouxemos aqui outro estudo relevante: a Pesquisa de Inovação (Pintec) 2017, que o IBGE divulgou em 2020 com dados sobre o esforço de empresas dos setores da indústria, serviços, eletricidade e gás, entre 2015 e 2017, para a inovação de produtos e processos.

No período de 2015 a 2017, das 116.962 empresas brasileiras analisadas pelo estudo, 33,6% delas fizeram algum tipo de inovação em produtos ou processos. A taxa, porém, é inferior aos 36% registrados no triênio anterior, de 2012-2014.

Por outro lado, pela primeira vez na série histórica da Pintec, os investimentos em inovação ficaram à frente de aquisição de máquinas e equipamentos: R$ 25,6 bilhões foram para atividades internas de pesquisa e desenvolvimento (P&D); R$ 21,2 bilhões foram aplicados na aquisição de máquinas e equipamentos; e mais R$ 7 bilhões na aquisição externa de P&D.

Embora os dados da Pintec sejam de 2017, eles são muito relevantes porque trazem uma semelhança com o nosso período atual. O gerente responsável pela pesquisa, Flávio Peixoto, lembra que no período entre 2015 e 2017 houve recessão econômica no país, com a redução do apoio do governo à inovação por meio de linhas de financiamento. “O apoio público é muito importante. Quando esse apoio diminui, existe grande tendência de as empresas também diminuírem suas atividades inovativas”, afirma Peixoto.

Prova disso é que, de acordo com o IBGE, os riscos econômicos excessivos ganharam importância para as empresas inovadoras e se configuraram, para 81,8% das organizações consultadas, como o principal obstáculo para inovar.

“A inovação é uma decisão estratégica e de longo prazo da empresa. É um fenômeno que custa a aparecer. Tem maturação longa em vários aspectos. No momento em que a empresa se depara com riscos econômicos, é muito natural que ela retraia os seus investimentos em inovação”, afirma o gerente da pesquisa.

Ao mesmo tempo, a inovação também pode ser a principal solução para superar uma crise como a causada pela Covid-19. De acordo com a Strategy&, consultoria estratégica da PwC, é a inovação que tem ajudado a maioria das empresas brasileiras a superarem a crise. A conclusão faz parte da pesquisa que baseou a elaboração do ranking das 150 empresas mais inovadoras do país, que faz parte do anuário Valor Inovação Brasil 2020.

A pesquisa ouviu 214 organizações, que juntas somam investimento de R$ 65 bilhões por ano em inovação, e mostrou que 96% delas disseram que a inovação está ajudando a companhia a enfrentar a crise da Covid-19.

“A inovação cresceu em relevância para as empresas. Ao todo, 64% das empresas consideram a inovação entre as três prioridades de investimento”, afirmou Gerson Charchat, sócio da Strategy&, em publicação do Valor Econômico.

E como anda a inovação no cooperativismo?

No cooperativismo, é notável que nos últimos anos se intensificou um movimento de transformação digital e promoção da inovação. O Radar da Inovação, por exemplo, tem mapeadas dezenas de iniciativas inovadoras de cooperativas de diversos portes e ramos - e o número cresce semanalmente.

Uma pesquisa realizada em 2020 pela Coonecta - Cooperativismo e Inovação com 92 colaboradores de cooperativas apontou que a pandemia de Covid-19 intensificou a inovação e transformação digital. 88% dos respondentes classificaram a transformação digital como um tema com “alto grau de importância” em suas cooperativas, e 64,6% apontaram que as iniciativas de inovação foram aceleradas por conta da pandemia.

Os dados disponíveis sobre inovação no cooperativismo, no entanto, ainda são pouco abrangentes. Não há um levantamento amplo sobre o tema, o que dificulta o entendimento sobre o estado da inovação atual nas cooperativas e também o planejamento de médio e longo prazo para um cooperativismo mais inovador.

É para mudar este cenário que o Sistema OCB, por meio do InovaCoop, está realizando uma abrangente pesquisa para conhecer o cenário de inovação nas cooperativas, além de identificar desafios e oportunidades para seu desenvolvimento. Os resultados vão balizar os próximos passos do Sistema OCB no incentivo à inovação no cooperativismo.

