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<p>A adesão dos meios de pagamento digital não para de crescer no mundo todo. Conheça as tendências e veja o papel do coop!</p>

Pagamento digital ganha espaço e gera oportunidades para cooperativas

O avanço tecnológico foi adotado rapidamente na gestão das finanças, proporcionando novos negócios - com participação do cooperativismo


A transformação digital chegou com tudo no universo dos serviços financeiros. Hoje, é difícil imaginar o dia a dia sem as facilidades do internet banking e a praticidade de gerenciar as contas pelo celular. Mas, acima de tudo, o grande protagonista desse processo é o pagamento digital.

A comodidade de fazer compras e pagar contas no ambiente digital engajou muita gente. Sem a necessidade de andar com papel moeda, frequentar caixas eletrônicos e se preocupar com o troco, o pagamento digital se tornou preferencial para uma grande parcela das pessoas.

Além dos avanços tecnológicos e de segurança, a pandemia de Covid-19 também ajudou a impulsionar a difusão do pagamento digital. O comércio digital ganhou força e, consequentemente, as opções de pagamento digital se solidificaram nos novos hábitos de consumo.

Pagamento digital ou pagamento phygital?

O pagamento digital, contudo, não se limitou a crescer no comércio online. Alternativas como o Pix e as carteiras digitais também são usadas presencialmente com uma frequência cada vez maior.

A tecnologia NFC (near field connection), utilizada nos pagamentos por aproximação, acelerou ainda mais esse processo. Agora é só encostar o cartão ou o celular na maquininha e pronto, está pago!

Com o avanço tecnológico e a mudança de hábitos, o pagamento digital proporciona oportunidades de negócios. Além de fornecer novas alternativas a quem vende, quem atua no ambiente financeiro, como as cooperativas de crédito, também devem ficar de olho nesse movimento.

Neste artigo, iremos apresentar um panorama sobre o pagamento digital, indicar algumas oportunidades - e desafios - que as cooperativas devem acompanhar e conhecer soluções de dentro do cooperativismo. Aproveite a leitura!

Panorama: as novas realidades do pagamento digital

Pagamento digital consiste em todo pagamento que é feito pela internet, por meio de uma transação bancária ou por cartões de crédito. Na prática, isso quer dizer que pagamento digital é quando não existe a transferência física do dinheiro, seja por cédulas, moedas ou cheques.

Dados do Banco Mundial apontam que, nos últimos cinco anos, a bancarização dos países em desenvolvimento cresceu 8%. Com maior acesso aos serviços bancários, a adesão ao pagamento digital cresce junto. Consequentemente, o uso de cartões, carteiras digitais e pagamentos por meio dos aplicativos bancários ganham espaço na vida das pessoas.

Os brasileiros abraçaram o pagamento digital de vez. Um levantamento da Mastercard publicado em 2022 revela que 86% dos brasileiros tinham utilizado algum meio de pagamento digital ao menos uma vez nos doze meses anteriores. Nesse sentido, não podemos deixar de registrar que as cooperativas de crédito são muito importantes para a inclusão financeira no Brasil.

Pix: pagamento digital fácil e instantâneo conquista brasileiros

Disponibilizado em 2020, o Pix, ferramenta que permite transferências de dinheiro e realização de pagamentos de forma imediata, ganhou popularidade rapidamente. Sem custos para pessoas físicas, o Pix não levou muito tempo para superar os cartões de crédito e débito como principal forma de pagamento no Brasil levando em conta o volume de transações, aponta o Banco Central do Brasil.

Assim que completou dois anos de operação, o Pix registrou um total de 28,5 bilhões de transações. Os dados mensais apresentados pelo Banco Central continuam apresentando uma trajetória de crescimento no uso do Pix. Somente em dezembro de 2022, mês de festividades e alta no consumo, foram quase 3 bilhões de transações usando a ferramenta.

O Pix já foi utilizado por 90% de quem participou da pesquisa Meios de Pagamentos 2022, elaborada pela Opinion Box. Além disso, mais de um terço das pessoas acreditam que o Pix mudou para melhor a forma como fazem pagamentos no dia a dia. O principal atrativo é a ausência de taxas para fazer os pagamentos.

O cooperativismo aderiu ao Pix. O Banco Central registra 802 instituições financeiras que participam do ecossistema. Dentre elas, 599 são cooperativas de crédito e outras duas são bancos cooperativos. Esses dados mostram que as cooperativas de crédito estão atentas às novas tendências e inovações do mercado de pagamentos e lideram a transformação digital no meio financeiro.

Novidade libera pagamento por cartão no WhatsApp

A integração do pagamento digital às plataformas que usamos no cotidiano também contribui para o processo de modernização da vida financeira. Por exemplo, desde 2021, já é possível fazer transferências por WhatsApp, o aplicativo de mensagens mais usado no Brasil, apontando esse caminho.

Agora, as possibilidades aumentaram: em março de 2023, o Banco Central autorizou pagamentos com cartão de crédito e débito pelo WhatsApp, por meio do serviço WhatsApp Pay. Esse movimento busca agregar as soluções financeiras de forma mais natural no cotidiano.

O recurso simplifica compras e transações combinadas por meio do aplicativo. Imagine uma cooperativa que fecha vendas de seus produtos ou serviços pelo WhatsApp. Com a novidade, o pagamento pode ser feito diretamente pelo chat, sem necessidade de emitir boletos ou QR Codes, tornando a experiência mais fluida, sem precisar ficar alternando de aplicativo.

O pagamento digital por WhatsApp, contudo, ainda precisa enfrentar a desconfiança dos usuários. Os dados da Opinion Box registram que as pessoas ainda têm receio de usar os recursos financeiros do aplicativo. O principal temor, que assola quase metade dos entrevistados, é o de cair em fraudes.

O cooperativismo já marca presença também nesse novo serviço. Na lista de parceiros iniciais do serviço, estão a cooperativa de crédito Sicredi e seu banco digital, o Woop.

A difusão das carteiras digitais

Outra modalidade consolidada de pagamento digital impulsionada pelas novas tecnologias são as carteiras digitais. Geralmente associadas a dispositivos móveis, como celulares e relógios inteligentes, elas facilitam pagamentos tanto no ambiente digital quanto em transações presenciais. Há dois tipos de carteiras digitais:

?    Baseadas em cartão: o usuário cadastra seu cartão em aplicativos de carteira digital para realizar pagamentos por aproximação, graças à tecnologia NFC.

?    Baseadas em valor armazenado: o usuário transfere ou deposita dinheiro para a carteira digital, sem a necessidade de um cartão, e pode fazer pagamentos diversos através da plataforma.

No mundo, as carteiras digitais são o meio de pagamento digital mais utilizado. O Global Payments Report 2023 aponta que, em 2022, essa modalidade representou 49% dos pagamentos digitais. E não vai parar por aí - a estimativa é de que essa proporção chegue a 54% em 2026.

