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<p>Diversidade e inclusão são fatores que impulsionam a inovação. Confira exemplos inspiradores de dentro e fora do cooperativismo!</p>

6 iniciativas de diversidade e inclusão para se inspirar

Equipes diversas proporcionam soluções inovadoras. Confira exemplos de dentro e de fora do cooperativismo que fortalecem a inclusão e a adoção de novas perspectivas


Muita gente acha que inovação é um processo ligado somente à tecnologia. Só que não é bem assim: na verdade, são as pessoas que impulsionam a inovação. Não existe uma fórmula mágica para inovar, mas há formas de impulsionar o desenvolvimento de novas ideias. Assim, uma das principais maneiras de incentivar a inovação é construir equipes diversas e inclusivas.

A inovação, afinal, surge a partir do encontro de novas perspectivas de mundo. Por mais que todo indivíduo seja naturalmente diferente do outro, é importante que haja uma gama de experiências, estilos de vida e habilidades. Para que isso seja potencializado, a diversidade e a inclusão são fundamentais.

Valores, culturas, etnias, religiões, gêneros, orientações sexuais, idade, nacionalidade, condição socioeconômica… Tudo isso tem a ver com diversidade. Acontece que muitos grupos nem sempre têm as mesmas oportunidades de acesso à educação ou ao mercado de trabalho, por adversidades sociais ou preconceitos. É aí, então, que entra o papel da inclusão.

Times diversos desenvolvem soluções inovadoras

O impacto positivo da diversidade e da inclusão nos negócios é comprovado por estudos e dados. O instituto Humanizadas, ligado à Universidade de São Paulo (USP), apurou que as organizações mais diversas têm mais capacidade de inovação.

Outro levantamento que ajuda a demonstrar a força da diversidade foi produzido pela Accenture. Os resultados indicam que o investimento em diversidade aumenta o retorno em inovação. A dinâmica é a seguinte: organizações inclusivas proporcionam um ambiente em que os colaboradores não têm medo de errar e compartilhar suas ideias - e isso produz inovação.

Além disso, a consultoria McKinsey também descobriu que organizações que investem em diversidade de gênero, raça e orientação sexual têm melhores performances financeiras. Esse resultado tem ligação, justamente, com a capacidade de inovar.

Bom, como vimos, indícios não faltam: equipes diversas e poder de inovação andam lado a lado. Agora, como as cooperativas estão lidando com a diversidade e a inclusão, então?

Diversidade e inclusão no cooperativismo

A pluralidade está no coração do cooperativismo, que tem uma natureza inclusiva. Entretanto, as cooperativas não estão isoladas da sociedade e também reproduzem desigualdades. Apesar disso, há evolução.

Por exemplo: em 2021, as mulheres ocupavam 40% dos quadros sociais das cooperativas, mas ocupam somente 20% dos cargos de liderança, mostra o Anuário do Cooperativismo Brasileiro. Há uma evolução nesse quesito - em 2020, essa proporção foi de 17% - mas o caminho ainda é longo.

“Termos cooperativas mais diversas é extremamente importante. Isso assegura a sustentabilidade do nosso movimento na medida em que ele se preocupa com as pessoas, e garante seu alinhamento com uma agenda que é não só politicamente correta, mas que comprovadamente traz melhores resultados para as organizações que efetivamente acreditam nesses valores”, explica Divani Ferreira de Souza Matos, analista do Sistema OCB.

Neste artigo, iremos mostrar seis iniciativas de diversidade e inclusão para inspirar a sua cooperativa. Os exemplos são plurais e mostram que podemos aprender tanto olhando para dentro quanto para fora do cooperativismo. Confira, então, essas 6 iniciativas de diversidade e inclusão para impulsionar a inovação!

1. CooperJohnson: inovação em prol da inclusão de cooperados surdos

A tecnologia pode ser uma ótima ferramenta para ampliar a inclusão e a diversidade no quadro social das cooperativas. Veja esse exemplo: a cooperativa de crédito CooperJohnson identificou, em 2019, que precisava aumentar a acessibilidade para os cooperados com deficiência auditiva. Onde, então, encontrar soluções?

A CooperJohnson buscou, assim, soluções tecnológicas capazes de realizar o atendimento por meio de chamada de vídeo, incluindo tanto o atendente quanto o intérprete de Libras. Dessa forma, a cooperativa chegou até a tecnologia do ICOM, uma central de Libras com tradução simultânea em tempo real. 

Implementado, o sistema funciona da seguinte maneira: por meio de uma vídeo chamada o sistema faz a comunicação entre o intérprete, o surdo e o ouvinte. Ou seja, ao receber a ligação de um cliente surdo, o atendente aciona a central de tradução simultânea e estabelece a comunicação por vídeo. A partir daí, o intérprete faz a intermediação da conversa.

A iniciativa deu resultados e a cooperativa registrou um aumento na quantidade de contatos feitos por cooperados com deficiência auditiva. Esse estudo de caso, contado no Radar da Inovação, mostra como um dos papéis da inovação no cooperativismo é encontrar alternativas para promover a inclusão e a pluralidade no quadro social.

2. Frimesa: oportunidades a imigrantes e refugiados

Muitas pessoas saem de seus países em busca de uma vida melhor e encontram o cooperativismo como uma porta para o acolhimento, o trabalho e o crescimento pessoal. Assim, a Frimesa, uma cooperativa agropecuária sediada no Paraná, pratica uma política de contratação e inclusão de imigrantes desde 1986.

Em 2021, a cooperativa contava com 328 colaboradores estrangeiros vindos de diversos países - o quadro de funcionários da cooperativa reúne refugiados venezuelanos, paraguaios, haitianos, cubanos, colombianos e sul-africanos. Além de ser positivo para os contratados, a iniciativa também é positiva para a cooperativa.

“Acolher esses imigrantes tem sido uma experiência muito positiva. Nós temos na nossa essência a prática da responsabilidade social e é justamente uma oportunidade de trabalhar com a inclusão e diversidade. Também é uma forma de inserir novas culturas e eles podem contribuir muito nas atividades com os talentos que trazem, e assim gerar resultados positivos para a cooperativa”, explica Elisa Fredo, gerente de Gestão de Pessoas da Frimesa.

Yadira Del Vale deixou a Venezuela em direção ao Brasil e agora trabalha na área de produção de frios da Frimesa. Ela explicou, para a revista Saber Cooperar, que os benefícios são mútuos: por um lado, os estrangeiros ganham uma oportunidade de recomeçar; por outro, a cooperativa agrega colaboradores que trazem inovação e novas perspectivas para a resolução de problemas.

3. Sicredi: salto na representatividade feminina

Já vimos que a inclusão feminina é um desafio para as cooperativas, e a cooperativa de crédito Sicredi também percebeu, internamente, o problema. Até 2017, a presença feminina nos Conselhos das Cooperativas Sicredi nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro era de apenas 6%.

Diante desse número preocupante, a cooperativa traçou uma estratégia para atingir as metas estabelecidas pelo Pacto Global da ONU. O objetivo é ter 30% de mulheres em cargos de alta liderança até 2025 e, de forma opcional, 50% até 2030.

Em 2022, os esforços da cooperativa já mostraram progressos notáveis: a participação feminina nos conselhos quase quadruplicou, atingindo a marca de 22%. A governança nas Cooperativas Sicredi também tem se tornado mais diversa com a crescente presença das novas gerações.

