Como se adaptar e mudar quando se perde receita
Tem sido um desafio para todos. O surto coronavírus fez muitos de nós redundantes. Como negócios, ele fez com que algumas de nossas linhas de receita mais proeminentes parassem completamente ou se tornassem obsoletas.
Dizem por aí que estamos em uma tempestade e que estamos todos afundando no mesmo barco, mas alguns de nós possuem botes salva-vidas e outros apenas coletes. O impacto da crise tem efeitos diferentes dependendo do seu contexto. Como pensar então sobre nossos próximos passos? Como fazer para ser resiliente e inovador nesse novo contexto de normalidade?
É sempre bom ter um nome para as mudanças econômicas que estamos vivendo. O Board of Innovation cunhou o termo ‘Economia de Baixo Toque’ (Low Touch Economy).
Teremos provavelmente um tempo expandido vivendo com restrições, com limitações de encontros em espaços fechados, espaços públicos e viagens, além de novos padrões de higiene. Nossas comunidades estão desenvolvendo novas habilidades e comportamentos em respostas a esses novos padrões que vieram para ficar. Alguns talvez nunca queiram deixar de trabalhar remotamente, e outros talvez diminuam suas interações sociais mesmo se as restrições forem suspensas. Muitos de nós serão mais cautelosos quando se trata de interações físicas, mas nossas emoções e necessidades por conectividade continuam por aqui e tendem a ficar ainda mais fortes.
Na Economia de Baixo Toque, coisas que não podem ser 100% digitais serão livres de toque, e aquelas que podem, irão operar 100% digitalmente. Isso significa que seu produto que antes habitava um espaço próprio, agora provavelmente estará dentro da casa de seu usuário.
Aqui estão algumas perguntas que podem ajudar você a inovar e se tornar resiliente:
Se sua receita foi profundamente afetada ou se você tem a possibilidade de testar novas coisas e explorar novos mercados, adapte-se e mude. Vimos em todo mundo algumas indústrias mudando suas linhas de produção e adaptando-as para produzir desinfetantes de mãos, máscaras e outros itens para atender demandas geradas pela pandemia.
No Brasil, vimos um grupo de restaurantes que está usando sua operação para doar comida para pessoas vulneráveis. Ao invés de manter seu modelo de negócios com delivery, como todo mundo, eles decidiram trabalhar com uma longa linha de produção para fazer e entregar comida de qualidade para pessoas em vulnerabilidade (em situação de rua ou sem teto). O novo modelo de negócio é agora baseado em doações e com isso foram capazes de manter todos seus funcionários durante a crise, enquanto seu alcance e marca estão expandindo. Tenho certeza que eles irão retornar a um modelo de negócio diferente assim que a crise sair de seu pico. Mas mesmo assim, também estou certa de que eles terão alcançado uma legião de novos consumidores fiéis que começaram a doar para a causa e que, mais tarde, irão querer se manter engajados com suas marcas. Eles nomearam esse movimento de “cozinha de combate”, e acho que mostra generosidade, mas também criatividade em sobreviver à crise.
Muitos negócios tiveram que adaptar seu modelo de negócio para ficar online, criando novas experiências digitais. Alguns clubes de música online como a Jingdong e a gravadora chinesa Taihe Music Group (link) fizeram uma parceria com várias marcas internacionais de bebidas alcóolicas e organizaram uma transmissão ao vivo de DJs da TMG. Rémy Martin, Carlsberg e Pernod Ricard foram algumas das marcas de bebidas alcóolicas que participaram dessa experiência.
No Brasil, vimos uma resposta massiva da live do DJ ALOK atingindo 27 milhões de visualizações. Vocês já devem ter visto as luzes neon que estavam sendo projetadas da casa do DJ!
Um outro exemplo de adaptação rápida veio da Accor, que neste contexto, flexibilizou alguns de seus quartos na versão room-office, para hóspedes que precisam de um escritório particular para o dia.
Alguns negócios possuem diferentes problemas. Supermercados ao redor do mundo se viram com um aumento de vendas, acarretando em problemas que vão da distribuição à entrega. O Harris Farm, na Austrália, lidou com o problema, criando uma caixa “sem escolha” (onde você comprava uma lista de produtos pré-determinada) para entrega rápida de um dia para o outro.
Agora, os pedidos online de delivery se normalizaram, mas quais são as novas necessidades de seus consumidores? Como você pode redesenhar sua oferta de serviço, e assim adaptar e sobreviver a crise?
A Amaro, uma marca de moda brasileira digital direta ao consumidor, sem a possibilidade de fazer sessões de foto regulares com modelos reais, criou uma modelo virtual para estrelar suas campanhas. O nome dela é Mara, uma “taurina, mãe de várias plantas e uma amante de cachorros”.
A marca disse que Mara se tornará uma modelo de longo prazo para a marca. Eles também abriram uma plataforma digital de e-commerce para outras marcas da indústria da moda venderem seus produtos, atuando como um ecossistema. Durante este período, incluíram mais um canal de vendas: o WhatsApp. Para isso, treinou gerentes e vendedores para abordagem, linguagem e jornada do cliente neste canal. Tudo isso para suprir a diminuição de receita das lojas físicas.
A realidade mudou, e estamos vivendo o novo normal. Como você pode transformar seu produto existente em uma experiência digital? A transformação digital, geralmente é pensada como uma maneira de reduzir custos e escalar seus negócios, mas as expectativas dos usuários são bem diferentes. Uma experiência digital significa que seus usuários esperam acesso à sua oferta de produto a qualquer momento; também esperam um melhor custo-benefício e personalização. Ao se adaptar e mudar, qual produto digital você criará? Pense em sua proposta valor e em sua jornada de serviço de ponta a ponta.
