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<p>Por meio de dois casos práticos, veja como o Mix de Fomento pode impulsionar iniciativas de inovação nas cooperativas!</p>

Mix de Fomento: conheça duas cooperativas que buscaram fontes de financiamento com apoio do Sistema OCB

Sorteada pelo Sistema OCB, a Optar Orgânicos e a Coprel, membro do GT InovaCoop, receberam consultoria para mapear oportunidades de financiamento de projetos.


A 2ª edição da Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro, realizada pelo Sistema OCB, revela que a falta de dinheiro é a principal dificuldade que as cooperativas enfrentam para executar projetos inovadores. Para lidar com isso, um caminho é buscar fontes externas de financiamento. O Mix de Fomento da ABGI é uma ferramenta para encontrá-los!

Segundo a ABGI, a ideia é criar um mix balanceado de instrumentos de fomento que abranja recursos não reembolsáveis, reembolsáveis, recursos humanos, incentivos fiscais e outras formas de apoio. As fontes de financiamento variam de acordo com a natureza dos projetos de inovação e a necessidade da cooperativa.

Diante disso, o Sistema OCB convidou duas cooperativas para participar do Mix de Fomento, com consultoria da ABGI, a fim de encontrar fontes de financiamento adequadas para seus projetos. São cooperativas de diferentes portes, regiões e ramos de atuação, mostrando como a metodologia pode ser aplicada em diversas ocasiões. O Mix de Fomento tem três etapas:

1. Tudo começa a partir de entrevistas com a cooperativa com o objetivo de conhecer os projetos apresentados e o potencial de inovação em cada um deles.

2. Depois disso, a ABGI busca e seleciona oportunidades de fomento aderentes às iniciativas selecionadas.

3. Ao final, ocorre a reunião de entrega das oportunidades encontradas e do plano de alavancagem de fomento, com visão de curto, médio e longo prazo, além de orientações.

Conheça, então, as duas cooperativas que participaram do Mix de Fomento com aconselhamento da ABGI a convite do Sistema OCB!

Optar Orgânicos

A primeira cooperativa a participar do Mix de Fomento da ABGI com apoio do Sistema OCB foi a Optar Orgânicos. Fundada em 2019, a Optar Orgânicos atua em uma região semiárida no interior do Ceará e tem a produção de acerola como carro-chefe. A cooperativa agropecuária foi sorteada após participar do lançamento da segunda Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro, durante o Cooptech Summit de 2023.

“Lá, eu tive a oportunidade de expressar que as cooperativas pequenas, que estão na ponta, têm de acessar fontes de fomento. A gente sabe que essas fontes existem, mas é complexo para conseguirmos acessá-las”, narra Iran Arcino, diretor-presidente da Optar Orgânicos.

Para começar, a ABGI conheceu a cooperativa mais a fundo, assim como seus planos para montar uma agroindústria a fim de processar a produção. O objetivo da Optar Orgânicos é construir uma unidade de beneficiamento para agregar valor aos seus produtos.

Com as informações sobre o projeto da cooperativa em mãos, a ABGI buscou e apresentou opções de financiamento adequadas. “Conhecendo nossas necessidades, eles foram atrás de fontes em que a Optar Orgânicos é elegível e trouxeram alternativas de fontes não reembolsáveis e linhas de crédito”. A cooperativa deu seguimento a algumas oportunidades mapeadas e agora aguarda retorno das entidades.

Mapeando oportunidades para pequenas cooperativas

Arcino avalia que muitas vezes, pequenas cooperativas não têm estrutura ou expertise para mapear oportunidades de financiamento. Dessa maneira, realizar o Mix de Fomento com acompanhamento da ABGI pode fazer uma grande diferença.

“Vemos agora que tem muitos recursos, tem muita coisa para a gente usar. No entanto, não usamos porque não sabemos como chegar até essas fontes de fomento. Falta conhecimento sobre linhas de crédito e também falta conhecimento sobre como acessá-las”, ele explica.

Coprel no Mix de Fomento: energia e impacto social

A gaúcha Coprel, que atua no setor de energia e telecomunicação, é outra cooperativa que participou do Mix de Fomento da ABGI a convite do Sistema OCB. Para decidir quais projetos seriam apresentados, o setor de inovação da Coprel ouviu os facilitadores das áreas internas para selecionar três projetos:

Avaliação social do impacto: o projeto almeja entender os impactos da cooperativa na sociedade considerando retorno financeiro, expectativa de vida e sucessão familiar, de forma a gerar impactos econômicos positivos para uma determinada comunidade.

Análise de informações de distribuição: avaliar as condições climáticas e o histórico das redes de distribuição para entender o comportamento de suas condições a fim de antecipar possíveis problemas para preveni-los antes que eles gerem prejuízos aos usuários.

Geração de energia: o projeto almeja desenhar modelos de otimização de geração na busca por melhorar o rendimento das usinas.

Cada um desses projetos passou por um processo de desenvolvimento do escopo a partir de informações bibliográficas, recursos necessários e definição de metas. Eles foram apresentados para a ABGI no decorrer de três reuniões online. Paralelamente, a cooperativa também saiu em busca de parcerias para aprimorar os projetos.

“Posteriormente, vamos estruturar esses projetos para a ABGI ter mais subsídios ao avaliá-los”, explica Jackson Samuar, orientador de inovação da Coprel. A partir disso, a ABGI levantou e apresentou as possibilidades disponíveis de financiamento para os projetos da Coprel.

“Eles pegaram cada projeto e detalharam, criando um índice para cada um deles e lá dentro classificaram quais fomentos podemos utilizar, como fundos do BNDES e outros”. O levantamento inclui prazos e valores que a cooperativa poderia levantar para as fontes de financiamento de cada um de seus projetos de inovação.

A importância do fomento para a inovação

Agora, a Coprel está desenvolvendo as ideias para apresentá-las às fontes de financiamento mapeadas. “Estamos recebendo os retornos para conseguir ter uma melhor estrutura para esses projetos”, conta Samuar.

