Equipes diversas são mais inovadoras e competitivas
A diversidade é capaz de trazer muitos benefícios às organizações, incluindo cooperativas. E para promover a diversidade é importante fazer sua gestão. Afinal, não basta apenas contratar pessoas em percentuais de raça, etnia, religião etc. semelhantes aos da sociedade. É preciso promover a diversidade nos diversos escalões e frentes de atuação da cooperativa.
Para tanto, há algumas ferramentas para tornar esse processo mais dinâmico. Algumas delas são a realização de treinamentos, elaboração de programas e apresentação aos colaboradores sobre a maneira como todos devem ser tratados.
Por meio de diretrizes nesse sentido, a cooperativa apresenta aos colaboradores, clientes, fornecedores e à sociedade como um todo as diferenças entre os grupos existentes. Neste artigo, iremos entender um pouco mais sobre as maneiras de promover a diversidade nas cooperativas. Boa leitura!
Promover a diversidade com gestão ativa
A gestão ativa da diversidade implica na intervenção na realidade da cooperativa por meio de ações como essas para tornar o ambiente mais dinâmico. O que se espera, com isso, é favorecer interações, trocas e aprendizados.
Algumas métricas podem ser observadas para medir a diversidade dentro de uma cooperativa. Dentre elas:
• Recrutamento: trata-se de comparar o número de candidatos a vagas em abertos que se incluem dentro do grupo monitorado com a representação deles no mercado de trabalho.
• Engajamento e satisfação: pesquisas para medir o engajamento e a satisfação dos funcionários permitem diagnosticar o clima atual e criar condições para a inclusão.
• Grupos focais: a formação de grupos focais permite coletar informações sobre problemas e desafios enfrentados pelas pessoas dentro das cooperativas.
• Retenção: para medir a diversidade é importante comparar a retenção de funcionários de grupos monitorados, não monitorados ou dominantes.
• Pagamento e benefícios: compare a remuneração e os benefícios não financeiros concedidos a colaboradores de grupos monitorados com os de grupo não monitorados.
Diversidade e inclusão
Associados, estes dados têm a capacidade de indicar sobre o viés da diversidade e inclusão dentro das cooperativas.
Além disso, há ferramentas que podem ser utilizadas pelas cooperativas para medir e estimular a diversidade e a inclusão. Dentre elas:
• Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça
• Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis
• CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades)
• Relatórios Dinâmicos - Empoderamento das Mulheres
Recomendações para promover a diversidade em cooperativas
Ações internas também podem ser eficientes para a promoção da diversidade e da inclusão. Isso é o que mostra a pesquisa “O valor da diversidade racial nas empresas”. Confira as dicas elencadas pelo estudo:
1. Crie um comitê ou conselho de diversidade;
2. Realize treinamentos internos e externos, incluindo fornecedores;
3. Inicie um diálogo e crie parcerias com entidades do terceiro setor e outras empresas sobre promoção de diversidade;
4. Busque alinhamento entre ações externas e ações internas na promoção da diversidade;
5. Mensure o número de minorias no quadro de funcionários;
6. Estabeleça metas específicas de longo prazo para aumentar a presença dessas minorias na empresa em todos os níveis;
7. Ofereça incentivos financeiros aos gestores para cumprirem essas metas;
8. Adote ações afirmativas.
Promover a diversidade é estratégia de negócios
O artigo “Diversidade: inclusão ou estratégia?”, da Harvard Business Review, aconselha ações em dois momentos diferentes, conforme esmiúça o quadro abaixo:
Recrutamento e seleção de equipes diversas
De qualquer maneira, a política de recrutamento é parte fundamental da promoção da diversidade e inclusão em cooperativas. Afinal, diversidade é a mais recente tendência em recrutamento, conforme aponta o estudo Global Recruiting Trends, feito pelo LinkedIn.
Nesse sentido, algumas recomendações são:
• Não limite a escolha de candidatos a faculdades de primeira linha, pois dessa forma pode descartar pessoas que superaram muitas adversidades;
• Mantenha o compromisso de ter ao menos uma mulher na etapa final de cada processo seletivo;
• Siga o conceito de seleção às cegas, entregando para o líder currículos que não identifiquem o gênero e a faculdade do candidato, por exemplo;
• Escolher apenas candidatos que moram perto da empresa pode excluir profissionais capacitados.
Sicredi Pioneira dá exemplo de promoção da diversidade
Divulgação Sicredi Pioneira
A cooperativa financeira mais antiga do país, reconhecida por ser inovadora, nomeou uma mulher para o cargo de vice-presidente do Conselho de Administração. Heloísa Helena Lopes se tornou a primeira mulher a ocupar tal posição em mais de 100 anos de existência da Sicredi Pioneira.
Ela, que é professora, formada em direito e mestre em gestão e negócios de cooperativas, conduz o Comitê Mulher na cooperativa. A finalidade deste projeto é discutir a liderança da mulher na sociedade, com foco na inclusão e desenvolvimento local.
De acordo com ela, as mulheres, que representam mais da metade da população nacional, são criativas, dedicadas, superam desafios e contribuem de diversas formas. “Um balanceamento harmonioso entre os gêneros em corporações é benéfico, pois agrega potencialidades e gera melhores resultados do ponto de vista econômico e social”, afirma.
Conclusão: promover a diversidade fortalece o cooperativismo
A diversidade fortalece o surgimento de novas ideias e, consequentemente, a inovação. Ambientes com pessoas de múltiplas culturas e histórias de vida diferentes são mais vivos, empáticos e abertos às novidades.
Dessa forma, além de representar o papel social do cooperativismo, promover a diversidade também gera vantagem competitiva para as cooperativas. A boa notícia é que, apesar de ter muito caminho pela frente, as cooperativas brasileiras estão ficando mais diversas.
