Selecionar a metodologia de gestão adequada pode tornar a execução de um projeto mais eficiente. Para isso, é fundamental conhecer as vantagens e limitações dos diferentes modelos.
O sucesso de um projeto deriva de uma série de fatores, e um dos mais importantes deles é a aplicação de uma metodologia de gerenciamento adequada. O planejamento, afinal, é a base que dá sustentação ao desenvolvimento das iniciativas.
Quando chega a hora de definir como um projeto será realizado, o questionamento é inevitável: qual metodologia adotar? A resposta para essa pergunta pode ser a diferença entre um resultado positivo ou negativo.
A metodologia do projeto diz respeito ao modelo de gestão que será utilizado para organizar e ordenar as atividades para seu desenvolvimento. Ou seja: é como um projeto será planejado e colocado em prática, com as tarefas delineadas e ferramentas definidas. Fatores que serão influenciados pela metodologia selecionada são:
- Escopo do projeto
- Detalhamento dos processos
- Sequenciamento das atividades
- Montagem de cronograma
- Elaboração de orçamento
- Registro de custeio
- Prazos de entregas
- Definição de responsabilidades
Por que é importante usar uma metodologia adequada
Diante desses quesitos, percebe-se que a escolha da metodologia terá impactos no andamento do projeto. Por isso é tão importante escolher um método adequado para coordená-lo e viabilizá-lo.
A partir da necessidade de otimizar processos e obter melhores resultados, com o tempo, uma gama bastante ampla de metodologias foram desenvolvidas. Cada uma delas terá suas próprias características, vantagens e prejuízos.
Neste artigo, conheceremos uma série de diferentes metodologias para gestão de projetos, descrevendo suas características e benefícios. Diante desse leque de possibilidades, veremos como escolher uma metodologia adequada para aplicar no projeto da sua cooperativa. Aproveite a leitura!
Como escolher uma metodologia
Qual a melhor metodologia para executar um projeto? A única resposta certa é: depende. Cada tipo de metodologia poderá trazer resultados práticos distintos. Cada projeto deve ter suas peculiaridades avaliadas para que essa escolha seja feita.
Objetivos, foco e complexidade
Tal seleção deve levar em conta fatores como objetivos, metas, prazos, recursos disponíveis, verbas e equipe, dentre outros. A metodologia adequada a cada projeto será aquela que consiga organizar esses pilares em prol de um planejamento assertivo e eficiente, que contemple as prioridades e limitações do projeto.
O projeto demanda constantes ajustes dos clientes? Metodologias ágeis, que realizam feedbacks frequentes, podem ser a melhor opção. O objetivo é reduzir custos e aumentar a eficiência? A solução está no lean. Quer manter tudo documentado minuciosamente? Vá de PRINCE2, como método de execução, ou de PMBOK, para guiar os seus processos.
“O gerenciamento de projetos ágil e o tradicional não estão em guerra um com o outro”, explica Robson Cardoso, gerente do Núcleo de Inteligência e Inovação do Sistema OCB. “Em um mundo movido por constantes mudanças, as empresas não podem aplicar apenas uma metodologia em todos os seus projetos se quiserem permanecer competitivas/sustentáveis”, completa Cardoso.
“Sempre gosto de dizer que não existe um método perfeito para condução de projetos. Mas com certeza existe um método mais assertivo que outro para o problema do momento”, explica.
Poderes e limitações das metodologias
“Por tempos, eu partia do velho e tradicional 5w2h”, conta Cardoso. “Ultimamente tenho dado preferência à utilização de canvas para poder visualizar o todo e conseguir chegar em 8w3h”. Essa estrutura, segundo ele, é:
- A base, o propósito: por que estamos fazendo esse projeto?
- As pessoas, o patrocínio: quem é o responsável pelo projeto?
- As partes interessadas: quem se beneficiará e será afetado pelo projeto?
- Os recursos: quem administrará o projeto e quais habilidades são necessárias para entregá-lo?
- As entregas: o que os produtos do projeto construirão ou entregarão?
- O plano: como e quando o trabalho será realizado?
- As mudanças: como vamos engajar as partes interessadas e gerenciar os riscos?
- O investimento: quanto custará o projeto?
- Os benefícios: quais benefícios e impactos o projeto irá gerar, e como saberemos que o projeto foi bem-sucedido?
Essa estrutura garante que cada projeto tenha um propósito e esteja alinhado com a estratégia da organização. “Gosto porque ele é um documento vivo, a ser revisto sempre que houver uma decisão importante de fazer alterações no escopo do projeto”, argumenta.
Papel da liderança
“Costumo dizer que os projetos são tão bons quanto as pessoas que os executam. Então, quais são as principais qualidades que os líderes precisam para se destacar em um mundo orientado a projetos?”, indaga Cardoso. Ele mesmo responde:
- Habilidades de gerenciamento de projetos
- Experiência em desenvolvimento de produtos e serviços
- Visão de estratégia e negócios
- Habilidades de liderança e gerenciamento de oportunidades
- Agilidade e adaptabilidade
- Ética e valores
E continua: “se os gerentes e as organizações quiserem desenvolver as competências necessárias para se transformar e prosperar na nova economia orientada a resultados, eles precisarão se sentir à vontade para elaborar estratégias que sejam impulsionadas não pela eficiência, mas pela mudança”.
“Grandes projetos não apenas tornam o trabalho melhor - eles tornam o mundo melhor”, conclui Cardoso.
Para aplicar uma metodologia
No momento de colocar a metodologia de projeto em prática, alguns passos são importantes, para garantir uma implementação eficaz. São eles:
- Padronização: a adoção de uma metodologia demanda que todos os processos do projeto sejam padronizados conforme seu modelo. Dessa forma, evita-se a existência de incompatibilidades que podem atrasar o cronograma ou prejudicar a qualidade das entregas.
- Delegação: cada metodologia terá suas tarefas específicas, mas é fundamental definir quem ficará a cargo de cada passo durante a execução do projeto. Papéis bem definidos deixam os processos mais fluidos.
- Treinamento: para que a metodologia seja aplicada de forma a potencializar seus benefícios, a equipe que a está executando deve conhecê-la a fundo. Assim, o treinamento é imprescindível.
- Gerenciamento: as lideranças são fundamentais para a aplicação efetiva de uma metodologia de projetos. Além de conhecimento sobre os processos, os gestores precisam ter uma visão sobre a evolução da iniciativa, para que possam gerir os recursos e apontar caminhos para evolução.
- Feedback: a implementação das diferentes metodologias deve ser avaliada periodicamente, de forma a identificar os pontos positivos e negativos. Assim, é possível melhorar a aplicação da metodologia no decorrer do projeto ou em jornadas futuras.
Principais metodologias de gestão de projetos
Com o tempo, diversas metodologias foram desenvolvidas a fim de superar dificuldades e tornar a gestão de projetos mais eficaz. Elas surgem a partir de contextos que demandam novos tipos de planejamento e gerenciamento para tocar um projeto adiante com sucesso.
Aqui, listamos algumas das principais metodologias de gestão de projetos. Confira!
Metodologias ágeis
As transformações, tanto na tecnologia como nos negócios, estão cada vez mais rápidas. Isso exige que certos projetos sejam executados de forma dinâmica, com foco na eficiência. É com essa finalidade que surgiram as metodologias ágeis, encurtando processos e aproveitando melhor o tempo.
