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<p>Quer inovar sua cooperativa e não sabe como? Anote algumas dicas do que é feito na Suíça, líder em inovação no mundo!</p>

6 lições para aprendermos com o país líder em inovação no mundo

Para continuar no topo da lista, a Suíça não abre mão do conhecimento e da educação


Segundo o Fórum Econômico Mundial, a Suíça é o país mais inovador do mundo. Mas o que podemos aprender com a Suíça sobre inovação?

Em 2023, o Brasil ultrapassou o Chile e se tornou líder de inovação na América Latina. No entanto, apesar de ter subido de posição no ranking mundial do Índice Global de Inovação (IGI), o país está na 49ª colocação. Já entre os países do BRICS, o Brasil está em terceiro lugar, atrás de Rússia e África do Sul.

Mesmo apresentando bons resultados, o Brasil ainda pode aprender muito com outras nações líderes em inovação no mundo, em especial a Suíça. Então, pegue o caderno e a caneta e se prepare para anotar todas as lições e implantá-las em sua cooperativa.

Diversidade e cultura

Apesar de ter um território bem menor que o Brasil, a Suíça conta com uma grande diversidade quando o assunto é idioma e cultura. O país conta com quatro línguas nacionais - alemão, francês, italiano e romanche - e é lar de diversas culturas e estilos de vida.

Mesmo com tantas diferenças, a sociedade suíça reconhece a importância da inovação e da ciência. Com a valorização da pluralidade cultural e de pensamento, o país construiu instituições de ensino e pesquisa de primeira, atraindo cientistas competentes.

De acordo com o relatório Research and Innovation in Switzerland 2020, a maioria da população confia na comunidade científica. A segurança na ciência e o reconhecimento da importância da inovação, ambos intrínsecos na cultura suíça, são essenciais para implementar políticas de inovação.

Colaboração e participação ativa

A realização dos projetos de inovação só é possível com a lei de inovação da Suíça, conhecida pela sigla RIPA. A norma responsabiliza o governo pelo estímulo da pesquisa e desenvolvimento. Além disso, ela também é responsável por promover discussões e submeter as propostas para aprovação da assembleia legislativa.

No entanto, diferentemente do Brasil, as decisões não são tomadas pelos representantes eleitos e sem a opinião da população. Questões fundamentais para a Suíça, por exemplo, são votadas pelos próprios eleitores.

Diante desta grande responsabilidade, a população é preparada para entender sobre os assuntos abordados e participar das discussões que vão afetar o desenvolvimento do país.

Valorização da cultura de inovação

O sistema de voto colaborativo também é responsável pela valorização da cultura da inovação na Suíça. Por entenderem as consequências positivas e negativas, os suíços têm a consciência de que propostas de inovação aumentam a qualidade de vida e a riqueza.

Com um sistema que incentiva o conhecimento, o desejo por inovação continua constante.

Educação precisa ser prioridade

Para construir a responsabilidade social dos suíços, a educação é essencial. O país não mede esforços para prover um sistema de educação de qualidade desde o jardim de infância até a pós-graduação.

A Suíça também incentiva a formação de estudantes em outros países e tem programas para receber estrangeiros nas universidades. A ideia é compartilhar conhecimentos que possam contribuir com o desenvolvimento do país, e fomentar a cultura da inovação no mundo.

Investimentos na academia e em pesquisas

O compromisso com a educação também pode ser observado nas universidades. A Suíça valoriza e incentiva a pesquisa por meio de fundos financiadores. A Fundação Nacional de Ciências da Suíça (SNSF), por exemplo, direciona os recursos para pesquisa básica. Já a pesquisa aplicada conta, majoritariamente, com a iniciativa privada.

Para que tudo isso seja possível, a coordenação das pesquisas segue uma gestão descentralizada que evita duplicidade de esforços. Além disso, promove a colaboração entre universidades, centros de pesquisa e iniciativa privada. A ideia principal é fazer com que as instituições de ensino e academias coloquem pesquisas em prática com a ajuda de empresas.

Previsibilidade e estabilidade proporcionam um ecossistema aberto a novas ideias

A valorização da colaboração e da cultura de inovação não foram as únicas variáveis responsáveis por tornar a Suíça líder em inovação no mundo. Por ser uma nação neutra durante diversos conflitos políticos e econômicos, a Suíça se tornou um dos principais centros financeiros.