“Talvez mudar o mundo pode parecer muito distante para nós, mas se começarmos alterando o que está à nossa volta, em nossa localidade e ajudando a nossa cooperativa a fazer esse trabalho de impacto positivo nas comunidades, nós estamos contribuindo para essa agenda que é global”, afirmou Alyne Moreira Lemes, assessora de Desenvolvimento do Cooperativismo do Sicredi.

4. Magalu: formando lideranças negras

A Magalu, uma das maiores redes varejistas do país, identificou uma discrepância em suas equipes: por mais que os times fossem, sim, diversos, a representatividade não era reproduzida nos cargos de liderança. Um censo interno feito em 2019 ajudou a deixar isso ainda mais explícito - dentre as lideranças, somente 16% eram pessoas negras.

Uma das iniciativas da Magalu para enfrentar essa desigualdade nos cargos de liderança foi a realização de programas de trainee voltados somente para pessoas negras. Além disso, o programa deixou de ter o domínio do inglês como um de seus critérios.

“Requisitos como inglês e faculdade de primeira linha afastam boa parte da população desses programas, principalmente o negro, por ter menos acesso a essas oportunidades. O trainee é a porta de acesso para a alta liderança. Por isso é tão importante esse olhar para as ações afirmativas”, declarou Raphael Vicente, coordenador-geral da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial.

5. PrograMaria: mais diversidade no mercado de TI

O mercado de programação, TI e tecnologia está aquecido e atraindo o interesse de muitos jovens talentos. Durante a pandemia de Covid-19, a contratação de profissionais da área foi impulsionada pelo crescimento da demanda por serviços e produtos digitais. Contudo, esse meio ainda apresenta uma baixa participação feminina.

Com isso, de olho na importância de fomentar essa inclusão, a startup PrograMaria começou a oferecer formação, conexões e conteúdos para inserir as mulheres na área de tecnologia e aumentar a representatividade no setor. Ao todo, a iniciativa soma mais de 21 mil mulheres e oferece programas, cursos, eventos e ações.

Além de oferecer formação técnica, a startup atua para fazer a ponte entre os profissionais e as instituições que buscam formar times mais diversos.

“As empresas precisam mostrar que estão comprometidas com a diversidade, preparadas para agir em caso de assédio e dedicadas a construir um ambiente seguro, no qual as mulheres não só possam desempenhar plenamente as funções para as quais foram contratadas, como, também, desenvolver seu potencial e carreira”, argumenta Iana Chan, fundadora da startup.

6. SOMA: organizações se unem para promover a inclusão trans no mercado de trabalho

De acordo com dados levantados pela Antra, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais, 90% das mulheres transexuais estão em situação de informalidade profissional. Isto é: as situações de violência e preconceito que este grupo enfrenta também geram reflexos na vida profissional, o que produz uma espécie de ciclo vicioso.

Para combater essa situação, as companhias BASF, LinkedIn, Natura e Visa se uniram a fim de promover a inclusão social de pessoas trans e travestis por meio do trabalho, cultura, saúde e bem-estar. A iniciativa ganhou o nome de SOMA (Somos Mais Fortes em Conjunto).

O programa conta com uma grade disciplinar com dez semanas de foco em treinamento e desenvolvimento online. As participantes também recebem apoio para a busca de oportunidades no mercado de trabalho, com direito a mentorias individuais.

“Queremos apoiar essas pessoas a se desenvolverem com autoconhecimento, recebendo ferramentas práticas para encontrar oportunidades de desenvolvimento, despertando um senso de autonomia e pertencimento”, disse Carlos Henrique Almeida, coordenador de experiências do Centro de Experiências Científicas e Digitais da BASF.

Dicas para promover a diversidade e inclusão

Um grande desafio dessa jornada é a diversidade e inclusão na prática de forma efetiva. Políticas inclusivas devem estar integradas de fato à estrutura da cooperativa de forma que não basta somente usar a inclusão como uma estratégia de marketing.

A diversidade é uma demanda crescente do mercado, dos consumidores e dos órgãos reguladores. Além disso, as iniciativas de inclusão se encaixam no pilar social dentro das políticas de ESG.

Um outro ponto importante é que não basta contratar pessoas sem empoderá-las, dar oportunidade de crescimento e adequar, também, as lideranças. A inclusão precisa acontecer em todos os níveis hierárquicos. O cooperativismo, afinal, é plural e diverso, e isso precisa refletir nas lideranças.

Promovendo diversidade e inclusão na prática

Por isso, a gestão das iniciativas de diversidade e inclusão implica em ações contínuas e consistentes. Dessa forma, ações internas também podem ser eficientes para a promoção da diversidade e da inclusão. Isso é o que mostra a pesquisa “O valor da diversidade racial nas empresas”.

Confira as dicas para promover a diversidade na sua cooperativa:

  • As políticas de inclusão devem contar com o envolvimento de dirigentes, lideranças e conselheiros
  • Criar um comitê ou conselho de diversidade;
  • Realizar treinamentos internos e externos, incluindo fornecedores;
  • Iniciar diálogos e criar parcerias com entidades do terceiro setor e outras empresas sobre promoção de diversidade;
  • Buscar alinhamento entre ações externas e ações internas na promoção da diversidade;
  • Mensurar o número de minorias no quadro de funcionários;
  • Estabelecer metas específicas de longo prazo para aumentar a presença dessas minorias na empresa em todos os níveis;
  • Oferecer incentivos financeiros aos gestores para cumprirem essas metas;
  •  Adotar ações afirmativas;
  • Envolver a área de Governança nas iniciativas de promoção à inclusão;
  • Promover políticas e programas de combate à discriminação e ao assédio - afinal, não basta atrair pessoas diversas, é preciso retê-las. 

Conclusão

Diversidade e inovação têm uma ligação estreita e cooperam em prol da prosperidade dos negócios. Com a inclusão, as cooperativas ampliam o acesso a perspectivas e, assim, podem encontrar novas formas de inovar que, de outro modo, passariam despercebidas.

Contudo, a jornada para construir equipes diversas não pode se limitar ao recrutamento. Essas pessoas precisam ter voz ativa, possibilidade de crescimento e integração. Ou seja: uma inclusão de fato na estrutura da cooperativa.

Para conhecer mais sobre como praticar diversidade e inclusão na sua cooperativa, confira o curso de Liderança Inclusiva, no CapacitaCoop. Nele, você vai entender o papel da liderança em integrar as diferenças e conhecer os primeiros passos na jornada rumo à inclusão.

Confira também o e-book Gestão de Equipes: Como engajar seu time para inovar, aqui no InovaCoop. No material, conheça estratégias e dicas para apoiar suas equipes e disseminar o conceito de inovação na sua coop.

Mais importante ainda é olhar para dentro e entender que a diversidade é papel de cada um de nós. Quando enxergamos e enfrentamos nossos preconceitos enraizados, nos tornamos agentes de mudança em direção a um mundo mais justo e igualitário.

<p>Conheça os cinco eixos temáticos e saiba como submeter sua pesquisa para o 7° Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo!</p>

7° EBPC abre inscrições para pesquisas sobre inovação e outros temas

Edição do Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo conta com cinco eixos temáticos para artigos científicos e relatos de experiência


O 7° Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC) está com inscrições abertas para a submissão de trabalhos até o dia 15 de maio. Nesta edição, o tema é “Sustentabilidade no cooperativismo: competitividade, inovação e diversidade”.

