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<p>Muito tem se falado sobre as inovações disruptivas. Afinal, vale à pena investir nelas?</p>

Como gerar inovação disruptiva na cooperativa?

Muito tem se falado sobre as inovações disruptivas. Afinal, vale à pena investir nelas?


Com o boom das startups o termo inovação disruptiva está presente em muitas reuniões. Os players do mercado têm reações diferentes a ela: alguns ignoram, outros copiam ou investem em pesquisa e desenvolvimento interno. Há, também, os que compram as startups criadoras da novidade: seja para abafar a ameaça ou somar as novas competências ao potencial de investimento e know-how da companhia.

Certos de que fingir ou lutar contra o inevitável não traz nenhum resultado positivo, sobram alguns caminhos possíveis. Aqui fica a dúvida de qual deles escolher para conseguir o melhor da inovação disruptiva.

A resposta, que vale a relevância e a rentabilidade das cooperativas, não é única, mas, neste post, apontamos as diretrizes para chegar até ela!

A principal característica da inovação disruptiva é abalar estruturas consolidadas: não só as organizações líderes, mas todo o mercado. Isso porque ela desenvolve uma oferta que entrega valor real e de maior impacto, por ser mais fácil de usar e mais barata de adquirir. Dado o contexto, o veredito não poderia ser outro: a disrupção é impossível de conter quando bem estruturada.

O susto dos players, mencionado acima, vem do fato de instituições consolidadas terem a tendência de se firmarem na zona de conforto.

Digital Vortex, no levantamento Continuous and Connected Change de 2019 aponta que apenas um terço dos entrevistados considera que realizam ações adequadas frente a ruptura digital. E, enquanto o panorama geral das organizações se esforça para acompanhar as mudanças digitais, as multinacionais não fazem. Com o tempo, tal inércia passa a abrir uma oportunidade de mercado, a qual as mesmas grandes marcas costumam não estar interessadas em suprir, uma vez que já estão no topo do mercado.

E então chega o momento em que alguém passa a olhar para esse gargalo. A inovação disruptiva é fácil de identificar e difícil de encarar. Organizações, literalmente, ruem diante dela.

Exemplos de situações que a refletem? Filas de bancos e lotéricas cada vez menores; propriedade privada perdendo, gradativamente, o prestígio; serviços que ressignificaram os conceitos de comodidade e eficiência.

Por outro lado, instituições que passam por um processo doído de negação que, quando finalizado, dá espaço para o desespero de:

  • descobrir o que está acontecendo;
  • entender o significado de todas as mudanças;
  • redefinir o novo caminhar da organização.

 

Inovação incremental são passos pequenos, melhorias contínuas que agregam sim valor ao produto. No entanto, a inovação disruptiva é um trator que passa por cima de todos os processos conhecidos e deixa o mercado meio perdido e o público anestesiado.

Aqui vale ressaltar que desenvolver uma inovação é sempre bom, independente do grau que ela atinja. No final das contas é um diferencial que, ao ser bem explorado pelo marketing, traz benefícios ímpares para a empresa.

Pelo tempo. Obviamente que o mercado, hora ou outra, conseguirá chegar na cópia, mas a ideia é que já se esteja anos-luz à frente, tendo aproveitado cada momento até ali para converter e rentabilizar ao máximo, e tendo criado diferenciais e estratégias para manter a posição.

O benefício não é só financeiro (que por si só já justificaria), até porque o impacto da inovação pode não dar retorno imediato, mas a longo prazo também carrega prestígio, autoridade, engajamento interno e também do público para a companhia.

A inovação incremental, no entanto, por ser mais simples e por ser um complemento, ou seja, algo agregado a um produto estabelecido, tem impacto consideravelmente menor em termos de duração da vantagem competitiva.

A inovação é resultado de um processo e ambiente que a favoreçam, dada a necessidade de errar muito antes de tê-la pronta. Assim, a cultura organizacional sofre fortes mudanças, ao fomentar novo mindset e comportamento. Sem dúvida alguma é um desafio. Ao lidar com pessoas, sempre existirá o estranhamento e a resistência inicial.