Outro ponto interessante é que o país tem estabilidade econômica e social, e previsibilidade jurídica. Além disso, o país usa reguladores que fomentam o desenvolvimento.

E para o país poder crescer economicamente, foi necessário estabelecer relações comerciais e de prestação de serviços internacionais. Isso aconteceu, pois a Suíça, diferentemente do Brasil, não conta com uma abundância de recursos naturais. Por conta disso, o país europeu líder em inovação no mundo aproveitou da proximidade com países desenvolvidos para estabelecer relacionamentos.

Cooperativas suíças inovadoras

A cultura da inovação na Suíça também atingiu as cooperativas. Segundo o relatório Monitor Cooperativo 2020 da Idée Cooperative, a população suíça não enxerga as cooperativas como inovadoras, no entanto, o país conta com algumas cooperativas de sucesso - e com foco em inovação.

Gütter

Gütter, ou Bens, em português, é uma cooperativa localizada em Berna, capital da Suíça. A organização consiste em uma loja participativa, onde apenas as pessoas que trabalham lá por duas a três horas por mês podem fazer compras.

Segundo Nicholas Pohl, um dos associados da Gütter, a cooperativa oferece produtos iguais aos dos supermercados, mas a preços mais acessíveis. A ideia é usar o trabalho voluntário para evitar os custos de distribuição das mercadorias.

Red Brick Chapel

A Red Brick Chapel é a única gravadora cooperativa da Suíça. Ela pertence apenas aos músicos e produtores.

De acordo com Christian Müller, um dos cooperados, são os artistas que traçam o futuro da organização e mantêm o controle sobre as obras.

Veloblitz

A Veloblitz é uma cooperativa de entregadores de bicicleta que sempre estão vestidos com roupas refletivas amarelas. O diretor-gerente conta que a organização surgiu em 1989 com o desejo do fundador de empreender, distribuindo a responsabilidade.

Atualmente, os funcionários devem ser coproprietários da cooperativa. Entretanto, trabalhadores que não se tornam associados e ex-funcionários que ainda são cooperados ainda participam das discussões.

Mais que morar

Mais que morar é uma cooperativa habitacional em Zurique, na qual os moradores vivem em comunidade. Além da área residencial, o local conta com espaços para desenvolvimento de projetos de uso comum, como oficinas, sauna, parque interno e escritório compartilhado.

Os moradores também podem firmar parcerias com outras cooperativas. Um dos moradores, por exemplo, tem uma assinatura de colheita de vegetais e colabora com uma organização de leite. Mas, para receber os produtos, ele precisa trabalhar algumas vezes para as cooperativas.

Conclusão: a hora de fomentar a cultura da inovação no mundo é agora

A Suíça aproveita as oportunidades internas e externas para se desenvolver e focar na inovação do país. Mesmo sem muitos recursos naturais para construir sua economia, a nação se esforçou para criar um ambiente desenvolvido. Além disso, a cultura participativa é essencial para que propostas inovadoras continuem sendo implementadas.

Para se aproximar do país líder em inovação no mundo, o Brasil ainda tem um longo caminho a seguir. No entanto, sua cooperativa não precisa esperar tanto tempo assim para apostar em práticas inovadoras.

Se você quer aumentar a cultura da inovação em sua organização, mas ainda não sabe como, confira o Guia Prático: 9 medidas para promover a cultura de inovação na sua cooperativa do InovaCoop. Você não vai se arrepender - e vai inovar muito!

<p>A era do big data proporciona dados sobre tudo. Nesse cenário, como escolher as métricas adequadas?</p>

Como lidar com as métricas quando há dados para tudo?

As métricas são ferramentas para tomar decisões mais assertivas. Selecionamos 7 dicas para te ajudar nesse desafio!


Em tempos de big data, é possível obter dados sobre tudo. Quando tudo é mensurável, há um risco de cair na armadilha de dar atenção a informações desnecessárias e acompanhar métricas que não contribuem para a tomada de decisão.

Todos esses dados por si só, afinal, não dizem muita coisa. Sem saber no que prestar atenção, na verdade, eles podem proporcionar conclusões erradas e induzir a cooperativa a tomar caminhos inadequados.