Na América Latina, contudo, as carteiras digitais são bem menos difundidas. Elas ficam atrás dos cartões de crédito no ranking de pagamentos digitais mais utilizados, como 21% de participação.

Mas também é possível enxergar esse dado como uma oportunidade. O setor de carteiras digitais na América Latina também tem perspectivas de crescimento. A expectativa é de que, em 2026, essa modalidade chegue a 28% dos pagamentos digitais no continente.

As criptomoedas e o real digital

As cripromoedas, como o Bitcoin e a Ethereum, criaram um novo ecossistema na economia digital. Contudo, essas moedas digitais nunca ganharam espaço como meios de pagamento digital, já que são complexas de usar e as transações podem ser demoradas.

O conceito de moeda digital, entretanto, se mostrou resiliente e interessante. Com isso, surgiu um movimento de bancos centrais que buscam desenvolver suas próprias alternativas. O Brasil é um dos interessados nesse movimento de tokenização.

Em sua agenda de modernização, o Banco Central do Brasil está desenvolvendo o Real Digital. A criptomoeda é vista com o potencial de melhorar a eficiência do mercado de pagamentos de varejo e de promover a competição e a inclusão financeira.

Por meio do LIFT (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), o BC, a Fenasbac e uma série de parceiros do mercado financeiro estão desenvolvendo um Mínimo Produto Viável do Real Digital.

Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, explica que as transações do Real Digital serão feitas por contratos inteligentes - isto é, por meio de regras escritas em código de programação e que são realizadas automaticamente. “No fim, o que se vai ter é um instrumento no celular onde será possível navegar no sistema financeiro com portabilidade, digitabilidade, comparabilidade etc.”, argumenta.

Coffee Coin: a criptomoeda cooperativista

O cooperativismo brasileiro já está explorando as possibilidades das moedas digitais. A cooperativa agropecuária Minasul, especializada na produção de café, lançou a sua própria criptomoeda, o Coffee Coin.

O Coffee Coin é uma stablecoin (moeda estável) – isto é, um criptomoeda que possui lastro em um bem tangível. Como sua variação de preço é correlacionada ao preço da saca de café, a moeda é mais estável e segura.

Durante o Cooptech 2022, Luis Henrique Albinatti, diretor de Novos Negócios, explicou que o desejo da cooperativa é popularizar o Coffee Coin como um meio de pagamento. A criptomoeda cooperativista, inclusive, é negociada em exchanges, inclusive na Foxbit, principal do Brasil no setor. Confira a história completa da Coffee Coin que contamos no Radar da Inovação.

Os superapps e os pagamentos digitais

Em nosso artigo sobre as tendências que viraram realidade em 2023, mostramos como os superapps estão ganhando força ao concentrar diversos serviços em um mesmo aplicativo. Afinal, quanto mais recursos uma mesma plataforma fornecer, maior é a comodidade para o usuário e a fidelidade com a marca.

Na prática, os superapps são aplicativos que centralizam uma gama de atividades online em um único lugar. Muito forte na Ásia, esse conceito chegou com tudo no Ocidente. Um dos recursos mais importantes para o sucesso de um superapp tem a ver, justamente, com a disponibilização do pagamento digital.

É o caso do WhatsApp, que mencionamos acima. Recursos que possibilitam transações financeiras e pagamentos digitais sem sair da plataforma potencializam o seu uso em detrimentos de alternativas com menos possibilidades.

O superapp de maior destaque no Brasil é o Magalu, da rede varejista Magazine Luiza que, além de servir como plataforma de compras, proporciona uma gama de serviços - inclusive financeiros. Além de uma conta digital, o aplicativo tem seu próprio serviço de pagamento digital, o MagaluPay.

Oportunidades e riscos do pagamento digital

As tendências indicam um futuro financeiro cada vez mais tecnológico. O dinheiro físico está perdendo espaço para as novas formas de pagamento digital. A pesquisa da Opinion Box revela que 71% dos entrevistados acreditam que os meios digitais vão acabar com o dinheiro de papel no futuro.

Essa percepção demonstra o otimismo dos brasileiros com o futuro do pagamento digital. Com isso, o ecossistema de pagamentos digitais apresenta espaço para que novos atores possam crescer, inovar e democratizar ainda mais o acesso a esses serviços.

No Brasil, dados da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) indicam que os meios de pagamento eletrônicos cresceram 21% apenas em 2022. Com isso, a estimativa é de que o ano tenha alcançado R$3,2 trilhões em transações digitais.

Além disso, uma vez que os pagamentos digitais caíram nas graças dos consumidores, é importante adotá-los como forma de melhorar a experiência do cliente. Uma jornada de compra satisfatória passa pela fluidez do pagamento - e as soluções digitais reduzem bastante os atritos nesse processo.

As Fintechs de meios de pagamento digital

O Brasil apresenta um ambiente de negócios positivo e fértil para as fintechs (negócios que aliam soluções tecnológicas aos serviços financeiros) de meio de pagamento digital. Isso ajuda a criar um ecossistema financeiro moderno e democratizado.

Dados da SlingHub compilados em um relatório da Snaq registram que, em 2021, o segmento de meios de pagamento apresentou um crescimento de quase 13 vezes em comparação ao ano anterior.

Ademais, ao todo, 76% das fintechs de meios de pagamento da América Latina são brasileiras. Esse setor chegou até mesmo a produzir alguns dos unicórnios brasileiros - startups que alcançam um valor de mercado avaliado em mais de 1 bilhão de dólares.

Unimed Pay: uma fintech própria do ecossistema cooperativista

Com presença em 86% do território nacional, o Sistema Unimed conta com 341 cooperativas, 118 mil médicos cooperados, 19 milhões de clientes, mais de 29 mil hospitais, clínicas e serviços credenciados e 150 hospitais próprios.

Esse ecossistema complexo movimenta bastante dinheiro. E uma solução de pagamentos foi desenvolvida para manter as receitas circulando no próprio sistema: o Unimed Pay, lançado no fim de 2022 em parceria com a Q2 Bank.

Em sua primeira fase, a Unimed Pay atenderá médicos cooperados, Unimeds e prestadores de serviço. Em um ano, a meta é atingir 5 mil carteiras digitais ativas e 2,5 mil maquininhas. O modelo inclui uma série de recursos como:

?    Carteira digital com antecipação de recebíveis de consultas e procedimentos médicos

?    Ressarcimento de atendimentos

?    Transferências P2P

?    Cashback

?    Maquininhas com biometria facial

?    Funções de cartão de identificação

Dentro de cinco anos, a estimativa é alcançar 80 mil contas digitais dentro do Sistema Unimed e 40 mil maquininhas. Além disso, a previsão de lucro líquido da Unimed Pay nos próximos cinco anos é superior a R$20 milhões. Saiba mais sobre essa fintech cooperativa no Radar da Inovação.