A Checon, empresa especializada e com experiência no cooperativismo, está conduzindo a pesquisa, que estará aberta até dia 29 de janeiro. O questionário não dura mais que 5 minutos e toda e qualquer cooperativa pode responder, tenha ela iniciativas de inovação estruturadas ou não.

“Nós queremos reforçar a necessidade de participação de todas as coops. Pequenas e grandes; as que inovam ou não; do Norte ao Sul do país. Só com ampla adesão conseguiremos um resultado que represente, de fato, o cooperativismo brasileiro”, argumenta o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Clique aqui para acessar o questionário e ajudar o cooperativismo na sua mais ampla pesquisa de inovação.

<p>Você ainda não conhece o neuromarketing ou deseja entender melhor sobre seu conceito e aplicações? </p>

Neuromarketing: entendendo o pensamento do consumidor

Você ainda não conhece o neuromarketing ou deseja entender melhor sobre seu conceito e aplicações?


Entender o pensamento e o comportamento do consumidor sempre foi uma preocupação das equipes de marketing. E com a evolução do conhecimento e da ciência, diversos foram os estudos realizados nesse sentido. Entre as novidades da área está o neuromarketing, que busca compreender as alterações cognitivas que ocorrem conosco ao nos relacionarmos com as marcas.

Embora em um primeiro momento essa ideia possa parecer um pouco de “ficção científica”, o neuromarketing tem ganhado terreno e está sendo usado com sucesso em diversas campanhas de marcas ou políticos, inclusive com destaque na eleição de Barack Obama em 2012 e depois na campanha de Donald Trump em 2016.

Outro exemplo bem legal de aplicação do neuromarketing é na rede da hamburgueria Five Guys, que utiliza as estratégias no seu ponto de venda e até na forma de entregar os lanches aos consumidores. São várias as ações usadas, como o poder do “grátis”, oferecendo mais itens para que os clientes sintam-se satisfeitos e até “dicas” de outros consumidores no menu, funcionando como uma prova social.


O que é o neuromarketing e qual sua importância?

O neuromarketing é a ciência que estuda o comportamento do consumidor, avaliando de que forma o nosso cérebro reage quando somos expostos à marcas e incentivos de compra.

Para isso, são usadas técnicas de pesquisa da neurociência aliadas aos estudos da psicologia do comportamento do consumidor e do marketing. Os estudos usam imagens e outros mecanismos para avaliar as respostas e reações do nosso cérebro aos estímulos externos, entendendo o que influencia o nosso poder de decisão.

Assim, é possível compreendermos melhor o nosso inconsciente e o papel dele nas decisões de compra, criando campanhas mais efetivas e “impossíveis” de serem ignoradas pelo nosso cérebro, criando sentimentos como desejo, urgência e até vínculo afetivo.

As pesquisas, apesar de recentes, já possuem algumas conclusões que demostram que ao estimular emoções, memórias e experiências positivas é possível fazer com que os clientes se afeiçoem a determinadas marcas, tornando-se mais fiéis a elas.

Vantagens

Ao entender e usar esse novo campo do conhecimento, é possível:

  • desenvolver campanhas que sejam mais focadas nas respostas do subconsciente dos consumidores, tornando as mensagens mais efetivas;
  • compreender melhor as reações dos seus consumidores a itens como som, cor, cheiro, textura, sabor, formato e demais características do seu produto, tornando-o mais memorável para essas pessoas;
  • aplicar pesquisas de desenvolvimento de produtos com resultados mais próximos da realidade;
  • entender profundamente o comportamento do seu consumidor, pensando em ações publicitárias e também inovações que ajudem a traduzir esses desejos;
  • criar experiências únicas e valiosas para essas pessoas, modificando a percepção e o relacionamento delas com a sua marca.


Neuromarketing e comportamento do consumidor: qual a relação?

Como dissemos, o neuromarketing é o campo de estudo que visa entender melhor como o nosso cérebro funciona ao mantermos contato com organizações, produtos, serviços e propagandas.

O nosso processo de decisão, apesar de parecer, não é algo racional e lógico. Existe uma participação significativa do nosso inconsciente de acordo com os estímulos que o nosso cérebro recebe.