Métricas servem para acompanhar indicadores relevantes para a estratégia da cooperativa. Somente medir, no entanto, não garante resultado. As métricas, portanto, têm o papel de indicar o andamento dos objetivos, revelar pontos de melhora e oportunidades de negócios.

A digitalização do mundo abriu o leque para os dados. É possível saber quantas pessoas colocaram seu produto no carrinho de compras na sua loja virtual mas acabaram não comprando. Ou a proporção de clientes que abriram sua comunicação por e-mail e compraram graças a um anúncio.

Só que não dá para ficar de olho em tudo. Além de ser coisa demais, muitos desses dados não são relevantes para o negócio da cooperativa. Confira, então, dicas para usar essas métricas a seu favor. Boa leitura!

Como lidar com as métricas em tempos de big data

Não é fácil lidar com os dados abundantes disponíveis. Por isso, é importante saber no que prestar atenção. Selecionamos algumas dicas para te ajudar nesse processo, confira!

1. Mensurar é importante para inovar

Dados são mais assertivos do que opiniões para encontrar oportunidades de inovar nas cooperativas. Só que, para isso, qualquer dado não basta, é necessário escolher as informações certas.

Diante disso, a cooperativa vai entender onde está tendo problemas, onde há oportunidades para aprimorar processos e o que pode ser feito de novo. Essa lógica vale mesmo quando as coisas estão indo bem, afinal a inovação não pode ter trégua.

2. Boas métricas são claras e simples

Uma métrica precisa ser fácil de entender. Para isso, ela deve ter clareza e simplicidade. Uma boa métrica é aquela que as pessoas compreendem o que está sendo mensurado e como ela se conecta com o objetivo ao qual está associada.

Olhe para os números mais relevantes de performance, gargalos críticos e apostas que a sua cooperativa está fazendo. São essas métricas que têm que tomar o seu tempo e ocupar sua atenção.

3. Uma história de dados é contada com o tempo

Um único dado em determinada métrica não diz muita coisa. É necessário olhar todo o histórico a fim de entender sua evolução e, com isso, tirar conclusões. Um mesmo número dentro de determinada métrica pode significar progresso ou indicar um problema. Só dá pra saber ao olhar o que vem antes.

Isso acontece porque, na prática, os dados contam histórias. Não adianta olhar pra fotografia, e sim para o filme. Para entender mais sobre esse tema, confira nosso guia prático sobre storytelling com dados!

4. Cada negócio demanda suas próprias métricas

Não se baseie em métricas da moda ou copie o que seus concorrentes estão fazendo. A sua cooperativa tem o próprio planejamento e uma série de objetivos. Foque nas métricas que atendem a eles.

Fazer benchmark é, sim, algo positivo e pode inspirar inovações. No entanto, replicar acriticamente um modelo de métricas de outra instituição vai gerar dados que não fazem sentido para sua cooperativa. Então ao tomar inspiração de um case de sucesso, se espelhe no conceito, mas não replique a tática.

5. Defina objetivos e caminhos para encontrar métricas adequadas (OKR)

Uma maneira de encontrar as melhores métricas é por meio da metodologia OKR. A sigla significa Objectives and Key Results - ou seja: objetivos e resultados-chave, em português. O OKR é uma maneira de estabelecer resultados interconectados que, juntos, contribuem para alcançar os objetivos definidos no planejamento da cooperativa.

Para colocar o OKR em prática, a cooperativa deve definir quais são seus objetivos almejados. Eles precisam ser mensuráveis objetivamente. A partir disso, a etapa seguinte é estabelecer os resultados-chave, que representam processos que devem ser realizados para que o objetivo seja alcançado. Neste artigo, conheça mais sobre o OKR e veja exemplos.

6. Motivações influenciam a escolha das métricas

Antes de escolher uma métrica, defina o que sua cooperativa considera sucesso. Em que lugar a sua cooperativa se imagina estar em certo período? Uma cooperativa pode valorizar mais seu impacto na comunidade do que a arrecadação bruta, por exemplo.

O ponto é que não dá pra ser tudo ao mesmo tempo. Uma cooperativa precisa de foco. Se você está focado em crescer a base de clientes, será que faz sentido dar atenção aos dados sobre ticket médio de compras? Ter um monte de métricas só vai confundir na hora de tomar decisões rumo ao objetivo almejado. As métricas representam suas prioridades, afinal.

