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Cooperativismo de plataforma ganha adeptos ao redor do mundo
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A ferramenta pode ser usada para resumir conteúdos, fomentar ideias disruptivas e auxiliar na estruturação de projetos de inovação
Oportunidades de fomento em Inovação para coops brasileiras
O desenvolvimento de projetos de inovação para cooperativas é fundamental para manter e ampliar a competitividade no cenário brasileiro e global. Entretanto, o investimento nesses projetos demanda recursos financeiros. Muitas vezes, organizações privadas hesitam em fazer tais investimentos por conta das incertezas associadas aos resultados desses projetos, sobretudo quando se referem a inovações tecnológicas em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Felizmente, existem oportunidades oferecidas por atores do ecossistema de inovação brasileiro, especialmente aqueles vinculados ao governo. Esses atores propõem mecanismos de fomento para compartilhar os riscos relacionados a projetos de inovação.
Os principais mecanismos de fomento são:
Recursos reembolsáveis: Correspondem a financiamentos onde a organização recebe o recurso, mas precisa devolvê-lo posteriormente. Vale salientar que agências como FINEP e BNDES, que incentivam a inovação no Brasil, oferecem taxas de juros mais baixas e prazos maiores para pagamento em comparação com bancos comerciais.
Recursos não reembolsáveis: Se a organização tiver sua proposta aprovada, não precisa devolver esse recurso.
Incentivos fiscais: São benefícios concedidos pelo governo para incentivar setores ou atividades econômicas. Incluem isenções, deduções e compensações, entre outros, reduzindo a carga tributária de empresas que investem em P&D.
Destaques do Guia de Fomento do Sistema OCB (Inovação e ESG) para agosto:
1. SESCOOP/RS | Edital de Inovação
Região: Rio Grande do Sul.
Tipo de Suporte: Recurso não reembolsável.
Tipo de organização apoiada: Cooperativas.
Prazo para submissão da proposta: 04/10/2024.
Objetivos: O edital tem objetivo de apoiar projetos centralizados de Desenvolvimento Cooperativista voltados ao desenvolvimento de novos produtos/serviços, processos, modelos organizacionais e ações de marketing para cooperativas, com agregação de valor e geração de renda para os envolvidos.
Valor máximo: R$ 200.000,00.
% Apoiada: 100%.
Custos elegíveis: Serviços de Consultoria, para o levantamento de necessidades; identificação de soluções e recomendação de ações de melhoria ou, ainda, a implementação ou aplicação de uma solução de melhoria. Para utilização dos recursos as propostas aprovadas deverão contar com prestadores de serviços de consultoria que atendam todos os requisitos necessários, segundo as regras do Sescoop/RS e juntamente com a cooperativa, o prestador de serviço deverá apresentar plano de trabalho conforme Resolução Sescoop nº 0193/2024.
Link da chamada: /arquivos/indica/edital-inovao.pdf
2. FID | Fundo para Inovação e Desenvolvimento (“Fonds d'Innovation pour le Développement – Esther Duflo”)
Região: Global.
Tipo de Suporte: Recurso não reembolsável.
Tipo de organização apoiada: Cooperativas e outras.
Prazo para submissão da proposta: Fluxo contínuo.
Objetivos: O FID (Fonds d'Innovation pour le Développement), criado em 2021 e presidido por Esther Duflo, co-recipiente do Prêmio Nobel de Economia de 2019, é um mecanismo inovador de financiamento para o desenvolvimento. Seu objetivo principal é fomentar sinergias entre equipes de inovação e pesquisa para pilotar, testar e avaliar o impacto de projetos por meio de métodos científicos rigorosos. A missão do FID é contribuir, a longo prazo, para a transformação das políticas públicas, apoiando a ampliação de inovações comprovadas que combatem a pobreza e a desigualdade.
Valor mínimo: 50.000 EUR
Valor máximo: 4.000.000,00 EUR
% Apoiada: 100%.
