Topbar OCB

<p>A cultura de <em>startups</em> chegou no campo: conheça as <em>agritechs</em> e veja como e como elas se relacionam com o cooperativismo!</p>

Agritechs promovem a revolução no campo em parceria com o cooperativismo

Cooperativas se aliam a startups voltadas ao agronegócio para inovar e modernizar a produção 


O agronegócio brasileiro está entre os maiores do mundo. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entre 2002 e 2022, o PIB agrícola do Brasil passou de US$ 122 bilhões para US$ 500 bilhões. Isso coloca o Brasil atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Nesse contexto, as agritechs atuam como motor da inovação e produtividade.

Em 2022, cerca de um quarto do PIB nacional teve origem no agronegócio, conforme indica estudo do Cepea Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Isso faz do setor, mais uma vez, um dos principais motores da economia nacional.

Esse cenário mostra como o agronegócio brasileiro é gigante e extremamente relevante. Com uma rede ampla e complexa de atores. Diante do crescimento expressivo na demanda mundial por alimentos, o setor se viu na necessidade de inovar ao adotar soluções tecnológicas para obter eficiência produtiva e manter a competitividade.

A nova agricultura

Assim, nos últimos anos, a transformação digital chegou ao agronegócio. Esse movimento ficou conhecido como Agricultura 4.0, potencializando a capacidade produtiva do setor através de tecnologias que modernizam o campo e otimizam a produção e a gestão agrícola. Isso, então, ajuda o produtor a se manter competitivo no mercado.

Mas não só isso. A transformação digital no campo surge também a partir das demandas sociais e ambientais, tornando imprescindível a adoção de tecnologias inovadores a fim de ser ambientalmente sustentável. Além disso, o setor está intrinsecamente ligado à questão da segurança alimentar e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Em meio à onda de transformação digital no campo e às demandas sociais ambientais, surgiram novas startups agros chamadas de agritechs. Vamos, a seguir, apresentar o que são essas empresas e qual é sua importância para a inovação no campo. Boa leitura!

Agritechs e inovação

Em resumo, agritechs são startups voltadas para o agronegócio. O termo é um acrônimo de “tecnologia agrícola” em inglês. Através da aplicação de novas tecnologias em diferentes etapas da produção agrícola, essas empresas atuam em diversas soluções inovadoras para o campo, buscando a produtividade e sustentabilidade.

Da necessidade de conquistar crédito, à criação de ferramentas de gestão, combate às pragas, de monitoramento ambiental, entre outras, as agritechs buscam responder aos desafios econômicos, sociais e ambientais.

Por isso, as agritechs são tão importantes para a inovação no agronegócio. Diante das novas exigências do mercado, o agronegócio não pode ignorar as questões ambientais e sociais. Tem-se, portanto, nas agritechs, a principal fonte de transformação digital que considera práticas alinhadas à agenda ESG (Environmental, Social and Governance), por exemplo.

Panorama e crescimento das agritechs

As agritechs não param de crescer no Brasil. No Brasil, de 2017 a 2021, foram investidos cerca de 264 milhões de dólares em agritechs, conforme aponta estudo do Distrito, um dos maiores hubs de inovação do país. Em 2021, foram 126 milhões de dólares, o dobro do valor aportado em 2020.

Em 2022, 43% das agritechs alcançaram um faturamento superior a R$ 1 milhão, sendo que 11% desse total faturaram mais que R$ 5 milhões. Além disso, uma em cada três agritechs já exportam seus produtos. Os dados são do Radar Agtech Brasil 2022, um levantamento feito pela Embrapa, o HomoLudens, a SP Ventures e o Sebrae.

O Radar identificou 1.703 agritechs, concentradas, na maior parte (87%), nas regiões Sudeste (61,4%) e Sul (25,6%) do País. O estado de São Paulo abarca o maior número de agritechs, com 47,0% do total nacional. Veja a tabela a seguir:

Essa distribuição geográfica aponta para um fortalecimento do ecossistema das agritechs brasileiras. Na comparação com anos anteriores, 2022 mostrou uma leve tendência de desconcentração do Sudeste e um avanço na região Nordeste. Ainda segundo o levantamento, 14,2% das agritechs atuam antes da fazenda, 41,4% dentro da fazenda e 44,4% depois da fazenda. Entenda:

  • Antes da fazenda: envolve ações necessárias antes de começar a produção, como adquirir crédito, insumos ou equipamentos.
  • Dentro da fazenda: trata-se de atividades de produção agropecuária em si, como a gestão da propriedade rural, água, insumos e planejamento.
  • Depois da fazenda: inclui as atividades de distribuição, logística, processamento, embalagem, venda no atacado e no varejo e consumo.

Outro dado a ser considerado envolve a busca por profissionais especializados em tecnologias digitais voltadas ao agronegócio. Segundo a Agência Alemã de Cooperação Internacional, as agritechs pretendem gerar aproximadamente 178 mil vagas para esses profissionais. No entanto, o mercado possui atualmente apenas 32,5 mil pessoas qualificadas para ocupar essas vagas. Isso dá cerca de cinco vagas para apenas um candidato.

Futuro das agritechs

As agritechs são o futuro do agro. Assim, é preciso estar atento ao que esse futuro aponta, se preparando para acolher novas ideias e estar disposto para enfrentar os desafios impostos. Para isso, é importante que o campo não seja intransigente, a fim de estar alinhado ao que o ambiente político, econômico e social pede.

Segundo o Radar Agtech Brasil 2022, um dos pontos que merecem atenção no futuro das agritechs é a tendência de intensificação no uso de tecnologias sustentáveis. As agritechs acreditam que o uso de bioinsumos, da economia circular e outras práticas de sustentabilidade serão fortalecidas em um futuro próximo, sobretudo as alinhadas ao ESG.

Quanto aos desafios, o Radar aponta para a lenta instalação da rede 5G no Brasil, a dificuldade de acesso a financiamento público ou privado e a necessidade de cooperação entre os diversos atores de forma mais frequente e efetiva. Além disso, como apontado, há alta demanda por profissionais especializados a ser atendida.

As novas tecnologias no campo

A aplicação de tecnologias no campo abrange um cenário amplo. De acordo com uma pesquisa conjunta da Embrapa, Sebrae e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), 84% dos agricultores brasileiros já usam ao menos uma solução digital para apoiar a produção agrícola.

Entre as soluções tecnológicas utilizadas pelas agritechs, estão o uso dos avanços na robótica, na conexão 4G/5G, e o uso da Inteligência Artificial e de drones.

  • Inteligência Artificial: a IA é importante para a realização de mapeamentos e análises precisas, gerando previsibilidade e, consequentemente, a redução de custos. Além disso, junto com o desenvolvimento da robótica, permite criar maquinários autônomos.
  • Robótica: o desenvolvimento da robótica e da IA permite criar robôs sofisticados, com autonomia para entenderem o contexto apresentado e tomar decisões independentes, ajudando em operações automatizadas, como colheita, poda, capina, separação e processamento de produtos agrícolas primários.
  • 4G/5G: em um cenário de IoT - Internet das Coisas, a integração de tecnologias e dados em tempo real torna-se imprescindível. A conexão 4G e, mais especificamente, a 5G permitem que essa troca de informações seja mais efetiva, facilitando a operação com equipamento como drones, por exemplo.
  • Drones: através do uso de sensores e softwares de processamento de imagens, a utilização de drones em áreas agrícolas traz vantagens em todas as etapas da produção. É possível realizar demarcações de áreas e detectar falhas no plantio, monitorar o desenvolvimento da lavoura, identificar pragas e dessa forma reduzir custos de pulverização com o aumento na eficiência das aplicações, e até mesmo utilizar da ferramenta como um pulverizador, alcançando áreas de difícil acesso e garantindo que não haverá perdas por pisoteio de maquinário.  