7. Métricas são ferramentas para subsidiar decisões, e não um fim em si

As métricas são somente indicadores que ajudam a cooperativa a tomar decisões e planejar os próximos passos. Diante disso, elas só fazem sentido dentro de um contexto de negócios e inovação na cooperativa.

As métricas são indicativos que subsidiam o planejamento da cooperativa em prol dos objetivos definidos no planejamento. Isto é: as métricas são ferramentas. Acompanhe os dados que vão gerar valor para a gestão da cooperativa.

Conclusão

As métricas precedem as ações. Acompanhar dados é, sim, muito importante para a estratégia das cooperativas. Eles indicam caminhos, mas as atitudes precisam vir dos gestores capazes de analisar esses dados e tomar ações a respeito. As métricas são uma bússola para a inovação.

Para tirar melhor proveito das métricas, confira nosso guia prático sobre como tomar decisões baseadas em dados. Conheça os principais conceitos relacionados à tecnologia de dados, entenda a importância de transformar dados em informações estratégicas e fique por dentro das melhores ferramentas para analisar dados.

<p>Confira quais foram as tendências que protagonizaram o SXSW 2024!</p>

De IA ao fim das redes sociais: 7 tendências do SXSW 2024

Tradicional evento de inovação abordou os benefícios e os malefícios das novas tecnologias, sem deixar de lado a interação humana com cada uma delas


Entre 8 e 16 de março, Austin, capital do Texas, sediou mais uma vez o festival South by Southwest, mais conhecido como SXSW 2024. O evento, criado em 1987, reúne inúmeras atrações e palestras relacionadas à tecnologia e seu papel na construção de um futuro inovador.

Nesta edição, assim como nas anteriores, a Inteligência Artificial foi o assunto mais discutido. Suas consequências no mundo e a necessidade de medidas de segurança também foram tópicos abordados durante o festival.

Mas não foi só a IA que se destacou durante o festival. Temas como tokenização, réplicas digitais, procedimentos de saúde avançados e o superciclo tecnológico também foram abordados em detalhes pelos palestrantes.

A seguir, dentre os diversos assuntos discutidos por lá, reunimos seis temas que mais se destacaram no festival. Confira as tendências do SXSW 2024!

1. O que podemos esperar da IA

Depois de muitos anos falando sobre as novas tecnologias e criações, os palestrantes do SXSW 2024 estavam mais focados em apresentar e discutir as consequências diretas e indiretas causadas pela IA. Confira algumas das previsões compartilhadas no festival.

Não é a IA que ficará com o seu trabalho

Muito se fala sobre como as IAs podem substituir os humanos em inúmeros trabalhos, o que deixa boa parte da população preocupada com o futuro do mercado de trabalho. No entanto, Tom Ajello, sócio e diretor global de Experiência, Inovação e Engenharia da Lippincott, argumenta que a realidade não é nada parecida com essa especulação.

Durante seu painel no SXSW 2024, Tom pontuou que a grande razão para a perda de empregos não é a IA, e sim a falta de aprendizado sobre ela. Segundo ele, pessoas que sabem usar ferramentas de inteligência artificial vão sair na frente de quem não busca conhecimento: “Quem aprender a usar inteligência artificial ficará com o seu emprego”.

IAs continuam com tendências enviesadas

Ao observarmos o poder da IA de criar, esquecemos que todas essas ferramentas foram criadas e ensinadas por nós, seres humanos. É por isso que Amy Webb, fundadora e CEO do Future Today Institute, trouxe o assunto à tona durante sua palestra no SXSW 24.

Amy lançou a 17ª edição do Relatório de Tendências Tecnológicas de seu instituto e aproveitou para compartilhar as principais tendências. Uma delas é a piora no enviesamento das inteligências artificiais.

Durante a palestra, a CEO revelou que ao refazer testes para verificar o viés de gênero e raça das ferramentas de IA recebeu um resultado ainda pior. Segundo ela, os resultados obtidos evidenciam preconceito intrínseco na sociedade e a urgência de resolver o problema.

