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<p>Conheça mais sobre o intraempreendedorismo e veja como aproveitar os talentos internos para inovar na sua coop!</p>

Intraempreendedorismo: transformação de dentro pra fora

Motivação, criatividade, cooperação, trabalho voltado à solução de problemas e obtenção de resultados são características dos intraempreendedores


Temos certeza que você já ouviu falar sobre empreendedorismo diversas vezes. Entretanto, você conhece de fato o intraempreendedorismo? Em termos gerais, trata-se do ato de empreender internamente nas instituições, aproveitando os talentos dos colaboradores e cooperados.

A ideia principal é gerar novas possibilidades, oportunidades de negócio e até melhorar os processos dentro de uma organização. Há casos muito famosos de inovação que surgiram graças aos intraempreendedorismo, como a invenção do Post-It, da 3M; do PlayStation, da Sony; e do Gmail, do Google.

De certa maneira, o intraempreendedorismo tem a ver com a reinvenção de um negócio que já existe. Por isso, ele tem potencial para ser uma ótima opção para cooperativas. Neste artigo, vamos entender melhor sobre o que é intraempreendedorismo e como as cooperativas podem colocá-lo em prática. Aproveite a leitura!

Intraempreendedorismo nas cooperativas

Além da proposta de reinvenção, o intraempreendedorismo pode até promover o engajamento de equipes e trazer fortalecimento para a cultura das organizações. Em suma, ele pode ser um caminho bastante eficiente para criar e consolidar a cultura de inovação entre os colaboradores e associados de uma cooperativa.

Por isso que, quando aplicado a uma organização coletiva, o conceito pode abrir espaço para a geração e o aproveitamento de ideias e sugestões de melhoria com relação a produtos, aos serviços e processos da instituição.

Empreendedorismo x Intraempreendedorismo

Como o próprio nome sugere, o intraempreendedorismo deriva do empreendedorismo. Assim, o perfil dos colaboradores mais inclinados a abraçar este conceito dentro das organizações se assemelha ao das pessoas que optam por empreender por conta própria.

Como características mais marcantes entre empreendedores, destacam-se: motivação, criatividade, coragem, cooperação, inovação, trabalho voltado à solução de problemas e obtenção de resultados, proatividade, dentre outras.

Assim, quando eles trabalham em um ambiente corporativo, a tendência é que procurem criar soluções para identificar os problemas e criar estratégias para lidar com eles e, assim, tornar todo o ambiente mais produtivo e humanizado.

Motivos para incentivar o intraempreendedorismo

O conceito de intraempreendedorismo ganhou força a partir da cultura das startups, uma vez que elas costumam adotá-lo com frequência. Isso acontece porque ele proporciona sensação de pertencimento e de autonomia aos colaboradores. Com isso, a capacidade de reter talentos aumenta, mantendo os colaboradores motivados. Junto à motivação, há um aumento da produtividade dentro das organizações.

Nesse sentido, o intraempreendedorismo é um recurso bastante poderoso para reduzir o índice de rotatividade. Consequentemente, as despesas com demissões e novas contratações para as companhias são reduzidas.

A partir do incentivo, as organizações criam um ambiente colaborativo, de engajamento, de proatividade, e de envolvimento com os objetivos da cooperativa. Assim, os colaboradores estão empenhados em diagnosticar os problemas existentes e os gargalos que atrapalham a operação.

Tudo isso porque o senso de pertencimento é inerente ao intraempreendedorismo, fazendo com que os colaboradores se empenhem em melhorar seu próprio trabalho e a cooperativa como um todo.

Por proporcionar um ambiente livre de censura ou punição por erros, o novo conceito torna as organizações mais propícias à inovação. Entre os benefícios de se implementar políticas de intraempreendedorismo nas cooperativas podemos listar os seguintes:

Desafios do intraempreendedorismo

Apesar de a ideia de implantar esse novo conceito nas organizações ser muito positiva, alguns desafios podem aparecer no processo de amadurecimento de uma cultura de intraempreendedorismo. Por vezes, uma mudança na cultura organizacional e um maior incentivo são necessários.

Nesse sentido, companhias tradicionais podem ter uma maior dificuldade para se tornarem empreendedoras sem precisar de ajuda externa. Entretanto, para driblar esses obstáculos, é importante que a colaboração entre os departamentos seja incentivada.

Como criar um ambiente propício ao intraempreendedorismo

O sucesso de uma iniciativa de intraempreendedorismo está relacionado ao estímulo que é dado a partir dos níveis gerenciais. É a partir dessa camada da hierarquia das empresas que é promovida uma série de mudanças no local de trabalho. A finalidade é otimizar todas as circunstâncias e áreas da empresa.

Para que você consiga implementar esse conceito em sua organização, listamos algumas das maneiras que os líderes de uma cooperativa têm para incentivar o intraempreendedorismo. Confira:

Capacitação

Para a equipe poder buscar soluções na inovação, certa preparação se faz necessária. Invista em treinamentos focados em aprimorar competências profissionais e ampliar a visão dos colaboradores sobre a atuação da cooperativa no mercado em que ela está inserida.

Dedique tempo à inovação

Estabeleça um período específico para que os colaboradores possam usar a criatividade e a autonomia com propósito no trabalho. Uma forma produtiva de fazer isso é a partir do fornecimento de projetos que os profissionais possam empreender, focando experiências e competências para encontrar soluções para problemas do dia a dia da cooperativa.

Assim, eles podem explorar novas possibilidades de produtos, serviços, ou melhorar o atendimento ao cliente. Prova disso é a Google, que permitiu que os trabalhadores dedicassem 20% de seu tempo para projetos inovadores. Saiba mais sobre a cultura de inovação e intraempreendedorismo do Google em nosso e-book!

Incentive as lideranças

É a partir da gerência que os demais níveis se motivam a empreender internamente. Por conta disso, é importante que as lideranças se mantenham atualizadas sobre os processos de inovação, mudanças no cenário e no comportamento dos consumidores.

O apoio da liderança foi essencial para a criação de uma cultura de inovação e intraempreendedorismo na Unimed BH, por exemplo.