Ele aponta que a participação no Mix de Fomento da ABGI também causa impactos positivos na cultura da cooperativa. “A Coprel sempre foi inovadora, tanto pela energia como pela telecom, mas essa busca por fomento é algo muito novo para nós. Entender as linhas de crédito, as possibilidades, a importância das consultorias também para conseguir o fomento, foi um grande aprendizado”, avalia.

Samuar também ressalta a importância do apoio institucional para a inovação no cooperativismo. “A abertura que o Sistema OCB, a Ocergs e o Sescoop oferecem à área de inovação das cooperativas é muito importante, pois conseguimos visualizar diversas possibilidades”.

Por fim, o orientador de Inovação ressalta a importância do Hub Aliança para o desenvolvimento dos projetos de inovação da Coprel, inclusive os que foram selecionados para integrar o Mix de Fomento. “Toda cooperativa deveria poder contar com uma área de inovação estruturada a fim de fomentar e auxiliar o desenvolvimento de novos projetos inovadores”.

Conclusão: Radar do Financiamento

A ABGI também é parceira do Sistema OCB no Radar de Financiamento, uma plataforma do InovaCoop que compila diversas fontes para que as cooperativas possam obter recursos e tirar suas iniciativas inovadoras do papel.

“O Radar facilita a visualização de um mundo de oportunidades quando se pensa em financiamento e fomento a projetos de inovação. Este é o primeiro passo para adotar estratégias de captação de recursos para ações inovadoras e sustentáveis que são tão essenciais para impulsionar a competitividade das cooperativas nos mais variados ramos”, explica Guilherme Costa, gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação da OCB.

Ao todo, mais de 70% dos gastos em iniciativas inovadoras no Brasil são feitos exclusivamente com recursos próprios. Diante disso, buscar oportunidades externas de financiamento é uma maneira de dar mais fôlego para tirar ideias e projetos do papel.

Para aprender a usar o Radar de Financiamento, confira o guia prático em que explicamos o funcionamento e os recursos disponíveis na ferramenta. Além disso, a ABGI também contribuiu para a elaboração de um curso online sobre fontes de fomento para a inovação, que pode ser acessado gratuitamente no CapacitaCoop!

<p>Conheça o Visual Thinking e veja como elementos visuais podem contribuir para a criatividade e a inovação!</p>

Visual Thinking: como usar elementos visuais no processo de Design Thinking

Técnica adota desenhos simplificados para comunicar e discutir ideias de forma mais clara e engajadora


O sistema conhecido como Design Thinking propõe uma abordagem em etapas, usando métodos do design para encontrar soluções práticas e aplicáveis para as organizações. O processo prevê a empatia no usuário da solução a ser desenvolvida, a definição do problema, a ideação de possíveis soluções, a prototipagem e o teste destas soluções.

Estas fases, porém, podem ter sua eficácia potencializada pelo uso de elementos visuais para organizar e apresentar as ideias de forma mais clara e intuitiva. É aqui que entra o chamado Visual Thinking, traduzido para o português como pensamento visual. Trata-se do uso de linguagem visual para comunicar ideias, resumir informações com clareza e engajar pessoas.

Neste artigo, vamos entender o que é Visual Thinking, porque ele é importante para processos de inovação, a estrutura fundamental do Visual Thinking e quais são os caminhos para colocá-lo em prática. Boa leitura!

O que é Visual Thinking e para que serve

O Visual Thinking é uma nova maneira de se olhar, apresentar e debater ideias e pode ser aplicado na apresentação de projetos, sejam de negócios ou pessoais. Ao usar esta técnica, as ideias são desenhadas - de preferência com papel e caneta - usando traços simplificados, em uma distribuição capaz de hierarquizar informações e esclarecer os conceitos.

São esboços rápidos, feitos a mão, fáceis de ajustar e adaptar caso seja necessário. É importante ter em mente o conceito de “menos é mais”: imagens simples transmitem ideias de forma mais rápida e descomplicada. Dessa forma, o Visual Thinking não tem um formato pré-definido e pode se apresentar na forma de esquemas, diagramas, imagens ou mapas mentais.

É comum pensar que o desenho está restrito às crianças e aos criativos, mas a capacidade de desenhar é inata do ser humano. Nós simplesmente desaprendemos a usá-la. O objetivo do Visual Thinking é resgatar essa habilidade para facilitar a comunicação.

Por que você deve aprender sobre Visual Thinking

Nosso pensamento é visual: imagens são processadas mais rápido do que textos e nos ajudam a memorizar aquilo que é exposto. Por isso, ao aplicar o Visual Thinking você se conecta melhor com sua audiência e estimula a geração de ideias, a criatividade e a aprendizagem, abrindo caminho para uma construção coletiva.

No mundo dos negócios, o pensamento visual descomplica pontos complexos de um projeto, clarifica ideias até então vagas e engaja as pessoas envolvidas na discussão. O uso de papel e caneta torna a atividade mais inclusiva e espontânea, mas nada impede a adoção de tablets, computadores ou outras tecnologias.

A espinha-dorsal do visual thinking

O visual thinking não começa pela necessidade de aprender a desenhar melhor, mas sim de aprimorar a nossa visão. A técnica é dividida em quatro ações-chave: observe, veja, imagine e mostre.

1. Observe

Nesta etapa, colete as informações relevantes para você. Observar significa juntar dados visuais, fazer uma varredura do ambiente e construir uma imagem global de onde partirá todo o processo.

2. Veja

Depois de observar, é preciso refinar o olhar. Manipule a informação, crie categorias, identifique padrões e hierarquize os dados coletados.

3. Imagine

A partir do material analisado, é hora de imaginar como transformar esta informação em imagens. Faça associações, aplique símbolos e metáforas, crie narrativas. Pense em novas formas de agrupar e organizar as informações.