A necessidade de regulamentar e responsabilizar

Diante das evidências de preconceito e dos inúmeros usos indevidos das IAs, Amy Webb fomenta a ideia de regulamentar as ferramentas e responsabilizar quem lida com elas. Amy ainda sugeriu que os profissionais responsáveis pelas inteligências artificiais devem passar por treinamentos éticos, garantindo, portanto, um bom uso das ferramentas.

“Um médico não pode operar sem licença e pode até ir preso se cometer um erro muito grave. A AI não vai para a cadeia se 'alucinar', e quem vai consertar seus erros?”, questionou a futurista.

Já a regulamentação evitaria a replicação de novos modelos maléficos de IA, que podem ser usados para cometer crimes e criar fakes, por exemplo. “O sistema [de inteligência artificial] não foi criado apenas para imaginar homens brancos no poder e, sim, também para pegar nossos dados e opiniões. E se criar um grande evento falso com todos os elementos para que acreditemos se tratar de um fato?”, argumentou.

2. Estamos passando por um superciclo tecnológico

Além de falar sobre a Inteligência Artificial, Amy Webb fez uma grande constatação: estamos vivendo um superciclo tecnológico. Segundo ela, essa nova fase vivida é constituída pelas ferramentas de IA, pela biotecnologia e pelo ecossistema de dispositivos interligados.

Com tantas inovações acontecendo ao mesmo tempo, Webb afirma que esse superciclo tecnológico pode remodelar o modo como vivemos. Parece assustador, mas essa não é a primeira vez que a humanidade se depara com inúmeras mudanças. “O último superciclo de tecnologia que aconteceu foi a revolução industrial”, refletiu a futurista.

Computadores no rosto

Amy não deixou de comentar sobre os computadores faciais, como o Apple Vision Pro e o Meta Quest 3, e como eles podem prever as intenções de quem os usa. As câmeras e sensores presentes nessas tecnologias captam dados do comportamento humano através das pupilas.

Com esses dados, Amy Webb acredita que grandes corporações vão conseguir prever nossos sentimentos: “computadores faciais estão sendo projetados para supostamente ajudar o homem a interagir com o mundo de maneira diferente, mas, no meu ponto de vista, eles também estão sendo projetados para prever suas intenções".

A futurista ainda pontuou que essa tecnologia pode ser o início de “uma nova fase de conexão entre o corpo, mente e tecnologia”. “Faremos coisas com nossos corpos que esses equipamentos identificarão muito antes de executarmos”, explicou.

Ela também comentou sobre a possibilidade das corporações usarem os computadores faciais para provocarem os consumidores por meio de gatilhos mentais. Supermercados podem oferecer cupons de desconto e seguradoras podem mostrar o cálculo de probabilidade de morte de maneira dinâmica e personalizada.

Perenidade das tendências

Outro assunto abordado foi a visão de que a nossa tecnologia está na pior fase. Parece uma constatação estranha, visto que vivemos um período de inovação constante e desenfreada.

No entanto, Amy Webb explica que, cada vez mais, as tendências chegam e somem com muita rapidez. Dessa maneira, sempre olhamos para o futuro com a esperança de algo melhor, mais atualizado e, consequentemente, a realidade em que vivemos parece cringe e desatualizada.

3. Tecnologia & saúde

A saúde também está passando por mudanças causadas pelo avanço da tecnologia e, por conta disso, o assunto foi pauta no SXSW 2024.

Durante o painel “IA, Saúde e o Estranho Futuro da Medicina”, Mark Sendak, pesquisador no Duke Institute for Healt Innovation, refletiu sobre o impacto da inovação. Segundo ele, “as novas tecnologias não foram criadas especificamente para a saúde, mas ajudam a tornar tudo mais rápido”.

Medicina personalizada: IA e sensores

Uma das grandes vantagens de implementar a Inteligência Artificial em qualquer tipo de trabalho é a agilidade que ela oferece. Ao invés dos trabalhadores começarem projetos do zero, eles podem contar com as ferramentas inteligentes que aceleram o processo.

“Quando você trabalha em certos casos agora, você não precisa começar do zero fazendo uma curadoria de conjunto de dados. Há uma enorme quantidade de tarefas que você começa a enfrentar mais rapidamente”, explicou Sendak.