Tanto é que há diversas histórias inspiradoras sobre a promoção da diversidade e inclusão no cooperativismo - e nós reunimos seis delas neste artigo. Confira!
A diversidade é o conjunto de diferenças e valores compartilhados em sociedade pelas pessoas.
A diversidade é o conjunto de diferenças e valores compartilhados em sociedade pelas pessoas. Ou seja, diversidade é a coexistência de valores, culturas, etnias, religiões, raças, gênero, orientação sexual, status socioeconômico, idade e habilidades. O fato de existirem pessoas com culturas, hábitos e origens diferentes faz com que existam percepções variadas sobre a vida, o trabalho, o ensino, sobre tudo. Da mesma maneira, há demandas e interesses diferentes devido à diversidade e inclusão.
No entanto, praticar diversidade e inclusão não é somente reconhecer que há pessoas diferentes de nós na sociedade, significa também ter consciência e repensar a relação entre nós e os outros. Afinal, nós também somos diversos aos olhos do outro.
Ao começar a pensar na diversidade que existe em nossa sociedade, vem à tona a questão da inclusão, que é a ação de envolver e incluir todas as categorias de pessoas que representam a sociedade como um todo. Ou seja, considerar categorias excluídas historicamente do processo de socialização e promover a diversidade dentro das organizações.
Do ponto de vista do negócio, é interessante praticar a inclusão para criar produtos e serviços que estejam de acordo com as demandas do público existente na sociedade. E é claro que, antes disso, é preciso considerar o aspecto humano. A inclusão acontece na interação colaborativa, colocando pessoas com diferentes perspectivas para resolverem conflitos e desafios em conjunto gerando resultados mais justos e criativos.
Ao pensar em diversidade e inclusão não basta pensar em questões quantitativas. Ou seja, em números a serem apresentados em concordância com as relações existentes na sociedade. Inclusão significa garantir e proporcionar igualdade de condições para recrutamento, desenvolvimento e promoção dentro das instituições.
Falta diversidade e inclusão às organizações no Brasil
Um indício de que há pouca diversidade no mercado de trabalho como um todo está na discrepância entre a proporção de negros na população em geral e sua representatividade em cargos gerenciais.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 29,5% dos cargos gerenciais são ocupados por pretos ou pardos. Em paralelo, o mesmo IBGE indica que os negros representam 53,8% da população brasileira.
Com relação ao gênero, a situação é semelhante. Números da CNI (Confederação Nacional da Indústria) mostram que os homens ocupam 71% das posições de decisão no setor e somente 14% das organizações têm áreas específicas dedicadas à promoção de igualdade de gênero no local de trabalho.
Desigualdade no cooperativismo
Dentro das cooperativas brasileiras, as mulheres ocupam apenas 22% dos quadros de dirigentes, apesar de comporem 41% do quadro social das cooperativas, revela o AnuárioCoop 2023, produzido pelo Sistema OCB.
O cooperativismo, contudo, está construindo um futuro focado em diversidade e inclusão. Nesse sentido, diversas cooperativas colocam em prática iniciativas e programas focados no impacto social - e nós reunimos seis exemplos neste artigo.
A despeito dos impactos sócio-econômicos decorrentes desta configuração, investir em diversidade é muito benéfico às próprias organizações, independente de sua natureza, especialmente no que diz respeito à inovação. Afinal, diversidade e inclusão também são ESG. É o que veremos a seguir.
Diversidade e inclusão impulsionam os negócios
A legislação ou o desejo de criar uma imagem positiva são motivadores para promoção da diversidade em organizações. Entretanto, não deveriam ser os principais, pois a diversidade aumenta o potencial de obter lucros acima da média, conforme aponta o estudo Diversity Matters (Diversidade Importa), da McKinsey.
A pesquisa analisou 366 instituições de diversos setores nas Américas e na Europa. Alguns dos resultados foram:
• Organizações no quartil superior em diversidade racial e étnica são 35% mais propensas a obter retornos financeiros acima da média do setor.
• Organizações no quartil superior em diversidade de gênero são 15% mais propensas a obter retornos financeiros acima da média do setor.
• Organizações no quartil inferior tanto em diversidade de gênero quanto em etnia e raça são menos propensas a obter retornos financeiros acima da média do que empresas médias do conjunto de dados. Isso significa que organizações no quartil inferior ficam cada vez mais para trás.
• A relação entre diversidade racial e étnica e melhor performance financeira é linear nos Estados Unidos. Assim, para cada 10% de aumento na diversidade racial e étnica dos executivos seniores, o lucro antes dos juros e impostos (EBIT) aumenta 0,8%.
• Diversidade racial e étnica tem impacto mais forte do que diversidade de gênero sobre a performance financeira nos Estados Unidos.
• No Reino Unido, a diversidade de gênero entre executivos seniores correspondeu ao maior aumento da performance dentre os países do conjunto de dados considerado pela McKinsey. Lá, para cada 10% de aumento na diversidade de gênero, o EBIT aumentou 3,5%.
De acordo com a McKinsey, portanto, a performance desigual de empresas do mesmo setor num mesmo país mostra que a diversidade é um diferencial competitivo. Além disso, a diversidade, aponta o estudo, é responsável por ganhos de market share.
Diversidade e inclusão: benefícios além do lucro
O artigo Diversidade: inclusão ou estratégia?, da Harvard Business Review, mostra que a diversidade favorece a inovação.
Fonte: Hay Group
De acordo com o estudo, cerca de 76% dos funcionários de organizações preocupadas com diversidade reconhecem que há espaço para expor ideias e inovar no ambiente de trabalho. Por outro lado, em empresas que a diversidade não faz parte da agenda, esse valor cai para 55%.
