As diretrizes irão guiar o cooperativismo rumo a construir um modelo de negócios mais inovador
Em maio deste ano, aconteceu o 15° Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), em Brasília. Além de celebrar o aniversário de 55 anos do Sistema OCB, o 15° CBC estabeleceu um conjunto de diretrizes estratégicas cruciais para impulsionar a inovação no setor cooperativista. Dentre elas, houve a seleção de dez diretrizes de inovação para os próximos anos dentre 25 propostas.
A busca por soluções tecnológicas, a colaboração entre cooperativas e o investimento em capacitação são alguns dos pilares que prometem fortalecer o cooperativismo brasileiro. Após uma seleção democrática de diversos quesitos, o setor cooperativista selecionou as diretrizes de inovação prioritárias e gerais.
Neste artigo, vamos conhecer as duas diretrizes estratégias de inovação prioritárias e as oito diretrizes gerais. Também vamos mostrar iniciativas inspiradoras que ilustram cada uma delas na prática. Aproveite a leitura!
Diretrizes estratégicas prioritárias de inovação
O 15° Congresso Brasileiro do Cooperativismo elegeu democraticamente as prioridades do setor para os próximos anos. Em relação à agenda de inovação, essas foram as diretrizes eleitas como prioritárias.
1. Intercooperação como motor da inovação
A primeira diretriz estratégica de inovação eleita no 15° diz respeito a promover a prática da intercooperação como ferramenta para potencializar a inovação e também reduzir custos com a tecnologia nas cooperativas.
Uma vez que a falta de recursos é uma das principais barreiras para inovar, conforme revela a segunda Pesquisa de Inovação no Cooperativismo, a intercooperação se apresenta como uma alternativa interessante. Assim, duas ou mais cooperativas unem forças para buscar soluções a um problema comum ou complementar. Em nossos cases de inovação, temos exemplos disso.
A Cooperativa Central Gaúcha (CCGL) reúne 30 cooperativas agropecuárias em uma iniciativa de intercooperação que deu origem à Rede Técnica Cooperativa. O objetivo é investir em pesquisa e desenvolvimento para aumentar a rentabilidade dos produtores rurais gaúchos de forma otimizada e escalável. O projeto já aprimorou diversos processos produtivos.
Também é possível haver intercooperação com coops de ramos diferentes. A agropecuária Nater Coop e a Coopertranserrana, de transporte, se juntaram para criar a Vexgo. Especializada em transporte de cargas, a Vexgo otimizou a logística da Nater Coop tanto na entrega de insumos aos produtores quanto no escoamento da produção. Já a Coopertranserrana ganhou em receita e número de cooperados.
2. Disseminação de soluções em inovação e tecnologia
A segunda diretriz prioritária de inovação, por sua vez, está em disseminar as soluções inovadoras e de tecnologia disponibilizadas pelo Sistema OCB para as cooperativas. A ideia é popularizar ainda mais as iniciativas institucionais de apoio à inovação para todo o ecossistema cooperativista brasileiro.
O InovaCoop é um exemplo com seus diversos conteúdos em vários formatos totalmente voltados à inovação em seus múltiplos aspectos. Aqui, há artigos, guias práticos, e-books, vídeos e estudos de caso, além de outros recursos que conheceremos mais à frente.
Todos os conteúdos do portal têm a perspectiva cooperativista. “O InovaCoop tem muitas ferramentas que contribuem significativamente para os nossos processos de inovação”, conta Frederico Guerra, que é coordenador de inovação na Coopersystem. Disseminar essas soluções significará, portanto, um impacto positivo maior para a inovação nas cooperativas.
A disponibilização de soluções setoriais de inovação é uma forma de incentivar a inovação em determinados setores da economia. A Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), por exemplo, conta com um programa de aceleração rumo à Indústria 4.0.
Diretrizes estratégicas gerais de inovação
Além das duas diretrizes estratégicas prioritárias, outras oito diretrizes gerais de inovação foram selecionadas durante o 15° CBC. Confira quais são elas:
1. Ampliação do Comitê Nacional de Inovação
Um passo importante para o futuro da inovação cooperativista é ampliar a atuação do comitê nacional de inovação do Sistema OCB. Para os próximos anos, então, o objetivo é contar com mais representantes de cooperativas de diferentes ramos e estados.
A diversidade, afinal, é um caminho importante para a inovação. Ampliar as perspectivas do comitê com a presença de cooperativas mais plurais tende a proporcionar novas ideias e tornar a estratégia de inovação do setor ainda mais democrática.
Uma pesquisa publicada pelo MIT Sloan Review revela que a diversidade é, de fato, uma grande aliada da inovação. Ao ampliar a representatividade no Comitê Nacional de Inovação, o cooperativismo brasileiro será mais assertivo para traçar estratégias capazes de atender os inúmeros perfis de cooperativas em todo o país.