No mundo dos negócios, imaginar muitas vezes significa ter ideias originais para resolver um problema. Uma boa forma de fazer isso é usar o método SQV: Simplifique, Qualidade, Visão.

  •     Simplificar: trata-se de buscar a forma mais descomplicada e efetiva para desenhar uma solução; optando pelo caminho mais simples, você libera espaço na sua mente para novas ideias e insights e não fica preso nos detalhes de um desenho complexo.
  •     Qualidade: em oposição a quantidade, significa que é melhor usar uma imagem que se aprofunde em um ponto do que criar desenhos que abordam de forma rasa diversos aspectos de um problema.
  •     Visão: significa adequar a mensagem à audiência e ter em mente que uma visão clara para você não necessariamente é clara para todos.

4. Comunique

O último ponto na espinha-dorsal do Visual Thinking é escolher as ferramentas para comunicar visualmente o que foi desenvolvido até aqui. Você pode fazer isso com um desenho, como na facilitação gráfica, ou com um mapa mental, que conhecermos melhor adiante.

Como colocar o Visual Thinking em prática

Para aplicar a técnica do Visual Thinking, pratique as seguintes etapas:

  •     Faça o simples: uma das principais recomendações é focar na simplicidade. Não tente ser um artista. Isso não é necessário nem eficiente. Faça o simples e foque na essência da mensagem que você quer transmitir. O pensamento visual não é uma questão de habilidade artística, mas sim de organizar ideias e criar conexões entre os conteúdos.
  •     Imite: também não tenha medo de copiar desenhos que você já tenha visto antes. Copie e acrescente seu toque pessoal. Não se preocupe com a perspectiva: faça desenhos chapados, despretensiosos, mas que sejam capazes de transmitir bem a mensagem.
  •     Mescle textos e imagens: outra dica importante é combinar textos e imagens de forma complementar, evitando a redundância. As imagens devem tornar a informação mais clara e compreensível e não apenas repetir o que já está dito no texto.
  •     Planeje a hierarquia visual: você pode usar diferentes fontes, tamanhos e cores para indicar à audiência o que é mais importante e o que é secundário. O uso das cores, em especial, ajuda a categorizar as informações e torna a compreensão mais intuitiva.
  •     Organize as informações: também é útil separar os assuntos em diferentes zonas e clusters na folha de papel, além de criar títulos para cada segmento, a fim de facilitar a leitura. É importante que essas divisões sejam claras e bem organizadas. É o que acontece, por exemplo, em uma capa de jornal. 
  •     Faça storytelling: técnica de contar histórias para gerar engajamento e identificação é uma poderosa ferramenta de marketing, que também pode ser aplicada ao pensamento visual. Narrativas causam impacto e envolvem o público.

Confira também as principais técnicas para aplicar o Visual Thinking:

1. Mapa mental

Um mapa mental é um esquema visual criado para representar ideias, tarefas ou outros conceitos, relacionando-os a uma ideia central que pode ser resumida em uma palavra-chave. Ao redor desta palavra se prolongam ramos de subtemas que, por sua vez, se subdividem em categorias ainda mais específicas.

A função de um mapa mental é ajudar na organização e visualização das informações, facilitando a tomada de decisões e o desenvolvimento de projetos. Esta pode ser uma ferramenta para aplicar o Visual Thinking.

2. Facilitação gráfica

Outra ferramenta importante é a facilitação gráfica: um método que nasceu para coletar e aglutinar ideias e informações em eventos. Trata-se de um jeito novo de registrar os principais tópicos do que foi dito e, também, vivido. Na facilitação gráfica, o objetivo é deixar o conhecimento mais acessível através de textos, gráficos e desenhos.

Por meio da facilitação gráfica é possível coletar os pensamentos, insights, palavras-chave e ideias discutidas pelos participantes e transformar tudo isso em um painel gráfico, que representa a essência do evento. O resultado deve ser atraente e compartilhável.

Conclusão: para aprender Visual Thinking

O Visual Thinking é uma ferramenta de grande valor para estimular a criatividade e comunicar ideias. Dessa forma, as cooperativas podem usá-lo em prol da inovação!

Para quem quer se aprofundar no tema e colocar em prática as técnicas de pensamento visual, o Sistema OCB oferece um curso online de Visual Thinking, com duas horas de duração. O curso é gratuito e restrito às cooperativas registradas e regularizadas no Sistema OCB. Clique aqui para acessar!

<p>Entenda como a inteligência artificial está impulsionando o Agro 4.0 e a inovação no cooperativismo agropecuário. </p>

Agro 4.0: quais os impactos reais da IA no campo

Entenda os benefícios e tendências da tecnologia no campo


A inteligência artificial está em todo lugar, inclusive no campo: é o Agro 4.0! A tecnologia já está impactando a produção agropecuária e é esperado uma participação cada vez maior da IA nessa indústria. Com o crescimento exponencial da população mundial, será necessário produzir até 60% mais alimentos até 2050, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

E é nesse momento que a IA entra em cena. Com a fusão da tecnologia e da agropecuária, a produção desse setor deve crescer significativamente. Até 2028, é esperado que o mercado agrícola movimente cerca de R$23,57 bilhões.

Essa participação da inteligência artificial no setor agropecuário se mostra cada dia mais presente com o advento do Agro 4.0. A seguir, confira como a tecnologia está impulsionando a agricultura 4.0 e levando a inovação em prol da produtividade e da sustentabilidade no campo!

Impactos da inteligência artificial no Agro 4.0

O Agro 4.0 nada mais é do que a integração de um conjunto de tecnologias que otimizam a produção e gestão agrícola,buscando melhores resultados e uma prática mais sustentável. Passamos por uma revolução industrial que está implementando o uso de tecnologias não apenas nas fábricas e no comércio, mas também no ambiente rural.

Nesse cenário, a IA é cada vez mais presente na rotina agrícola. Já passou o tempo em que a tecnologia era utilizada apenas para automatizar colheitas ou para coleta básica de dados. Desde drones e softwares até tratores autônomos, a modernização do campo está em constante avanço.