Contudo, a partir do real e forte comprometimento da liderança em manter o estímulo e o entendimento sobre a necessidade de errar, compartilhar e construir, a inflexibilidade é vencida. Esse estímulo da gestão acontece ao diminuir burocracia e achatar hierarquia, proporcionando uma estrutura horizontal, diálogos e trocas.

E, quando conseguir que os colaboradores estejam abertos à nova realidade, é preciso que os esforços deles sejam direcionados. Para tanto, abordagens ágeis, como o Design Thinking, têm grande efetividade, pois, estimulam as características mencionadas acima de maneira progressiva, focada e integrada.

Voltando à questão de qual o melhor caminho escolher (investimento em startups ou desenvolvimento interno), a cooperativa pode manter as iniciativas simultaneamente e criar conexão entre elas. A melhor opção é testar os diferentes modelos de desenvolvimento de inovação disruptiva e manter os que mais se alinham ao propósito e posicionamento da cooperativa.

E enquanto se desenvolve a disrupção, o negócio da cooperativa se mantém simultâneo. Não é uma questão de excluir o negócio de agora, mas da construção de melhores modelos, processo e criar, em paralelo, alternativas de futuro.

Só não vale criar boas inovações e ignorá-las. Essa escolha já é conhecida e reflete, até hoje, na Kodak, que desenvolveu a câmera digital e quase faliu por conta do mesmo produto ser lançado pela Sony.

Organizações como Apple, que revolucionou o mercado fonográfico com o iPod, mercado este que foi novamente desestruturado pelo Spotify são exemplos de disrupção. Mas a maior contribuição da maçã americana vem do smartphone, sem dúvida, cujo impacto total não atingiu seu limite.

O varejo tem sofrido revoluções por intermédio do dispositivo, a partir de códigos QR, aplicativos, etc. A loja conceito da Nike em Nova York conta com seis andares de imersão e personalização que, por opção do cliente, podem não ter a intermediação de nenhum funcionário. O usuário tem a opção de separar peças que quer experimentar por meio digital. Tais itens são acessados ao destrancar um armário com código QR fornecido.

Nesta mesma linha, a Amazon Go, cujo movimento de retirada das gôndolas e cobrança são em tempo real e finalizadas via pagamento digital pelo smartphone que informa quem é o cliente e debita da forma de pagamento selecionada previamente por ele.

Existem, ainda, muitas outras como Nubank, Netflix, Uber, Aibnb que, cada um com sua inovação disruptiva, também mudaram a lógica de cadeias inteiras e estão intermediadas pelo dispositivo móvel.

E para começar a migrar para essa nova forma de fazer negócios, comece pela transformação cultural na cooperativa. Fomente o mindset de inovação para que esses processos estejam cada vez mais presentes no dia a dia da cooperativa.

<p>Pensar sobre o futuro não é sobre tentar controlar ou planejar ações exatas. Isso não é possível. Mas é possível explorar diferentes possibilidades que resultam em criar novos sistemas e mudanças culturais.</p>

O futuro não é teoria, é prática

Pensar sobre o futuro não é sobre tentar controlar ou planejar ações exatas. Isso não é possível. Mas é possível explorar diferentes possibilidades que resultam em criar novos sistemas e mudanças culturais.


Pensar sobre o futuro é um conceito muito abstrato. Porque devemos investir nosso tempo pensando sobre algo que não podemos controlar? Ou nos planejar para coisas que podem nem acontecer? Em outras palavras, por que devemos pensar sobre projetar nossos futuros? Por que planejar o futuro de sua cooperativa?

Porque se não projetarmos nós mesmos, alguém fará isso por nós. 

Quando nós falamos que alguém fará isso, a quem estamos nos referindo? Podem ser grandes empresas, o governo ou indústrias globais. Se não pensarmos sobre os movimentos de grandes e influentes instituições que estão tomando decisões em nosso nome, então estamos perdendo grandes oportunidades.

Quando falamos pensar sobre o futuro, o que queremos dizer? Pensar sobre o futuro não é sobre tentar controlar ou planejar ações exatas. Isso não é possível. Mas é possível explorar diferentes possibilidades que resultam em criar novos sistemas e mudanças culturais.