O cooperativismo e seu papel na implementação e difusão de inovações tecnológicas para o setor agropecuário

O cooperativismo é um dos grandes responsáveis pela inovação no setor agropecuário brasileiro. Vejamos, então, exemplos de cooperativas que se conectaram com agritechs em busca de usar a tecnologia para impulsionar a produtividade e a qualidade.

Aurora: com agritech, coop reduz aplicação de defensivos

Na região Sul do Brasil, a Cooperativa Vinícola Aurora criou um sistema de sensores que monitoram a propensão de surgimento de doenças em suas videiras, permitindo, assim, a otimização do uso de fungicidas.

Em conjunto com a Embrapa e a startup Jahde Tecnologia, a cooperativa desenvolveu o CROPS, sistema que avalia o risco de míldio nas videiras. Esse é um dos principais vilões fúngicos das lavouras, trazendo prejuízo tanto para a produção quanto para as finanças.

O sistema coleta dados climáticos e ambientais e os envia para um processador de dados da Embrapa, que os interpreta e faz as mensurações sobre a predisposição de desenvolvimento do fungo na lavoura. Assim, os produtores são avisados pelo celular, através do aplicativo do CROPS, e podem agir preventivamente para proteger a produção.

O sistema permite, dessa maneira, reduzir o uso de defensivos na lavoura, aplicando-os somente em casos indispensáveis. Dessa forma, os produtores conseguem videiras mais produtivas e saudáveis e reduzem os custos com as aplicações de defensivos.

Cooxupé: mapeamento de solo para agricultores

Para implementar a chamada agricultura de precisão é preciso realizar o mapeamento e monitoramento contínuo sobre o solo. Nesse objetivo, o desafio do produtor, muitas vezes, é a necessidade de grandes investimentos em tecnologia e qualificação de mão de obra.

Nesse contexto, a Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), em parceria com a agritech Quanticum e o IFSuldeMinas (Instituto Federal do Sul de Minas Gerais), criou o projeto “Sustenta Mais: Agricultura Regenerativa”.

O objetivo do projeto é, através de tecnologias de baixo custo, mapear a saúde do solo em fazendas dos cooperados Isso permite que o pequeno produtor consiga fazer análises mais ricas para a tomada de decisão, visando à preservação do solo.

Ao todo, o projeto pretende mapear a saúde do solo em 80 fazendas, totalizando 10 mil hectares de lavouras de café. Em 2022, o “Sustenta Mais: Agricultura Regenerativa” venceu a categoria Inovação do Programa Coopera Mais, da Bayer, recebendo um aporte de R$ 1,5 milhão da multinacional, além de consultoria especializada.

Conclusão: o agro é tech - ou melhor, agritech

A adoção dos avanços tecnológicos no agronegócio para potencializar a inovação no campo é um caminho sem volta. As agritechs representam o maior exemplo desse movimento indispensável frente não somente às necessidade do produtor, mas também às demandas sociais e ambientais.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), até 2050, o planeta terá 9,6 bilhões de pessoas consumindo aproximadamente 30 bilhões de refeições diárias. Isso significa que a produção mundial de alimentos terá que crescer aproximadamente 70% para atender toda a essa demanda.

As agritechs possuem um papel primordial diante desse cenário: encontrar soluções inovadoras para um futuro desafiador. Exemplos de que é possível não faltam.

As startups podem ser aliadas poderosas para a inovação no cooperativismo. Confira, então, o guia prático Inovação Aberta: Como se relacionar com startups. Veja quais são as relações, os benefícios e as técnicas para inovar junto com startups e fomentar o cooperativismo!

<p>Da criatividade à colaboração, veja quais são as características da mentalidade inovadora. </p>

Soft skills: conheça 8 habilidades que impulsionam a inovação

Para inovar, só conhecimento não basta. Veja quais habilidades emocionais e sociais são imprescindíveis nessa jornada 


Em um mundo cada vez mais complexo e instável, ter uma equipe qualificada para inovar requer algo além da habilidade técnica adquirida nas salas de aula. Nesse cenário, um time capaz de lidar com circunstâncias imprevistas e com diferentes emoções ao mesmo tempo é essencial para que uma ideia se torne realidade.

Por isso, as soft skills são imprescindíveis na formação profissional. Diferente das hard skills, que estão relacionadas ao aprendizado técnico, como a habilidade com uma ferramenta, as soft skills têm a ver com o comportamento humano, desenvolvido ao longo das vivências e experiências pessoais.

As soft skills envolvem competências emocionais e sociais, como a boa comunicação, ter empatia, ser resiliente, possuir pensamento crítico, entre outras. A boa notícia é que mesmo quando o profissional não tem essas habilidades, ele pode desenvolvê-las, gerando benefícios para o indivíduo e também para quem está à sua volta.

Possuir essas habilidades interpessoais tornou-se tão importante que, segundo um levantamento realizado pelo LinkedIn em 2019, as soft skills são relevantes para 92% dos recrutadores e 89% dos entrevistados destacaram que a falta de habilidades comportamentais são o principal motivo para não serem contratados.

Qual a importância das soft skills para a inovação

Inovar envolve habilidades humanas que vão além do conhecimento puramente técnico. Processos, metodologias, tecnologias, tudo isso é importante, mas, a pergunta é: onde nasce a capacidade de inovar?

Segundo a professora de Psicologia da Inovação Fernanda Furia, o processo de inovação começa na mente humana. Por isso, habilidades interpessoais como as soft skills são importantes. Afinal, as habilidades emocionais requeridas para inovar têm a ver com atitude, visão de mundo e comportamentos que não dependem, necessariamente, das hard skills.

Portanto, desenvolver as habilidades interpessoais é fundamental para o processo de inovação. Por meio da criatividade e da resiliência é possível destravar caminhos para a inovação, em um mundo que exige a reinvenção constante das organizações e profissionais.

8 soft skills fundamentais para a inovação

Inovação implica explorar a criatividade, resolver problemas e transformar negócios. A seguir, vamos conhecer oito soft skills essenciais para inovar.

1. Criatividade

Com tantas transformações em diversos setores da sociedade, torna-se importante fugir do habitual. Por isso, a criatividade é importante para as empresas vencerem os desafios apresentados pelo mercado.

Quando falamos em inovação, a criatividade é logo uma das primeiras habilidades a ser relacionada. A criatividade envolve ter uma ideia a partir da imaginação; a inovação é a prática dessa ideia, é torná-la concreta.

Para desenvolvê-la, é preciso expandir os horizontes. Recomenda-se o consumo de conteúdo de áreas, fontes, pontos de vista diferentes, aprofundando-se, além da sua área de formação, em conteúdos multidisciplinares. Participar de dinâmicas em grupo para compartilhar ideias, referências e testar possibilidades, também é importante.

No CapacitaCoop, a plataforma de ensino à distância do cooperativismo brasileiro, você encontra um conteúdo especial para desenvolver a criatividade: o curso Criatividade e Inovação. Nele você aprende os conceitos de criatividade e como desenvolvê-la, entende as etapas do design thinking e conhece as novas tecnologias que as empresas têm adotado para gerar inovação.

2. Autogestão

A autogestão é a capacidade de definir sua própria rotina de trabalho de forma a realizar diferentes tarefas, sempre respeitando prazos e metas. Por isso mesmo essa habilidade está relacionada à organização pessoal.

Ter autogestão é importante para desenvolver a autonomia e independência profissional, principalmente em situações em que é preciso tomar decisões ágeis e que não dependam de um superior hierárquico.

