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<p>Quando se conectam aos ecossistema de inovação, as cooperativas ganham competitividade e tecnologia para que sejam mais inovadoras.</p>

Como o ecossistema de inovação pode impulsionar as cooperativas

A inovação não é produto de um único departamento. Existe um entorno que precisa ser engajado para que ela aconteça nas cooperativas.


Você já parou para pensar como a inovação acontece? A competência de uma equipe e a cultura inovadora de uma organização não bastam para explicá-la. Entender a inovação em sua totalidade exige uma análise sistêmica. É preciso tirar o zoom: olhar para o ecossistema em que a organização está inserida e entender o papel de cada um de seus atores.

A jornada típica de uma startup é um bom exemplo da importância do ecossistema para a inovação acontecer. Para crescer, ela precisa de acesso a capital de risco, apoio de grandes corporações, acesso a profissionais qualificados e a tecnologias inovadoras. Ou seja, são todos recursos geralmente externos à startup, que dependem dos atores daquele ecossistema.

É por esse motivo que regiões como o Vale do Silício, nos Estados Unidos, e polos de inovação em Israel e Estônia têm se destacado em gerar inovações em escala industrial e atraírem startups do mundo todo. Nessas regiões, o ecossistema contribui para a inovação acontecer.

O que é ecossistema de inovação

O professor da Universidade de Edimburgo, Martin Fransman, autor do livro Innovation Ecosystems: Increasing Competitiveness (Ecossistemas de inovação: aumentando a competitividade, em tradução livre), define ecossistema de inovação como "o conjunto de atores e processos que, por meio de suas interações cooperativas e competitivas, fazem a inovação acontecer e co-evoluir".

Na prática, relacionar-se com um ecossistema de inovação possibilita a troca de experiências, acesso a novos conhecimentos e competências, criação de redes de indicação e o reconhecimento da comunidade inovadora daquele ecossistema. Tudo isso facilita processos inovadores.

Portanto, a inovação não é produto apenas de um departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e muito menos de um único líder disruptivo. Existe um entorno que precisa ser engajado para que ela aconteça. E uma das formas de analisar as condições deste entorno é entender o papel de seus principais atores.

Nesse sentido, a diretora adjunta de inovação da MIT Sloan School of Management, Fiona Murray, explica em um webinar da organização que os cinco atores mais comuns de um ecossistema de inovação são:

Fonte: Phil Budden e Fiona Murray

Ciclos de inovação: a depuração pelos ecossistemas

Um dos fenômenos mais importantes dos ecossistemas de inovação que permitem a inovação em alta velocidade e escala são os innovation loops (ciclos de inovação). Tais ciclos funcionam da seguinte forma:

Murray explica que grandes organizações, por sua lógica avessa a falhas e estrutura “pesada”, têm dificuldades em realizar este ciclo de tentativa e erro internamente. Mas este ciclo de tentativa e erro ganha força quando é realizado no âmbito de um ecossistema de inovação - e não internamente, por apenas uma organização.

É aí que entra o papel desempenhado pelas startups participantes do ecossistema de inovação. Elas, cada qual a sua maneira, fazem essa depuração das hipóteses de inovação. Com estruturas mais ágeis e riscos controlados, também geram o volume necessário de experimentações para uma depuração da inovação.

O papel da inovação aberta

As grandes organizações, por sua vez, tentam se aproximar deste ambiente inovador e de experimentações rápidas por meio de programas de inovação aberta e participação em hubs de inovação, por exemplo. É uma forma de atrair startups e firmar parcerias com negócios promissores ainda em estágios iniciais.

No livro Organizações Exponenciais, os autores destacam a importância dessa tentativa e erro das startups. Para eles, a constante experimentação e a iteração de processos são as únicas maneiras de reduzir o risco.

Um grande número de ideias bottom-up (de baixo para cima) filtradas sempre supera o pensamento top-down (de cima para baixo), independentemente do setor ou organização. É o que os autores chamam de “aprendizagem escalável”.

Em nossos cases de inovação, já contamos histórias de cooperativas que protagonizam a inovação aberta. A Coplacana, por exemplo, conta com o Avance Hub, que aproxima seus cooperados às novas tecnologias do campo por meio do contato com o ecossistema de inovação. A Credicitrus é outra grande cooperativa a também desenvolver seu hub.

Inovação aberta e a interação com o ecossistema

Ao entender o ecossistema em que estão inseridas e o potencial de seus atores, as organizações, incluindo as cooperativas, podem acessar conhecimentos e tecnologias que não necessariamente estão "dentro de casa".

Murray explica que este acesso é fundamental para se alcançar inovações disruptivas. É por este motivo, portanto, que muitas organizações realizam programas de inovação aberta ou alocam parte de sua equipe em espaços de coworking e inovação. Trata-se, afinal, de uma forma de acessar a inteligência do ecossistema. E já existem cooperativas atentas a isso.

Cocamar: inovação aberta no campo

A Cocamar, uma das maiores cooperativas agroindustriais do Brasil, com sede em Maringá (PR), conta atualmente com sete startups prestando serviços a ela. Entre elas: NeoField (sonda de monitoramento da propriedade rural), Agrian (agricultura digital a partir de imagens de satélite) e Flugo (gestão de filas na Transcocamar).