O CEO e cofundador da Echos Ricardo Ruffo faz a seguinte pergunta no curso Designing Desirable Futures: “O que você fez nos últimos cinco anos para estar aqui nesse exato momento? Você previu esse momento ou não?”

A resposta é parecida a cada vez, 75% das pessoas na sala dizem que não e 25% dizem que sim, talvez. Não é possível prever exatamente onde nós estaremos em 5 anos, mas é possível saber quais as suas intenções para o futuro. Entender o que nos motiva em um nível pessoal e profissional ajuda e nos guiar na direção certa toda vez que precisamos tomar uma decisão.

Os passos práticos adiante

É importante pensar sobre o futuro não como um exercício teórico, mas como um conjunto de passos práticos que alguém toma a cada dia. Os passos que tomamos hoje são o que cria nosso futuro. Mantenha suas intenções focadas e o caminho a seguir se tornará claro.

“O que eu aprendi ao longo de todos esses anos, é que você deve esperar o inesperado. Viva a sua vida baseando-se nos seus interesses e curiosidade e esqueça o que é normal para você. Não viva sua vida procurando por respostas, não existem respostas certas. Mas há lições se você se abrir para aprender sobre o mundo, você mesmo e estender o que for possível para além da sua realidade imediata.” Ricardo Ruffo, CEO e cofundador da Echos.

Encontrando inspiração em futuristas

Quando estiver projetando um novo futuro para sua cooperativa em um nível pessoal, pode parecer assustador, por onde eu começo? É importante buscar inspiração em pessoas que dedicaram suas vidas para desenvolver frameworks e sistemas para projetar futuros possíveis. 

Aqui estão alguns grandes pensadores que estão trabalhando projetando sistemas que beneficiam a humanidade:

Foto: Tegan Osborne (ABC_RN)

Genevieve Bell é uma Australiana que deixou o Vale do Silício e hoje trabalha na ANU em Camberra. Ela é uma antropóloga cultural, tecnóloga e futurista mais conhecida por seu trabalho na interseção de práticas culturais e desenvolvimento de tecnologia. Genevieve estabeleceu o Instituto 3A em setembro de 2017 na ANU em colaboração com o CSIRO’s Data61 com a missão de gerenciar eticamente o impacto da inteligência artificial (IA) na humanidade através de um melhor design e gerenciamento da tecnologia. 

Foto: Wikimedia Commons

Amy Webby é estadunidense e trabalha na vanguarda da previsão estratégica, uma disciplina que organizações usam para colher e processar informação sobre o futuro do seu ambiente de negócios. Amy desenvolveu diversas estruturas e modelos comumente usados que ajudam organizações a olhar para tendências atuais e entender como elas podem se desenvolver no futuro. Ela também possui interesse em garantir que o futuro da IA não fique somente nas mãos das grandes e poucas empresas de tecnologia. Ela acredita que a IA pode ser uma força para o bem, se usada corretamente.

Foto: European Union - Wim Daneels

Jeremy Rifkin é um escritor e pensador focado no futuro. Ele escreveu um livro chamado ‘Zero Marginal Cost Society’ onde explora as possibilidades de como podemos recriar sociedades que operam mais igualitariamente. Rifkin acredita que no futuro a internet das coisas, energia “gratuita”, e o que ele chama de “os comuns colaborativos” tornarão praticamente tudo disponível por quase nada. Juntos, esses desenvolvimentos substituirão o capitalismo como o modelo econômico mundial.

Foto: World Economic Forum - Ciaran McCrickard

É importante também olhar para as tendências do passado para nos ajudar a entender nossos futuros possíveis. Yuval Harari é um historiador que explorou como a humanidade pode continuar a evoluir e seu livro ‘Homo Deus’. Ele especula que ao menos que nós comecemos a planejar estrategicamente e intencionalmente nossos futuros, iremos continuar repetindo os mesmos erros do passado. 

Cada um desses grandes pensadores não está planejando o futuro. Em vez disso eles estão explorando e projetando futuros possíveis. Eles não estão dizendo o que vai acontecer, mas o que é possível. Se nos tornarmos alinhados com nossos desejos e vontades para o futuro, virá a tona o que é possível, e isso nos ajudará guiando através das incógnitas obscuras diante de nós.  