O encontro será realizado presencialmente entre os dias 25 e 27 de setembro, em Brasília. O EBPC é aberto a todos os interessados em compreender e fortalecer as cooperativas enquanto organizações econômicas e sociais que promovem o desenvolvimento inclusivo, com destaque para:

  • Pesquisadores
  • Gestores de cooperativas
  • Dirigentes
  • Profissionais do sistema de aprendizagem
  • Elaboradores de políticas públicas

Com isso, a ideia é estimular a realização de estudos que buscam maior eficácia e eficiência nos processos das cooperativas. Assim, o EBPC propõe um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias capazes de unir competitividade e desenvolvimento sustentável dentro do cooperativismo brasileiro.

O EBPC é organizado pelo Sistema OCB, com coordenação científica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Eixos temáticos do EBPC

O EBPC conta com cinco eixos temáticos para nortear a produção dos trabalhos que serão apresentados no evento. São eles:

  • Identidades Cooperativas e Direito Cooperativo: busca investigar o que torna as cooperativas diferentes das demais organizações. Para isso, leva em conta seus aspectos teóricos, identitário, legal e societário, bem como os variados fatores que influenciam na identidade cooperativa no ambiente de negócios.
  • Educação, Inovação e Diversidade: acolhe trabalhos relacionados aos processos de educação, empreendedorismo e inclusão que atuam sobre o desenvolvimento e a promoção da equidade nas cooperativas. Com isso, a ideia é dar visibilidade a uma agenda de inovação e promoção do conhecimento cooperativista.
  • Governança e Gestão: investiga modelos de governança e gestão nas cooperativas, como fidelização de cooperados, desenvolvimento de lideranças, transparência, intercooperação e agenda ESG.
  • Contabilidade, Finanças e Desempenho: compreende estudos que analisam a gestão do capital das cooperativas. Com isso, são trabalhos que tratam de avaliação de projetos, investimentos, eficiência e demais tópicos relacionados ao desempenho econômico e social das coops.
  • Impactos e Contribuições Econômicas, Sociais e Ambientais: a proposta é debater se e como o cooperativismo gera impactos econômicos, sociais e ambientais. O foco é investigar a mensuração e a efetividade, dos efeitos, contribuições e impactos das cooperativas nas comunidades em que elas estão inseridas.

A inovação marca presença como um dos pilares para o desenvolvimento do cooperativismo brasileiro. Além disso, os temas incentivam os estudos que apoiem a compreensão de cenários futuros e a projeção de tendências.

O evento fomenta, também, a reflexão sobre os impactos das decisões e atividades das cooperativas na sociedade e no meio ambiente. Tudo isso leva em conta a geração de conhecimento em apoio ao desenvolvimento sustentável do ecossistema cooperativista. Confira, portanto, o detalhamento de cada um dos eixos temáticos neste documento.

Modalidades de artigos para o 7° EBPC

A pluralidade de trabalhos apresentados durante o 7° EBPC também engloba três modalidades de pesquisa. Assim, as possibilidades são as seguintes:

  • Artigo científico: definido como a publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento. O artigo científico pode ser derivado dos resultados de trabalhos acadêmicos como teses, dissertações e monografias de cursos de especialização.  
  • Artigo de iniciação científica: artigos científicos especificamente relacionados a trabalhos de iniciação científica e a trabalhos de conclusão de curso de graduação ou curso técnico.
  • Relatos de experiência: reservada para o compartilhamento de experiência de ensino aprendizagem, extensão universitária, programas e projetos desenvolvidos pelas cooperativas. Recebe trabalhos que, sobretudo, levam à reflexão acerca da sustentabilidade no cooperativismo.

Clicando neste link, você acessa um guia para submeter os trabalhos e encontra templates com a estrutura adequada de cada uma das modalidades.

Sobre o EBPC

A primeira edição do Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo aconteceu em 2010, com o objetivo de fomentar o intercâmbio de pesquisadores e a produção técnica e científica sobre cooperativismo.

Desde então, unindo diversas áreas do conhecimento, o EBPC já contou com outras seis edições, com variedade nos eixos temáticos. A diversidade do público também favorece a troca de experiências e o delineamento de novos projetos, fortalecendo o cooperativismo.

A sétima edição do EBPC marca, ainda, a volta ao formato presencial do encontro. A última edição do evento, em 2021, foi virtual, por conta do isolamento social em meio à pandemia de Covid-19.

Cronograma do 7° EBPC

O período para que os interessados possam submeter seus artigos começou no dia 3 de março e terminará no dia 15 de maio. Além disso, cada autor pode enviar até 4 trabalhos ao todo. Dessa forma, o calendário com as principais datas para participar do 7° EBPC é o seguinte - marque na agenda:

  • Submissão dos trabalhos: até o dia 15/05/23
  • Divulgação dos trabalhos aprovados: 21/07/23
  • Inscrições de autores com trabalhos aprovados: de 21/07/23 até 21/08/23
  • Inscrição dos participantes: de 21/07/23 até 01/09/23
  • Realização do 7° EBPC: 25/09/23 a 27/09/23

No mais, os artigos mais bem ranqueados no processo de avaliação dos artigos para o EBPC serão encaminhados à Revista de Gestão e Organizações Cooperativas. O comitê editorial, seguindo seus critérios, irá convidar os autores para um processo de fast track, para que a aprovação e publicação sejam agilizadas.

Conclusão

Márcio Lopes Freitas, presidente do Sistema OCB, ressaltou a importância do EBPC para impulsionar a construção coletiva de novas ideias no cooperativismo:

“Pretendemos, novamente, alcançar toda a comunidade acadêmica, pesquisadores, universidades e Unidades Estaduais do Sistema OCB para que eles colaborem, por meio de seus artigos, com a apresentação de desafios e soluções para impulsionar o cooperativismo, em especial, nas questões de responsabilidade ambiental, cuidado social e gestão e governança, o nosso ESGCoop”, declarou.

A produção de conhecimento científico ajuda a entendermos melhor o cenário, os desafios e as oportunidades presentes no ambiente de negócios do cooperativismo. A presença da inovação entre os eixos temáticos do EBPC sublinha a importância das ideias inovadoras para o desenvolvimento do cooperativismo como movimento e como negócio.

Por fim, para estimular as contribuições acadêmicas sobre o coop, a plataforma CapacitaCoop lançou a trilha de aprendizagem Programa Pesquisa Científica do Cooperativismo. Gratuita, ela é composta por cinco cursos:

  • Estatística Básica;
  • Fichamento, Resumo e Resenha;
  • Como elaborar projetos de pesquisa;
  • Escrita acadêmica;
  • Descomplicando o Lattes;

E aí, já submeteu seu artigo?

<p>Veja como a liderança feminina acelera a inovação e conheça mulheres protagonistas do cooperativismo! </p>

Liderança feminina: mulheres que impulsionam a inovação no cooperativismo

Conheça histórias de mulheres inspiradoras e protagonistas no cooperativismo


O cooperativismo é desigual, mas vem apresentando evolução, indicam os dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro, produzido pelo Sistema OCB. Essa desigualdade fica ainda mais evidente quando olhamos a liderança feminina nas cooperativas.