Custos elegíveis: O fundo visa apoiar as despesas associadas às fases de preparação, execução de projetos piloto, teste e preparação para escalonamento, escalonamento e transformação de políticas públicas. Cada estágio de desenvolvimento recebe apoio específico, desde a identificação inicial até a demonstração de sustentabilidade e impacto em larga escala.
Link da chamada: https://fundinnovation.dev/en/launch-project
3. The Awesome Foundation | Micro Financiamento de Projetos ao Redor do Mundo
Região: Global
Área Temática: Socioambiental; Inovação Tecnológica; outros;
Tipo de Suporte: Recurso não-reembolsável.
Tipo de organização apoiada: Não há restrições.
Prazo para submissão da proposta: Fluxo contínuo.
Objetivos: O objetivo do fundo 'Awesome Foundation pelas Artes e Ciências' é conceder apoios financeiros mensais de USD 1.000 a projetos inovadores nas áreas de artes e ciências. Os recursos são fornecidos diretamente por um grupo de dez membros micro-curadores, que se organizam de forma independente para selecionar e financiar os projetos.
Valor máximo: USD 1.000,00
Duração do Projeto: Não especificado.
Link da chamada: https://www.awesomefoundation.org/pt
Para maiores detalhes, não deixe de acessar https://inova.coop.br/radar-inovacao
A sinergia entre tecnologia e intuição humana nas decisões econômicas
A inteligência artificial tem o potencial de multiplicar a eficiência de qualquer sistema e exponencializar os resultados dos negócios. Por esse motivo, a tecnologia tem se mostrado cada vez mais presente no cotidiano das organizações.
Apesar dos inúmeros benefícios obtidos com o uso da inteligência artificial, a percepção humana para algumas atitudes do cliente ou cooperado é única e difícil de ser mimetizada pela IA. Nesse quesito, aliar a economia comportamental com a inteligência artificial pode ser uma ótima maneira de trazer um olhar mais humanizado e menos racional para o entendimento do comportamento do consumidor.
Neste artigo, vamos entender melhor qual é a relação entre inteligência artificial e economia comportamental, o impacto da tecnologia na tomada de decisões e a busca por dar humanidade às novas ferramentas. Aproveite a leitura!
Afinal, o que é economia comportamental?
A economia comportamental é a junção da economia com áreas como psicologia, neurociência e outras ciências sociais. O objetivo dessa disciplina é compreender o comportamento humano diante de decisões econômicas.
Enquanto a economia tradicional enxerga o homem como um ser puramente racional, a economia comportamental aposta na irracionalidade. Embora a economia comportamental reconheça a irracionalidade humana, ela postula que essa irracionalidade segue padrões previsíveis.
Um exemplo simples deste conceito é o ato de se checar as notificações no celular. Por mais que seja feito inconscientemente, esse hábito é regular. Portanto, torna-se previsível que, ao longo do dia, você irá conferir seu aparelho com a chegada de notificações.
Pesquisas de mercado e hábitos dos consumidores
Em outras palavras, a economia comportamental acredita que as decisões econômicas são influenciadas por hábitos e gatilhos mentais. Realizar pesquisas de mercado pode ajudar a compreender essas práticas de consumo, para aprimorar as estratégias de marketing da organização.
Pesquisas de satisfação e de hábitos de consumo são ferramentas valiosas para compreender a jornada de compra do cliente e suas preferências. A partir das respostas obtidas, é possível desvendar o comportamento do consumidor e sua jornada de compra. Com esses resultados, fica mais fácil cumprir as expectativas dos clientes e até aumentar o número de vendas.
Inteligência artificial e a falta de humanidade
Um grande problema da inteligência artificial são seus limites de compreensão. A tecnologia enfrenta dificuldades em entender qualquer figura de linguagem que aborde um tom figurado ou ações que fujam de uma lógica específica.
Dada a complexidade e a imprevisibilidade do comportamento humano, a IA por si só encontra dificuldades em prever com precisão as ações individuais. Dessa forma, a inteligência artificial necessita da ajuda de conceitos preditivos do comportamento humano para conseguir monitorar um processo de compra, por exemplo.
