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Quanto as organizações deixam de ganhar por falta de equidade de gênero

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A inclusão de mulheres é bom para a inovação e o sucesso nos negócios

 

As mulheres ainda não têm o mesmo espaço e reconhecimento no mercado de trabalho que os homens. A equidade de gênero ainda é um desafio enorme no mundo dos negócios - e essa percepção é corroborada pelos dados.

O primeiro Relatório de Igualdade Salarial elaborado pelo Governo Federal, divulgado neste ano, mostra que elas ganham 80,6% do salário pago aos colegas do sexo masculino. O acesso e a permanência em empregos também são mais difíceis: 64,6% da população brasileira fora da força de trabalho é feminina, conforme relatório do DIEESE.

Assim como no restante do mundo profissional, a falta de equidade também é verificada dentro do ramo cooperativista. O mais recente Anuário do Cooperativismo aponta que apenas 41% dos cooperados são mulheres, e que a proporção não se alterou de 2022 para 2023. A desigualdade é ainda mais significativa em cargos de liderança: 77% dos dirigentes são homens, número que caiu um ponto percentual no período de um ano.

Equidade de gênero: um desafio global

Pesquisas relativas a outros países indicam que o problema com a equidade de gênero é global. O relatório de 2024 da McKinsey sobre a mulher no mercado de trabalho dos EUA mostra que apenas 81 mulheres são promovidas a cada 100 homens que sobem de cargo.

Os problemas também aparecem na OCDE – bloco econômico com 33 países de maioria europeia. Um levantamento da PwC expõe que a diferença salarial nessas nações é de 14%, e que um fator importante nisso é a penalização pela maternidade. Mães sofrem com subemprego e progressão lenta de carreira após terem filhos.

Indicadores de todo o planeta evidenciam que as assimetrias no mercado de trabalho são um problema grave, ainda longe de ser resolvido. Se engana, no entanto, quem acredita que a luta contra isso deveria ser apenas feminina.

A diversidade – de gênero, mas não somente – é um fator que ajuda cooperativas a serem mais inovadoras e produtivas. Segundo estudo da McKinsey, mais mulheres no topo significa melhores resultados para todo o ambiente corporativo. Vamos saber mais sobre a importância de apostar na equidade de gênero nas cooperativas? Boa leitura!

Quem busca maior equidade de gênero encontra resultados

Líderes femininas têm características diferentes e são mais eficientes que os homens. É o que aponta um estudo do Leadership Cicle realizado nos EUA. A pesquisa, que contou com mais de 1,5 milhão de avaliadores, mostra que mulheres se destacam em competências criativas, possuem maior facilidade para criar conexões e têm maior tendência a liderar por exemplo.

Já seus colegas do sexo masculino costumam ser mais reativos e controladores com os funcionários, praticando microgerenciamento.

Estar à frente no movimento por maior presença feminina em cargos de liderança coloca uma organização em posição de vantagem não apenas no aspecto social, mas também de performance.

Equidade de gênero e vantagem competitiva

O relatório Diversity matters even more: The case for holistic impact identifica uma tendência crescente nos últimos anos: as organizações que estão no top 25% em proporção de mulheres no comando aumentam em 39% a chance de superar financeiramente o quartil de companhias menos inclusivas.

A pesquisa ainda aponta que essa diferença se nota especialmente em países com economias desenvolvidas, mas que há avanços nesse sentido nas economias emergentes.

Outro ponto do levantamento da McKinsey é que negócios com maior participação feminina em cargos executivos e Conselhos têm maior tendência a tomar decisões pensando em seu impacto global, incluindo aspectos como ambiental e social. A maior representatividade no topo ajuda organizações a fazerem mais pelo desenvolvimento sustentável do planeta.

Quanto a economia poderia ganhar com mais equidade de gênero?

Com tais dados, fica claro que um ambiente corporativo mais inclusivo é benéfico para todos. Mas é possível precisar o quanto as organizações e a sociedade poderiam ganhar com a equidade de gênero?

Estudos indicam que os ganhos seriam significativos. A já mencionada pesquisa da PwC sobre o bloco OCDE mostra que a economia poderia melhorar até U$ 5,8 trilhões por ano se todos os países tivessem a mesma taxa de representação feminina da Suécia, nação com melhor desempenho dentro do grupo.

Ainda não se convenceu sobre o possível impacto e quer saber se esses números poderiam se refletir na sua cooperativa? É possível.

A Todas Group, um programa de desenvolvimento profissional feminino, montou uma calculadora on-line na qual é possível estimar os potenciais ganhos causados com alteração no índice de lideranças femininas. Basta inserir o setor do negócio, a porcentagem de líderes de cada gênero e seu lucro anual. Em média, os resultados aumentam de 5% a 20%.

(H3) Uma luta de todos

Os números evidenciam que o cenário ainda é desigual entre mulheres e homens. Oportunidades de progressão na carreira ainda são mais raras para as trabalhadoras, mesmo que quando alcancem posições de liderança sejam, em média, mais eficientes que os colegas do sexo masculino e entreguem melhores resultados.

Diferentes dados expõem como a equidade de gênero no mercado de trabalho seria benéfica para todos. Entretanto, o progresso nessa direção ainda é tímido. O relatório Women in the Workplace 2024 indica que, nos EUA, a paridade em posições de liderança só será alcançada em 48 anos caso o ritmo atual seja mantido. Na OCDE, o progresso nos últimos cinco anos tem sido abaixo do projetado.

Conclusão: a busca pela equidade de gênero no cooperativismo

A organização coletiva tem papel importante na busca por avanços e na afirmação das conquistas já alcançadas. Nesse sentido, um exemplo de destaque vem do cooperativismo: o Comitê Elas Pelo Coop, desenvolvido pelo Sistema OCB para capacitar e empoderar mulheres do cooperativismo. O movimento tem se expandido pelo país, que já possui 16 comitês estaduais ativos.

Além de reuniões mensais para debates e trocas de experiências e informações, o Elas Pelo Coop realiza ações concretas, incentivando outras mulheres a se conscientizarem sobre caminhos para o crescimento profissional.

O comitê também fez parte de um projeto que contribuiu para o desenvolvimento de iniciativas pela diversidade e equidade nas cooperativas: a Sala Sensorial. A ativação instalada no 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), realizado neste ano, utilizou estatísticas e experiências interativas para expor o panorama de desigualdades no mercado de trabalho, incluindo em relação às mulheres.

Projetos com liderança feminina acarretam em prosperidade econômica e social, como mostrado ao longo deste texto. Quer conhecer mais desses cases de sucesso comandados por elas? Confira no InovaCoop exemplos do impacto positivo gerado pelas mulheres do cooperativismo.


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