Da mesma maneira, quando os colaboradores percebem a diversidade presente dentro da organização, eles se sentem mais motivados. Logo, entendem que empenhar esforços resulta em ganho para a companhia e para seu desempenho individual. Em instituições reconhecidas pelo incentivo à diversidade, os funcionários são 17% mais engajados e dispostos a ir além de suas responsabilidades formais.
Por fim, a diversidade e abertura a diferenças reduzem conflitos que impactam na produtividade e na eficiência. Assim, a incidência de conflitos chega a ser 50% menor em organizações que investem em diversidade.
Inovação, diversidade e inclusão
Uma vez que a inovação está diretamente relacionada à mudança de mentalidade, ela também é beneficiada quando há diversidade nas organizações. É o que afirmou a gerente sênior de sustentabilidade e inovação da Schneider Electric na América do Sul, Regina Magalhães, durante o evento “Ring The Bell For Gender Equality”, promovido pela B3.
Para ela, contar com equipes diversas é premissa para sobreviver à transformação digital. Isso porque, ao representar a variedade da população, é mais fácil entender suas necessidades e, assim, criar produtos e serviços.
Afinal, afirma ela, ofertas de valor para a sociedade visam à solução de problemas reais. E somente é possível entender e endereçar tais problemas quando a realidade da população está refletida no quadro de profissionais da cooperativa.
A afirmação da executiva é corroborada por pesquisa da Accenture que mostra que diversidade e inclusão tornam as organizações até 11 vezes mais inovadoras, com colaboradores seis vezes mais criativos do que os dos concorrentes.
Criando um ambiente de empatia
Um instrumento que pode ser usado como aliado da inclusão é a empatia. De forma geral, podemos considerar que empatia é se colocar no lugar do outro. No entanto, vai um pouco além disso.
Num contexto mais amplo, empatia é procurar se sentir como a outra pessoa está se sentindo. Ou então entender o que está por trás dos pensamentos que ela tem. Empatia envolve presença e escuta ativas.
Há quatro passos iniciais para colocar a empatia em prática:
Para aprender como praticar a empatia cada vez mais, utilize a ferramenta do mapa de empatia proporcionada pelo Sistema OCB.
Inovação, impacto social e competitividade
A diversidade e a inclusão não são apenas essenciais para a justiça social e, consequentemente, para a redução das desigualdades acentuadas que existem no Brasil. Ao investir em políticas que equalizam as relações entre pessoas de diferentes origens e características, as cooperativas têm muito a ganhar.
Além de tornar mais dinâmica a inovação devido à pluralidade de pensamentos, a diversidade agrega valor financeiro às organizações, incluindo as cooperativas. E, conforme a gestão democrática pregada nos princípios do cooperativismo, todos devem ter os mesmos direitos e deveres.
Entretanto, para qualquer que seja a organização, a prática da gestão da diversidade e inclusão traz benefícios. Isso porque, ao reconhecer e valorizar grupos de minorias, a organização indica que está disposta a criar um ambiente plural.
Ou seja, mostra que aprecia o seu colaborador por conta da sua competência. Dessa forma, cria-se oportunidades e mecanismos que aumentem a empatia no ambiente de trabalho, assim como nas entregas dos serviços e produtos da cooperativa.
Conclusão: diversidade e inclusão como protagonistas da inovação
No âmbito do trabalho é possível ver resultados positivos com aumento da criatividade e produtividade. Outro efeito colateral positivo é a sensação de pertencimento e a redução na rotatividade de profissionais.
Da mesma maneira, ao se sentir incluído, o profissional sente-se também valorizado, o que leva ao desenvolvimento de habilidades e crescimento profissional. Um quadro de profissionais diversificado, por sua vez, proporciona à cooperativa equipes flexíveis e, portanto, capazes de entender as necessidades da sociedade. Consequentemente, é mais fácil definir estratégias assertivas no desenvolvimento de produtos e serviços vendáveis.
A diversidade e a inclusão proporcionam a entrada em novos nichos de mercado, o que leva a vantagem competitiva. Não bastassem todos esses benefícios, além de atender aos princípios do cooperativismo, cooperativas que promovem a diversidade e a inclusão são percebidas de forma mais positiva pela população em geral.
Proporcionar um ambiente diverso e inclusivo é essencial para engajar as equipes e fomentar novas ideias, Confira, também, nosso e-book Gestão de Equipes: Como engajar seu time para inovar!
O que Sicredi Pioneira, Bancoob, Sicoob Credicitrus e Unimed-BH têm em comum? Uma cultura inovadora construída com muita estratégia e planejamento
A cultura de uma cooperativa não se transforma da noite para o dia. Muito menos a cultura de uma cooperativa com 121 anos de existência e a mais antiga do Ramo Crédito no Brasil. Estamos falando da Sicredi Pioneira, uma das primeiras cooperativas a transformar sua cultura a partir da inovação.
A inovação, afinal, é protagonizada por pessoas e potencializada pela cultura corporativa. Um ambiente propício para que cooperados e colaboradores possam propor novas ideias faz toda a diferença. Modernizar essa mentalidade é papel da transformação cultural, um processo em que as cooperativas são exemplares!
Neste post, além da jornada da Pioneira, você vai conhecer as experiências de transformação cultural de Bancoob, Sicoob Credicitrus e Unimed-BH. Aproveite a leitura!
Pioneirismo na transformação cultural
A Sicredi Pioneira passou a olhar com mais atenção para a inovação em 2016, mas as primeiras ações de fato só surgiram no ano seguinte. Tudo começou após o entendimento de que, embora entregassem os resultados esperados, os projetos tinham um ciclo muito longo de desenvolvimento. Era preciso buscar formas mais eficientes e inovadoras de realizar processos.