Além disso, a preocupação com o meio ambiente é outra característica do Agro 4.0. Tendo em vista as mudanças climáticas, os produtores estão se preocupando cada vez mais com questões de sustentabilidade. Tanto nos processos de planejamento da produção, quanto nos impactos ambientais e consequências climáticas, as organizações têm investido mais no acompanhamento e melhoramento de práticas sustentáveis.

A IA chega ao campo: aplicações no agro 4.0

Como visto, a tecnologia está criando raízes cada vez mais profundas no campo. Enquanto em 2017 o mercado global de inteligência artificial na agricultura foi avaliado em cerca de US$545 milhões, está previsto que alcance US$2.075 milhões até 2024. Mas de que forma exatamente a inteligência artificial tem atuado na agricultura 4.0?

Identificação de áreas para agricultura

Por meio da tecnologia de visão computacional e de dados coletados por drones e satélites, é possível identificar novas áreas para a agricultura. Além disso, o monitoramento por imagens permite a preparação e identificação do plantio, o gerenciamento do campo, a determinação da saúde das safras e o mapeamento do solo.

Fiscalização de processos críticos

Existem softwares de decisão que são desenvolvidos por Agritechs e auxiliam os produtores a tomarem decisões mais assertivas. Com a coleta massiva de dados no campo, as organizações ficam a par de uma enorme quantidade de informações.

Essas ferramentas contam com a ajuda da inteligência artificial para fazer uma análise completa de clima, fertilizantes, pragas, finanças, históricos de cultivo, informações do solo e quaisquer outros ajustes que a safra pode precisar durante o plantio.

Assim, os produtores não apenas conseguem planejar o momento ideal de plantio e colheita, como também conseguem identificar rapidamente anormalidades na safra. Por meio da fiscalização constante, fica fácil identificar um problema logo no início, antes de ele atingir um ponto irreversível ou que causaria muitos danos à organização.

Monitoramento da saúde da colheita e controle de pragas

O estudo de imagens é um grande auxílio no monitoramento da saúde da colheita. Porém, a tecnologia empregada no controle de pragas vai muito além da análise imagética. O sensoriamento remoto acompanhado de digitalização a laser 3D, por exemplo, pode fornecer métricas de milhares de hectares. Assim, os produtores podem acompanhar a saúde das safras e identificar qualquer problema.

Tecnologias como essa poupam o tempo dos agricultores e estão sendo cada vez mais desenvolvidas. Em 2022, começou a ser testado no Brasil um equipamento que, com ajuda da IA, permite capturar e simular sinais neurais para detectar doenças em estágio inicial nas plantações de soja .

Liderado pela Embrapa, o projeto consiste em um sistema que simula o funcionamento cerebral no instante em que especialistas visualizam imagens de plantas doentes. Dessa forma, ocorre a automação da rotulagem, o que torna a etapa mais rápida e eficiente.

Análise de solo

Existem tecnologias que conseguem analisar a condição do solo utilizando a inteligência artificial. Esse é o caso do sistema também desenvolvido pela Embrapa com outras instituições, por exemplo.

Utilizando o LIBS, mesma técnica usada pela NASA para avaliar o solo de Marte, a IA consegue realizar análises de carbono dos solos, da textura e do pH. Tudo isso sem gerar resíduos e de forma rápida e econômica.

Automação de processos

Com o auxílio de sensores e algoritmos inteligentes, as máquinas são programadas para realizar tarefas repetitivas como semear, irrigar e colher. Por meio da automação de procedimentos agrícolas, as organizações diminuem a dependência de intervenções manuais, tornando o processo mais rápido e eficiente.

Gestão agrícola: do plantio à colheita

Já vimos que existem plataformas que, por meio da coleta de dados e análise inteligente, conseguem identificar o melhor momento para o plantio e colheita. Porém, existem outras tecnologias que, unidas às citadas anteriormente, garantem uma gestão mais eficiente da plantação.

Algumas máquinas agrícolas analisam em tempo real questões chave como a umidade do solo, o estado de maturação das plantas e as condições climáticas. Dessa forma, é possível ajustar automaticamente as melhores técnicas de plantio, além da velocidade e a profundidade da colheita.

Agricultura de precisão

Você sabia que caso muito fertilizante seja aplicado em uma lavra, o excesso pode poluir os lençóis freáticos? Na agricultura de precisão a IA é utilizada para indicar a quantidade precisa de insumo que deve ser utilizado em cada situação, como em casos de detecção de pragas, doenças nas plantas ou má nutrição do plantio.

Um exemplo são sensores utilizados para identificar ervas daninhas na lavoura e que decidem qual o melhor herbicida a ser aplicado. Nesse momento, a inteligência artificial também controla a quantidade exata que deve ser aplicada na safra sem prejudicar as plantações. Dessa forma, as organizações não apenas protegem o meio ambiente, como também economizam investimentos em insumos.

Produção agropecuária sustentável

Diante das iminentes mudanças climáticas e a preocupação com o futuro do planeta, a inteligência artificial também começou a ser utilizada em prol de uma prática agrícola mais sustentável. Existem diversas tecnologias desenvolvidas apenas visando a sustentabilidade em campo.

A começar por algoritmos que conseguem ajudar no monitoramento e cálculos de emissão de carbono. Outro exemplo é o processo de irrigação, também controlado por máquinas inteligentes, que consegue ser muito mais preciso e evitar o desperdício de água.

Como a IA pode gerar valor para o Agro?

A inteligência artificial pode gerar valor para o agro em dois pontos principais: na produção e no posicionamento no mercado. O uso de tecnologias para controlar a disseminação de pestes, a saúde da safra e a automação de processos ajuda na tomada de decisões e na obtenção de resultados mais eficientes.

No âmbito de posição de mercado, a IA pode ser aplicada em setores de organização como marketing, finanças e administrativo, tornando a engrenagem organizacional mais eficaz. Além disso, ser uma cooperativa relacionada à inovações tecnológicas traz prestígio à marca, fator positivo para a reputação no mercado.