Compreender quais são esses estímulos e como eles agem no cérebro das pessoas auxilia a perceber melhor o comportamento do consumidor, criando ações e soluções mais efetivas. De uma maneira bem simples e didática, podemos dividir o nosso cérebro em 3 partes, que são:

  1. cérebro reptiliano: é o nosso “cérebro” primitivo e ligado à sobrevivência, controlando pontos como respiração e batimentos cardíacos. Ele é ativado por emoções mais primitivas como a raiva, o medo ou a fome;
  2. cérebro límbico: responsável por armazenar informações e processar emoções mais complexas (não ligadas à sobrevivência). É ativada por sensações que envolvam olfato, visão, paladar, tato e audição;
  3. neocórtex: responsável pelo nosso raciocínio lógico e envolvimento social.

Os estímulos externos (sons, cheiros, interações com outras pessoas, propagandas etc.) conseguem ativar, ainda que de forma inconsciente, os sistemas límbicos e reptilianos do nosso cérebro, influenciando as nossas decisões.

Quando isso acontece, o neocórtex entra em cena, tentando dar uma “explicação racional” para a nossa decisão. É aí que montamos a nossa experiência com as marcas.

Por exemplo, para um apaixonado por livros é difícil explicar porque ele comprou mais 1 exemplar sendo que já tem mais de 10 parados na estante. O neocórtex explicará questões sobre o título, a resenha e o autor. Mas os outros sentidos podem ter ajudado nesse processo, despertando sensações ao folhear o livro, manusear as páginas, sentir o cheiro, entrar em uma livraria e assim por diante.


Em quais áreas o neuromarketing pode ser aplicado?

É importante compreender que o neuromarketing não é uma nova “maneira” de fazer o marketing, mas sim um campo de estudo, cujo conhecimento pode ser aplicado em uma infinidade de áreas dentro dos negócios. Veja as principais.

Inovar é indispensável em qualquer negócio. Mas para essa inovação fazer sentido ela precisa ser focada nas pessoas, trazendo soluções para as suas demandas.

O neuromarketing ajuda a compreender melhor a mente dos seus consumidores, inclusive as questões do subconsciente, que nem sempre estão visíveis nas tradicionais pesquisas de mercado.

Ao entender profundamente as relações cognitivas que essas pessoas fazem ao se relacionar com seus produtos e propagandas, fica mais fácil pensar em inovações e lançamentos de linhas e produtos que realmente façam sentido e tenham significado para os seus clientes.

É possível, por exemplo, pensar em novas cores, sabores ou até cheiros que ajudem a despertar sensações positivas nessas pessoas, criando vínculos afetivos e aumentando a relação desses consumidores com a sua cooperativa.

 

O branding é todo o conjunto de ações que ajuda a criar a identidade da sua marca. É ele que associa características e qualidades (até mesmo intangíveis) a sua cooperativa. Quanto mais forte for o branding, melhor será o reconhecimento de mercado, o preço premium e a lembrança das pessoas ao seu negócio.

Está difícil? Porque ao comprar um refrigerante de cola, a primeira marca que vem à lembrança de muitas pessoas é a Coca-Cola? Muitos vão responder pelo sabor e qualidade, mas outros farão associações como cheiro, gosto, boas lembranças, marca de respeito etc.

Todos esses atributos são trabalhados pelo branding e ajudam a valorizar e diferenciar uma marca, posicionando-a corretamente frente à concorrência.

Ao usar os conhecimentos do neuromarketing, você entenderá melhor as associações inconscientes feitas pelos seus consumidores e terá mais dados valiosos para trabalhar as suas campanhas de branding.

Por que as pessoas decidem comprar de você? Ao entrarem no seu ponto de venda, o que influencia essa compra? Ou ao se relacionarem com a sua propaganda, quais estímulos são decisivos?

Entender o comportamento do consumidor de uma maneira profunda oferece subsídios essenciais para a sua tomada de decisão, por exemplo, modificando aspectos dentro do seu PDV, como vitrine, iluminação, cheiros, som ambiente etc.

O seu produto e a embalagem dele também podem ser modificados pensando na decisão de compra, criando uma experiência sensorial difícil de ser recusada pelos seus consumidores.

Esse conhecimento preciso pode ser aplicado para decidir vários pontos do seu negócio, como a forma de se pronunciar dos seus representantes, a propaganda on e offline, o design dos produtos e serviços, os programas de fidelidade etc. 


Como usar essa ciência na minha cooperativa?

Apesar de os estudos em neuromarketing envolverem questões complexas, como eletroencefalogramas e imagens de ressonância magnética, existem alguns itens que você pode começar a usar na sua cooperativa, sem necessariamente investir nessas pesquisas. Confira!