A Cocamar também é mantenedora de dois ambientes de inovação: um em Maringá, com a aceleradora Evoa; e o Hub.IA, com o Senai, em Londrina. Dois projetos-piloto da Cocamar, o CRM para cooperados e o e-commerce (Shopping Cocamar) surgiram a partir da imersão nestes ambientes.

Frísia: feira digital liga coop ao ecossistema de inovação

A Frísia é outra cooperativa que está promovendo ações de aproximação do ecossistema de inovação. Além da organização da Digital Agro Feira, a cooperativa tem um programa de seleção de startups e uma frente de inovação aberta para receber ideias de colaboradores, cooperados, fornecedores e da comunidade em geral.

No caso específico das cooperativas, vale a atenção não só às startups, mas também ao sistema cooperativo em que elas estão inseridas. Essa prática da intercooperação com cooperativas do mesmo sistema também é uma forma de se relacionar com o ecossistema para gerar aprendizado em inovação.

Sicoob Unicob: criando um ecossistema no sistema

É este o caso do Sicoob Unicoob, que criou um programa de inovação envolvendo as 18 cooperativas do sistema. Foram definidas equipes próprias em cada cooperativa, de modo a possibilitar o desenvolvimento de uma cultural local de inovação.

O programa, batizado de Missão 21, gerou três ideias de inovação selecionadas por um comitê externo, a serem aceleradas em etapa posterior, e permitiu a disseminação da cultura de inovação entre as cooperativas participantes.

Cases de inovação estimulam interação com ecossistema

Para estimular essa interação das cooperativas com os diferentes atores do ecossistema de inovação, o InovaCoop, portal de inovação no cooperativismo do Sistema OCB, produz um repositório de cases de cooperativas brasileiras e internacionais, dos mais diferentes ramos e portes.

Todos os casos práticos apresentam o contato de um responsável da organização. As cooperativas poderão fazer contato direto com este responsável para tirar dúvidas, entender outros detalhes do caso prático e colocar em prática a intercooperação.

O InovaCoop apresenta, ainda, cursos on-line, e-books e outras ferramentas para ajudar no desenvolvimento da cultura de inovação nas cooperativas. Com isso, o Sistema OCB quer fomentar a inovação e fortalecer o ecossistema de inovação cooperativista, por meio de disseminação de conhecimento, trocas e encontros.

Conclusão: construindo o ecossistema de inovação cooperativista

A inovação não é um fenômeno isolado, que acontece apenas internamente. Especialmente as inovações disruptivas precisam acessar recursos, conhecimentos e pessoas externas às organizações.

Para fazer isso, é preciso primeiro entender os atores dos ecossistemas de inovação em que a organização está inserida e interagir com eles. Um dos atores-chave deste ecossistema são as startups. Com suas estruturas ágeis e riscos calculados, elas conseguem realizar experimentações rápidas para validar premissas de negócios.

Nessa seara, o RadarCoop, uma iniciativa conjunta da Coonecta e do Complexo.lab, o hub de inovação da Sicredi Pioneira, surgiu com o objetivo de mapear e adensar o ecossistema de inovação cooperativista.

A interlocução entre os diversos atores de um ecossistema de inovação é capaz de tornar o cooperativismo brasileiro mais inovador e dinâmico.

<p>A gestão potencializa o surgimento e a execução de novas ideias. Veja, então, como fazer a gestão de inovação nas cooperativas!</p>

Gestão da inovação: o que é e como as cooperativas podem fazê-la

Inovar não é um ato isolado, mas algo que exige a adoção de uma nova mentalidade por toda a organização. Ou seja, é um processo contínuo e que, portanto, demanda gestão. Mas o que é Gestão da Inovação, então?


A gestão da Inovação pode ser definida como um conjunto de processos e atividades que permitem a implementação e continuidade da inovação nas cooperativas. Ou seja, o controle de todo o processo e de suas variáveis, bem como seus fundamentos e atividades.

Dessa maneira, a gestão da inovação compreende todas as etapas: começo (entradas), meio (processamento) e fim (saídas e geração de resultados). Consequentemente, a gestão de inovação estabelece meios e métodos para gerar valor, concretizando ideias. Há ferramentas que auxiliam nesse processo.

Neste artigo, veremos como fazer a gestão da inovação em cooperativas, começando pela história da gestão da inovação. Aproveite a leitura!

O que faz a gestão da inovação

Para aplicar uma política de gestão da inovação é preciso, antes de tudo, entender o que ela é na prática. O primeiro ponto é alinhar internamente o que a cooperativa entende por inovação. De forma geral, as organizações tendem a entender que inovação é a implementação de novas ideias que geram valor.

Entretanto, independente de qual for a definição específica de inovação, a cooperativa deve alinhar a liderança e os colaboradores em torno de um mesmo entendimento. E isso é algo que entra no rol da gestão da inovação.

Delimitando a inovação

Para tanto, é essencial delimitar a inovação, o que pode ser feito ao definir quais são os dois principais tipos de inovação:

A inovação disruptiva consiste na elaboração de um novo produto, serviço ou processo que muda completamente a realidade de um mercado. Um caso clássico é a criação da Uber, que modificou profundamente a mobilidade urbana. O surgimento do cooperativismo de plataforma também representa uma disrupção.

São mudanças que apenas otimizam algo que já existe e, portanto, proporcionam uma melhor geração de valor aos produtos e serviços da cooperativa. A criação do chatbot Theo é uma inovação incremental que aprimorou o atendimento digital do Sicredi, por exemplo.