Contrate intraempreendedores

Parte fundamental do processo de estímulo é a identificação dos colaboradores com perfil empreendedor. Afinal, são eles que irão fazer o intraempreendedorismo acontecer.

Há algumas maneiras de descobrir quais são os talentos já presentes em sua cooperativa. Assim, eles podem ser os pivôs no processo de criação de uma cultura intraempreendedora. São eles:

Feedbacks: o processo consiste em indicar ao colaborador quais são os pontos fortes e fracos identificados em sua performance. Aqueles profissionais que, uma vez tendo identificado tais problemas, se dedicam a eliminar os pontos fracos têm mais potencial para se tornarem intraempreendedores;

• Reuniões de brainstorming: um ambiente amistoso e propício à geração e ao compartilhamento de ideias é um local ideal para achar talentos. Isso porque as reuniões permitem que os colaboradores com a mentalidade de intraempreendedorismo deem novas ideias para solucionar os problemas que observam no cotidiano.

Perfil dos intraempreendedores

Além disso, há algumas características que são muito comuns nos intraempreendedores. Elas podem ser identificadas nas ocasiões em que os funcionários, e até os candidatos, as expressam.

Além da vontade de resolver problemas e inovar, as qualidades que mais se encaixam no intraempreendedorismo são relacionadas à busca por desafios e resultados, senso de equipe, autoliderança e autogestão. Com tantas particularidades, a ACE Cortex até criou um arquétipo para esses tipos de pessoas.

Confira, a seguir, outros atributos encontrados em colaboradores com perfil intraempreendedor:

Para obter o máximo de profissionais com esse perfil, o ideal é identificá-los já no processo de recrutamento. Em seguida, o ideal é incentivá-los desde o momento em que são contratados.

O estímulo ao intraempreendedorismo começa já no formato do processo seletivo, que valoriza os indivíduos que têm capacidade de lidar com desafios. Ou seja, a transformação interna vai muito além da tradicional análise de currículo de cada candidato.

Conclusão: o poder do intraempreendedorismo

Já deu para perceber que o intraempreendedorismo é uma ferramenta poderosa e que tem a capacidade de se retroalimentar. Ou seja: quanto mais é estimulado dentro da estrutura de uma cooperativa, mais promove a consolidação de uma cultura dedicada à inovação.

Com isso, o ambiente se torna cada vez mais intraempreendedor e o conceito começa a ser defendido dentro das mais diferentes organizações. E para usufruir dos benefícios do intraempreendedorismo, é importante contar com colaboradores com perfil empreendedor e um ambiente propício ao compartilhamento de ideias.

Quer saber mais sobre o intraempreendedorismo para implantá-lo em sua cooperativa? Confira o Guia Prático: Como utilizar o intraempreendedorismo para tirar ideias inovadoras do papel, e veja como a Certel e a Ailos tiveram sucesso com essa forma de empreender e inovar!

<p>As cooperativas estão ganhando protagonismo como negócios digitais. São as cooptechs - conheça mais sobre elas!</p>

O que são as Cooptechs, cooperativas que protagonizam a economia digital

Termo está relacionado ao movimento de startups e ao surgimento de cooperativas digitais


Nos últimos anos, as grandes organizações, incluindo as grandes cooperativas, buscaram formas de reinventar sua cultura para se tornarem mais inovadoras. Isso acontece pois, segundo a Endeavor, a inovação é um grande diferencial num mercado com cada vez mais competitividade e necessidade de novos produtos e serviços.

Junto a essas mudanças e com uma inspiração nas startups, organizações cooperativas focadas na inovação e no digital foram criadas e intituladas cooptechs. Mas, antes de tudo, qual é a definição para determinar o que é uma startup?

A StartSe, plataforma de conhecimento focada em negócios, afirma que muitas companhias tradicionais optam por contratar startups para incorporar elementos da cultura ágil. Essa mudança faz com que as organizações enfrentem menos empecilhos burocráticos, coloquem usuários e clientes em primeiro lugar e promovam sistemas mais colaborativos.

Cooptechs: cooperativas na era digital

Mas, as novidades também se estendem às startups. Além de contratá-las, muitas empresas ajudam a criar e a acelerar milhares de organizações jovens.

Segundo o relatório “Inovação em Movimento: um mapa sobre as startups no Brasil em 2023”, da Cortex, há, atualmente, 12.040 startups ativas no Brasil. Esse número representa mais de 50% das organizações na América Latina, de acordo com o “Panorama Tech na América Latina 2023” da Distrito.

Está fazendo mais sentido? Então continue a leitura para entender mais sobre o universo da inovação e das cooptechs!

O que é uma startup?

Para responder a essa pergunta, podemos usar a definição da própria StartSe: uma startup é uma empresa jovem e com um modelo de negócio repetível e escalável. Além disso, em geral, startups têm seu negócio baseado em tecnologia e, por isso, é comum ganharem o sufixo “tech”.

O resultado é a junção do segmento no qual a startup atua com o termo “tech”. Daí surgiram movimentos diversos, como: fintechs (setor financeiro), construtechs (construção civil), insurtechs (seguros), edtechs (educação), HRtechs (recursos humanos), martechs (marketing), lawtechs (jurídico), entre outros.

Modelo de negócios

Independentemente de qual seja o segmento de atuação da startup, o modelo de negócio de organizações desse tipo é parecido. Isso porque elas são baseadas em experimentação e atacam dores específicas.

Então, é comum ver fintechs que se dedicam, por exemplo, a fazer apenas emissão de boletos. Assim, essas empresas conseguem alcançar a excelência nesse tipo de operação, reduzindo custos e otimizando a experiência do cliente.

Pensando nisso, uma parceria entre as startups e as cooperativas parece uma boa ideia, não é? Isso porque, as organizações podem contar com a ajuda de negócios que têm focos específicos para otimizar seus trabalhos. Além disso, ambos vão alavancar os processos de inovação e tecnologia.

Em alguns casos, as startups tem como proposta a atuação como plataforma. Dessa maneira, promovem a integração de uma determinada cadeia por meio da tecnologia. É o que faz, por exemplo, o AirBNB.

De forma bastante simplificada, esta organização oferece o arcabouço tecnológico para que proprietários de imóveis e locatários em potencial se conectem. Em troca, ela fica com uma porcentagem da transação realizada entre as partes.