As metodologias ágeis visam abrir mão de processos redundantes, de forma que as entregas sejam mais rápidas e produtivas. Além disso, como os processos são mais curtos, fica mais fácil identificar erros e aumentar as possibilidades de ajustes e adaptações no decorrer do projeto, que se torna mais flexível.
No Radar da Inovação, contamos como o Sicredi passou a utilizar metodologias ágeis durante seu processo de transformação digital. O modelo é utilizado no desenvolvimento de seus produtos digitais, impulsionando a inovação de seus serviços.
Se quiser entender mais a fundo como colocar as metodologias ágeis em ação, confira nosso guia prático sobre o tema clicando aqui. Agora vamos conhecer um pouco mais sobre três das principais metodologias ágeis. Confia:
Kanban
Embora seja considerada uma metodologia ágil, o Kanban foi criado há quase um século, no Japão dos anos 40, pela montadora Toyota. Inicialmente, ele foi desenvolvido para auxiliar no controle de estoque, mas os resultados foram tão evidentemente bons que logo ele foi empregado para gerenciar tarefas e projetos em geral.
O Kanban é uma ferramenta focada na organização visual dos elementos por meio de cartões e colunas. Cada cartão representa uma tarefa, enquanto as colunas designam as fases de desenvolvimento do projeto. Conforme a tarefa progride, o cartão avança coluna por coluna, até a conclusão. Ferramentas como Trello, Asana e ClickUp utilizam a metodologia Kanban.
No InovaCoop, produzimos um guia prático totalmente dedicado ao Kanban. Veja!
Scrum
A metodologia Scrum nasceu com o Manifesto Ágil, em 2001, com o intuito de otimizar o desenvolvimento de softwares. Pouco tempo depois, outras áreas acolheram o Scrum, sobretudo a gestão de projetos.
Esse modelo deriva da ideia de que não há fórmula fixa para desenvolver um projeto e que ajustes são frequentemente necessários para que um bom resultado final seja obtido. Na prática, o Scrum é implementado por meio de ciclos com duração de até quatro semanas, envolvendo reuniões periódicas para correções e encontros de avaliação após cada ciclo.
OKR
Sigla para objectives and key results (objetivos e resultados-chave), o OKR é uma metodologia pautada na definição de metas que direcionam os trabalhos para a realização dos objetivos. Criado na década de 70 por Andrew Grove, então presidente da Intel, o OKR representa um conjunto de metas que se relacionam para constituir os objetivos estratégicos da cooperativa.
Dessa forma, a metodologia OKR permite que os gestores consigam avaliar o progresso na busca por atingir seus objetivos. Caso as metas não sejam alcançadas, o modelo facilita a identificação das falhas que impediram o sucesso pleno do projeto.
Lean
A metodologia lean (enxuta), inspirada pelo sistema de gestão da montadora japonesa Toyota, diz respeito à redução de desperdícios, seja de tempo ou de recursos, ao manter o foco nas tarefas essenciais. Dessa forma, é possível otimizar a operação da cooperativa e reduzir os custos.
Na prática, a metodologia lean busca utilizar somente os recursos estritamente necessários para a realização de um projeto. Ao abrir mão de processos que não contribuem positivamente nas entregas, os trabalhos ficam mais ágeis e menos custosos.
Six Sigma
Aplicado conjuntamente tanto às metodologias lean quanto às ágeis, o modelo Six Sigma é empregado na gestão de qualidade dos projetos. Seu principal propósito é melhorar os processos de forma contínua, de forma a eliminar falhas e aprimorar o desenvolvimento do projeto.
O Sigma é uma letra grega que, neste modelo, se refere à taxa de desperdícios por operação - ou seja, a frequência com que determinado processo usa mais recursos do que o necessário. Assim, elabora-se uma escala de qualidade, em que 1-sigma é o nível mais baixo e o 6-sigma é a excelência.
Cascata
A metodologia cascata é um modelo de gestão de projetos que divide os processos em diferentes fases. Cada uma dessas fases só é iniciada quando a anterior é totalmente concluída. Seu planejamento é organizado por meio de passos claros ao longo de todo o projeto.
É ideal para projetos que demandam um desenvolvimento mais linear, já que traça uma meta a ser alcançada por vez. Contudo, projetos que demandam dinamismo e adaptações constantes podem ficar engessados na metodologia cascata, pois ela apresenta pouca margem de mudanças de última hora.
PRINCE2
A sigla PRINCE2 deriva de Projects In Controlled Environments - ou seja, projetos em ambientes controlados. Usando a metodologia de cascata, esse modelo é muito utilizado para gerenciar projetos de TI. Ele é executado por meio de um cronograma rígido, com foco no respeito aos prazos estabelecidos e documentação dos processos.
Seus sete princípios são:
- iniciar um projeto;
- direcionar um projeto;
- começar a execução um projeto;
- supervisionar um projeto;
- administrar a entrega dos produtos;
- gerir uma divisão de fases;
- encerrar um projeto.
PMBOK
Enquanto o PRINCE2 é uma metodologia no sentido mais estrito do termo, o PMBOK (Project Management Body of Knowledge, ou Conjunto de Conhecimentos de Gerenciamento de Projetos) representa um compêndio de boas práticas que leva em consideração diversos processos de desenvolvimento.
Ou seja, o PMBOK não apresenta um passo a passo. Ele é bastante flexível e não apresenta uma lista de tarefas pré-definidas. Por isso, cada projeto deve definir quais atividades deverão ser executadas em cada trecho do projeto. O PMBOK é organizado em cinco grupos de processos:
- Início do projeto;
- Planejamento do projeto;
- Execução do projeto;
- Controle do projeto;
- Encerramento do projeto.
Método do caminho crítico (CPM)
Essa metodologia se baseia na identificação e no planejamento das tarefas críticas de um projeto. O método do caminho crítico funciona melhor em iniciativas de pequeno e médio porte.
Como as tarefas estão interligadas, esse modelo parte do princípio de que uma nova etapa só pode ser realizada quando as anteriores já estão concluídas. Para isso, é necessário definir qual é o caminho crítico - ou seja, o ordenamento para que todos os passos sejam executados na ordem correta.
A Asana elencou 6 passos para encontrar o caminho crítico:
- Elencar as atividades: usa-se uma estrutura analítica para listar tarefas e atividades necessárias para as entregas, desde a ideação até a conclusão.
- Identificar as dependências: a partir da estrutura analítica, determina-se as fases interdependentes - ou seja, para iniciar uma, é necessário que quais outras tarefas estejam concluídas? Isso ajuda a identificar quais trabalhos podem ser feitos paralelamente.
- Criar um diagrama de rede: em seguida, a estrutura deve ser transformada em um diagrama de rede - um fluxograma que evidencie a ordem cronológica das atividades e seus avanços.
- Estimar a duração das tarefas: a definição do caminho crítico tem relação com quanto tempo cada atividade leva para ser realizada.
- Calcular o caminho crítico: com os prazos estimados e o ordenamento das tarefas interdependentes, elabora-se o caminho crítico. Há algoritmos que fazem esse trabalho.
- Calcular a margem de flutuação: a margem de flutuação diz respeito à flexibilidade de determinada tarefa, indicando o quanto ela pode atrasar sem afetar as tarefas seguintes ou o prazo de conclusão.