Além disso, profissionais que possuem a capacidade de autogestão têm autonomia para tomar iniciativas. Isso gera situações mais propícias para expandir a criatividade e pensar em soluções inovadoras sem medo.

3. Destreza organizacional

A organização é uma habilidade indispensável no processo de inovação. Organizar demandas, prioridades, cronogramas, equipes, e até mesmo o material de serviço, facilita o fluxo de trabalho e dá maior segurança diante de momentos imprevistos.

A destreza organizacional também afeta positivamente a produtividade, uma vez que gera economia de tempo e dificulta a ocorrência de erros. Ter um planejamento semanal, por exemplo, ajuda a não ficar perdido em meio a muitas tarefas.

4. Pensamento crítico para tomada de decisão

O pensamento crítico está relacionado à capacidade de pensar racionalmente e de forma clara, realizando conexões entre diversos pontos de um mesmo problema. Assim, pensar criticamente é uma habilidade que abre caminhos para soluções inovadoras e essencial para quem planeja estar à frente.

Através do pensamento crítico, a tomada de decisão torna-se mais assertiva. A habilidade de tomar decisão é importante para a resolução de problemas de maneira ágil, mas com sabedoria, de forma embasada, sem medo de pôr em prática o que se pretende.

Nesse sentido, o pensamento crítico permite definir o problema central e a desenhar a melhor tomada de decisão para solucioná-lo. No curso Resolução de Problemas Complexos, você pode explorar essa habilidade através de técnicas e ferramentas da Teoria da Mudança.

Além disso, a tomada de decisão pode envolver uma série de negociações necessárias. No curso Negociação e Processos Decisórios, você desenvolve uma visão sistêmica e ampla do processo de negociação, além de habilidades para agir estrategicamente e melhorar os impactos nos resultados das negociações.

5. Visão de futuro

Profissionais visionários geralmente tornam-se referência como líderes, capazes de inspirar, influenciar e direcionar as decisões de outras pessoas. Isso porque essa habilidade permite estar sempre à frente, se antecipando a possíveis ameaças e oportunidades.

Além disso, ter visão de futuro é ter espírito empreendedor, é saber onde quer chegar e como chegar lá. Um profissional com visão de futuro sabe identificar e aproveitar as chances de dar partida às mudanças, ideais e inovações que causarão impacto.

Nesse sentido, é preciso sair da zona de conforto e ter coragem para agir. Para isso, um bom planejamento fará toda a diferença. Na CapacitaCoop, o curso Pesquisador de Tendências ajuda você a identificar e mapear tendências que podem influenciar no desenvolvimento dos negócios de sua cooperativa.

6. Capacidade de aprendizado e adaptabilidade

O escritor e futurista norte-americano Alvin Toffler disse uma vez que “o analfabeto do futuro não será aquele que não sabe ler e escrever bem, mas sim quem não consegue aprender, desaprender e reaprender”.

Em tempos em que mudanças e novidades surgem a todo tempo, a capacidade de aprendizado e adaptabilidade torna-se essencial para quem pretende estar em constante evolução. Sobretudo em um ambiente de inovação, onde ter resiliência diante de uma expectativa frustrada é crucial para não parar pelo caminho.

Inovar é não ficar parado no tempo. Empresas que ficam paradas no tempo desaparecem rapidamente. Por isso, estar aberto às novidades e agregá-las num processo de aprendizado e adaptação é sempre bem-vindo e indispensável à inovação.

7. Comunicação

Uma boa comunicação pode eliminar mal-entendidos e evitar conflitos que causam prejuízo e perda de tempo. Assim, é importante a capacidade de se comunicar de forma clara e direta, sempre com o cuidado de não gerar situações indigestas.

No trabalho em equipe, por exemplo, a comunicação é fundamental para a troca de ideias. Um ambiente propício para uma boa conversa, em que é possível falar e ser ouvido, e em que cada ponto de vista é considerado, potencializa a criatividade e facilita a busca por soluções inovadoras.

Entendendo a essencialidade dessa habilidade, a CapacitaCoop preparou um curso de Comunicação Assertiva. Lá você aprende a transmitir mensagens com clareza e assertividade, de maneira acolhedora e não agressiva, buscando alcançar os objetivos desejados.

Além disso, no curso Comunicação e Pensamento Crítico, você compreende o funcionamento e os fatores que influenciam o processo de comunicação organizacional, para se comunicar de forma ética e profissional. São duas ótimas oportunidades para desenvolver essa habilidade base do relacionamento interpessoal.

8. Colaboração e empatia

Ser colaborativo e empático são habilidades indispensáveis para a convivência entre pessoas que possuem diversas personalidades. Em um ambiente profissional, é comum que ocorram divergências, por isso é importante se colocar no lugar do outro, compreender as subjetividades de cada um e estar disposto a ajudar o próximo.

Uma equipe formada por diferentes personalidades, na verdade, quando bem administrada, possibilita abordagens e visões diversificadas, enriquecendo, assim, o processo de geração de ideias. Nesse sentido, a colaboração e a empatia estão diretamente ligadas à capacidade de viver em grupo e somar as potencialidades de cada um.

O desafio de escalar as habilidades interpessoais

Desenvolver habilidades interpessoais nem sempre é algo simples. Como dissemos, as soft skills são adquiridas com a vivência e, muitas vezes, você pode naturalmente se comunicar bem, mas não aprimorou sua autogestão, por exemplo.

Ainda assim, através do estudo e de estratégias, essas habilidades podem ser desenvolvidas. Um bom começo para isso é se inspirar em grandes líderes. A seguir apresentaremos alguns exemplos.

Exemplos de habilidades interpessoais de líderes de sucesso

Grandes líderes ao redor do mundo em diversas áreas, da política à arte, passando pela inovação, deixam bem evidente que soft skills são essenciais. Veja, então, alguns exemplos:

  • Martin Luther King: com discursos impactantes e poderosos, as falas de Martin Luther King são retomadas até os dias de hoje. Líder do movimento negro por direitos civis nos Estados Unidos, Martin Luther King é uma refrência de alguém com grande capacidade de se comunicar.
  • Barack Obama: através de uma oratória irrepreensível, o ex-presidente americano entrega discursos fortes e carismáticos. Ao falar, Obama sempre tem um tom solene, mas sem deixar de ser compreensível. Além disso, também é reconhecido como grande líder, por valorizar aqueles que serviram o país e impulsionar o desenvolvimento de sua equipe.
  • Steve Jobs: eis um exemplo de quem possuía diversos soft skills. Jobs era criativo, detalhista, persistente e sabia tomar decisões importantes e possuía visão de futuro. Foi assim que ele criou a Apple, imaginando um mundo tecnológico que ainda nem existia e impondo padrões de alta qualidade para seus produtos. Veja mais sobre a estratégia de inovação da Apple com nosso e-book!
  • Papa Francisco: uma das soft skills mais evidentes no Papa Francisco é a sua flexibilidade. Diante das mudanças exigidas pela contemporaneidade à Igreja Católica, como as questões envolvendo a homossexualidade e a educação sexual nas escolas, o Papa traz a Igreja Católica para o debate público desses temas e ainda consegue atrair o público mais jovem.
  • Rihanna: uma das maiores cantoras da atualidade, Rihanna também é uma empreendedora. Com a proposta de quebrar o padrão comercial, a artista lançou sua marca de maquiagem, outra de roupas de luxo, a Fenty, e uma terceira, a Savage x Fenty, de lingerie. Um grande exemplo de quem tem visão de futuro e não se acomoda.

Como aplicar as habilidades interpessoais na prática

Para pôr as habilidades interpessoais em prática é recomendado, primeiro, identificar quais das suas soft skills possuem retornos positivos. Isso é importante porque pode encorajar e motivar seu desenvolvimento.