Os números mais recentes, referentes a 2021, mostram que as mulheres representam 40% dos mais de 18 milhões de cooperados brasileiros. No Ramo Saúde a presença delas é de 46%, por exemplo. Em contrapartida, a distribuição de gênero dos dirigentes é bem menos positiva.

Em 2021, apenas 20% dos cargos de liderança nas cooperativas eram ocupados por mulheres. O número indica progresso, já que, no ano anterior, essa taxa era de somente 17%. Mesmo assim, esses dados apontam que, embora a liderança feminina esteja crescendo, o caminho ainda é bastante longo.

As barreiras para o progresso da liderança feminina não existem apenas no cooperativismo. O estudo Women in the Workplace 2022, da consultoria McKinsey indicou que há discrepância na promoção das mulheres para cargos de gerenciamento: a cada 100 homens promovidos, somente 87 mulheres têm a mesma oportunidade.

Por isso, neste artigo iremos discorrer sobre a importância da liderança feminina, entender o papel das mulheres na inovação, apresentar iniciativas do Sistema OCB em prol da inclusão e conhecer mulheres inspiradoras que lideram dentro do cooperativismo brasileiro. Boa leitura!

Diversidade de gênero impulsiona inovação e negócios

A diversidade é um fator primordial para que a inovação seja efetiva. Novas ideias, afinal, surgem por meio de novas perspectivas de mundo. Nesse sentido, a presença feminina em papéis de liderança proporciona um novo olhar para as situações, algo fundamental para encontrar oportunidades inovadoras.

Além disso, a diversidade de gênero impacta positivamente, também, o desempenho dos negócios. A McKinsey encontrou uma correlação entre a diversidade de gênero nas equipes executivas e a performance financeira.

As equipes executivas das instituições com performance superior têm mais mulheres em cargos de liderança do que em outras funções.

O papel da liderança feminina para inovação e tecnologia

A contribuição da liderança feminina na inovação também tem a ver com o papel decisivo que elas desempenham nas comunidades de ciência e tecnologia. Elas estão ganhando cada vez mais espaço na área.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o número de alunas que concluíram cursos superiores nas áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática aumentou 96% entre 2010 e 2021.

Isto é: as mulheres estão galgando e conquistando espaços importantes no ambiente de tecnologia e inovação. Esse progresso irá impulsionar o surgimento de ainda mais lideranças femininas no ambiente de inovação.

Com objetivo de chamar a atenção da sociedade e do mercado de trabalho para esta situação, a ONU Mulheres Brasil definiu o tema do Dia Internacional das Mulheres deste ano: “Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para a igualdade de gênero”. 

Liderança feminina: importância e desafios

A desigualdade de gênero nos postos de liderança ainda é sintoma de preconceitos sociais que perduram há muito tempo. No Brasil, embora a evolução seja visível, ainda há muitos passos para superar essa questão.

Contudo, o fomento à liderança feminina engloba uma série de fatores importantes tanto em termos sociais quanto econômicos. Por exemplo, para o Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB global cresceria 35% com a igualdade de gênero nas relações de trabalho.

Mesmo assim, algumas barreiras ainda impõem dificuldades para o surgimento de lideranças femininas, como:

  • Preconceito: o avanço nessa questão é perceptível, mas o cenário de discriminação de gênero ainda existe, tanto de forma intencional quando de maneira inconsciente. Ainda há uma percepção de que mulheres são mais adequadas para certas funções, e não para liderar.
  • Vida familiar: antiquadamente, o cuidado com crianças, idosos e pessoas doentes acaba recaindo sobre as mulheres. Com isso, elas precisam equilibrar as responsabilidades, o que pode atrasar o progresso na carreira.
  • Autossabotagem: por conta da cobrança desigual, muitas mulheres podem estabelecer metas inalcançáveis e, assim, muitas delas acabam nem assumindo uma posição de liderança por medo de falhar. Para superar a autossabotagem, são necessários esforços para que elas se enxerguem como lideranças de qualidade.

Sistema OCB em prol da liderança feminina

O Sistema OCB está alinhado às demandas da sociedade e adorou a igualdade de gênero como uma pauta estratégica e prioritária. O Comitê Nacional de Mulheres do Cooperativismo, também conhecido como Elas Pelo Coop, foi efetivado em 2021, englobando o Sistema OCB Nacional e as organizações estaduais.

O Comitê propõe soluções para que a inclusão aconteça na prática e lançou um Manual de Implementação, apontando caminhos para que as cooperativas sejam protagonistas no fomento à liderança feminina.

Além disso, o projeto Semeando Futuros, desenvolvido pelo Sistema OCB em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atua para formar e capacitar lideranças femininas para o Agro. “As mulheres investem em seu próprio empoderamento quando dedicam tempo para estudar e para investir em sua qualificação”, ressalta Divani Matos, coordenadora do projeto.

As OCBs estaduais também apoiam a jornada em prol da liderança feminina. O Sistema OCB/ES, por exemplo, registrou que a cada dez diretores ou gerentes de cooperativas capixabas, três são mulheres. A presença de mulheres nesses cargos aumentou 5,2 pontos percentuais em 2021, se comparado a 2020.

Lideranças femininas inspiradoras no cooperativismo

Mesmo em meio às diversas dificuldades que se apresentam, diversas mulheres se estabeleceram como lideranças importantes no cooperativismo. Conheça, portanto, lideranças femininas inspiradoras no cooperativismo!

Tânia Zanella: pioneira no Sistema OCB

A catarinense Tânia Zanella ingressou no Sistema OCB em 2008, como assessora, e está construindo uma história de empoderamento e transformação no cooperativismo brasileiro. Pioneira, Tânia foi a primeira em muitas coisas:

  • Primeira mulher a assumir a Gerência de Relações Institucionais da OCB.
  • Primeira pessoa a assumir a Gerência-Geral da OCB
  • Primeira mulher a assumir a superintendência da Unidade Nacional do Sistema OCB, posição que ocupa desde 2021

Formada em Direito, Tânia cresceu dentro do Sistema OCB graças à sua capacidade de realizar. Em entrevista para a revista Saber Cooperar, Márcio Lopes Freitas, presidente do Sistema OCB Nacional, exaltou os méritos da líder:

“Tânia é uma profissional respeitada na Casa, benquista nos estados e muito dedicada ao cooperativismo. Era muito lógico, para mim, que ela assumisse essa posição. Não a escolhemos como superintendente para cumprir algum tipo de cota na instituição. Ela vinha de uma carreira muito bem-sucedida: foi gerente; depois, gerente-geral, e agora é superintendente.”

Em 2021, Tânia Zanella foi incluída entre as 100 Mulheres Poderosas do Agro, em lista produzida pela revista Forbes.

Célia Regina Hoffman e a liderança no Ramo Agropecuário

A cooperativa agropecuária paranaense Copacol recebeu o Prêmio Quem é Quem: Maiores e Melhores Cooperativas Brasileiras de Aves e Suínos, na categoria Liderança Feminina. O reconhecimento se deve à gerente de Controladoria e Finanças da Copacol, Célia Regina Hoffman.

Célia Regina Hoffman, gerente de Controladoria e Finanças, ingressou na Copacol como estagiária no Curso de Tecnólogo em Cooperativismo e Administração Rural. A partir de então, construiu uma história de quatro décadas na cooperativa.

