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<p>Conheças as principais metodologias ágeis e confira os conteúdos do InovaCoop para tornar o cooperativismo mais ágil e inovador!</p>

Saiba como impulsionar a inovação no coop através das Metodologias Ágeis

Conheça os frameworks disponíveis no InovaCoop


As metodologias ágeis surgiram como opção às maneiras tradicionais de gerir projetos. Os modelos tradicionais de gestão, formados por processos longos e prazos elásticos, estão perdendo espaço.

A nova economia, afinal, demanda rapidez, agilidade e assertividade - fatores que os modelos tradicionais não entregam. Por esse motivo, as metodologias ágeis ganharam espaço nos negócios, inclusive nas cooperativas.

Por meio de processos mais curtos, direcionados e focados na eficácia, as metodologias ágeis proporcionam um melhor aproveitamento de tempo, aprimoram a comunicação entre as equipes e descartam etapas desnecessárias. Com isso, criam ambientes de trabalho mais harmônicos e ágeis.

O InovaCoop, em sua missão de impulsionar a inovação no cooperativismo, traz diversos conteúdos sobre as metodologias ágeis. Neste artigo, reunimos os materiais que mostram o potencial das metodologias ágeis para estimular a inovação nas cooperativas, tornando-as mais eficientes e adaptáveis. Aproveite a leitura!

Por que utilizar metodologias ágeis

  •     Entregas mais rápidas: ao abrir mão de processos redundantes, as tarefas são executadas com maior velocidade.
  •     Maior qualidade nas entregas: a identificação de erros se torna mais eficaz, antecipando as correções necessárias. As metodologias permitem aumento na entrega de valor do produto/ serviço.
  •     Aumento na produtividade: a simplificação dos processos diminui a burocracia, e o tempo disponível passa a ser dedicado a melhorar o projeto e buscar soluções.
  •     Adaptabilidade e personalização: projetos mais flexíveis conseguem se adequar mais facilmente a situações inesperadas. Essa maleabilidade também garante maior liberdade para personalizar o produto.

Esses benefícios foram indicados no nosso guia prático Metodologias ágeis: 3 ferramentas para otimizar a gestão da sua coop. Nele, você vai conferir dicas para implantar Kanban, Scrum e OKR para inovar e melhorar os processos da sua cooperativa!

Quais são as principais metodologias ágeis

Que tal conhecermos, então, as principais metodologias ágeis com base nos conteúdos do InovaCoop?

Kanban

Apesar de ser considerada uma metodologia ágil, o Kanban surgiu nos escritórios da Toyota no Japão dos anos 40. De início, o Kanban foi desenvolvido para gerenciar controle de estoque. Os resultados, porém, foram tão positivos que logo ele passou a ser utilizado para controlar tarefas diversas.

O Kanban é uma ferramenta que foca na organização visual dos processos por meio de cartões e colunas. Cada cartão representa uma tarefa, e as colunas indicam em qual fase de desenvolvimento essa tarefa se encontra. Conforme uma tarefa progride, ela vai caminhando pelas colunas, fase a fase, até a conclusão.

Ferramentas como Trello, Asana e ClickUp utilizam a metodologia Kanban. Quer aprender a utilizar o Kanban na sua cooperativa? Então confira, também, este guia prático totalmente dedicado à metodologia!

Scrum

A metodologia Scrum é fruto do Manifesto Ágil, criado em 2001 a fim de otimizar o desenvolvimento de software. Os princípios do documento, contudo, foram acolhidos por diversas outras áreas, principalmente na gestão de projetos.

O princípio mais importante do Scrum é o de que não há uma fórmula fixa para executar projetos. Assim, ajustes de rota são necessários com frequência em busca do melhor resultado. Ou seja, o Scrum é um framework que visa resolver problemas complexos por meio de soluções adaptativas, criando produtos de alto valor agregado.

A partir dessa premissa, o Scrum propõe uma divisão de projetos em quatro ciclos curtos que duram até quatro semanas - são os sprints. Em parceria com a Descola, o InovaCoop produziu o curso Scrum. Nele, você entenderá a fundo como aplicar a metodologia dentro da sua cooperativa. Confira!

OKR

A sigla OKR significa Objectives and Key Results - isto é: objetivos e resultados-chave. Sua ideia é estabelecer metas agressivas, porém possíveis, de forma a guiar os trabalhos da cooperativa em busca de atingir esses objetivos. A metodologia foi criada nos anos 70, na Intel.

Com isso, o OKR é um conjunto de objetivos relacionados entre si e que, quando alcançados, contribuem para os objetivos estratégicos da organização. Essa metodologia faz com que a cooperativa possa se adaptar com rapidez aos movimentos do mercado. Os componentes do OKR são os seguintes, portanto:

  •    Objetivos (O): os objetivos a serem alcançados pela cooperativa. Devem ser concretos e orientados por ações. Afinal, sua finalidade é inspirar as ações e servir como um norte para o desenvolvimento do planejamento estratégico.
  •    Resultados-chave (KR): estabelecem como os objetivos serão atingidos. Eles devem ser específicos, agressivos e mensuráveis, mas sem nunca deixarem de ser realistas e atingíveis. Cada objetivo contará com seus OKRs.

Neste artigo, então, fomos a fundo na metodologia OKR, destrinchando sua estrutura, apontando os passos para a implementação, dando exemplos e alertando para os erros comuns durante sua execução. Confira, também, o curso de OKR no CapacitaCoop!

Lean Startup

A metodologia lean startup (startup enxuta), criada por Eric Ries, visa potencializar a chance de uma ideia dar certo com agilidade e eficiência. Por meio de um conjunto de métodos e boas práticas, a metodologia de startup enxuta preza por uma produção calcada na eficiência, de maneira a evitar desperdícios e antecipar erros.

Essa metodologia propõe que a inovação contínua é o resultado de um processo bem executado, e não somente de uma ideia genial. Com isso, o processo pode ser replicado, aprendido e ensinado. Além disso, a abordagem Lean Startup pode ser aplicada por negócios de todos os escopos e ramos de atividade.

Conheça mais sobre a abordagem lean startup, veja como ela se relaciona com outras metodologias ágeis e conheça negócios de sucesso que a utilizaram com sucesso neste artigo!

Como escolher a melhor metodologia ágil para o seu projeto

O sucesso de um projeto decorre de diversos fatores – e a metodologia de gestão é um dos mais importantes. Por isso, saber qual metodologia usar para gerir um projeto é um passo inicial importante para o sucesso das iniciativas de inovação.

Para escolher a metodologia mais adequada para o seu projeto, é importante levar em consideração diversos fatores, como:

  •    Escopo do projeto
  •    Detalhamento dos processos
  •     Sequenciamento das atividades
  •     Montagem de cronograma
  •    Elaboração de orçamento
  •    Registro de custeio
  •   Prazos de entregas
  •    Definição de responsabilidades

Portanto, definir se o projeto será melhor executado por meio das metodologias ágeis e quais delas devem ser utilizadas é parte fundamental para o planejamento. Cada framework tem suas particularidades, que podem ser vantajosas em alguns casos, mas ruins em outros.