Conclusão
A escolha de uma metodologia adequada é parte fundamental para o sucesso de um projeto.
A forma como as ideias e tarefas serão discutidas e executadas tem o poder de impulsionar ou atrapalhar o andamento das iniciativas. Por isso, não devemos subestimar a importância de escolher cuidadosamente como os projetos serão tocados.
Conforme as dinâmicas sociais e econômicas mudam, novas metodologias de gestão são criadas ou adaptadas. Há espaço tanto para as mais tradicionais quanto para os métodos modernos. Cada caso é um caso.
Por isso, é importante conhecer as diferentes metodologias de gestão, como elas funcionam e quais são suas vantagens e desvantagens. Esse conhecimento vai ajudar a dar vida aos projetos na sua cooperativa, criando um ambiente propício para a eficiência e a inovação.
Aliadas à criatividade, novas tendências e tecnologias proporcionam oportunidade de inovação
Diante de um mundo em constante mudança, as oportunidades de inovação podem estar nos mais diversos lugares. Por isso, é importante estar atento às novas tendências para identificar possibilidades para inovar.
As novas tecnologias que conduzem a transformação digital proporcionam um ambiente fértil para ideias inovadoras. O potencial de muitas ferramentas que despontam como tendências para o futuro dos negócios ainda está sendo explorado, e a sua cooperativa pode fazer parte desse processo de descobertas.
Por isso, analisar tendências e entender o que o novo panorama tecnológico tem a oferecer é fundamental para encontrar soluções inovadoras. Confira nossa seleção de cinco dicas para ficar de olho e encontrar oportunidades de inovar na sua cooperativa! Afinal, uma nova ideia para inovar pode estar:
1. Na criatividade
Independentemente do quão a tecnologia esteja avançando, a inovação sempre estará ligada à criatividade. O poder de imaginar, criar e construir coisas originais capazes de resolver problemas é valioso. A inovação surge a partir desse processo.
A criatividade entra em ação quando deixamos de reproduzir padrões e, em vez disso, optamos pela criação de novas possibilidades. Diferente de uma crença muito comum, a criatividade não é um mero talento nato, mas sim uma habilidade que pode - e deve - ser estimulada, treinada e aperfeiçoada.
Decifrando a criatividade
Para desenvolver algo novo, não basta fazer análises de mercado e aderir às ferramentas mais modernas disponíveis. É essencial usar a cabeça para descobrir soluções.
Conforme explicamos neste artigo, a criatividade é um fator que estimula a criação de novas ideias. A inovação acontece a partir do momento em que essas ideias são implementadas na prática.
5 elementos da criatividade
No livro “The Innovator’s DNA” (DNA do Inovador), os autores enumeram 5 habilidades que diferenciam as mentes inovadoras das comuns:
- Capacidade de associação: ocorre quando o cérebro consegue dar lógica e coerência no processamento de informações em sequência, conectando fatores aparentemente isolados. Quanto mais diversificada forem as experiências e conhecimentos, a mente será capaz de desencadear conexões mais complexas.
- Questionamento: as perguntas ajudam a compreender como as coisas funcionam e, assim, como é possível desenvolvê-las ou subvertê-las. As soluções não surgem das respostas, mas sim dos questionamentos, pois são eles que levam à reflexão.
- Observação: enxergar e entender os detalhes dos processos permite o surgimento de insights para a inovação. Examinando fenômenos comuns, chega-se a ideias disruptivas. Por exemplo: quer desenvolver novos métodos de lidar com seus clientes? Primeiro observe como eles se comportam.
- Networking: a criação de relações com diferentes pessoas e grupos possibilita o contato com novas visões de mundo e acesso a perspectivas variadas. O ConexãoCoop possui um curso sobre como criar uma rede de relacionamentos profissionais para potencializar a carreira. Confira!
- Experimentação: a busca por novas ideias deve passar pela constante experimentação de coisas novas. Por meio de experiências interativas, pessoas experimentadoras tentam provocar situações que escapam à obviedade e proporcionam ideias inovadoras.
Para estimular a criatividade
O desenvolvimento e treinamento da mente para que ela se torne mais criativa passa pela criação de hábitos que estimulam a criatividade.
A demanda por novas ideias não para de crescer e, como vimos, a criatividade é uma competência que pode ser desenvolvida por meio do treinamento. Por isso, também listamos oito hábitos que ajudam a desenvolver habilidades criativas. Veja:
- Não julgue as ideias assim que elas surgirem; espere para que amadureçam antes de avaliar.
- Tire um tempo para a solitude - o contato consigo próprio potencializa a reflexão.
- Arrisque-se e perca o medo de errar. A inovação depende de ideias ousadas.
- Saia de sua bolha. Converse com pessoas experiências de vida diferentes da sua; descubra novos conteúdos artísticos.
- Use a mão que você não costuma usar para atividades simples, como escovar os dentes. Isso estimula a formação de conexões cerebrais.
- Mude o caminho que faz você ir para o trabalho, pois assim é possível conhecer novos lugares.
- Escreva seus sonhos noturnos. Pesquisadores afirmam que existe uma relação direta entre os sonhos noturnos e a criatividade.
- Alimente-se com um repertório de referências inspiradoras. Vá a exposições, ande pela cidade, leia livros, veja filmes.
Criatividade a serviço da inovação
O passo seguinte à criatividade é o processo de ideação, ou seja, a materialização e discussão das ideias para que elas sejam estruturadas e se tornem inovação. Uma metodologia útil para essa finalidade é o Design Thinking, que une a sensibilidade do design com métodos para entender as necessidades das pessoas.
A captação de ideias que resultam em inovação pode ser feita com a realização de um brainstorm, por exemplo. Trata-se de uma “tempestade de ideias” em grupo que estimula a criatividade. Conheça mais sobre essa metodologia em nosso guia prático dedicado ao tema.
2. No cooperativismo de plataforma
A proliferação de recursos tecnológicos também resulta no surgimento de modelos de negócios, possibilitados pelas novas ferramentas digitais. É o caso do cooperativismo de plataforma.
Conceito desenvolvido pelo professor Trebor Scholz, da universidade The New School, de Nova York, o cooperativismo de plataforma surgiu como uma resposta ao crescimento da gig economy.
Embora disruptivos, serviços como Uber, AirBNB e iFood originaram uma série de questionamentos éticos sobre a natureza do trabalho. Em teoria, essas plataformas proporcionam flexibilidade aos trabalhadores. Na prática, entretanto, elas impulsionaram a informalidade.
No cooperativismo de plataforma, a proposta é empoderar os trabalhadores a partir de uma mudança estrutural na economia do compartilhamento. O objetivo é colocar os trabalhadores em posse das plataformas. Ainda em processo de maturação, esse novo modelo de negócios representa oportunidades para o surgimento de cooperativas inovadoras.
Cooperativismo de plataforma no Brasil
Em 2019, quando veio ao Brasil para palestrar no 14° Congresso Brasileiro de Cooperativismo (CBC), organizado pelo Sistema OCB, Scholz disse ver o potencial do modelo no país. Segundo ele, “o Brasil é um dos países mais propícios para as cooperativas de plataforma”. Contamos aqui qual é o panorama do cooperativismo de plataforma no Brasil.