Ela assumiu toda a gerência financeira da Cooperativa em 2016 e no ano seguinte chegou à Controladoria e Finanças. “Sou movida a desafios. Não sou de recuar. Quem está chegando, meu conselho é ter perseverança, foco, determinação e seriedade”, declarou na cerimônia de premiação.

Solange Pinzon de Carvalho: uma cooperativa de mulheres líderes

As mulheres também fazem diferença no cooperativismo financeiro. Solange Pinzon de Carvalho, presidente do Sicoob Meridional desde 2015 e sua liderança representa uma cooperativa de grande protagonismo feminino.

Antes de chegar ao cargo mais alto dentro do Sicoob Meridional, Solange trilhou um caminho profissional que passou por bancos e pelo empreendedorismo, antes de chegar ao cooperativismo. Em 2006, ela assumiu a diretoria administrativo-financeira da cooperativa, depois se tornou vice-presidente e, por fim, assumiu a presidência.

“Nós, mulheres, somos competentes, agregamos valor às equipes das quais fazemos parte e temos de dar as mãos umas às outras para crescer cada vez mais”, declarou a executiva.

Dados de 2020 apontam que, dos 260 colaboradores da cooperativa, 64% são mulheres. Além disso, vários cargos de gestão são ocupados por lideranças femininas. A coop possui, também, agências 100% formadas por mulheres. “Queremos ver esse número crescer cada vez mais”, destaca Solange.

Radar da Inovação: iniciativas inovadoras lideradas por elas

No Radar da Inovação, onde compilamos iniciativas inovadoras realizadas por cooperativas, contamos diversas histórias de inovação lideradas por mulheres. Veja alguns desses exemplos inspiradores e clique nos links para ler essas jornadas na íntegra!

Liciane Giacomin Rovani: Colégio CEM desenvolve plataforma digital MinicidadeON 

Mantido pela Cooperativa de Trabalho Magna, o Colégio CEM realiza, desde 2007, a “Minicidade Cooperativista”, com um projeto pedagógico inovador onde é proporcionado às crianças experiências reais de cidadania e vida comunitária.

Em 2018, a cooperativa plataforma MinicidadeON, levando essa jornada para o mundo digital, sob a coordenação pedagógica de Liciani Giacomin Rovani. Com a inovação, a cooperativa conseguiu resolver problemas antigos e aumentou a participação dos alunos.

Lívia Duarte: Coopresa supera dificuldades ao inovar seu modelo de negócios na manutenção de aviões 

Idealizada por militares, a Coopresa, uma cooperativa de trabalho de mecânicos de avião, passava por dificuldades quando Lívia Duarte assumiu a presidência com o desafio de renovar seu modelo de negócios. Antes focada quase exclusivamente na aviação militar, Lívia liderou uma mudança estratégica na coop: atuar na aviação civil.

Enxergando uma grande oportunidade de mercado, a Coopresa se especializou em manutenção de baixa complexidade e conseguiu contratos com grandes companhias aéreas. Hoje, a cooperativa reúne mais de 300 cooperados e cumpre um papel importante no treinamento de mecânicos recém-formados.

Jociane Coutinho: Plataforma da Unifop viabiliza atendimento de saúde na cooperativa 

A pandemia de Covid-19 inviabilizou, repentinamente, o atendimento presencial por parte dos profissionais de saúde cooperados à Unifop. Para contornar a situação, garantindo a segurança das pessoas e o faturamento da cooperativa, foram feitos investimentos em tecnologia para criar o canal de telessaúde.

Sob a liderança feminina da presidente Jociane Coutinho, a cooperativa alcançou resultados com a retomada dos atendimentos e o ganho de possibilidade de expansão geográfica da base de clientes.

Sylvia Urquieta: Cooprodados une especialistas em proteção de dados

A Cooprodados é uma cooperativa que reúne profissionais autônomos multidisciplinares especializados em privacidade e proteção de dados. A ideia de fundar a cooperativa partiu da advogada Sylvia Urquieta, que se especializou na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

A cooperativa reúne profissionais autônomos que encontravam para oferecer, individualmente, seus serviços ao mercado. Isso porque os problemas ligados à governança de dados demandam a atuação integrada de especialistas de diversas áreas. Reunindo suas habilidades, a cooperativa oferece preços acessíveis que também remuneram bem os cooperados.

Solange Barbosa: Coogavepe cria sistema para aumentar a transparência da comercialização do ouro

Para controlar melhor a procedência e a comercialização do ouro, a Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto (Coogavepe) criou um sistema para deixar o processo mais transparente, sob a liderança de Solange Barbosa, presidente da cooperativa.

Para isso, a cooperativa criou um sistema para controle e rastreabilidade do minério de ouro comercializado pelos garimpeiros junto aos postos de compras de ouro das Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVMs). Essa transparência, conta Solange Barbosa, trouxe mais segurança jurídica, fiscal e tributária.

Conclusão

Um estudo da consultoria Accenture notou que as organizações que têm uma mentalidade inovadora são as que promovem uma cultura mais igualitária e focada na diversidade. Isso acontece porque, quando o ambiente é mais diverso, as pessoas têm menos medo de errar.

Ou seja: quanto mais presente a liderança feminina for nas cooperativas, mais o cooperativismo vai ser inovador. Proporcionar o crescimento das mulheres nos cargos de gestão não é só o cumprimento do papel social, mas sim dar oportunidades para mulheres talentosas, com capacidade de liderar a inovação e fazer bons negócios.

Quer se aprofundar no tema e aprender o que é inteligência de gênero, por exemplo? Confira então o curso Liderança Feminina, da Capacitacoop.

“Não há limite para o que nós, como mulheres, podemos conquistar” - Michelle Obama, advogada e ex-primeira dama do EUA.

Um feliz dia da mulher a todas as mulheres do Coop!

<p>O desenvolvimento de cenários futuros apoia o planejamento da inovação e contribui para a competitividade dos negócios</p>

Futurismo: antecipando o futuro com as pistas do presente

O desenvolvimento de cenários futuros apoia o planejamento da inovação e contribui para a competitividade dos negócios


No InovaCoop, estamos sempre falando sobre a importância de antecipar as tendências para impulsionar a inovação no cooperativismo. Mas, para isso, é necessário imaginar como as coisas serão no futuro, certo? Pois, apesar de parecer um superpoder, prever o futuro nos negócios não tem nada de fantasioso. Trata-se, isso sim, de uma atividade muito valorizada: o futurismo.

O futuro, apesar de ser um conceito um tanto abstrato, não é tão incerto quanto parece. A análise do presente é capaz de nos dar pistas sobre como as coisas serão no futuro. Isso não quer dizer, contudo, que identificar essas pistas e analisar o que elas indicam seja fácil.

É por isso que estudar o futuro requer habilidades, capacidades analíticas e compreensão do presente. Essas perspectivas proporcionam um norte para o avanço das inovações e das estratégias nos negócios. A avaliação das tendências de mercado é um fator que conta muitos pontos de competitividade, afinal.

Neste artigo, iremos entender, então, o que é o futurismo, como essa habilidade é utilizada para impulsionar iniciativas inovadoras, quem são os grandes futuristas da atualidade e quais técnicas eles usam para antecipar o futuro. Aproveite a leitura!