Diante disso, a cooperativa criou uma Gerência de Estratégia e Inovação, formada por colaboradores de diversas áreas. Todos os funcionários puderam se candidatar ao time e, ao final, 10 colaboradores foram selecionados. A ideia era ter um time diversificado, para proporcionar a construção de soluções a partir do choque de ideias.
As primeiras iniciativas do departamento implementaram o design thinking, ferramenta que permite inovar e criar soluções com foco no cooperado. Os resultados logo vieram: criação de um programa de fidelidade, uma plataforma de financiamento de veículos e outras iniciativas.
Transformação cultural como foco nas pessoas
Além dos projetos, o objetivo era criar um processo de inovação consistente, sistematizado e perene dentro da cooperativa como um todo. Para ajudar nesse processo, a Sicredi Pioneira contratou uma consultoria que trouxe o seguinte diagnóstico: a cooperativa tinha grande capacidade de ser altamente inovadora. Ou seja, não havia apenas a vontade de inovar, mas sim as competências e estrutura necessárias para fazer a inovação acontecer.
Hoje, a inovação faz parte do dia a dia da cooperativa e qualquer novo colaborador precisa entender e se adequar a essa cultura. Inclusive, foi criada uma plataforma, chamada Goog, com toda a base de informações da cooperativa, para evitar que um novo colaborador precise ler cinco mil páginas de documentos para se adequar à cultura interna.
Além do cuidado no onboarding - integração e socialização de novos colaboradores -, a comunicação da estratégia para os colaboradores também mudou. O time de inovação entrou em ação e criou um jogo baseado na série Game of Thrones para envolver os funcionários na estratégia. Resultado: 94% das pessoas absorveram os pilares da estratégia e da cultura, e a experiência gerou muito engajamento.
Bancoob: transformação cultural por meio do intraempreendedorismo
A transformação cultural a partir da inovação precisa de inclusão. Uma das soluções para isso é a criação de programas de inovação, como é o caso do Mais 360º, programa de intraempreendedorismo do Bancoob. Essa história foi contada em detalhes em nossos cases de inovação.
Conforme explica Rodrigo Guimarães, Gerente de Gestão da Inovação do Bancoob, o gatilho para o lançamento do programa de inovação foi a criação, em 2019, do Lab 360º, um espaço físico para inovação. “Aproveitamos o entusiasmo gerado pelo novo espaço para impulsionar o programa”, lembra Guimarães.
Em resumo, um programa de intraempreendedorismo busca colaboradores com capacidade de analisar cenários/problemas e propor oportunidades/soluções. Mas isso só é possível num ambiente em que os colaboradores se sentem à vontade para inovar.
É aqui que entra a importância da abertura às novas ideias, da integração e colaboração entre departamentos, e da busca por parceiros que facilitem essa transformação. Esse contexto favorável ao surgimento de ideias faz parte de uma cultura de inovação aberta.
Mais 360° proporciona ambiente acolhedor à inovação
No caso do programa Mais 360º, o ambiente favorável foi criado a partir do uso de recursos de gamificação para envolvimento dos gestores no apoio e mentoria às ideias lançadas. A primeira edição contou com o envio de 155 ideias, impactando 30% dos colaboradores.
Segundo Guimarães, o presidente do banco foi o principal patrocinador do programa de inovação e participou pessoalmente de alguns momentos, desde o lançamento do programa até o reconhecimento dos colaboradores. “Percebemos que o papel do presidente é fundamental, não precisamos convencer a alta administração do que tinha que ser feito”, diz.
Para ativação dos demais líderes, no entanto, o programa usou recursos de gamificação, como as Bancoob Coins - moedas virtuais que os gestores receberam para investir em novas ideias apresentadas pelos colaboradores. A fim de gerar engajamento, quem melhor investia suas Bancoob Coins também era premiado.
Uma das formas de ganhar mais crédito para investimento era por meio da liberação de funcionários da equipe para participação em squads - modelo organizacional que separa os funcionários em pequenos grupos multidisciplinares com objetivos específicos.
No Bancoob, as squads eram formadas por pessoas de vários níveis hierárquicos, de maneira a criar equipes competitivas. Logo, o envolvimento foi transversal entre departamentos e as ideias eram validadas ao longo do programa.
Sicoob Credicitrus: transformação cultural combate resistência à inovação
Na Sicoob Credicitrus, que criou sua área de inovação no início de 2019, uma estratégia para driblar possíveis resistências é incluir o gestor da área que será beneficiada pela iniciativa no processo de inovação
Tiago Sartori, Gerente de Inovação e Transformação Digital da Credicitrus, detalha a estratégia fazendo a seguinte analogia: “nós entendemos que a área de inovação precisa funcionar como fosse um levantador num jogo de vôlei, ou seja, somos a ponte para inovação ocorrer, e não a peça principal”.
Por exemplo, se uma iniciativa desenvolvida pela área de inovação é voltada à área de Tecnologia da Informação (TI), a Credicitrus convida o gestor de TI da área para fazer parte do projeto e desenvolverem juntos. Em alguns casos, o próprio gestor da área se torna o responsável pela iniciativa de inovação.
Além de quebrar possíveis barreiras ou resistências, esse modelo de cocriação é uma forma de incluir mais pessoas na inovação e, consequentemente, transformar a cultura. Prova disso é que a área de inovação da Credicitrus passou a ser mais demandada não só pelos gestores mas pela cooperativa como um todo.