Para aprimorar o processo de decisão sobre qual metodologia ágil adotar, o InovaCoop preparou um artigo que apresenta critérios, poderes e limitações de diversas tecnologias, de forma a tornar a escolha mais bem fundamentada e precisa.

Conclusão: metodologias ágeis para um coop dinâmico

Inovação e agilidade andam lado a lado. As metodologias ágeis apresentadas neste artigo ajudam no desenvolvimento de novas ideias e projetos no ritmo adequado ao mundo moderno conectado.

No Radar da Inovação, por exemplo, contamos como o Sicredi implementou metodologias ágeis no desenvolvimento de produtos digitais. Nesse processo, a cooperativa empregou as metodologias Scrum, Lean e Kanban para promover uma transformação digital e posicionar o Sicredi como uma das instituições mais inovadoras do setor financeiro do país.

Adotar a gestão ágil requer uma transformação da mentalidade. Significa uma mudança da cultura organizacional do negócio, com a compreensão e identificação de todos. 

Logo, é perfeitamente compreensível que o processo de adaptação comece com projetos experimentais, onde os profissionais vão aprimorar seus conhecimentos e realizar testes práticos na idealização de uma nova aplicação ou produto.

<p>Conheça a abordagem que promove a experimentação e o fim dos desperdícios no desenvolvimento de produtos. </p>

Lean Startup: a metodologia para inovar com agilidade e dinamismo

Focada na experimentação, a metodologia de startup enxuta potencializa a chance de uma boa ideia dar certo


Se alguém falasse que existe um método que milhares de empreendedores estão usando para criar startups de sucesso você pensaria: preciso disso na minha cooperativa? Saiba então que esse método é o lean startup, ou startup enxuta, uma abordagem científica para a construção de startups. Um guia que muda totalmente as regras do jogo.

Muitas vezes, grandes ideias inovadoras se perdem por causa dos processos. Uma jornada lenta, cheia de desperdícios, atritos e barreiras vai perdendo força com o passar do tempo. Para solucionar esse problema, é necessário repensar os passos para tirar uma ideia promissora do papel.

É aí que entra a metodologia lean startup: como forma de adequar os processos e potencializar a chance de uma boa ideia dar certo ou identificar seus problemas o quanto antes. Não basta estar no lugar certo e na hora certa - o sucesso de uma iniciativa tem a ver com o processo.

Pesquisador da Harvard Business School, o americano Eric Ries adaptou essa metodologia e publicou o livro "Lean Startup", editado no Brasil com o título "Startup Enxuta". Neste artigo, iremos entender mais sobre o que é uma startup enxuta, conhecer suas principais ferramentas e apresentar exemplos de grandes negócios que cresceram a partir dessa mentalidade. Aproveite a leitura!

O que é a metodologia Lean Startup

Mais do que um termo em alta, lean startup é um conjunto de métodos, processos e boas práticas, que preza por uma produção focada na eficiência, de forma a evitar qualquer tipo de desperdício possível.

Ou seja, é uma metodologia que oportuniza uma maneira mais ágil, eficiente e inovadora para a gestão dos negócios da sua coop e que, assim, pode ser aplicada por cooperativas de todos os tamanhos e setores de atividade.

Em seu livro, Eric Ries propõe que a inovação contínua deriva de um processo correto, e não de uma ideia genial. O autor agregou ideias de marketing, tecnologia e gestão, tornando a metodologia lean mais completa com novos conceitos, como o MVP, pivot e métodos ágeis.

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal Fluminense (UFF) apontou que 93% dos respondentes conheciam o método e o utilizaram como inspiração para os modelos de negócio. O questionário tinha como objetivo entender como tem sido o desempenho da metodologia Lean Startup no Brasil.

Ao todo, foram ouvidos 115 empreendedores de startups de todo o Brasil, entre eles vencedores do concurso “Startup Brasil”, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Os princípios da startup enxuta

Eric Ries apontou cinco princípios do modelo lean startups, que servem como alicerce para as ideias e processos dessa metodologia. São elas, portanto:

  1. Empreendedores estão por toda parte: startups não são somente os negócios pequenos que começam em uma garagem por iniciativa de algumas poucas pessoas entusiasmadas. Na definição de Ries, todas as organizações que se propõem a desenvolver novas soluções em cenários incertos se encaixam no ambiente de empreendedorismo.
  2. Empreender é administrar: uma startup é uma instituição, e não somente o seu produto. Logo, é necessário administrá-la como um negócio. Contudo, Ries argumenta que o empreendedorismo demanda um estilo de gestão diferente e baseado no compartilhamento de ideias - e não na hierarquia.
  3. Aprendizado validado: a razão de ser das startups não é produzir coisas, ganhar dinheiro ou servir clientes. Elas existem, isso sim, como um experimento constante a fim de gerar conhecimento. Para isso, elas devem formular, testar e validar hipóteses.
  4. Construir-medir-aprender: as startups existem, afinal, para que as ideias saiam do papel e se tornem soluções práticas. Para isso, no enanto, a performance dos produtos e serviços tem que ser avaliada. A opinião do cliente, então, é usada para validar as ideias, pautar as decisões e identificar oportunidades de melhoria.
  5. Contabilidade para a inovação: para melhorar os resultados, é imprescindível focar na “parte chata” do negócio. Ou seja, nas métricas de progresso da inovação, definição de metas e prioridades. Isso requer uma nova maneira de contabilidade específica para as startups, considerando o ecossistema e as expectativas dos clientes.

Mas como rodar experimentos na prática?

A metodologia lean startup apresenta um modelo para fazer experimentos baseado no ciclo construir-medir-aprender. Ou seja, você deve construir uma versão de teste, medir os resultados e aprender com o experimento. Com isso, essa metodologia de gestão leva em conta a coleta de dados que geram ideias e oportunidades de aprimoramento.

É nessa lógica que, conforme os clientes interagem com o produto ou serviço, eles produzem dados e retornos - é o feedback. Ele pode ser tanto qualitativo (os consumidores gostam do produto) quanto quantitativo (quantas pessoas utilizam o produto ou serviço e consideram que ele tem valor).

Uma vez que os produtos de uma startup são, no fim das contas, experimentos contínuos, o aprendizado também é constante. Ries definiu esse processo como um ciclo de feedback que remete ao quarto princípio da Startup Enxuta colocado em prática.

A primeira etapa para aplicar os princípios da startup enxuta é utilizar o já destacado Canvas de modelo de negócios. É por ele que as hipóteses levantadas poderão ser validadas, para então serem aprofundadas no Canvas de proposta de valor.