Você pode estar se perguntando como todas essas inovações se conectam com as cooptechs. Mas, não se preocupe, vamos explicar tudo!

O que é uma cooptech?

Não há uma definição oficial ou consagrada sobre o que são as cooptechs. O termo é relativamente recente e ainda não há um consenso sobre ele. De qualquer maneira, podemos aplicar a mesma lógica de nomenclatura descrita acima.

Ao expandir essa definição para o segmento de cooperativas, temos o surgimento das cooptechs: cooperativas com modelos de negócio inovadores e digitais. "O termo surgiu da necessidade de termos uma definição mais ampla para as cooperativas jovens com negócios preponderantemente digitais", explica Gustavo Mendes, cofundador da Coonecta.

Em resumo, o termo, ainda pouco utilizado no Brasil, é mais abrangente e vai além das cooperativas de plataforma. E, antes de entendermos essa relação, é importante conhecer as diferenças entre uma startup tradicional e uma cooptech.

Tech convencional x Cooptech

Uma startup convencional é criada por uma ou mais pessoas - os chamados founders - que detém 100% da iniciativa. Mas, isso tende a mudar com o tempo, pois startups são criadas para atrair investidores interessados em adquirir participação nos negócios mediante expectativa de crescimento futuro.

Crescimento das startups

Os investimentos são captados em rodadas, conhecidas de acordo com a ordem em que acontecem. A primeira rodada de investimento é chamada de seed, que tem como propósito a iniciativa de arrecadar o capital semente. Sua função é fazer com que a ideia da startup decole.

Conforme a organização vai validando sua hipótese de negócio, outras rodadas acontecem. As captações de investimentos subsequentes são conhecidas por: Series A, Series B, Series C, e assim por diante. A cada uma dessas rodadas os fundadores vão cedendo participação na startup em troca de recursos para fazê-la crescer.

O resultado é que, ao término das rodadas, as plataformas passam a pertencer a conglomerados, empresas, e até mesmo fundos de investimento; mas não a seus usuários e/ou colaboradores. Essa prática acaba criando uma distorção muito grande na distribuição da riqueza e na tomada de decisão.

Já nas cooptechs

As cooptechs têm propriedade compartilhada e não visam ao chamado exit - saída, em inglês. Isto é, quando o fundador cede completamente sua participação em troca de volumosas somas de dinheiro.

Entretanto, é importante lembrar que no modelo cooperativista somam-se cada vez mais cooperados. A ideia é que os fundadores originais e os trabalhadores compartilhem a propriedade da iniciativa.

Cooptech x Cooperativa de Plataforma

Para entender a fundo o que são as cooptechs, é importante conhecer sua relação e saber diferenciá-las das cooperativas da plataforma.

"O cooperativismo de plataforma é um movimento progressista que visa corrigir distorções das grandes plataformas, pois estas têm gerado forte precarização do trabalho. Ele estimula o surgimento de plataformas no modelo cooperativista e já tem mais de 450 iniciativas mapeadas", explica Gustavo Mendes.

O cooperativismo de plataforma, como se vê, tem características bem específicas: um posicionamento político (progressista) e um modelo de negócio (o de plataforma). Mas nem toda startup cooperativa tem essas características. Foi dessa necessidade, de um termo mais amplo, que surgiu a definição de cooptech.

Prova dessa urgência é a Fairbnb, uma cooperativa de plataforma que tem como objetivo incentivar o desenvolvimento de comunidades que recebem turistas, sem encarecer o preço das acomodações. Com ajuda da tecnologia e da inovação, e o desejo de manter os anfitriões no controle, essa cooptech surgiu e segue prosperando.

"O termo ‘cooptech’ é mais abrangente e neutro, que não se refere especificamente a um movimento ou ideologia. Ou seja: toda cooperativa de plataforma é também uma cooptech, mas nem toda cooptech é uma cooperativa de plataforma", diferencia Mendes.

Cooptechs na prática

Um exemplo brasileiro de cooptech é a Ciclos, uma cooperativa de consumo criada em 2018 para atuar nas áreas de energia compartilhada, telefonia e saúde. A Ciclos surgiu dentro do Sicoob Central Espírito Santo para atender à demanda de seus associados na intermediação de serviços não financeiros.

Entretanto, ela não surgiu dentro de um contexto de um movimento progressista, como o de cooperativismo de plataforma, e sim no contexto de uma grande cooperativa. Isso aconteceu após a organização enxergar a necessidade de continuar atendendo e prestando serviços a seus cooperados.

Com abrangência nacional e livre associação, a cooperativa atua 100% digital e conta com a parceria do Sicoob-ES. A Ciclos é uma jovem cooperativa, com modelo de negócio inovador e preponderantemente digital. Portanto, é uma cooptech.

Conclusão

Apesar de ter muitas semelhanças com o movimento “tech” das startups de propriedade de investidores, as cooptechs têm também muitas diferenças e desafios pela frente. O fato de terem governança e propriedade compartilhadas muda completamente a lógica do jogo, já que apresentam uma visão coletiva e mais sustentabilidade para o modelo de negócio.

No entanto, não existe uma jornada típica para criação ou aceleração de cooptechs, como existe com as startups convencionais. O desafio que fica é justamente a criação desta jornada, para termos mais startups cooperativas causando impactos positivos na Nova Economia Digital.

E é claro que o cooperativismo tem muito a contribuir com isso, como lembrou Ariel Guarco, presidente da Aliança Cooperativa Internacional, na abertura do 14º CBC em 2019:

“As primeiras cooperativas foram uma resposta à Revolução Industrial. Hoje, vivemos uma encruzilhada similar: a transformação digital está mudando nossas vidas, nosso futuro. As cooperativas precisam mostrar que há uma nova forma de construir essa economia digital com raízes a serviço das pessoas.”

Se interessou em saber mais sobre as cooptechs? Então, confira o e-book Como a tecnologia está redefinindo a sociedade e transformando os negócios cooperativos, para ficar por dentro das inovações no mundo das cooperativas digitais!