Futuro da IA no Agro 4.0

Apesar do avanço tecnológico no campo, ainda há muito que pode ser feito. O uso de drones e sensores inteligentes já está em alta, mas a tendência é que cresça ainda mais. O veículo aéreo é regulamentado no Brasil desde 2021 e tem diversas aplicações na rotina agrícola, já que permite um monitoramento completo da lavoura de forma rápida e eficiente.

Com o equipamento, os produtores são capazes de capturar imagens para análises, demarcar estrategicamente as áreas de plantio, identificar pragas, pulverizar defensivos agrícolas e detectar falhas no plantio. O drone também auxilia na segurança da fazenda e na identificação de incêndios e zonas de desmatamento.

Outra tendência é a adoção de sistemas de fazenda autônomos. A ideia de máquinas e tratores comandados apenas por inteligência artificial está mais perto do que se pode imaginar. Com isso, a eficiência no campo aumentaria significativamente, além de otimizar o fluxo de trabalho dos agricultores, que investiriam melhor seu tempo em outras atividades mais complexas.

A alteração genética é outra aposta de caminho futuro para a agropecuária. A manipulação de genes visando o aprimoramento das sementes já é uma realidade, mas ela deve se unir à IA muito em breve. Essa junção tornaria o processo de identificação de alguns genomas mais fáceis e rápidos, além de analisar qual a melhor alteração genética para que os plantios sobrevivam a novas mudanças climáticas.

IA e Agricultura Sustentável no cooperativismo

Dada a preocupação com sustentabilidade, as organizações têm investido em técnicas e procedimentos que diminuam os impactos da produção agropecuária no meio ambiente. A gestão inteligente da água e do lixo, reciclagem, optimização energética e adaptação às mudanças climáticas são algumas das ações tomadas visando um rendimento mais sustentável.

Muitos negócios já estão adotando essas políticas sustentáveis - inclusive as cooperativas. Tanto no Brasil quanto internacionalmente, a IA se mostra presente no mercado agropecuário e vem causando ótimos resultados.

Coopavel usa IA para monitorar abate de aves

A Coopavel decidiu usar a inteligência artificial como ajudante no processo de sangria, uma das etapas mais importantes no abate de animais. Tradicionalmente, o monitoramento desse procedimento acontece por meio de uma inspeção manual e visual. Muitas vezes as aves não eram sangradas adequadamente e as cooperativas ficavam sujeitas a multas.

Agora a Coopavel conta com uma câmera que fica acompanhando o procedimento, um hardware de processamento que utiliza IA e um sistema de sinalização. Caso aconteça algum problema, um alerta luminoso comunica ao responsável que é necessário realizar o processo corretamente.

Integrada identifica áreas agricultáveis com IA

A Integrada Cooperativa Agroindustrial lançou em parceria com o Hub de Inovação do SENAI projeto Áreas Agricultáveis, que possibilita a identificação, através de imagens de satélite e com o auxílio da IA, de áreas com potencial produtivo em toda região de atuação da cooperativa.

A partir desse programa surgiu a ferramenta CIA Field, que com a ajuda da inteligência artificial consegue analisar imagens de satélite automática e mensalmente, e cruza as informações obtidas com o banco de dados da cooperativa.

Cases internacionais de IA no Agro 4.0

• A cooperativa americana Land O’Lakes fechou uma parceria com a Microsoft para aprimorar a cadeia de suprimentos e tornar sua operação mais sustentável. As soluções de inteligência artificial ajudam os agricultores com os principais desafios do setor.

• A Zen-noh, uma federação nacional de cooperativas agrícolas do Japão, contou com a ajuda da IA para suprir a falta de mão de obra. Em parceria com a BASF, o serviço produz análises sobre a produção das lavouras com informações de satélite e dados meteorológicos, auxiliando os produtores com a gestão do campo.

• A Fonterra, produtora de leite e laticínios neozelandesa, se uniu à agritech Connect Terra para criar uma assistente virtual. A ferramenta conta com inteligência artificial para elaborar recomendações personalizadas para cada produtor a partir de dados coletados pela cooperativa.

Conclusão

A inovação no campo é imprescindível. Com o avanço da tecnologia, a inteligência artificial está criando raízes não apenas no cooperativismo, mas no ambiente agrícola. Com análises de solo, controle da saúde das safras, máquinas autônomas e agricultura de precisão, a IA tem ajudado a rotina dos produtores rurais.

E para não passar batido no mercado, as organizações precisam acompanhar esse ritmo de inovação. Por isso, o InovaCoop desenvolveu o e-book Como a tecnologia está redefinindo a sociedade e transformando os negócios cooperativos.

O material discute como as mudanças tecnológicas afetam a interação humana com o mundo ao seu redor, e como as cooperativas podem atender os novos desafios e oportunidades sem perder seus princípios.

<p>Entenda a necessidade de fomentar a urgência pela inovação em seu negócio e por que o papel da liderança é essencial.</p>

Como manter a urgência pela inovação constante

Para prosperarem, os negócios precisam fomentar a cultura da inovação e mantê-la viva


A inovação é uma necessidade, mas isso não significa que ela ganha vida naturalmente. Como costumamos falar aqui no InovaCoop, o processo de inovar precisa ser estimulado pelos líderes e gestores de maneira constante. Manter a chama da inovação acesa é, portanto, um grande desafio.

Essa dificuldade foi evidenciada, por exemplo, na segunda edição da Pesquisa de Inovação do Sistema OCB. O estudo aponta que, apesar de reconhecerem a importância da inovação, dando, em média, uma nota de 9,6, as cooperativas pecam no fomento da cultura da inovação, apresentando uma média de apenas 6,4.

O papel das lideranças

Para que a inovação faça parte das cooperativas, o envolvimento das lideranças é imprescindível. De acordo com estudo do Boston Consulting Group, os CEOs foram apontados como fomentadores da inovação em quase 50% das companhias.