As preocupações com a segurança

O principal gargalo em relação à adoção do pagamento digital é a questão da segurança. Ainda há bastante gente com ceticismo em relação à proteção das soluções de pagamento digital.

O temor decorre pode ser compreendido por meios dos dados da Opinion Box. Quase metade dos entrevistados já foram vítimas de golpes, fraudes ou tentativas de fraudes relacionadas a meios de pagamento.

Logo, por mais que as novas tecnologias de pagamento digital sejam seguras, elas precisam transmitir a sensação de segurança para os usuários. Esse pode ser um diferencial importante na competitividade desse setor.

Além disso, a segurança dos dados deve ser um dos principais focos de quem atua no mercado de pagamentos digitais. Assim, os negócios que competem nesse ecossistema precisam estar por dentro da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)

Conclusão

A adesão às soluções de pagamento digital é grande e a tendência é de que cresça ainda mais. A transformação digital dos serviços financeiros é veloz - tanto no desenvolvimento de novas alternativas quanto na adesão ao pagamento digital. É, portanto, o momento ideal para encontrar novas oportunidades nesse ecossistema.

O pagamento digital chegou para ficar e crescer. Impulsionado pela pandemia de Covid-19, o pagamento digital cruzou a fronteira do digital e está sendo adotado também no mundo físico.

A forma com que lidamos com o dinheiro está mudando rapidamente, e o cooperativismo deve estar atento a essas movimentações. O cooperativismo de crédito é um agente fundamental para a inclusão bancária no Brasil. Dessa forma, as cooperativas de crédito podem ser, também, protagonistas na democratização do pagamento digital.



<p>A cultura de inovação é imprescindível para a competitividade. Veja os caminhos para a transformação cultural da sua cooperativa!</p>

3 caminhos para disseminar a cultura de inovação por toda a sua cooperativa

A jornada para estabelecer uma cultura de inovação é imprescindível em tempos de mudanças velozes


A cultura de inovação não surge de uma hora para outra. Estabelecê-la demanda esforços e a definição de caminhos para estabelecer uma estrutura corporativa de incentivo a iniciativas inovadoras.

Além disso, a inovação é um processo amplo, que precisa estar integrado pela cooperativa como um todo. Assim, não basta ter um setor dedicado à inovação se a cultura inovadora não é praticada pelos demais setores. Quando existe uma cultura de inovação, ela é perceptível em todas as áreas, de maneira descentralizada.

Essa não é uma jornada simples, contudo. Há uma série de desafios no processo de consolidação de uma cultura de inovação interna que permita que o esforço inovativo seja de fato descentralizado.

Com isso, neste artigo iremos apontar três caminhos para disseminar a inovação por sua cooperativa como um todo. Confira!

Os caminhos para construir a cultura da inovação

Agora, vamos conhecer três sugestões para aplicar e fortalecer a cultura de inovação na sua cooperativa. Mas sempre tenha em mente: não existe uma fórmula pronta para inovar. Cada um desses três passos deve ser colocado em prática levando em conta as particularidades de cada negócio.

1. Cultura de inovação se constrói na prática

O relatório Innovation Survey 2023, realizado pela ACE Cortex, aponta que o maior obstáculo à inovação é, justamente, a cultura organizacional. Mais da metade das lideranças que participaram da pesquisa indicaram que esse entrave está se tornando mais relevante com o passar do tempo.

Para estabelecer uma cultura de inovação, não basta difundir uma ideia: ela só amadurece quando é colocada em prática. Ou seja: não basta falar sobre, tem que fazer! Só assim a cultura de inovação irá amadurecer nas práticas da cooperativa.

Treinamentos, apresentações e discussões sobre inovação são ótimas maneiras de apresentar novas ideias e métodos de gestão para as equipes. Entretanto, não adianta aprender a teoria sem colocar em prática.

Por isso, o intraempreendedorismo é tão importante: programas de ideias ajudam a deixar os times sempre atentos às oportunidades de inovar.

Os dados da Ace Cortex apontam que essas são as iniciativas práticas mais utilizadas pelas organizações em suas jornadas de inovação:

  • Se relacionar com startups (28,1%)
  •  Programas de ideias (25%)
  • Inovação em produtos e embalagens (15,6%)
  •  Workshops e treinamentos (14,8%)
  • Área dedicada a P&D (14,8%)
  •  Implementação de metodologias (9,4%)

Assim, há uma série de possibilidades para impulsionar o amadurecimento da cultura de inovação na sua cooperativa. Defina as que melhor se encaixarem nos negócios da sua coop. O importante, afinal, é arregaçar as mangas e ter iniciativa.

2. A inovação é uma atividade coletiva

O trabalho em equipe é fundamental para o sucesso de uma transformação cultural. Portanto, o envolvimento de todos os níveis da organização no esforço inovativo é fator-chave nessa jornada. Neste ponto a descentralização é fundamental para que a cultura da inovação seja absorvida e praticada pela cooperativa como um todo.

Isso não significa que um departamento de inovação não tem importância, mas sim que suas ações devem estar integradas com as demais áreas da cooperativa. Até mesmo porque a inovação não pode ser tratada como uma ilha, uma atividade separada das outras. A cooperativa inteira deve ter oportunidades de apresentar novas ideias.

O papel dos líderes é imprescindível para a solidificação da cultura da inovação. A liderança estimula o surgimento de novas ideias e também proporciona segurança para a experimentação e o erro. Quando há essa confiança, colaboradores e cooperados se sentem confortáveis e incentivados a apresentar seus pontos de vista.

Uma outra prova de que a cultura da inovação é uma construção coletiva está na diversidade. O instituto Humanizadas, ligado à Universidade de São Paulo (USP), apurou que as organizações mais diversas têm mais capacidade de inovação. Equipes plurais, com pessoas de diferentes realidades, contextos e visões de mundo são mais propensas a apresentar novas ideias. Assim, essas pessoas colaboram, aumentando as perspectivas e impulsionando ainda mais as ideias inovadoras.

Por causa desse caráter coletivo da cultura de inovação, ela tem tudo a ver com gestão de pessoas. “Iniciativas de inovação muito afastadas do RH tendem a fracassar, pois os valores e as vivências de inovação são sistêmicos e precisam permear toda a organização para que sejam bem-sucedidas”, disse Luís Gustavo Lima, sócio e CEO da ACE Cortex.

3. Reconhecimento estimula a inovação

Outra forma de estimular a solidificação de uma cultura inovadora é o reconhecimento dos inovadores internos. Idealmente, isso é feito em um modelo que valoriza, de forma forma híbrida, o esforço e o resultado. Esse equilíbrio é fundamental para não fomentar o medo de errar, afinal ideias interessantes podem apresentar resultados não tão bons na prática.

Quando há o reconhecimento das boas ideias inovadoras, as equipes valorizam ainda mais a jornada de inovação. O reconhecimento pode ser atribuído, por exemplo, através dos programas de ideias que premiam as melhores inovações propostas pelos colaboradores e cooperados.