Em uma segunda fase, a cooperativa deverá testar a validade do seu produto/serviço com o próprio cliente, por meio da coleta de opiniões e de feedbacks individuais. Paralelamente a essa etapa, a cooperativa começa o desenvolvimento ágil.

É um trabalho a quatro mãos no qual empresa e clientes vão, juntos, desenvolvendo soluções conforme as preferências do consumidor final e eventuais limitações da coop.

8 passos para aplicar a Lean Startup na sua cooperativa:

  1. Leia o livro “The Lean Startup”, de Eric Ries;
  2. Estude as principais metodologias ágeis usadas por empreendedores. Você pode começar com as essenciais, o Scrum e o Kanban;
  3. Faça uma pesquisa com seus clientes atuais para entender se o seu produto atual atende às necessidades deles;
  4. Adote o ciclo da Lean Startup para aperfeiçoar um produto ou serviço que você já oferece. Será uma espécie de treino para usar o método na criação de um produto novo;
  5. Formule hipóteses sobre o seu mercado e faça testes para validá-las;
  6. Dê abertura para todos os colaboradores da empresa darem novas ideias – ou seja, empreenderem;
  7. Comece a desenvolver um Produto Mínimo Viável (PMV) para testar suas hipóteses.
  8. Comece a mensurar e avaliar os resultados.

Técnicas e ferramentas da metodologia lean startup

O caráter experimental e empírico para dar vida à metodologia startup enxuta. Dessa forma, confira algumas dessas ferramentas que apoiam a implementação da metodologia Lean Startup na prática.

Design Thinking

O Design Thinking é uma abordagem que tem o objetivo de resolver problemas complexos com o foco nas pessoas. Para isso, reúne profissionais com competências diferentes a fim de gerar um resultado positivo a partir de um objetivo comum: entender e atender o cliente em potencial.

Com isso, o Design Thinking possibilita a compreensão da mentalidade do público alvo. Tanto que Ries aponta que o Design Thinking é uma ótima abordagem para desenvolver personas e construir um arquétipo do cliente.

O Design Thinking conta com três pilares que têm muito a ver com a metodologia Lean Startup:

  •     Empatia: capacidade de abandonar preconceitos a fim de enxergar as diferentes realidades por meio do ponto de vista de quem as vivencia regularmente. Assim, é possível compreender melhor as pessoas. Essa característica é essencialmente utilizada na imersão com o público, com o objetivo de que as soluções desenvolvidas possam trazer valores concretos.
  •     Colaboração: um mesmo fato gera impressões e interpretações diferentes. Por isso, há a necessidade de contar com profissionais multidisciplinares na aplicação do Design Thinking para enriquecer novas ideias por meio de perspectivas diferentes. A construção do projeto, afinal, é coletiva.
  •     Experimentação: Mesmo que as premissas sejam boas, não existe uma certeza prévia de sucesso. Uma experiência que faz sentido na teoria pode não ter a mesma aceitação na vida real. A experimentação, portanto, visa errar o mais cedo possível, com o propósito de testar as ideias, encontrar falhas e aprimorar o produto o quanto antes, otimizando recursos.

Com isso, a abordagem do Design Thinking ajuda a definir as ideias da startup e o que ela tem a oferecer a partir de uma visão centrada nas pessoas para entender melhor as necessidades e desejos do público em mente. Para saber mais sobre o Design Thinking, veja o nosso e-book sobre metodologias de gestão que impulsionam a inovação!

Metodologias ágeis

As metodologias ágeis surgiram como uma alternativa mais rápida e eficaz de gerenciar projetos, em contraponto às metodologias tradicionais. As demandas da economia moderna requerem rapidez, agilidade e assertividade, fatores que os modelos tradicionais não entregam.

Assim, por meio de processos mais curtos focados na eficácia e melhor aproveitamento do tempo, as metodologias ágeis visam aprimorar a comunicação entre as equipes, descartar etapas desnecessárias e criar ambientes de trabalho mais harmônicos e ágeis.

Essa agilidade responde à necessidade constante de mudanças, devendo ser rápida e adaptativa. As metodologias ágeis devem, portanto, focar na comunicação eficiente entre todos os envolvidos no projeto, aproximando o cliente do time de desenvolvimento. As entregas são periódicas, frequentes e incrementais. Sobre elas, Ries escreve que:

“O processo se adapta às necessidades das pessoas e não o contrário; a competência, a colaboração, a autonomia e a auto-organização são características valorizadas e necessárias para os times ágeis”.

A constante reavaliação e refinamento do produto permite o ajuste do desenvolvimento à medida que cliente e time ganham conhecimento sobre o que está sendo desenvolvido. Com isso, Ries indica as seguintes ferramentas ligadas às metodologias ágeis:

  •     Scrum: esse modelo acompanha o desenvolvimento de projetos divididos em fases curtas conhecidas como “sprints”, de até duas semanas. As características do sistema a ser desenvolvido são trabalhadas e priorizadas em uma lista. Rápidas reuniões diárias ajudam a dar sintonia às equipes. Ao final do sprint, a fase concluída é revisada para a comunicação do aprendizado daquele ciclo e a melhoria contínua do processo de desenvolvimento.
  •     Kanban: o Kanban é uma ferramenta que foca na organização visual dos processos por meio de cartões e colunas. Cada cartão representa uma tarefa, e as colunas indicam em qual fase de desenvolvimento essa tarefa se encontra. Conforme uma tarefa progride, ela vai caminhando pelas colunas, fase a fase, até a conclusão. O sucesso do Kanban depende do comprometimento organizacional com a melhoria gradual e contínua de processos.
  •     Extreme Programming (XP): baseia-se em cinco valores: comunicação, feedback, simplicidade, coragem e respeito. A partir desses valores são elaborados princípios e, a partir dos princípios, práticas concretas que podem ser aplicadas pelas equipes de desenvolvimento. “As práticas necessitam dos princípios para ter propósito, e os valores fornecem a consistência e a unidade para a metodologia como um todo”, explica Ries.

Para saber mais sobre as metodologias ágeis, confira este guia prático que preparamos sobre o tema!

Mínimo produto viável

O Produto Mínimo Viável (em inglês, Minimum Viable Product - ou MVP) consiste na versão do produto que fará parte do ciclo construir-medir-aprender. A ideia é desenvolver um produto com o mínimo de esforço e o menor tempo de desenvolvimento, explica Ries.

No entanto, aponta ele, criar um MVP requer trabalho extra: “devemos ser capazes de medir seu impacto”. Por exemplo, não é adequado construir um protótipo que seja avaliado por engenheiros e designers apenas em função da sua qualidade interna.

Também é necessário colocá-lo diante dos possíveis clientes para avaliar a reação deles. “Pode até ser preciso tentar lhes vender o protótipo”. Um MVP, dessa forma, ajuda os empreendedores a começar o processo de aprendizagem o mais rápido possível.