Enquanto ainda estamos isolados em casa ou evitando aglomerações, é essencial pensar como acelerar ofertas digitais. Um redesenho rápido de produtos e ofertas digitais é sua maneira de continuar se mantendo relevante e resistindo à disrupção causada pelo vírus.
Durante este período de pandemia o Sistema OCB lançou uma série de e-books para inovar na crise. São 10 guias práticos com textos objetivos e simples, que abordam alguns caminhos que as coops podem se inspirar para se adaptarem ao novo cenário que vivemos. Os temas dos e-books são: marketing digital, aulas on-line, vendas pela internet, telessaúde, assembleias digitais, home office, delivery, cases de inovação na crise, liderança inovadora e tendências.
Foto destaque: Chris Montgomery on Unsplash
Vinícius David, referência em inovação no Vale do Silício, foi o palestrante do evento de lançamento do InovaCoop: o site de inovação do cooperativismo brasileiro.
Legal, né?! Pois é, ele trouxe uma série de reflexões sobre a cultura e a prática da inovação, mostrou exemplos que podem e devem ser seguidos pelas nossas coops e destacou também a importância da inovação no cooperativismo! Ele acredita, e a gente também, claro, que o nosso modelo de negócios tem todo o potencial e as possibilidades de ter sucesso quando se propõe a inovar. Os principais insights estão aqui, neste post. Vem aqui conferir como foi!
O que é inovação
Inovar é ter a coragem de fazer diferente. Coragem de ousar, de se reinventar. Mais ainda, de se desafiar a utilizar o que já existe e torná-lo ainda melhor. Além de tudo isso, outro ponto importante para fazer acontecer é o propósito, que tem tudo a ver com cooperativismo, não é mesmo?
Inovação é quando se consegue, a partir de um propósito, promover transformações sociais, nas comunidades, criar oportunidades. E esse é, com certeza, um diferencial das cooperativas. Sobre a importância do propósito por trás de iniciativas inovadoras, Vinícius David fala mais a respeito neste artigo publicado na Gazeta do Povo. No texto, ele destaca questões importantes e que devem estar sempre no radar de quem quer inovar.
Sabe aquele olhar atento para as tendências, para as sinalizações que a sociedade e o mercado oferecem sobre demandas que precisam ser atendidas? Vinícius ressalta que ter esse olhar é fundamental para o processo de inovação. É a partir disso que se inicia o trabalho de criar soluções inovadoras para os problemas já existentes ou experimentar novas formas de se prestar algum serviço. Tudo isso considerando que a essência dos negócios pode mudar sim, mas na sua maneira de ser feita, e não no seu DNA, esse continua o mesmo. Cooperativas que utilizam aplicativos e outras tecnologias para otimizar seu trabalho ou a entrega de um produto/serviço, por exemplo, não deixam sua essência de lado, apenas incorporam isso ao seu dia a dia para dar ainda mais agilidade aos processos e fazer seu negócio ainda melhor.
Pontos de ebulição
Momentos de crise são historicamente terrenos férteis para impulsionar grandes transformações. A gente acompanha isso ao longo da história. Foi exatamente em momentos como o que estamos vivendo agora que ocorreram mudanças efetivas na sociedade e nos negócios e surgiram algumas das principais tecnologias que conhecemos hoje.
Sobre isso, David faz uma referência direta ao cooperativismo como um dos exemplos de modelo de negócio que já nasceu a partir de uma ideia inovadora, com um propósito muito claro de unir pessoas com objetivos semelhantes e trabalhar de forma colaborativa. As cooperativas fazem, desde sua criação, o que muitas empresas têm buscado incorporar à sua cultura organizacional nos últimos anos: que é trabalhar em conjunto de forma organizada visando o crescimento coletivo e o impacto social na sua comunidade. Não há espaço para o individualismo no cooperativismo e tem ficado cada dia mais evidente que também não há mais essa possibilidade de crescimento estritamente individual na sociedade e no mundo dos negócios.
A importância das pessoas para inovação
Quando o assunto é atuação coletiva, centrada nas pessoas, o cooperativismo mais uma vez se destaca. Um negócio feito por pessoas e para pessoas, pensando no bem-estar das pessoas. Onde todos são donos e tomam as decisões juntos, têm voz e voto nas reuniões deliberativas que decidem os rumos dos negócios, os rumos da cooperativa.
E para inovar é preciso pensar, a todo o momento, em soluções que vão ajudar a resolver os problemas das pessoas. Pode ser uma solução para a entrega de produtos ou serviços aos clientes, para otimizar o dia a dia dos cooperados e colaboradores dentro das cooperativas, tem como inovar em muitas frentes diferentes. Não são as tecnologias usadas que inovam por si só, mas sim as pessoas que as utilizam para fazer a inovação acontecer. Por isso é tão importante que se tenha um olhar bem atento para a cultura organizacional, pois ela pode influenciar, despertar um sentimento de motivação ou até de desmotivação, de pertencimento ou não-pertencimento, e que certamente irá impactar na tentativa de inovar. É importante lembrar que a inovação pode acontecer em qualquer setor de uma instituição, todos podem inovar.
Um conjunto de pessoas em torno de um propósito deveria ser a essência de qualquer empresa. Se não há engajamento entre colaboradores, se as pessoas na maior parte do tempo estiverem infelizes com o seu trabalho, sem dúvida será muito mais difícil implementar um processo de inovação. Especialmente em organizações muito grandes ou com uma cultura corporativa muito tradicional. A mudança de mindset necessária para inovar, que invariavelmente depende das pessoas envolvidas no processo, vai esbarrar em uma série de obstáculos. Agora, se você tem na sua organização um ambiente, ao contrário disso, com todos esses pontos positivos, o caminho está aberto para a inovação.