O reconhecimento, além de ser uma forma de engajar as equipes em prol da jornada de inovação, ajuda a construir um ambiente de trabalho positivo e impulsiona, também, o senso de pertencimento à cooperativa.

É preciso ter em mente, por outro lado, que os resultados levam tempo para aparecer. Paciência é uma característica central para o estabelecimento de uma cultura de inovação. Esse fator deve ser levado em conta em relação ao reconhecimento dos colaboradores e no estímulo à inovação.

Por que estabelecer uma cultura da inovação é importante

A cultura da inovação não é um fim em si mesma. Ela existe para fomentar o progresso da cooperativa nos negócios, fortalecendo a participação econômica dos cooperados e difundindo o modelo de negócios cooperativista.

Em nosso guia prático 9 medidas para promover a cultura de inovação na sua cooperativa explicamos que a cultura da inovação proporciona:

  • Vantagem competitiva: em um ambiente econômico de disputas acirradas pelo mercado, inovar significa sair na frente da concorrência com produtos e serviços aprimorados ou disruptivos.
  •  Capacidade de antecipar tendências: ao inovar seguindo de perto as tendências de tecnologia, comportamento e consumo, a cooperativa pode encontrar oportunidades de antecipá-las e largar na frente da competição.
  • Inovação contínua: quando há uma cultura de inovação, as novas ideias seguem surgindo. Para que sua cooperativa seja inovadora, não basta que a inovação seja esporádica. A frequência da inovação vem junto com a cultura.

Confira o material completo e conheça as nove formas de transformar a cultura da sua cooperativa rumo à inovação!

Unimed BH: sucesso criação da cultura de inovação

No Radar da Inovação contamos como a Unimed BH desenvolveu sua cultura de inovação. Tudo começou em 2014, quando a cooperativa criou um Centro de Inovação, que funcionava fora de suas instalações. Três anos depois, a liderança da Unimed BH levou o centro para dentro da operação no intuito de disseminar internamente a cultura de inovação.

Essa transição originou o Movimento Juntos Inovamos, com o intuito de catalisar as iniciativas internas e fomentar a cultura de inovação. Com isso, a iniciativa tem o objetivo de alcançar resultados positivos por meio do desenvolvimento de soluções inovadoras aplicadas aos negócios.

Dessa forma, o Movimentos Juntos Inovamos consolidou a cultura de inovação interna da cooperativa, que registrou um relevante impacto na cultura organizacional, com mudança de mentalidade das equipes. Além disso, a iniciativa inspirou outras cooperativas do grupo Unimed.

Conclusão

Não há um caminho único para encontrar soluções inovadoras. Mas existe, sim, um passo imprescindível: estabelecer uma cultura de inovação, para que o surgimento de novas ideias seja constantemente incentivado.

A construção de uma cultura de inovação na sua cooperativa leva tempo. Por isso, é importante ter paciência e engajamento. A construção dos hábitos e valores que promovem a criatividade faz diferença para a competitividade dos negócios em tempos de mudanças rápidas no mercado e nas demandas da sociedade.

Quer se aprofundar ainda mais nesse assunto? Então confira também nosso e-book Cultura da Inovação no Cooperativismo! E curso online Inovação - Primeiros Passos, disponível gratuitamente no CapacitaCoop! 

<p>Acompanhar a inovação é um desafio constante. Conheça as formas de ficar por dentro das novidades e encontrar oportunidades para sua coop!</p>

Tendências de inovação: veja cinco maneiras de acompanhar

Conheça os caminhos para ficar antenado e encontrar oportunidades de inovar


Aqui, no InovaCoop, sempre ressaltamos o quão importante é ficar de olho nas tendências de inovação. Afinal, dessa forma é possível encontrar oportunidades de negócios para sua cooperativa, melhorando a competitividade e preparando o planejamento para as mudanças em um mercado cada vez mais dinâmico.

A todo momento, surgem novas tecnologias, técnicas de gestão e metodologias de projetos. Identificar essas tendências de inovação é uma tarefa muito importante para antecipar suas aplicações na sua cooperativa. Além disso, o futuro está repleto de desafios - e quanto antes sua cooperativa notá-los, mais tempo há para se preparar e enfrentá-los.

Diante desse cenário, devemos estar sempre com as antenas ligadas em busca do que está surgindo e que pode impactar os negócios da sua cooperativa. Mas, em meio à enxurrada de informações disponibilizadas todos os dias, é importante saber como ficar por dentro das tendências de inovação.

Por isso, neste artigo, iremos dar algumas dicas para te ajudar a ficar atualizado nas principais tendências de inovação para impulsionar a competitividade e fomentar novas ideias dentro da sua cooperativa. Aproveite a leitura!

5 dicas para acompanhar tendências de inovação

Há diversas maneiras de ficar por dentro das novidades - e cada uma vai contribuir de uma forma para te deixar por dentro das tendências de inovação. Não se limite a somente uma delas e fique atento ao que está acontecendo ao redor da sua cooperativa.

Confira, então, as cinco maneiras de acompanhar as tendências de inovação!

1. Newsletters

As newsletters - basicamente e-mails informativos disparados periodicamente - são muito boas para receber doses de informação direto na caixa de entrada. Assim, é possível ficar atualizado com as novidades sobre diversos temas enquanto toma um café ou se prepara para uma reunião.

Há uma ampla variedade de newsletters disponibilizadas, desde grandes veículos de imprensa, mídia segmentada, eventos, empresas e cooperativas. Dessa forma, é muito provável que você encontre alguma newsletter que cubra o assunto que interessa aos negócios da sua cooperativa.

O Sistema OCB produz três newsletters trazendo o que há de mais importante e inovador no mundo cooperativista. Elas são:

  • PanoramaCoop: Newsletter semanal que reúne em um mesmo espaço nossas análises sobre os cenários político, econômico e tributário, além das notícias do cooperativismo que foram destaque na semana. Uma oportunidade para acompanhar tudo isso de perto e usar os conteúdos em decisões estratégicas. Para se inscrever, clique aqui.
  • Impulso do Coop: Para levar conteúdos atualizados direto para a sua caixa de entrada, criamos a Impulso Coop News. Newsletter quinzenal que uniu o conteúdo das plataformas InovaCoop e ConexãoCoop com a finalidade de apresentar os caminhos da inovação e da competitividade para as cooperativas. Para se inscrever, clique aqui.
  • SaberCooperar: Newsletter quinzenal feita especialmente para compartilhar histórias inspiradoras do cooperativismo e te manter atualizado sobre o que as coops têm feito de melhor Brasil afora. Histórias que fazem parte do blog SomosCoop e da revista Saber Cooperar. Para se inscrever, clique aqui.