Características humanas que não podem ser mimetizadas pela IA
A importância da humanidade é indiscutível e alguns elementos humanos não podem ser substituídos pela inteligência artificial. Boa parte da dificuldade de compreensão da IA para alguns aspectos existe por conta de características únicas humanas, que não podem ser mimetizadas pela tecnologia.
A complexidade de emoções e pensamentos torna alguns processos criativos, interpretação de situações e tomada de decisões restritos ao ser humano. Isso porque características como intuição, empatia, adaptação a novos cenários e senso de ética são exclusivas das pessoas.
O encontro da IA com a economia comportamental
A união da inteligência artificial com a economia comportamental pode sanar algumas limitações da tecnologia. A disciplina consegue guiar a IA para compreender melhor os comportamentos e a complexidade sentimental humana.
Por meio do conceito da irracionalidade previsível, a inteligência artificial pode entender e prever com mais eficiência o processo de compra dos consumidores. Portanto, a economia comportamental complementa e apresenta uma nova visão às tecnologias de IA.
Prevendo comportamentos e personalizando experiências
Tendo adquirido esses novos conhecimentos sobre o comportamento humano, a inteligência artificial torna-se capaz de prever as atitudes de compra dos indivíduos. Dessa maneira, fica mais fácil criar experiências personalizadas para clientes e cooperados.
Tornar a jornada de compra do consumidor personalizada aumenta o número de vendas e fideliza clientes. A experiência do consumidor é algo muito valorizado hoje em dia pelos clientes, e contar com a IA para aprimorá-la é uma ótima aposta.
Impacto na tomada de decisões
De acordo com Daniel Kahneman, psicólogo ganhador do Prêmio Nobel de Economia pelo seu trabalho sobre economia comportamental, os seres humanos não têm como competir com a inteligência artificial quando o assunto é tomada de decisões.
Em termos de processamento de grandes volumes de dados e identificação de padrões, a IA pode superar a capacidade humana, mas a tomada de decisões que envolvem julgamentos de valor e criatividade ainda é um domínio humano.
Devido a pré-conceitos, vícios de decisões intuitivas, atalhos do cérebro, inconsistências e imprevisibilidades humanas, as escolhas feitas pelos indivíduos acabam sendo imprecisas. Por isso, a IA, que apresenta uma análise puramente racional, acaba tomando decisões melhores nesses cenários.
Economia comportamental e IA: decisões mais precisas e humanizada
Imagine unir o poder decisório da inteligência artificial com as habilidades humanas de compreensão e interpretação de situações. É isso que a união da economia comportamental e da IA pode oferecer.
A inteligência artificial com um olhar treinado para o comportamento do consumidor pode auxiliar na tomada de decisões mais assertivas, seguindo sua natureza lógica, mas com um viés humanizado.
Conclusão: economia comportamental na era da IA
Ainda que a inteligência artificial seja uma ferramenta muito útil para as organizações, existem alguns dilemas, como o comportamento do consumidor, que ela não consegue decifrar. Pelo menos não sozinha.
Unindo a IA à economia comportamental, a tecnologia se torna capaz de compreender e prever os hábitos de consumo dos clientes, tornando as decisões mais assertivas e criando experiências de compras personalizadas.
O uso da inteligência artificial para a assimilação até de comportamentos humanos demonstra como a tecnologia tem mudado a rotina das organizações. Pensando nessas transformações que a IA tem causado, o InovaCoop desenvolveu o e-book Como a tecnologia está redefinindo a sociedade e transformando os negócios cooperativos, confira!
As diretrizes irão guiar o cooperativismo rumo a construir um modelo de negócios mais inovador
Em maio deste ano, aconteceu o 15° Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), em Brasília. Além de celebrar o aniversário de 55 anos do Sistema OCB, o 15° CBC estabeleceu um conjunto de diretrizes estratégicas cruciais para impulsionar a inovação no setor cooperativista. Dentre elas, houve a seleção de dez diretrizes de inovação para os próximos anos dentre 25 propostas.
