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<p>Avanços tecnológicos proporcionam oportunidades de inovar com a IA - e já tem cooperativa utilizando a tecnologia para inovar</p>

O que é Inteligência Artificial e como ela pode impactar os negócios

Avanços tecnológicos proporcionam oportunidades de inovar com a IA - e já tem cooperativa utilizando a tecnologia para inovar


A Inteligência Artificial é um dos elementos mais frequentemente mencionados quando o assunto é transformação digital e inovação. Em nosso artigo sobre tecnologias disruptivas para inovar, por exemplo, a IA é o primeiro ítem listado.

Essa percepção é compartilhada por diversas organizações que almejam antecipar tendências e entender as perspectivas para a integração de novos recursos tecnológicos nos negócios. Uma delas é a Deloitte, que cita a Inteligência Artificial na edição de 2022 do seu estudo anual Tech Trends. A Gartner é mais uma que também banca essa aposta.

Diante da importância, do potencial e das atuais aplicações práticas da Inteligência Artificial, neste artigo iremos entender melhor o conceito da IA, seus benefícios, utilidades e veremos exemplos de cooperativas que já exploram as possibilidades proporcionadas em suas jornadas de inovação. Boa leitura!

O que é Inteligência Artificial

O conceito de Inteligência Artificial define situações em que sistemas computadorizados são capazes de mimetizar a inteligência humana na execução de determinadas tarefas. Dessa forma, esses sistemas conseguem se aprimorar gradativamente a partir das informações que recebem, coletam e analisam.

Com o passar do tempo, a Inteligência Artificial encontrou mais de uma definição acadêmica:

  1. Sistemas que pensam como seres humanos
  2. Sistemas que atuam como seres humanos
  3. Sistemas que pensam racionalmente
  4. Sistemas que atuam racionalmente

Ainda assim, dentro dessas variações, a Inteligência Artificial leva em consideração a imitação do raciocínio ou do comportamento humano.

Assim, as ações sustentadas na Inteligência Artificial têm base em padrões obtidos a partir de um banco de dados. Um braço importante da IA é o machine learning (aprendizado de máquina), que consiste na ideia de que os sistemas possam aprender com os dados, identificar padrões e tomar decisões com o mínimo de intervenção humana.

Origens da Inteligência Artificial

A ideia de computadores que imitam o raciocínio humano precede a tecnologia necessária para colocá-la em prática. Os estudos sobre a IA se tornaram importantes a partir da Segunda Guerra Mundial, na década de 40. Alan Turing, considerado um dos pais da computação, foi um nome fundamental para o desenvolvimento dessa área do conhecimento.

Contudo, a Inteligência Artificial se consolidou como algo concreto na década de 50. No fim da década de 60, o primeiro chatbot, batizado de ELIZA, foi desenvolvido, o que representou um marco no amadurecimento da IA. A propósito, Eliza também é o nome da assistente virtual que utiliza realidade aumentada no livro Inovação no Cooperativismo, publicado pelo Sistema OCB.

Durante muitas décadas, a Inteligência Artificial era limitada pela tecnologia e pelos custos. Entretanto, com a sofisticação da computação e barateamento dos equipamentos, a IA começou a ganhar aplicações práticas. Com isso, seus impactos no mundo dos negócios e em iniciativas de inovação ficaram evidentes e passaram a proporcionar grandes oportunidades.

Benefícios da Inteligência Artificial

A difusão crescente da Inteligência Artificial no mundo dos negócios ocorre porque ela potencializa e otimiza o uso de dados. Em meio à era do Big Data, a IA é uma ferramenta que extrai aplicações práticas da abundância de informação disponível.

A estimativa da consultoria PwC é de que a Inteligência Artificial contribuirá em 15,7 milhões de dólares para a economia em 2030, impulsionando o crescimento de 14% no PIB mundial. Sendo assim, eis alguns dos benefícios mais notáveis ao empregar a Inteligência Artificial nos negócios da sua cooperativa:

  • Produtividade: a PwC aponta que o grande impacto da IA ocorrerá por meio de ganhos na produtividade. Esse fenômeno tem duas facetas: a automação industrial e a consequente potencialização da produção dos colaboradores. A produtividade proporcionada pela IA deve contribuir com 6,6 milhões de dólares à economia global em 2030.
  • Aumento de receita: a consultoria também argumenta que o uso estratégico dos dados internos e externos pode ajudar a melhorar o crescimento dos negócios, evidenciando novas e melhores oportunidades. Com isso, é possível aumentar os retornos e as margens.
  • Vantagem competitiva: a IA otimiza o uso de dados em diversas áreas dos negócios, de forma a possibilitar o desenvolvimento de novos produtos e serviços. A tecnologia ainda ajuda a identificar oportunidades e prever riscos.
  • Melhor tomada de decisão: a Inteligência Artificial é uma grande aliada da gestão data driven, uma vez que ela é capaz de compreender volumes massivos de dados e indicar os caminhos adequados perante as informações disponíveis.

Aplicações da Inteligência Artificial

Esses benefícios se tornam possíveis devido às aplicações práticas da Inteligência Artificial que foram se desenvolvendo e incrementando recursos e funcionalidades em diversas áreas dos negócios.

Diante disso, confira quais são algumas das principais possibilidades proporcionadas pela utilização da Inteligência Artificial:

Chatbots

Os chatbots baseados em inteligência artificial são úteis para cooperativas que realizam atendimentos a clientes e cooperados. Isso ocorre porque a tecnologia é capaz de resolver problemas simples e tirar dúvidas com alto grau de eficiência e rapidez.

Esse tipo de atendimento pode ficar disponível 24 horas por dia e auxiliar na coleta de dados, acelerar a fila de atendimentos e realizar a triagem dos problemas. Dessa forma, os atendentes humanos podem se dedicar a situações mais complexas, aumentando a produtividade geral e a satisfação dos clientes.