<p>As iniciativas de energia sustentável já são realidade no cooperativismo brasileiro. Confira seis casos de sucesso no setor!</p>

Energia sustentável: 6 iniciativas inspiradoras de cooperativas brasileiras

Conheça casos nacionais que viraram referência por incentivarem a energia sustentável em prol da comunidade e associados


Que a energia sustentável é uma das ferramentas mais importantes para a construção de uma economia mais responsável e consciente, todos já sabem. Mas o que alguns gestores ainda não descobriram é que esse conceito já deixou de ser uma previsão de futuro e se tornou uma realidade - inclusive para muitas cooperativas.

Afinal, considerando os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e o aumento das demandas por fontes de descarbonização, a energia sustentável tem ganhado uma posição de protagonismo nos debates sobre o futuro das cidades.

De acordo com a 10ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima, o Brasil emitiu impressionantes 2,42 bilhões de toneladas de CO2 em 2021. Boa parte dessas emissões estão diretamente relacionadas à indústria, que muitas vezes ainda opta por processos ultrapassados e com altos índices de queima de combustível.

Mas há motivos para ter esperança: um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) revela que cerca de 48,4% da matriz energética brasileira já é composta por fontes de energia sustentável. A perspectiva é que esse crescimento tenha um impacto significativo nas próximas medições de poluição.

A seguir, você conhecerá alguns casos de sucesso e descobrirá como o cooperativismo está atuando na linha de frente da pauta da energia sustentável.

6 exemplos de energia sustentável no cooperativismo

A relação entre o cooperativismo e a sustentabilidade vem sendo construída e lapidada há décadas. A energia sustentável, como uma das prioridades do movimento, não poderia ficar de fora das inovações da comunidade. Conheça alguns exemplos a seguir.

Ciclos: cooperativa de plataforma proporciona energia limpa

Em geral, a adoção da energia sustentável pode ser vista como uma jornada burocrática e até complexa. No entanto, cooperativas como a Ciclos provam que existem caminhos para tornar esse recurso ainda mais acessível.

Desenvolvida a partir de um espaço de inovação do Sicoob ES, chamado de Ângulo Hub, a Ciclos é uma cooperativa de plataforma, baseada nos conceitos da economia compartilhada, com o objetivo de conectar os associados com soluções unificadas em condições exclusivas, inclusive energia limpa.

Após um trabalho dedicado para que a regularização do serviço de fornecimento de energia sustentável fosse alcançada, a Ciclos passou a fornecer eletricidade limpa para seus cooperados.

Para gerar energia limpa, o Sicoob ES inaugurou um complexo composto por dez centrais geradoras fotovoltaicas (UFV), que atende tanto às agências do Sicoob no estado quanto aos associados de todas as cooperativas do sistema. O case da Ciclos foi contado aqui no InovaCoop e você pode conferir clicando aqui.

Certel e Sicredi: intercooperação para construir hidrelétrica

A autossuficiência energética é uma das principais metas de organizações preocupadas com os seus impactos ambientais. E quando essas organizações se juntam, a busca por energia sustentável se torna viável.

Este exemplo mostra que a intercooperação pode ser a ferramenta certa para conseguir avançar nessa pauta. Afinal, quando Certel e Sicredi se uniram para criar uma hidrelétrica, eles sabiam que poderiam fazer a diferença na comunidade e na rotina de milhares de associados.

A Certel, cooperativa de distribuição, geração e comercialização de energia limpa e renovável sediada em Teutônia, no Rio Grande do Sul, buscou parceria com cooperativas do Sicredi da região para financiar a nova hidrelétrica Vale do Leite. O objetivo era fortalecer cada vez mais a prestação do serviço de distribuição de energia e promover a qualidade de vida dos associados através da ampliação da geração de energia renovável e limpa. Como resultado, a iniciativa venceu a categoria de Intercooperação do prêmio SomosCoop 2020.

Somada à usina solar fotovoltaica e às outras quatro hidrelétricas já existentes, a iniciativa tem 6,40 MW de potência instalada e entrega energia sustentável para cerca de 19 mil pessoas. Essa é mais uma evidência de que quanto todos se ajudam, o planeta é quem mais pode se beneficiar.

Certel inova com posto para carros elétricos

A cada dia, sobe o número de carros elétricos nas ruas. Muito bem enxergados pelo público e pelos ativistas da causa ambiental, eles dispensam a queima de combustíveis tradicionais e entregam um excelente desempenho a partir do carregamento elétrico.

Mas com esse aumento, surge também uma nova demanda: a de postos de recarga posicionados em locais estratégicos. Enxergando essa necessidade, a Certel decidiu celebrar seu aniversário de 65 anos com um presente à sua cidade natal, Teutônia, e criar o primeiro posto de carregamento de carro elétrico do município.

Além de ser sustentável, o projeto também vem trazendo movimento para região, uma vez que motoristas que estão na estrada decidem passar por ali e aproveitar os espaços. Isso aquece o mercado, beneficia o turismo e vem sendo tão positivo que novas iniciativas como essa estão sendo programadas pela Certel para o estado do Rio Grande do Sul.

Usina solar reduz impactos da Central Sicredi Centro Norte

Em um país tropical e com alto índice de raios solares, não faz sentido deixar passar uma excelente oportunidade de energia sustentável como a solar. A Central Sicredi Centro Norte percebeu isso e decidiu investir nessa inovação.

Foram necessários estudos complexos, mas a cooperativa teve sucesso na missão de construir uma usina solar de 9 hectares e 18 mil painéis fotovoltaicos. Se o tamanho surpreende, os resultados são ainda mais impactantes: são cerca de 12,3 gigawatts-hora por ano, 95% de economia na conta de luz e uma redução de cerca de 24 mil toneladas de carbono que seriam liberadas na atmosfera.

Esse caso é uma evidência de que a energia sustentável pode proporcionar também benefícios financeiros. A ideia é que cerca de R$ 12 milhões sejam economizados por ano, o que pode ser revertido em novas formas de impactar positivamente a comunidade e o meio ambiente.

Energias renováveis na estratégia da Frimesa

Quando a Frimesa foi fundada, em 1977, a preocupação com a pauta ambiental já era um grande debate na cooperativa. Hoje, 46 anos depois, a instituição se orgulha em dizer que cerca de 98% do seu consumo de energia já é proveniente da energia sustentável.