Os estudos têm mostrado que os conteúdos visuais conseguem envolver mais as pessoas do que frases de efeito. Assim, você poderá usar nas suas propagandas imagens do seu produto ou que contextualizem a sua mensagem.

Os rostos de pessoas felizes, de crianças e de bebês atraem muito a atenção, afinal somos seres sociáveis. Por isso, uma boa ideia é investir em imagens com rostos de pessoas para as ações nas redes sociais, por exemplo.

As cores são capazes de afetar as nossas emoções e a psicologia das cores faz justamente esse estudo. Assim, escolher as tonalidades certas para seu logotipo, embalagem e produto faz toda a diferença na hora de despertar boas.

 

A confiança é a base de qualquer relacionamento e é importante que a sua marca mostre confiar nos seus consumidores, por exemplo, oferecendo uma versão gratuita para testes, dando garantia incondicional de 30 dias após a compra (para desistência em caso de arrependimento), fornecendo mais opções de pagamentos etc.


Conclusão

Como você viu, o neuromarketing é um novo campo de estudo do marketing que utiliza dados de pesquisa da neurociência para compreender mais profundamente o comportamento do consumidor e os pontos que influenciam a sua tomada de decisão e relacionamento com as marcas.

Ao trabalhar justamente com o inconsciente, vale a pena também lembrarmos sobre a importância da ética, para não usar esses conhecimentos de maneira manipulativa ou abusiva, mas sim para tornar suas campanhas, ações, inovações e design de produtos mais efetivos aos desejos da sua clientela.

<p>Veja como preparar a sua cooperativa para os desafios que vêm pela frente </p>

9 tendências de inovação para o cooperativismo em 2021

Veja como preparar a sua cooperativa para os desafios que vêm pela frente


O mundo não voltará a ser como era antes da pandemia. As transformações, que vieram para ficar, colocaram à prova o poder de gestão e enfrentamento à crise de milhares de organizações. Foi preciso não só se adaptar, mas evoluir em termos de formatos de trabalho, agilidade, digitalização, inovação e tantos outros desafios.

Ou seja, passado o “modo sobrevivência”, focando apenas no que era essencial, é momento de se reorganizar e entender o que vem pela frente. Por isso, o InovaCoop selecionou 9 tendências importantes para o cooperativismo brasileiro do ponto de vista da gestão das cooperativas.

Se sua cooperativa pretende se manter atual e inovadora, fique atento às nossas dicas! Inclusive, se desejar se aprofundar no mapeamento de tendências e entender o “novo normal” a partir de diversas pesquisas de mercado, baixe agora o nosso e-book “mapear tendências: dicas para planejar o futuro de sua cooperativa”.

1. Programas de inovação aberta

Embora não seja uma novidade, os programas de inovação vêm se consolidando no cooperativismo e ajudando diversas cooperativas a superarem a crise. Inclusive, o vencedor do prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2020, na categoria Inovação, foi um programa de inovação aberta: o Avance Hub, da Coplacana.

Além disso, vimos em 2020 o lançamento de hubs de inovação no cooperativismo, programas de relacionamento com startups, programas de ideias (intraempreendedorismo), entre outras iniciativas. Por exemplo:

Esses são apenas alguns exemplos (clicando em cada um você tem mais informações) que mostram a importância de inovar em parceria, pois é uma forma de acelerar o processo. Saiba que um programa de inovação permite criar uma cultura de inovação dentro da cooperativa, possibilitando o desenvolvimento de novos processos de trabalho, novos produtos e serviços, melhoria contínua etc.

E o mais interessante é que, em geral, um programa de inovação cria um ambiente apartado da operação para evitar que as iniciativas sofram ou exerçam interferências no negócio. Dessa forma, há mais liberdade para trabalhar a aprendizagem e as experimentações.

Há companhias, como o Lego, que trabalham com inovação aberta a partir dos próprios clientes, que podem compartilhar suas ideias e sugestões com a empresa. Outras, como o Sicredi, simplesmente lançam desafios de negócio e abrem chamadas para startups que podem resolver tais desafios. Assim, gera um aprendizado mútuo e uma relação ganha-ganha entre cooperativa, startups e outros atores envolvidos. 