Nível de inovação

Outro ponto de atenção da gestão da inovação diz respeito à profundidade da iniciativa inovadora. Há, resumidamente, três níveis de inovação, que são:

Primeiro nível: neste nível, a inovação é apenas incremental. Ou seja, visa somente o aprimoramento do que já existe na cooperativa.

Segundo nível: já neste caso, a inovação visa novos negócios. Isto é, envolve mercados onde a cooperativa já atua e, de certa maneira, domina. Para inovar no segundo nível, a cooperativa precisa entender mercados semelhantes e desenvolver formas de explorar novas oportunidades de negócios.

Terceiro nível: por fim, estão as inovações disruptivas. Elas surgem, em geral, nesse nível, que se volta a ideias mais arriscadas e que demandam validação. É neste nível de inovação que surgirão novos produtos e serviços que vão transformar a atuação e o futuro da cooperativa.

Foco da inovação

Uma vez que já há entendimento de como a inovação se desenvolve, é importante entender a realidade atual da cooperativa e vislumbrar em quais horizontes a inovação vai atuar. A gestão da inovação, nesse sentido, considera dois panoramas:

Ao dar início à gestão da inovação, pode ser prudente manter um foco único de inovação. Em geral, isso significa pensar em inovações incrementais de processo e produtos já existentes.

Ao amadurecer a capacidade de gestão da inovação a cooperativa se torna capaz de trabalhar de formas variadas simultaneamente. Assim, além de fazer a inovação incremental em processos, produtos e serviços, a cooperativa começa a pensar em novos projetos relacionados ao seu negócio e a mercados similares.

Desenvolvimento da gestão da inovação em cooperativas

Os resultados obtidos pela cultura de inovação melhoram conforme a capacidade de gerenciar e estimular o desenvolvimento da inovação. Ademais, o desenvolvimento é facilitado a partir de algumas iniciativas. Confira um pouco mais sobre cada uma delas:

A gestão da inovação, ao considerar os acertos e erros cometidos pela cooperativa no passado, consegue entender o perfil do público interno, dos clientes e as peculiaridades do mercado em que a cooperativa atua.

Mais do que compreender o contexto e o histórico da cooperativa, a capacidade de aprendizagem contínua desenvolvida e estimulada pela gestão da inovação permite explorar caminhos e formas diferentes de inovar, além de proporcionar uma atualização dos conhecimentos e habilidades dos profissionais.

A cultura voltada à inovação torna os colaboradores mais propensos a tomarem iniciativas com potencial de gerar valor à cooperativa. A construção da cultura de inovação depende de ações que fazem parte da gestão da inovação.

No entanto, uma vez que esta cultura esteja minimamente desenvolvida dentro da cooperativa, a gestão da inovação tem muito a ganhar, pois o processo se retroalimenta. Para o estabelecimento da cultura de inovação, a cooperativa pode lançar mão de ferramentas como one-on-one (reunião do colaborador com seu gestor direto), encontros comuns e presenciais para comunicar expectativas, palestras e treinamentos.

Além do poder do exemplo, liderança está diretamente relacionada à capacidade de desenvolver pessoas que venham a sugerir melhorias para a cooperativa e, consequentemente, gerar valor para o negócio.

Então, a cooperativa precisa de líderes capazes de incentivar os colaboradores a terem novas ideias e a fazer as coisas de maneiras diferentes. Portanto, as lideranças da cooperativa devem não apenas abertas a ouvir as sugestões das pessoas, mas também estimulá-las. E isso é feito, dentre outras maneiras, ao não censurar propostas e ideias.

A liderança também estimula a gestão da inovação ao definir a estratégia da cooperativa e, nele, considerar instrumentos, programas e iniciativas que, por meio da inovação, gerem valor à cooperativa.

O marketing é uma ferramenta que pode ser usada para aprimorar a gestão da inovação. É por meio do endomarketing que é feita a comunicação que mantém as pessoas bem informadas e possibilita o engajamento nas iniciativas voltadas para inovação. Nesse cenário, novas ideias circulam na cooperativa e aumentam seu potencial criativo.

Como vimos, inovação é geração de valor. Então, mesmo que nos primeiros passos não exista expectativa por retorno financeiro, em algum momento é preciso começar a medir o ROI (Retorno sobre o investimento) das iniciativas de inovação.

Afinal, a inovação precisa ser vista como investimento e faz parte da gestão da inovação atentar para essa relação entre alocação e retorno de recursos financeiros. Logo, as cooperativas precisam medir os resultados da inovação, o que acontece a partir da definição de indicadores de desempenho para acompanhar cada etapa do processo de inovação.

Isso inclui verificar quais são as etapas do processo de inovação em que o desempenho pode ser melhorado para aumentar o aproveitamento do potencial empreendedor e criativo dos colaboradores.

A gestão da inovação se relaciona com o público interno e também externo para captar realidades e perspectivas diversas. Levar pessoas de fora para falar na cooperativa, visitar eventos e realizar capacitações são iniciativas com potencial para ajudar na educação dos colaboradores. Avaliar concorrentes e cases práticos também são importantes ferramentas na gestão da inovação.