Aprendizado e coragem para inovar
O assunto aqui continua sendo as pessoas. Quais são os profissionais mais buscados pelo mercado hoje? Entre esses profissionais, quantos deles tiveram formações específicas nas áreas em que atuam? Essas são duas questões que colocam em xeque não apenas a necessidade de uma reformulação do nosso sistema educacional como um todo, mas também a forma como as organizações devem olhar para os candidatos na hora de contratar profissionais para a criação de soluções inovadoras.
As tendências estão se materializando cada vez mais rápido e, para acompanhá-las, novos profissionais - que saibam trabalhar com elas - precisam surgir, estar disponíveis no mercado. Mas não surgir do nada. Isso já vem acontecendo.Muitos já estavam alocados em áreas específicas e se reinventaram, aprendendo uma forma de se trabalhar. A mudança de mindset fez com que esses profissionais se destacassem e ganhassem espaço, mas a tendência é que crianças e jovens que ainda estão em formação aprendam a lidar com as mais variadas tecnologias desde cedo. Quando os “pós-millennials” chegarem ao mercado de trabalho estarão muito mais preparados para lidar com a multiplicidade de possibilidades, prontos para atuarem em áreas que ainda nem existem.
Para quem já está no mercado de trabalho, o Vinícius reforçou a importância do longlife learning, que é o aprendizado constante ao longo da vida. O profissional que atualiza seus conhecimentos com frequência e tem coragem para se reinventar na carreira. Leonardo da Vinci e Steve Jobs foram alguns dos exemplos que foram citados como pessoas que abraçaram novos conhecimentos e foram além de seus campos de atuação. Ambos mantinham o olhar sempre à frente de seu tempo. Para ser inovador é preciso ter coragem e resiliência para lidar com o diferente e com as adversidades.
4ª Revolução Industrial
Com a chegada da chamada 4ª Revolução Industrial, uma grande quantidade de tecnologias se sobrepuseram, ocuparam todos os espaços e estão acessíveis - em maior ou menor proporção - às pessoas. O impacto disso no mundo é irreversível. Agora, os negócios só precisam se entender e se apropriar adequadamente dessas tecnologias para implementá-la no dia a dia.
Segundo Vinícius David, para “surfar nessa onda” as organizações não precisam necessariamente criar algo novo, mas estarem atentas para reinventar formas e comportamentos, agregar tudo o que já foi dito - motivar pessoas, tê-las como ponto central do processo de inovação, olhar as tendências e aproximá-las da sua realidade. Ele, inclusive, fala mais a respeito do assunto neste artigo publicado no seu perfil no LinkedIn (vale à pena, inclusive, segui-lo para acompanhar outros insights!).
Gostou do nosso resumo com alguns dos principais pontos do webinário de lançamento do InovaCoop com Vinícius David?! Tem muito mais, assista agora à íntegra no YouTube do Sistema OCB!
Recomendamos também a leitura do artigo "O que é necessário para criar produtos e serviços extraordinários", publicado por Vinícius na Gazeta do Povo, no qual ele destaca cinco pontos que um gerente/head de produto precisa saber para inovar!
A maneira como uma cooperativa trata a inovação determina sua capacidade de evoluir e se manter relevante no mercado.
O InovaCoop surgiu com a finalidade de disseminar a cultura de inovação no cooperativismo. Para isso, é importante começar com a definição: o que é inovação? A resposta não pode ser trivial, pois é a partir dela que uma organização consegue determinar metas e medir avanços.
Não há resposta certa ou errada, mas caminhos a serem seguidos. O mais importante, com isso, é chegar a uma definição que seja reflexo da própria cultura cooperativa. Afinal, inovar tem a ver com questionar a situação e abandonar o conformismo. Ou seja, a inovação será diferente em cada cooperativa.
Vamos, então, mostrar quais são esses caminhos para a inovação, a fim ajudar sua cooperativa a encontrar a resposta mais adequada para ela. Também iremos abordar como se dá o desenvolvimento da cultura de inovação, essencial para a obtenção de resultados de longo prazo. Conheça, ainda, quais são os principais tipos de inovação. Boa leitura!
O que é inovação - e por que ela é diferente de invenção
O conceito de invenção pode ser definido como uma nova forma de se fazer algo. Nesse sentido, uma invenção não é, necessariamente, uma inovação. Uma solução só se torna inovadora quando ganha uma aplicação efetiva. Ou seja, quando pode ser apropriada pelas pessoas e passa a gerar valor aos negócios e à sociedade.
É importante fazer essa diferenciação para entendermos que inovação não é resultado, obrigatoriamente, de uma invenção. No entanto, como dissemos, a inovação melhora a forma como fazemos as coisas. Assim, além de criar algo novo do zero, a inovação também envolve pegar alguma coisa que já existe e aprimorá-la ou transformá-la em outra coisa.
A importância da cultura de inovação
Alguns especialistas em inovação, como Marcelo Nakagawa, coordenador do Programa de Inovação da Fapesp, afirmam que a transformação digital tem data de validade. Isso acontece porque uma vez que uma nova ideia ou ferramenta é adotada em massa, ela perde seu caráter inovador.
Pense bem: uma loja que oferecia vendas pela internet no começo dos anos 2000 era inovadora. Atualmente, o e-commerce já responde a uma parcela enorme do varejo global. Ter uma loja online, hoje, é o esperado para praticamente qualquer negócio.
Isso está longe de significar que investir em inovação não importa. Pelo contrário: é preciso fazer com que a capacidade de inovar passe a fazer parte do DNA das cooperativas. Ou seja, que não gastem mais tanta energia para pensar nisso, pois já fará parte da mentalidade, da forma de pensar da cooperativa.
Por isso é tão importante entender o que é inovação e como se constrói uma cultura inovadora. Afinal, na era digital, as revoluções são constantes. Agora estamos de olhos nos avanços da inteligência artificial, mas qual será o próximo grande avanço? Somente as cooperativas que já tiverem resolvido a questão da cultura de inovação serão capazes de se adaptar .