De acordo com a consultoria Gartner, os chatbots serão os canais primários no atendimento dos consumidores para cerca de um quarto das organizações. Ou seja, os chatbots que empregam a inteligência artificial serão, cada vez mais, ativos importantes para atendimentos e interações.

Chatbots em atuação nas coops brasileiras

No cooperativismo brasileiro, já há casos de sucesso no uso dos chatbots. No Sicoob, por exemplo, a assistente virtual Alice, criada a partir de um programa de transformação digital, usa a IA para desenvolver sua linguagem. Os dados comprovam o sucesso da inovação: o chatbot soluciona 70% dos atendimentos iniciados pela Inteligência Artificial.

O Sicredi é mais uma cooperativa de crédito que utiliza a tecnologia. O assistente virtual Theo foi vencedor do prêmio Banking Transformation 2021 - Relatório Bancário, devido ao emprego da IA no atendimento por WhatsApp.

Robótica autônoma

A Inteligência Artificial também potencializa os avanços da robótica automatizada, de forma que os robôs autônomos empregam a tecnologia como forma de refinar a operação. Essa tecnologia cumpre um papel central no desenvolvimento da indústria 4.0 e representa avanços em diversas áreas da economia.

A consultoria Next Move Strategy mensurou que o valor de mercado global dos robôs autônomos em 2021 ficou no valor de 1,61 bilhão de dólares e seguirá crescendo. Até 2030, essa quantia deve superar os 22 bilhões de dólares.

Com suporte da IA, os robôs autônomos demonstram potencial de atuar em áreas como transporte, armazenamento, agronegócio e procedimentos de saúde. Veículos autônomos, maquinário agrícola e equipamentos médicos despontam como o futuro da robótica aliada à Inteligência Artificial nos negócios.

Serviços financeiros

A IA já apresenta ganhos de escala no setor financeiro, mas o grande salto com a tecnologia ainda está por vir. Diante desse cenário, a PwC enxerga uma gama de possibilidades para o emprego da Inteligência Artificial nos serviços financeiros. As três áreas em que há maior potencial são:

  1. Planejamento financeiro personalizado
  2. Detecção de fraude e combate à lavagem de dinheiro
  3. Automação de processos, tanto de escritório quanto de atendimento

Uma das ideias é que, assim, as instituições financeiras podem usar a IA no desenvolvimento de soluções personalizadas para cada cliente ou cooperado. Com isso, os consumidores terão serviços adequados a suas necessidades sem que seja necessário navegar dentre múltiplas opções fornecidas para achar a escolha apropriada.

Os avanços da IA nos serviços financeiros também devem ser impulsionados pelo compartilhamento de dados. No Brasil, por exemplo, há o open finance, permitindo que os consumidores compartilhem seus dados entre diferentes instituições financeiras em busca de melhores ofertas.

Na mesma seara de empregar dados para encontrar soluções personalizadas com a Inteligência Artificial, existe, ainda, um grande potencial para a indicação de investimentos. Levando em conta o perfil de risco e a capacidade financeira de cada pessoa, a IA ajuda a encontrar produtos adequados.

Saúde

Segundo o levantamento da PwC, a saúde é a área onde há maior potencial de impacto proporcionado pela adoção de ferramentas atribuídas à Inteligência Artificial. Os dados indicam que o apoio na busca por diagnósticos se destaca como uma atividade em que a IA aparece como uma grande protagonista nos próximos anos.

Isso pode ser realizado por meio da detecção de pequenas variações dos dados normais de cada paciente, gerando uma análise individualizada perante cada organismo.

Além disso, de forma mais ampla, a IA é capaz de identificar padrões que denunciam potenciais pandemias, epidemias ou surtos de determinadas doenças. Dessa maneira, atua na prevenção de contágios.

No longo prazo, os robôs autônomos manipulados por Inteligência Artificial também poderão estar a cargo de procedimentos médicos e pequenas cirurgias. Atualmente, eles já são empregados em certas funções de apoio a um médico humano, mas as expectativas são de que robôs autônomos possam realizar cirurgias simples sozinhos.

Transportes e logística

A aposta da PwC é de que as três áreas mais promissoras de utilização da IA no mercado de transportes e logística são:

  1. Caminhões autônomos e entregas
  2. Controle de tráfego e redução de congestionamentos
  3. Aprimoramento na segurança viária

Com isso, as cadeias logísticas de armazenamento, suprimento e locomoção de carga ficarão mais eficientes, reduzindo prazos e diminuindo a incidência de erros. Em um mundo em que os grandes nomes do e-commerce apresentam a velocidade do frete como diferencial, a IA promete fornecer um importante diferencial competitivo.

Em um horizonte mais longínquo, carros autônomos guiados por Inteligência Artificial também devem contribuir para tornar o tráfego mais seguro e ordenado nas ruas. A tecnologia necessária para isso, contudo, ainda precisa de refinamento e de conquistar a confiança dos consumidores.

Em entrevista ao ConexãoCoop, o advogado Fernando Lucindo, especializado em Direito Cooperativo, defende que a Inteligência Artificial faz parte do futuro dos negócios no Ramo. “Para as cooperativas, as possibilidades são imensas. Desde sua organização em DAO’s utilizando Governance Tokens à exploração inteligente dos próprios dados através da Web3”, declarou.

Exemplos da Inteligência Artificial aplicada no cooperativismo

Inovador por natureza, o cooperativismo já soma exemplos de aplicações da Inteligência Artificial em diferentes áreas em seus negócios. Confira alguns exemplos inovadores:

Case Unimed: Robô Laura

No Radar da Inovação, contamos como a Unimed Grande Florianópolis, de Santa Catarina, implementou a Inteligência Artificial a fim de monitorar pacientes em tempo integral. A tecnologia alerta para a deterioração do estado de saúde dos pacientes, de forma a direcionar o atendimento com rapidez quando for necessário.