2. Eventos

Os eventos são ótimas oportunidades de encontrar pessoas, fazer networking, e compartilhar experiências e conhecimento com os pares. Além de ajudar a encontrar potenciais parceiros comerciais, os eventos são palco para a troca de ideias - e percepções de tendências.

Participando de eventos, os dirigentes e profissionais das cooperativas se conectam ao ecossistema e têm contatos com novas perspectivas sobre as movimentações no mercado e no setor.

Além disso, existem eventos dedicados às tendências de tecnologia e inovação. Aqui, no InovaCoop, registramos, por exemplo, os destaques do South By Southwest, do Web Summit e do SXSW, três dos eventos relacionados a inovação mais importantes do mundo. Nestes casos, mesmo quando não der para participar, vale a pena ficar atento ao que está acontecendo.

O InovaCoop também marcou presença na Semana da Competitividade, realizada pelo Sistema OCB, promovendo uma trilha de apresentações dedicadas às tendências de inovação. O evento tratou de temas como psicologia da inovação, diversidade e cultura de dados.

3. Podcasts

Que tal ficar por dentro das notícias mais importantes enquanto está no caminho para o trabalho, voltando para casa ou fazendo exercícios? Se essa possibilidade te agrada, experimente os podcasts, programas de áudio para baixar e ouvir quando quiser.

Assim como as newsletters, existem podcasts sobre os mais diversos assuntos. Há podcasts que buscam apontar os temas mais importantes do dia, como o Café da Manhã, da Folha de São Paulo, e o Durma Com Essa, do Nexo Jornal.

Além desses programas com temas mais gerais, há diversos podcasts que tratam sobre temas específicos e segmentados. Dentro do cooperativismo, por exemplo, há o podcast Mundo Coop. Em relação à inovação, confira também essa lista da StartSe com 6 podcasts dedicados ao tema.

4. Cursos online

A internet é uma ótima ferramenta para o compartilhamento do conhecimento. Há diversas plataformas que disponibilizam conhecimento por meio de cursos. Há desde instituições tradicionais, como universidades, e plataformas específicas para o ensino digital.

O Sistema OCB, por exemplo, desenvolveu a CapacitaCoop, uma plataforma de ensino a distância cheia de ferramentas gratuitas para você aprender não só sobre inovação, mas sobre o cooperativismo, as cooperativas e os diferenciais no modelo de negócios cooperativista.

No InovaCoop, mantemos uma aba reunindo os principais cursos do CapacitaCoop voltados para a inovação. Confira quais são clicando aqui. O Sebrae também possui uma plataforma com diversos cursos gratuitos sobre vários temas - inclusive inovação.

5. InovaCoop e portais do Sistema OCB

O Sistema OCB está sempre com o radar ligado para as inovações no cooperativismo. Por isso, acompanhar os portais mantidos pelo Sistema OCB é uma ótima forma de se manter por dentro das tendências.

Aqui, no InovaCoop, estamos sempre trazendo novidades e conteúdos sobre as tendências de inovação. Neste artigo, por exemplo, listamos 9 tendências para ficar de olho em 2023. Também ficamos atentos às novas tecnologias disruptivas e contamos histórias de iniciativas inovadoras no Radar da Inovação.

O ConexãoCoop, portal de negócios do Sistema OCB, também fica atento às tendências. Veja, aqui, o que esperar dos negócios em 2023 e o que há de mais inovador em relação às vendas.

Acompanhe também os materiais da revista Saber Cooperar e do site institucional.

Conclusão

Ficar por dentro das tendências de inovação é uma tarefa que precisa ser feita constantemente. O acompanhamento contínuo sobre o que está acontecendo no mercado, no segmento da sua cooperativa e no mundo da tecnologia vai dar sinais das oportunidades e dos desafios que estão surgindo no horizonte.

Informação é poder. Por isso, nunca deixe de adquirir conhecimento e acompanhar as tendências de inovação. Dessa forma você ajuda a colocar sua cooperativa na trilha da inovação e da competitividade. Afinal, estar bem informado é imprescindível para ficar por dentro das tendências de inovação.

<p>Fique por dentro dos temas e tendências apresentados no SXSW. Tem IA, tecnologia no agro e a Disney voltando às raízes. Confira!</p>

SXSW 2023: 7 destaques do principal evento de inovação do mundo

Encontro discute o futuro da internet, inteligência artificial, uso de dados e privacidade, sem abrir mão de questões ambientais e sociais. Saiba mais!


A edição de 2023 do maior festival de inovação e tecnologia no mundo, o South by Southwest (SXSW), aconteceu entre 10 e 19 de março, em Austin, no Texas. Foram 10 dias com diversos painéis, palestras e debates que reuniram pessoas do mundo inteiro para discutir as tendências e novas tecnologias que podem contribuir para um futuro inovador.

Entre os assuntos mais discutidos estão os avanços da Inteligência Artificial, a privacidade digital, e a necessidade, cada vez maior, de uma agenda pautada em boas práticas de ESG. Ou seja, que leve em conta as questões climáticas e sociais.

Reunimos, a seguir, 7 temas que foram destaques durante o evento. Confira e fique por dentro das principais tendências!

1. Avanços na IA

Os avanços da Inteligência Artificial (AI) vão influenciar radicalmente a maneira como nos relacionamos e como consumimos informação. O ChatGPT é o mais recente exemplo de ferramenta baseada em IA que promete revolucionar o modo de vida de cada um de nós, assim como já ocorre com os algoritmos.

Diante disso, a pergunta que fica é: você é quem busca informação ou você é a informação? Veja algumas perspectivas sobre a IA que foram debatidas no SXSW 2023.

Previsões de Amy Webb

Para a fundadora e CEO do Future Today Institute, Amy Webb, “a internet como a conhecemos hoje acabou”. Em tempos de ambientes totalmente conectados e inteligentes, tudo é dado. E a Inteligência Artificial Generativa busca esses dados para se desenvolver.

A partir dessa premissa, Amy chega à seguinte conclusão: em vez de sermos apenas buscadores de informação, seremos, cada vez mais, fontes de dados para a IA.

Outra grande consequência dessas tecnologias é de que estamos condenados a nunca mais pensar sozinhos, mas sim contarmos com o apoio das novas ferramentas. Esse cenário cria a necessidade, portanto, de ensinar o mundo de hoje a trabalhar e usar essas tecnologias da melhor forma possível. E você já pode começar a aprender lendo o nosso guia prático sobre o ChatGPT!

As lições da Adobe

A SXSW 2023 trouxe, ainda, a discussão sobre o uso da Inteligência Artificial no processo criativo. Atualmente, diversas ferramentas são capazes fazer criações e manipulações de imagens altamente complexas e de forma totalmente automatizada.

Brooke Hopper, Lead Designer da Adobe, pontuou que essa facilidade colabora para a democratização do processo criativo, mas que ainda há problemas a serem enfrentados. Um deles é, por exemplo, a questão de autoria e de vieses raciais presentes em imagens criadas por IA.