O momento de começar a pensar sobre o futuro é agora.

<p>A criatividade é uma competência cada vez mais exigida para lidar com os problemas que surgem no mundo atual.</p>

8 hábitos criativos e porque eles funcionam

A criatividade é uma competência cada vez mais exigida para lidar com os problemas que surgem no mundo atual.


Foi-se o tempo em que criatividade era um elemento associado apenas às profissões ligadas às artes e à publicidade. Não importa qual área você faça parte, a criatividade é uma competência cada vez mais exigida para lidar com os problemas que surgem no mundo atual. Ela é, como já dissemos aqui, uma das habilidades dos profissionais do futuro, pois é preciso ser criativo e inovador para arranjar soluções para as constantes crises que assolam a economia e a sociedade como um todo.

E ao contrário do que muitos pensam, a criatividade não é algo que já nascemos com ela, e sim uma habilidade que pode ser adquirida e, mais do que isso, deve ser sempre exercitada, assim como exercitamos músculos ao ir à academia.

Por isso selecionamos 8 hábitos para te ajudar a despertar sua criatividade, junto com a explicação do por que eles funcionam.

A primeira regra para a criatividade funcionar é o não julgamento das ideias na hora em que você ou um time estiver buscando soluções para um problema. Quando você for participar de um brainstorming ou de um processo de geração de ideias, escreva o maior número de soluções possíveis, mesmo que elas não façam o menor sentido a princípio, e só depois parta para os próximos passos que são a incubação (quando nos distanciamos das ideias por um tempo) e a refinação.

Solitude é o estado de privacidade de uma pessoa, ao contrário do que muitos pensam não significa, propriamente, estado de solidão. “Para deixar a criatividade surgir, é preciso ter a capacidade de solitude construtiva”, disse o psicólogo existencial Rollo May no artigo 18 Habits Of Highly Creative People do HuffPost. “É difícil encontrar sua voz criativa interior se você não entrar em contato consigo mesmo e fazer uma reflexão”, diz o psicólogo.

Grande parte do trabalho de tirar ideais criativas do papel é correr riscos, porque criatividade é sair do senso comum, e para isso acontecer é preciso sair de nossa zona de conforto.

“Criatividade é o ato de fazer algo do nada. Isso requer tornar público pela primeira vez as ideias que estavam apenas na imaginação. Tempo desperdiçado, reputação manchada e gasto de dinheiro também são todos subprodutos da criatividade”, disse o escritor Steven Kloter, autor de “Abundância” e colunista da Forbes.

Ler os mesmos conteúdos, conversar e conviver com pessoas que compartilham da sua opinião irá apenas confirmar suas próprias ideias, ao invés de desafiar a sua mente. Para sair da sua zona de conforto, veja gêneros de filmes que você não costuma assistir, ouça outros tipos de música que você não gosta e converse com pessoas com opinião diferente da sua.

Mudar a mão que você costuma usar traz benefícios para o cérebro. Você pode começar com algo simples, como escovar os dentes com a outra mão. Esta troca que propomos pode parecer boba, mas você vai ver que essa atividade tem o poder de te tirar do piloto automático.

Os nervos que estão aprendendo a nova tarefa de escovar os dentes vão tentar se conectar com os nervos correspondentes do lado oposto em lugar de simplesmente ir direto para a mão, e assim constroem novas conexões com todo aquele nervo que lhe permita chegar mais rápido aquela informação.

Dessa forma as conexões, que podemos comparar como estradas de conhecimento, se ampliam entre os dois lados, e logo servem não apenas para escovar os dentes, mas também para coisas novas como lembrar de mais números de telefone, ter mais ideias e concentração.

Pegar um caminho mais longo vai te fazer levar um tempo a mais para chegar no trabalho, mas também te permitirá conhecer coisas e lugares que você não descobriria se deixasse o medo de tentar coisas novas te dominar.