É válido analisar que, por envolver processos alimentícios de alta tecnologia, a Frimesa tem uma tendência a demandar altas taxas de eletricidade. E ao invés de entender isso como um fator de distanciamento das metas ESG, a Frimesa acabou se tornando uma referência no assunto.

Tudo começou com a delimitação de quatro iniciativas que guiaram toda a transição energética, sendo elas a diversão de riscos, a independência, a eficiência e segurança e a redução da pegada de carbono.

Para alcançar esses objetivos ambiciosos, foram combinadas diversas fontes de energia sustentável. Da implementação de usinas fotovoltaicas ao uso de biomassa lenhosa de eucalipto e da implementação de biodigestores, a Frimesa provou que é possível planejar mudanças concretas para alcançar números impressionantes de economia sem prejudicar a qualidade das produções. Confira a estratégia ESG e os resultados da energia renovável da Frimesa aqui.

Percília e Lúcio: a primeira cooperativa de energia solar em uma favela brasileira

Além de um case de sucesso, esse exemplo é também uma história inspiradora que se mistura com a biografia de um trabalhador que conseguiu instalar 60 módulos fotovoltaicos no telhado da Associação de Moradores de sua comunidade, o Morro da Babilônia.

Adalberto Almeida se formou em um curso profissionalizante de elétrica residencial e predial e percebeu que poderia fazer a diferença em sua região. Após se tornar voluntário na Revolusolar, ele se tornou parceiro de um projeto que visava converter os raios solares em economia e eletricidade para os moradores locais.

As cerca de 140 pessoas beneficiadas fazem parte da Cooperativa Percília e Lúcio de Energias Renováveis. Cada família paga cerca de R$ 50 por mês e esse valor é convertido em novas instalações. A ideia é que, em breve, mais e mais casas possam ser beneficiadas pela iniciativa de energia sustentável.

Acendendo a lâmpada de um novo conhecimento

Se você se interessa pelo tema de energia sustentável, vai gostar de saber que existem diversos conteúdos feitos para quem está procurando por inspirações. O e-book Especial ESG no Cooperativismo é um ótimo exemplo e está disponível para download gratuito. Vale a pena continuar a aprender sobre esse tema tão importante!

E diante desse movimento sustentável em prol da energia limpa, o Sistema OCB está desenvolvendo a Solução Energias Renováveis, que visa fomentar a geração de energia renovável nas cooperativas de todos os ramos, visando agilizar a transição energética. O projeto está na fase piloto e deve ser disponibilizado nacionalmente em 2024 - fique de olho!

<p>Conheça casos de reciclagem que uniram cooperativas à pauta ESG e inspire-se para uma era mais sustentável</p>

O futuro de um mundo mais ESG passa pela força da reciclagem

A economia circular reduz impactos ambientais da cadeia produtiva


É difícil imaginar um contexto em que a reciclagem não é apontada como uma das principais ferramentas de transformação sustentável. Das escolas infantis até os pontos mais altos da cadeia mercadológica, essa prática tem sido posicionada como uma técnica obrigatória para pessoas e companhias que tenham interesse em participar do movimento ESG.

Não é para menos: em tempos em que ilhas de dejetos estão sendo formadas no oceano (falaremos sobre isso mais para frente), o conceito de reaproveitar objetivos e resíduos que seriam descartados e usá-los com um novo propósito é, no mínimo, a decisão mais lógica a ser tomada.

Mas falar de reciclagem vai muito além dos atributos mais óbvios e envolve uma série de fatores que englobam a luta por um meio ambiente mais limpo. Para te inspirar, trouxemos um resumo sobre esse tema e uma série de casos inspiradores. Tenha uma boa leitura e lembre-se de reciclar suas ideias!

Por que a reciclagem é ESG

Começamos essa matéria lembrando que a agenda ESG (Ambientais, Sociais e Governança, em inglês) parte do pressuposto de que marcas, governos, entidades e pessoas precisam se unir em prol dos seus princípios para que a humanidade consiga alcançar um nível condizente de sustentabilidade e responsabilidade social.

A reciclagem cumpre um papel essencial nessa jornada. Afinal, enquanto o mundo contempla a previsão de que a geração de resíduos pode chegar em 3,4 bilhões de toneladas por ano até 2050, fica evidente que algo precisa ser feito.

Redução do impacto ambiental

Já se foi o tempo em que as ilhas faziam parte da natureza. Hoje em dia, cerca de cinco ilhas de plástico ameaçam a vida de milhões de animais marinhos. Uma vez que a reciclagem é aplicada, estatísticas com essa são reduzidas significativamente, dado que os resíduos eletrônicos, plásticos e não-recicláveis completam seu ciclo de vida e não são despejados em aterros sanitários. Isso evita a poluição do solo, da água e até mesmo do ar que nós respiramos.

Recoloca materiais no processo produtivo

Toda vez que você descarta um produto para comprar hoje, está gerando um impacto duplo no meio ambiente. Afinal, enquanto os dejetos vão para locais inadequados, as empresas precisam extrair ainda mais materiais para criar novos objetos.

No entanto, a reciclagem interrompe essa rotina de poluição, reposicionando recursos em processos de produção e dando uma nova oportunidade a eles.

Diminui a necessidade de exploração de recursos naturais

A exploração de recursos naturais é uma das maiores ameaças para a pauta ESG. Por isso, nada mais justo do que valorizar uma estratégia que reduz a demanda de matérias-primas virgens. Quando a reciclagem é praticada, há uma enorme chance de que ecossistemas e habitats naturais de milhares de animais sejam preservados.

Proporciona oportunidades de trabalho e renda

Se engana quem pensa que os benefícios diretos da reciclagem se limitam ao meio ambiente. Quanto mais ela é estimulada, maior é a demanda de trabalhadores de diversas fases da cadeia mercadológica que passam a atuar com a coleta, triagem e com o processamento de materiais recicláveis.

Nos casos de catadores, por exemplo, isso tem um enorme impacto na inclusão social e no desenvolvimento econômico de comunidades.