As tecnologias wearables (vestíveis, em tradução livre) também contribuem para a personalização do atendimento, diagnóstico e tratamento dos pacientes. Isso porque os dispositivos possuem inúmeros sensores que captam informações de saúde.

Portanto, com a rapidez e a habilidade oferecidas pelas IA, e com sensores precisos, a medicina tem o potencial de se tornar cada vez mais personalizada.

Detectar e evitar doenças

Outro tópico discutido foi a capacidade da tecnologia de detectar e evitar doenças. Atualmente, com apenas um exame de retina, é possível identificar a predisposição para diabete, aneurisma e pressão alta. Estudos também apontam que o mal de Alzheimer, a doença Parkinson e a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) também podem ser detectados.

Já quando falamos em curar problemas de saúde genéticos, o CRISPR é protagonista. Vista como uma das maiores descobertas da biologia, a tecnologia pode cortar uma parte do DNA, fazendo com que as células se reprogramem.

Saúde mental

As inovações no ramo da medicina não foram as únicas a ganharem um espaço nos palcos do SXSW 24. Além de ser abordada por diversos palestrantes, a saúde mental, antes vista como tabu, foi tema principal do festival.

Durante a conversa “Mindfulness acima da perfeição: caindo na real sobre a saúde mental”, a cantora Selena Gomez e o jogador de futebol americano Solomon Thomas enfatizaram a necessidade de se abrirem para o público.

 “Minha mãe me incentivou a dividir meus sentimentos e logo muitas pessoas me agradeceram, dizendo que lutavam com pensamentos parecidos e que minha história os tinha dado força. Se você é humano, você é vulnerável”, contou o atleta.

A urgência de desconstruir os preconceitos a partir do compartilhamento de histórias e sentimentos foi seguida pela necessidade de políticas públicas e ações focadas na saúde mental da população. Mas não é só a relação entre as pessoas que precisa de atenção.

O bem-estar e saúde mental também afetam o ambiente de trabalho. A palestra “Bad Workplace Culture is Giving Burnout” (A Má Cultura de Trabalho está causando Burnout, em tradução livre) explicitou como algumas culturas organizacionais podem causar o esgotamento dos trabalhadores.

4. Dê adeus às redes sociais como conhecemos

Amy Webb não mentiu quando disse que as tendências e tecnologias estão cada vez mais perenes. E durante um dos painéis, John Dempsey, diretor geral da Bodegam, estúdio criativo da Wieden+Kennedy, e Krystle Walter, head de parcerias criativas com agências do TikTok, compartilharam desta opinião.

Dempsey e Walter pontuaram que, no início, as redes sociais tinham o propósito de serem plataformas que conectam pessoas. No entanto, agora o foco está cada vez mais voltado para o que cada internauta gosta de ver e acompanhar.

Os algoritmos também foram essenciais para que o propósito das plataformas mudasse e ainda detêm um papel importante nas redes. Responsáveis por analisar as preferências dos usuários, os algoritmos oferecem uma experiência personalizada para cada internauta. Além disso, eles também bonificam, através da promoção, conteúdos que possuem uma taxa alta de interação.

Manter-se relevante nas redes sociais, portanto, está cada vez mais difícil. Pensando nisso, Dempsey e Walter compartilharam seis dicas para as marcas se manterem em alta em meio a abundância de conteúdos.

  •     Aprofunde-se na inteligência cultural;
  •     Relaxe as diretrizes da marca;
  •     Abra espaço para a cocriação;
  •     Crie conteúdos provocadores;
  •     Conquiste partidários, não fãs;
  •     Entretenha os seguidores.

A união faz a força: collabs entre marcas

Outra maneira de atrair mais internautas e ganhar seguidores é a colaboração entre marcas. As organizações podem aproveitar o espaço virtual e suas inúmeras ferramentas para criarem posts colaborativos.

Ao compartilharem suas visões, valores e objetivos, as marcas podem firmar uma parceria. Dessa maneira, ambas as organizações podem prosperar e buscar novos consumidores. Para inovar na comunicação colaborativa, no entanto, é importante que as marcas envolvidas compartilhem valores, objetivos e se complementem.

5. O futuro é humano

Mesmo com milhares de inovações baseadas na inteligência artificial e no uso de máquinas, o SXSW 2024 não deixou de abordar tópicos sobre o comportamento humano e seu papel em um mundo repleto de mudanças e novidades. A palestra de abertura já começou mostrando o quão importante é a presença humana.