Não importa se você sonhou que ganhou uma medalha nas Olimpíadas ou encontrou o parceiro dos seus sonhos, escreva. Pesquisadores afirmam que existe uma relação direta entre os sonhos noturnos e a criatividade. Em um estudo, metade dos participantes foram convidados a escrever seus sonhos todos os dias durante um mês, enquanto a outra metade não. Os participantes fizeram um teste de criatividade todos os dias. As pessoas que anotaram seus sonhos diariamente tiveram uma pontuação significativamente maior do que as que não anotaram. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jocb.168

O velho cliché de que nada se cria e tudo se copia nada mais diz sobre a necessidade de ter referências. Todos os grandes artistas, desde Leonardo da Vinci a Quentin Tarantino, costumam ter um grande repertorio de referências. Vá a exposições, ande pela cidade, leia livros, veja filmes, tudo é válido para criar seu mundo de inspiração.

Quer se aprofundar mais no tema?

Aqui vão nossas dicas:

Livros:

Criatividade S.A., de Ed Catmull

Roube como um artista: 10 dicas sobre criatividade, de Austin Kleon

De onde vêm as boas ideias, de Steve Johnson

Seis Chapéus do Pensamento, de Edward de Bono

TED: 

Como frustrações podem inspirar a criatividade

Será que as escolas matam a criatividade

De onde vêm as melhores ideias?

4 Lessions in creativity

Cursos: 

Curso online da Descola Desbloqueio Criativo

Curso Design Thinking Experience ou Design Thinking Specialisation na Echos

<p>A sociedade está passando por uma grande mudança. Negócios estão se transformando e as expectativas dos consumidores também.</p>

Projete novos serviços para a nova sociedade

A sociedade está passando por uma grande mudança. Negócios estão se transformando e as expectativas dos consumidores também.


O design de serviço está ajudando diversas instituições na transformação digital. O design de serviço é um método multidisciplinar que ajuda organizações a criarem experiências incríveis para seus clientes. É um processo centrado no usuário que transforma tempo, tarefas, logística, comportamentos e informações em histórias contadas pelas suas relações de consumo. Um designer de serviço cria o alinhamento entre as expectativas dos clientes e novas soluções para produzir interações prazerosas. Em outras palavras, um designer de serviço cria experiências que fazem com que clientes se sintam bem ao interagir com uma marca. 

Muito do que se confere a UX (experiência do usuário) é na verdade serviço, pois a coordenação do negócio e das pessoas para gerar valor está acima da experiência individual com os produtos. A transformação digital é uma nova cultura se manifestando, e a camada de serviço tem potencial não apenas para projetar relações de consumo, mas também ajudar no processo contínuo de transformação da sociedade. Cultura, mercado e consumo formam um ciclo que se retroalimenta. 

Quando começamos a observar consumidores, podemos abstrair para começar a entender as dinâmicas das pessoas, indústrias e suas condições sociais. Se um negócio puder explorar problemas sociais maiores, será capaz de aumentar suas bases de clientes e servir à população em geral. Assim, adotar uma abordagem centrada no humano para projetar serviços é peça chave para inovar mais rápido e assumir uma liderança proativa na criação de novos mercado (muitas vezes ainda não desbravados).

Em nosso ambiente atual de rápida transformação, o nível de oportunidade é sem precedentes. Deixamos de apenas projetar um novo serviço para uma indústria, para agora projetar novas indústrias que se adaptem a serviços demandados pelas pessoas.

Os quatro serviços para focar agora

Vivemos em um mundo onde práticas tradicionais de indústrias estão sendo substituídas por eficiência e rapidez de produtos e serviços digitais. É o chamado aos métodos ágeis, inevitavelmente digitais.

Assim, fundamentalmente, cada negócio deveria ter sua transformação digital como prioridade. E dentro dessa jornada de transformação existem quatro pensamento de serviços centrais que as cooperativas devem focar para criar um resultado de sucesso.

O digital é inevitável, e nossa realidade atual já colocou sua prática (ferramentas e relações) em primeiro lugar. É o “novo normal” para as instituições. Essa nova forma de comunicar e produzir redefine atitudes e, consequentemente, expectativas em relação à ética nas práticas de negócio. Serviços digitais centrados no ser humano (clientes e colaboradores) podem se tornar uma força disruptiva para o bem, o que tem se tornado ponto crucial de decisão entre marcas. O digital pode democratizar serviços ao facilitar o nascimento de novas políticas, preços e ética para os consumidores. Agora é o momento de produzir os padrões mais adequados para nova era e ser lembrado por isso.