Reciclagem como estratégia ESG nas cooperativas

O compromisso com a pauta ESG é algo que faz parte do DNA do movimento cooperativista. É muito fácil encontrar instituições que tenham alguma ligação com essa prática e que, de alguma forma, introduzem uma lógica de reciclagem em seus planejamentos.

Afinal, os princípios cooperativas enxergaram nesse recurso uma materialização eficiente, contemporânea e, principalmente, muito eficiente tanto para o meio ambiente quanto para a comunidade. A seguir, você confere alguns exemplos inspiradores do que pode acontecer quando o pensamento certo se une a um processo sustentável.

Batalhão do Bem: Unicred Ponto Capital recicla vestimentas militares

Uma parte importante da fomentação da reciclagem está na detecção de oportunidades promissoras. O caso do Batalhão do Bem é um ótimo exemplo disso e começou a partir da percepção de que muitos resíduos têxteis eram destacados na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde há uma grande concentração de atividades militares.

Iniciada em março de 2023, a iniciativa é liderada pela cooperativa de crédito Unicred Ponto Capital e contou com o apoio do Instituto Unicred. Uma vez que os resíduos são coletados, eles passam por uma análise criteriosa que verificará se eles estão aptos a gerar bons novos produtos. Se for verificada a possibilidade de reutilização, elas são devidamente revitalizadas e tingidas para, depois, serem entregues para a comunidade.

Se for impossível aproveitá-las, elas se tornarão matéria-prima para customização e poderão virar itens que serão comercializadas pelas alunas de artesanato que integram o projeto. Além de servirem como base para o aprendizado, elas também movimentam o mercado local.

Mais de 2000 peças e 600 pares de calçados já foram doados para instituições que atuam com reciclagem ou outras entidades que fazem doações. Outros 500 itens foram descaracterizados e reaproveitados.

Unium: cooperativa inova com reciclagem animal

Aqui vai um fato que você provavelmente não conhecia: o segmento frigorífico também tem muito a ganhar com o design circular. Um dos pensamentos mais essenciais de culturas que caçavam e consumiam animais baseava-se no conceito de aproveitamento completo. E para a Alegra, que faz parte do grupo Unium, essa prática faz parte da rotina.

Focada em integrar valores condizentes com o cooperativismo, tais como as boas condições de trabalho, a tecnologia, a inovação e o cuidado com o bem-estar dos animais, a marca investiu cerca de R$1,8 milhão na implementação de um projeto de aproveitamento de animais abatidos.

O grande destaque vai para o descarte do sangue, que sempre foi um desafio para o ramo e que gerava custos significativos, além de impactar negativamente o meio ambiente. Com a transformação desse recurso em farinha de sangue, a cooperativa facilita a economia circular ao produzir um material que serve para alimentar peixes, aves e espécies não ruminantes.

Copamart: reciclagem para difundir a cultura amazônica

E se um projeto pudesse, além de promover a reciclagem, valorizar uma das culturas mais impressionantes e bonitas de uma nação? A Copamart, a Cooperativa de Trabalho de Artesanato Amazonense, provou que isso é possível.

Quem passeia pelo Shopping Ponta Negra, em Manaus, logo se depara com uma loja de produtos que encantam os olhos de moradores locais e turistas. Trata-se de um espaço dedicado a itens de decoração, acessórios e costura criativa feitos a partir de elementos recicláveis como papéis, tecidos e resíduos plásticos. Todos eles são combinados com materiais naturais e típicos da região, como sementes e madeiras.

O resultado é um trabalho impecável, com um design que reforça a identidade local e que reforça o estilo de vida da comunidade, dando oportunidades para artesãos e aquecendo o comércio.

Cooperativas de reciclagem

É claro que as cooperativas de reciclagem não poderiam ficar de fora deste artigo. A seguir, você confere um resumo de alguns exemplos de comprometimento e talento no segmento:

  • Recicle a Vida: criada em 2005, a cooperativa consegue gerar cerca de 300 toneladas de material reciclável por mês. Além disso, ela transformou a vida de centenas de pessoas desde 2005, atuando a partir da logística reversa para melhorar as condições de vida de seus cooperados.
  • Centcoop: com uma taxa de eficiência que chegou a 87% logo em seu primeiro contrato de coleta seletiva, a instituição engloba cerca de 460 catadores e atua com cooperativas associadas para beneficiar o meio ambiente e a vida da população.
  • Coopermiti: em São Paulo, a Coopermiti inovou ao se especializar na reciclagem de resíduos eletrônicos. Em 2022, a Coopermiti reciclou 5,5 mil toneladas de lixo eletrônico. Além disso, a cooperativa realiza trabalhos de inclusão social, inclusão digital, capacitação, educação ambiental e de cultura.

Reciclando conceitos em nome da pauta ESG

Os exemplos que trouxemos mostram a força da reciclagem na pauta ESG, além de reforçar o sucesso de instituições que estão atuando na linha de frente dessa causa. Mas a verdade é que ainda temos muito a evoluir.

Sendo uma peça essencial na luta pela preservação do meio ambiente e na jornada pelo desenvolvimento de comunidades que precisam de apoio, essa prática precisa ser estimulada e protagonizar debates e diálogos acerca do futuro.

Gostou desse tema? Saiba que esse universo ainda tem muito a oferecer. Uma boa dica para continuar aprendendo é o E-book Especial ESG no Cooperativismo, que é riquíssimo em informações e está disponível gratuitamente para interessados. Vale a pena conferir!

<p>O KPI pode ser uma grande ferramenta para acompanhar e dar apoio à gestão da inovação na sua coop. Veja como!</p>

O que é KPI e como usá-lo para medir a performance da inovação

Os indicadores-chave de desempenho ajudam a acompanhar o progresso das iniciativas inovadoras e a aprimorá-las.


Em meio à era digital e um ambiente de negócios cheio de mudanças, a inovação é fundamental para a estratégia das cooperativas na busca pela construção de um futuro sustentável e perene. No entanto, como é possível mensurar o sucesso das iniciativas de inovação? O KPI pode ser de grande ajuda nesse processo!

Documentar e acompanhar o progresso das ações estratégicas e de inovação faz a diferença para que as cooperativas possam saber o que está funcionando como planejado e o que precisa ser aprimorado. A mensuração fornece dados que serão analisados a fim de aprimorar o que a cooperativa está fazendo.