A busca por soluções tecnológicas, a colaboração entre cooperativas e o investimento em capacitação são alguns dos pilares que prometem fortalecer o cooperativismo brasileiro. Após uma seleção democrática de diversos quesitos, o setor cooperativista selecionou as diretrizes de inovação prioritárias e gerais.
Neste artigo, vamos conhecer as duas diretrizes estratégias de inovação prioritárias e as oito diretrizes gerais. Também vamos mostrar iniciativas inspiradoras que ilustram cada uma delas na prática. Aproveite a leitura!
Diretrizes estratégicas prioritárias de inovação
O 15° Congresso Brasileiro do Cooperativismo elegeu democraticamente as prioridades do setor para os próximos anos. Em relação à agenda de inovação, essas foram as diretrizes eleitas como prioritárias.
1. Intercooperação como motor da inovação
A primeira diretriz estratégica de inovação eleita no 15° diz respeito a promover a prática da intercooperação como ferramenta para potencializar a inovação e também reduzir custos com a tecnologia nas cooperativas.
Uma vez que a falta de recursos é uma das principais barreiras para inovar, conforme revela a segunda Pesquisa de Inovação no Cooperativismo, a intercooperação se apresenta como uma alternativa interessante. Assim, duas ou mais cooperativas unem forças para buscar soluções a um problema comum ou complementar. Em nossos cases de inovação, temos exemplos disso.
A Cooperativa Central Gaúcha (CCGL) reúne 30 cooperativas agropecuárias em uma iniciativa de intercooperação que deu origem à Rede Técnica Cooperativa. O objetivo é investir em pesquisa e desenvolvimento para aumentar a rentabilidade dos produtores rurais gaúchos de forma otimizada e escalável. O projeto já aprimorou diversos processos produtivos.
Também é possível haver intercooperação com coops de ramos diferentes. A agropecuária Nater Coop e a Coopertranserrana, de transporte, se juntaram para criar a Vexgo. Especializada em transporte de cargas, a Vexgo otimizou a logística da Nater Coop tanto na entrega de insumos aos produtores quanto no escoamento da produção. Já a Coopertranserrana ganhou em receita e número de cooperados.
2. Disseminação de soluções em inovação e tecnologia
A segunda diretriz prioritária de inovação, por sua vez, está em disseminar as soluções inovadoras e de tecnologia disponibilizadas pelo Sistema OCB para as cooperativas. A ideia é popularizar ainda mais as iniciativas institucionais de apoio à inovação para todo o ecossistema cooperativista brasileiro.
O InovaCoop é um exemplo com seus diversos conteúdos em vários formatos totalmente voltados à inovação em seus múltiplos aspectos. Aqui, há artigos, guias práticos, e-books, vídeos e estudos de caso, além de outros recursos que conheceremos mais à frente.
Todos os conteúdos do portal têm a perspectiva cooperativista. “O InovaCoop tem muitas ferramentas que contribuem significativamente para os nossos processos de inovação”, conta Frederico Guerra, que é coordenador de inovação na Coopersystem. Disseminar essas soluções significará, portanto, um impacto positivo maior para a inovação nas cooperativas.
A disponibilização de soluções setoriais de inovação é uma forma de incentivar a inovação em determinados setores da economia. A Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), por exemplo, conta com um programa de aceleração rumo à Indústria 4.0.
Diretrizes estratégicas gerais de inovação
Além das duas diretrizes estratégicas prioritárias, outras oito diretrizes gerais de inovação foram selecionadas durante o 15° CBC. Confira quais são elas:
1. Ampliação do Comitê Nacional de Inovação
Um passo importante para o futuro da inovação cooperativista é ampliar a atuação do comitê nacional de inovação do Sistema OCB. Para os próximos anos, então, o objetivo é contar com mais representantes de cooperativas de diferentes ramos e estados.
A diversidade, afinal, é um caminho importante para a inovação. Ampliar as perspectivas do comitê com a presença de cooperativas mais plurais tende a proporcionar novas ideias e tornar a estratégia de inovação do setor ainda mais democrática.