Batizada de Robô Laura, a ferramenta foi implementada em 2019 e funciona como um colaborador em alerta permanente. O objetivo é que nada escape ao seu monitoramento para que a IA possa atuar como gerenciadora dos riscos hospitalares.

Na prática, o Robô Laura gera dois tipos de alerta de acordo com a gravidade do caso monitorado. A implementação da tecnologia trouxe benefícios aos pacientes internados no hospital da cooperativa, uma vez que os alertas apresentados nos painéis de gestão ajudam as equipes na priorização dos pacientes com maior chance de deterioração clínica.

Em pouco tempo, o uso da IA já apresentou resultados positivos. Com três meses de implementação, o robô monitorou 605 pacientes, gerou 5.640 alertas, aumentou em 30% a quantidade de alertas atendidos em até uma hora e em 55% os atendidos em até três horas.

Inteligência Artificial no campo

Com apoio do HUB de Inteligência Artificial do Senai no Paraná, a Cocamar desenvolveu uma solução que usa a Inteligência Artificial na classificação de soja. A tecnologia captura imagens dos grãos que são analisadas por um algoritmo que monitora a acidez e a concentração de clorofila.

Com isso, a cooperativa consegue otimizar a operação, deixando-a mais rápida, eficiente e padronizada durante um processo que, anteriormente, era parcialmente manual.

IA em campos internacionais

A revista Saber Cooperar, do Sistema OCB, narrou como os produtores associados às Cooperativas de Frutas e Legumes da Bélgica usam a Inteligência Artificial no campo. A coop foi a ganhadora do Prêmio de Rastreabilidade e Informação ao Consumidor graças à iniciativa.

Os cooperados utilizam a plataforma Care4Growing, uma plataforma digital que utiliza a Inteligência Artificial para fornecer um suporte completo de todo o processo de cultivo da produção.

O processo começa na semeadura e vai até a comercialização dos produtos, indicando o melhor momento para a colheita e denunciando precocemente o risco de pragas e doenças. A inovação conta com mais de 100 funcionalidades, incluindo um assistente virtual que usa um banco de dados com a finalidade de otimizar a operação da cadeia de suprimentos.

Conclusão

A Inteligência Artificial está com desenvolvimento acelerado, possibilitado pelos avanços tecnológicos. Isso permite que ela sirva de ferramenta para uma série de inovações que potencializam os negócios.

De forma ampla, a Inteligência Artificial promete otimizar muitos processos e transformar indústrias inteiras. Por esse motivo, o domínio dos recursos, ferramentas e oportunidades de inovação proporcionados pela IA são imprescindíveis para o crescimento da competitividade nos negócios.

Em meio a esse cenário dinâmico de constante inovação e busca incessante por aumentos de produtividade, a IA desponta como um recurso poderoso de otimizar a operação das cooperativas.

A Inteligência Artificial representa avanços importantes para a transformação digital. Para ficar por dentro de como as inovações tecnológicas podem contribuir para os negócios da sua cooperativa, confira nosso curso online de transformação digital desenvolvido em parceria com a Descola. A mentalidade inovadora é fundamental para aproveitar o máximo do que a IA tem a oferecer, confira!

<p><span style="color: rgb(0, 0, 0); background-color: rgba(0, 0, 0, 0);">“Inovar não significa criar sistemas totalmente novos, mas descobrir um jeito diferente de fazer as coisas” - Márcio Lopes de Freitas, Presidente do Sistema OCB.</span></p>

Inovação no Cooperativismo: Livro está disponível em formato digital!

“Inovar não significa criar sistemas totalmente novos, mas descobrir um jeito diferente de fazer as coisas” - Márcio Lopes de Freitas, Presidente do Sistema OCB.


A inovação está no DNA do cooperativismo e também faz parte dos objetivos estratégicos do Sistema OCB. Conforme demonstrado em nossa pesquisa, o maior desafio das cooperativas é colocar a inovação em prática, de forma planejada e sistematizada. E, para disseminar ainda mais esse tema entre as coops e torná-las cada vez mais competitivas o Sistema OCB disponibilizou, agora também em formato digital, o livro Inovação no Cooperativismo: Um guia descomplicado para quem deseja inovar mais e melhor no universo coop

O arquivo tem a mesma estrutura do livro físico e mantem o objetivo de promover a cultura da inovação nas cooperativas e dar visibilidade às boas práticas já desenvolvidas ou em andamento no universo coop! 

 O livro digital apresenta as principais tendências da atualidade, mantendo seu formato em seis capítulos que vão da introdução ao tema, passando por metodologias e estratégias, cases de sucesso do universo coop e artigos de especialistas renomados no tema, trazendo dicas do que o futuro ainda reserva no curto, médio e longo prazo. 

A novidade dessa versão é a realidade aumentada, que agora dá espaço à vídeos curtos e rápidos da Eliza, que segue nos acompanhando no decorrer de todo o conteúdo. 

 

Vamos inovar juntos? Acesse o link e baixe o livro na versão digital.

<p>Além de contribuir com a preservação ambiental, o desenvolvimento social e a ética corporativa, o ESG nos negócios também impulsiona a competitividade</p>

7 provas de que a agenda ESG é um bom negócio

Além de contribuir com a preservação ambiental, o desenvolvimento social e a ética corporativa, o ESG nos negócios também impulsiona a competitividade


O ESG se tornou um elemento indispensável para o planejamento estratégico e ganhou ainda mais força no decorrer da pandemia. Por isso, a agenda ESG ganha cada vez mais espaço e atenção em meio à crescente preocupação com a responsabilidade dos atores econômicos.

As práticas ESG, dessa forma, representam um momento de demanda por uma economia consciente e com impactos ambientais e sociais. Mas não é só isso. Além de ajudar a construir um mundo mais sustentável, a agenda ESG nos negócios também contribui para a competitividade

O cooperativismo e o ESG possuem uma relação estreita. Como dissemos neste artigo, o modelo cooperativista é ESG antes mesmo de o conceito de ESG ser formulado.