Ademais, também é preciso saber quais habilidades ainda precisam ser desenvolvidas e quais são as mais urgentes. Assim, é possível fazer uma boa gestão do tempo e planejar como alcançar um bom desempenho nas soft skills mais deficitárias.

Nesse momento, os feedbacks serão essenciais para mapear seu desenvolvimento. Conte com amigos, colegas, professores e familiares. Pode haver, por exemplo, a troca de ideias e experiências com quem possui habilidades diferentes de você.

Vale ressaltar que é importante que haja uma atmosfera de incentivo e encorajamento para o desenvolvimento das habilidades interpessoais no trabalho. Para tanto, é necessário que exista o esforço conjunto do setor de Gestão de Pessoas, dos líderes e do próprio profissional, que deve estar aberto a feedbacks positivos e negativos.

Conclusão

Para além do uso de tecnologias e técnicas modernas, falar em inovação é falar em habilidades essencialmente humanas, capazes de encorajar e desenvolver soluções criativas e inovadoras para os mais diversos desafios gerados pelas mudanças e transformações constantes na sociedade.

Para estabelecer uma cultura de inovação, é necessário entender os mecanismos do comportamento humano e do processo mental, pois, como vimos, a inovação começa na mente. Assim, é possível vencer as resistências psicológicas que travam as mudanças e trazer o sentimento de confiança.

Além disso, é preciso praticar, ter experiências. Em geral, os cursos e especializações estão voltados, sobretudo, para o desenvolvimento das hard skills. Para que soft skills sejam desenvolvidas, é preciso pôr a mão na massa e usar metodologias ativas, como gamificação e aprendizagem baseado em problemas reais.

Um bom início de caminho é apresentado pelo curso Inovação - Primeiros Passos, em que você descobre como desenvolver a criatividade e definir um norte para iniciar a trajetória de inovação na sua cooperativa. Acesse!

<p><span style="color: rgb(0, 0, 0);">O comércio eletrônico não para de crescer e pode gerar oportunidades para a sua coop. Veja as opções e conheça exemplos do coop.</span></p>

Loja própria ou marketplace: qual a melhor alternativa para o e-commerce da sua coop?

Veja as diferentes modalidades de comércio eletrônico e conheça exemplos práticos do cooperativismo 


O comércio eletrônico caiu no gosto dos brasileiros. Dados da consultoria NielsenIQ Ebit indicam que, no país, o faturamento do e-commerce atingiu 262,7 bilhões de reais em 2022. Ou seja: as pessoas estão se sentindo seguras em comprar pela internet - e isso representa muitas oportunidades de negócios para para plataformas de e-commerce e marketplaces.  

O isolamento social proporcionado pela pandemia de Covid-19 contribuiu para a explosão do comércio eletrônico. Muita gente que não tinha o hábito de comprar pela internet precisou se adaptar às novas realidades do varejo. Mas agora, mesmo após o fim das restrições, o e-commerce não parou de crescer. 

Em 2022, a quantidade de compras feitas online teve um acréscimo de 8% na comparação com 2021. Ao todo, 109 milhões de brasileiros usaram serviços de e-commerce em 2022, 24% a mais do que no ano anterior. Isto é: o comércio eletrônico veio para ficar e o cooperativismo precisa estar atento às novas possibilidades.  

Comércio eletrônico e marketplace: o que são?  

Em suma, o termo “e-commerce” é uma abreviação de electronic commerce, ou seja, comércio que é realizado de forma on-line. As plataformas de e-commerce são, portanto, todas aquelas que realizam vendas pela internet. 

Há, assim, uma grande variedade de possibilidades para o comércio eletrônico. É possível vender online por meio de uma plataforma própria, dedicada somente aos produtos da sua cooperativa, como um site ou aplicativo. Nesse caso, a cooperativa fica responsável por administrar a plataforma como um todo. 

Dentro do e-commerce existem, também, os marketplaces. São plataformas que abrem dão suporte para que outras instituições vendam nela. É como se fosse um shopping center digital que conecta vendedores e compradores. O marketplace fornece a estrutura online para os varejistas que, em troca, pagam uma comissão sobre as vendas. 

Além disso, as redes sociais também se tornaram plataformas importantes para o comércio eletrônico. O WhatsApp desenvolveu até mesmo a sua própria solução de pagamentos digitais, o WhatsApp Pay. Instagram e Facebook também contam com plataformas próprias de vendas e anúncios para seus usuários.  

Tipos de e-commerce 

A depender do tipo de negócio de cada cooperativa, há diferentes tipos de e-commerce, em relação à natureza da transação. Esses são os principais, confira: 

  • B2B (Business to Business): ocorre quando a cooperativa vende para outros negócios - ou seja, outras pessoas jurídicas, como cooperativas, empresas mercantis, varejistas e afins. Geralmente, esse modelo possui transações maiores, o que exige um sistema mais robusto para processar os pagamentos. 
  • B2C (Business to Consumer): modelo adotado pelas cooperativas que vendem para o consumidor final. Representa a grande maioria dos e-commerces e marketplaces. 
  • C2B (Consumer to Business): é uma inversão do modelo de negócio tradicional, onde o consumidor coloca seu serviço à disposição de empresas. Plataformas de trabalho freelancer são baseadas nesse tipo de relação comercial.  
  • C2C (Consumer to Consumer): serviços que permitem a venda direta entre os consumidores. Brechós online e revenda de produtos usados se enquadram nessa categoria.  
  • S-commerce (comércio social): são as redes sociais que já possuem seu próprio espaço para loja virtual ou ferramentas para transações comerciais.  

Neste artigo, iremos conhecer as estratégias e plataformas de diversas cooperativas para vender pela internet e entender as vantagens e desvantagens das modalidades de e-commerce e marketplace. Boa leitura! 

Cooperativas no comércio eletrônico 

O e-commerce se tornou parte importante para o faturamento de muitos negócios. Assim, diversas cooperativas passaram a explorar uma gama de oportunidades dentro desse mercado. Vamos ver alguns exemplos! 

Torrefação Cooxupé desenvolve um e-commerce B2B 

A unidade de torrefação da Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé), de Minas Gerais, inovou com a implementação de uma plataforma digital para fazer negócios com varejistas, atacados e cafeterias de todo o Brasil. Portanto, a Cooxupé é pioneira entre as indústrias de café na disponibilização de uma plataforma de e-commerce B2B. 

A iniciativa faz parte de um processo de transformação digital nos negócios da cooperativa. Assim, Mário Panhotta da Silva, superintendente de Torrefação e Novos Negócios da Cooxupé, apontou que a implantação impõe desafios

“Tendo em vista que o grande objetivo é oferecer uma plataforma comercial que os clientes enxerguem valor. E, assim, contribuir para a fidelização e para o crescimento da Torrefação. O modelo de negócio presencial é muito forte no nosso segmento. E a migração para o digital anda a passos largos”, explica.  

Plataforma B2B da Cooperante contornar dificuldades comerciais

A Cooperante é outra cooperativa do Ramo Agropecuário que desenvolveu uma plataforma de e-commerce B2B para contornar problemas com seu principal representante comercial. Quando ampliou sua oferta de produtos e se viu sem representação adequada, a cooperativa perdeu clientes e faturamento. Essa situação impôs a necessidade de buscar soluções.  

Foi nesse contexto que nasceu uma plataforma para controle dos pedidos recebidos e entregas passadas pelos representantes. Logo, o projeto evoluiu para uma plataforma de vendas B2B. Com o seu time interno, a cooperativa desenvolveu um e-commerce que oferece aos usuários a opção de pedidos de compras e acompanhamento.  