Importância dos cases para a gestão da inovação

O benchmarking é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento da inovação. Por isso, olhar para programas de inovação no cooperativismo é uma estratégia interessante para desenvolver a inovação dentro da sua própria cooperativa.

Este tipo de pesquisa traz inspiração para o desenvolvimento de uma cultura de inovação. Afinal, programas de inovação são frutos de processos de trabalho bem estruturados. Eles têm em comum a promoção contínua e integrada da inovação, que não é decorrente de iniciativas isoladas. Assim, estão intrinsecamente ligados à estratégia da cooperativa.

Além disso, observar cases traz aprendizados importantes a partir dos erros e acertos feitos por outras organizações. Uma verdadeira cultura de inovação disseminada por todo um setor evidencia a importância da troca de informações em prol da comunidade como um todo. Ou seja, de maneira bastante ligada aos princípios do cooperativismo que propõem a intercooperação.

Para facilitar o acesso a cases de inovação de cooperativas em todo o País, o InovaCoop conta com uma seção totalmente dedicada a contar cases inspiradores de inovação no cooperativismo. Confira!

Conclusão

Em suma, a gestão da inovação atua nas seguintes frentes:

Assim sendo, a gestão da inovação é responsável por planejar, organizar e controlar as ações acima, contribuindo de muitas maneiras para a cooperativa. Dentre os benefícios da gestão da inovação estão, dentre outras:

• Valorização da marca da cooperativa

• Aumento da vantagem competitiva

• Crescimento das receitas

• Abertura de novos mercados

• Alinhamento entre processos e estratégia

• Atração e retenção de talentos

Como podemos ver, a Gestão da Inovação é algo muito valioso, pois leva a uma compreensão mais ampla da inovação e fortalece uma mentalidade mais inovadora nos colaboradores e cooperados, levando a uma transformação positiva na cultura organizacional.

A cooperativa precisa assumir o protagonismo neste assunto para obter resultados positivos e gerar valor, com cada vez mais impacto na cooperativa e na sociedade. A melhoria de cada um dos processos envolvidos com a política de inovação depende de uma gestão assertiva.

<p>Como e por que adotar a gamificação na sua cooperativa para aumentar a inovação e engajamento de cooperados e clientes.</p>

Gamificação: como utilizar a inovação para engajar?

Dê o start na gamificação e descubra por que essa prática está sendo usada pelas maiores companhias do mundo


Uma forma de engajar equipes e fidelizar clientes e cooperados através de um dos instintos humanos mais fortes: a competitividade positiva. É assim que podemos definir a gamificação, termo tão em alta no mundo dos negócios.

Estamos falando de uma estratégica que ativa todas as características necessárias para unir, ensinar, comunicar e sensibilizar pessoas. É capaz, por exemplo, de colocar times e públicos inteiros em contato com os valores das cooperativas de uma maneira leve e orgânica.

Então, dê o play nessa leitura e prepare-se para aumentar seus “pontos de experiência”, como é dito no mundo dos jogos famosos, pois você está prestes a aprender como se tornar um vencedor da gamificação, aplicando-a na sua cooperativa.

O que é a gamificação?

O conceito de gamificação define o estudo dos efeitos do sistema dos jogos no comportamento humano, especificamente em termos de consumo. Sua análise envolve disciplinas como a psicologia, e tecnologia da informação, o design e a administração.

Essa estratégia pode ser definida como o uso da lógica dos jogos para atingir resultados específicos, como o engajamento de um time, a transmissão de conhecimento ou a interação com marcas visando a fidelização de clientes.

Atribuição de pontos, criação de objetivos, trabalho em grupo, evoluções de níveis e até aumentos de habilidades são técnicas retiradas de games e materializadas na vida real pela gamificação, que pode ser aplicada através de cartas, gincanas, jogos digitais, tabuleiros e muitos outros.

E como a gamificação impulsiona o engajamento?

Se você está se perguntando “como o uso de cartas pode fazer com que meu time seja mais produtivo ou meus cooperados se tornem mais próximos da minha cooperativa”, está no caminho certo. Autores como Sebastian Deterding, Jane McGoningal e Gabe Zichermann se questionaram sobre as mesmas coisas para estudar a gamificação.

E entre as muitas descobertas feitas, percebeu-se a ativação de partes específicas do cérebro quando as pessoas jogam. Basicamente, os jogos têm elementos responsáveis por gerar interesse e senso de conquista muito grandes, liberando hormônios como a dopamina e a serotonina em nosso organismo.

É por isso que podemos passar horas e horas jogando sem que nem notemos o tempo passar. E foi esse efeito que chamou tanto a atenção das organizações e mostrou que a gamificação pode ser o caminho para fugir da mesmice e transmitir informações de forma realmente envolvente.

Aqui estão algumas das características dos jogos que foram adaptadas na gamificação como conhecemos hoje.

Definição de objetivos

Quando você está aprendendo a jogar um game novo, é comum que logo faça a seguinte pergunta: O que eu tenho que fazer para ganhar?

Isso não acontece à toa: uma das razões pelas quais os jogos conseguem prender a atenção por tanto tempo é a capacidade de criar metas a curto e longo prazo, deixando o usuário sempre com gostinho de que ele pode se superar.

Se você está pensando em criar um treinamento com gamificação, pode dividir a equipe em times diferentes e promover um desafio que deve ser cumprido em um determinado tempo, por exemplo.