O que é futurismo

Futurismo (ou foresight, como é chamado em inglês) é uma disciplina que analisa situações do presente para antecipar, acelerar e influenciar o futuro. A ideia é formular cenários prováveis para ajudar o planejamento e a tomada de decisões.

O futurismo não é uma ciência exata - e nem poderia ser, não é mesmo? Com isso, essa disciplina busca entender os movimentos e as transformações a fim de proporcionar um vislumbre das possibilidades plurais que o futuro apresenta. Por esse motivo, o futurismo busca identificar tendências e fenômenos, e não dar uma única resposta sobre como o futuro vai ser.

Nessa jornada, o futurismo é um campo de estudo interdisciplinar - isto é, reúne bases de várias outras áreas do conhecimento. O futurismo, portanto, mescla as ciências exatas, ciências sociais, design, filosofia e técnicas de gestão para projetar cenários futuros a partir de sinais do presente.

O termo “futurismo” foi criado na década de 1940 pelo professor alemão Ossip Flechtheim, com o objetivo de introduzir a ciência da probabilidade no desenvolvimento de cenários futuros. A partir de então, o futurismo se desenvolveu como uma nova disciplina acadêmica, ganhando novas ramificações e técnicas. Por isso, é importante reforçar: futurismo não é achismo.

Por que o futurismo é importante

Na prática, toda vez que sua cooperativa fica de olho nas tendências e se prepara diante das perspectivas que essas tendências indicam, ela já está fazendo um exercício de futurismo. Dessa forma, o futurismo é uma ferramenta para otimizar o planejamento dos negócios, encontrar oportunidades, identificar riscos e, consequentemente, atuar estrategicamente dentro desses cenários.

Por esse motivo, desenhar cenários futuros é importante para a estratégia dos negócios de todos os portes e atividades. O futurismo, então, é uma maneira de compreender quais caminhos adotar com base no estudo das tendências, em vez de apostar somente na intuição e na experiência.

Portanto, o futurismo tem o papel de evitar que o planejamento seja elaborado pensando somente no curto prazo.

“O futurismo é, assim, o instrumento que favorece as melhores tomadas de decisão no presente, que possibilitam a melhor criação de futuros para todos e cada um de nós, garantindo a nossa humanidade, diversidade e sustentabilidade”, defende a futurista Martha Gabriel.

Os papéis estratégicos do futurismo

O futurismo cumpre, ainda, uma série de papéis dentro do planejamento estratégico e da gestão da inovação. Essa disciplina possibilita que as cooperativas encontrem novos modelos de negócio que ainda estão começando a se desenvolver, assim como se antecipar às mudanças e incertezas do cenário econômico. As tendências de consumo também estão no escopo do futurismo.

Diante disso, a MJV Innovation destaca as três principais aplicações estratégicas do futurismo nos negócios:

  • Estudo de futuros: trata-se de antecipar transformações e planejar, de antemão, respostas efetivas às mudanças que se desenham no horizonte. Mesclando inteligência de dados e o desenvolvimento de cenários futuros, é possível entender melhor tendências sociais, econômicas e geopolíticas - e preparar os negócios para tais mudanças.
  • Gerenciamento de risco: o futurismo ajuda, ainda, na identificação de situações que podem representar riscos para os negócios. Portanto, os cenários futuros auxiliam a encontrar as ameaças que se aproximam.
  • Inovação antecipatória: pensar nas formas de antecipar a cooperativa perante as mudanças, com foco em tomar as melhores decisões frente aos cenários futuros e às incertezas atuais. Afinal, é preciso agir o quanto antes para que as mudanças sejam efetivas e capazes de gerar vantagem competitiva.

Futurismo e inovação

O futurismo não é apenas prever o que vai acontecer no futuro, mas também envolve influenciar e conduzir as mudanças. O desenvolvimento de cenários futuros é, assim, uma forma de guiar as inovações por meio da disrupção.

A ideia é construir e inovar dentro dos cenários de futuro identificados, usando essas percepções para a realização de iniciativas inovadoras com capacidade de influenciar esses contextos.

Em um mercado dinâmico e competitivo, há cada vez menos tempo hábil para desenvolver novas soluções, produtos e serviços. Os cronogramas apertados exigem que as novas ideias mirem no futuro, e não no agora. Por esse motivo, o futurismo se tornou uma ferramenta valiosíssima para os negócios que buscam a inovação constante.

No mercado atual, a capacidade de antecipar tendências e necessidades dos consumidores é imprescindível. A inovação, então, surge para suprir essas novas demandas identificadas pelo futurismo.

Futurismo e ambidestria organizacional

Em nosso artigo sobre as principais tendências que se tornaram realidade em 2022, falamos sobre a ambidestria organizacional. Trata-se de um conceito que descreve a importância de equilibrar as inovações que dão sustentação aos negócios no presente ao mesmo tempo em que a cooperativa fica de olho nas possibilidades de inovação que se apresentam para o futuro, explorando tendências e oportunidades.

Dessa forma, o futurismo é um elemento importante para a efetividade da ambidestria organizacional. Uma vez que um dos pilares dessa ideia é a inovação a longo prazo, o desenvolvimento de cenários futuros é imprescindível para a ambidestria organizacional.

A inovação a longo prazo, afinal, precisa já está sendo feita no agora. Não dá para esperar o futuro chegar sem estar preparado para as mudanças. Com isso, o futurismo é uma ferramenta para identificar os caminhos que irão direcionar a inovação no longo prazo e apontar as direções em meio à transformação digital.

Quem prevê o futuro: o que é um futurista?

“O futurista é alguém que estuda resultados futuros usando sinais do presente”. Essa é a definição de Amy Webb, uma das maiores futuristas da atualidade, sobre a sua função.

Essa ideia do que é um futurista leva em conta a origem do futurismo: a ficção. O escritor H.G. Wells, autor de obras como A Máquina do Tempo, foi o grande precursor do futurismo moderno ao desenvolver uma técnica que ele chamou de “escrita preditiva”. À frente iremos falar mais sobre a ficção especulativa no futurismo.

Com o passar do tempo, os futuristas foram desenvolvendo novas técnicas, absorvendo as novas tecnologias e fazendo uso dos dados para antecipar os cenários futuros. Há futuristas, como Amy Webb, que estudam mudanças tecnológicas e sociais mais amplas e gerais, enquanto outros grupos se especializam em determinados temas ou indústrias.

Os grandes futuristas da atualidade

O futurismo se tornou uma prática importante para o planejamento estratégico de muitos negócios. Com isso, uma série de profissionais ganhou destaque nesse meio e têm suas análises respeitadas e levadas em consideração. Separamos, então, alguns dos principais futuristas da atualidade para acompanhar:

  • Amy Webb: fundadora e CEO do Future Today Institute, que produz relatórios anuais sobre tendências tecnológicas e realiza consultorias sobre mapeamento de cenários e construção de futuros. Além disso, Amy Webb protagoniza apresentações disputadas, nas quais discorre sobre suas predições - como no caso do festival South By Southewst (SXSW).
  • Scott Galloway: outro a marcar presença no SXSW, Galloway é professor na New York University e conhecido por suas previsões certeiras. Seu foco está, majoritariamente, no mercado de tecnologia.
  • Genevieve Bell: antropóloga cultural e futurista mais conhecida por seu trabalho na interseção de práticas culturais e desenvolvimento de tecnologia. Ela é diretora do Instituto de Inovação de Autonomia, Agência e Garantia (3Ai), que alia a análise de dados e a Inteligência Artificial ao futurismo.
  • Jaqueline Weigel: referência do Brasil no tema, faz parte da equipe estratégica da W Futurismo, uma consultoria que se dedica a explorar sinais de mudança para construir visões de futuro e, assim, apoiar o planejamento estratégico das organizações. 