Segundo Sartori, isso demonstra a importância de toda a cooperativa enxergar a inovação de forma estratégica. “Não aprendemos isso do dia para a noite. Hoje, já somos vistos de forma diferente dentro da organização e, aos poucos, a cultura vai mudando”, afirma.
Transformação cultural da Unimed-BH se inspira em modelo de startups
Ter uma cultura inovadora remete a uma tolerância maior ao erro, certo? Mas como ser tolerante ao erro numa cooperativa de saúde? É isso que veremos agora ao analisar o caso da Unimed-BH.
Antes de tudo, é importante entender que a inovação é elemento-chave da cultura organizacional da Unimed-BH, que criou seu centro de inovação em 2014.
A declaração de inovação da cooperativa diz que a “intenção é favorecer e incentivar a experimentação para criar e aprimorar soluções para o negócio. A finalidade é gerar impacto positivo e sustentabilidade, valorizando tentativas, erros e aprendizados que fazem parte do processo”.
Cultura do erro e inovação aberta
O Coordenador de Inovação da cooperativa, Rafael Garcia Paolinelli Moraes, lembra que foi bem complicado, para uma cooperativa de saúde, colocar a palavra “erros” na sua declaração de inovação. No entanto, a diretoria aceitou quando entendeu que a proposta não é errar em qualquer coisa, mas em um ambiente controlado de experimentação, como um programa de conexão com startups.
Logo surgiu o Link One, programa cuja proposta é promover inovação aberta no setor da saúde com a participação de startups. Somando as duas primeiras edições, o programa contou com 667 empreendedores e 233 startups oriundas de quatro países e 12 Estados do Brasil.
Moraes afirma que a chegada das startups trouxe forte impacto na cultura organizacional com um todo, além da mudança de mindset das pessoas que participaram do processo. “Provou que as startups podem acelerar os desafios, gerou sentimento de pertencimento entre os colaboradores das áreas de negócio e reforçou nossa posição como marca inovadora”, afirma.
A transformação cultural a partir da inovação na Unimed-BH, aliás, também foi narrada em um de nossos cases de inovação. Essa mentalidade também se mostrou fundamental para a implementação ágil da telemedicina no atendimento da cooperativa durante a pandemia de covid-19.
Conclusão: elementos essenciais na transformação cultural a partir da inovação
Ao longo deste post contamos alguns exemplos sobre a importância da transformação cultural e como ela tem ocorrido. Para concluir, vamos listar algumas dicas essenciais para manter uma cultura de inovação permanente. Afinal, a inovação deve ser um ativo estratégico para a cooperativa e não um projeto pontual.
Por fim, não devemos deixar de lado a importância das lideranças apoiarem processos de inovação e darem autonomia aos seus colaboradores. Afinal, como diria Steve Jobs, “não faz sentido contratar pessoas inteligentes e dizer a elas o que elas devem fazer; nós contratamos pessoas inteligentes para que elas possam nos dizer o que fazer”.
Que tal se aprofundar ainda mais no tema? Então confira o nosso e-book Cultura da Inovação no Cooperativismo, e conheça ferramentas, conceitos e mitos em torno da inovação!
A relação entre inovação e produtividade é fundamental para a competitividade - veja como unir esses elementos na sua coop!
Melhorar a produtividade é um grande desafio para os negócios em um mundo de aceleração digital e surgimento de novas ferramentas tecnológicas. Quem não consegue melhorar a eficiência, corre o risco de ficar para trás. É nesse cenário que inovação e produtividade andam juntas!
A inovação soluciona problemas, agrega valor às atividades, reduz custos e, dessa forma, estimula a produtividade. Portanto, não tem como falar de aumento de produtividade sem levar em conta os efeitos das novas ideias e tecnologias.
Muito mais do que um diferencial, a produtividade é uma necessidade das cooperativas. Afinal, trata-se de um fator intimamente ligado à competitividade dos negócios. Seja nos serviços financeiros ou na lavoura, as cooperativas precisam ficar mais produtivas.
Neste artigo, você irá conhecer mais sobre a conexão que existe entre inovação e produtividade e como é possível uní-las na sua cooperativa, com direito a exemplos práticos de sucesso. Aproveite a leitura!
Como a inovação melhora a produtividade
Inovar é resolver problemas - atuais ou futuros - e aprimorar processos. A inovação pode ser contínua ou disruptiva. Mas o que torna uma inovação um sucesso é sua capacidade de melhorar a produtividade onde ela for aplicada.
Além disso, é importante considerar a velocidade dos avanços. Em um mundo cheio de mudanças, a inovação aumenta a competitividade das cooperativas, tornando-as mais modernas e efetivas para cooperados e clientes.
Dessa forma, a competitividade é um grande desafio para muitas cooperativas. Cada um dos ramos tem suas particularidades, o que exige diferentes abordagens. Digitalizar o atendimento? Cortar custos? Automatizar processos? Construir uma cultura que dê valor à educação e ao cultivo de ideias? Tudo isso melhora a produtividade.
Inovação e produtividade no campo
O ramo agropecuário precisa olhar para a produtividade pensando no futuro. Com o aumento populacional, o campo vai precisar encontrar soluções para produzir mais e alimentar o mundo.
O cooperativismo brasileiro é protagonista desse movimento. As cooperativas daqui atendem não apenas o mercado interno, como também marcam presença no mundo todo. Portanto, o ramo precisa estar continuamente em busca de inovações capazes de impulsionar a produtividade de lavouras e criações.
Fecoagro/RS melhora produtividade das lavouras de milho
A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro/RS) lidou com o problema na prática por meio do Programa Terra Boa. O projeto nasceu quando a entidade, formada por 11 cooperativas, percebeu que a produtividade na produção de milho estava baixa.