O KPI é justamente uma maneira de mensurar esses dados para fazer o acompanhamento da efetividade do planejamento estratégico voltado à inovação na sua cooperativa. Informação é o caminho para progredir, afinal.

Por que medir a inovação

No geral, as cooperativas já entenderam a importância da inovação. Segundo a primeira edição da pesquisa “Panorama da Inovação no Cooperativismo”, realizada pelo Sistema OCB, 84% das cooperativas consideram que a inovação é muito importante.

Contudo, para colocar a inovação em prática com efetividade, é necessário entender se a ideia proposta ou a solução desenvolvida está apresentando bons resultados e agregando valor à cooperativa. Uma ideia inovadora também precisa ser eficaz.

Diante disso, as cooperativas devem abandonar a ideia de que a inovação é algo abstrato e que não é passível de ser mensurado. Na verdade, é o contrário! Os indicadores permitem que a inovação seja avaliada de forma profunda, com seus resultados tangíveis. O KPI contribui justamente para isso.

Neste artigo, portanto, iremos entender mais sobre o KPI, entender como os indicadores-chaves de desempenho funcionam, quais são os diferentes tipos de indicadores e como eles podem apoiar a mensurar a inovação nas cooperativas. Aproveite a leitura!

O que é KPI: conceitos e elementos

KPI é uma sigla para o termo Key Performance Indicators - ou, em portugês, Indicadores-Chave de Desempenho. Na prática, KPIs são as métricas que você vai selecionar para avaliar o sucesso de algum processo da sua cooperativa como, por exemplo, as suas iniciativas de inovação.

O KPI, dessa forma, é uma maneira de mensurar o sucesso e o progresso da operação da cooperativa a partir de métricas consideradas essenciais para avaliar a efetividade da execução do planejamento. Além disso, o KPI também ajuda a manter o foco, uma vez que é muito fácil se perder em uma enxurrada de dados que não dizem muita coisa.

Para uma cooperativa que vende pela internet, um KPI pode ser, por exemplo, a taxa de conversão das pessoas que visitam a sua loja virtual. Para uma que produz produtos premium, a quantidade de materiais que são reprovados no controle de qualidade também pode ser um KPI importante para avaliar o processo produtivo.

As métricas que compõem o KPI devem, ainda, ser separadas entre dois diferentes níveis: o primeiro é mais geral, contemplando elementos estratégicos que influenciam no negócio como um todo (como fluxo de caixa e receita recorrente); já as métricas mais específicas se relacionam com um determinado setor o processo operacional da cooperativa (tais quais o custo por lead ou a taxa de conversão).

Com isso, o KPI ajuda a fazer um diagnóstico do que está funcionando ou não dentro do que foi planejado. Ademais, essa ferramenta facilita a comunicação sobre o que é importante, de forma a potencializar a transmissão dos valores e objetivos para a cooperativa como um todo, desde a liderança até colaboradores e cooperados.

Diferentes tipos de indicadores de desempenho

Diante da pluralidade de possibilidades que o KPI proporciona, é importante que a cooperativa considere aquilo que de fato faz a diferença para o seu negócio. Conheça, então, algumas das principais categorias de indicadores de KPIs que podem ser úteis para sua coop:

Produtividade: aplicados continuamente, a fim de dar um diagnóstico sobre a eficiência dos processos dentro da cooperativa. Dessa forma, pode estar relacionado à produtividade de colaboradores, recursos e aproveitamento da infraestrutura, assim como qualquer situação que corresponda à utilização dos recursos da instituição. 

Qualidade: são relacionados aos indicadores de produtividade, já que dão apoio à análise qualitativa e ajudam a entender desvios de conformidade em processos produtivos e administrativos.

Capacidade: responsáveis por medir a capacidade de resposta dos processos levando em conta a produção em relação ao tempo. Por exemplo: quantos produtos uma máquina é capaz de embalar no decorrer de determinado período. Tem tudo a ver com produtividade e qualidade.

Estratégia: são os indicadores que apoiam a orientação que a cooperativa deve seguir diante dos objetivos determinados previamente, comparando o cenário presente em relação ao que é almejado pela organização.

Qual a diferença entre KPI e OKR?

É comum confundir o KPI com a metodologia OKR (Objectives and Key Results ou Objetivos e Resultados-Chave). Contudo, apesar de complementares, elas são duas abordagens um tanto distintas entre si. As principais diferenças são:

Foco: os OKRs se dedicam a definir objetivos ambiciosos que devem ser cumpridos em determinado período, já os KPIs são focados no desempenho progressivo de determinadas iniciativas da cooperativa.

Prazo: no geral, o OKR funciona em ciclos que, na maioria das vezes, dura cerca de três meses. Os KPIs, por outro lado, podem ser acompanhados por períodos bem mais longos.

Propósito: os OKRs mesclam objetivos qualitativos e métricas quantitativas pensando no resultado futuro. Enquanto isso, os KPIs são somente quantitativos em decorrência de algo que já está sendo executado.

Em suma, o OKR é uma metodologia que pensa no futuro, indicando os caminhos para cumprir uma meta pré-definida a partir de determinados princípios. Já os KPIs, por outro lado, servem para medir a operação periodicamente, como uma forma de controle.

Para saber mais sobre o OKR e entender como aplicá-lo em prol da inovação na sua cooperativa, confira o curso de OKR do InovaCoop, disponível na plataforma CapacitaCoop!

KPI na prática: mensurando a inovação

Para que o uso dos KPIs sejam efetivos, é importante selecionar aquilo que você quer mensurar e, depois, definir as métricas adequadas para isso. Portanto, não meça tudo. Na era do Big Data, dado é o que não falta. O desafio é saber em quais deles você deve prestar atenção.

Se a sua estratégia de marketing digital está focada em gerar reconhecimento de marca, mensurar os acessos é mais importante do que mensurar a conversão em vendas, por exemplo. Usar a métrica errada pode, aliás, prejudicar a estratégia, uma vez que levam a conclusões não relacionadas ao objetivo definido previamente.