O InovaCoop é um dos principais impulsionadores do cooperativismo de plataforma em terras brasileiras. Já publicamos diversas postagens, cases e e-books para disseminar o tema. Este papel é corroborado pelo pesquisador Rafael Zanatta, em seu estudo “Cooperativismo de Plataforma no Brasil: Dualidades, Diálogos e Oportunidades”.
Zanatta argumenta que o cooperativismo de plataforma é percebido como um impulsionador da inovação e uma oportunidade de gerar novos negócios para as cooperativas. Por isso, as plataformas operam como uma forma de reinvenção do cooperativismo em mercados que já são relevantes para o setor, como transporte, crédito e saúde.
A OCB defende que o futuro do setor no Brasil passa pelo desenvolvimento do cooperativismo de plataforma. O modelo apresenta soluções sustentáveis e inovadoras diante das novas realidades econômicas.
Desafios
No artigo, Zanatta explica que o cooperativismo de plataforma também enfrenta barreiras para crescer. A maior delas é o conjunto de restrições regulatórias em relação às possibilidades de investimento em cooperativas. Isso causa dificuldades na hora de angariar financiamento para colocar cooperativas de plataforma de pé.
Por causa disso, o desenvolvimento das plataformas acaba restrito às cooperativas de grande porte. Coops menores têm dificuldade em exercer o modelo, o que deixa o amadurecimento do cooperativismo de plataforma mais lento.
Iniciativas
Mesmo com essas complicações, entretanto, já há iniciativas que buscam dar vida ao cooperativismo de plataforma brasileiro.
A Ciclos, por exemplo, é uma cooperativa de plataforma originada pelo hub de inovação da Sicoob do Espírito Santo. Ela disponibiliza acesso a serviços de planos de saúde, telefonia e energia a seus cooperados.
Ao redor do mundo, já há instituições bem-sucedidas inspiradas pelo conceito de Schols. Na Driver’s Seat Cooperative, por exemplo, os motoristas são remunerados pelos dados gerados a partir das corridas realizadas. Na Grã-Bretanha, a Eccoo foi idealizada para colocar em contato profissionais e pessoas que precisam de cuidados especiais em seu dia a dia.
No Radar da Inovação, também já contamos as histórias da Midata, da CoopCycle e da Smart Coopérative. O cooperativismo de plataforma mostra que um novo modelo de negócio pode ser um ótimo lugar para se deparar com oportunidades de inovação para as cooperativas.
3. Na internet do futuro - web 3.0 e metaverso
A internet se tornou indispensável para o cotidiano das pessoas. A rede é cenário de interações sociais, consumo de entretenimento e, cada vez mais, uma nova forma de comportamento humano. E conforme a tecnologia avança e os hábitos mudam, a internet também se transforma.
O futuro da internet é descentralizado, aponta Gavin Wood, responsável por cunhar o termo “web 3.0”. Na atual internet 2.0, o poder está nas mãos das grandes companhias de tecnologia, como Google e Meta. A terceira geração da internet busca descentralizas essas forças, empoderando os usuários. Essa é a lógica por trás da blockchain, que sustenta criptomoedas, NFTs e DAOs.
DAOs e cooperativismo
E o cooperativismo já está ingressando nesse universo digital descentralizado. As DAOS (Decentralized Autonomous Organizations, ou Organizações Autônomas Descentralizadas) são organizações autônomas que operam de forma autônoma.
As regras de funcionamento são descritas em código de programação e verificadas por meio de contratos inteligentes, os smart contracts. As decisões em respeito à operação de uma DAO são democráticas, uma vez que elas adotam princípios de governança compartilhados pelos seus membros.
Soa parecido com o cooperativismo? Pois, nos Estados Unidos, muitas DAOs estão adotando o modelo cooperativista e inovando em seus modelos de negócios. O conceito conecta as coops às DAOs é a patronagem: maneira com que os membros se relacionam à cooperativa. A distribuição do lucro entre os membros, característica inata das cooperativas, é um exemplo.
Mas a natureza digital das DAOs não quer dizer que elas atuam somente no mundo virtual. Um exemplo de DAO constituída como cooperativa é a Employment Commons. Trata-se de uma organização que negocia planos de saúde e benefícios para trabalhadores informais de forma coletiva, atuando como uma cooperativa de consumo.
Metaverso
Em sua apresentação no festival SXSW, a futuróloga Amy Webb apontou que a expressão mais evidente da web3 é o metaverso. Principal aposta para o futuro da Meta (ex-Facebook), o metaverso consiste em um mundo digital de convivência, onde pessoas interagem entre si e com outros objetos por meio de avatares.
Ainda longe de ser uma tecnologia estabelecida, há quem veja um grande potencial para o universo virtual. A consultoria Gartner prevê que 2 bilhões de pessoas vão estar no metaverso até 2026.
Ainda que o metaverso não seja, por enquanto, uma tecnologia difundida, há atores importantes da economia explorando suas potencialidades de inovação. Já tem grife fazendo desfile imersivo, operadora de telefonia abrindo lojas e até fábrica de avião planejando utilizar o metaverso para projetar aeronaves.
Aplicações do metaverso
Novidades como o metaverso trazem consigo um leque de oportunidades de inovação que só serão descobertas e testadas com o tempo. A princípio, algumas atividades se destacam, em relação à utilidade da plataforma:
- Marketing e vendas: no universo virtual, pode ser possível criar espaços de exibição e demonstração de produtos com custos reduzidos, em relação à manutenção de estruturas físicas.
- Trabalho e reuniões: a instauração de ambientes virtuais cria a possibilidade de que assembleias sejam realizadas de forma remota, por exemplo. Além disso, pessoas em lugares diferentes podem trabalhar simultaneamente em um mesmo projeto.
As oportunidades de inovação proporcionadas pelo metaverso ainda estão passando por um processo de descoberta e experimentação. Por isso, é importante ficar de olho no desenvolvimento e na popularização dessa tecnologia, que pode render boas ideias para inovar.
4. Na rede 5G
Em início de seu processo de implementação no Brasil, a internet de quinta geração promete revolucionar as telecomunicações e acelerar ainda mais a transformação digital. Uma rede mais rápida e estável indica um futuro mais conectado, inteligente, eficiente e inovador.
As expectativas acerca das novas possibilidades proporcionadas com o advento do 5G são grandes. O relatório sobre os impactos econômicos do 5G até 2030 da Omdia argumenta que a internet de quinta geração será uma força a guiar os negócios rumo à transformação digital.
O estudo The Global Economic Impact of 5G, da PwC, avalia que, até 2030, a rede de quinta geração vai acrescentar quase US$ 1,4 trilhão à economia mundial. A consultoria acredita que a revolução será tamanha que a chama de “próximo salto quântico”.
Impactos no negócios brasileiros
Já no Brasil, a IDC estima que a tecnologia 5G deve movimentar US$ 25,5 milhões no país até 2025. Em relação aos impactos da modernização da competitividade, os líderes corporativos brasileiros ouvidos pela Deloitte, acreditam que a adesão às novas tecnologias de internet vão resultar em:
- Redução de custos (39%)
- Melhoria de eficiências (37%)
- Obtenção de novas vantagens tecnológicas (31%
- Melhoria de interação com os clientes (31%)
- Melhoria de segurança (31%)
Influência setorial
O 5G tem a capacidade de impactar alguns setores importantes com forte presença do cooperativismo, tais quais:
- Agro: a conectividade 5G promete impulsionar a automação no setor agropecuário, difundindo o uso de máquinas e robôs. A consultoria EY acredita que o aumento na conectividade do campo vai incentivar o desenvolvimento das agtechs - startups especializadas no agronegócio.