Inovação não é sinônimo de tecnologia
Cultura de inovação é entendida como a capacidade que uma cooperativa tem de reinventar processos. Ou seja, inovar é importante para torná-los mais dinâmicos e férteis ao desenvolvimento de novas visões estratégicas. Dessa forma, a inovação não tem, necessariamente, a ver com alta tecnologia.
Não à toa, portanto, o Diretor Corporativo de Tecnologia e Inovação do Grupo Siemens no Brasil, Ronald Dauscha, acredita que a cultura de inovação reside na ausência de obstáculos à criação e desenvolvimento de ideias.
No Cooptech Summit 2022, um evento sobre inovação no cooperativismo, Luis Felipe Saldanha, diretor administrativo financeiro da Unicred, explicou que a inovação tem mais a ver com humanos do que com máquinas:
“Se você não muda as cabeças das pessoas, a cultura, não adianta ter tecnologia de ponta. Inovação nem sempre está ligada à tecnologia. Uma readequação de processos já é algo inovador”.
7 elementos para construir uma cultura de inovação nas cooperativas
O que está por trás de uma cultura de inovação é um comportamento analítico e aberto disseminado por toda a organização, que permita a proliferação de ideias. Com isso, elas podem ser compartilhadas e avaliadas. Vamos listar 7 fatores importantes nessa jornada, confira!
1. Visão clara
Possivelmente, esse é o elemento mais importante. A cooperativa precisa definir com clareza o que espera em termos de inovação. Ou seja: quais são os objetivos a serem alcançados, como as metas serão avaliadas e como vai se comportar quando encontrar obstáculos no caminho. Uma cultura de inovação bem sucedida exige, portanto, caminhos inteligentes e coerentes.
2. Espaço para novas ideias
Um ambiente propício implica que as novas ideias encontram espaço em todos os âmbitos da cooperativa. Isso significa manter uma postura que vai além do discurso - é preciso incentivar colaboradores a expressarem ideias, celebrar conquistas e mostrar resultados de posturas inovadoras.
O diálogo, dessa maneira, deve ter espaço para que todos se sintam à vontade para se expressar. O exemplo, como sempre, vem de cima. Para mostrar aos colaboradores que uma nova postura está sendo implementada, o ideal é que os próprios líderes adotem uma postura inovadora e questionadora.
3. Mente digital
A inovação e a tecnologia são grandes aliadas. Por isso, as cooperativas precisam extrair dos avanços tecnológicos o combustível que impulsiona a inovação. É possível melhorar organização e agilidade de projetos, aprimorar comunicação e reduzir burocracias com o redesenho de processos e uso de aplicativos de comunicação remota, gestão de tempo e compartilhamento de tarefas e documentos.
Além disso, os avanços tecnológicos acontecem a todo momento. A mente aberta e antenada significa que a cooperativa pode enxergar o potencial das novidades do mundo da tecnologia e aplicar as novas ferramentas para otimizar os negócios.
4. Tendências em foco
Como vimos, inovar não é, necessariamente, inventar. Aliás, se sua cooperativa tem dificuldade para começar a inovar, o ideal talvez seja começar acompanhando boas práticas e tendências até amadurecer sua própria forma de inovar.
Assim, reserve um tempo no dia a dia para se informar, observando quais são as estratégias e soluções que têm sido adotadas com sucesso em outras instituições. O InovaCoop listou, inclusive, as principais formas de se acompanhar as tendências de inovação.
5. Ambientes agradáveis e colaborativos
Um dos elementos mais disseminados acerca de culturas corporativas inovadoras é, sem dúvida, o dos ambientes modernos de startups e empresas de tecnologia. E eles não existem por acaso. Afinal, auxiliam em termos visuais e sonoros ao estímulo à criação e ao descanso.
Esses ambientes promovem, ainda, a convivência produtiva e proporcionam motivação e inspiração necessárias à inovação. Não é necessário, entretanto, promover uma revolução nos escritórios para deixá-los com cara de startup. Mas incorporar alguns elementos pode ser benéfico. Como exemplo, paredes adaptadas para receber post-its ou mesmo serem escritos diretamente sobre as superfícies.
6. Um avanço por dia
A cooperativa não vai se tornar inovadora da noite para o dia. No entanto, o processo de construção da cultura da inovação precisa ser contínuo e consistente. Ao longo dele, é fundamental manter colaboradores motivados e engajados. Assim, a cada dia busque aprender e compartilhar novas ideias e conceitos, ilustrando como a inovação acontece na prática.
7. Não tenha medo de errar
Inovar exige coragem, pois nem sempre você e seu time vão acertar nas escolhas. E isso é bom, pois o erro faz parte do processo. O segredo está na correção rápida de rota, minimizando prejuízos para desenvolver aprendizado e resiliência.
Tipos de inovação possíveis
Uma cooperativa não precisa e nem deve restringir sua capacidade de inovação apenas a produtos e processos. E é a partir da criação da cultura de inovação que é possível perceber isso.
Ainda assim, nem sempre é fácil observar oportunidades de inovação dentro das organizações. Além de restringir as possibilidades, a falta de visão sobre onde inovar acaba, em alguns casos, tornando a inovação dependente de tecnologia.
Com este problema em foco, o professor e pesquisador Mohan Sawhney, da Northwestern Kellogg School, desenvolveu um radar de inovação que pode auxiliar no diagnóstico das inovações nos negócios e também para identificar oportunidades.
Assim, para ele, a inovação pode acontecer em 12 diferentes frentes. Confira quais são as possibilidades listadas por Sawhney em seu radar de inovação:
- Oferta (O quê? What?) - Desenvolvimento de novos produtos ou serviços inovadores.