O desenvolvimento tradicional de produtos envolve, geralmente, um período de incubação demorado e lento, uma vez que almeja entregar um produto perfeito. Já o MVP funciona diferente: o foco é começar o processo de aprendizagem, não terminá-lo. Com isso, o objetivo do MVP é testar hipóteses, aprender e melhorar o produto.

Teste A/B

É sempre válido reforçar que a metodologia lean é empírica e experimental: ou seja, aprendemos as coisas na prática. Diante disso, uma outra técnica importante é o Teste A/B, uma forma de definir na prática qual solução para uma determinada situação produz resultados melhores.

O teste A/B consiste em colocar duas (A e B) ou mais versões idênticas do protótipo em teste, exceto por uma variante que pode impactar o comportamento do usuário, indicando a sua preferência. Ele é usado para coletar informações úteis do usuário que irão ditar a validação da iteração do produto.

Assim, explica Ries, o teste A/B revela preferências que podem parecer contraintuitivas. Por exemplo, diversos recursos que tornam o produto melhor aos olhos dos engenheiros e designers não causam impacto no comportamento do cliente. Consequentemente, a startup consegue economizar tempo e eliminar trabalho com recursos que não têm importância para os consumidores.

Confira, portanto, o nosso guia prático sobre Teste A/B e Feedback para aprender mais sobre essa ferramenta que ajuda a encontrar soluções por meio da experimentação.

Principais diferenças entre a lean startup e as metodologias tradicionais

A metodologia Lean Startup rompe com uma série de hábitos e princípios tradicionalmente empregados na gestão dos negócios. Nela, a agilidade e a experimentação reinam!

Com isso, veja algumas das principais diferenças entre a metodologia startup enxuta e o modelo tradicional de gerir os negócios:

  •     Estratégia: uma vez que o empreendedorismo acontece em um ambiente cheio de incertezas e, consequentemente, riscos, o planejamento tem de ser aliado da experimentação. Dessa forma, o desenvolvimento estratégico deve ser focado na melhoria contínua do produto, agregando valor de forma dinâmica.
  •     Ritmo: enquanto nos negócios tradicionais as atualizações estratégicas acontecem em períodos mais espaçados (frequência mensal, semestral ou até anual), nas startups enxutas o ritmo é um tanto mais acelerado. A necessidade constante de inovar impõe
  •     Produto: na metodologia Lean Startup, ciclo de desenvolvimento de um produto precisa sempre levar em conta as necessidades reais identificadas junto com os clientes. Por isso é tão importante medir, aprender e melhorar o produto de acordo com o feedback
  •     Valores: o erro faz parte do processo e funciona como uma ferramenta para identificar oportunidades e aprimoramentos dos produtos. A experimentação pressupõe riscos - isto é, tem hora que as coisas vão dar errado. A ideia não é minimizar os erros, como nos negócios tradicionais, mas sim errar rápido e aprender com eles.
  •     Gestão de equipes: nos negócios tradicionais, a atuação das equipes é compartimentada por setores que atuam somente dentro da sua esfera de responsabilidade. Já uma startup enxuta favorece a gestão horizontal, com trocas de ideias e sem rigidez hierárquica.

Negócios de sucesso que implementaram o lean startup

As práticas e técnicas apresentadas pela metodologia lean startup servem de base para uma série de grandes negócios de sucesso. Vamos conhecer, então, duas histórias de como a metodologia Lean Startup impulsiona negócios de sucesso!

Dropbox

O Dropbox é um dos serviços mais disruptivos na era dos dados, ao proporcionar uma ferramenta eficiente para compartilhamento de arquivos entre diversos dispositivos. Esse tipo de serviço, replicado por diversas outras companhias, surgiu como um MVP, o produto mínimo viável.

Em seu livro, Ries conta que a sincronização de arquivos era um problema que as pessoas não sabiam que tinham - até que fossem apresentadas à solução. Mas na hora de obter financiamento para tocar o negócio, os desenvolvedores do Dropbox tinham dificuldade em explicar a ideia.

As demandas técnicas de desenvolvimento tornavam a criação de um protótipo do Dropbox uma operação muito complexa. A solução, então, foi produzir um vídeo de três minutos de duração, mostrando como ela pretendia funcionar direcionado à comunidade de adotantes iniciais de tecnologias mostrando como o Dropbox funciona.

Deu certo. Surgiu uma fila com milhares de pessoas interessadas em testar o produto. E, explica Ries, o vídeo era o MVP capaz de validar o interesse do público por aquele serviço. O serviço foi testado, aprimorado, e a Dropbox se tornou uma das principais companhias de tecnologia.

AirBNB

O AirBNB é o maior negócio de hospedagem do mundo - e tudo isso sem possuir nem mesmo uma propriedade para alugar. Uma das primeiras plataformas a protagonizar uma nova era da economia digital, o AirBNB segue lógicas da abordagem Lean Startup.

A semente do AirBNB também nasceu como uma MVP. Em 2008, os fundadores da startup divulgaram o aluguel de um cômodo da própria casa que moravam em São Francisco, incluindo três colchões e café da manhã gratuito. Com isso, eles desde o início testaram a ideia na prática.

O conceito apresentado pelo AirBNB - o de hospedar estranhos na casa das pessoas - enfrentou muita resistência na hora de levantar financiamento. Mas o AirBNB foi aprendendo na prática o que era atrativo ou não para as pessoas. Assim, o produto foi sendo continuamente desenvolvido.

Quando uma ideia não tinha dados para comprovar, ela foi testada. Por exemplo, um dos sócios imaginou que anúncios com fotos profissionais aumentariam o interesse por alugar uma certa casa. Assim, ele foi a propriedades listadas na plataforma, tirou fotos melhores e adicionou ao catálogo - e o desempenho comercial melhorou nesses lugares.

Você sabia que existe uma metodologia coop enxuta?

A aceleradora de cooperativa Start.Coop, que atua nos Estados Unidos e no Canadá, desenvolveu o lean coop (cooperativa enxuta), combinando a metodologia lean startup com os princípios do cooperativismo.

A difusão dessa metodologia pode contribuir para o surgimento de startups cooperativas em meio a um ambiente de negócios digital, incerto e dinâmico. A Aurora Coop, uma das maiores do Ramo Agropecuário, é um grande nome que está fomentando a metodologia lean em seus projetos.

Conclusão

Você consegue imaginar uma cooperativa competitiva sem a capacidade de inovar para se adaptar às mudanças constantes do mercado e da sociedade? É preciso desenvolver práticas para identificar e eliminar sistematicamente o desperdício em todas as fases do processo de produção, venda e pós-venda. Isso exige atuar localmente em cada item de desperdício de tempo, custo ou recursos.

Eric Ries diz que qualquer esforço que não contribua para obter aprendizagem validada deve ser eliminado. No modelo lean startup, tudo é um experimento para aprender. Ou seja, ele é um método para aprender o mais rápido possível, através de experimentos, o que deve ser desenvolvido (o que os clientes desejam).