Colaboração e competitividade

Pode parecer contraditório ver a competitividade como uma forma de aproximar seus colaboradores, mas esse é um caminho extremamente eficiente na gestão de equipes, bem como no marketing.

Em um bom jogo, não existem perdedores: todos saem ganhando alguma coisa, seja um prêmio ou um aprendizado. Por meio da colaboração, os cooperados podem aprender muito mais sobre seus colegas, reformular valores, fortalecer vínculos e, principalmente, se desenvolver.

Em termos de divulgação de produtos e serviços, isso também é interessante. Criar pontos de contato entre diferentes consumidores para que eles possam colaborar entre si ou criar uma competição saudável foi a base para muitas estratégias de sucesso.

Estímulo à criatividade

Imagine que você desafiou seus clientes e colaboradores a criarem um novo jingle para a empresa em três dias e com o uso de palavras pré-determinadas, argumentando que o resultado mais criativo seria oficializado e renderia prêmios para quem os desenvolveu.

Com certeza, as pessoas teriam que sair de suas zonas de conforto e pensar fora da caixa, não é mesmo? A prática deste hábito é extremamente positiva para gestores que visam conteúdos mais originais e únicos, gerando destaque em termos de inovação para cooperativas.

Mecanismos de recompensa

Poucas sensações são tão boas quanto a de passar de nível em um jogo, principalmente quando ele é difícil ou exige muita técnica. Na gamificação, esse elemento é usado para gerar mais tempo de interação e proporcionar uma sensação de autorrealização atrelada à cooperativas. Aqui estão alguns exemplos hipotéticos:

  1. A cada X amigos indicados, você ganha X desconto na sua próxima compra.
  2. A cada X reais investidos em nossos produtos, você ganha um prêmio.
  3. Suas participações em reuniões geram pontos que podem ser trocados por benefícios.

Geração de interesse por um assunto

Como comentado anteriormente, a gamificação se destaca por captar a atenção de indivíduos. Mas o que é realmente interessante nessa técnica é que ela permite não apenas conquistar a curiosidade do público, mas direcioná-la por toda uma jornada.

Poucas pessoas querem assistir uma apresentação de 300 slides sobre a sua marca ou assistir a um vídeo longo sobre os diferenciais dela. Mas todo mundo gosta de se envolver em narrativas interativas, em que a participação delas faz toda a diferença para que um objetivo seja alcançado e uma recompensa seja proporcionada.

Por que adotar a gamificação nas cooperativas?

Porque a gamificação e o cooperativismo têm tudo a ver. Afinal, ambos materializam a ideia de que a colaboração pode funcionar melhor do que a competitividade negativa para gerar resultados mais benéficos a todos os envolvidos.

Além disso, os resultados falam por si: um estudo da TalentLSM indicou que a gamificação pode aumentar o envolvimento dos funcionários em treinamentos online em até 90%. Esse dado evidencia todo o argumento usado anteriormente de que esse sistema gera um aumento significativo do interesse do público na mensagem da sua cooperativa.

Elementos da gamificação

Os jogos parecem ter um certo “elemento secreto” com o poder de nos manter com foco durante horas e nos envolver em cada partida, não é mesmo? Mas a verdade é que não existe nenhum mistério nesse efeito. Trata-se apenas do uso de técnicas que, quando combinadas, causam esse forte engajamento. Confira quais são elas:

Emoções

Imagine duas situações: na primeira, você precisa chegar de um ponto ao outro sem ser interrompido por obstáculos. Na outra, você precisa ajudar uma simpática criatura a comer o máximo de bolinhas em um labirinto sem que os fantasmas o capturem.

Qual das descrições te emocionou mais?

Esse é o poder das emoções na gamificação. Uma vez que você conta uma história, como foi a citada anteriormente e inspirada na sinopse de PacMan, fica infinitamente mais fácil transmitir uma ideia.

As pessoas querem se envolver com personalidades com quem se identificam e sentir tudo o que um jogo proporciona. Na gamificação em cooperativas, não é diferente: ao estimular emoções positivas, o público se torna muito mais aberto para interagir com você.

Narrativa

Já se foi o tempo em que os jogos contavam narrativas simples. Hoje em dia, podemos encontrar verdadeiras obras literárias e cinematográficas tanto em games digitais quanto nos mais clássicos como os de tabuleiro.

Se você desafiar sua equipe a aumentar as vendas, está informando algo. Mas se você criar um conceito que os coloca como astronautas descobrindo um planeta novo e compartilhando produtos com os habitantes desse lugar, você vai ver resultados totalmente diferentes.

Relacionamentos

Esqueça aquele conceito de jogos que causam discórdia entre amigos e familiares. Apesar deles serem muito engraçados em momentos de descontração, eles geram um efeito totalmente contrário do que a gamificação no cooperativismo pode proporcionar. A ideia aqui é fazer com que as soluções dos jogos só sejam encontradas quando todos cooperam.

Com as premissas certas, você consegue fazer com que pessoas de setores diferentes se envolvam, interajam e descubram que têm muito mais em comum do que imaginavam. Isso é muito válido se considerarmos que em algum projeto futuro, eles já vão ter “quebrado o gelo” e vão conseguir trabalhar juntos com muito mais eficiência.

Restrições

Seria muito fácil chegar ao outro lado do labirinto se o PacMan não precisasse desviar dos fantasmas, não é? Na verdade, ficaria até chato e entediante, já que não haveria desafio algum a ser superado.