As cooperativas, portanto, partem de um lugar privilegiado na hora de transformar o ESG em bons negócios.

O que é ESG

O termo ESG foi criado em 2004, na publicação Who Cares Wins, uma iniciativa conjunta entre o Banco Mundial e a organização Pacto Global. Assim, seu conceito é sustentado por três pilares, que são:

  • Environmental (ambiental): são as práticas corporativas tangentes à conservação do meio ambiente. Por isso, elas englobam temas como poluição da água e do ar, eficiência na produção e consumo de energia, mudanças climáticas, emissão de carbono na atmosfera e desmatamento.
  • Social (social): diz respeito ao tratamento da instituição no relacionamento com as pessoas e a comunidade ao seu redor. Dessa maneira, estão inclusos assuntos como proteção de dados, privacidade, promoção de diversidade na equipe, programas de desenvolvimento socioeconômicos e respeito à legislação trabalhista.
  • Governance (governança): princípios aplicados na administração da organização. Envolve o relacionamento com governos, políticos e poder público, efetividade de ouvidoria, disponibilização de um canal de denúncias, composição do conselho, estruturação do organograma e transparência, por exemplo.

Neste artigo, iremos conhecer sete razões pelas quais a agenda ESG é boa para o meio ambiente, a sociedade, a governança e, também, para os negócios. Aproveite a leitura!

1. A agenda ESG agrega valor a produtos e serviços

Executivos e profissionais de investimentos consultados para uma pesquisa da consultoria McKinsey concordam que a agenda ESG cria valor tanto a curto quanto a longo prazo. A tendência, conforme a visão dos líderes consultados, é de que o ESG siga aumentando seu impacto no valor das corporações durante, ao menos, os próximos cinco anos.

Essa percepção é refletida pela valorização das instituições que têm programas ambientais, sociais e de governança. Os participantes dizem que estariam dispostos a pagar, em média, 10% a mais para adquirir uma empresa com registro positivo em questões de ESG.

Boa parte desse valor acrescido é consequência da pressão de diversos públicos de interesse. Por exemplo: 58% dos entrevistados enxergam um crescimento da importância do ESG a fim de atender expectativas e exigência dos stakeholders.

A Grant Thornton descobriu, no levantamento “ESG e as empresas de capital aberto”, que 86% das lideranças concordam com a hipótese de que podem sofrer impactos negativos no futuro caso não adotem o ESG na gestão. Esses dados, entretanto, dizem respeito às empresas mercantis abertas a investimentos externos. Mas e no cooperativismo, há pressão para a adoção da agenda ESG?

Cooperados puxam ESG para os negócios cooperativistas

Segundo uma pesquisa da consultoria PwC com cooperativas de crédito, a resposta é positiva. Elisa Simão, especialista no segmento de cooperativas de crédito da PwC, diz que a conscientização acerca dos riscos climáticos aumentou durante a pandemia:

“As cooperativas de crédito têm sido cada vez mais demandadas pelos seus cooperados e demais partes interessadas a se posicionar de forma concreta, rápida e transparente quanto a sua atuação em relação aos pilares ESG”, explica.

Receitas sobem; custos em queda

A McKinsey buscou saber, ainda, quais são os principais elos na geração de valor com o ESG nos negócios. Segundo a consultoria, a sustentabilidade gera resultados positivos dos dois lados do balanço: a receita cresce ao mesmo tempo em que há redução de custos.

Por meio de acesso a novas oportunidades e conquista das preferências dos clientes, como veremos mais a fundo na sequência, o ESG amplia a obtenção de receitas.

Por outro lado, a agenda ESG também mostra capacidade de reduzir custos. A execução eficaz de políticas sustentáveis pode ajudar, por exemplo, no combate a gastos operacionais. O uso racional de recursos como água e energia, além de ser benéfico para o planeta, diminui os gastos financeiros.

2. O ESG ajuda a encontrar oportunidades de negócios e inovações

A solidez de uma agenda ESG ajuda a cooperativa em sua jornada de expansão, tanto em relação a aumentar a participação em mercados onde já atua, quanto no ingresso a novos mercados.

A adoção de iniciativas sustentáveis já atua como um diferencial competitivo no mundo dos negócios. Uma pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) aponta que, em SP, 60% das empresas avaliam critérios ESG para contratar fornecedores.

Se a cooperativa almeja exportar, também precisa ficar de olho em suas práticas de ESG. Quando a competição é global, esses fatores são ainda mais relevantes para que a cooperativa se sobressaia. Diversos países e blocos econômicos mantêm exigências e exigem certificações relacionadas ao tema.

O ESG nos negócios é prioridade na União Europeia, por exemplo. Diversas commodities não podem ser vendidas para países do bloco caso estejam vinculadas ao desmatamento e à degradação florestal. A Marcação CE, certificação obrigatória para negociar um produto na Europa, também leva em conta fatores de proteção ambiental.

Inovando com sustentabilidade

Em relatório, a Ace Cortex argumenta que instituições inovadoras possuem um ambiente diverso e objetivos focados no desenvolvimento a longo prazo. Com isso, tais características fazem com que organizações que inovam tenham, também, altos padrões de ESG.

Além disso, o ESG traz consigo uma cadeia de valores que caminham lado a lado com a inovação. Em um webinar, Christina Carvalho Pinto, sócia-estrategista da Hollun, afirmou que:

“O mundo está pedindo inovação. E o mundo está clamando por cuidados com o meio ambiente, com a sociedade por meio de uma governança consciente, capaz de se comprometer nesses mega temas tão emergenciais. E a inovação é a ponte para todos esses conhecimentos”.

Assim, a otimização das práticas sustentáveis, sociais e éticas demanda o desenvolvimento de novos projetos, práticas de gestão, metodologias de produção e formas de reduzir impactos ambientais. As cooperativas que inovam, portanto, largam na frente na busca por essas soluções.