Mas lembre-se: não existe uma única prática que garanta resultados e, assim como qualquer método de gestão, o conceito de lean startup é uma ferramenta que deve ser usada pelo empreendedor junto a outras na busca por uma cooperativa competitiva e sustentável. 

<p>Fruto de um projeto de pesquisa, a obra propõe um novo <em>framework</em> de inovação em cooperativas, conheça!</p>

Sescoop/RS publica livro gratuito sobre inovação no cooperativismo

Obra apresenta um novo framework de inovação específico para o ecossistema cooperativista


A Editora Sescoop/RS, do Sistema Ocergs, publicou um livro dedicado à inovação no cooperativismo. A obra é resultado de três anos de pesquisa “Sistema de Inovação Para Cooperativas”, financiada no Edital do CNPq/SESCOOP. Ao todo, a elaboração do livro “Inovação em Cooperativas” contou com a participação de 12 pesquisadores.

Deivid Forgiarini, pesquisador, coordenador de graduação da Escoop e um dos autores da obra, ressalta a importância da inovação no cooperativismo. “Uma cooperativa, que segue os valores e princípios do cooperativismo, tem como desafio criar valor social e econômico para cooperados. Assim, um importante caminho para essa geração de valor, hoje, é a inovação”.

Diante disso, ele continua, surge uma dúvida: quais são as etapas necessárias para inovar? “Essa é a proposta deste livro, com o qual pretendemos contribuir com as cooperativas dos mais diversos ramos”. O livro digital pode ser acessado clicando neste link.

A necessidade da inovação em cooperativas

No prefácio do livro, Darci Pedro Hartmann, presidente do Sistema Ocergs, ressalta a velocidade das mudanças no mundo, graças ao avanço tecnológico e a instantaneidade digital. Como, então, as cooperativas podem se adaptar a essas transformações e desafios e o jeito cooperativista de fazer negócios?

“Afinal, para sobreviver às constantes mudanças, em um contexto volátil, incerto, complexo e ambíguo, as cooperativas necessitam entender o mercado, assimilar os efeitos das transformações e responder de forma rápida, com processos modernos de gestão e governança”, explica Hartmann.

Para ele, o cooperativismo já nasceu inovador e atual. “Carregamos conosco valores e princípios singulares, idealizamos e praticamos ações que estão correlacionadas com o espírito moderno e inovador”.

Os elementos da inovação cooperativista

O livro elenca fatores que impulsionam a capacidade de inovação dentro do ecossistema cooperativista, sobretudo:

  • O diagnóstico PDGC: o Programa de Desenvolvimento de Gestão das Cooperativas é o primeiro passo para a sistematização da inovação nas coops, pois apresenta um sistema de medição de desempenho alinhado às estratégias de negócio. No InovaCoop, produzimos um guia prático para ajudar na implementação do PDGC.
  • Lean Manufacturing: embora tenham características próprias, as cooperativas precisam concorrer com empresas mercantis. Logo, a sustentabilidade do negócio não pode ser deixada de lado. Nesse contexto, a manufatura enxuta, focada na simplicidade e na eficiência, proporciona melhoria contínua e estimula ideias inovadoras. 
  • Governança de Dados: os dados são imprescindíveis para a gestão da inovação, afinal. As cooperativas, assim, abrigam dados de diferentes fontes e com diferentes objetivos e demandas. Esses dados, portanto, precisam ser manejados com transparência e cuidados.
  • Centro de serviços compartilhados: as cooperativas devem fazer o acompanhamento das inovações, mas sem perder a essência cooperativista. Nesse cenário, os Centros de Serviços Compartilhados podem ajudar. Eles são estruturas orientadas para o cliente interno, adotando novas tecnologias e as melhores práticas no mercado.
  •  Governança Cooperativa para o Desenvolvimento Territorial: cada vez mais, as cooperativas assumem o protagonismo do desenvolvimento territorial. Com isso, a proposta é reunir pessoas para cooperarem entre si visando benefícios comuns, o que resulta em geração de empregos, inclusão e distribuição de renda. A inovação no cooperativismo, portanto, gera desenvolvimento social.

Um framework de inovação em cooperativas

A obra apresenta a metodologia Coop Innovation Framework, que ganhou destaque em um artigo publicado no Journal of Co-operative Organization and Management, uma das principais revistas acadêmicas de gestão de cooperativas do mundo. Ela surge da necessidade identificada de desenvolver métodos específicos e adequados para as cooperativas.

“Visitamos e trabalhamos com 5 cooperativas dos ramos Infraestrutura, Saúde, Agro, Crédito e Transporte. Aplicamos e reaplicamos na prática o método que é apresentado neste livro”, conta Forgiarini.

Assim, o Coop Innovation Framework tem a cultura da cooperação como base e ganha força por meio da sinergia entre seus elementos. A partir da construção de uma cultura cooperativa, os demais blocos do framework, como a intercooperação, a inovação aberta e a educação cooperativa, vão se conectando e criando uma estrutura de inovação robusta e cheia de propósito.

Os autores apresentam essa lógica da seguinte forma:

Conclusão

“Por que criar um sistema de inovação específico para cooperativas? Por que não usar os inúmeros modelos de gestão de cooperativas de empresas mercantis, amplamente conhecidos e testados?” Essas perguntas são propostas pelos autores do livro. Eles mesmos, então, respondem:

“A cooperativa é uma organização orientada pelo paradigma cooperativista, ou seja, o cooperativismo é a teoria base para pensar o funcionamento destas organizações. Assim, para pensar a inovação em cooperativas, o primeiro passo é entender qual o motivo de existir cooperativas, e quais são as suas peculiaridades”.

É necessário, com isso, repensar a gestão da inovação dentro do contexto cooperativista. “A cooperativa deve focar seus esforços inovativos para melhorar a qualidade de vida do cooperado e isso nem sempre converge com a redução de custos ou aumento do preço do produto vendido”.

“Em resumo, se a sua cooperativa quer iniciar ou aprofundar um método para inovar, à luz da identidade cooperativista, este livro poderá ajudá-lo”, concluiu Forgiarini.


Confira também o e-book Inovação no Cooperativismo, uma produção do InovaCoop com o objetivo de promover a cultura da inovação nas cooperativas!

<p>Os erros são ótimas formas de aprender. Então confira essas lições sobre inovações que não deram certo!</p>

5 inovações que não deram certo - e o que podemos aprender com elas

Elas vão te mostrar exatamente o que (não) fazer no seu planejamento


Errar e aprender com os erros faz parte da inovação. Também podemos descobrir muitas coisas observando como outras marcas falharam em tentativas de criar coisas novas. Essas inovações que não deram certo serão a base para entendermos exatamente o que deu errado nesses casos.