Na vida real, acontece algo muito similar. Existem centenas de restrições que fazem com que as cooperativas precisem desviar e encontrar novos caminhos para entregar resultados, principalmente através da inovação.

A gamificação ajuda o público a entender o que são as restrições e o treina para enfrentá-los com ânimo e com a perspectiva de que algo melhor está prestes a chegar, principalmente se todos trabalharem juntos.

Progressão

Ficar no mesmo nível só é interessante se você puder passar para o próximo. A progressão é um elemento essencial da gamificação, pois mostra ao player que ele evoluiu e reconhece o avanço dele.

No cooperativismo, a lógica deve funcionar da mesma forma: uma vez que alguém aprimora suas habilidades a ponto de estar pronto para um novo trabalho, esse reconhecimento deve chegar na forma de um estímulo para que isso continue acontecendo em um ciclo de autodesenvolvimento.

Conquistas

Nem todo esforço se resume a progredir. Alguns deles dizem respeito apenas a ter conquistado alguma coisa, mostrando que você tem alguma característica única.

Se um cliente consumiu um número significativo de compras, que tal presenteá-lo com o título de “consumidor fiel”, que pode ser exibido em suas redes? Ou então, se um colaborador aprendeu um novo idioma, como ele se sentiria ao receber um broche que diz que ele é um “funcionário sem fronteiras”?

Como a gamificação funciona

Nós citamos diversos usos para a gamificação em cooperativas. Mas como isso funciona na prática? Basicamente, é desenvolvido um jogo (ou escolhido um que já existe e que se encaixa no perfil do caso) e, depois de testes e aperfeiçoamentos, ele é aplicado junto a um contexto de recursos humanos ou marketing.

Isso pode acontecer através da iniciativa da própria cooperativa ou por intermédio de empresas especializadas no segmento e com know-how específico na área, o que geralmente enriquece bastante a experiência

A seguir, trouxemos um resumo sobre os tipos de gamificação para que você possa sentir com exemplos como essa ferramenta funciona.

Treinamento: Esse é um dos usos mais comuns da gamificação e inclui jogos como fonte de envolvimento e engajamento entre a equipe. Exemplo: uma cooperativa quer melhorar a comunicação entre colaboradores e, ao invés de dar uma palestra sobre o tema, usa um jogo colaborativo para dar exemplos de compartilhamento de informações com inteligência.

Onboarding: Trata-se da recepção a novos membros da equipe, transmitindo uma grande quantidade de informações de um jeito mais leve. Exemplo: um novo funcionário precisa completar todos os níveis do processo para ganhar um emblema de novo integrante do time.

Educação: Ideal para cooperativas que precisem fazer treinamentos mais técnicos e aumentar o nível de conhecimento dos associados. Exemplo: ao invés de falar sobre a organização de documentos no escritório, uma cooperativa pode gerar uma jornada interativa para que o público entenda com atividades todos os atributos necessários.

Marketing: Foca no estímulo a vendas, usando narrativas para envolver o público e incentivá-lo a consumir. Exemplo: uma cooperativa convida consumidores a enviarem um desenho temático com o lançamento de um produto novo.

Engajamento social: Pode ser usado para incentivar a participação de membros, sendo estratégico para cooperativas. Exemplo: uma cooperativa com um fórum online premia os participantes com mais postagens em um determinado período.

Fidelização de clientes ou cooperados: Uma cooperativa pode impactar consumidores com jogos que visam tanto ao aumento das vendas quanto à fidelização. Exemplo: uma cooperativa pode criar um sistema de pontos que dá brindes conforme os clientes consomem com frequência.

Gamificação no cooperativismo

As cooperativas têm uma relação muito forte com a gamificação. A parceria entre esses dois conceitos é antiga e já rendeu casos inspiradores. Aqui estão alguns deles:

Jornada Coop: propagando o cooperativismo de forma gamificada

De forma inovadora, o Sistema OCB aderiu à gamificação para propagar a comunicação dos serviços para todas as cooperativas do Brasil. Basta acessar o site do Jornada Coop com os dados da sua cooperativa e responder as perguntas do game.

Ao final da atividade interativa, você saberá de quais programas a sua cooperativa participa e poderá, de acordo com o resultado, buscar melhorias e inovações.

Sicredi utiliza gamificação para formar líderes

A gamificação foi adotada pelo Sicredi para investir no desenvolvimento de futuros líderes. O programa Comitê Jovem recebeu cursos de crescimento pessoal e profissional para jovens cooperados por meio de uma plataforma lúdica que incentiva os participantes a passarem por desafios.

Já foram mais de 300 mil participantes que concorreram a prêmios e passaram por experiências transformadoras através dessa estratégia de gamificação.

Ailogs: jogo promove educação cooperativa para crianças

Esse caso é um exemplo perfeito de como a educação pode ser transmitida por meio de narrativas bem construídas e envolventes.

Os Ailogs, personagens interestelares que vieram ao nosso planeta ensinar sobre cooperativismo, foram a materialização do amplo conhecimento do Sistema Ailos sobre o tema, simplificando conteúdos de forma leve e divertida.

A ideia é aproximar as crianças da causa de um jeito muito mais envolvente do que apenas uma apresentação com dados. Com os Ailogs, os pequenos entram em um universo de aprendizado e aventuras.