Em “Explore o espaço e a poesia com a Nasa”, Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciência Planetária da Nasa, e Ada Limón, poeta, revelaram que a artista escreveu um poema que será enviado em uma missão para Júpiter. O objetivo é usar a obra como forma de contato, caso encontrem vida no planeta.

Já em outros momentos, os palestrantes aproveitaram para compartilhar dicas e técnicas que podem ser aderidas no ambiente de trabalho, e fazer reflexões importantes. A proposta dessas conversas é mostrar que a evolução humana ainda é muito importante para as sociedades.

  •     Felicidade é a razão do bem-estar, produtividade e lucro;
  •     Resolver conflitos é imprescindível para criar ambientes de trabalho saudáveis;
  •     Como é possível resolver conflitos com coragem, curiosidade e conexão.

Solidão e tecnologia

Parece estranho relacionar o sentimento de solidão à tecnologia, no entanto, esta relação é real e também foi discutida durante o SXSW 2024. Com a pandemia de Covid-19 e o avanço das tecnologias, houve um distanciamento social.

Mas, para o alívio de todos, os palestrantes mostraram que há uma luz no fim do túnel. Enquanto Jay Shetty, CPO do aplicativo de meditação Calm, e Charles Duhigg, autor, apresentam a solução para o distanciamento social, o CEO da Daybreaker, Radha Agrawal aponta os culpados: a competitividade, a economia e a tecnologia.

6. Tecnologia & causas ambientais

Antes mesmo da IAs ganharem notoriedade no mundo, a sociedade já se preocupava com causas ambientais. Então, por que não juntar a preocupação com as tecnologias disponíveis?

Menos emissão de carbono

Segundo o levantamento do MIT Technology Review “10 Tecnologias Inovadoras de 2024”, o uso de células solares supereficientes vai aumentar. A ideia é prover alternativas sustentáveis para gerar energia e reduzir as emissões de carbono.

Atualmente, parte da luz captada pelos painéis solares não é convertida em energia. Diante desse problema, tecnologias capazes de tornar as células solares ainda mais eficientes estão sendo desenvolvidas.

Outro recurso tecnológico desenvolvido e utilizado para a redução da emissão de carbono é a bomba de calor. Os aparelhos elétricos são utilizados para aquecer edifícios de forma mais sustentável e, no futuro, podem descarbonizar setores industriais.

Energia geotérmica

E quando o assunto é o clima, a aposta está na energia geotérmica, já que, além de ser considerada mais limpa que outras, é virtualmente ilimitada.

No entanto, a tecnologia está passando por alguns desafios, causados pela falta de técnicas de perfuração. Para liberar o calor da Terra de forma correta e segura, essas técnicas aprimoradas precisam ser desenvolvidas.

Amazônia em foco

A Amazônia também ganhou um espaço no SXSW 2024. Durante o painel “Bioeconomia: Prosperando na Amazônia”, o desenvolvimento socioeconômico da região e a conservação da floresta foram discutidos.

Txai Suruí, ativista indígena brasileira, Colette Pichon Battle, advogada e ativista climática, e Angela Pinhati, diretora de sustentabilidade de Natura, chamaram a atenção para a necessidade de mobilizar ações que mitiguem a exploração e o uso de recursos naturais. O objetivo é incentivar práticas regenerativas e projetos sustentáveis.

7. Impacto das tendências 

Com nove dias de evento e uma infinidade de palestras, chegamos a uma conclusão, junto à Amy Webb: as IAs, sejam elas generativas, ou não, já dominaram 20 segmentos. Na mais nova edição do Relatório de Tendências Tecnológicas, a futurista classificou o impacto de tendências tecnológicas, variando de curto prazo a longo prazo.

Material adaptado de um trabalho original da Inventta.

Seguindo o caminho das IAs, as tendências Robôs e Drones, Clima e Tecnologia Verde, e AR/VR/VX seguem causando impactos a curto prazo em metade dos segmentos analisados. Já as tendências de Bio Engenharia, Bio Generativa, Arquitetura da Computação, Metaverso, Infraestrutura Web3 e Mobilidade apresentam impactos a médio e longo prazo.