No InovaCoop, sempre reforçamos a importância da inovação. Mas nem todas as iniciativas vão dar certo, principalmente quando os caminhos utilizados não são tão claros ou eficientes.

Você já se deparou com uma ideia que te fez pensar “como acharam que isso ia dar certo?” O motivo pelo qual esse questionamento é tão recorrente é o fato de que propostas que parecem geniais no papel, nem sempre ficam tão boas na prática.

5 inovações que não deram certo e suas lições

A seguir, vamos explorar algumas dessas histórias. Lembre-se de que nosso objetivo não é julgar, e sim aprender com casos que nos deram lições valiosas, combinado? Então vamos lá!

Google Glass

Além de necessidade, os óculos também são objetos de moda e o Google tentou levá-los para a tecnologia. Mas isso não significa que todas as iniciativas que envolvam esse acessório vão ser bem recebidas pelo público. O Google Glass é um ótimo exemplo disso.

Desenvolvido pelo Google, esse produto futurista deveria estar acoplado aos olhos dos consumidores para capturar imagens e vídeos, dar informações em tempo real e armazenar dados relevantes.

No entanto, não foi bem isso que aconteceu. O recurso foi lançado antes do tempo previsto e contava com falhas sérias como uma bateria fraca, falhas constantes e funcionalidades complicadas. Todos esses efeitos, somados ao preço de 1.500 dólares, não impressionaram o público, afinal.

Além disso, é preciso se questionar: será que as pessoas realmente querem ter um óculos registrando 100% do tempo tudo que elas fazem? Será que a privacidade e a fuga dos elementos eletrônicos não são um fator relevante nessa história?

Esse caso, então, mostra que não adianta apenas parecer legal. Uma inovação deve ser necessária, fácil de entender e usar, estar em uma boa versão antes do lançamento e, principalmente, ser desenvolvida com um propósito real capaz de agregar valor ao usuário.

Kinect

Alguma vez você já usou um produto e acabou notando que ele é apenas uma cópia não tão boa de um outro item? O Kinect foi visto por muitas pessoas sob essa ótica.

Depois do sucesso do Nintendo Wii, que vendeu mais de 100 milhões de unidades, os grandes estúdios de games decidiram investir em mais consoles com controles por movimento. O Kinect foi o lançamento da Xbox, sendo conhecido pelo diferencial da câmera acoplada e proporcionando experiências muito mais realistas para usuários apaixonados por jogos.

Mas não foi bem isso que aconteceu. Na prática, os controles eram difíceis de usar e o aparelho não conseguia se diferenciar do seu principal concorrente. Os estúdios logo perceberam essas ameaças e deixaram de programar games compatíveis com o sistema, que custava mais do que um PS4, seu principal concorrente, na época.

Em pouco tempo, a novidade foi esquecida e descontinuada pela Microsoft. Essa jornada é um lembrete importante da necessidade de se diferenciar, respeitar a vontade do público-alvo, criar benefícios promissores e ter uma execução tão criativa quanto a sua concepção.

Televisão 3D

Quando as televisões 3D foram anunciadas, os consumidores e apaixonados pela sétima arte tiveram uma revelação. A ideia de ter os efeitos visuais de uma sala de cinema na sua casa era incrível e muita gente achou que essa tendência tinha chegado para ficar.

A tecnologia envolvia o uso de um óculos 3D, que com o comando adequado, era capaz de converter programações para esse formato e gerar uma sensação de que os objetos e personagens estavam no meio do seu lar.

No entanto, o resultado foi bem diferente do esperado. Na prática, era desconfortável usar os óculos e a mudança na imagem não era tão significativa e impactante como no cinema. Além disso, os aparelhos eram consideravelmente caros e exigiam que os programas ou filmes exibidos tivessem sido gravados já com o 3D em mente.

Ou seja: mesmo pagando muito caro e usando óculos 3D, ainda era preciso investir em DVDs que fossem compatíveis com essa inovação. O público acabou se distanciando da ideia e a partir de 2016, a Samsung (líder do segmento) parou de anunciar a funcionalidade. Não demorou para que as concorrentes seguissem o exemplo.

O que fica como mensagem desse caso é que se você pretende alterar o modo como as pessoas usam um aparelho, a novidade envolvida tem que ser realmente condizente com as expectativas. Ademais, é preciso pensar duas vezes no valor do seu produto se ele exigir outro tipo de compra no futuro.

Nintendo Wii U

Nós já falamos um pouco sobre consoles de movimentos nesse artigo. Por isso, vale começar esse bloco com uma pergunta: o que você imagina quando pensa em um produto chamado Nintendo Wii U?

Se você pensou em um acessório para o Nintendo Wii, não está sozinho. Muitas pessoas enxergaram esse lançamento como uma nova linha dos consoles que marcaram uma geração. No entanto, a proposta original era muito diferente dessa.

Desenvolvido em 2012 para ser um videogame doméstico, o Nintendo Wii U se diferencia por uma tela sensível que proporciona experiências mais imersivas e com gráficos em alta definição. A receita tinha tudo para dar certo: além de usar um nome reconhecido pelo sucesso, o formato era prático e eficiente.

Mas como você já deve imaginar, não foi bem assim que as coisas aconteceram. No momento, os usuários estavam mais engajados com os jogos em smartphones, que começaram a fazer sucesso na época. O nome também gerou confusão, já que as pessoas confundiram o propósito do produto.

No fim, ele não alcançou nenhum dos públicos possíveis: muito básico para gamers e desnecessário para jogadores casuais. Assim, o Nintendo Wii U foi sendo esquecido até ser totalmente descontinuado.

Com isso, a Nintendo entendeu a relevância de fazer um estudo de caso caprichado antes de divulgar uma inovação. É possível que alguns grupos focais, por exemplo, tivessem exposto esses desafios ainda na fase de concepção do recurso. Com essas lições aprendidas, a gigante japonesa lançou o Nintendo Switch, que é, hoje, um enorme sucesso.

Blu-ray

Se você viveu os anos 2010, provavelmente foi convidado para uma reunião de amigos cujo principal entretenimento seria assistir a um filme em Blu-ray que alguém tinha comprado. Quando ele surgiu, muita gente estava prevendo o fim do DVD tradicional, já que seu sucessor teria mais qualidade e agilidade.

O armazenamento do Blu-ray era maior, o que permitia mais detalhes nas imagens. A compatibilidade com o 3D também era melhor e os dispositivos eram mais resistentes a riscos e arranhões.

Teria dado tudo certo, se não fossem os Streamings chegando com tudo na mesma época. A ideia de comprar um aparelho caro e limitado não fazia muito sentido quando comparada à inovação trazida pela Netflix, principal plataforma da época.

O ensinamento desse exemplo é a importância da sensibilidade às mudanças do mercado. Por mais que seja impossível prever o que vai acontecer, é essencial ter um instinto baseado em pesquisas de tendência. Do contrário, seu investimento pode ser usado em um caminho equivocado.