- Plataforma - Usar componentes em comum ou módulos para criar ofertas derivadas inovadoras.
- Soluções - Criar ofertas integradas e customizadas que resolvam problemas dos consumidores de uma ponta à outra.
- Clientes (Quem? Who?) - Descobrir necessidades do cliente ainda não atendidas ou identificar novos segmentos de clientes.
- Experiências do consumidor - Redesenhar das interações do cliente através de todos os pontos e momentos de contato.
- Captura de valor - Redefinir como a cooperativa obtém receita a partir de produtos e serviços já existentes ou inovadores.
- Processo (Como? How?) - Redesenhar dos processos operacionais principais para aumentar a eficiência.
- Organização - Modificar a forma, função ou escopo de atividade da cooperativa.
- Cadeia de fornecimento - Pensar de maneira diferente sobre o fornecimento.
- Presença (Onde? Where?) - Criar novos canais de distribuição ou pontos de presença inovadores, incluindo os espaços em que as ofertas possam ser adquiridas ou utilizadas pelos consumidores.
- Relacionamento - Criar redes de ofertas inteligentes e integradas.
- Marca - Promover uma marca em novos domínios.
Uma vez que as possibilidades de inovação sejam identificadas ao realizar o diagnóstico com o radar, é importante que a cooperativa conte com as ferramentas adequadas para criar a inovação de fato.
Conclusão: entender o que é inovação é o primeiro passo para inovar
Inovar não é mais uma opção para as cooperativas, é fundamental para sua competitividade. É preciso implementar uma cultura mais aberta a mudanças e mais adaptável. Afinal, é importante pensar no que virá depois da transformação digital.
O que se espera é que as organizações sejam capazes de absorver mais rapidamente as transições, que tendem a ser cada vez mais frequentes na nova economia.
Além disso, é importante que a cultura de inovação da cooperativa extrapole a visão para além de produtos e processos. Como vimos, há pelo menos 12 diferentes aspectos que podem ser considerados ao inovar.
A inovação é um processo que pode ser potencializado quando a ferramenta correta é usada
Inovação é fruto de processo consistente e bem fundamentado. A busca por soluções e estratégias diferenciadas é, então, fundamental para incorporar uma cultura inovadora. Existem ferramentas e metodologias que impulsionam a inovação. Logo, para ser bem-sucedido demanda o uso de ferramentas de inovação adequadas. Caso contrário, a cooperativa corre o risco de sequer obter resultados a partir de suas iniciativas inovadoras.
Em alguns casos, mesmo que os resultados venham, não há métricas estabelecidas para avaliar o impacto. Por isso, é preciso recorrer aos instrumentos adequados para promover o processo de inovação. Ou seja: desde a pesquisa de mercado até a aplicação de fato da inovação é possível contar com instrumentos que organizam e aceleram o processo.
Neste artigo, vamos falar de algumas dessas ferramentas de inovação mais adequadas de acordo com a etapa do projeto e do objetivo de sua cooperativa. Boa leitura!
1. Ferramentas de inovação para entender o mercado e seus consumidores
As tendências de consumo são dinâmicas e as mudanças ocorrem rapidamente. Portanto, nunca foi tão importante entender melhor o consumidor para inovar de acordo com seus desejos e necessidades. Confira algumas ferramentas de inovação para apoiar esse processo!
Persona
Para desenvolver um novo processo ou um novo produto é importante saber para quem ele será feito para que a inovação gere valor para alguém. Persona é o nome que se dá ao perfil fictício baseado em dados de clientes reais. Isto é, representa quem de fato será impactado pela solução a ser desenvolvida.
O primeiro passo para a criação da persona é a coleta de dados, que pode ser feito por meio de entrevistas e pesquisas de mercado. Nesse sentido, é importante pensar nas perguntas a serem feitas.
Depois disso, a cooperativa deve mapear os fatores demográficos (idade, sexo, profissão, renda, cidade) e psicográficos (valores, interesses, preocupações, sonhos,comportamento de consumo e de percepção sobre a sua instituição).
Por fim, é imprescindível analisar os dados, comparando as respostas obtidas a partir de diversas entrevistas. Por fim, chega o momento de estruturar a persona como se fosse, de fato, uma pessoa real. Assim, no desenvolvimento do projeto em questão é importante pensar se ele vai gerar valor para seu público final, que está representado pela persona.
Mapa de empatia
Ao pensar em inovação, o ponto de partida é sempre se colocar no lugar de quem vai se beneficiar dela. Então, ouça seus consumidores em profundidade para entender necessidades e problemas. Daí você vai descobrir como sua cooperativa pode ser útil para eles.
É aí que o mapa de empatia te ajuda. Ele orienta a discussão a partir da perspectiva do cliente.
Por meio de um framework preestabelecido, o mapa de empatia externa o conhecimento que se tem sobre a persona. Com isso, permite criar um entendimento compartilhado acerca das necessidades e auxilia na tomada de decisões.
Através desta ferramenta, sua cooperativa também se torna capaz de explorar diferentes aspectos e considerar sentidos diversos para entender como a persona pode reagir ao ser exposta à inovação. Confira este artigo que preparamos sobre essa ferramenta de inovação!
Design Thinking
O design thinking propõe que a inovação seja inovação centrada no usuário. A finalidade, com isso, é criar experiências de consumo altamente desejáveis, viáveis tecnologicamente e rentáveis.
Ela ainda permite ampliar conhecimento sobre o consumidor e como transformar informações em negócios. Assim, trata-se de um método para resolução prática e criativa de problemas ou questões.
Esta abordagem, usada para solucionar problemas de maneiras alternativas, está baseada em 3 características principais:
- Foco na experiência humana (empatia) - Para entender melhor o público e buscar soluções com mais eficiência e valor agregado.