A pesquisa da OCB também evidencia o papel da alta administração nas decisões relacionadas à inovação: mais de 75% delas são feitas pela presidência ou pela diretoria. Fica claro, portanto, que as lideranças devem colocar a inovação no centro da estrutura organizacional.

No entanto, ter a consciência da importância da inovação não é suficiente; ela precisa ser fomentada constantemente. É por isso que todos os líderes precisam estimular a cultura da inovação dentro da instituição, enquanto se aperfeiçoam e adquirem novas posturas diante de práticas e projetos inovadores.

Como evitar a inércia e promover a urgência pela inovação

Toda e qualquer organização passa por períodos tranquilos e turbulentos. No entanto, em ambas as situações, o show deve continuar. A inovação é parte essencial dos elementos que não podem entrar em um estado de inércia. Com tantas mudanças e o surgimento de novas tecnologias, a inovação precisa ser constante.

Porém, sabemos que essa não é uma tarefa fácil, especialmente quando os líderes não incentivam práticas inovadoras ou dificultam a execução delas. Pensando nisso, separamos algumas dicas para que a urgência pela inovação continue constante em sua cooperativa.

Inovar para sobreviver

Estamos nos aproximando cada vez mais de uma realidade tecnológica. Assim como os computadores tomaram o lugar das máquinas de escrever, a falta de inovação pode lhe custar uma posição no mercado. Inovar, portanto, se tornou um requisito para crescer e se manter ativo.

Diante dessa mudança, é fundamental que os líderes cooperativos assumam a responsabilidade de viabilizar projetos. Além disso, eles devem incentivar a inovação constantemente, seja em momentos de calma ou agito.

Errar para evoluir

Para inovar, também é necessário experimentar. No entanto, sabemos que erros fazem parte da experimentação e não devem ser vistos como falhas. Ao contrário do que muitos pensam, errar é essencial para a inovação.

A cultura inovadora sabe lidar com as falhas e aprender com elas. O importante é que elas sejam identificadas rapidamente, minimizando os prejuízos e aumentando o aprendizado da equipe.

Com a implementação dessa ideia nas cooperativas, pode-se observar ambientes colaborativos que incentivam a autonomia com responsabilidade e o protagonismo dos colaboradores e cooperados. Dessa maneira, todos se sentem pertencentes e trabalham visando o sucesso da organização.

É melhor prevenir do que remediar

Por que esperar o problema, se podemos evitá-lo? Ao fomentar a inovação, comitês, equipes e até mesmo laboratórios de inovação podem ser criados. Com eles, inovar se torna parte da cultura da cooperativa gradativamente.

Segundo uma pesquisa da Harvard Business School, negócios passam por um ciclo de inovação que, por vezes, é instável. É por isso que prevenir problemas através de projetos inovadores em constante desenvolvimento se apresenta como uma alternativa viável e segura.

Momentos turbulentos são normais e imprevisíveis, porém, com uma equipe de inovação e projetos sólidos, superar situações como essa torna-se uma tarefa fácil.

Aproveite cenários positivos

Que tempo melhor para inovar se não o de calmaria, não é mesmo? Em momentos de crise, qualquer mudança, inclusive as relacionadas à inovação, é implementada rapidamente, sem muito planejamento. Apesar da situação demandar agilidade, essa rapidez pode trazer consequências.

É por isso que o melhor momento para inovar - e garantir maior sucesso - é durante a calmaria. Sem crises ou problemas iminentes que possam afetar os resultados da cooperativa, a equipe de inovação foca em desenvolver iniciativas e projetos que, a longo prazo, tragam resultados positivos.

Diante de um ambiente propício, a inovação se torna indispensável. O ato de inovar passa a ser constante, ou seja, mesmo sem problemas a resolver, projetos são criados, desenvolvidos e analisados. Dessa forma, sua cooperativa é capaz de não apenas sobreviver e, sim, de prosperar, trazendo resultados positivos.

Fique atento às tendências tecnológicas e sociais

Não adianta nada promover a urgência pela inovação sem ao menos ter conhecimento sobre as tendências tecnológicas e sociais do momento. Apesar da inovação, em sua totalidade, ser essencial para o crescimento dos negócios, não podemos esquecer o poder das tendências.

Além de pensar nos problemas que podem e devem ser resolvidos em sua cooperativa, por exemplo, a liderança não pode esquecer de se atentar às novidades tecnológicas e sociais apresentadas, por exemplo, em eventos, como o SXSW.

Desafios para o futuro da inovação

Fica claro, portanto, que não podemos esquecer de inovar e devemos fomentar a cultura da inovação constantemente. No entanto, inúmeras organizações, inclusive cooperativas, enfrentam desafios para implementar a inovação no dia a dia.

A Inventta, consultoria especializada em inovação e estratégia, apurou dados sobre o futuro da inovação e elencou as principais dificuldades para inovar. O principal desafio apontado pela consultoria é a cobrança por resultados a curto prazo, com 46% de frequência, sendo seguido pela falta de tempo para se dedicar à inovação, 43%, e a falta de orçamento, 37%.

Apesar das dificuldades, a visão da consultoria para o futuro da inovação é positiva. Segundo ela, as organizações terão um modelo de governança eficaz e ágil, capaz de acompanhar as tecnologias e a inteligência artificial. Já as lideranças vão assumir o papel de catalisadores da inovação, incentivando e fomentando a prática nas instituições.

Para que esse sonho vire realidade, a inovação precisa ser implementada no dia a dia das cooperativas desde já. Por ser um processo lento e a longo prazo, a cultura da inovação precisa se manter constante. Só assim os desafios para o futuro da inovação podem ser superados.

Conclusão: a cultura da inovação é fundamental para o sucesso

Podemos concluir que o papel de manter a urgência pela inovação passa principalmente pelos gestores. Construir uma cultura de inovação que valoriza a criatividade e o movimento é o caminho para fugir da inércia e manter a produção de ideias frescas.