Ailos Aproxima: um marketplace do empreendedorismo local

Ailos Aproxima

O Sistema Ailos, que reúne diversas cooperativas de crédito nos estados do Sul, realizava encontros presenciais de apoio ao empreendedorismo local que foram interrompidos devido à pandemia. A partir dessa restrição, o Sistema Ailos desenvolveu um ambiente digital com o intuito de aproximar as comunidades e fortalecer o comércio local. 

Dessa forma, o Ailos Aproxima começou como uma vitrine de produtos e serviços. Com o passar do tempo, a plataforma cresceu, passou a aceitar pagamentos e intermediar as opções de entrega, operando de fato como um marketplace. Assim, o Ailos Aproxima já soma mais de 700 mil acessos e mais de 15 mil negócios fechados.  


Supercampo: um marketplace nascido da intercooperação no agro

Em 2018, a Frísia Cooperativa Agroindustrial desenvolveu o e-commerce Supercampo, a fim de oferecer um local para facilitar as compras de insumos de seus cooperados. Com os bons resultados no início da operação, a cooperativa decidiu, então, evoluir o projeto para um formato de marketplace

No ano seguinte, um grupo de 11 cooperativas se juntou à Frísia para expandir o Supercampo e torná-lo um marketplace completo acessado pelos cooperados de todas as organizações participantes. 

Assim, a Supercampo, hoje, é uma intercooperação de 12 cooperativas Agropecuárias com mais de 100 mil produtos cadastrados. A iniciativa visa construir o maior ecossistema digital do agronegócio brasileiro até 2025. 

Nater Coop lidera vendas em gigante do varejo online 

Denilson Potratz - Presidente - Nater Coop | LinkedIn

Até aqui, vimos exemplos de cooperativas que construíram suas próprias plataformas de marketplace. Mas também é possível crescer por meio de plataformas de terceiros. É o caso da NaterCoop, que emplacou seus cafés especiais na lista de mais vendidos da Amazon, gigante do varejo digital.  

A linha Pronova Coffee Stories, de café arábica, é um dos segmentos mais importantes da cooperativa capixaba. A marca começou a ser vendida na plataforma da Amazon em 2019 e logo cresceu. Como a Amazon oferece frete grátis para seus assinantes, ficou mais barato comprar na big tech do que no site da própria cooperativa.   

Até o primeiro trimestre de 2022, mais de 10 mil pacotes dos produtos produzidos pela Nater Coop foram vendidos por meio da Amazon. Em abril de 2022, a cooperativa registrou que os cafés especiais da marca eram os mais vendidos na Amazon há pelo menos um mês. Os estoques chegaram até mesmo a esgotar.  

Marketplace ou loja própria: qual a melhor opção? 

Não existe uma resposta certa para essa pergunta. A melhor alternativa é a que se enquadrar melhor para o objetivo de cada cooperativa, suas necessidades e o seu público-alvo. Cada modalidade tem suas vantagens e desvantagens que precisam ser avaliadas para tomar a decisão. 

Veja, por exemplo, os casos que contamos acima. A Cooxupé e a Cooperante têm o objetivo de vender grandes quantidades para pessoas jurídicas, no modelo B2B. Com isso, os volumes e valores são elevados, o que justifica o investimento para o desenvolvimento de plataformas próprias, onde todo o processo está sob o controle das cooperativas. 

Por outro lado, a NaterCoop busca distribuir os seus cafés especiais no varejo. Para isso, faz mais sentido que eles sejam distribuídos em uma plataforma já estabelecida e com o acesso de um público enorme. Mesmo tendo um e-commerce próprio, as vendas pela Amazon se mostraram importantes. 

Dito isso, veja algumas diferenças entre desenvolver uma loja própria para o e-commerce ou vender por meio de um marketplace

  • Investimento inicial: para as cooperativas que estão começando a utilizar o e-commerce ou não trabalham com grandes volumes, o marketplace é uma boa opção, pois requer um investimento inicial menor. Plataformas próprias de e-commerce são mais caras para desenvolver e manter.  
  • Visibilidade: marketplaces consolidados têm um alto tráfego de usuários. Isso pode apresentar os produtos da sua cooperativa para novas pessoas. Contudo, a concorrência também é maior e outras marcas competem pelo mesmo espaço. No e-commerce próprio, a sua marca é protagonista, mas menos pessoas acessam.  
  • Personalização: em um comércio eletrônico próprio, a cooperativa tem controle sobre tudo: layout, identidade de marca, produtos em destaque, métodos de pagamento e tudo mais. Já em um marketplace, a coop precisa se submeter às características gerais da plataforma.  
  • Receitas: marketplaces podem cobrar taxas altas de comissão a cada venda. Isso pode demandar que a cooperativa ofereça preços mais altos. Em uma plataforma própria, os valores podem ser mais competitivos, uma vez que não há intermediários.  
  • Controle: uma desvantagem do marketplace em relação ao e-commerce próprio é a dependência que as cooperativas podem ter da plataforma. Mudanças na operação do marketplace, como novas regras, aumento das comissões ou o encerramento da plataforma, podem gerar grandes prejuízos para o negócio. 

Conclusão 

O comércio eletrônico é uma realidade consolidada que veio para ficar mesmo com o fim das restrições da pandemia - tanto que a consolidação do e-commerce está em nossa lista de tendências que viraram realidade em 2022. Por isso, não dá para ignorar o potencial do comércio eletrônico para impulsionar os negócios das cooperativas. 

O Sistema OCB está por dentro dessa tendência, tanto que, diante das restrições da pandemia, desenvolveu a desenvolveu o NegóciosCoop, um marketplace para promover os negócios de cooperativas por meio da intercooperação. 

Agora, diante dos novos contextos, o NegóciosCoop está passando por um processo de ressignificação para proporcionar melhores condições de negócios para as cooperativas. Fique de olho nas novidades! 

E se quiser conhecer na prática como vender os produtos da sua cooperativa online, leia nosso guia prático Como vender pela internet! Você vai aprender, passo a passo, o caminho para vender na internet, confira! 

<p>O avanço tecnológico tem seus efeitos negativos. Entenda como o cooperativismo encara os impactos dos resíduos eletrônicos.</p>

Resíduos eletrônicos: cooperativismo sustentável combate desperdício

Entenda os impactos do lixo eletrônico e conheça a cooperativa paulistana que já atua no setor de logística reversa de eletrônicos


Em 2022, estima-se que cerca de 2,13 bilhões de computadores, tablets e celulares foram comercializados. Isto é: cada vez mais esses equipamentos são produzidos, comprados e descartados em grandes quantidades, gerando resíduos eletrônicos. O resultado disso é sentido no meio ambiente e na saúde das pessoas. Vamos conhecer mais?

Os resíduos eletrônicos, ou lixo eletrônico, produzem toneladas de materiais tóxicos. O descarte, em grande parte, é feito em ambientes desprovidos de mecanismos de reciclagem e de proteção à saúde dos trabalhadores. Além disso, o descarte sem os devidos cuidados gera danos ao meio ambiente, como a emissão de gases do efeito estufa.

O descarte incorreto também afeta a economia. A Organização das Nações Unidas (ONU) indicou que, em 2019, somente 3% do lixo eletrônico da América Latina foi descartado corretamente. Assim, o desperdício equivale a US$ 1,7 bilhão por ano de materiais valiosos que poderiam ser recuperados, como ouro e metais.

Por aqui, a pesquisa “The Global E-waste Monitor 2020” mostrou que o Brasil é o quinto maior produtor mundial de lixo eletrônico. Com 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos produzidos em 2020, menos de 3% foi reciclado - o equivalente a apenas 60 mil toneladas.