Os riscos das promessas vazias

Em seu painel, a escritora e engenheira de software Molly White adotou um tom mais crítico sobre a Inteligência Artificial. Segundo a especialista, a indústria da tecnologia, influenciada pelo sucesso de ferramentas como o ChaGPT, acaba, de modo exagerado, ampliando as expectativas sobre as potencialidades da IA, para além do que ela realmente é capaz.

2. Ativismo de marca

As ideias de “branding activism” ou “corporate activism” - algo como “ativismo de marca” - tornaram-se termos inevitáveis para o mundo corporativo. O posicionamento de uma marca sobre os temas mais diversos é cada vez mais cobrado por seus consumidores.

Nesse sentido, não cabe mais inércia ou passividade. É preciso que as marcas assumam seus papéis de responsabilidade social e considerem as expectativas sociais que os consumidores possuem em relação a elas, portanto.

Para Tracy Sturdivant, presidente e CEO da The League, “falar sobre ativismo de marca não significa desmantelar o capitalismo, mas abrir espaços para as marcas atuarem no campo social". Ou seja: uma tendência que tem tudo a ver com o cooperativismo.

3. Ciência e narrativa em prol da inovação

A divisão de parques da Disney passa por um momento desafiador de reestruturação para a retomada do pós-pandemia. Para superar as dificuldades, a gigante do entretenimento está voltando às origens de uma startup, contou Josh D’Amaro, presidente da Disney Parks, no SXSW 2023.

Com isso, a companhia está adotando inovações tecnológicas para tornar a experiência dos visitantes cada vez mais real. Assim, robótica, IA e outros avanços se misturam para proporcionar dinâmicas inovadoras nos parques.

“As experiências são cada vez mais imersivas ricas em histórias e principalmente conexões. Não é sobre tecnologia ou narrativas, mas tudo isso conectado com cada momento que os fãs de nossos personagens vivem em nossos parques. Essas experiências precisam envolver vários sentidos e isso só é possível por meio de tecnologia, desenvolvimento de produtos, design e muita, mas muita inovação”, conta D’Amaro.

4. Crise climática e agenda ESG

Contudo, assumir posicionamentos nem sempre é o suficiente. Para os líderes dos fundos de investimentos e banco “Patagonia, Ben & Jerry’s”, Yvon Chouinard e Ryan Gellert, quando o assunto é crise climática, a questão não é apenas de marca, mas de negócio.

Não à toa, uma das pautas fortemente discutidas é o mercado de carbono. “É por isso que as metas de descarbonização começam em 2030. Nos próximos 7 anos, precisamos acelerar o desenvolvimento e financiamento de inovação climática”, disse Jennifer Place, diretora no fundo de venture capital Fifth Wall.

Por isso, a agenda ESG (Environmental, Social and Governance) tornou-se modelo para uma gestão de negócios atenta às questões ambientais, sociais e de governança. São, afinal, temas inseparáveis e vitais para qualquer negócio que pretende ter um futuro inovador.

5. As novas realidades da privacidade digital

Amy Webb já previu: na internet do futuro, os dados dos usuários superconectados serão explorados a fundo pela Inteligência Artificial Generativa. Mas, como fica a privacidade nesse contexto?

O entendimento dos especialistas que estiveram no SXSW 2023 é de que haverá uma mudança de abordagem sobre os dados compartilhados, visando gerar valor sobre aquele dado, sem comprometer a privacidade do usuário.

A tendência, dessa forma, é que as pessoas possuam uma autonomia muito maior no controle sobre as informações compartilhadas, oferecendo a privacidade como uma funcionalidade, e não apenas “para cumprir regra”. Muito provavelmente, assim como para os serviços de streaming, faremos questão de pagar para ter um serviço de privacidade digital.

6. Pessoas e diversidade para a longevidade dos negócios

Pessoas: para Vishal Sunak, co-fundador e CEO da LinkSquares, esse é o primeiro pilar de crescimento dos negócios. Garantir um time sólido de pessoas é essencial para resistir ao tempo e obter a tão sonhada longevidade - o que nem sempre é uma tarefa fácil.

No entanto, o uso estratégico de dados pode ser fonte para as ações que visem criar o sentimento de pertencimento e o alinhamento de expectativas. Através de lógicas com métricas e metas, é possível promover a diversidade, inclusão e equidade entres os funcionários.

A certeza que a SXSW 2023 traz, então, é a de que o futuro da gestão de pessoas está no uso inteligente de dados para intensificar o potencial humano nas organizações.

7. As tendências do agro

Um dos maiores setores da economia mundial e do cooperativismo, o agronegócio não poderia ficar de fora do SXSW 2023. As discussões estiveram em torno da segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental. Para isso, a tecnologia torna-se uma grande aliada.

Através de ferramentas de georreferenciação e monitoramento climático é possível fazer a gestão sustentável de água e energia. Além disso, diante da necessidade de redução de emissões de gases do efeito estufa, discute-se a possibilidade de uma carne de carbono neutro, através de mudanças na alimentação dos animais e nos sistemas de produção.

Outro ponto levantado pelos especialistas presentes no SXSW 2023 foi o potencial da agrotecnologia no combate à fome, em especial no continente africano. Segundo a VP Sênior da Heifer International, Adesuwa Ifedi, a única região em que o setor de startup de tecnologia cresceu em 2022 foi na África. No entanto, o setor agrotech representa apenas 4% desse crescimento.

Conclusão

Entre a pluralidade de temas, ideias e visões que o South by Southwest sempre traz, a edição de 2023 reforçou a importância da tecnologia e inovação alinhada às necessidades ambientais e sociais do planeta. O desafio proposto é explorar todo o potencial dos avanços tecnológicos na criação de um futuro inovador e sustentável.

Assim como na SXSW 2022, temas como metaverso, inteligência artificial e uso de dados seguem imprescindíveis. A preocupação com a privacidade digital, com a crise climática, a gestão de pessoas, a segurança alimentar, ativismo corporativo e modelos de negócios ESG são exemplos de que pensar tecnologia e inovação para o futuro é pensar também no ser humano.

Atento às tendências tecnológicas e às grandes questões ambientais e sociais da atualidade, o cooperativismo tem grande potencial para se destacar.

Quer continuar por dentro de todas as tendências de inovação que impactam diretamente o Coop? Toda semana tem novidade aqui!

<p>Diversidade e inclusão são fatores que impulsionam a inovação. Confira exemplos inspiradores de dentro e fora do cooperativismo!</p>

6 iniciativas de diversidade e inclusão para se inspirar

Equipes diversas proporcionam soluções inovadoras. Confira exemplos de dentro e de fora do cooperativismo que fortalecem a inclusão e a adoção de novas perspectivas


Muita gente acha que inovação é um processo ligado somente à tecnologia. Só que não é bem assim: na verdade, são as pessoas que impulsionam a inovação. Não existe uma fórmula mágica para inovar, mas há formas de impulsionar o desenvolvimento de novas ideias. Assim, uma das principais maneiras de incentivar a inovação é construir equipes diversas e inclusivas.