O diagnóstico foi de que as sementes que os produtores cooperados estavam usando não eram adequadas às características do solo na região. Assim, a produção de milho não ultrapassava a média de 4.122 kg por hectare, a ponto de que o estado de Santa Catarina não era mais autossuficiente em milho.
Diante disso, a Fecoagro/SC passou a subsidiar a compra de insumos adequados. Ainda foi necessário um processo de capacitação, para que os produtores pudessem manejar as novas sementes de maneira correta.
O resultado foi excelente! A produtividade de milho nas pequenas propriedades associadas à intercooperação passou de uma média de 4.122 kg/ha no ano 2000, para 7.835 kg/ha, em média, em 2020. Contamos essa história com mais detalhes em nossos cases de inovação.
Inovação e produtividade nos atendimentos
A tecnologia e a inovação também são grandes aliadas na busca por melhorias de produtividade no atendimento a clientes e cooperados. Automatizando atendimentos mais simples e repetitivos, por exemplo, é possível resolver problemas com mais rapidez. Ao mesmo tempo, os atendentes humanos lidam com situações mais complexas.
Chatbots e ferramentas de inteligência artificial são outras tecnologias de apoio à produtividade, efetividade, e economia de tempo durante os atendimentos. Elas são úteis para o fechamento de novas vendas, atendimento no pós-venda e para a estratégia de marketing da cooperativa.
No geral, os chatbots podem agregar produtividade em todos os ramos do cooperativismo. Mas segundo a pesquisa Panorama Mobile Time de 2022, dois setores com grande presença de cooperativas se destacam: os serviços financeiros e os de saúde.
Unimed Natal: chatbots ampliam capacidade de atendimento
Um exemplo que contamos em nossos cases de inovação é o da Unimed Natal. Em parceria com a BRbots, a cooperativa potiguar desenvolveu uma solução baseada em inteligência artificial para lidar com a grande demanda em seus canais de atendimento.
O objetivo da inovação era atender mais rápido, melhor e com menores custos - isto é, melhorar a produtividade. Após um período de transição, a nova solução foi muito bem aceita pelos clientes.
Com apoio dos assistentes virtuais, os clientes da Unimed Natal podem agendar, confirmar, cancelar ou reagendar consultas e exames, acompanhar aprovações e status de exames e consultas, negociar dívidas e obter segunda via de boletos. Antes tudo era feito por telefone ou presencialmente por atendentes humanos.
Atualmente, 50% das chamadas de clientes da Unimed Natal são totalmente atendidas pelos robôs. A melhor produtividade fez com que a fila de espera para o atendimento fosse eliminada e, além disso, gerou uma economia estimada em R$ 500 mil até o final de 2022.
Como unir inovação e produtividade na sua cooperativa?
A aliança entre inovação e produtividade, apesar de evidente, não é necessariamente simples de colocar em prática. Nesse sentido, algumas práticas podem colocar a sua cooperativa no caminho de inovar e produzir melhor em prol da competitividade. Selecionamos, então, alguns pontos de partida:
• Atualizar a estrutura tecnológica: possuir uma estrutura tecnológica moderna e adequada faz uma grande diferença para os níveis de produtividade. Usar plataformas mais rápidas, com mais recursos e melhor potencial de processamento aprimora a eficiência do trabalho e facilita a adoção de novas tecnologias integradas.
• Tirar proveito de ferramentas de IA: já até falamos dos chatbots, mas a inteligência artificial é muito mais do que isso. Há uma série de ferramentas que aproveitam os avanços tecnológicos e oferecem novos recursos para facilitar e automatizar tarefas diversas. Há soluções para gestão de tempo, edição de textos, produção de conteúdo em áudio e vídeo, planejamento e programação, por exemplo. Tanto é que fizemos um guia prático inteiro sobre o tema - veja aqui!
• Aproveitar o conhecimento das equipes: a inteligência coletiva é capaz de encontrar respostas para muitos problemas que freiam a produtividade. Quem está com a mão na massa sabe quais processos apresentam gargalos e atrapalham a eficiência. Dessa forma, apostar no intraempreendedorismo é uma ótima pedida para inovar com eficácia.
• Proporcionar treinamento e aprendizado contínuos: colaboradores e cooperados atualizados são capazes de propor ideias inovadoras em busca da produtividade. Estar por dentro de novas tecnologias, técnicas e conceitos é fundamental nesse processo. Por isso, ofereça oportunidades de aprendizado e aperfeiçoamento educacional para colher soluções. Portanto, cultive a cultura lifelong learning na sua cooperativa - e sabe como você pode fazer isso? Com os cursos do InovaCoop, clique aqui e confira!
Coagru: escola técnica eleva produtividade
Um exemplo prático de como a educação é um elo entre produtividade e inovação é a Coagru (Cooperativa Agroindustrial União) e sua Escola Técnica Avícola. Após identificar deficiências na produção de frango de corte, a cooperativa apostou na educação como forma de aprimorar a produtividade no segmento.
Assim, a Coagru percebeu a necessidade de capacitar colaboradores e cooperados com conhecimentos técnicos sobre a avicultura. Sem nenhuma entidade capaz de fornecer o treinamento adequado na região, a cooperativa criou sua própria escola técnica.
Em uma iniciativa de intercooperação com o Sicredi Vale do Piquiri, a Coagru investiu R$ 1,5 para financiar as obras e a infraestrutura do projeto, que foi inaugurado em 2015. Com a qualificação, os resultados na produtividade apareceram logo: o peso médio das aves aumentou, assim como a receita proveniente de cada ave comercializada.