- Saúde: a telemedicina ganhou força desde o início da pandemia de covid-19 e o 5G pode deixá-la ainda mais sofisticada. Com o aumento de dispositivos conectados, dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes, vão ser mais difundidos e capazes de coletar informações sobre a saúde.
- Finanças: a PwC avalia que a integração do 5G nos serviços financeiros pode ter um impacto de US$ 86 bilhões na economia mundial. A rede ainda tem potencial de melhorar os sistemas de segurança e detecção de fraudes financeiras. Do ponto de vista dos clientes, o processamento das transações ficará mais rápido.
O 5G deve impactar, ainda, nos hábitos dos consumidores, fortalecendo ainda mais o consumo online, a produção de conteúdos em vídeo e a difusão de games multijogadores. Nesse contexto, as coops devem acompanhar as influências do 5G nos negócios e na sociedade, a fim de encontrar possibilidades para inovar empregando seus recursos.
Conclusão
A inovação é um processo multidisciplinar, que integra processos mentais, construção de equipes, metodologias de gestão e ferramentas tecnológicas.
Por isso, as cooperativas que desejam inovar devem ficar de olho em diversos aspectos, internos e externos, para desenvolver novas ideias e encontrar soluções inovadoras.
A transformação digital proporciona uma gama de ferramentas e tecnologias passíveis de experimentação. Isso otimiza processos, aumenta a produtividade e cria oportunidades de negócios.
Com o tempo, novas utilidades são descobertas, mesclando as possibilidades da tecnologia e a criatividade para inovar. Dessa forma, as novas ideias surgem para tirar proveito dos recursos modernos, mas sempre com foco nas pessoas.
A jornada pela inovação começa na mentalidade
Por Fernanda Furia*
A Psicologia da Inovação é a área que investiga o comportamento humano para a inovação. A capacidade para inovar vai muito além da competência para usar ferramentas para inovação e do entendimento das diversas etapas de um processo inovador.
Muito se fala sobre os processos, metodologias, tecnologias e ferramentas de inovação para criar um novo produto, um serviço diferenciado ou um ambiente inovador. Mas você já reparou que raramente são abordados os aspectos psicológicos das pessoas que participam das iniciativas de inovação?
É nesse hiato que reside a importância da psicologia da inovação.
A inovação começa na mente
Uma forma de ilustrar essa relevância é a metáfora do iceberg. O que vemos na ponta dele é o resultado - ou seja, o produto ou o serviço criado através dos processos de inovação dentro das organizações. Mas a base invisível que sustenta este processo é justamente o complexo mecanismo psicológico das pessoas envolvidas neste contexto. Você já se perguntou:
- Onde nasce a capacidade para inovar?
- Por que há tanta resistência à transformação?
- O que está por trás da habilidade psicológica para a inovação?
- É possível ajudar as pessoas e as organizações a se reinventarem de forma mais humana e emocionalmente saudável?
Esses questionamentos revelam que a inovação começa na mente do ser humano e que as características psicológicas de um indivíduo podem ser algumas das maiores barreiras para inovar, pois elas afetam diretamente as relações entre as pessoas e os ambientes onde a inovação precisa acontecer.
Cultivando um ambiente inovador
Diante disso, é necessário criar um terreno psicológico fértil que tornará possível a aplicação de todo conhecimento técnico adquirido através de cursos e capacitações. Também é fundamental identificar os mecanismos psicológicos que favorecem e atrapalham a capacidade de inovar nas pessoas.
Isso passa por iluminar os aspectos escondidos que influenciam o comportamento inovador e oferecer ferramentas para auxiliar no autoconhecimento e na aplicação da inovação em diversos contextos.
Dessa forma, os processos de inovação poderão se tornar mais eficazes e alinhados com as necessidades dos novos tempos. Esta nova área de conhecimento é uma poderosa ferramenta para ajudar as organizações a resolver problemas complexos, a transformar a maneira de pensar e a quebrar paradigmas engessados.
Para inovar, é necessário mudar - o que não é tarefa fácil
Inovação exige mudança. Contudo, mudar gera sofrimento e gasto de energia para o ser humano. Existe o luto pela perda do que é conhecido. Há também o medo do desconhecido e do fracasso.
Durante a jornada, enfrenta-se, ainda, as defesas psicológicas que tornam a inovação um paradoxo para o ser humano: queremos mudar e queremos também manter tudo como está. Ao mesmo tempo.
Por isso, para que os processos que guiam a inovação nas organizações possam de fato ser eficazes, é vital explorarmos o universo emocional das pessoas. Ou seja, é preciso entender:
- As raízes do comportamento inovador;
- Os padrões familiares e as características mentais que influenciam as habilidades para inovação;
- Os processos emocionais que inibem a atitude inovadora;
- Os aspectos psicológicos que afetam a capacidade de aceitar e de implementar novas ideias.
Portanto, entender os mecanismos psicológicos das pessoas é um dos caminhos para cuidar de quem inova. Assim, pode-se desatar os nós que atravancam as mudanças e tornar as pessoas mais seguras na desafiadora jornada a caminho da transformação.
Como as cooperativas podem aproveitar a psicologia da inovação
É possível afirmar que a psicologia da inovação está muito alinhada com os valores do cooperativismo, uma vez que ela reforça a necessidade de olharmos a inovação com foco nas pessoas e não somente nas tecnologias e ferramentas que facilitam os processos inovadores.
Assim como no cooperativismo, a abordagem da psicologia da inovação valoriza a colaboração, a formação das pessoas e a transformação dos indivíduos e das organizações. Isso ajuda na compreensão do que está por trás da capacidade psicológica de inovar.
Dessa forma, a psicologia da inovação é um diferencial para auxiliar as cooperativas a inovar porque favorece:
- A compreensão ampla e aprofundada sobre os aspectos psicológicos envolvidos na prática da inovação.
- O entendimento dos mecanismos de resistência à inovação.
- A identificação de diferentes tipos de personalidade inovadora.
- A criação de ambientes colaborativos de inovação.
- A construção de uma mentalidade para inovação que permeia todas as camadas da organização
Inovação para sobrevivência
Outro ponto importante é que o desenvolvimento da capacidade psicológica para inovar é à prova de mudanças. Isso significa que adquirir habilidades emocionais para inovação nos dá uma estrutura estável para lidar com as constantes mudanças tecnológicas.
Afinal, as habilidades emocionais para inovação independem das ferramentas e tecnologias. Elas têm a ver com atitude, visão de mundo e comportamentos. Inovar é um dos caminhos mais potentes para sobreviver ao avanço tecnológico e às transformações econômicas, políticas e sociais que nos assolam na era digital.
Tudo isso é reflexo das barreiras emocionais e das influências familiares que afetam a capacidade de inovar. Assim, precisamos capacitar pessoas para ir além do uso de ferramentas, tecnologias, metodologias e processos.