3. Adaptação às novas tendências de consumo

Como explicamos em nosso artigo sobre o consumidor do amanhã, os hábitos de consumo estão mudando rapidamente e uma das tendências mais evidentes é a preocupação com a sustentabilidade.

Cada vez mais pessoas estão levando em consideração a pegada de carbono da vida cotidiana, o que passa diretamente pelo consumo. Consequentemente, a consciência ambiental está galgando posições na lista de prioridades na hora de fechar negócios.

Ou seja: o ESG atende aos anseios dos consumidores e aumenta a competitividade, funcionando como um diferencial perante a concorrência. Diante dessas demandas, o ESG é um bom negócio para conquistar clientes e aumentar a atratividade dos produtos e serviços.

Essa tendência é ainda mais forte para os millennials e a Geração Z, principais responsáveis pelos esforços em prol da redução dos impactos ambientais. O que passa, evidentemente, por suas decisões de consumo.

Produtos ESG são mais rentáveis

Um outro fenômeno da relação entre ESG e consumo é que boa parte dos consumidores aceita até mesmo pagar mais caro por produtos com produção ética e sustentável. A descoberta da PwC parte do princípio de que o propósito dos produtos não mais se restringe ao atendimento de necessidades imediatas. Agora, o impacto no longo prazo também conta.

“Os consumidores tinham o costume de exigir qualidade – o que continua sendo importante. Mas agora também estão procurando por fatores como consciência ambiental, diversidade e inclusão”, argumentou Samrat Sharma, CMO da PwC dos Estados Unidos.

4. O ESG melhora a reputação da marca

Uma outra forma que as iniciativas ESG podem contribuir para os negócios das cooperativas é por meio do fortalecimento e construção de marca - o branding.

O levantamento da Grant Thornton sublinha o poder que as ações relacionadas ao ESG podem ter na imagem das organizações. Segundo as lideranças que participaram da pesquisa, os dois maiores beneficiados alcançados graças às práticas de ESG foram:

  1. Valorização de marca: 17%
  2. Melhora da reputação: 15%

Carlos Alexandre de Oliveira, sócio de Transações/Valuation da Grant Thornton Brasil, explica que a reputação causa impactos diretos no fluxo de caixa. “O ESG influencia tanto a marca quanto a reputação e, dessa forma, fomenta negócios, aumentando o interesse dos consumidores e impactando positivamente a receita, a geração de fluxo de caixa e a valorização”.

Com isso, as ações relacionadas ao ESG impulsionam a criação de uma imagem positiva. Dentro do cooperativismo, há o exemplo da Rede Cooper. A partir de ações sociais e investimentos na comunidade, a cooperativa se consagrou como a marca mais lembrada em Santa Catarina na categoria cooperativa de alimentos.

Reduzindo riscos de imagem

Somando as novas demandas por consumo sustentável e as estratégias de branding, iniciativas ESG ajudam na prevenção de manchas e estigmas na imagem das cooperativas.

Os números da Grant Thornton mostram que esse motivo representa um fator preponderante na prática da sustentabilidade ambiental e da responsabilidade social.

Por exemplo, quando questionados quais eram as principais motivações para incorporar o ESG na abordagem de investimentos, 24% dos entrevistados responderam: “evitar riscos reputacionais”. Essa foi a maior preocupação mencionada, à frente da exigência de conselhos de administração e demandas da clientela.

5. Melhores relações com reguladores e poder público

Em meio às pressões de diversos públicos de interesse, como investidores, cooperados e clientes, o poder público também está dando atenção ao ESG nos negócios.

A McKinsey argumenta que a solidez das propostas ESG alivia as pressões regulatórias, o que ainda aumenta a liberdade estratégica. A consultoria observa que em diferentes setores e regiões, o ESG ajuda a “reduzir o risco de que haja alguma ação adversa por parte do governo”. Mais do que isso, iniciativas sustentáveis geram suporte governamental.

Em uma pesquisa que visa entender melhor o aspecto tributário do ESG, a PwC enxerga uma oportunidade de reformular os relatórios tributários como uma comunicação positiva para os negócios. Os tributos, argumenta a consultoria, são elementos fundamentais para os três pilares do ESG.

Mais de 80% dos respondentes avaliam que incentivos fiscais são relevantes ou muito relevantes para a implementação do ESG em seu segmento. Esses incentivos, portanto, podem contribuir para a preservação do meio ambiente e favorecer o acesso a direitos, bens e serviços pelas diversas parcelas da sociedade.

6. ESG amplia acesso a crédito e capital

As instituições financeiras são as maiores impulsionadoras da agenda ESG nos negócios. Os dados da Grant Thornton apuraram que 100% das organizações do setor de finanças consultadas consideram os aspectos ESG dentre os temas prioritários.

Diante desse cenário, o ESG se tornou um fator relevante para a avaliação e a oferta de crédito. Assim, métricas envolvendo os resultados das políticas ambientais, sociais e de governança são utilizadas como critérios para a liberação de recursos.

Dados da consultoria Bain & Company indicam que o financiamento de projetos vinculados a ESG cresce rapidamente e oferece menor risco, quando comparados aos que não são sustentáveis.

Empréstimos vinculados à agenda ESG são os que mais ganham espaço no mercado de crédito corporativo. Para se ter uma ideia, dos 102 bilhões de euros emitidos na Europa em 2019, 35 bilhões consistiram em empréstimos verdes. Além disso, outros 67 bilhões de euros foram destinados para outras operações de crédito vinculadas à sustentabilidade.

Fomento ao desenvolvimento sustentável no Brasil

No Brasil, também há um movimento de priorização e incentivo à agenda ESG nos negócios por meio da disponibilização de crédito, sobretudo nos bancos de desenvolvimento.

Esse é o caso do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais). Mais de 60% dos financiamentos proporcionados pela instituição foram vinculados a pelo menos um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Por exemplo, os recursos destinados a projetos de energias renováveis quase chegaram a R$ 170 milhões.