Ficção especulativa: prevendo o futuro com a arte

Como vimos, um dos grandes precursores do futurismo foi um escritor de ficção. Neste artigo, aqui no InovaCoop, também explicamos que a ficção é um meio de construir narrativas e cenários de futuro para antecipar tendências. A escritora Margaret Atwood entende que a ficção especulativa existe como um reflexo do mundo real.

A autora explica que a ficção especulativa é a construção ficcional de um futuro palpável de acordo com as tendências tecnológicas, culturais e sociais correntes. Isto é: tem muito a ver com o futurismo em sua jornada de interpretar o futuro a partir de pistas do presente.

Além disso, os negócios também podem tirar lições da ficção especulativa para antecipar tendências do ambiente de negócios. Há, inclusive, consultorias especializadas atuando nesse setor que atendem grandes nomes da economia global. É o caso, por exemplo, da Experimental.Design.

Contratada pela montadora Ford, a Experimental.Design elaborou um protótipo para a cidade do futuro, na qual os espaços são mais ocupados por pessoas, em detrimento dos carros. Ou seja: um cenário que representa um desafio para uma das líderes da indústria automotiva. Agora, então, a montadora pode se antecipar e inovar perante essas circunstâncias.

Técnicas de futurismo

Diante de tamanha importância de desenvolver cenários futuros a fim de potencializar o planejamento estratégico, o passo seguinte é: como identificar tendências e criar cenários futuros?

Bom, não existe uma única metodologia para isso, até mesmo por causa do caráter multidisciplinar do futurismo. Contudo, alguns fatores são imprescindíveis para fazer uma análise de predição. Assim, a Bits Academy desenvolveu uma metodologia que reúne as técnicas mais importantes para a análise de cenários futuros chamada Future Canvas.

A metodologia proposta se baseia em cinco pilares, que são:

1. Analisar os sinais fracos

Os sinais fracos são as pequenas mudanças que, muitas vezes, não são percebidas. De início, essas mudanças podem até parecer pouco relevantes mas, no longo prazo, são capazes de gerar grandes mudanças. Identificar os sinais fracos com antecedência permite a análise de futuros derivados dessas mudanças.

Para isso, uma sugestão é escanear o ambiente de negócios buscando identificar os sinais fracos, assim como as soluções para tirar proveito do que eles indicam. Isso pode ser feito por meio de pesquisas de mercado, conversas com clientes, gestores e outros públicos de interesse.

2. Verificar as consequências dos sinais fracos

Depois de identificar os sinais fracos, é hora de entender quais são as suas consequências. Para isso, faça uma reunião para que a equipe possa apresentar ideias e conjecturas sobre os impactos das mudanças. Esses impactos vão gerar outras consequências, como se fosse uma cascata, que também devem ser consideradas.

3. Analisar o contexto em que as pequenas mudanças estão ocorrendo

O contexto das mudanças deve ser avaliado levando em consideração uma série de fatores:

  • Social: estilos de vida, demografia, valores, comportamento;
  • Tecnológico: inovação, transporte, comunicação, energia;
  • Econômico: taxa de juros, comércio, economia, inflação, subsídios, emprego;
  • Ambiental: poluição, comida, fatores climáticos;
  • Política: estabilidade, sindicatos, políticas fiscais, grupos de pressão.

Todas essas áreas são afetadas pelas mudanças. Neste passo, a ideia é obter uma visão ampla sobre o cenário futuro.

4. Entender quais são as tendências

Tendências são padrões que têm um grande potencial de impacto. A Bits Academy as divide em 4 grupos:

  • Megatendências: movimentos que levam décadas até que estejam consolidados, mas são certezas. Geralmente, têm a ver com forças macroeconômicas.
  • Macrotendências: ocorrem em um contexto amplo, globalizado, e duram entre 5 e 10 anos.
  • Microtendências: têm menor duração do que as macrotendências e ocorrem a todo momento de maneira mais localizadas. São, também, rapidamente substituídas.
  • Modas: ganham popularidade rapidamente, mas somem na mesma velocidade. Bastante presentes nas mídias digitais.

5. Desenhar os cenários futuros

Neste ponto, há uma gama de possibilidades de cenários futuros que devem ser levados em conta:

  • Absurdos: cenários que no momento parecem impossíveis e, provavelmente, nunca vão ocorrer.
  • Possíveis: cenários que podem ocorrer, com base em algum conhecimento futuro que ainda não possuímos, mas que poderíamos ter algum dia.
  • Plausíveis: são os cenários que poderiam acontecer com base no conhecimento atual e compreensão de como o mundo funciona hoje.
  • Projetados: cenários que mantêm a atual conjuntura. Ou seja, a projeção do futuro se nada mais mudar.
  • Prováveis: aqueles cenários que, provavelmente, acontecerão, de forma que é possível prevê-los com base em tendências atuais.
  • Desejáveis: os únicos cenários em que o juízo de valor é aplicado. A ideia é imaginá-los para identificar o futuro desejado a partir de nossos próprios valores.

Conclusão

O processo de inovação passa pela antecipação das tendências e dos cenários de futuro. Dessa forma, as iniciativas inovadoras podem se integrar mais eficazmente no planejamento estratégico e na gestão da inovação.

Por esse motivo, é importante estar sempre de olhos abertos para os sinais de mudanças e as perspectivas para o futuro. As técnicas de futurismo ajudam a antecipar as tendências e estar sempre um passo à frente.

O InovaCoop tem um curso online de pesquisador de tendências voltado ao cooperativismo. Desenvolvido em parceria com a Descola, o curso ensina a olhar para cenários e contextos de uma forma estratégica, para te ajudar a mapear tendências a partir de mudanças sociais, de produtos ou de comportamentos.

<p>A inovação é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento social e bem-estar das comunidades. Entenda o que é inovação social, veja como ela se relaciona com o cooperativismo e conheça exemplos </p>

Inovação social: quando novas ideias beneficiam a sociedade

A inovação é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento social e bem-estar das comunidades. Entenda o que é inovação social, veja como ela se relaciona com o cooperativismo e conheça exemplos


A inovação não diz respeito somente ao sucesso no mundo dos negócios. Ela também é uma ferramenta poderosa para promover o desenvolvimento social e ambiental. Essa ideia é tão forte que tem até nome: é a inovação social. Vamos conhecê-la?

A OCDE descreve a inovação social como o desenvolvimento e a implementação de novas soluções com o fim de melhorar o bem-estar de indivíduos e das comunidades. Além disso, a inovação social envolve evoluções em conceitos, produtos ou transformações organizacionais. Isto é: a inovação em benefício da sociedade.

Em meio ao crescimento da agenda ESG, a inovação social também vai ganhando protagonismo. O “S”, afinal de contas, diz respeito justamente à responsabilidade social, fator cada vez mais valorizado por mercado, reguladores e consumidores. Isso atua como um impulso para o surgimento de iniciativas de inovação social.