Sendo assim, os líderes devem nutrir o sentimento de urgência pela inovação em todas as equipes da cooperativa. Com a liderança envolvida no processo, fica mais fácil explicar aos cooperados, clientes e equipes de colaboradores que ideias inovadoras produzem bons resultados.

E se você quiser uma mãozinha para fomentar a cultura da inovação em sua cooperativa, confira o e-book "Cultura da Inovação no Cooperativismo". Lá você entende mais sobre a inovação, a transformação digital e quais as ferramentas que podem ser utilizadas para inovar.

<p>Confira como o cooperativismo está utilizando a tecnologia blockchain para inovar!</p>

Blockchain no cooperativismo: cases e aplicações

Versátil, a tecnologia oferece segurança e agilidade para inúmeros produtos e serviços.


O futuro está cada vez mais tecnológico com o avanço das blockchains. Sendo assim, inúmeras organizações estão aproveitando as inovações para deixar seus processos, produtos e serviços conforme as demandas do mercado

Nesse cenário, as cooperativas têm uma gama de possibilidades e oportunidades com a tecnologia e com o blockchain. Mas não se engane, o blockchain já não é apenas usado em transações com criptomoedas.

Neste artigo, vamos entender mais sobre as possibilidades abertas pela tecnologia blockchain e veremos como ela está sendo usada na prática por cooperativas de diversos ramos. Aproveite a leitura!

Blockchain: conceitos e aplicações

De maneira geral, a tecnologia blockchain é um grande banco de dados descentralizado que registra transações de seus usuários. O propósito é deixar as operações registradas e imutáveis, ou seja, sem a capacidade de qualquer alteração fraudulenta, já que cada movimento fica guardado nessa rede compartilhada.

A rede blockchain é capaz de registrar tanto ativos tangíveis, como casas, dinheiro e carros, quanto ativos intangíveis, como patentes, marcas e direitos autorais. Com essa tecnologia, os registros de propriedade estão seguros e podem ser negociados com menos riscos e mais transparência.

Como a tecnologia blockchain funciona?

A primeira aplicação prática da blockchain surgiu junto ao Bitcoin, uma criptomoeda 100% virtual. A tecnologia torna o bitcoin uma moeda totalmente descentralizada em que todas as transações de compra e venda ficam registradas na rede.

Basicamente, quando ocorre uma transação, ela é registrada em uma espécie de bloco de informação. Quando o bloco fica cheio de operações, ele é selado, marcado com data e hora, e guardado com um identificador. Já as correntes são formadas a partir de outras transações que provêm da inicial.

Imagine: a pessoa “A” vende suas criptomoedas para “B”, criando um bloco de operação. Quando “B” faz uma transação com “C”, a corrente é criada, já que ela só aconteceu devido à interação com o indivíduo “A”. Ou seja, todo bloco novo conta com informações do anterior e, portanto, estão interligados.

Aplicação da tecnologia blockchain

Em um primeiro momento, o blockchain era utilizado apenas para criar e manter criptomoedas circulando mundialmente. Ao passar do tempo, e com o sucesso da tecnologia, organizações e instituições passaram a enxergar o potencial da blockchain.

É por isso que atualmente vemos que a tecnologia é utilizada em inúmeros setores da economia, não apenas no mundo das criptomoedas. A tecnologia blockchain já integra inúmeras organizações que buscam usar a tecnologia para agilizar o trabalho com segurança digital.

Existem dois tipos de blockchain: a pública e a privada. Na blockchain pública, assim como o nome já aponta, qualquer pessoa interessada pode fazer parte e acompanhar todas as movimentações. Além disso, não há nenhuma instituição controlando as informações.

Já as blockchains privadas são controladas por uma entidade, organização ou governo. São eles quem ditam as regras do uso da tecnologia e de quem pode fazer parte, e monitoram as informações. A ideia de usar esse modelo é manter a discrição, enquanto se aproveitam da tecnologia disponível.

Blockchain no cooperativismo

Para se manterem relevantes no mercado, diante dos concorrentes, as cooperativas precisam oferecer aos colaboradores, clientes e cooperados serviços e produtos inovadores. E a chave para continuarem no caminho da inovação é ficar atento às tendências.

Cada vez mais, o mercado, e as cooperativas, usam a blockchain para oferecer serviços seguros, que podem ser realizados com facilidade, como a tokenização. Fica claro, portanto, que a tecnologia blockchain já está presente no mundo cooperativista. Vamos conhecer alguns exemplos?

Coffee Coin: a moeda da Minasul

Pensando em inovar de uma maneira inusitada, a cooperativa Minasul criou sua própria criptomoeda. A organização pensou em juntar a tecnologia ao produto que é seu carro chefe, o café, resultando na equivalência: uma moeda Coffee Coin para 1kg de café.

Além de oferecer as garantias básicas que caracterizam a tecnologia blockchain, a moeda da Minasul é uma stablecoin, ou seja, uma moeda estável, em tradução livre. Por ser ligada a um ativo de reserva, o café, a moeda sofre menos com a alteração de preços.

A ligação com o café também é benéfica em outros aspectos. Isso porque, além de contar com maior estabilidade no mercado, é possível retirar o quilo de café equivalente a uma moeda, e aproveitar outros produtos da cooperativa. A criptomoeda também pode servir de garantia para empréstimos, já que, após a compra, ocorre a emissão de um Certificado de Depósito Agrário.

Sistema Financeiro Digital: iniciativa pioneira do Sicoob

Em 2017, o Sicoob deu um grande passo e, em parceria com outras instituições financeiras nacionais, criou o Sistema Financeiro Digital (SFD). A iniciativa, que utilizou a tecnologia blockchain, foi responsável por realizar a primeira transferência em tempo real entre instituições.