Nas cooperativas de crédito, o ESG também é um critério avaliado. Quase todas as coops do ramo avaliadas pela PwC (98%) levam os riscos socioambientais em conta em seus processos de análise de crédito.

Nesta seara, contamos, no Radar da Inovação, a história da intercooperação sustentável entre a cooperativa de crédito Sicredi e a Certel, coop que produz energia elétrica. A parceria possibilitou o financiamento da nova hidrelétrica Vale do Leite, ampliando a oferta de energia limpa.

7. Produtividade, atração e retenção de talentos

Em meio a uma crescente busca por propósitos e valores no mundo profissional, o ESG também pode ajudar a atrair e reter profissionais talentosos e qualificados. Isso acontece porque colaboradores com senso de pertencimento e conexão produzem melhores resultados.

Quanto mais sólida é a percepção de que o trabalho tem um impacto positivo na sociedade, maior é a motivação de boa parte das equipes, argumenta a McKinsey. Dessa forma, o senso de propósito inspira, e o ESG ajuda a construir essa sensação.

A consultoria de recursos humanos Robert Half descobriu, ainda, que 83% dos profissionais levam as práticas ESG em consideração na hora de aceitar ou recusar uma oferta de emprego. Ou seja, a cooperativa que quiser contar com profissionais capacitados e engajados precisa levar em conta a agenda ESG nos negócios.

Conclusão

Cooperativismo tem tudo a ver com a agenda ESG nos negócios: sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança estão no DNA cooperativista.

Mesmo assim, é importante estruturar e implementar o ESG de forma planejada e coordenada. Diante das evidências de que o ESG é positivo para os negócios, o InovaCoop produziu o guia prático ESG: O que é e como começar. Nele, você vai conhecer o ESGCoop, programa de apoio para a implementação do ESG nas cooperativas com foco na sustentabilidade e competitividade do modelo de negócios, confira!

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<p>Pela primeira vez no Brasil, a Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma discute a inserção das cooperativas na economia digital</p>

Sistema OCB apoia a Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma

Evento acontece entre os dias 4 e 6 de novembro, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro


A próxima edição da Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma irá trazer, pela primeira vez, o evento ao Brasil. O congresso vai acontecer entre os dias 4 e 6 de novembro, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e conta com o apoio do Sistema OCB Nacional.

Nesta edição, o evento terá o tema “Owning the Future: Sustainably Scaling Platform Cooperatives With the Global South” (Possuindo o Futuro: Escalando Sustentavelmente as Cooperativas de Plataforma com o Sul Global, em português).

Assim, o evento busca respostas para a seguinte questão: como as cooperativas digitais conseguem escalar seus negócios em meio às transformações tecnológicas e sociais? Afinal, o cooperativismo segue ajudando a tornar a economia moderna mais sustentável e colaborativa por meio de sua tradição e seus princípios.

A conferência está sendo organizada pelo Platform Cooperativism Consortium em parceria com o Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio).

Assuntos e debates

A edição brasileira da Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma irá proporcionar três dias de apresentações e debates com nomes importantes de dentro e fora do cooperativismo.

O fio condutor será a discussão de alternativas para que as cooperativas digitais possam competir contra grandes empresas de tecnologia que comandam a gig economy. Dessa forma, o evento irá colocar holofotes em temas como:

  • Como é possível construir um ecossistema digital de cooperativas no Sul Global, levando em conta os efeitos do colonialismo de dados e trabalho por parte do Norte Global?
  • Qual é a importância de escalar o escopo dos negócios ao mesmo tempo em que aderem aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, impulsionando a agenda ESG?
  • De que forma as tecnologias descentralizadas ligadas à Web 3.0, como DAOs e blockchain, podem ajudar nas aspirações de crescimento e consolidação das cooperativas de plataforma?

Palestrantes e painelistas

Ao todo, a edição brasileira da Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma irá contar com mais de 30 palestrantes. Trebor Scholz, criador do conceito de cooperativismo de plataforma e líder do Platform Cooperativism Consortium, participará de painéis nos três dias de evento.

O Sistema OCB será representado nos debates por Clara Pedroso Maffia, gerente de Relações Institucionais, reforçando o papel da instituição no apoio ao desenvolvimento do cooperativismo de plataforma no Brasil.

Veja, também, outros destaques da programação:

  • Ariel Guarco, presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), irá discursar acerca do poder transformativo das cooperativas de plataforma no Sul Global.
  • Rafael Grohmann, professor-assistente de Estudos de Mídia na Universidade de Toronto Scarbourough, no Canadá, e líder do Observatório do Cooperativismo de Plataforma, vai falar sobre aprendizados, teoria e políticas públicas em prol das plataformas sob posse dos trabalhadores na América Latina.
  • Rafael Zanatta, diretor da Associação Data Privacy Brasil, apresentará um panorama sobre a história e a situação do cooperativismo de plataforma no Brasil.
  • Anita Gurumurthy, pesquisadora e fundadora da IT For Change, levará uma perspectiva externa à conferência em sua palestra sobre digitalização e governança de dados nas cooperativas indianas.

Além disso, há mais um amplo leque de apresentações e painéis que passarão por tópicos como novas estratégias para as plataformas de trabalho, a relação entre as DAOs e o modelo cooperativista e como políticas públicas podem incentivar o cooperativismo de plataforma, por exemplo. A programação completa está disponível neste link.