Os efeitos do aumento nos resíduos eletrônicos

A maioria dos resíduos eletrônicos parte dos países desenvolvidos para os países subdesenvolvidos. Nesses destinos, há falta de estrutura para o descarte correto e de proteção ao trabalhador, tornando-os ideais para a proliferação de efeitos negativos ao meio ambiente e para a saúde pessoal.

 Lixo eletrônico: um problema ambiental

O tratamento correto dos resíduos eletrônicos é essencial para o desenvolvimento sustentável do planeta. O descarte adequado pode reduzir as emissões dos gases do efeito estufa, por exemplo, ao evitar que sejam destinados aos aterros.

Segundo o presidente da Coopermiti, Alex Pereira, os aterros sanitários são “um dos piores destinos para esses equipamentos, uma vez que quando expostos ao sol e à chuva podem liberar substâncias tóxicas e até cancerígenas”.

O Global E-waste Statistics Partnership (GESP) indicou que, em 2019, 17,4% do lixo eletrônico mundial foi devidamente coletado e reciclado, reduzindo as emissões de cerca de 15 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

A ONU, nas últimas décadas, tem reforçado a importância de iniciativas voltadas para a redução das emissões de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, principal causador do aquecimento global.

Impactos para a saúde

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 12,9 milhões de mulheres estão expostas diariamente ao material tóxico dos resíduos eletrônicos. Elas são trabalhadoras informais dos campos de descarte. Essa situação, portanto, traz risco não só à saúde delas, mas à saúde de seus filhos também.

Para o Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, “o mundo enfrenta o que um recente fórum internacional descreveu como um crescente ‘tsunami de lixo eletrônico’, colocando vidas e a saúde em risco”.

O material tóxico pode afetar, por exemplo, a saúde e o desenvolvimento de um feto, gerando sequelas por toda a vida. Mesmo em crianças um pouco maiores, o lixo eletrônico pode provocar danos respiratórios, ao DNA, à função da tireóide, além de doenças crônicas, como o câncer.

Além disso, o Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão de Resíduos Sólidos (SINIR) alerta que alguns destes resíduos, se manipulados de forma inadequada, podem até causar incêndios, machucando pessoas.

Combatendo o desperdício dos resíduos eletrônicos

O aumento desenfreado dos resíduos eletrônicos ameaça o desenvolvimento sustentável. Ainda de acordo com dados do Global E-waste Statistics Partnership, 82,6% do lixo eletrônico mundial foi despejado ilegalmente, sem qualquer tratamento, em 2019. O combate ao desperdício, por outro lado, pode gerar oportunidades de negócios.

Economia circular e agenda ESG

Para combater o desperdício, é preciso pensar em práticas que visem tornar os produtos mais duráveis e recicláveis. Uma economia que funcione através da reutilização de insumos, por exemplo, possibilita um desenvolvimento econômico e ambientalmente sustentável.

Esse cenário também traz à discussão as mudanças na maneira de consumir. A tendência é que cada vez mais as pessoas levem as questões ambientais em conta na hora de fazer alguma compra, como a preferência por itens produzidos com baixa emissão de carbono.

Nesse sentido, operar através de uma agenda pautada pelo ESG torna-se um caminho imprescindível, portanto. Atualmente, para os negócios, é indispensável considerar a responsabilidade ambiental e social de suas atividades.

Logística reversa

Ao final de sua vida útil, os produtos eletrônicos se transformam em resíduos que devem ser gerenciados de forma ambientalmente adequada. Assim, a legislação brasileira prevê que o consumidor possa devolver esses itens de forma que eles sejam reciclados ou descartados da forma adequada.

Portanto, o sistema de logística reversa funciona por meio das seguintes etapas, descreve o SINIR:

  1. Descarte pelo consumidor dos produtos eletroeletrônicos, em pontos de recebimento;
  2. Recebimento e armazenamento adequado;
  3. Transporte dos produtos eletroeletrônicos dos pontos de recebimento até pontos de consolidação ou destinação final ambientalmente adequada (reutilização, reciclagem, recuperação ou disposição final ambientalmente adequada);
  4. Tratamento dos resíduos;
  5. Disposição final dos rejeitos em aterros.

Cooperativismo é protagonista no mercado de resíduos eletrônicos

Sendo assim, o cooperativismo é um setor ideal para alinhar essas questões ambientais e sociais com o potencial econômico dos resíduos eletrônicos. Para isso, os pilares do ESG podem guiar as cooperativas nesse sentido. Vamos conhecer alguns exemplos reais?

Coopermiti: uma cooperativa de reciclagem de lixo eletrônico

Voltada para a produção, recuperação, reutilização, reciclagem e comercialização de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), a Coopermiti é uma cooperativa pioneira no Brasil que já opera há 13 anos na cidade de São Paulo.

Com apoio da Prefeitura de São Paulo, a Coopermiti realiza a logística reversa dos equipamentos eletrônicos. Dessa forma, o trabalho da cooperativa volta-se para a coleta e destinação final desse tipo de resíduo.

Todos os procedimentos seguem as normas do setor, com as certificações e autorizações necessárias para operar. São basicamente três etapas:

  • Coleta dos resíduos - as empresas fazem corriqueiramente a substituição de equipamentos eletrônicos. A coleta evita que esse material seja enviado aos aterros sanitários. A entrega é feita diretamente na sede da Coopermiti, através de retiradas agendadas ou em pontos espalhados pela cidade.
  • Manufatura reversa - uma vez coletados, os equipamentos são desmontados para desmembrar as peças. Isso é feito para facilitar a identificação das matérias-primas e componentes, propiciando a destinação adequada.
  • Destinação - os componentes que ainda se apresentam funcionais podem ser utilizados como peças de reposição. Se o destino for a destruição, ocorre a eliminação de dados e a descaracterização completa das partes. Depois, os resíduos são enviados para os processos de reciclagem.

Em 2022, a Coopermiti reciclou 5,5 mil toneladas de lixo eletrônico. Além disso, a cooperativa realiza trabalhos de inclusão social, inclusão digital, capacitação, educação ambiental e de cultura. Ou seja: alinhando os pilares do ESG Ambiental, Social e Governança - na prática.

 Projeto “e-Waste”

Também na capital paulista, a associação de cooperativas Rede Sul e a empresa de logística reversa GM&C lançaram o e-Waste, projeto que se propõe difundir a importância da reciclagem dos resíduos eletrônicos na cidade de São Paulo. A associação é composta por cooperativas como Coopercaps, Coopermiti e Cooperativa de Reciclagem Crescer.

Para o coordenador de relações institucionais da GM&C, Henrique Mendes, “os catadores e cooperados são os atores que, desde sempre, carregaram o setor da reciclagem no Brasil. Eles possuem o conhecimento e a capilaridade necessários para que possamos multiplicar os resultados e avançar daqui em diante”.

Antes restrito à região Sul, o projeto realiza o cadastro de cooperativas de reciclagem no site da Rede Sul. A intenção é "capacitar as cooperativas para que possam atuar de forma estruturada na logística reversa de eletroeletrônicos, encaminhando os eletrônicos para uma destinação final segura, adequada e 100% rastreável”.

Conclusão

Projetos voltados para a coleta, tratamento e reciclagem de resíduos eletrônicos são uma pauta urgente imposta pelos padrões de consumo atuais. As questões ambientais, sociais e econômicas ao redor desse tema os tornam ainda mais imprescindíveis.

Iniciativas como a da Coopermiti e do e-Waste são exemplos de como o cooperativismo é capaz de atuar com eficiência no setor, sobretudo quando pautado pelos pilares do ESG.

Para isso, o guia prático ESG: O que é e como começar explica as vantagens do ESG, apresenta bons exemplos de cooperativas que já executaram práticas sustentáveis, além de mostrar como funciona o Projeto ESGCoop. Acesse!