- Multidisciplinar e Colaborativo - A diversidade de perspectivas no time enriquece o desenvolvimento.
- Tangibiliza ideias - Experimentação para testar as possíveis soluções acelerando processos, otimizando recursos e aprimorando resultados.
Tem sido uma abordagem criativa que atrai cada vez mais organizações, inclusive cooperativas, interessadas em romper com moldes antigos. Também confira nosso curso de Definição aplicada ao Design Thinking no CapacitaCoop!
Benchmarking
Esta ferramenta permite entender como sua cooperativa se compara a outra. A finalidade é ter uma referência sobre onde a organização está e onde pretende chegar. Por meio do benchmarking é possível comparar e aprender com:
- Padrões do setor e melhores práticas
- Práticas dos concorrentes e demais players do setor
- Empresas de outros setores, mas com processos semelhantes que possam inspirar
- Desempenhos passados da cooperativa
O Sistema OCB conta com um programa de benchmarking cooperativista. Confira como ele funciona e quais os passos para que sua cooperativa possa aderir!
Análise SWOT
Esta ferramenta de inovação permite ter uma visão geral da cooperativa por meio da análise de pontos fortes e fracos, além da identificação de oportunidades e ameaças de mercado. Aliás, SWOT é a sigla em inglês para strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças).
A partir daí, a cooperativa pode vir a promover melhorias pontuais nos pontos mais críticos e que necessitam de mudanças e de atenção urgentes.
2. Ferramenta de inovação para identificar oportunidades
As oportunidades de inovação estão em todos os lugares. Isso não quer dizer, entretanto, que identificá-las seja uma tarefa simples. Confira essa ferramenta de inovação que pode ajudar nessa etapa!
Brainstorming
Esta abordagem de grupo favorece a geração de ideias relacionadas a assuntos específicos. Por meio dela os participantes conseguem expressar percepções variadas. Ou seja, ela dá espaço para ideias distintas que podem trazer insights para o desenvolvimento da solução final.
Para colocar o brainstorming em prática, a cooperativa pode:
- Incentivar os membros da equipe a compartilhar ideias
- Organizar reuniões periódicas com a equipe
- Premiar e reconhecer profissionais que compartilham ideias
- Experimentar diferentes abordagens para conduzir o brainstorming de forma criativa
- Conferir o nosso guia prático sobre brainstorming
3. Ferramentas de inovação para formatar o projeto
Planejar a execução dos projetos inovadores também é uma tarefa imprescindível! Veja o que pode apoiar sua cooperativa no processo.
5W2H
Uma vez que sua cooperativa já tenha ouvido os clientes e identificado as oportunidades para inovar, o 5W2H ajuda a dar forma ao projeto.
Ele propõe responder a sete perguntas, pois os 5W e os 2H derivam das iniciais das palavras em inglês What (O quê), Why (Por quê), Who (Quem), Where (Onde), When (Quando), How (Como) e How much (Quanto). Ao responder os sete pontos o projeto toma forma.
Business Model Canvas
Mais um framework de inovação, o Business Model Canvas auxilia na compreensão e percepção das mudanças que precisam ser feitas e das oportunidades que podem ser aproveitadas.
Usualmente, ele é aplicado a fim de potencializar estratégias já existentes, promover novos modelos de negócios ou aprimorar aqueles que já apresentam bons resultados.
4. Ferramentas de inovação para implementar a ideia
Depois de todos esses passos, o grande desafio é colocar a ideia em prática! Para isso, há uma série de ferramentas de inovação bastante úteis, tais quais:
Design Sprint
Esta ferramenta é um desdobramento do Design Thinking de forma estruturada e sua finalidade é propor soluções e validar, em apenas 5 dias, ideias ainda em estágio inicial. Assim sendo, o maior benefício do Design Sprint é sua agilidade e baixo custo para testar ideias. Além disso, ele acelera a cultura de inovação e colaboração dentro de uma organização.
Em suma, a partir de um problema a ser resolvido o time se reúne e segue as etapas descritas. O ideal é que o time conte com, pelo menos, o dono da ideia, um designer, um product manager, alguém que conheça os usuários (ou um usuário) e um desenvolvedor.
A Design Sprint se divide em cinco etapas, cada uma acontecendo em um dia:
- Unpack: todos os participantes falam tudo o que sabem sobre a ideia. A finalidade é alinhar o time sobre o entendimento do desafio para dar início à Sprint
- Sketch: individualmente, as pessoas começam a desenvolver soluções para o problema. Ao fim do dia, todos criticam abertamente os trabalhos desenvolvidos
- Decisão: neste momento, o time já tem um volume considerável de ideias. O objetivo do terceiro dia é filtrar as ideias, pois não será possível prototipar todas.
- Prototipe: com o objetivo de montar um protótipo da ideia escolhida no dia anterior, o time deve escolher uma ferramenta de prototipação e ser muito produtivo
- Teste: nesse momento os usuários vão testar o protótipo e dar feedback ao longo do dia. É a partir da percepção dos usuários que o time decide se a ideia vai pra frente ou não.
Veja nosso guia prático para aprender a aplicar essa ferramenta de inovação!
Prototipagem
O protótipo representa uma ideia de forma simples e compreensível para todos os envolvidos no desenvolvimento. Este tipo de ferramenta reduz o custo para o teste das soluções desenvolvidas.
Por meio da prototipagem o produto ou solução é submetido a interações com o mercado que permitem corrigir eventuais problemas. Esse é um recurso usado para geração de conceitos, testes ergonômicos e funcionais e produção de pequenos lotes iniciais. As vantagens em se prototipar são:
- Contribuir para defesa de uma proposta;
- Permitir a validação de soluções por seus consumidores reduzindo os riscos de ajustes no produto pronto;
- Acelerar o processo de refinamento das soluções com a lógica: errar rápido para acertar rápido.