A inovação, afinal, surge a partir do encontro de novas perspectivas de mundo. Por mais que todo indivíduo seja naturalmente diferente do outro, é importante que haja uma gama de experiências, estilos de vida e habilidades. Para que isso seja potencializado, a diversidade e a inclusão são fundamentais.

Valores, culturas, etnias, religiões, gêneros, orientações sexuais, idade, nacionalidade, condição socioeconômica… Tudo isso tem a ver com diversidade. Acontece que muitos grupos nem sempre têm as mesmas oportunidades de acesso à educação ou ao mercado de trabalho, por adversidades sociais ou preconceitos. É aí, então, que entra o papel da inclusão.

Times diversos desenvolvem soluções inovadoras

O impacto positivo da diversidade e da inclusão nos negócios é comprovado por estudos e dados. O instituto Humanizadas, ligado à Universidade de São Paulo (USP), apurou que as organizações mais diversas têm mais capacidade de inovação.

Outro levantamento que ajuda a demonstrar a força da diversidade foi produzido pela Accenture. Os resultados indicam que o investimento em diversidade aumenta o retorno em inovação. A dinâmica é a seguinte: organizações inclusivas proporcionam um ambiente em que os colaboradores não têm medo de errar e compartilhar suas ideias - e isso produz inovação.

Além disso, a consultoria McKinsey também descobriu que organizações que investem em diversidade de gênero, raça e orientação sexual têm melhores performances financeiras. Esse resultado tem ligação, justamente, com a capacidade de inovar.

Bom, como vimos, indícios não faltam: equipes diversas e poder de inovação andam lado a lado. Agora, como as cooperativas estão lidando com a diversidade e a inclusão, então?

Diversidade e inclusão no cooperativismo

A pluralidade está no coração do cooperativismo, que tem uma natureza inclusiva. Entretanto, as cooperativas não estão isoladas da sociedade e também reproduzem desigualdades. Apesar disso, há evolução.

Por exemplo: em 2021, as mulheres ocupavam 40% dos quadros sociais das cooperativas, mas ocupam somente 20% dos cargos de liderança, mostra o Anuário do Cooperativismo Brasileiro. Há uma evolução nesse quesito - em 2020, essa proporção foi de 17% - mas o caminho ainda é longo.

“Termos cooperativas mais diversas é extremamente importante. Isso assegura a sustentabilidade do nosso movimento na medida em que ele se preocupa com as pessoas, e garante seu alinhamento com uma agenda que é não só politicamente correta, mas que comprovadamente traz melhores resultados para as organizações que efetivamente acreditam nesses valores”, explica Divani Ferreira de Souza Matos, analista do Sistema OCB.

Neste artigo, iremos mostrar seis iniciativas de diversidade e inclusão para inspirar a sua cooperativa. Os exemplos são plurais e mostram que podemos aprender tanto olhando para dentro quanto para fora do cooperativismo. Confira, então, essas 6 iniciativas de diversidade e inclusão para impulsionar a inovação!

1. CooperJohnson: inovação em prol da inclusão de cooperados surdos

A tecnologia pode ser uma ótima ferramenta para ampliar a inclusão e a diversidade no quadro social das cooperativas. Veja esse exemplo: a cooperativa de crédito CooperJohnson identificou, em 2019, que precisava aumentar a acessibilidade para os cooperados com deficiência auditiva. Onde, então, encontrar soluções?

A CooperJohnson buscou, assim, soluções tecnológicas capazes de realizar o atendimento por meio de chamada de vídeo, incluindo tanto o atendente quanto o intérprete de Libras. Dessa forma, a cooperativa chegou até a tecnologia do ICOM, uma central de Libras com tradução simultânea em tempo real. 

Implementado, o sistema funciona da seguinte maneira: por meio de uma vídeo chamada o sistema faz a comunicação entre o intérprete, o surdo e o ouvinte. Ou seja, ao receber a ligação de um cliente surdo, o atendente aciona a central de tradução simultânea e estabelece a comunicação por vídeo. A partir daí, o intérprete faz a intermediação da conversa.

A iniciativa deu resultados e a cooperativa registrou um aumento na quantidade de contatos feitos por cooperados com deficiência auditiva. Esse estudo de caso, contado no Radar da Inovação, mostra como um dos papéis da inovação no cooperativismo é encontrar alternativas para promover a inclusão e a pluralidade no quadro social.

2. Frimesa: oportunidades a imigrantes e refugiados

Muitas pessoas saem de seus países em busca de uma vida melhor e encontram o cooperativismo como uma porta para o acolhimento, o trabalho e o crescimento pessoal. Assim, a Frimesa, uma cooperativa agropecuária sediada no Paraná, pratica uma política de contratação e inclusão de imigrantes desde 1986.

Em 2021, a cooperativa contava com 328 colaboradores estrangeiros vindos de diversos países - o quadro de funcionários da cooperativa reúne refugiados venezuelanos, paraguaios, haitianos, cubanos, colombianos e sul-africanos. Além de ser positivo para os contratados, a iniciativa também é positiva para a cooperativa.

“Acolher esses imigrantes tem sido uma experiência muito positiva. Nós temos na nossa essência a prática da responsabilidade social e é justamente uma oportunidade de trabalhar com a inclusão e diversidade. Também é uma forma de inserir novas culturas e eles podem contribuir muito nas atividades com os talentos que trazem, e assim gerar resultados positivos para a cooperativa”, explica Elisa Fredo, gerente de Gestão de Pessoas da Frimesa.

Yadira Del Vale deixou a Venezuela em direção ao Brasil e agora trabalha na área de produção de frios da Frimesa. Ela explicou, para a revista Saber Cooperar, que os benefícios são mútuos: por um lado, os estrangeiros ganham uma oportunidade de recomeçar; por outro, a cooperativa agrega colaboradores que trazem inovação e novas perspectivas para a resolução de problemas.

3. Sicredi: salto na representatividade feminina

Já vimos que a inclusão feminina é um desafio para as cooperativas, e a cooperativa de crédito Sicredi também percebeu, internamente, o problema. Até 2017, a presença feminina nos Conselhos das Cooperativas Sicredi nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro era de apenas 6%.

Diante desse número preocupante, a cooperativa traçou uma estratégia para atingir as metas estabelecidas pelo Pacto Global da ONU. O objetivo é ter 30% de mulheres em cargos de alta liderança até 2025 e, de forma opcional, 50% até 2030.

Em 2022, os esforços da cooperativa já mostraram progressos notáveis: a participação feminina nos conselhos quase quadruplicou, atingindo a marca de 22%. A governança nas Cooperativas Sicredi também tem se tornado mais diversa com a crescente presença das novas gerações.