O atendimento ao cliente deve ser fundamentado em empatia. Em um ambiente digital, pessoas esperam falar com marcas sem barreiras e formalidades. Não faz mais sentido enviar perguntas ou problemas, esperar dias para ser respondido ou mesmo não ter resposta. As cooperativas devem estar preparadas para se comunicar rapidamente e efetivamente com seus cliente em tempo real. Isso significa sair da postura reativa para a postura proativa. O serviço de atendimento ao cliente na era digital deve rastrear movimentos online para prevenir problemas antes que eles aconteçam.

O setor de saúde está na vanguarda deste novo atendimento ao cliente preventivo. A pandemia do Covid-19 acelerou a oportunidade de introduzir a telemedicina como uma oferta escalável para tratar pacientes quando eles estão doentes, mas também abre mais pontos de contato para auxiliar na prevenção de doenças, antevendo demandas e problemas. Em nosso e-book de telessaúde trouxemos orientações e cases de cooperativas que estão inovando com telessaúde.

Colaboração é uma excelente maneira de cooperativas e clientes se apoiarem na descoberta de novas soluções para problemas antigos. Isso faz parte de se estar em uma cultura ‘always beta’. ‘Beta’ se refere ao serviço digital que ainda está em fase de teste. Criar uma cultura de teste contínuo de novos serviços permite que organizações estejam sempre à frente de tendências ao experimentar possibilidades com usuários ativos. Essa maneira é mais eficiente que esperar para lançar um produto completamente pronto. Agora é o momento perfeito para oferecer incentivos como descontos, presentes ou canais exclusivos para que usuários se tornarem testadores de produtos ou serviços de cooperativas na experimentação de novas ideias e na co-criação contínua de novas relações de consumo. Um exemplo de case que foi lançado em “beta”em pleno contexto de pandemia, foi o Ailos Aproxima, que pode ser conferido em nosso Radar da Inovação.

Para obter sucesso no ambiente online, marcas precisam se entender como uma persona com a qual seus usuários irão interagir. Independente de outros atributos particulares, ela deve ser amigável, amável e solidária. Para fazer isso, cooperativas devem criar um alinhamento total entre os canais. Da perspectiva do usuário não deve ser diferente interagir com o site da marca, aplicativo ou centro de atendimento ao cliente. Dessa maneira, a marca, produto ou comunicação é totalmente integrada.

Como exemplo popular, pense no Airbnb. Não existe percepção dessa empresa como unidades e setores com seus processos burocráticos. Não há percepção de um produto endossado por uma marca como no mundo físico convencional. A marca é o próprio produto (app) e seu consumo acontece por uma experiência sem fricções, focada na lógica das pessoas (serviço). Um usuário pode facilmente alternar tarefas entre compras, deixar uma avaliação, cadastrar cartão, descobrir um passeio, interagir com os anfitriões ou fazer perguntas antes de decidir por uma reserva. Esse é efeito do design de serviço, que orquestra o backstage para servir à lógica do usuário. Do seu ponto de vista, a experiência simplesmente parece integrada e consistente. 

A cooperativa de plataforma, Fairbnb, que oferta hospedagem compartilha da mesma lógica da empresa citada acima, porém com um modelo de negócio cooperativista, com um olhar para o local que está inserida. A plataforma dá voz aos anfitriões, hóspedes e, principalmente, escuta e dá voz à comunidade local. Esta cooperativa está presente em vários países da Europa e possibilita tanto para hóspedes como para anfitriões, uma alternativa que prioriza o turismo sustentável. Uma vez que o design de serviço busca uma entrega empática e focada no cliente, oferecer soluções sustentáveis tem sinergia com o propósito do que muitas pessoas buscam atualmente.

O design de serviço é fundamental para manter seus clientes e consumidores felizes quando interagem com você. Comece pensando como você pode conectar seu público de maneira valiosa. Nesse momento da mudança que estamos vivendo, dar atenção ao design de serviço pode construir a indústria do futuro. Não espere para ampliar e aprofundar o valor que sua cooperativa pode fornecer!