2. Cooperativismo de plataforma

Não é novidade que o modelo de negócio de plataforma tem revolucionado setores inteiros. Por definição, uma plataforma é uma organização que viabiliza interações entre produtores externos e consumidores, oferecendo regras e uma infraestrutura para que elas ocorram de forma eficiente e segura. Assim, logo lembramos de empresas como Uber, iFood, Amazon, Google, Apple, Airbnb e muitos outros gigantes da tecnologia.

Mas não são só as empresas mercantis que estão adotando esse modelo. Cooperativas do mundo todo estão unindo as bases do modelo de negócio de plataforma, com a doutrina cooperativista, e dando início a um novo tipo de negócio: as cooperativas de plataforma, que passam a ganhar mais relevância pós-pandemia.

Afinal, há uma demanda crescente por plataformas e negócios digitais, conforme explica Mário De Conto, diretor geral da Escoop. “Em 2020, notadamente no contexto da pandemia, esse modelo de negócio foi evidenciado por diversos fatores, como o desenvolvimento exponencial do comércio online, a necessidade dos empreendedores na utilização de plataformas digitais para manter seus negócios, a utilização em larga escala de aplicativos de entregas, entre outros”, explica.

Mas engana-se quem pensa que cooperativismo de plataforma é algo voltado apenas para novas cooperativas. As cooperativas tradicionais também podem tirar proveito do surgimento das plataformas. Aliás, algumas cooperativas, em especial as grandes e as confederações, já estão fazendo essa transição. Elas estão se movimentando para se tornarem plataformas digitais facilitadoras e intermediadoras de negócios, tanto entre cooperativas, como entre seus associados e outras empresas.

Um exemplo é a criação da plataforma cooperativa Ciclos pelo Sicoob Central ES, que identificou a necessidade de ir além da oferta de serviços financeiros e oferecer novos produtos e serviços aos cooperados de suas singulares. Hoje, a Ciclos oferece serviços de telecom, energia limpa e, em breve, também planos de saúde e marketplace.

Se você deseja saber mais e se aprofundar no tema, recomendamos a leitura do nosso e-book “Cooperativismo de Plataforma: desafios e oportunidades”.

3. Ecossistema de negócios integrados

Um artigo da McKinsey do começo de dezembro de 2020 chama atenção para um tema que deve ganhar mais relevância em 2021, inclusive no Brasil: os ecossistemas de negócios integrados. A consultoria estima que esse setor pode chegar a 30% de participação na economia mundial até 2025. Para se ter ideia, hoje eles representam entre 1 e 2% da economia. 

Basicamente, estamos falando de plataformas digitais integradas, nas quais os usuários conseguem consumir serviços e produtos variados condensados em um mesmo lugar. O ecossistema age como um orquestrador: conectando provedores terceiros a consumidores. A vantagem para o usuário é poder fazer tudo com um mesmo login e forma de pagamento, passando com facilidade de uma oferta a outra, e alavancando rewards e programas de fidelidade.

Dois bons exemplos são a chinesa Alibaba e a brasileira Magazine Luiza. As duas apostaram na criação de complexos ecossistemas, interligando todas as pontas da cadeia varejista para a construção de redes inteligentes de negócios.

Uma característica marcante do Alibaba é que ele não compra nem mantém estoque - e também não tem logística própria. É uma estratégia diferente da Magazine Luiza, por exemplo, que além do estoque e logística de parceiros, também têm suas próprias estruturas.

"O Alibaba é o que se obtém quando todas as funções associadas ao varejo são coordenadas on-line numa rede ampla alimentada por dados de vendedores, anunciantes, prestadores de serviços, empresas de logística e fabricantes", resume o presidente do conselho acadêmico do Grupo Alibaba, Ming Zeng.

Tanto Magazine Luiza como Alibaba têm no efeito de rede um importante gerador de valor. Pois o efeito de rede permite que pessoas ou empresas cooperem on-line para resolver problemas empresariais com muito mais eficácia e eficiência do que qualquer participante conseguiria por meio de uma integração vertical, em um modelo de cadeia linear. 

4. Intercooperação

O sexto princípio do cooperativismo nunca esteve tão atual como agora, sendo colocado em prática para acelerar a inovação e, sobretudo, superar os impactos da pandemia de Covid-19. O próprio Sistema OCB inovou ao lançar o CooperaBrasil, uma grande rede nacional na qual é possível encontrar produtos e serviços de cooperativas brasileiras, fomentando a intercooperação.