Uma pesquisa publicada pelo MIT Sloan Review revela que a diversidade é, de fato, uma grande aliada da inovação. Ao ampliar a representatividade no Comitê Nacional de Inovação, o cooperativismo brasileiro será mais assertivo para traçar estratégias capazes de atender os inúmeros perfis de cooperativas em todo o país.
2. Acesso a recursos financeiros e incentivos
A segunda Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro, do Sistema OCB, aponta que quanto mais recursos uma cooperativa movimenta, maior é a quantidade de iniciativas inovadoras. A maior barreira para a inovação, segundo o estudo, é a falta de dinheiro. Esse cenário ressalta a importância de buscar fontes de recursos para financiar projetos inovadores.
Nesse sentido, o Sistema OCB tem o Radar de Financiamento. Trata-se de uma plataforma que compila e organiza diversas fontes de fomento para que as cooperativas busquem recursos a fim de financiar seus projetos de inovação. É possível filtrar a partir de diversos critérios e tipos de fonte. Confira o guia prático sobre a ferramenta.
O Sistema OCB já proporcionou que duas cooperativas participassem do Mix de Fomento, da ABGI, na busca por fontes de financiamento. A cearense Optar Orgânicos e a gaúcha Coprel identificaram oportunidades para buscar verba e agora estão indo atrás delas.
3. Criação de centros de inteligência e inovação
A terceira diretriz estratégica geral de inovação é criar um centro de inteligência e inovação nacional cooperativista do Sistema OCB. Isso reforça ainda mais o papel de condução da entidade na jornada rumo a um cooperativismo mais inovador.
Ademais, a diretriz também propõe que as Organizações Estaduais criem seus espaços de inovação em parceria com institutos de pesquisa e startups. Dessa maneira, os ecossistemas de inovação surgem suprindo as demandas de cada estado. Em nossos cases de inovação, mostramos como o Sistema OCB/GO apoia a inovação no cooperativismo local, por exemplo.
A união de entidades de um determinado setor para a construção de centros de inteligência é uma estratégia relevante de aprimorar os negócios coletivamente.
4. Estímulo à constituição de cooperativas de plataforma e de base tecnológica
O setor cooperativista precisa estar atento às tendências econômicas, novos modelos de negócio e demandas da sociedade. Para isso, é preciso inovar e aderir às tecnologias que estão transformando o mercado.
Diante da ascensão das plataformas digitais, o cooperativismo precisa buscar respostas. As cooperativas de plataforma, propostas pelo professor Trebor Scholz, são formas de o setor se manter competitivo na nova lógica dos negócios.
Já na questão da base tecnológica, as cooperativas também devem ocupar espaços cada vez mais relevantes na economia. É o que faz, por exemplo, a Coopersystem, uma cooperativa de trabalho especializada em serviços de TI.
A digitalização dos negócios é um movimento sem precedentes no mercado. Mesmo negócios tradicionais estão se tornando plataformas digitais e criando divisões tecnológicas. É o caso de bancos tradicionais fundando suas próprias fintechs. Os modelos de negócios terminados em “tech” serão cada vez mais comuns em todos os segmentos.
5. Estruturar programas de gestão da inovação nas cooperativas
Outra diretriz estratégica relevante é estimular programas e implementar a cultura e gestão da inovação nas cooperativas. Com isso, a ideia é promover um ambiente propício para o desenvolvimento e implementação de ideias criativas e soluções inovadoras, de forma a impulsionar a competitividade e o crescimento do setor.
Já há cooperativas apostando nesse modelo e elaborando os seus programas de ideias. Dê uma olhada nesses exemplos de diferentes ramos para se inspirar:
- Unimed Cascavel: a Fábrica de Inovação recebe ideias de cooperados e colaboradores em busca de soluções. Um sistema de bonificação premia as melhores ideias e a cooperativa já colhe resultados financeiros do projeto.
- Sicoob: o Mais 360º surgiu com o intuito de fortalecer o intraempreendedorismo usando ideias de gamificação. Cerca de 25% dos colaboradores da cooperativa se engajaram na iniciativa.