A psicologia da inovação serve, portanto, como amparo para nos lançarmos na jornada inovadora de forma menos ingênua e mais consciente. A avalanche tecnológica que nos assola, unida à rapidez com a qual tudo muda e ao tsunami de novas possibilidades que despontam no horizonte, acionam todos os sinais de alerta em nosso sistema de sobrevivência psicológica.
Muitas ferramentas digitais nos afastam de nós mesmos, da dor dos outros, da autorreflexão, do contato humano, do toque afetivo e da comunicação emocional. Ou seja, de elementos e relações que trazem tanto aconchego e tranquilidade. É essa interação humana que nos dá esperança e força para enfrentarmos os percalços da inovação e os crescentes desafios da vida.
*Sobre a autora
Fernanda Furia é sócia-fundadora da consultoria Playground da Inovação e professora da Psicologia da Inovação na FIAP e foi uma das palestrantes da Semana de Competitividade, promovida pelo Sistema OCB entre os dias 22 e 26 de agosto de 2022.
Na Trilha de Inovação, Fernanda apresentou a palestra: “Psicologia da inovação: o que está por trás da capacidade de inovar”. Ela explicou os mecanismos psicológicos que fortalecem e atrapalham a capacidade de inovar.
A programação, que contou com atividades presenciais e online, discutiu também temas fundamentais para os negócios das cooperativas, no intuito de torná-las cada vez mais competitivas.
Em entrevista ao InovaCoop, Leandro Macioski, um dos autores do livro, discorre sobre o desenvolvimento da obra e comenta as tendências de inovação para o cooperativismo. Confira!
Em um mundo no qual as mudanças ocorrem de forma quase incessante, a inovação é fundamental para que as cooperativas se mantenham competitivas. O desafio está em colocá-la em prática, de forma planejada e sistematizada, a fim de enfrentar uma economia complexa e um futuro incerto.
É diante desse cenário que o Sistema Ocepar e o ISAE Escola de Negócios publicaram o livro "Gestão da inovação em cooperativas: um caminho para inovar”. O e-book pode ser lido na íntegra por meio deste link.
Estrutura
O livro é composto por 12 capítulos, cada um deles escrito por diferentes professores e acadêmicos, apresentando e explicando diversos conceitos, técnicas e ferramentas para obter sucesso na gestão da inovação.
Os capítulos são dedicados a temas essenciais para executar um planejamento de inovação, como: inovação e competitividade, inovação aberta, sustentabilidade e projeção de futuros, dentre outros. Tudo isso levando em conta as peculiaridades do modelo cooperativista.
Um histórico de apoio à inovação
A ideia de que a inovação é fundamental para o futuro das cooperativas não é novidade no cooperativismo paranaense. Em 2015, o tema foi inserido como um dos temas prioritários do Plano Paraná Cooperativo 100 e expandido no Plano Paraná Cooperativo 200, de 2021.
O programa de formação de agentes da inovação para o cooperativismo paranaense, lançado em 2018, é outro fruto dos esforços em prol da inovação no setor. Ministrado pelo ISAE, a iniciativa apresenta metodologias técnicas e ferramentas voltadas para a idealização, execução e gestão da inovação.
Com essa jornada, o Sistema Ocepar almeja auxiliar na implementação de práticas inovadoras no cooperativismo, respeitando as características e contextos de cada instituição. “O propósito maior é contribuir para o desenvolvimento das cooperativas. Ajudá-las a inserir a inovação em suas práticas”, escreve José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar, no prefácio da obra.
Segundo ele, esse processo passa por:
- Preparar o ambiente para promover uma cultura de inovação;
- Identificar desafios, cenários e tendências que impactam o desenvolvimento das coops;
- Sistematizar ações realizadas e implementar novas iniciativas com ferramentas e metodologias adequadas;
- Formar multiplicadores da inovação;
- E, por meio da inovação, garantir a obtenção de resultados consistentes.
Entrevista com Leandro Macioski
Para saber mais sobre o projeto, o InovaCoop conversou com Leandro Macioski, um dos autores da obra. Coordenador técnico do SESCOOP/PR, Macioski é graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Paraná, mestre em Governança e Sustentabilidade pelo ISAE/FGV e especialista em Gestão Empresarial e Projetos pela FGV.
Na entrevista, Macioski falou sobre o desenvolvimento do livro, o trabalho do Sistema Ocepar em prol do incentivo à inovação e os desafios para colocar a gestão da inovação em prática. Além disso, ele também discorreu sobre práticas e tendências que as cooperativas devem ficar de olho para inovar. Confira!
InovaCoop - Para quem ainda não teve a oportunidade de acessá-lo, como você resume o objetivo e a importância do livro para o cooperativismo brasileiro?
Leandro Macioski - Primeiramente, faço um convite para que todos acessem o livro. O livro é um resultado de um trabalho de diversos autores qualificados e temas relevantes para a inovação nas cooperativas.
Ele é uma obra que traz as experiências vivenciadas no Programa de Inovação do Cooperativismo Paranaense para o centro das discussões. O livro tem como objetivo apoiar os profissionais e interessados pelo tema nos seus esforços em busca da inovação em suas cooperativas.
O livro é fruto da parceria entre Ocepar e Isae, que se iniciou em 2018 com o Programa de Formação de Agentes de Inovação para o Cooperativismo Paranaense. Qual a relação do livro com esse programa?
Com o objetivo de fomentar a cultura da inovação nas cooperativas paranaenses, o Sistema Ocepar idealizou o Programa de Inovação para o Cooperativismo Paranaense, um programa de capacitação, sólido e escalável para atender cooperativas de diferentes segmentos e fomentar a inovação de forma bastante prática e adequada à realidade, independentemente do seu ramo de atuação.
O programa tem a intenção de alavancar resultados de forma eficiente, sustentável e exponencial, expandindo a visão de um setor que já é inovador em sua essência. Cada capítulo do livro está associado a cada uma das disciplinas desenvolvidas no Programa de Inovação do Cooperativismo Paranaense, que tem 192 horas/aula.
O livro faz parte do que chamamos de #hora193, porque a inovação começa agora. Nós aprendemos a inovar; agora temos que inovar para aprender.
De fato, o Sistema Ocepar tem dado bastante atenção ao tema Inovação, que, inclusive, faz parte do Plano Paraná Cooperativo 200, certo? O quão importante a inovação é para a saúde dos negócios das cooperativas?
Na sua história de mais de 50 anos, a Ocepar realizou diversos programas de desenvolvimento das pessoas, parcerias nacionais e internacionais, com entidades públicas e privadas e, por fim, até a criação do SESCOOP, que desde 2000 mudou o cenário de profissionalização das cooperativas paranaenses, com a missão de desenvolver o cooperativismo.
Um dos diferenciais do cooperativismo do Paraná é o fato de que aqui sempre houve planejamento. Se não houvesse planejamento, não seríamos o que somos hoje. E essa cultura do planejamento é fruto de uma visão de futuro, um olhar inovador, que busca se adaptar às mudanças e buscar alternativas de desenvolvimento.
Dentre os 20 projetos estruturantes do PRC200, temos um que trata da temática da inovação, que tem como objetivo replicar conhecimentos que possibilitarão o uso de ferramentas estruturadas e a realização de trabalhos em sinergia, criando um ambiente propício para equipes interdisciplinares produzirem soluções inovadoras para as nossas cooperativas.