Unimed Cascavel: programa de inovação em elementos de gamificação

Com mais de 98 mil beneficiários, a Unimed Cascavel decidiu que era hora de aumentar sua competitividade. Para isso, foi criada a Fábrica de Inovação: um espaço livre para que colaboradores e cooperados possam sugerir melhorias e novos projetos.

O programa usou técnicas de gamificação para estimular a participação e promover as melhores ideias. Afinal, se o mercado é um jogo, iniciativas como essa fazem com que todos os lados sejam vencedores.

Como aplicar a gamificação nas cooperativas

Para finalizar, decidimos trazer algumas dicas valiosas, práticas e objetivas sobre as melhores aplicações de gamificação em cooperativas. Aproveite:

Transforme processos em jogos

Descubra pontos do seu fluxo de trabalho que podem melhorar e desenvolva um sistema de jogos para otimizá-los. A proposta não é infantilizar essas etapas, mas sim criar uma lógica que faça sentido para quem a usa e padronize as atividades.

Tenha objetivos e mecânicas bem definidos

Um jogo não pode ficar mudando suas regras sempre que algum jogador quer fazer algo diferente. Portanto, vale definir as mecânicas e as regras de funcionamento do seu universo para manter o foco dos participantes.

Integre diferentes áreas da cooperativa

O jogo de futebol da rua ficava muito mais interessante quando outro bairro era convidado para competir também, não é? Na gamificação, vale integrar diferentes setores e unir pessoas que não interagem normalmente por meio de um objetivo em comum.

Estimule a colaboração e a competitividade em busca de um objetivo

Competitividade saudável é sempre uma ferramenta de crescimento. Por isso, vale criar um “lugar seguro” para que todos possam participar de maneira respeitosa e que, ao mesmo tempo, ative o lado vencedor que cada pessoa tem dentro de si.

Proporcione um ambiente otimista

Jogos são divertidos: essa é a grande base deles. Na hora de aplicar sua gamificação, proporcione um clima com um astral positivo, onde todos se sintam confortáveis e com uma energia de entusiasmo.

É hora do jogo!

Se você chegou até aqui, provavelmente tem muita curiosidade em gamificação. Isso nos alegra muito, pois quer dizer que você tem interesse em estratégias humanizadas e eficientes para gestão de cooperativas.

Pensando nisso, queremos te fazer dois convites: o primeiro é, na verdade, um presente. O e-book Gestão de Equipes: como engajar seu time para inovar já está disponível para download gratuito. É uma leitura rápida, leve e muito inspiradora.

Nosso segundo convite é para brincar conosco no Jornada Coop, uma atividade interativa com intuito de trazer insights sobre a sua cooperativa. Trata-se de uma gamificação muito interessante para quem busca melhorias e inovações com alta funcionalidade. É só clicar e aproveitar!

<p>O programa MAIS INOVAÇÃO BRASIL, lançado no final de agosto pelo BNDES e FINEP, com um aporte de R$ 66 bilhões até 2026, se tornou um marco no apoio à inovação para entidades privadas no Brasil e é uma das oportunidades trazidas pelo radar de financiamento do InovaCoop.</p>

Destaques do Radar de Financiamento (outubro de 2023)

Oportunidades de fomento em Inovação para coops brasileiras


O desenvolvimento de projetos de inovação para cooperativas é fundamental para manter e ampliar a competitividade no cenário brasileiro e global. Entretanto, o investimento nesses projetos demanda recursos financeiros. Muitas vezes, organizações privadas hesitam em fazer tais investimentos por conta das incertezas associadas aos resultados desses projetos, sobretudo quando se referem a inovações tecnológicas em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Felizmente, existem oportunidades oferecidas por atores do ecossistema de inovação brasileiro, especialmente aqueles vinculados ao governo. Esses atores propõem mecanismos de fomento para compartilhar os riscos relacionados a projetos de inovação.

Os principais mecanismos de fomento são:

Recursos reembolsáveis: Correspondem a financiamentos onde a organização recebe o recurso, mas precisa devolvê-lo posteriormente. Vale salientar que agências como FINEP e BNDES, que incentivam a inovação no Brasil, oferecem taxas de juros mais baixas e prazos maiores para pagamento em comparação com bancos comerciais.

Recursos não reembolsáveis: Se a organização tiver sua proposta aprovada, não precisa devolver esse recurso.

Incentivos fiscais: São benefícios concedidos pelo governo para incentivar setores ou atividades econômicas. Incluem isenções, deduções e compensações, entre outros, reduzindo a carga tributária de empresas que investem em P&D.

Destaques para outubro:

1. No final de agosto, FINEP e BNDES lançaram o mais significativo programa de apoio à Inovação para entidades privadas da história do país, o MAIS INOVAÇÃO BRASIL. Este programa destinará R$ 66 bilhões para inovação até 2026. Neste mês, ressaltamos três oportunidades de recursos não reembolsáveis do programa já em operação pelo BNDES:

a) MAIS INOVAÇÃO - Investimento em inovação

b) MAIS INOVAÇÃO - Aquisição de bens inovadores

c) MAIS INOVAÇÃO - Difusão tecnológica

 • Taxa de Juros Anual: Em comparação a bancos comerciais, financiamentos de agências que fomentam inovação possuem taxas mais atrativas. O programa MAIS INOVAÇÃO apresenta taxas ainda mais baixas. A combinação do Custo Financeiro (TR) com a Taxa do BNDES (entre 2,2% a 2,7%) resulta em uma taxa anual entre 4% e 5%.