No Sistema Unimed, a Unimed do Brasil notou uma dispersão e fragmentação de informações voltadas à inovação dentro do Sistema, composto por 345 cooperativas. Por isso, decidiu criar o Unimed Lab, um hub para conectar todas as cooperativas do Sistema e ganhar convergência e escalabilidade de soluções, além de promover a intercooperação entre todas as Unimeds.

E não tem como falar de intercooperação sem lembrar da Unium, resultado da união entre as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal. A iniciativa de intercooperação possui um modelo inovador que vem otimizando recursos e proporcionando aumento anual de cerca de 20% no faturamento conjunto das três cooperativas nos segmentos de lácteos, suínos e trigo.

A marca Unium, que representa as três cooperativas, completou 3 anos em 2020 e tem faturamento anual de cerca de R$ 7 bilhões. “Esse modelo, que já demonstrava bons resultados, teve sua força evidenciada durante a crise da Covid-19”, comenta Cracios Clinton Consul, gerente de Marketing da Unium.

5. Velocidade organizacional

Uma pesquisa da McKinsey confirma que a velocidade organizacional, eliminando burocracias, é um ingrediente essencial para um desempenho superior em um período de mudanças inéditas. A consultoria aponta três maneiras pelas quais as organizações podem ganhar velocidade para o longo prazo:

  • Desenvolver mecanismos para uma tomada de decisões mais rápida;
  • Melhorar a comunicação e a colaboração internas;
  • Aumentar o uso da tecnologia.

Os resultados da pesquisa indicam que vale a pena fazer um esforço para ganhar velocidade. Pois as organizações rápidas superam as outras por uma larga margem em uma ampla gama de resultados, como lucratividade, resiliência operacional, saúde organizacional e crescimento.

Além disso, por causa da pandemia, a pesquisa aponta que os executivos estão observando uma mudança sísmica no funcionamento das organizações. “Na maioria dos setores, mais da metade dos líderes entrevistados estão cogitando ou planejando mudanças em grande escala por necessidade”, diz a pesquisa.

Um líder do setor de saúde entrevistado pela McKinsey exemplificou: “pudemos implantar uma solução de atendimento virtual em toda a empresa em questão de semanas porque era só o que tínhamos. Essa implementação vinha sendo planejada havia mais de um ano, antes disso”.

Uma pesquisa do Gartner confirma essa tendência mostrando que, em 2021, as organizações precisam estar mais preparadas para lidar com qualquer tipo de disrupção em seus ambientes de negócios. Por isso, a consultoria lista a necessidade das organizações buscarem por negócios inteligentes combináveis, engenharia de Inteligência Artificial e hiperautomação.

6. Experiência digital

Como vimos no tópico anterior, estratégias de digitalização planejadas para meses tiveram que ser aceleradas para semanas durante a pandemia. Atualmente, no cooperativismo, só para citar dois exemplos, a associação digital e as assembleias virtuais são realidades no setor.

Segundo o Gartner, esse movimento de “independência de localização”, consequência do isolamento social, obriga as organizações a se adaptarem para prover uma boa experiência digital. Um exemplo é o Sicoob, que anunciou, recentemente, a marca de cerca de 100 mil cooperados digitais e, por isso, teve que reestruturar a experiência de associação. A cooperativa informa que toda tecnologia e processos de onboarding passaram por uma completa reformulação.

Desde 4 de dezembro, os interessados em se associar ao Sicoob contam com uma experiência completamente reformulada, em que foram utilizados os conceitos mais modernos de experiência do usuário. O Sicoob também modificou exigências de documentos e teve todo processo de backoffice modernizado, a fim de ter aprovações mais rápidas.

“Já oferecemos um serviço de excelência no atendimento físico. Queremos aprimorar cada vez mais os canais digitais para que eles estejam alinhados com esse nosso pilar”, afirma Francisco Reposse Junior, diretor de Comercial e de Canais do Centro Cooperativo Sicoob. "Com a reestruturação e o refinamento no backoffice, esperamos alcançar a marca de 15% de todas as associações realizadas no Sicoob via meio digital, sendo que atualmente estamos em 9%", completa.