Na sua visão, quais são os principais desafios para implementar com sucesso a gestão de inovação no cooperativismo - e como o livro ajuda a superá-los?
Lidar com as constantes mudanças no contexto, a atualização dos conhecimentos é fundamental. A inovação pode acontecer em qualquer lugar e as pessoas são agentes que geram oportunidades que não podem ser perdidas.
Nosso objetivo com o programa de inovação é ter diversidade de pensamento e entendemos que disseminar a cultura da inovação é um processo de melhoria contínua e não um destino. O livro pretende contribuir para que as cooperativas sejam cada vez mais inovadoras e cada capítulo serve de referência para a sistematização e consolidação da gestão da inovação nas nossas cooperativas.
Parcerias por meio da intercooperação e da inovação aberta representam boas oportunidades para a gestão de inovação das cooperativas?
O desenvolvimento da inovação não segue padrões lineares de construção e interage com fontes de conhecimento que estão pulverizadas nas mais diversas organizações. Nosso papel como sistema é aproximar as nossas cooperativas com potenciais parceiros entre elas instituições do Sistema S, universidades, incubadoras, aceleradoras e consultorias especializadas, entre outros.
Posso citar um projeto que estamos desenvolvendo em parceria com o Sistema FIEP/Senai Paraná: o HUB de Inovação para a Agroindústria. O objetivo dessa iniciativa é apresentar um ambiente colaborativo projetado para conectar as agroindústrias ao cenário da inovação e oferecer suporte para o desenvolvimento de soluções técnicas e estratégicas, além de novas oportunidades de negócio.
Big Data, cooperativismo de plataforma, onda ESG… Quais são as tendências mais importantes que as cooperativas devem manter no radar para inovar?
As coisas mudam muito rápido. O que está em alta hoje, amanhã pode estar obsoleto. E novas coisas vão surgindo. Novas tecnologias, novas tendências, novos hábitos. Isso impacta processos, rotinas, enfim, a vida como um todo. Temos que acompanhar tudo isso.
Nosso Programa de Inovação tem como objetivo incentivar a cooperativa à modernização em todos os aspectos. Nosso foco é corrigir o que precisa ser corrigido e melhorado de forma prática.
A cooperativa dentro do programa de inovação indica os agentes que vão trabalhar internamente e nós os treinamos. O que a faz Ocepar é dar condições para que essas pessoas fiquem antenadas com a realidade do mercado e com os movimentos de inovação.
Apesar de exigir mudança de mentalidade por parte da cooperativa, o relacionamento pode ser revolucionário
Quando Henry Chesbrough, professor da Universidade de Berkeley, criou o termo open innovation (inovação aberta, em português), em 2003, ele visava quebrar um paradigma. Ao perceber que o ambiente acadêmico não estava atualizado sobre o mundo dos negócios, ele propôs uma abordagem de inovação melhor distribuída, mais participativa e descentralizada.
A inovação aberta surge para ser um contraponto ao conceito tradicional de inovação fechada, no qual as iniciativas são desenvolvidas internamente, sem apoio externo. O problema da inovação fechada é que, por mais incrível que a cooperativa seja, ela poderá ter dificuldades para inovar sozinha.
Como Henry Chesbrough define, “a inovação aberta é o uso de fluxos de conhecimento internos e externos para acelerar a inovação interna e expandir os mercados para o uso externo de inovação, respectivamente”. Ou seja, é uma via de mão dupla.
A cooperativa tira proveito do conhecimento externo para realizar as suas inovações, enquanto o mercado ganha o conhecimento agregado, formando um círculo virtuoso. Então, na inovação aberta, a inovação surge a partir da interação não só de funcionários, mas também de clientes, cooperados, fornecedores, startups, universidades e até mesmo de concorrentes.
Apesar das cooperativas firmarem parcerias com diversos tipos de organizações, são as startups que fazem mais sucesso nos programas de inovação aberta. Isso acontece porque elas são construídas com foco na inovação e buscam soluções modernas para resolverem problemas e adversidades.
Ao se conectar a um ecossistema de inovação, as cooperativas têm a chance de acessar conhecimentos e tecnologias que não estão "dentro de casa". Então, entenda mais sobre a relação da inovação aberta com as startups, e alavanque o desenvolvimento da sua cooperativa!
Inovação aberta e startups: relação ganha-ganha
A primeira questão que surge é como adotar a inovação aberta na prática. Atualmente, um dos principais caminhos escolhidos por organizações de diferentes portes e ramos é a conexão com startups por meio de programa próprio ou de parceiros.
Quando a cooperativa se conecta com startups, principal pilar da inovação aberta, ela pode obter vários benefícios. Por exemplo: reduzir o tempo entre o desenvolvimento e a comercialização de um novo produto ou serviço; expandir para novos mercados; diminuir o custo em algumas etapas; e gerar ideias e conhecimentos sem pressionar a equipe interna.
Em síntese, trata-se, de fato, de uma relação ganha-ganha. A cooperativa se beneficia ao trazer para si atributos que estão no DNA das startups, como:
Prova dessa relação de sucesso são os inúmeros exemplos de iniciativas e projetos que apresentam uma conexão entre cooperativas e startups:
- Coprel: Programa de Conexão com Startups
- Sicredi: Inovar Juntos
- Unimed VTRP: Vibee
- Cocamar: Cocamar Labs
Saiba mais sobre este e outros cases de relacionamento com startups no aqui no InovaCoop.
Formas de conectar com startups
Segundo informações de empresas de inovação, como ACE, Innoscience, Silo e StartSe, há pelo menos quatro principais formas de conexão com startups. Elas podem ser classificadas como simples ou complexas, sendo indicadas para necessidades específicas de cada organização.
- Startup como fornecedora de solução: após identificar um problema específico, a cooperativa vai ao mercado para contratar a solução de uma startup. Dessa forma, a cooperativa encontra soluções inovadoras para gerar melhorias operacionais de forma imediata, sem, necessariamente, desenvolver uma prova de conceito. Esse modelo pode ser indicado para cooperativas que ainda não têm afinidade com o ecossistema de inovação ou têm urgência para resolver um problema.
- Prova de conceito ou projeto-piloto: nesta modalidade, a conexão parte de uma prova de conceito (também chamada pela sigla PoC, do inglês Proof of Concept) com metas específicas atreladas a sucesso no curto prazo. Neste caso, pode envolver uma ou mais startups concorrendo, ou cooperando para gerar o projeto-piloto. Se a meta for cumprida dentro do prazo, a startup pode ser contratada ou o serviço pode ser oferecido aos clientes e/ou cooperados. Ou seja, a parceria só ocorre após o resultado da PoC.
- Laboratório para aceleração: esta conexão já demanda mais recursos, pois a organização disponibiliza às startups atributos como capital, espaço físico, networking, ferramentas profissionais, recursos humanos e mentorias. Para a cooperativa que traz a startup para “dentro de casa” é uma forma de adquirir a cultura de inovação e liderar a possível criação de soluções inovadoras que, no futuro, possam ser incorporadas. No entanto, requer mais tempo que as opções anteriores.