<p>A adesão dos meios de pagamento digital não para de crescer no mundo todo. Conheça as tendências e veja o papel do coop!</p>

Pagamento digital ganha espaço e gera oportunidades para cooperativas

O avanço tecnológico foi adotado rapidamente na gestão das finanças, proporcionando novos negócios - com participação do cooperativismo


A transformação digital chegou com tudo no universo dos serviços financeiros. Hoje, é difícil imaginar o dia a dia sem as facilidades do internet banking e a praticidade de gerenciar as contas pelo celular. Mas, acima de tudo, o grande protagonista desse processo é o pagamento digital.

A comodidade de fazer compras e pagar contas no ambiente digital engajou muita gente. Sem a necessidade de andar com papel moeda, frequentar caixas eletrônicos e se preocupar com o troco, o pagamento digital se tornou preferencial para uma grande parcela das pessoas.

Além dos avanços tecnológicos e de segurança, a pandemia de Covid-19 também ajudou a impulsionar a difusão do pagamento digital. O comércio digital ganhou força e, consequentemente, as opções de pagamento digital se solidificaram nos novos hábitos de consumo.

Pagamento digital ou pagamento phygital?

O pagamento digital, contudo, não se limitou a crescer no comércio online. Alternativas como o Pix e as carteiras digitais também são usadas presencialmente com uma frequência cada vez maior.

A tecnologia NFC (near field connection), utilizada nos pagamentos por aproximação, acelerou ainda mais esse processo. Agora é só encostar o cartão ou o celular na maquininha e pronto, está pago!

Com o avanço tecnológico e a mudança de hábitos, o pagamento digital proporciona oportunidades de negócios. Além de fornecer novas alternativas a quem vende, quem atua no ambiente financeiro, como as cooperativas de crédito, também devem ficar de olho nesse movimento.

Neste artigo, iremos apresentar um panorama sobre o pagamento digital, indicar algumas oportunidades - e desafios - que as cooperativas devem acompanhar e conhecer soluções de dentro do cooperativismo. Aproveite a leitura!

Panorama: as novas realidades do pagamento digital

Pagamento digital consiste em todo pagamento que é feito pela internet, por meio de uma transação bancária ou por cartões de crédito. Na prática, isso quer dizer que pagamento digital é quando não existe a transferência física do dinheiro, seja por cédulas, moedas ou cheques.

Dados do Banco Mundial apontam que, nos últimos cinco anos, a bancarização dos países em desenvolvimento cresceu 8%. Com maior acesso aos serviços bancários, a adesão ao pagamento digital cresce junto. Consequentemente, o uso de cartões, carteiras digitais e pagamentos por meio dos aplicativos bancários ganham espaço na vida das pessoas.

Os brasileiros abraçaram o pagamento digital de vez. Um levantamento da Mastercard publicado em 2022 revela que 86% dos brasileiros tinham utilizado algum meio de pagamento digital ao menos uma vez nos doze meses anteriores. Nesse sentido, não podemos deixar de registrar que as cooperativas de crédito são muito importantes para a inclusão financeira no Brasil.

Pix: pagamento digital fácil e instantâneo conquista brasileiros

Disponibilizado em 2020, o Pix, ferramenta que permite transferências de dinheiro e realização de pagamentos de forma imediata, ganhou popularidade rapidamente. Sem custos para pessoas físicas, o Pix não levou muito tempo para superar os cartões de crédito e débito como principal forma de pagamento no Brasil levando em conta o volume de transações, aponta o Banco Central do Brasil.

Assim que completou dois anos de operação, o Pix registrou um total de 28,5 bilhões de transações. Os dados mensais apresentados pelo Banco Central continuam apresentando uma trajetória de crescimento no uso do Pix. Somente em dezembro de 2022, mês de festividades e alta no consumo, foram quase 3 bilhões de transações usando a ferramenta.

O Pix já foi utilizado por 90% de quem participou da pesquisa Meios de Pagamentos 2022, elaborada pela Opinion Box. Além disso, mais de um terço das pessoas acreditam que o Pix mudou para melhor a forma como fazem pagamentos no dia a dia. O principal atrativo é a ausência de taxas para fazer os pagamentos.

O cooperativismo aderiu ao Pix. O Banco Central registra 802 instituições financeiras que participam do ecossistema. Dentre elas, 599 são cooperativas de crédito e outras duas são bancos cooperativos. Esses dados mostram que as cooperativas de crédito estão atentas às novas tendências e inovações do mercado de pagamentos e lideram a transformação digital no meio financeiro.

Novidade libera pagamento por cartão no WhatsApp

A integração do pagamento digital às plataformas que usamos no cotidiano também contribui para o processo de modernização da vida financeira. Por exemplo, desde 2021, já é possível fazer transferências por WhatsApp, o aplicativo de mensagens mais usado no Brasil, apontando esse caminho.

Agora, as possibilidades aumentaram: em março de 2023, o Banco Central autorizou pagamentos com cartão de crédito e débito pelo WhatsApp, por meio do serviço WhatsApp Pay. Esse movimento busca agregar as soluções financeiras de forma mais natural no cotidiano.

O recurso simplifica compras e transações combinadas por meio do aplicativo. Imagine uma cooperativa que fecha vendas de seus produtos ou serviços pelo WhatsApp. Com a novidade, o pagamento pode ser feito diretamente pelo chat, sem necessidade de emitir boletos ou QR Codes, tornando a experiência mais fluida, sem precisar ficar alternando de aplicativo.

O pagamento digital por WhatsApp, contudo, ainda precisa enfrentar a desconfiança dos usuários. Os dados da Opinion Box registram que as pessoas ainda têm receio de usar os recursos financeiros do aplicativo. O principal temor, que assola quase metade dos entrevistados, é o de cair em fraudes.

O cooperativismo já marca presença também nesse novo serviço. Na lista de parceiros iniciais do serviço, estão a cooperativa de crédito Sicredi e seu banco digital, o Woop.

A difusão das carteiras digitais

Outra modalidade consolidada de pagamento digital impulsionada pelas novas tecnologias são as carteiras digitais. Geralmente associadas a dispositivos móveis, como celulares e relógios inteligentes, elas facilitam pagamentos tanto no ambiente digital quanto em transações presenciais. Há dois tipos de carteiras digitais:

?    Baseadas em cartão: o usuário cadastra seu cartão em aplicativos de carteira digital para realizar pagamentos por aproximação, graças à tecnologia NFC.

?    Baseadas em valor armazenado: o usuário transfere ou deposita dinheiro para a carteira digital, sem a necessidade de um cartão, e pode fazer pagamentos diversos através da plataforma.

No mundo, as carteiras digitais são o meio de pagamento digital mais utilizado. O Global Payments Report 2023 aponta que, em 2022, essa modalidade representou 49% dos pagamentos digitais. E não vai parar por aí - a estimativa é de que essa proporção chegue a 54% em 2026.

Na América Latina, contudo, as carteiras digitais são bem menos difundidas. Elas ficam atrás dos cartões de crédito no ranking de pagamentos digitais mais utilizados, como 21% de participação.

Mas também é possível enxergar esse dado como uma oportunidade. O setor de carteiras digitais na América Latina também tem perspectivas de crescimento. A expectativa é de que, em 2026, essa modalidade chegue a 28% dos pagamentos digitais no continente.

As criptomoedas e o real digital

As cripromoedas, como o Bitcoin e a Ethereum, criaram um novo ecossistema na economia digital. Contudo, essas moedas digitais nunca ganharam espaço como meios de pagamento digital, já que são complexas de usar e as transações podem ser demoradas.