A experiência digital do cooperado também passa pelas assembleias virtuais, que este ano obteve a regulamentação para ser permitida de forma permanente. Ou seja, as assembleias virtuais são uma realidade para as cooperativas e não apenas uma solução provisória devido à pandemia. É preciso tirar proveito disso para melhorar a experiência dos cooperados. Para saber mais, baixe o manual “como fazer assembleias digitais”.

7. Pessoas no centro

Por fim, mas não menos importante, vamos falar de outra tendência apontada pelo Gartner: a centralização nas pessoas, o que já é uma característica do cooperativismo.

Segundo a consultoria, a pandemia mudou a forma como as pessoas interagem com as organizações. Agora, elas passaram a estar, de fato, no centro de todos os negócios. Por isso, o Gartner aponta três tendências nesse sentido.

A primeira delas é a “internet dos comportamentos”, que nada mais é do que o uso de dados para mudar comportamentos. Por exemplo: monitorar dados sobre perfil de direção dos veículos para direcionar ações de melhoria da segurança no trânsito. Para o Gartner, as fontes de dados estão mais abundantes que antes, assim como a capacidade de analisar e gerar insights para a gestão também.

A segunda está ligada ao que o Gartner chama de “experiência total”, ou seja, a transformação dos negócios por meio da combinação da experiência do colaborador e experiência do usuário. Foi o que aconteceu diante da pandemia, com as empresas usando tecnologias para reduzir o contato entre cliente e funcionário sem prejudicar a experiência de atendimento.

E a terceira tem relação com a utilização de tecnologias que melhoram a privacidade das pessoas. Cibersegurança virou um tema ainda mais crítico com a pandemia. Para o Gartner, isso significa que a tecnologia deve encontrar caminhos que protejam a privacidade do usuário ao mesmo tempo que utiliza seus dados, atendendo também aos requisitos da LGPD.

Inclusive, para saber mais sobre a LGPD e como se adaptar a ela, acesse o nosso e-book.

8. Valores na comunicação

Desde o início da pandemia, a consultoria McKinsey tem ouvido centenas de pessoas no intuito de rastrear os novos hábitos pessoais e profissionais decorrentes do isolamento. A tendência mais marcante é a reflexão pessoal sobre o que é, de fato, essencial nas vida das pessoas.

Dessa forma, quando falamos em valores, existe uma preferência cada vez mais acentuada por trabalhar e consumir de organizações baseadas em propósito e não somente em lucro. Isso representa uma potencial oportunidade para cooperativas, que são organizações focadas em propósito e contribuem para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde estão inseridas.

Sempre gostamos de lembrar que os valores do cooperativismo são bem atuais e totalmente conectados com a nova economia. Por isso, a tendência é aproveitar o momento para comunicar melhor sobre o modelo de negócio, para que as pessoas possam escolher conscientemente uma cooperativa. Inclusive, uma facilidade nesse sentido é o uso do carimbo SomosCoop, criado pelo Sistema OCB.

É hora, portanto, de criar engajamento em torno do cooperativismo. O desconhecimento tem sido um empecilho, prova disso é que a cada 10 brasileiros, apenas 4 sabem o que é cooperativismo, segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2019, da OCB. 

9. Aprendizado constante

A capacidade de aprender, reinventar e se adaptar foi necessária em 2020 e continuará essencial em 2021. São novos processos, tecnologias, padrões e desafios para nos adaptarmos todos os dias. O desenvolvimento de soft skills como resiliência, empatia, liderança, ética e colaboração são pré-requisitos para um trabalho inovador e alinhado com a realidade pós-Covid.

Por isso, leve este termo na sua jornada: lifelong learning. Na tradução livre para o português significa algo como “aprendizado ao longo da vida” ou aprendizado constante. Portanto, pressupõe que nunca é cedo ou tarde demais para aprender algo novo. Sempre haverá tempo para aprender algo novo na vida, seja no lado pessoal ou profissional.

Aliás, é essencial o desenvolvimento profissional. Vai muito além da graduação ou pós-graduação e precisa ser encarado como um processo sem fim, necessário para encarar a complexidade empresarial e as transformações.

Portanto, mais do que nunca, o investimento em novos aprendizados será essencial em 2021. Afinal, é preciso estar aberto para acompanhar as mudanças e não só se adaptar a elas, mas criar oportunidades e inovações.


Quer saber mais? Acesso nosso e-book: Tendências que impactam o Cooperativismo.

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