- Corporate Venture: é a forma mais complexa de conexão com startups. É neste modelo que a organização pode realizar investimentos no empreendedor, adquirindo participação minoritária, controle parcial ou até total. Ao investir ou adquirir uma startup, a organização precisa avaliar o mercado, colocar os riscos na balança e ter uma boa relação com os empreendedores para o negócio poder crescer de maneira saudável.
Nutrindo relações
Segundo a Innoscience, empresa de consultoria de inovação corporativa, independentemente do formato de conexão escolhido, o relacionamento ocorre em três modelos: batch, contínuo ou on demand.
- Modelo de batch: as inscrições ficam abertas por um período determinado de tempo, as startups são avaliadas pela corporação de forma conjunta e os projetos, concomitantemente testados.
- Modelo contínuo: as inscrições ficam abertas de forma contínua e as startups são avaliadas separadamente ou a conexão ocorre sem inscrições, nem coordenação geral, fazendo cada área à sua maneira.
- Modelo on demand: há uma busca ativa por startups para solucionar um determinado desafio, sem necessidade de chamada pública. Ideal para lidar com problemas pontuais.
É possível começar da maneira mais simples, batch, e depois, após um determinado período, avançar com mais segurança para o modelo contínuo. Além disso, o nível dos desafios a serem solucionados pode evoluir com o tempo.
Boas práticas na inovação aberta
Agora que você já sabe como se conectar com startups, vamos conhecer algumas boas práticas essenciais para a experiência ser bem-sucedida. Isso porque, se não houver preparação, em especial do ponto de vista cultural, este tipo de iniciativa pode enfrentar alguns problemas.
Em seu livro “A Estratégia da Inovação Radical”, Pedro Waengertner afirma que o estabelecimento de um bom design organizacional é prioridade para ter sucesso na conexão com startups. Além disso, é importante saber que trabalhar com essas organizações precisa ser uma consequência da estratégia da cooperativa e um objetivo claro do plano de inovação.
Por isso, antes de iniciar ou participar de qualquer programa de relacionamento com startups, é fundamental saber o que se espera da conexão e estar atento a uma série de aspectos.
Agilidade
Imagine que, para ser contratada, uma startup precise passar por diferentes departamentos da cooperativa e enfrentar idas e vindas com contratos, reuniões e burocracias. Isso pode atrasar e até fazer com que o timing da inovação seja perdido.
Portanto, organizações muito burocratizadas precisam, antes de tudo, trabalhar com agilidade e rapidez nos processos internos.
Mesmo que não seja possível mudar toda a cultura da cooperativa, é recomendável que a equipe ou pessoa à frente do projeto de inovação aberta esteja em contato com a startup e com a liderança, e seja ágil nas decisões. Reuniões curtas e frequentes são essenciais para o projeto fluir bem.
Customização e soluções
A cooperativa precisa entender que, normalmente, a startup soluciona uma única coisa muito bem, com grande foco no problema que se dispôs a enfrentar. Portanto, não adianta firmar uma parceria com a startup e esperar que ela resolva todos os problemas de sua organização.
Essa premissa também serve para cooperativas que buscam o que há de mais moderno em tecnologia nas startups. Ao fazer isso, a organização deixa de focar na solução do seu problema e a conexão com a startup pode perder o sentido. Portanto, lembre-se de focar na solução, e não na tecnologia.
Autonomia
A essa altura você já deve ter reparado que pode acontecer um choque de cultura entre as organizações. A cooperativa que decide apostar na inovação aberta e trabalhar com startups precisa ter em mente que não será possível controlar todo o processo, pois a organização precisa de autonomia.
Não se pode esperar que as startups se adequem a processos rígidos de controle, pois, no final das contas, isso poderá ser prejudicial à natureza inovadora. O ideal, portanto, é que a cooperativa tente se adequar à forma de trabalho das startups, que normalmente utilizam metodologias ágeis de gestão.
Aprendizado
É inegável que, com o passar do tempo, o relacionamento vai gerando aprendizados e conhecimentos diversos. Por isso, é importante aproveitar esse relacionamento para estimular ainda mais a cultura de inovação na organização e implementar novas ferramentas e métodos ágeis.
Afinal, numa conexão com startup, não se trata apenas de contratar uma solução, mas de aprender e inovar.
Visão a longo prazo
Aqui no InovaCoop, sempre ressaltamos que inovação é um processo, com começo, meio e fim, e também um ato contínuo que precisa ser executado com uma visão a longo prazo. Dessa forma, não podemos esperar resultados do dia para a noite.
Assim como todo processo de inovação, um programa de conexão através da inovação aberta também demanda tempo, estudo e tentativas para encontrar o melhor modelo de relacionamento com startups.
Além disso, é essencial realizar uma avaliação ao final da experiência para mostrar os resultados para as lideranças e manter a inovação em ciclos contínuos.
Comece pequeno
Caso a sua cooperativa esteja em dúvida sobre qual modelo de conexão deve aderir, saiba que cada um tem suas vantagens e desvantagens. Por isso, a decisão precisa sempre considerar o estágio de maturidade da cooperativa em relação à inovação e o quão preparada a organização está para receber as startups.
A dica, portanto, é começar pequeno e entender que o erro, caso aconteça, faz parte do processo. O importante é errar rápido para ajustar a rota e aprender com isso.
Inovar é plural
Uma forma de reduzir riscos em relacionamentos com startups na iniciativa de inovação aberta é começar, o quanto antes, a envolver toda a estrutura no projeto, começando pela liderança. Quando esse envolvimento ocorre, a chance de sucesso e o potencial da parceria são enormes.
Por isso, pensando em ajudar as cooperativas com esse desafio, o Sistema OCB realiza o programa Conexão com Startups! A primeira edição teve como tema a intercooperação e se encerrou no começo de 2022. Já a segunda edição, com foco no agro, se encerrou no segundo semestre do mesmo ano.
Resultados da 2ª edição
O programa já conseguiu concretizar parcerias entre cooperativas e startups. Os projetos-pilotos que resultaram da iniciativa foram os seguintes:
- CEMIL: em parceria com a UpTech, a cooperativa desenvolveu um sistema integrado que contém métodos de Inteligência Artificial para precificação.
- Coplana: recebeu ajuda da Daedalus, que criou um aplicativo capaz de calcular a estimativa por meio do processamento de imagens registrado pelos agrônomos diretamente na plataforma.
- Santa Clara: com o auxílio da Eixo Consultoria, a cooperativa desenvolveu uma máquina cortadora de queijo com lâmina ultrassônica e inteligência artificial para fracionar os produtos.
Conclusão: inovação aberta com startups é o caminho para o sucesso
O ecossistema brasileiro de inovação aberta está ficando cada vez mais forte. Dados da 100 Open Startups indicam que a prática cresceu quase 20 vezes nos últimos cinco anos. Ou seja, os polos de inovação estão se difundindo e ganhando escala - e o cooperativismo não pode ficar de fora desse movimento cheio de oportunidades.
A conexão com startups representa um caminho para integrar ao cooperativismo uma lógica diferente de inovação: mais ousada, ágil e, consequentemente, arriscada. Apesar do risco, as cooperativas têm muito a ganhar com atributos que estão no DNA dessas organizações.
Se você não quer perder tempo e deseja inovar o mais breve possível, podemos te ajudar. Com o e-book Inovação no Cooperativismo do InovaCoop, você adentra no mundo da inovação cooperativa e pode colocar a inovação aberta em prática!