Participantes da conferência

Diante da riqueza proporcionada pela programação, a Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma proporciona conteúdo de interesse para uma variedade de perfis:

  • Cooperados: pessoas que fazem parte de cooperativas tradicionais verão os benefícios da transformação digital na busca por escalar os negócios na economia digital.
  • Formuladores de políticas públicas: advogados, pesquisadores do direito, legisladores e membros de organizações não-governamentais que atuam em prol de relações de trabalho mais justas conhecerão as restrições e barreiras legais que desaceleram a escalabilidade das cooperativas na economia digital.
  • Entusiastas de tecnologia: empreendedores, desenvolvedores, designer e participantes de hubs de inovação que se preocupam com o impacto social da tecnologia verão como os princípios do cooperativismo servem como norte para o desenvolvimento ético.
  • Pesquisadores: professores universitários, estudantes e pessoas intelectualmente interessadas nos efeitos do capitalismo de plataforma terão oportunidade de aprender, contribuir e ingressar na comunidade global de estudos sobre o cooperativismo de plataforma.

Sistema OCB apoia a Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma

O Sistema OCB é um dos patrocinadores da edição brasileira da Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma.

Por meio desse apoio, o Sistema OCB segue em sua jornada em prol de impulsionar o cooperativismo rumo ao protagonismo na nova economia digital. Para isso, o cooperativismo de plataforma se apresenta como uma opção sustentável para as novas tendências dos negócios de forma ética, participativa e colaborativa.

Em suas Propostas para um Brasil mais cooperativo 2023-2026, a OCB defende que o futuro do setor passa pelo apoio e estímulo ao cooperativismo de plataforma. O modelo está ganhando destaque no Brasil e iniciativas como a realização da Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma ajudam no amadurecimento desse movimento.

O InovaCoop enxerga o cooperativismo de plataforma como ferramenta importante para o futuro da inovação nas cooperativas. Confira, portanto, o e-book que produzimos sobre o tema!

Sobre a Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma

Originalmente realizada em Nova York, a Conferência Internacional de Cooperativismo de Plataforma ainda passou por Berlim e Hong Kong antes de chegar ao Brasil. Dessa forma, essa é a primeira vez que o evento é realizado na América Latina.

A edição brasileira da conferência tem parceiros como a Coonecta, o Observatório do Cooperativismo de Plataforma (OCP), o Laboratório de Pesquisa DigiLabour e o MundoCoop.

Vale lembrar, o evento acontece presencialmente nos dias 4, 5 e 6 de novembro de 2022, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. A entrada é gratuita, porém limitada. A inscrição deve ser realizada pelo site do ITS Rio. Participe!


<p>Mesmo com redução de recursos, o ecossistema de inovação brasileiro demonstra força e resiliência</p>

Índice Global de Inovação: Brasil avança e mostra potencial, mas investimentos caem

Mesmo com redução de recursos, o ecossistema de inovação brasileiro demonstra força e resiliência


Em 2022, o Brasil avançou três posições no Índice Global de Inovação, em comparação ao ano anterior. Com isso, o país saltou para a 54ª posição no ranking mundial. O levantamento é produzido pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO, na sigla em inglês) e conta com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) no Brasil.

O recorte da América Latina e Caribe também apresenta evolução brasileira. Se em 2021 o país estava fora do pódio, em quarto lugar, agora aparece na segunda posição, ultrapassando México e Costa Rica. O Chile, contudo, segue sendo o país mais inovador da região.

Todavia, o relatório não traz somente boas notícias. Segundo os dados apontados pela CNI, os investimentos em inovação estão em baixa no país. Diante desses números, é possível concluir que os agentes do ecossistema brasileiro de inovação estão obtendo melhores resultados a despeito da redução de recursos. Ou seja, estão fazendo mais com menos.

Neste artigo, iremos analisar os resultados do Índice Global de Inovação, entenderemos o que os dados dizem sobre o ambiente de inovação brasileiro e vamos discutir o papel do cooperativismo nesse ecossistema. Aproveite a leitura!

Resultados gerais do Índice Global de Inovação

O Índice Global de Inovação mensura o desempenho dos ecossistemas de inovação de 132 países e suas economias, a fim de identificar tendências globais. O conceito de ecossistema de inovação diz respeito a um conjunto de atores e conexões que estimulam e apoiam o surgimento de novas ideias.

Segundo os dados, esses são os sistemas de inovação mais pujantes analisados pelo levantamento:

  1. Suíça
  2. Estados Unidos
  3. Suécia
  4. Reino Unido
  5. Holanda
  6. Coreia do Sul
  7. Singapura
  8. Alemanha
  9. Finlândia
  10. Dinamarca

Como é possível notar, as primeiras colocações são dominadas por países com economias desenvolvidas, capazes de direcionar seus investimentos para pesquisa e inovação.

Há, ainda, uma correlação entre o Índice Global de Inovação e o ranking de liberdade econômica produzido pela Heritage Foundation: cinco países aparecem no top 10 dos dois levantamentos. Além disso, os 10 melhores colocados do IGI são considerados, no mínimo, majoritariamente livres pela Heritage.

Brasil nos subíndices

O Índice Global de Inovação é calculado a partir de dois subíndices. O primeiro deles é o que se refere a “insumos de inovação”. Esse fator avalia elementos que facilitam e viabilizam o desenvolvimento de iniciativas inovadoras. Assim, seus cinco pilares são:

  • Instituições
  • Capital humano e pesquisa
  • Infraestrutura
  • Sofisticação do mercado
  • Sofisticação empresarial

O segundo diz respeito aos “produtos de inovação” e visa captar e medir os resultados efetivos da atividade inovadora dentro do ecossistema. Seus dois pilares são:

  • Produtos de conhecimento e tecnologia
  • Produtos criativos

Dentro desses dois índices, o Brasil apresentou resultados inconstantes. Isso porque o país caiu na classificação de insumos de inovação - de 56º, em 2021, para 58º, em 2022 - mas, por outro lado, melhorou nos resultados de inovação (saiu de 59º para 53º). Além disso, na América Latina, o Brasil é líder no quesito sofisticação empresarial.

Potencial de inovação

Os dados do Índice Global de Inovação evidenciam, também, que o Brasil tem potencial para a inovação. Como dissemos, mesmo com a queda nos investimentos, o ecossistema de inovação brasileiro evoluiu. Ou seja: há talento e vontade de inovar.