A tendência que caminha devagar e não pretende impactar os setores tão cedo é a Tecnologia Quântica. Apenas nos setores de Telecomunicações, Política e Governo, e Serviços Financeiros conseguiremos enxergar mudanças a curto prazo.

Conclusão: o SXSW 2024 nos preparou para o futuro

Mesmo com a perenidade das tendências e tecnologias, e dos riscos inerentes às Inteligências Artificiais, ainda temos um longo caminho repleto de inovações que podem mudar positivamente o mundo. É por isso que é essencial abraçar as novidades tecnológicas, tentar entendê-las e implementá-las nas cooperativas.

E se você ficou interessado em implementar ferramentas de inteligência artificial no dia a dia de sua cooperativa, confira o guia prático Chat GPT: Como Usar a Inteligência Artificial na Prática do InovaCoop!

<p>Sistema OCB participou do evento para troca de conhecimentos e oportunidades</p>

South Summit Brazil destaca tendências de inovação

Entre os dias 20 e 22 de março, o evento global South Summit Brazil, realizado em Porto Alegre, reuniu empresas, líderes mundiais, startups, investidores e instituições que buscam acelerar a inovação, construir relacionamentos duradouros e identificar oportunidades de negócios. Para representar o Sistema OCB, a equipe do Núcleo de Inteligência e Inovação, formada pelo gerente Guilherme Costa e os analistas Helllen Beck e Eduardo Sampaio estiveram presentes. 

A estrutura do evento é reconhecida como uma das principais plataformas empreendedoras e de inovação do mundo, por proporcionar uma rede de conexões entre os principais agentes do ecossistema e gerar impactos positivos para o impulsionamento de negócios. Tendências para os próximos anos são evidenciadas e debatidas entre os participantes. 

Para Guilherme Costa, a equipe teve a oportunidade de acompanhar palestrantes de peso e todas as novidades do ecossistema de inovação para enriquecer ainda mais o programa coordenado pela unidade nacional. "Compreendemos, por exemplo, que falar de inteligência artificial e sustentabilidade não é mais uma questão de futuro, mas sim da realidade. Percebemos que precisamos nos preparar para as próximas tendências que podem se transformar em oportunidades para as cooperativas", disse.

Hellen considerou importante aprender mais sobre as human skills, que geram relevância e capacitação para todos que trabalham com inovação, a partir de uma base sólida que corrobora o sucesso profissional. "No encontro foi possível entender quais são as últimas tecnologias e tendências de inovação e, também, encontrar inspiração e insights que podem ser replicadas para coops e para o Sistema OCB", ressaltou. 

Já Eduardo Sampaio destacou que a imersão permitiu uma observação das discussões lideradas pelos principais nomes da inteligência artificial, da energia renovável, do clima, investimentos em tecnologia, além dos ecossistemas de inovação. "Pudemos absorver conhecimentos que ajudarão a orientar as estratégias do Núcleo. Saímos sentindo que estamos preparados para impulsionar o cooperativismo em sua jornada de inovação para torná-lo mais competitivo". 

As tendências mais relevantes observadas durante o evento incluem:  

•  Inteligência Artificial: que caminha para a criação de novos geradores de linguagem natural e interações mais próximas dos seres humanos. O comportamento das ferramentas de IA também se tornam cada vez mais relevante;

•  Infoxication: excesso de informações que leva as pessoas à intoxicação de novos aprendizados e torna difícil a filtragem ou o foco no que realmente importa;

•  Intraempreendedorismo: patrocínio de líderes à iniciativas que promovem a diversidade de ideias e ampliam o funil de entrada de novas propostas, o que incentiva a colaboração orgânica entre os empregados e áreas da empresa.

•  Ecossistemas de Inovação: educação tecnológica e um ambiente de negócios favorável para o surgimento e o fortalecimento desses ambientes;

•  Integração da Sustentabilidade nos Modelos de Negócios: abrange a sustentabilidade integrada aos modelos de negócios e governança corporativa. Permanece como uma tendência-chave de inovação, com uma mentalidade focada na redução de impactos ambientais para permitir que as empresas garantam lucratividade e desempenhem um papel benéfico na sociedade.

•  Transição Energética com Inovação e Sustentabilidade: discute os desafios da energia emergente, como veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia descentralizados.


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