Sinais de que sua coop precisa olhar para a produtividade
A baixa produtividade pode ser resultado da falta de uma cultura que dê valor a novas ideias. A aversão exagerada a riscos afeta a capacidade de inovar, o que pode levar ao comodismo e à perda de competitividade.
Diante disso, alguns sinais denunciam que sua cooperativa enfrenta desafios ligados à produtividade e à inovação. Veja três deles:
1. Falta de colaboração: a cooperação precisa existir entre as equipes que tocam a cooperativa. Afinal, a interação e a troca de ideias geram ideias inovadoras. Pode ser que sua cooperativa precise passar por uma transformação cultural.
2. Alta rotatividade: caso sua cooperativa sofra com muitos colaboradores saindo, é hora de tentar entender o que está acontecendo. As pessoas gostam de desafios. A busca por inovação e produtividade é uma forma de estimular e agregar o senso de pertencimento.
3. Falta de transformação digital: não é mais possível deixar as novas tecnologias e o mundo conectado de lado. Para tanto, a transformação digital precisa estar no planejamento da cooperativa. Dessa forma, inovações e ganhos de produtividade serão mais frequentes.
Ferramentas de produtividade
Por fim, a inovação proporciona ferramentas para que a cooperativa tenha ganhos de produtividade. Seja por meio de novas metodologias ou serviços digitais, há uma série de oportunidades para tornar sua operação mais eficiente. Algumas sugestões são:
• Metodologias ágeis: a velocidade da nova economia exige que os processos também fujam do tradicional. As metodologias ágeis cumprem esse papel, dando mais rapidez às tarefas e, assim, aumentando a produtividade. Confira o material que preparamos sobre elas!
• Sistema de gestão: contar com um bom software para controle, gestão e gerenciamento de processos pode render um grande ganho de produtividade nas cooperativas. Manter todas as áreas da coop integradas em um único sistema contribui para a integração de setores e aprimora a tomada de decisões.
• Intercooperação: o ecossistema cooperativista é, essencialmente, colaborativo. Essa união proporciona oportunidades de melhorar a produtividade. Com a intercooperação, as cooperativas conseguem unir forças e somar recursos para obter resultados melhores e ganhar competitividade.
Conclusão: a simbiose entre inovação e produtividade
A busca pela produtividade é um dos maiores motores da inovação. Modernizar, aprimorar processos, adotar novas tecnologias, educar e dar protagonismo à criatividade: tudo isso deixa a sua cooperativa mais produtiva.
Portanto, mais do que nunca, é hora de trabalhar esses dois elementos conjuntamente, de forma estratégica e central no planejamento das cooperativas. A construção de uma cultura voltada à inovação e à busca pela produtividade é cada vez mais necessária para todo o ambiente de negócios cooperativista.
No fim das contas, inovação e produtividade nutrem uma relação de simbiose e crescimento mútuo. Ambas se estimulam em um ciclo virtuoso de novas ideias e ganhos de competitividade. Com isso, o protagonismo das cooperativas na economia digital passa por organizações mais produtivas e inovadoras.
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Veja como os programas de ideias podem dar origem a iniciativas inovadoras
William Shakespeare escreveu que “as ideias das pessoas são pedaços da sua felicidade”. Pode parecer um pouco filosófico iniciar este artigo com uma citação tão forte, mas ela materializa perfeitamente o assunto que abordaremos hoje: os programas de ideias.
Tem quem diga que elas valem ouro, tem quem diga que elas são a inteligência ganhando formas criativas: seja como for, as ideias têm um valor significativo no mercado atual. Em um ambiente em que milhões de projetos já foram iniciados e tantas inovações já foram propostas, ter algo genuíno é realmente promissor.
Mas não basta ter boas ideias: nos negócios, uma gestão receptiva e disposta a escutar e apoiar as mudanças positivas é fundamental para o sucesso da inovação. Os programas de ideias têm justamente essa intenção.
Por meio deles, os colaboradores têm a oportunidade de encaminhar projetos a uma bancada que vai selecionar os mais interessantes e encaminhá-los para que eles saiam do papel. Essa estratégia tem o nome de “intraempreendedorismo” e se concentra em mostrar que é possível empreender, mesmo não estando em uma posição de liderança.
5 programas de ideias inspiradores no cooperativismo
Nós poderíamos passar todo esse artigo falando sobre como é importante valorizar as ideias da sua equipe. Mas, em vez disso, optamos por mostrar a relevância desta atitude na prática. Confira cinco programas de ideias inspiradores que vão demonstrar como o intraempreendedorismo está crescendo.
Fábrica de inovação da Unimed Cascavel mostra força de cultura inovadora
Existem muitas desculpas que as empresas usam para não inovar e não apoiar iniciativas internas. No entanto, a Unimed Cascavel provou que nenhuma barreira é grande o suficiente para te afastar de iniciativas transformadoras.
Os números da cooperativa impressionam: com mais de 98 mil beneficiários e com cerca de 600 médicos cooperados, a marca se posiciona como uma referência no segmento. Ainda assim, ela enfrentava desafios para competir com a concorrência e otimizar processos internos.
A solução criada foi a Fábrica de Inovação, que convida tanto os colaboradores quanto os cooperados a enviarem propostas que podem beneficiar toda a comunidade. O grande diferencial está no sistema de bonificação, que é feito a partir de “unimiles”, a moeda interna da cooperativa que pode ser trocada por brindes.
Os resultados foram muito além da confiança que os participantes conquistaram. Entre eles, se destacam a substituição de mexedores de café de plástico por versões em fibra de coco, bem como o aumento de pontos de coleta de materiais recicláveis.
Além disso, a implementação de painéis solares já gerou uma economia de mais de R$ 200 mil. Por fim, a captação de água da chuva também já contribuiu com a conservação de recursos hídricos e o uso de assinaturas eletrônicas evitou a emissão de 874 kg/ano de CO2.