No mais, o social e o ambiental também andam juntos. Por isso, iniciativas com foco na preservação ambiental afetam diretamente a vida das pessoas e a sociedade como um todo e, portanto, também integram a inovação social. A demanda dos consumidores e dos mercados pela atenção às pautas ESG impulsiona iniciativas de inovação social.

Papel do cooperativismo na inovação social

O cooperativismo é um dos grandes responsáveis pelos avanços na inovação social. Afinal, o cooperativismo consegue direcionar o capital em prol de iniciativas que prezam pelo bem-estar e desenvolvimento das comunidades - inclusive na hora de inovar.

O papel social do cooperativismo é marcante. As cooperativas agropecuárias do Brasil, por exemplo, têm um enorme protagonismo na jornada pela segurança alimentar em todo o mundo. Sendo assim, as inovações no Ramo têm um forte potencial de impacto social tanto para seus cooperados quanto para a sociedade.

O cooperativismo também é um ator no combate às mudanças climáticas e, inclusive, marcou presença na COP27, a conferência do clima organizada pelas Nações Unidas. No Radar da Inovação, por exemplo, contamos a história da parceria entre Certel e Sicredi em prol da produção de energia limpa e renovável. Além disso, podemos destacar as iniciativas de cooperativas como a MinasCoop Energia, Cocamar, Cooplana e da Fundação Coopercitrus Credicitrus.

O sistema OCB também atua em prol da inovação social. É o caso, por exemplo, do NegóciosCoop, um marketplace cooperativo criado para impulsionar a intercooperação durante a pandemia de Covid-19., ajudando muitas cooperativas a fazer negócios e levar desenvolvimento para suas regiões e cooperados. Há também uma há iniciativa institucional chamada Cooperação Ambiental, na qual você tem acesso a tudo que vem sendo realizado pela instituição na temática.


Inovação social na prática

Inovação social significa criar sistemas em que o ganho é de todos - sobretudo da sociedade. OU seja: uma lógica sustentável a longo prazo que produz novas ideias almejando construir um mundo melhor. Veja alguns exemplos para entender a inovação social:

  • Rede Nossas Cidades: criada em 2011, surgiu para mobilizar pessoas em prol de melhorias nas cidades brasileiras. Ao todo, a iniciativa já reúne mais de 170 mil pessoas em ações virtuais e presenciais. Nela, qualquer pessoa pode começar uma mobilização, além de apoiar iniciativas de outras pessoas.
  • Colab: eleito o melhor app urbano no mundo, em 2013, pela New Cities Foundation, trata-se de uma rede social com foco na cidadania. Ele faz o meio-de-campo entre cidadãos e cidades, aproximando as pessoas e os gestores públicos.
  • Khan Academy: sem fins lucrativos, seu objetivo é disseminar a educação por meio de cursos gratuitos para todos os perfis. Há aulas de diversas disciplinas e graus de complexidade disponibilizados gratuitamente.
  • Catarse: a plataforma de financiamento coletivo mostra que a inovação social também pode ser um bom negócio. O serviço já ajudou a viabilizar quase 20 mil projetos de diversas áreas, fortalecendo a relação entre artistas e público. 

Em meio ao surgimento de iniciativas de impacto social, até mesmo premiações de sustentabilidade começaram a apreciar o tema. Vamos, então, contar a história da MapBiomas, uma iniciativa brasileira calcada na colaboração e premiada internacionalmente.

MapBiomas: colaboração brasileira ganha prêmio de inovação social

Em cerimônia realizada em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, o brasileiro Tasso Azevedo foi premiado como um dos Inovadores Sociais do Ano. Azevedo é engenheiro florestal, cofundador e coordenador do MapBiomas, uma rede colaborativa que incentiva a gestão sustentável e o combate às mudanças climáticas.

Ao todo, 16 lideranças socioambientais foram premiadas pela Fundação Scwhab. Os critérios levam em conta a abordagem inovadora das iniciativas e o seu potencial de impacto global. A cerimônia aconteceu no dia 17 de janeiro. Outros dois representantes da MapBiomas também foram reconhecidos: a coordenadora científica Julia Shimbo e o coordenador técnico Marcos Rosa.

Azevedo evidencia que a inovação não tem o seu papel restrito à competitividade no mundo dos negócios. Pelo contrário - a mentalidade inovadora tem muito a contribuir para também tornar o mundo mais sustentável e um lugar melhor para todos.

Como o MapBiomas inova

O MapBiomas foi laureado dentro de uma nova categoria da premiação a de Inovação Social Coletiva. Assim, a novidade na premiação foi elaborada a fim de dar uma maior visibilidade a iniciativas de cooperação e impacto coletivo na transformação social. Em sua estreia, a categoria premiou cinco iniciativas, dentre as quais o projeto liderado por Tasso Azevedo.

O projeto é formado por uma rede colaborativa que contempla ONGs, universidades e startups de tecnologia que atuam em conjunto com o propósito de usar a tecnologia e a ciência para revelar as transformações ambientais no território brasileiro. Para isso, o MapBiomas foca em:

  • Produzir mapeamentos anuais da cobertura e uso do solo;
  • Monitorar mensalmente a superfície de água e cicatrizes de fogo;
  • Validar e elaborar relatórios para cada evento de desmatamento detectado no Brasil.

O MapBiomas foi fundado em 2015 visando gerar mudanças sistêmicas por meio de novas ferramentas e da inovação. Tasso Azevedo explicou assim:

“O acesso livre a informações e dados atualizados, históricos e de qualidade sobre o uso e cobertura da terra é premissa para a implantação de políticas públicas, combate ao desmatamento e para a atuação responsável de empresas. Hoje qualquer pessoa com acesso à internet tem condições de verificar o que está acontecendo em todo o território nacional”.

A premiação

O prêmio para inovadores sociais é uma realização da Fundação Schwab em parceria com o Fórum Econômico Mundial e é dividido em cinco categorias:

  • Empreendedor social
  • Intraempreendedor social público
  • Intraempreendedor social corporativo
  • Inovação social coletiva
  • Líder mentor da inovação social

Ao anunciar os vencedores, Hilde Schwab, presidente da fundação, disse que “os Inovadores Sociais de 2023 representam uma geração de líderes de mudança social e ambiental que demonstram que modelos inovadores de cooperação e atuação intersetorial são essenciais para avançarmos diante dos complexos desafios que enfrentamos”.

Além do MapBiomas, a premiação também laureou, por exemplo, um empreendedor nigeriano que apoia os negócios de pequenos agricultores e um pioneiro no conceito de “contratação aberta”, que que ajuda desempregados na busca por trabalhos sem barreiras como a verificação de antecedentes criminais. Veja todos os vencedores do ano neste link.

Conclusão

"Problemas complexos não podem ser resolvidos por organizações isoladas. Os premiados deste ano mostram novos modelos de colaboração entre setores usando tecnologia inovadora, recursos e conhecimentos compartilhados". Essa é a avaliação de François Bonnici, diretor-executivo da Schwab e chefe de inovação social do Fórum Econômico Mundial.

Isto é: a cooperação é um fator-chave para o desenvolvimento da inovação social- e a inovação social já está na raiz do cooperativismo.

E aí na sua Coop? Iniciativas de Inovação social estão no radar?

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