O conceito de moeda digital, entretanto, se mostrou resiliente e interessante. Com isso, surgiu um movimento de bancos centrais que buscam desenvolver suas próprias alternativas. O Brasil é um dos interessados nesse movimento de tokenização.

Em sua agenda de modernização, o Banco Central do Brasil está desenvolvendo o Real Digital. A criptomoeda é vista com o potencial de melhorar a eficiência do mercado de pagamentos de varejo e de promover a competição e a inclusão financeira.

Por meio do LIFT (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), o BC, a Fenasbac e uma série de parceiros do mercado financeiro estão desenvolvendo um Mínimo Produto Viável do Real Digital.

Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, explica que as transações do Real Digital serão feitas por contratos inteligentes - isto é, por meio de regras escritas em código de programação e que são realizadas automaticamente. “No fim, o que se vai ter é um instrumento no celular onde será possível navegar no sistema financeiro com portabilidade, digitabilidade, comparabilidade etc.”, argumenta.

Coffee Coin: a criptomoeda cooperativista

O cooperativismo brasileiro já está explorando as possibilidades das moedas digitais. A cooperativa agropecuária Minasul, especializada na produção de café, lançou a sua própria criptomoeda, o Coffee Coin.

O Coffee Coin é uma stablecoin (moeda estável) – isto é, um criptomoeda que possui lastro em um bem tangível. Como sua variação de preço é correlacionada ao preço da saca de café, a moeda é mais estável e segura.

Durante o Cooptech 2022, Luis Henrique Albinatti, diretor de Novos Negócios, explicou que o desejo da cooperativa é popularizar o Coffee Coin como um meio de pagamento. A criptomoeda cooperativista, inclusive, é negociada em exchanges, inclusive na Foxbit, principal do Brasil no setor. Confira a história completa da Coffee Coin que contamos no Radar da Inovação.

Os superapps e os pagamentos digitais

Em nosso artigo sobre as tendências que viraram realidade em 2023, mostramos como os superapps estão ganhando força ao concentrar diversos serviços em um mesmo aplicativo. Afinal, quanto mais recursos uma mesma plataforma fornecer, maior é a comodidade para o usuário e a fidelidade com a marca.

Na prática, os superapps são aplicativos que centralizam uma gama de atividades online em um único lugar. Muito forte na Ásia, esse conceito chegou com tudo no Ocidente. Um dos recursos mais importantes para o sucesso de um superapp tem a ver, justamente, com a disponibilização do pagamento digital.

É o caso do WhatsApp, que mencionamos acima. Recursos que possibilitam transações financeiras e pagamentos digitais sem sair da plataforma potencializam o seu uso em detrimentos de alternativas com menos possibilidades.

O superapp de maior destaque no Brasil é o Magalu, da rede varejista Magazine Luiza que, além de servir como plataforma de compras, proporciona uma gama de serviços - inclusive financeiros. Além de uma conta digital, o aplicativo tem seu próprio serviço de pagamento digital, o MagaluPay.

Oportunidades e riscos do pagamento digital

As tendências indicam um futuro financeiro cada vez mais tecnológico. O dinheiro físico está perdendo espaço para as novas formas de pagamento digital. A pesquisa da Opinion Box revela que 71% dos entrevistados acreditam que os meios digitais vão acabar com o dinheiro de papel no futuro.

Essa percepção demonstra o otimismo dos brasileiros com o futuro do pagamento digital. Com isso, o ecossistema de pagamentos digitais apresenta espaço para que novos atores possam crescer, inovar e democratizar ainda mais o acesso a esses serviços.

No Brasil, dados da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) indicam que os meios de pagamento eletrônicos cresceram 21% apenas em 2022. Com isso, a estimativa é de que o ano tenha alcançado R$3,2 trilhões em transações digitais.

Além disso, uma vez que os pagamentos digitais caíram nas graças dos consumidores, é importante adotá-los como forma de melhorar a experiência do cliente. Uma jornada de compra satisfatória passa pela fluidez do pagamento - e as soluções digitais reduzem bastante os atritos nesse processo.

As Fintechs de meios de pagamento digital

O Brasil apresenta um ambiente de negócios positivo e fértil para as fintechs (negócios que aliam soluções tecnológicas aos serviços financeiros) de meio de pagamento digital. Isso ajuda a criar um ecossistema financeiro moderno e democratizado.

Dados da SlingHub compilados em um relatório da Snaq registram que, em 2021, o segmento de meios de pagamento apresentou um crescimento de quase 13 vezes em comparação ao ano anterior.

Ademais, ao todo, 76% das fintechs de meios de pagamento da América Latina são brasileiras. Esse setor chegou até mesmo a produzir alguns dos unicórnios brasileiros - startups que alcançam um valor de mercado avaliado em mais de 1 bilhão de dólares.

Unimed Pay: uma fintech própria do ecossistema cooperativista

Com presença em 86% do território nacional, o Sistema Unimed conta com 341 cooperativas, 118 mil médicos cooperados, 19 milhões de clientes, mais de 29 mil hospitais, clínicas e serviços credenciados e 150 hospitais próprios.

Esse ecossistema complexo movimenta bastante dinheiro. E uma solução de pagamentos foi desenvolvida para manter as receitas circulando no próprio sistema: o Unimed Pay, lançado no fim de 2022 em parceria com a Q2 Bank.

Em sua primeira fase, a Unimed Pay atenderá médicos cooperados, Unimeds e prestadores de serviço. Em um ano, a meta é atingir 5 mil carteiras digitais ativas e 2,5 mil maquininhas. O modelo inclui uma série de recursos como:

?    Carteira digital com antecipação de recebíveis de consultas e procedimentos médicos

?    Ressarcimento de atendimentos

?    Transferências P2P

?    Cashback

?    Maquininhas com biometria facial

?    Funções de cartão de identificação

Dentro de cinco anos, a estimativa é alcançar 80 mil contas digitais dentro do Sistema Unimed e 40 mil maquininhas. Além disso, a previsão de lucro líquido da Unimed Pay nos próximos cinco anos é superior a R$20 milhões. Saiba mais sobre essa fintech cooperativa no Radar da Inovação.

As preocupações com a segurança

O principal gargalo em relação à adoção do pagamento digital é a questão da segurança. Ainda há bastante gente com ceticismo em relação à proteção das soluções de pagamento digital.

O temor decorre pode ser compreendido por meios dos dados da Opinion Box. Quase metade dos entrevistados já foram vítimas de golpes, fraudes ou tentativas de fraudes relacionadas a meios de pagamento.

Logo, por mais que as novas tecnologias de pagamento digital sejam seguras, elas precisam transmitir a sensação de segurança para os usuários. Esse pode ser um diferencial importante na competitividade desse setor.

Além disso, a segurança dos dados deve ser um dos principais focos de quem atua no mercado de pagamentos digitais. Assim, os negócios que competem nesse ecossistema precisam estar por dentro da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)

Conclusão

A adesão às soluções de pagamento digital é grande e a tendência é de que cresça ainda mais. A transformação digital dos serviços financeiros é veloz - tanto no desenvolvimento de novas alternativas quanto na adesão ao pagamento digital. É, portanto, o momento ideal para encontrar novas oportunidades nesse ecossistema.

O pagamento digital chegou para ficar e crescer. Impulsionado pela pandemia de Covid-19, o pagamento digital cruzou a fronteira do digital e está sendo adotado também no mundo físico.

A forma com que lidamos com o dinheiro está mudando rapidamente, e o cooperativismo deve estar atento a essas movimentações. O cooperativismo de crédito é um agente fundamental para a inclusão bancária no Brasil. Dessa forma, as cooperativas de crédito podem ser, também, protagonistas na democratização do pagamento digital.



Image
SISTEMA OCB © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.