Período de Carência: 2 a 4 anos – tempo até iniciar o pagamento do financiamento; durante este período, só são pagos os juros.

Tempo de Amortização: 10 a 16 anos – tempo para finalizar o pagamento do financiamento após o período de carência

 2. Está aberta a chamada pública do PROGRAMA INOVAMAZ da EMBRAPA AMAZÔNIA. O edital convida empresas, cooperativas e instituições registradas no CNPJ a desenvolver soluções tecnológicas em parceria com a Embrapa Amazônia Oriental. A EMBRAPA pode cobrir de 50 a 70% do valor total do projeto com recursos não reembolsáveis. Prazo para submissão: 10/11/2023.

 Para maiores detalhes, não deixe de acessar o Radar de Financiamento !

<p>Depois de 12 anos, Brasil volta a figurar entre as 50 economias mais inovadoras do mundo. Confira os resultados do Índice Global de Inovação. </p>

Brasil ultrapassa Chile e se torna a economia mais inovadora da América Latina

País ganha cinco posições no Índice Global de Inovação e volta a figurar entre as 50 economias mais inovadoras do mundo após 12 anos


Entre os 132 países que integram o Índice Global de Inovação (IGI), o Brasil é agora a 49ª economia mais inovadora do mundo. Em 2023, o país ganhou cinco posições, ultrapassou o Chile e se tornou líder em inovação na América Latina. E entre os cinco países do BRICS, o Brasil está na terceira colocação, à frente de Rússia e África do Sul.

Os dez países mais bem colocados no IGI 2023 são: Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Singapura, Finlândia, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Coreia do Sul. A classificação, divulgada anualmente desde 2007, foi reconhecida pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas como um instrumento de referência para avaliar a inovação em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O Índice Global de Inovação é divulgado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual, em parceria com o Instituto Portulans e o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).

Apesar do crescimento no Índice Global de Inovação, ainda temos muito a evoluir

Em resumo, a pesquisa aponta que, neste ano, os pesquisadores brasileiros conseguiram inovar mais, mesmo com menos condições em relação a 2022. Ainda segundo o estudo, o Brasil apresenta pontuações elevadas em indicadores como serviços governamentais online (14ª posição) e participação eletrônica (11ª), além de demonstrar força em ativos como marcas registradas e valor global de marcas.

Na comparação com países de renda média alta, o Brasil tem desempenho acima da média nos indicadores de: resultados de conhecimento e tecnologia; resultados de criatividade; sofisticação de negócios; sofisticação de mercados; capital humano e pesquisa; e infraestrutura.

Além disso, o valor dos unicórnios brasileiros (22ª) também é destaque, representando 1,9% do PIB nacional em 2023. O Brasil é reconhecido no ranking do IGI por abrigar 16 unicórnios (startups que atingiram valor de mercado de US$ 1 bilhão).

Mesmo diante dos resultados positivos pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil, que tem a 12ª maior economia do mundo, ainda está aquém do seu potencial. Essa é avaliação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

“Precisamos de políticas públicas modernas e atualizadas e, para isso, o índice tem o papel fundamental de auxiliar na compreensão dos pontos fortes e fracos do Brasil.”, disse Andrade ao site da Exame.

Oportunidade para ecoinovação

A busca por melhores resultados significa também uma oportunidade para as organizações brasileiras. E essa oportunidade, segundo os organizadores do Índice Global de Inovação, pode passar pelo estabelecimento de uma cultura de ecoinovação - ou "inovação verde" - no país.

Na prática, os especialistas entendem que as áreas de gestão de resíduos, conservação de energia, energia alternativa e transporte oferecem capacidades inovadoras promissoras na indústria brasileira.

Inclusive, apostam que o Brasil tem uma oportunidade histórica de se tornar um líder verde globalmente, já que possui mais patentes verdes em comparação às principais economias (16,1% no Brasil contra 14,9% nos EUA, 14,3% na UE e 15,3% na China).

Como funciona o Índice Global de Inovação (IGI)

O IGI de 2023 utiliza 80 indicadores para monitorar as tendências mundiais no campo da inovação em mais de 130 economias. A posição global dos países no índice é resultado de um cálculo que divide os indicadores em “insumos de inovação” (inputs) e “resultados de inovação” (outputs), em que há pesos diferentes para cada indicador.

A categoria resultados de inovação indica o desempenho dos países quanto à inovação produzida. Por exemplo: produção científica, patentes, novos produtos, serviços e processos, entre outros indicadores.

No geral, o estudo também evidencia que um grupo de economias emergentes vêm melhorando sistematicamente seu desempenho no IGI devido aos seus investimentos no ecossistema de inovação, que faz toda a diferença, segundo o diretor-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, Daren Tang.

"O IGI de 2023 reforça que, apesar da desaceleração do financiamento de capital de risco em âmbito mundial, a capacidade inovadora segue crescendo em ritmo pujante, embora esse crescimento tenda a ser cada vez mais qualitativo e menos quantitativo", afirma Tang.

O relatório completo do Índice Global de Inovação 2023 pode ser baixado clicando aqui

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