Mínimo Produto Viável (ou MVP, em inglês)
O MVP é mais elaborado que um protótipo, pois se aproxima ao máximo da realidade da proposta. Para isso, ele oferece o mínimo de funcionalidades com o objetivo de testar o produto no mercado. Em resumo, é um conjunto de testes primários que visam validar a viabilidade da ideia, propondo experimentações práticas a partir de um produto minimamente viável.
O produto levado a público tem um mínimo de recursos que, ainda que de forma limitada, entregam valor ao usuário/consumidor. A ideia do MVP é provar a visão inicial da proposta, colocando-a à prova do mercado.
Quando o MVP for testado e não tiver 100% de aprovação - o que é muito provável - a ideia é colher os feedbacks e aprender com o processo para aperfeiçoar a proposta ou trazer uma nova.
Conclusão
O uso de ferramentas adequadas torna o processo de inovação muito mais consistente, pois orienta na criação de estruturas e mecanismos eficientes. Dessa maneira, permitem economizar tempo e evitar erros comuns.
Ainda que sua cooperativa não adote todas as ferramentas existentes, é interessante conhecer todas. Afinal, elas consolidam boas práticas e trazem insights que podem ser úteis no processo de transformação digital da cooperativa!
Neste post mostramos quais as vantagens de uma equipe múltipla, além de um caminho possível para inovar a partir dela!
Montar um time de profissionais de capacidades, técnicas e experiências diferentes é uma opção para as fortalecerem seus processos e sua cultura, potencializando a forma de atuar. Esse tipo de formação, variado e complementar entre os seus membros, é o que chamamos de equipe multidisciplinar.
Essa configuração é importante, pois, uma cooperativa forte é formada por pessoas que sustentam cada ponto da organização. Assim, o time múltiplo e bem estruturado é necessário para o sucesso de qualquer empreendimento e é a partir dele que pode nascer, também, a inovação.
É justamente sobre isso que vamos falar agora.
O que é equipe multidisciplinar?
Equipe multidisciplinar é um time de profissionais de diferentes áreas do conhecimento que se complementam, a fim de possibilitar maior abrangência na discussão do problema e criar melhores alternativas de soluções, do ponto de vista da inovação e da entrega de valor.
A ideia é unir talentos sob um objetivo comum para que, juntos, possam contribuir com a sua individualidade de maneira a fortalecer o coletivo. Ou seja, um fluxo de aprendizado e interação em que cada um, a partir da sua área de domínio, possa agregar e gerar conhecimento e, ao aprender com os demais, também consiga utilizar tais conhecimentos a favor da tarefa a ser cumprida.
Como montar equipes multidisciplinares?
O time multidisciplinar varia conforme a natureza do objetivo a ser solucionado. Afinal, o que auxilia na criação de um software de finanças, provavelmente contribuirá pouco com o desenvolvimento de um alimento vegano.
Assim, é ideal ter clareza quanto ao objetivo a ser cumprido para que se possa mapear e selecionar as áreas de conhecimento certas para ele.
E, para além das competências técnicas, também é necessário avaliar habilidades comportamentais na seleção do profissional em si, pois, para funcionar, essa formação múltipla depende de algumas premissas.
Princípios de trabalho de times multidisciplinares
Esse tipo de grupo tem sempre alguns denominadores em comum que garantem o bom funcionamento das suas funções e processos. Comunicação é um dos pontos que marcam as equipes multidisciplinares. Por virem de contextos distintos e enxergarem pontos de vista diferentes, as discussões e construções tendem a ser mais ricas.
Ademais, a colaboração é outro ponto importante. Uma vez que haja perfis diferentes e conhecimentos técnicos variados, tal junção exige que esses profissionais interajam mais na hora de executar qualquer plano ou tarefa. Com isso pretende-se que cada um se faça entender pelos demais e possibilite a construção de novas ideias.
Decisões mais seguras
Ao integrar diferentes competências, as decisões são tomadas a partir de maior embasamento. Com isso se tem ações mais assertivas, pois, com o auxílio dos diferentes profissionais é possível avaliar inúmeras variáveis e perspectivas de cada problema ou atividade a ser sanada.
Assim, na escolha dos membros, ainda que haja o papel da liderança para estabelecer o ritmo do trabalho, há a necessidade de que os membros saibam ouvir, sejam abertos a novas possibilidades, pré-dispostos a partilhar informações, construir e debater ideias.
Desafios da equipe multidisciplinar
Pessoas tendem a dialogar mais e melhor com os seus pares e em times multidisciplinares é tirado esse conforto. Contudo, a conversa e a colaboração precisam funcionar, já que cada membro tem a sua própria contribuição, pois, ser multidisciplinar não significa apenas abrigar profissionais com distinções – eles precisam agir de forma complementar para resultar em melhores resultados.
Outra questão é a confiança e segurança que precisam ser geradas, uma vez que os membros da equipe precisam poder contar uns com os outros para tomar decisões. A tendência de se firmar na própria ideia, ao invés de avaliar o melhor para a persona deve ser monitorada e mitigada.
Dados os entraves que podem atrapalhar o trabalho da equipe múltipla, vale saber como orientar o trabalho para resultados positivos.
Como gerir um time multidisciplinar?
Uma das características dessa configuração de trabalho é a liderança situacional. Assim, a cada projeto, além de profissionais poderem ser retirados e/ou somados, dada a necessidade, também pode haver variação na liderança, de acordo com a área proeminente do objetivo a ser cumprido ou da natureza do projeto. E, para que consigam produzir juntos, o líder vigente precisa cumprir algumas etapas.