- Lar Cooperativa: por meio de seu programa de ideias, a cooperativa agropecuária executou projetos inovadores que, juntos, resultaram em uma economia milionária.
- Integrada: o Silo de Ideias foi desenvolvido para extrair boas ideias de quem mais entende do negócios - os colaboradores. Os participantes também recebem prêmios quando suas ideias são implementadas.
Há outros caminhos para estruturar programas de inovação. A fabricante de revestimentos cerâmicos Portobello desenvolveu uma iniciativa em que designers e arquitetos viajam para vários países em busca de tendências e novas referências para obter novas ideias. O projeto fortalece a cultura corporativa de inovação e dá origem a novos produtos.
6. Compartilhamento de boas práticas
Uma das melhores maneiras de incentivar é através do exemplo. Diante disso, a sexta diretriz geral é fomentar o compartilhamento de boas práticas em inovação no cooperativismo nacional e internacional.
Aqui, no InovaCoop, temos uma seção que reúne mais de 100 cases de inovação no cooperativismo. Há iniciativas inovadoras em cooperativas de diversos tamanhos, ramos, áreas de atuação e localização geográfica, inclusive de fora do Brasil.
Além disso, há outros portais do Sistema OCB com estudos de caso inspiradores. No NegóciosCoop, há histórias de como as cooperativas ficaram mais competitivas, aprimoraram a gestão e cresceram no mercado externo. Já o portal Cooperação Ambiental traz estudos de caso voltados à agenda ESG.
A European Patent Office, que cuida das patentes na União Europeia, também conta com um repositório com cases de inovação como ferramenta para disseminar boas práticas e aprendizados. O portal narra usos de propriedade intelectual, ferramentas tecnológicas e transferência de tecnologias.
7. Investimento em áreas de inovação
O 15° CBC também elegeu a diretriz que prevê incentivar investimentos em áreas de inovação nas cooperativas. Isso pode ocorrer tanto com um profissional dedicado a esse tema quanto por meio da contratação de parceiros especializados.
Referência em inovação, a Sicredi Pioneira criou o Complexo.lab, seu laboratório de inovação com propósito, em 2021. Por meio do Complexo.lab, a cooperativa faz parcerias e executa projetos como o RadarCoop, que mapeia o ecossistema de inovação cooperativista, o AceleraCoop, para acelerar cooperativas, e o Comunità, uma iniciativa de Venture Capital cooperativista.
Essa é uma lacuna presente na economia brasileira como um todo. Dados do IBGE indicam que menos de 35% dos negócios brasileiros com mais de 100 funcionários investiram em atividades internas de pesquisa e desenvolvimento. Levantamento da consultoria Palas revela que menos de 55% das organizações brasileiras têm um departamento de inovação.
8. Capacitação em inovação
Por fim, a oitava diretriz geral de inovação escolhida no 15° CBC é promover a capacitação em inovação de lideranças, cooperados e colaboradores, a fim de fortalecer a mentalidade inovadora e potencializar a transformação digital.
O aprendizado é um elemento fundamental para que a inovação aconteça. Diante disso, o Sistema OCB disponibiliza a plataforma CapacitaCoop, com centenas de cursos online sobre diversos temas e sempre com uma abordagem cooperativista. Temos, inclusive, uma seção do InovaCoop por lá.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), 94% das empresas brasileiras investem em educação corporativa. A cultura de incentivo ao aprendizado também é uma ferramenta importante para reter talentos.
Conclusão: diretrizes de inovação para guiar o futuro
Com a determinação das diretrizes de inovação prioritárias no 15° CBC, o cooperativismo brasileiro traçou os caminhos para se tornar ainda mais inovador e competitivo no decorrer dos próximos anos.
A sua cooperativa pode fazer parte disso, servindo de inspiração com suas iniciativas inovadoras. Compartilhar aprendizados e experiências em iniciativas de inovação fortalece todo o ecossistema cooperativista, afinal. Então mande seu case para o InovaCoop e ajude a transformar o cooperativismo! É só clicar aqui e preencher o formulário!