Essa lógica também é válida para a inovação. A flexibilidade dos KPIs devem ser alinhadas ao objetivo. Em um cenário de ambidestria organizacional, não adianta mensurar um projeto de inovação disruptiva levando em consideração resultados financeiros imediatos, por exemplo.

Escolhendo um bom KPI

Diante disso, eis algumas boas práticas para definir, monitorar, analisar e gerenciar efetivamente o desempenho da inovação por meio dos KPIs:

Escolha KPIs relevantes: dê prioridade às métricas com capacidade de proporcionar novas ideias e gerar insights. Nesse sentido, KPIs envolvendo a cultura de inovação da cooperativa e a satisfação dos clientes com os novos projetos são bons exemplos.

Defina métricas disponíveis: não adianta definir uma métrica perfeita para aquilo que a sua cooperativa almeja se você não tem dados suficientes ou a disponibilidade de informações sobre o assunto.

Deixe a vaidade de lado: é frequente que gestores, como forma de massagear a vaidade, foquem os KPIs em números positivos, mas que não têm valor para gerar ideias inovadoras ou aprimoramentos. Escolha métricas que irão, de fato, ajudar a cooperativa, mesmo que os números não sejam bons. Isso ajuda a encontrar fraquezas e oportunidades.

Defina bem as rotinas: os KPIs devem ser acompanhados e monitorados rotineiramente. Diante disso, escolha KPIs que têm periodicidade e podem ser acompanhados em uma linha do tempo para entender os progressos e retrocessos.

KPIs para a inovação

A adoção de KPIs para mensurar a inovação pode ser bastante difícil, explica André Bianchi Monte-Raso, consultor especialista em estratégia, em artigo para a Endeavor. No entanto, esse é um passo necessário para quem quer integrar a inovação no negócio.

Um exemplo é a 3M, multinacional reconhecida pela inovação constante e científica aplicada em seus produtos. A companhia tem mais de 45 mil patentes e estipula uma meta de 25% do faturamento seja proveniente de produtos criados nos últimos três anos.

 Nesse cenário, confira algumas métricas relevantes para que o KPI seja aliado da estratégia de inovação da sua cooperativa:

Investimento em P&D: o quanto a cooperativa está disposta a investir em pesquisa e desenvolvimento indica a importância da inovação tecnológica e produção de conhecimento. Outra opção é relacionar o investimento em P&D com o faturamento originado pelas vendas, o que resulta em um indicador mais complexo e sofisticado de densidade de P&D.

Retorno sobre investimento: esse KPI pode ser usado em diversas áreas dentro de uma cooperativa e a inovação é uma delas. Caso a estratégia de inovação tenha o objetivo mais direto de gerar resultados financeiros e aumentar a participação de mercado, medir o ROI é extremamente útil.

Quantidade de ideias: importante para saber se seus estímulos em prol do intraempreendedorismo e da construção de uma cultura de inovação estão dando certo. Acompanhar o progresso do engajamento em programas de ideias é um KPI relevante nesses casos.

Tempo de implantação de novos projetos: esse KPI mensura o quão rapidamente a cooperativa pode tirar uma ideia nova do papel. Bastante relevante para iniciativas de inovação incremental e acompanhamento às tendências de mercado, quando demorar demais para inovar pode ser fatal para a competitividade.

Satisfação do consumidor: um novo produto ou serviço muito bom na teoria pode acabar não satisfazendo os consumidores. Com isso, acompanhar a satisfação dos clientes e usuário para as novidades proporciona grandes insights sobre a inovação.

Para encontrar outras opções e inspirações, confira essa biblioteca de KPIs!

Gestão de KPIs

Empregar os KPIs na cooperativa significa sempre estar de olho neles em busca de insights, resultados, oportunidades, desafios e melhorias na sua estratégia de inovação. Nessa seara, é imprescindível fazer uma boa gestão dos KPIs para que eles fiquem mais maduros e melhorem com o passar do tempo.

Diante disso, eis algumas dicas para potencializar a gestão dos KPIs utilizados para mensurar a inovação nas cooperativas:

Alinhe o KPI à estratégia da cooperativa: a elaboração e a revisão do planejamento estratégico representam ótimas oportunidades para definir KPIs adequadas àquilo que a cooperativa almeja. Esses ciclos também ajudam a fazer um balanço do panorama e fazer um balanço dos KPIs que estavam sendo avaliados até então.

Determine metas: estipular metas claras e realistas que vão guiar o plano de ação da cooperativa é fundamental para definir as KPIs mais adequadas para a realidade da instituição. A metodologia SMART se apresenta como uma boa aliada nessa etapa.

Corrija erros: sempre que a cooperativa identificar que determinado processo não está tendo a performance esperada, é papel da gestão de KPI tomar atitudes e medidas a fim de identificar as causas e encontrar soluções para a situação.

Acompanhe a performance: gerir um KPI tem a ver com monitorar todos os fatores que influenciam no desempenho da cooperativa e descobrir se as coisas estão dentro do que se espera. Acompanhar periodicamente os KPIs, portanto, é fundamental para intervir quando for necessário e, assim, seja possível chegar aos objetivos almejados.

Use os indicadores para tomar decisões: a gestão baseada em dados proporciona tomadas de decisão mais assertivas e eficazes. Uma vez que os KPIs tenham sido bem elaborados, eles têm muito a contribuir para que a cooperativa possa escolher os melhores caminhos para se tornar mais inovadora.

Conclusão

Em meio a uma torrente de metodologias e ferramentas, o KPI se destaca como um grande aliado para acompanhar e aprimorar a estratégia de inovação nas cooperativas. Quando alinhado ao planejamento estratégico, o KPI leva em conta os objetivos e o contexto de cada negócio.

Por isso, o KPI deve ser bem trabalhado levando em consideração o que sua cooperativa quer, como ela inova e qual é a finalidade da inovação dentro do mercado em que ela atua. Além disso, o KPI pode ser complementar a outras metodologias ágeis que impulsionam a inovação, como o OKR, que vimos acima.

Para entender mais sobre como colocar o OKR e outras metodologias ágeis em prática na sua cooperativa, confira o nosso guia prático que apresenta três ferramentas para otimizar a gestão da sua cooperativa - é só clicar neste link!

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