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Por que você deveria ficar de olho nas greentechs

As startups verdes podem ser grandes parceiras para a jornada de sustentabilidade das cooperativas


A inovação sustentável é uma das grandes tendências para 2024, como explicamos em nosso artigo sobre o tema. É dentro desse cenário que as greentechs, startups sustentáveis, protagonizam grandes avanços na agenda ESG.

Em meio ao acirramento das regulações de sustentabilidade e um público que dá valor aos produtos que respeitam o meio ambiente, as greentechs apresentam soluções inovadoras para potencializar os projetos ESG em diversos setores da economia e ramos do cooperativismo. Tudo isso é construído por meio da cultura de startups, voltada à disrupção e agilidade.

Neste artigo, portanto, iremos saber mais sobre as greentechs, entender qual o papel dessas startups verdes para a inovação ecológica, visualizar os cenários em que elas atuam e conhecer exemplos de parcerias de sucesso entre greentechs  e cooperativas. Aproveite a leitura!

O que são as greentechs

As greentechs são startups de tecnologia que desenvolvem soluções, produtos e serviços inovadores de caráter ambiental e social. O termo greentech, aliás, vem dos termos “tecnologia verde”. Desse modo, as greentechs começaram a ganhar espaço no século XXI, quando a pauta ambiental começou a ganhar protagonismo.

Agora, as greentechs ocupam um lugar de protagonismo nos avanços tecnológicos relacionados à agenda ESG, pois conseguem desenvolver e dar escalabilidade às soluções verdes. Por esse motivo, as startups sustentáveis estão ganhando força no mundo todo.

Segundo um levantamento da ABStartups, as startups que promovem soluções para o segmento de tecnologias limpas estão crescendo no Brasil. A aceleradora Quintessa estima que existem mais de 190 greentechs operando no Brasil.

Já no cenário global, a previsão da consultoria Beetroot em seu Greentech Report 2023 é de que o mercado de greentechs valha US$ 417 bilhões em 2030. O documento aponta, ainda, que os especialistas estão surpresos com o crescimento acelerado do segmento.

Áreas de atuação das greentechs

A agenda ESG é bastante ampla e, portanto, as greentechs apresentam uma área de atuação bastante diversificada. Assim sendo, alguns dos principais setores em que elas atuam são:

Por que se aliar às greentechs?

Desenvolver soluções sustentáveis do zero é complexo e caro. Inovar na agenda ESG pode demandar altos investimentos em tecnologia e tempo para absorver o conhecimento necessário para o sucesso dessas iniciativas.

As greentechs, por outro lado, já possuem o know how e têm soluções prontas para diversas situações. Além disso, elas possuem uma agilidade característica das startups. Aqui, no InovaCoop, já mostramos como a conexão com startups pode ser produtiva para as cooperativas.

Greentechs e cooperativismo

Cooperativas e greentechs já possuem grandes parcerias em prol da inovação sustentável. Confira três exemplos que mostram como essa parceria pode dar origem a projetos de ESG no cooperativismo.

Cooxupé realiza agricultura regenerativa

Em nossos cases de inovação, contamos como a Cooxupé desenvolveu o projeto “Sustenta Mais: Agricultura Regenerativa” para apoiar seus cooperados. Diante das dificuldades para implementar a agricultura de precisão, a cooperativa se uniu com a startup Quanticum e o IFSuldeMinas (Instituto Federal do Sul de Minas Gerais) em busca de soluções.

O projeto tem o objetivo de mapear a saúde do solo em fazendas cooperadas com tecnologias de baixo custo e oferecer ao pequeno produtor análises mais ricas sobre a lavoura, visando a preservação de suas condições originais.

A startup Quantum desenvolveu um método para identificar as nanopartículas do solo por meio da tecnologia de mapeamento magnético. As mudanças nessas nanopartículas indicam uma mudança no equilíbrio dos micro-organismos, nas respostas à aplicação de adubos e ao armazenamento de carbono.

Com esse diagnóstico, os produtores podem tomar decisões em prol de uma lavoura mais saudável, produtiva e ecologicamente responsável. O projeto foi reconhecido na categoria de inovação do Programa Coopera Mais, da Bayer, que direcionou R$ 1,5 milhão para a iniciativa.

Coocafé e NetZero reaproveitam palha do café

Em parceria com a greentech francesa NetZero, a cooperativa mineira Coocafé criou a primeira usina de aproveitamento de palha da América Latina. A planta transforma o resíduo oriundo da lavoura em biochar, que é uma biomassa de origem vegetal oriunda do carvão.

O biochar é usado para enriquecer e condicionar o solo visando uma agricultura mais sustentável. A usina, que fica na cidade de Lajinha, opera com dois reatores com capacidade de processar até 16 mil toneladas de palha proveniente do café. Além de dar origem ao biochar, esse processo ainda contribui para reduzir as emissões de carbono.

Pesquisas realizadas por diversas entidades acadêmicas indicam que o biochar da Coocafé já apresenta ganhos de produtividade no cultivo de café e de cana-de-açúcar, assim como na redução do uso de fertilizantes nas lavouras.

Por fim, o projeto produz energia limpa a partir do processo de queima da palha de café. Essa eletricidade beneficia os produtores que contribuem com a palha e reduz a dependência das energias não-renováveis.

Cooperativa Recicle a Vida se alia à Eureciclo

O NegóciosCoop contou a história da Recicle a Vida, uma cooperativa de reciclagem que atua no Distrito Federal. Idealizada em 2005 por um grupo de catadores, a cooperativa alinha o trabalho da coleta seletiva e da reciclagem à transformação social do ser humano, através de capacitação, desenvolvimento e inclusão.

A Recicle a Vida realiza parcerias com diversas entidades para atuar na logística reversa. Nesse cenário, a cooperativa é parceira da Eureciclo, uma greentech especializada em certificação de logística reversa. Desde 2016, o programa já repassou mais de R$ 41,5 milhões para centrais de triagem e garantiu a reciclagem de mais de 695 mil toneladas de resíduos pós-consumo.

Conclusão

As greentechs chegam para ocupar um espaço nobre e valioso dentro do ecossistema de inovação de diversos setores, inclusive o cooperativista. Afinal, a inovação verde contribui para um progresso responsável capaz de unir sustentabilidade ambiental, impacto social e produtividade.

E uma vez que a inovação aberta já uma realidade para diversas cooperativas, a conexão com as greentechs desponta como um passo intuitivo em prol das políticas de ESG, cada vez mais importantes para obter novas oportunidades de negócios.

Para ficar por dentro das maiores tendências de ESG que afetam as cooperativas, confira também o nosso e-book espacial sobre ESG no cooperativismo! Veja por que o ESG é bom para os negócios, entenda cada um de seus pilares e conheça cooperativas que dão exemplos inspiradores.

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