Visual Thinking: como usar elementos visuais no processo de Design Thinking
Técnica adota desenhos simplificados para comunicar e discutir ideias de forma mais clara e engajadora
O sistema conhecido como Design Thinking propõe uma abordagem em etapas, usando métodos do design para encontrar soluções práticas e aplicáveis para as organizações. O processo prevê a empatia no usuário da solução a ser desenvolvida, a definição do problema, a ideação de possíveis soluções, a prototipagem e o teste destas soluções.
Estas fases, porém, podem ter sua eficácia potencializada pelo uso de elementos visuais para organizar e apresentar as ideias de forma mais clara e intuitiva. É aqui que entra o chamado Visual Thinking, traduzido para o português como pensamento visual. Trata-se do uso de linguagem visual para comunicar ideias, resumir informações com clareza e engajar pessoas.
Neste artigo, vamos entender o que é Visual Thinking, porque ele é importante para processos de inovação, a estrutura fundamental do Visual Thinking e quais são os caminhos para colocá-lo em prática. Boa leitura!
O que é Visual Thinking e para que serve
O Visual Thinking é uma nova maneira de se olhar, apresentar e debater ideias e pode ser aplicado na apresentação de projetos, sejam de negócios ou pessoais. Ao usar esta técnica, as ideias são desenhadas - de preferência com papel e caneta - usando traços simplificados, em uma distribuição capaz de hierarquizar informações e esclarecer os conceitos.
São esboços rápidos, feitos a mão, fáceis de ajustar e adaptar caso seja necessário. É importante ter em mente o conceito de “menos é mais”: imagens simples transmitem ideias de forma mais rápida e descomplicada. Dessa forma, o Visual Thinking não tem um formato pré-definido e pode se apresentar na forma de esquemas, diagramas, imagens ou mapas mentais.
É comum pensar que o desenho está restrito às crianças e aos criativos, mas a capacidade de desenhar é inata do ser humano. Nós simplesmente desaprendemos a usá-la. O objetivo do Visual Thinking é resgatar essa habilidade para facilitar a comunicação.
Por que você deve aprender sobre Visual Thinking
Nosso pensamento é visual: imagens são processadas mais rápido do que textos e nos ajudam a memorizar aquilo que é exposto. Por isso, ao aplicar o Visual Thinking você se conecta melhor com sua audiência e estimula a geração de ideias, a criatividade e a aprendizagem, abrindo caminho para uma construção coletiva.
No mundo dos negócios, o pensamento visual descomplica pontos complexos de um projeto, clarifica ideias até então vagas e engaja as pessoas envolvidas na discussão. O uso de papel e caneta torna a atividade mais inclusiva e espontânea, mas nada impede a adoção de tablets, computadores ou outras tecnologias.
A espinha-dorsal do visual thinking
O visual thinking não começa pela necessidade de aprender a desenhar melhor, mas sim de aprimorar a nossa visão. A técnica é dividida em quatro ações-chave: observe, veja, imagine e mostre.
1. Observe
Nesta etapa, colete as informações relevantes para você. Observar significa juntar dados visuais, fazer uma varredura do ambiente e construir uma imagem global de onde partirá todo o processo.
2. Veja
Depois de observar, é preciso refinar o olhar. Manipule a informação, crie categorias, identifique padrões e hierarquize os dados coletados.
3. Imagine
A partir do material analisado, é hora de imaginar como transformar esta informação em imagens. Faça associações, aplique símbolos e metáforas, crie narrativas. Pense em novas formas de agrupar e organizar as informações.
No mundo dos negócios, imaginar muitas vezes significa ter ideias originais para resolver um problema. Uma boa forma de fazer isso é usar o método SQV: Simplifique, Qualidade, Visão.
- Simplificar: trata-se de buscar a forma mais descomplicada e efetiva para desenhar uma solução; optando pelo caminho mais simples, você libera espaço na sua mente para novas ideias e insights e não fica preso nos detalhes de um desenho complexo.
- Qualidade: em oposição a quantidade, significa que é melhor usar uma imagem que se aprofunde em um ponto do que criar desenhos que abordam de forma rasa diversos aspectos de um problema.
- Visão: significa adequar a mensagem à audiência e ter em mente que uma visão clara para você não necessariamente é clara para todos.
4. Comunique
O último ponto na espinha-dorsal do Visual Thinking é escolher as ferramentas para comunicar visualmente o que foi desenvolvido até aqui. Você pode fazer isso com um desenho, como na facilitação gráfica, ou com um mapa mental, que conhecermos melhor adiante.
Como colocar o Visual Thinking em prática
Para aplicar a técnica do Visual Thinking, pratique as seguintes etapas:
- Faça o simples: uma das principais recomendações é focar na simplicidade. Não tente ser um artista. Isso não é necessário nem eficiente. Faça o simples e foque na essência da mensagem que você quer transmitir. O pensamento visual não é uma questão de habilidade artística, mas sim de organizar ideias e criar conexões entre os conteúdos.
- Imite: também não tenha medo de copiar desenhos que você já tenha visto antes. Copie e acrescente seu toque pessoal. Não se preocupe com a perspectiva: faça desenhos chapados, despretensiosos, mas que sejam capazes de transmitir bem a mensagem.
- Mescle textos e imagens: outra dica importante é combinar textos e imagens de forma complementar, evitando a redundância. As imagens devem tornar a informação mais clara e compreensível e não apenas repetir o que já está dito no texto.
- Planeje a hierarquia visual: você pode usar diferentes fontes, tamanhos e cores para indicar à audiência o que é mais importante e o que é secundário. O uso das cores, em especial, ajuda a categorizar as informações e torna a compreensão mais intuitiva.
- Organize as informações: também é útil separar os assuntos em diferentes zonas e clusters na folha de papel, além de criar títulos para cada segmento, a fim de facilitar a leitura. É importante que essas divisões sejam claras e bem organizadas. É o que acontece, por exemplo, em uma capa de jornal.
- Faça storytelling: técnica de contar histórias para gerar engajamento e identificação é uma poderosa ferramenta de marketing, que também pode ser aplicada ao pensamento visual. Narrativas causam impacto e envolvem o público.
Confira também as principais técnicas para aplicar o Visual Thinking:
1. Mapa mental
Um mapa mental é um esquema visual criado para representar ideias, tarefas ou outros conceitos, relacionando-os a uma ideia central que pode ser resumida em uma palavra-chave. Ao redor desta palavra se prolongam ramos de subtemas que, por sua vez, se subdividem em categorias ainda mais específicas.
A função de um mapa mental é ajudar na organização e visualização das informações, facilitando a tomada de decisões e o desenvolvimento de projetos. Esta pode ser uma ferramenta para aplicar o Visual Thinking.
2. Facilitação gráfica
Outra ferramenta importante é a facilitação gráfica: um método que nasceu para coletar e aglutinar ideias e informações em eventos. Trata-se de um jeito novo de registrar os principais tópicos do que foi dito e, também, vivido. Na facilitação gráfica, o objetivo é deixar o conhecimento mais acessível através de textos, gráficos e desenhos.
Por meio da facilitação gráfica é possível coletar os pensamentos, insights, palavras-chave e ideias discutidas pelos participantes e transformar tudo isso em um painel gráfico, que representa a essência do evento. O resultado deve ser atraente e compartilhável.
Conclusão: para aprender Visual Thinking
O Visual Thinking é uma ferramenta de grande valor para estimular a criatividade e comunicar ideias. Dessa forma, as cooperativas podem usá-lo em prol da inovação!
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