<p>A parceria é positiva, trazendo ganhos de escala e sustentabilidade para ambas as partes</p>

O que acontece quando uma cooperativa apoia uma startup?

A parceria é positiva, trazendo ganhos de escala e sustentabilidade para ambas as partes


Crescer junto é muito melhor do que crescer sozinho. E isso é válido principalmente no ecossistema da inovação, onde cooperação é a palavra-chave entre startups , investidores e aceleradoras . De olho nessa tendência, algumas cooperativas brasileiras lançaram programas para acelerar e contribuir para a consolidação de startups, especialmente no mercado financeiro — as chamadas fintechs.

No fim de 2016, o Sicoob Empresas — cooperativa de crédito singular que representa o Sicoob nas regiões do Rio de Janeiro e de São Paulo — criou uma plataforma inovadora de apoio e incentivo a fintechs, denominada Plataforma.Space.

Por meio da Space, startups em estágio operacional recebem de empresas tradicionais capacitação técnica, apoio com infraestrutura, crédito e acesso ao mercado, com foco no crescimento de clientes e valor agregado para os produtos.

Em média, são selecionadas seis startups por semestre. Durante cinco semanas, elas passam por atividades de imersão, comunicação estratégica, treinamentos de relacionamento com investidor e até mesmo internacionalização.

Segundo o diretor presidente do Sicoob Empresas RJ, Eduardo Diniz, o objetivo é mapear startups que tenham soluções para aumentar produtividade, diminuir custos, melhorar processos e atrair mais cooperados e negócios para a instituição financeira. Diniz, explica:

“Não diria que somos uma aceleradora em si, mas um programa de incentivo ao crescimento e consolidação de scale ups — empresas que conseguem sustentar um crescimento de pelo menos 20% ao ano, durante um período de três anos seguidos. Somos uma plataforma que tem por objetivo alçar essas empresas ao patamar mais alto possível.”

Após três anos de projeto, o diretor relata que foram alcançados excelentes resultados — entre eles, a parceria com dezenas de startups, que se utilizam do Bancoob como core banking  para manter suas contas de pagamentos, realizar transações financeiras, transferências eletrônicas e pagamentos de contas, por meio de Interface de Programação de Aplicativos (API).

Segundo Diniz, essas fintechs operam juntas, mensalmente, mais de 1 milhão de transações financeiras com um volume financeiro superior a US$ 30 milhões.

Uma das fintechs aceleradas pela Plataforma.Space é o Banco Digital Maré . A startup nasceu com as missões de resolver o problema de inclusão financeira e fomentar o comércio na comunidade do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.

É a primeira iniciativa do país para a criação de um sistema de micropagamento com moeda digital, batizada de Palafita. De forma simples e acessível, o objetivo é, por meio de um aplicativo mobile, agilizar pagamentos, transferências e compras de pessoas que não têm conta bancária, e universitários que sejam engajados em projetos sociais e que tenham dificuldade de abrir contas em bancos, por conta das tarifas altas.

Além da moeda digital, o banco oferece o cartão pré-pago Maré, que pode ser recarregado e utilizado para compras na internet ou em lojas físicas, e as máquinas POS Maré, que permitem a realização de compras sem o uso de dinheiro.

Os serviços financeiros podem ser acessados não somente pelo aplicativo, mas também nos chamados Kioscos, que são os pontos de atendimento onde os clientes são atendidos pelos próprios moradores de suas regiões. Os Kioscos também podem funcionar no comércio, que pode se cadastrar para ser um ponto de atendimento do Maré.

TENDÊNCIAS

A aceleração de startups como o Banco Digital Maré e a interconexão com cooperativas são apenas uma face das tendências que estão em curso e podem se consolidar nesse processo. Os atores envolvidos no movimento de inovação projetam ainda a possibilidade de formação no Brasil de um cooperativismo 2.0 e a geração de cooptechs (cooperativas startups), que atuariam de forma mais enxuta, planejando negócios escaláveis com base tecnológica.