Mais 360º é o programa de ideias que faz o Sicoob girar!
Certas cooperativas têm uma forte cultura de inovação. O Sicoob é uma delas, com certeza. No entanto, apesar de já trabalhar com esse viés há algum tempo, a cooperativa se viu distante das ideias de seus próprios colaboradores e percebeu que isso fazia falta na hora de aumentar sua relevância no mercado.
O Mais 360º surgiu com o intuito de fortalecer o intraempreendedorismo, utilizando a gamificação como base para aumentar as chances de participação. Uma moeda fictícia também foi usada nesse caso e, ainda na primeira edição, foram registradas cerca de 155 ideias: uma média acima do esperado.
Outro dado promissor é o de que cerca de 25% dos colaboradores se envolveram com a iniciativa. Com 500 cooperados diretamente impactados pelas ações da incubadora, o programa conseguiu modificar a cultura da coop em sua base.
Um ponto interessante é a transparência durante a seleção. Com um edital claro, objetivo e simplificado, os candidatos podem se preparar melhor e acompanhar toda a jornada de melhoria pela qual suas ideias passam.
Lar Cooperativa leva a inovação e a economia ao campo
O caso da Lar Cooperativa é uma evidência de como a delimitação de metas estratégicas e a continuidade podem ser grandes aliadas dos programas de ideias. Apesar de iniciativas como essa já existirem na coop, ela diagnosticou a necessidade de optar por sistemas contínuos e que, aos poucos, se tornassem parte da cultura organizacional.
A adesão voluntária era um dos grandes objetivos do projeto e, para que ela fosse alcançada, a cooperativa propôs desafios condizentes com seus desafios atuais.
Os resultados atingiram duas das principais conquistas que os programas de ideias podem ter. Além de sugestões promissoras como o uso de sensores para otimizar os pedidos de ração na avicultura, as implementações também geraram economias de cerca de R$ 124,8 milhões.
Silo de ideias aproxima a Integrada Cooperativa Agroindustrial de uma nova era
Os silos são usados para armazenar alguns dos produtos mais valiosos da agricultura. Recentemente, eles ganharam a oportunidade de receber um estoque de outro material enriquecedor: as ideias.
O “Silo de Ideias” foi desenvolvido pela Integrada Cooperativa Agroindustrial com o pensamento de que ninguém tem mais potencial de melhorar os resultados da marca do que os próprios colaboradores. Fundado como uma forma de reconhecer e estimular o intraempreendedorismo, ele tem um regulamento simples e transparente.
Assim como outros programas de ideias, esse modelo fortalece as iniciativas ao longo de diversas fases. Vale destacar a participação do “agente de inovação”, um profissional qualificado nesse segmento que é inserido nos grupos para otimizar e lapidar os planejamentos de submissão.
Uma vez que o programa é implementado, a celebração é dobrada. Além de receber um prêmio em dinheiro, os participantes também podem ver suas sugestões fazendo a diferença para a cooperativa.
Programa de Ideias da Coprel usa a tecnologia para incentivar a colaboração
A busca da Coprel por melhorias levou a cooperativa a uma jornada que envolve tecnologia, união e confiança. Depois de amplas pesquisas, o lançamento do programa de ideias da coop foi feito por meio de um evento online.
Enxergada como uma estratégia de ganha/ganha, esse recurso visa beneficiar tanto os colaboradores, que passam a ter suas iniciativas vistas e consideradas, quanto a liderança, que encontram soluções capazes de gerar algum retorno para a cooperativa, seja ele financeiro, estrutural ou operacional.
Desafios na implementação de programas de ideias em cooperativas
Vendo exemplos tão inspiradores, a impressão que fica é de que os programas de ideias são soluções infalíveis. E apesar delas serem uma opção extremamente viável, é preciso ter cuidado com o processo de preparação para que alguns desafios não atrapalhem seus resultados.
Eis alguns fatores que podem causar um distanciamento entre o público-alvo e o projeto:
• Baixo comprometimento
• Inconsistências no regulamento
• Falta de oportunidades
• Premiações desinteressantes
Basicamente, as pessoas precisam saber que suas ideias apresentadas serão respeitadas e que há chances reais de que elas ganhem vida. Do contrário, elas acabarão inseguras e com a sensação de que com chances tão baixas, nem vale a pena tentar.
Uma dica importante é a de sempre garantir que os projetos escolhidos sigam sendo acompanhados pelas pessoas envolvidas. Mostrar avanços e resultados é uma maneira de firmar legitimidade e reforçar o conceito de intraempreendedorismo.
Portanto, use a criatividade: faça eventos online, envie e-mails de atualização, mostre depoimentos e cases de sucesso. Tudo é válido para manter o imaginário das pessoas sempre ativo e gerando resultados inovadores.
Conclusão: é hora de partir para a prática
Agora que você conhece exemplos e conceitos que circulam os programas de ideias, é hora de tirar seus projetos do papel e começar a trilhar o seu próprio caminho de inovação. E lembre-se: você não está só!
No universo do cooperativismo, sempre existe uma possibilidade de conquistar apoio e aprender com quem já passou por jornadas como a sua. Portanto, procure continuar sua pesquisa e seguir descobrindo estratégias para ter sucesso ainda nas primeiras tentativas de implementação.
Para lhe ajudar, separamos um material com um conteúdo riquíssimo. O Guia Prático: Ferramentas para testar ideias - InovaCoop foi desenvolvido por experts e traz dicas extremamente relevantes para quem quer acolher a inovação, mas sempre com a assertividade em mente. Boa leitura!