“Talvez mudar o mundo pode parecer muito distante para nós, mas se começarmos alterando o que está à nossa volta, em nossa localidade e ajudando a nossa cooperativa a fazer esse trabalho de impacto positivo nas comunidades, nós estamos contribuindo para essa agenda que é global”, afirmou Alyne Moreira Lemes, assessora de Desenvolvimento do Cooperativismo do Sicredi.

4. Magalu: formando lideranças negras

A Magalu, uma das maiores redes varejistas do país, identificou uma discrepância em suas equipes: por mais que os times fossem, sim, diversos, a representatividade não era reproduzida nos cargos de liderança. Um censo interno feito em 2019 ajudou a deixar isso ainda mais explícito - dentre as lideranças, somente 16% eram pessoas negras.

Uma das iniciativas da Magalu para enfrentar essa desigualdade nos cargos de liderança foi a realização de programas de trainee voltados somente para pessoas negras. Além disso, o programa deixou de ter o domínio do inglês como um de seus critérios.

“Requisitos como inglês e faculdade de primeira linha afastam boa parte da população desses programas, principalmente o negro, por ter menos acesso a essas oportunidades. O trainee é a porta de acesso para a alta liderança. Por isso é tão importante esse olhar para as ações afirmativas”, declarou Raphael Vicente, coordenador-geral da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial.

5. PrograMaria: mais diversidade no mercado de TI

O mercado de programação, TI e tecnologia está aquecido e atraindo o interesse de muitos jovens talentos. Durante a pandemia de Covid-19, a contratação de profissionais da área foi impulsionada pelo crescimento da demanda por serviços e produtos digitais. Contudo, esse meio ainda apresenta uma baixa participação feminina.

Com isso, de olho na importância de fomentar essa inclusão, a startup PrograMaria começou a oferecer formação, conexões e conteúdos para inserir as mulheres na área de tecnologia e aumentar a representatividade no setor. Ao todo, a iniciativa soma mais de 21 mil mulheres e oferece programas, cursos, eventos e ações.

Além de oferecer formação técnica, a startup atua para fazer a ponte entre os profissionais e as instituições que buscam formar times mais diversos.

“As empresas precisam mostrar que estão comprometidas com a diversidade, preparadas para agir em caso de assédio e dedicadas a construir um ambiente seguro, no qual as mulheres não só possam desempenhar plenamente as funções para as quais foram contratadas, como, também, desenvolver seu potencial e carreira”, argumenta Iana Chan, fundadora da startup.

6. SOMA: organizações se unem para promover a inclusão trans no mercado de trabalho

De acordo com dados levantados pela Antra, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais, 90% das mulheres transexuais estão em situação de informalidade profissional. Isto é: as situações de violência e preconceito que este grupo enfrenta também geram reflexos na vida profissional, o que produz uma espécie de ciclo vicioso.

Para combater essa situação, as companhias BASF, LinkedIn, Natura e Visa se uniram a fim de promover a inclusão social de pessoas trans e travestis por meio do trabalho, cultura, saúde e bem-estar. A iniciativa ganhou o nome de SOMA (Somos Mais Fortes em Conjunto).

O programa conta com uma grade disciplinar com dez semanas de foco em treinamento e desenvolvimento online. As participantes também recebem apoio para a busca de oportunidades no mercado de trabalho, com direito a mentorias individuais.

“Queremos apoiar essas pessoas a se desenvolverem com autoconhecimento, recebendo ferramentas práticas para encontrar oportunidades de desenvolvimento, despertando um senso de autonomia e pertencimento”, disse Carlos Henrique Almeida, coordenador de experiências do Centro de Experiências Científicas e Digitais da BASF.

Dicas para promover a diversidade e inclusão

Um grande desafio dessa jornada é a diversidade e inclusão na prática de forma efetiva. Políticas inclusivas devem estar integradas de fato à estrutura da cooperativa de forma que não basta somente usar a inclusão como uma estratégia de marketing.

A diversidade é uma demanda crescente do mercado, dos consumidores e dos órgãos reguladores. Além disso, as iniciativas de inclusão se encaixam no pilar social dentro das políticas de ESG.

Um outro ponto importante é que não basta contratar pessoas sem empoderá-las, dar oportunidade de crescimento e adequar, também, as lideranças. A inclusão precisa acontecer em todos os níveis hierárquicos. O cooperativismo, afinal, é plural e diverso, e isso precisa refletir nas lideranças.

Promovendo diversidade e inclusão na prática

Por isso, a gestão das iniciativas de diversidade e inclusão implica em ações contínuas e consistentes. Dessa forma, ações internas também podem ser eficientes para a promoção da diversidade e da inclusão. Isso é o que mostra a pesquisa “O valor da diversidade racial nas empresas”.

Confira as dicas para promover a diversidade na sua cooperativa:

  • As políticas de inclusão devem contar com o envolvimento de dirigentes, lideranças e conselheiros
  • Criar um comitê ou conselho de diversidade;
  • Realizar treinamentos internos e externos, incluindo fornecedores;
  • Iniciar diálogos e criar parcerias com entidades do terceiro setor e outras empresas sobre promoção de diversidade;
  • Buscar alinhamento entre ações externas e ações internas na promoção da diversidade;
  • Mensurar o número de minorias no quadro de funcionários;
  • Estabelecer metas específicas de longo prazo para aumentar a presença dessas minorias na empresa em todos os níveis;
  • Oferecer incentivos financeiros aos gestores para cumprirem essas metas;
  •  Adotar ações afirmativas;
  • Envolver a área de Governança nas iniciativas de promoção à inclusão;
  • Promover políticas e programas de combate à discriminação e ao assédio - afinal, não basta atrair pessoas diversas, é preciso retê-las. 

Conclusão

Diversidade e inovação têm uma ligação estreita e cooperam em prol da prosperidade dos negócios. Com a inclusão, as cooperativas ampliam o acesso a perspectivas e, assim, podem encontrar novas formas de inovar que, de outro modo, passariam despercebidas.

Contudo, a jornada para construir equipes diversas não pode se limitar ao recrutamento. Essas pessoas precisam ter voz ativa, possibilidade de crescimento e integração. Ou seja: uma inclusão de fato na estrutura da cooperativa.

Para conhecer mais sobre como praticar diversidade e inclusão na sua cooperativa, confira o curso de Liderança Inclusiva, no CapacitaCoop. Nele, você vai entender o papel da liderança em integrar as diferenças e conhecer os primeiros passos na jornada rumo à inclusão.

Confira também o e-book Gestão de Equipes: Como engajar seu time para inovar, aqui no InovaCoop. No material, conheça estratégias e dicas para apoiar suas equipes e disseminar o conceito de inovação na sua coop.

Mais importante ainda é olhar para dentro e entender que a diversidade é papel de cada um de nós. Quando enxergamos e enfrentamos nossos preconceitos enraizados, nos tornamos agentes de mudança em direção a um mundo mais justo e igualitário.

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