Etapas estabelecidas
Todo profissional precisa entender o que e como fará algo, ainda que o resultado seja desconhecido por todos. Contudo, limitar demais o que cada um fará não cria o ambiente de convergência favorável à inovação.
A abordagem design thinking proporciona esse equilíbrio entre manter todos sob um fluxo organizado, sem comprometer, no entanto (ao contrário, o DT potencializa), a criatividade.
Fortaleça o coletivo
É sempre positivo realçar o papel do time. Isso requer monitoramento e também intervenções, pois, certamente, haverá a necessidade.
Tais intervenções devem ser de forma a auxiliar o processo a voltar a ser construtivo e não uma repreensão ao comportamento em si.
Assim, se algum dos profissionais estiver falando demais, é preciso intervir e pedir a opinião dos demais. Caso haja desvio do assunto, perguntar como aquele ponto contribui com a tarefa a ser cumprida e relembrar o último ponto produtivo para que possam avançar.
Feedbacks
Feedbacks individuais são sempre bem-vindos, tanto para reconhecimento positivo quanto para ajustes.
É interessante que haja esse tempo separado, pois, com o trabalho coletivo, pode surtir a sensação de não estar sendo visto, o que pode gerar desmotivação ou uma necessidade excessiva de se mostrar presente.
Ao estabelecer a prática do feedback consegue-se equilibrar o desenvolvimento individual com o coletivo.
Por que um time multidisciplinar faz a diferença?
Há diversos benefícios para a cooperativa como um todo. O primeiro deles é que esse caráter significa equipes mais autossuficientes. Um time de pessoas que contribuem de formas distintas e complementares depende menos de interferência externa. Tudo se resolve mais facilmente sem precisar de suporte de pessoas de fora.
A comunicação é um desafio que pode ser contornado quando bem trabalhado. Colocando sempre pontos que estimulam o diálogo, o time como um todo tem a ganhar quando pessoas diferentes contribuem para um mesmo objetivo. Os envolvidos em equipes multidisciplinares também aprendem mais ao disseminar, cada um, o que sabe.
Trabalhar em meio a uma time multidisciplinar também pode ser uma forma de liberar a criatividade. As pessoas conseguem contribuir mais individualmente e, cada um com sua expertise, promover discussões mais diversas, com pontos de vista que podem levar a caminhos até então não imaginados por pessoas que pensariam de forma mais parecida. Com essas características da multidisciplinaridade das equipes, um bônus provável e muito importante para as cooperativas é a geração de motivação.
Motivação
A ideia de trabalhar com pessoas diferentes, somado aos benefícios do time multidisciplinar, tende a elevar os colaboradores a um estado de motivação superior. Isso porque se fomenta o aprendizado e a criatividade, fazendo com que se sintam mais satisfeitos e também desafiados. Em um nível individual, o caráter multidisciplinar de uma equipe colabora também para o desenvolvimento do profissional. Aprender a lidar com colegas que trazem algo diferente para o trabalho ajuda no crescimento do profissional como alguém que lida melhor com as diferenças e aprende com os outros.
Além disso, os profissionais integrantes consegue desenvolver mais facilmente uma característica importante para se dar bem no mercado atual: a empatia. A empatia é a capacidade de se imaginar no lugar de outros para entender em profundidade os seus problemas, dores e buscar soluções para resolvê-los. Tê-la significa ter a capacidade de desenvolver soluções melhores, uma vez que se preocupa e tem a capacidade de entender a dor do público-alvo.
Afinal, ao trabalhar com a diversidade e a pluralidade de ideias, fica mais fácil se colocar no lugar das outras pessoas. Situação essa que facilita a geração de insights e soluções que vão gerar valor real para outras pessoas e organizações. As características, fatores e vantagens da equipe múltipla, quando combinadas, tem potencial para algo importantíssimo para as cooperativas: a geração de inovação.
Como equipes multidisciplinares geram inovação?
Inovação significa mudar a forma de resolver problemas, ao propor soluções melhores e inéditas, em diferentes graus (completamente nova ou acrescentando atributos), que agreguem um valor perceptível (facilidade, otimização de tempo e tantos outros) para o cotidiano do público ao qual é destinado. Assim, cooperativas que desejam inovar, criar em um time multidisciplinar é caminhar nessa direção.
Isso acontece, em primeiro lugar, porque multidisciplinaridade denota um diálogo mais forte. Para quem quer começar a pensar em inovar, o diálogo é um bom ponto de partida – é a partir dele que ganha forma a etapa de brainstorm e de levantamento de hipóteses para resolver qualquer situação.
Como a multidisciplinaridade traz pontos de vistas e experiências distintas, a busca por soluções inovadoras já começa mais favorável – pessoas diferentes contribuindo para uma solução conseguem pensar e enxergar situações de forma mais ampla.
Imagine uma cooperativa que produz e vende inovações tecnológicas para pessoas comuns. Se sua equipe for extremamente técnica na hora de pensar nas soluções do negócio, sem um olhar de quem vem de outras áreas, formações e contextos, o produto final pode não ficar claro o bastante para quem for utilizar. E uma tecnologia que não é intuitiva e não consegue ser utilizada corretamente pelos consumidores não merece ser chamada de inovadora.
Mindset necessário
Por fim, a inovação deve ser vista como um verdadeiro processo e um mindset necessário para o dia a dia das cooperativas. Para inovar de verdade, organizações e profissionais precisam trabalhar continuamente em busca de soluções de valor real.
Quando a equipe é multidisciplinar e consegue trabalhar de forma colaborativa e concentrada, fica muito mais fácil desenvolver, ao longo do tempo, a ideia de inovação na teoria e na prática. A multidisciplinaridade do time, então, colabora para desenvolver a ideia de inovação e buscá-la pelo caminho do diálogo, da empatia e da complementação de ideias e aprendizados. Assim, é claro, fica muito mais fácil inovar!