Conclusão

Todas as iniciativas mostradas têm algo em comum: elas surgiram de uma ideia boa, mas acabaram se perdendo pela falta de estratégia ou de destaque diante da concorrência. Ler esses relatos pode dar um frio na barriga para quem está pensando em inovar, mas não precisa ser assim.

Afinal, a inovação não é uma simples ação. Ela é um processo contínuo, que depende de um esforço constante de planejamento, capacitação de profissionais e uso de ferramentas adequadas. Se isso for seguido, o projeto da sua cooperativa tem muito mais chances de dar certo.

Uma boa dica é também imergir em histórias de sucesso e avaliar o que você pode replicar na sua marca para acelerar seu crescimento. Quer conhecer algumas estratégias de sucesso? Acesse o e-book “Aprenda As Estratégias de Inovação da Apple, Google e Amazon para colocar em prática na sua cooperativa!”

<p>Veja como o cooperativismo cumpre um papel fundamental na logística reversa e ajuda a construir um futuro mais sustentável e inclusivo</p>

Logística reversa: cooperativismo é protagonista da produção sustentável

Cooperativas de catadores reduzem desperdícios e devolvem materiais ao ciclo produtivo


A sustentabilidade é uma pauta cada vez mais preponderante para todos os tipos de negócios. Nesse sentido, o cooperativismo larga na frente, porque é ESG desde sempre. Uma das faces mais necessárias desse movimento é o da logística reversa - e as cooperativas são grandes protagonistas.

Em suma, a logística reversa é um conjunto de procedimentos e ações para realizar a coleta e a restituição de resíduos sólidos para o ciclo produtivo. Com isso, esses materiais podem ser reaproveitados e reciclados, reduzindo o desperdício. O que não estiver apto a ser reutilizado, porém, pode ser descartado de forma segura, levando em conta os riscos ambientais.

Dessa forma, a logística reversa é uma iniciativa central para a construção de um mundo mais sustentável. Reduzindo o consumo de insumos naturais e a produção de lixo, a logística reversa protege o meio ambiente e diminui a necessidade de extração de matérias-primas. Além disso, esse ciclo pode gerar renda e causar impacto social.

Neste artigo, vamos entender mais sobre a estreita relação que há entre logística reversa e cooperativismo, apresentar cooperativas atuantes nessa atividade, conhecer o programa Pró-Catador e saber mais sobre os seus impactos positivos.

Logística reversa e o cooperativismo

As cooperativas cumprem um papel essencial para o funcionamento das iniciativas da logística reversa em mais de uma maneira. O mais evidente é como as cooperativas de reciclagem representam um pilar fundamental para a coleta e o reaproveitamento dos resíduos sólidos que retornam para o ciclo produtivo.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010, compreende princípios importantes no incentivo à indústria da reciclagem e fomento no uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados. Assim, a logística reversa é um dos principais pontos da PNRS e seu conjunto de medidas.

Tais medidas dão protagonismo às cooperativas de catadores de materiais recicláveis, que podem até mesmo receber incentivos de políticas públicas. Nesse cenário, as cooperativas cumprem o papel de coletar, separar e tratar os insumos que podem ser reutilizados e reciclados, além de dar um fim adequado ao que será descartado.

Os catadores são atores fundamentais nos programas de logística reversa fomentados pela PNRS, que podem ser instituídos de três jeitos diferentes, que são:

  •  Regulação do poder público
  • Acordos setoriais
  • Termos de compromisso

Cooperativas de catadores fazem a diferença

As cooperativas de reciclagem já fazem a diferença para a logística reversa em muitos lugares. Um exemplo é o da Centcoop, que atua no Distrito Federal. O ConexãoCoop, aliás, contou esse case de sucesso e entrevistou Aline Sousa, diretora-presidente da cooperativa.

A Centcoop (Central de Cooperativas de Trabalho de Materiais Recicláveis do Distrito Federal) foi idealizada em 2002 e oficializada em 2006 como uma cooperativa de segundo grau. Com isso, ela reúne 21 cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis que somam mais de mil cooperados.

O papel da cooperativa é realizar a comercialização conjunta dos materiais que as cooperativas recuperam da coleta seletiva por empresas ou pelas próprias cooperativas associadas. A intercooperação é fundamental, revela Aline.

“Nós buscamos parcerias de fortalecimento e intercooperação, e o Sistema OCB é um dos grandes parceiros. Muitas vezes, os catadores estão com dificuldade na gestão. Se a gente for cooperativa, podemos acionar o sistema de aprendizagem que vai nos trazer a qualificação necessária para sanar essa dificuldade”. A Centcoop também integra três programas de logística reversa:

Mais exemplos do cooperativismo na logística reversa

O DF é sede para uma outra cooperativa que se destaca nas iniciativas de logística reversa. É a Recicle a Vida, contratada pelo Governo do Distrito Federal. O trabalho envolve a coleta, a triagem, o transporte e a destinação final de resíduos secos, orgânicos e indiferenciados.

Mônica Mendes Licassali, Coordenadora Administrativa e Financeira da Recicle a Vida, explica a importância das coops para a logística reversa. “Sem as cooperativas de catadores, os diversos produtos não chegariam nas indústrias”, conta.

A cooperativa paraense Concaves foi criada com apoio da Incubadora de Cooperativas da Universidade Federal do Pará. Ela atua no recolhimento de papel, plástico, rider, ferro, cobre, alumínio, vidros, resíduos de madeira, lixo eletrônico e resíduos de óleo alimentício.

Sabe o monte de lixo que fica nas ruas durante as eleições? A Concave se juntou ao TSE local para coletar esses materiais recicláveis, sobretudo papel e papelão, de forma que eles possam voltar à cadeia produtiva. Além disso, a cidade ficou mais limpa e os catadores puderam incrementar a renda.

Logística reversa de lixo eletrônico

Aqui, no InovaCoop, também falamos sobre as cooperativas que lidam com a logística reversa do lixo eletrônico. Esses resíduos geram tanto problemas ambientais quanto para a saúde das pessoas. O perigo é que o descarte de materiais eletrônicos não para de crescer. O cooperativismo, porém, já está atuando para amenizar essa situação.

Os resíduos eletrônicos precisam ser gerenciados de forma ambientalmente adequada, tanto no sentido de reusar e reciclar o que for possível, quanto para o descarte adequado. Portanto, o sistema de logística reversa funciona por meio das seguintes etapas, aponta o SINIR (Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão de Resíduos Sólidos):

  1. Descarte pelo consumidor dos produtos eletroeletrônicos, em pontos de recebimento;
  2. Recebimento e armazenamento adequado;
  3. Transporte dos produtos eletroeletrônicos dos pontos de recebimento até pontos de consolidação ou destinação final ambientalmente adequada (reutilização, reciclagem, recuperação ou disposição final ambientalmente adequada);
  4. Tratamento dos resíduos;
  5. Disposição final dos rejeitos em aterros.