Mas foi só em 2019, durante o Ciab, maior evento de tecnologia de automação bancária e de serviços financeiros da América Latina, que o SFD passou a ser aderido por outras cooperativas de crédito. Diante dessa mudança, e avanço na tecnologia das instituições, o nome foi alterado para Rede Blockchain do Sistema Financeiro Nacional (RBSFN).

Sibraar: parceria entre Embrapa e Coplacana para monitoramento

Em parceria, a cooperativa Coplacana e a Embrapa desenvolveram o primeiro software capaz de rastrear a produção de cana-de-açúcar da cooperativa, o Sibraar, Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade. Por ter sido desenvolvido usando a tecnologia blockchain, o sistema armazena os dados dos produtos em blocos digitais em cadeia que contam com informações de fabricação.

O Sibraar também atua na transparência dos produtos da Coplacana ao fornecer um código QR Code para o consumidor conferir os dados imutáveis de fabricação. Tudo se inicia com as informações de lotes de fabricação, gravadas e disponibilizadas em blocos interligados e organizados de forma cronológica.

Em seguida, os dados obtidos são criptografados, comprimidos e encadernados, gerando, portanto, assinaturas digitais. Dessa maneira, nenhuma das informações podem ser alteradas e os consumidores garantem a qualidade do produto que compram.

Próximos passos do blockchain no cooperativismo

Com tantas vantagens, a tecnologia blockchain segue crescendo no mundo cooperativista e permeia inúmeros ramos. Por ser versátil, o sistema de blocos de dados interligados é capaz de se adaptar conforme a demanda.

O cooperativismo de transporte pode contar com a ajuda da tecnologia blockchain no setor de logística, ao tornar as transações transparentes entre as organizações envolvidas. O sistema pode ser utilizado como uma espécie de contabilidade digital capaz de:

• Rastrear e armazenar dados com segurança

• Gerenciar riscos

• Controlar cargas e estoque

• Compartilhar a frota de caminhões

• Precificar veículo usado

No ramo da saúde, o blockchain também se destaca, já que a tecnologia pode ser a resposta para o incansável trabalho de organização, logística e reembolsos. Isso se deve a característica do sistema de gravar informações e não permitir alterações, e, portanto, sendo capaz de:

• Criar prontuários eletrônicos seguros

• Unir informações dos pacientes

• Plataforma única para os profissionais

Redução de fraudes

Blockchain no cooperativismo: produção e sustentabilidade

O sistema de blocos digitais em cadeias também é funcional no ramo agropecuário. A tecnologia pode ser utilizada para a criação de tokens de commodities, ou até mesmo de uma safra inteira. Com a produção tokenizada, é possível vendê-la antecipadamente.

E falando em sustentabilidade, a tecnologia blockchain também está presente na geração de energia elétrica. Com a capacidade de descentralização, o sistema pode ser útil na criação de redes energéticas que conectam produtores de energia renovável aos consumidores. A tecnologia também é capaz de:

• Rastrear transações de energia elétrica

• Integrar fontes de energia renovável à energia elétrica

• Reduzir custos

Já na gestão e governança de dados, a tecnologia blockchain é crucial. Sabemos que com tantas ameaças físicas e digitais, os dados armazenados precisam ser bem protegidos. E é nesse momento que o blockchain entra em ação.

No entanto, para manter a discrição, dados pessoais e comerciais sensíveis precisam ficar fora da rede blockchain. Eles devem ser mantidos apenas pelo tempo necessário em cadeia.

No setor alimentício, o blockchain pode rastrear e armazenar informações sobre um alimento desde seu plantio até o produto final, disponível para compra nos supermercados. Dessa maneira, o consumidor tem a garantia de que o produto é certificado e de qualidade.

Além de oferecer segurança e autenticidade ao consumidor final, o uso da tecnologia blockchain no setor também pode prevenir fraudes e promover práticas sustentáveis.

DAOs: blockchain para cooperativas digitais

As DAOs, Organizações Autônomas Descentralizadas, ficaram conhecidas por seus contratos inteligentes, operados de maneira automatizada, ou seja, sem envolvimento humano. Ao financiar uma DAO, você obtém o direito de voto na tomada de decisões - muito parecido com o cooperativismo, não é?

Nos Estados Unidos, apenas dois estados possuem regulação específica para as DAOs. Diante disso, uma saída tem sido classificá-las como cooperativas, revela a advogada brasileira Jacqueline Radebaugh, que atua em um escritório americano e trabalha com cooperativismo desde 2017.

Nesse sentido, a Employment Commons, que negocia coletivamente planos de saúde e outros benefícios a trabalhadores sem registro formal, é um exemplo de DAO constituída como cooperativa.

“Os membros trabalham em vários lugares e a folha de pagamento dos membros passa pela DAO, e a DAO negocia benefícios para eles”, explica Jacqueline. “Os usuários são como membros em uma cooperativa de consumo”.

Blockchain no cooperativismo financeiro

Por fim, mas não menos importante, vemos que o blockchain pode se tornar um grande aliado das cooperativas de crédito e de outras organizações financeiras. Afinal, tudo começou com a compra e venda de criptomoedas.

A tecnologia blockchain oferece ao ramo crédito inúmeras oportunidades de transações instantâneas, seguras e econômicas. Além disso, o blockchain também pode:

• Evitar fraudes por meio da gestão de identidade visual;

• Administrar ativos;

• Auxiliar no cumprimento de regulamentos;

• Auxiliar no financiamento coletivo.

Conclusão

A tecnologia blockchain segue conquistando inúmeros espaços, inclusive no cooperativismo. Devido às características inovadoras que trazem segurança e agilidade, a tecnologia é vista como uma alternativa para tornar serviços e processos ainda melhores.

Mas não é só o blockchain que está deixando o cooperativismo mais inovador. Com tantas novidades, o InovaCoop produziu o e-book Como a tecnologia está redefinindo a sociedade e transformando os negócios cooperativos. Assim, você consegue entender um pouco mais sobre todas as tecnologias disponíveis para alavancar sua cooperativa.

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