Outra informação que reforça essa conclusão é que o Brasil está no grupo de países que apresentaram um desempenho acima do esperado, em relação ao nível de desenvolvimento. Com isso, 2022 é o segundo ano consecutivo em que a inovação brasileira supera as expectativas.

Superando expectativas, faltando investimentos

O levantamento também indica que o país passou por melhorias significativas em uma série de quesitos, principalmente em relação aos produtos criativos.

O ecossistema brasileiro evoluiu, por exemplo, nos subpilares de Ativos intangíveis e Criatividade on-line, bem como nos indicadores Marcas (19ª) e Criação de aplicativos móveis (34ª).

No mais, um dos poucos clusters de ciência e tecnologia nos países de renda média fora da China está no Brasil, em São Paulo.

Gianna Sagazzio, diretora de inovação da CNI, enxerga que a capacidade de inovação no Brasil seria melhor explorada caso melhores condições fossem proporcionadas. “Se houvesse investimentos perenes em inovação, o que não acontece, o Brasil poderia ser uma potência em inovação", argumentou.

Serviços financeiros lideram na América Latina

Os bancos digitais se destacaram no ambiente de investimentos em startups da América Latina. O banco digital com maior número de clientes no mundo é brasileiro, por exemplo.

Esse movimento indica um caminho importante de inclusão digital financeira que pode apresentar oportunidades para as cooperativas de crédito.

Já tem cooperativa explorando o mercado das fintechs. Um exemplo é Woop, uma plataforma bancária desenvolvida pela Sicredi. Eduardo Corso, head de digital banking da coop, indicou que com o Woop, a Sicredi conseguiu alcançar um novo público. Os dados da OCB apontam, inclusive, que o cooperativismo de crédito é o ramo que mais inova.

O futuro do crescimento impulsionado pela inovação

O IGI 2022 visualiza, ainda, duas possíveis novas ondas de inovação. Elas são:

  1. Onda de inovação da era digital: potencializada por meio da supercomputação, inteligência artificial e automação, que está prestes a gerar impactos relevantes na produtividade e em pesquisas científicas.
  2. Onda de inovação da ciência profunda: impulsionada por progressos nas biotecnologias, nanotecnologias, novos materiais e demais ciências que produzem inovações revolucionárias. Afeta quatro áreas primordiais para a sociedade - saúde, alimentação, meio ambiente e mobilidade.

O efeito dessas ondas, contudo, vai levar algum tempo para se materializar. Isso porque, primeiramente, é necessário superar uma gama de obstáculos. O maior deles é a adoção e a difusão das tecnologias.

O papel do cooperativismo na inovação

O cooperativismo, com seu DNA inovador, ajuda a impulsionar o ecossistema de inovação brasileiro. Uma pesquisa feita pelo Sistema OCB com quase 500 cooperativas de todos os ramos e regiões desenhou o panorama da inovação no setor.

Os dados indicam que as cooperativas brasileiras já entenderam que inovar é fundamental: 84% dos participantes acreditam que a inovação é importante para o setor.

Contudo, as coops também estão cientes de que podem fazer mais. Por meio de uma autoavaliação, as cooperativas deram uma nota média de 6,1 para seu grau de inovação.

Assim, o cooperativismo brasileiro, nesse retrato, corrobora os indícios apresentados pelo Índice Global de Inovação. Isso quer dizer que o setor sabe do valor de inovar e apresenta um potencial grande para seguir desenvolvendo novas ideias, produtos, serviços e métodos.

Inovação durante a pandemia

Os investimentos globais em inovação registraram aumento marcante no auge da pandemia de Covid-19, registra o Índice Global de Inovação. Em 2021, os valores destinados à inovação dispararam ainda mais.

Uma explicação para esse fenômeno é que a pandemia alterou diversas dinâmicas sociais e comportamentais, exigindo adaptações. O consumo, por exemplo, foi diretamente atingido pelas consequências da pandemia. Por isso, muitos negócios precisaram adaptar seus modelos.

No cooperativismo, isso também aconteceu. O levantamento da OCB informa que 47% das cooperativas aceleraram seus projetos de inovação durante a pandemia. Além disso, mais 22% das coops iniciaram projetos de inovação no período. O impacto desse cenário também fica evidente quando vemos em quais setores as cooperativas inovaram:

Ou seja: as cooperativas precisaram buscar novas formas para interagir com clientes e cooperados. Para isso, tiveram que acelerar suas inovações no atendimento digital e no e-cmmerce, o que demanda investimentos em comunicação, atendimento e tecnologias.

InovaCoop: impulsionando a inovação no cooperativismo

Por meio de artigos, guias práticos, cursos e e-books, o InovaCoop atua para impulsionar o cooperativismo cada vez mais inovador.

Nosso Radar da Inovação, ainda por cima, comprova, por meio de histórias de sucesso, a força do cooperativismo brasileiro nesse ambiente. A iniciativa serve, também, como oportunidade de benchmarking para outras coops.

Já o programa Conexão com Startups promoveu a inovação aberta, viabilizando soluções inovadoras para várias cooperativas e para a própria Unidade Nacional do Sistema OCB.

A plataforma, inclusive, foi incluída como um dos atores do ecossistema de inovação cooperativista produzido pela Coonecta.

Conclusão

O Índice Global de Inovação aponta tendências, caminhos e evidencia a força da inovação brasileira.

Superando expectativas e melhorando os resultados mesmo com escassez de investimentos, o Brasil demonstra que tem um ambiente povoado por atores resilientes em proporcionar ideias inovadoras.

O cooperativismo vem cumprindo seu papel de ajudar a dar solidez ao ecossistema de inovação, deixando-o mais participativo, solidário e social.

No mais, a inovação tem um grande papel no atingimento da meta do BRC1Tri - Brasil Mais Cooperativo 1 trilhão de prosperidade. Vamos juntos?


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