A cooperativa paulista Coopermiti é uma das maiores referências na logística reversa de resíduos eletrônicos. Pioneira, a coop realiza a logística reversa dos equipamentos eletrônicos com apoio da Prefeitura de São Paulo. Uma das etapas de sua atuação é justamente identificar matérias-primas e componentes aptos ao retorno para a cadeia produtiva.

Também na capital paulista, a associação de cooperativas Rede Sul e a empresa de logística reversa GM&C lançaram o e-Waste. O projeto se propõe a disseminar a importância da reciclagem dos resíduos eletrônicos na cidade.

Pró-Catador reconhece protagonismo de catadores na logística reversa

A importância do trabalho dos catadores de materiais recicláveis foi reconhecida com a recriação do Programa Pró-Catador. Com o decreto, o Governo Federal também instituiu o Comitê Interministerial para Inclusão Socioeconômica das Catadoras e dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis, com a participação de 15 pastas.

A primeira versão do programa surgiu em 2010, mas foi revogada dez anos depois. A nova versão ganha ainda um novo nome - Programa Diogo de Sant’Ana Pró-Catadoras e Pró-Catadores para a Reciclagem Popular.

O novo programa nasce com o objetivo de colocar os catadores como atores centrais na cadeia de reaproveitamento de materiais recicláveis e reutilizáveis no país. Além disso, a ideia é mudar o atual modelo de logística reversa e economia circular no Brasil. Com isso, o decreto promove a expansão da coleta seletiva e do reaproveitamento de materiais recicláveis.

Certificados de crédito de reciclagem

O programa abre, ainda, a possibilidade de certificados de crédito referentes à comercialização de produtos ou de embalagens recicláveis. Esses certificados são os seguintes:

  • CCRLR: é um documento emitido por uma entidade gestora a fim de comprovar o retorno de produtos e embalagens ao ciclo produtivo por meio da logística reversa.
  • CERE: emitido por entidade gestora para certificar a titularidade de projeto estruturante de recuperação de materiais recicláveis, comprovando que os materiais foram devolvidos ao setor produtivo.
  • Certificado de Crédito de Massa Futura: possibilita que o cumprimento da meta de logística reversa por uma instituição que investe em projetos estruturantes de recuperação de materiais recicláveis seja auferido antecipadamente.

Sistema OCB reforça laços do cooperativismo com a logística reversa

O Sistema OCB participou da recriação do Programa Pró-Catador. Cleusimar Andrade, Presidente da Central de Cooperativas Rede Alternativa e coordenador da Câmara Temática das Cooperativas de Reciclagem do Sistema OCB, explicou a importância do programa:

“É uma importante política pública que contribuiu para dar dignidade ao trabalho dos catadores com o fortalecimento de suas organizações, tanto do ponto de vista de infraestrutura quanto de redes, visando a comercialização em grupos”.

O Anuário da Reciclagem 2022 registra a existência de 1.996 organizações de catadores e catadoras, presentes em 1.032 municípios brasileiros. Em 2022, 1,3 milhão de toneladas de resíduos sólidos foram recuperados e destinados para a reciclagem de materiais, mas o potencial é ainda maior.

A importância da logística reversa

A logística reversa praticada pelas cooperativas está afinada aos pilares de ESG. Essa é uma prática com grande impacto para a preservação ambiental e atua na economia solidária, distribuindo renda e proporcionando avanços sociais aos catadores cooperados.

Aline Sousa, da Centcoop, sublinha o papel dos catadores no combate às mudanças climáticas. “O trabalho de nós, catadores, minimiza as respostas desse impacto, porque nossa atuação é de recuperação do passivo”.

No contexto social, as cooperativas de reciclagem promovem, além da inclusão econômica, diversos programas para os associados e a comunidade. A Recicle a Vida, por exemplo, procura disponibilizar trabalho para pessoas com baixa qualificação profissional, além de prover cursos de alfabetização e de profissionalização em diferentes setores da economia.

Design circular

No InovaCoop também apresentamos o conceito de design circular, uma forma de projetar e desenvolver produtos pensando, no decorrer de todo o processo, nos impactos ambientais causados pelos materiais utilizados durante a fabricação, bem como as alternativas de reciclagem no pós-uso. Pois o design circular tem tudo a ver com a logística reversa.

Algumas das principais características do design circular são o uso de insumos reciclados para o desenvolvimento de produtos e a reciclagem ou reuso de materiais após o descarte.

Iniciativas de logística reversa no coop

Além das cooperativas de catadores, o cooperativismo produtivo também cumpre um papel muito importante na logística reversa. Esses são alguns exemplos:

  • Coop: a cooperativa de consumo possui uma parceria com a startup Molecoola para operar logística reversa de embalagens e produtos pós-consumo, incentivando a reciclagem. Ademais, há um programa de fidelidade ambiental em que os consumidores podem levar seus recicláveis a pontos de coleta em troca de produtos e serviços.
  • Aurora Coop: a fim de aumentar as taxas de reciclagem das embalagens pós-consumo, a cooperativa integra a Coalizão pela Logística Reversa, que visa melhorar os processos de coleta seletiva e a integração de cooperativas de catadores. A Aurora Coop investe, ainda, no Instituto Recicleiros.
  • Coplacana: pioneira da logística reversa, a cooperativa agropecuária foi a primeira do ramo a implantar uma Central de Recebimento de Embalagens de Defensivos, ainda em 1994. A iniciativa inspirou, inclusive, a criação da Lei 9.974/00, que trata da logística reversa das embalagens.

Conclusão

A conexão entre logística reversa e o cooperativismo rende frutos valiosos para o meio ambiente, a sociedade e os catadores. Ademais, o fortalecimento das práticas de logística reversa é uma boa oportunidade para a ampliação das fontes de receitas das cooperativas.

Além disso, tudo isso contribui para a construção de uma marca do cooperativismo sustentável. Os novos hábitos de consumo estão valorizando os negócios sustentáveis. A produção ética e o impacto social são diferenciais competitivos cada vez mais importantes.

A fim de apoiar ainda mais esse protagonismo das cooperativas na jornada ESG, o Sistema OCB está lançando o programa ESGCoop, que focará na competitividade e na sustentabilidade dos negócios cooperativistas. Saiba mais sobre o ESGCoop neste guia prático!

O Sistema OCB gostaria de entender os desafios e vantagens da participação das cooperativas de reciclagem nos Programas de Logística Reversa. Participe da Pesquisa, que está aberta até o dia 23 de junho de 2023. Com esse diagnóstico, desenvolveremos estratégias de apoio à inserção e fortalecimento das cooperativas de reciclagem em tais programas, como parte da estratégia sistêmica de apoiar as cooperativas em sua inserção mercadológica.

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