Mas, para chegar lá, é necessária uma mudança mais profunda na cultura das cooperativas. O propósito é fortalecer o cooperativismo, renovando sua forma de ação para alcançar mais resultados sociais e econômicos.

“A inovação começa nas pessoas, não na tecnologia”, declarou Romário Ferreira, sócio de uma empresa dedicada a desenvolver um ecossistema de inovação do cooperativismo no país — a Coonecta. Segundo ele, para fazer isso, é necessário pessoas com esse mindset, que façam mudar os projetos e com quem as coisas sejam mais ágeis. “Estamos acompanhando esse movimento de perto e queremos contribuir para ter um cooperativismo ainda mais forte, com inovação”,

CAPACITAÇÃO

Percebendo a crescente demanda do cooperativismo por novos modelos de gestão e tecnologias inovadoras, a Coonecta especializou-se em promover eventos, workshops e missões nacionais e internacionais para intercâmbio de experiências inovadoras. Um grupo já foi para Nova York, e a próxima viagem prevista é para o Vale do Silício, nos Estados Unidos.

A iniciativa surgiu há cerca de quatro anos, idealizada por dois jornalistas que deixaram a profissão de origem e passaram a se dedicar a treinamentos corporativos de empresas do ramo financeiro, como bancos, operadoras de crédito, cobrança, meios de pagamento, entre outras.

Nos eventos e congressos de capacitação desse mercado, um fato chamou a atenção dos sócios: a maioria dos participantes era de cooperativas de crédito que buscavam informações para suprir alguma demanda de negócio e se tornarem mais competitivas.

“Foi aí que aconteceu o encontro desses mundos. Fizemos uma validação por um tempo, conversando com diversos dirigentes e executivos de cooperativas para entender que é um movimento muito rico, mas carente de inovação”, relata Ferreira.

O objetivo da Coonecta é capacitar o funcionário da cooperativa para que ele consiga implantar estratégias e disseminar o conhecimento internamente na instituição, a fim de que ela seja mais inovadora e eficiente nas suas operações. O empresário afirma:

“O cooperativismo nasceu inovador. Ele tem princípios que hoje são buscados por empresas não cooperativas. Do ponto de vista de valores, o cooperativismo está em sintonia com esse movimento atual de inovação.”

MAPEAMENTO

O Brasil tem cerca de 12 mil startups, segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups). Mas o país ainda não tem um levantamento fechado de quantas delas desenvolvem projetos de inovação em parceria com cooperativas.

Para preencher essa lacuna, a OCB desenvolveu, em parceria com a Coonecta, o Radar de Inovação, que reúne os principais cases de inovação em cooperativas do país. Segundo o Coonecta, as cooperativas de crédito, agropecuárias e de saúde estão à frente do movimento de inovação. No entanto, outros setores, como o de transporte, também têm desenvolvido projetos inovadores. A maior parte está concentrada no Sul e no Sudeste, mas a tendência é que o movimento cresça em outras regiões do país — como no Centro-Oeste, que já está no radar da empresa.

“No crédito, a gente vê uma busca muito grande por inteligência artificial, blockchain , plataforma mobile. As cooperativas agras têm olhado bastante para isso, buscando soluções de big data e smart farm , por exemplo. É um movimento geral com alguns setores mais avançados comentou Romário.

Além da Sicredi Pioneira, Romário cita as experiências da Unimed BH, que lançou um programa para selecionar startups; a Seguros Unimed, que criou uma plataforma para conectar outras unidades do grupo; o Sistema Ailos, que também selecionou startups para suprir as necessidades de negócio de suas 13 cooperativas; a Castrolanda, tradicional cooperativa do mundo agro que promoveu uma semana de inovação e um Hackathon para premiar startups; além da Coopercarga, do ramo transporte, que criou um programa de inovação aberta, e dele surgiu a Cargon , uma nova startup que já tem vida própria.

No caso da Sicredi Pioneira, as perspectivas são positivas. A cooperativa quer desenvolver novas plataformas de crédito e aprimorar as existentes, além de fortalecer a cultura de inovação entre os colaboradores de todas as áreas da instituição.

 

Esta matéria foi publicada na Edição 29 da revista Saber Cooperar.


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