2. Acesso a recursos financeiros e incentivos
A segunda Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro, do Sistema OCB, aponta que quanto mais recursos uma cooperativa movimenta, maior é a quantidade de iniciativas inovadoras. A maior barreira para a inovação, segundo o estudo, é a falta de dinheiro. Esse cenário ressalta a importância de buscar fontes de recursos para financiar projetos inovadores.
Nesse sentido, o Sistema OCB tem o Radar de Financiamento. Trata-se de uma plataforma que compila e organiza diversas fontes de fomento para que as cooperativas busquem recursos a fim de financiar seus projetos de inovação. É possível filtrar a partir de diversos critérios e tipos de fonte. Confira o guia prático sobre a ferramenta.
O Sistema OCB já proporcionou que duas cooperativas participassem do Mix de Fomento, da ABGI, na busca por fontes de financiamento. A cearense Optar Orgânicos e a gaúcha Coprel identificaram oportunidades para buscar verba e agora estão indo atrás delas.
3. Criação de centros de inteligência e inovação
A terceira diretriz estratégica geral de inovação é criar um centro de inteligência e inovação nacional cooperativista do Sistema OCB. Isso reforça ainda mais o papel de condução da entidade na jornada rumo a um cooperativismo mais inovador.
Ademais, a diretriz também propõe que as Organizações Estaduais criem seus espaços de inovação em parceria com institutos de pesquisa e startups. Dessa maneira, os ecossistemas de inovação surgem suprindo as demandas de cada estado. Em nossos cases de inovação, mostramos como o Sistema OCB/GO apoia a inovação no cooperativismo local, por exemplo.
A união de entidades de um determinado setor para a construção de centros de inteligência é uma estratégia relevante de aprimorar os negócios coletivamente.
4. Estímulo à constituição de cooperativas de plataforma e de base tecnológica
O setor cooperativista precisa estar atento às tendências econômicas, novos modelos de negócio e demandas da sociedade. Para isso, é preciso inovar e aderir às tecnologias que estão transformando o mercado.
Diante da ascensão das plataformas digitais, o cooperativismo precisa buscar respostas. As cooperativas de plataforma, propostas pelo professor Trebor Scholz, são formas de o setor se manter competitivo na nova lógica dos negócios.
Já na questão da base tecnológica, as cooperativas também devem ocupar espaços cada vez mais relevantes na economia. É o que faz, por exemplo, a Coopersystem, uma cooperativa de trabalho especializada em serviços de TI.
A digitalização dos negócios é um movimento sem precedentes no mercado. Mesmo negócios tradicionais estão se tornando plataformas digitais e criando divisões tecnológicas. É o caso de bancos tradicionais fundando suas próprias fintechs. Os modelos de negócios terminados em “tech” serão cada vez mais comuns em todos os segmentos.
5. Estruturar programas de gestão da inovação nas cooperativas
Outra diretriz estratégica relevante é estimular programas e implementar a cultura e gestão da inovação nas cooperativas. Com isso, a ideia é promover um ambiente propício para o desenvolvimento e implementação de ideias criativas e soluções inovadoras, de forma a impulsionar a competitividade e o crescimento do setor.
Já há cooperativas apostando nesse modelo e elaborando os seus programas de ideias. Dê uma olhada nesses exemplos de diferentes ramos para se inspirar:
- Unimed Cascavel: a Fábrica de Inovação recebe ideias de cooperados e colaboradores em busca de soluções. Um sistema de bonificação premia as melhores ideias e a cooperativa já colhe resultados financeiros do projeto.
- Sicoob: o Mais 360º surgiu com o intuito de fortalecer o intraempreendedorismo usando ideias de gamificação. Cerca de 25% dos colaboradores da cooperativa se engajaram na iniciativa.
- Lar Cooperativa: por meio de seu programa de ideias, a cooperativa agropecuária executou projetos inovadores que, juntos, resultaram em uma economia milionária.
- Integrada: o Silo de Ideias foi desenvolvido para extrair boas ideias de quem mais entende do negócios - os colaboradores. Os participantes também recebem prêmios quando suas ideias são implementadas.
Há outros caminhos para estruturar programas de inovação. A fabricante de revestimentos cerâmicos Portobello desenvolveu uma iniciativa em que designers e arquitetos viajam para vários países em busca de tendências e novas referências para obter novas ideias. O projeto fortalece a cultura corporativa de inovação e dá origem a novos produtos.
6. Compartilhamento de boas práticas
Uma das melhores maneiras de incentivar é através do exemplo. Diante disso, a sexta diretriz geral é fomentar o compartilhamento de boas práticas em inovação no cooperativismo nacional e internacional.
Aqui, no InovaCoop, temos uma seção que reúne mais de 100 cases de inovação no cooperativismo. Há iniciativas inovadoras em cooperativas de diversos tamanhos, ramos, áreas de atuação e localização geográfica, inclusive de fora do Brasil.
Além disso, há outros portais do Sistema OCB com estudos de caso inspiradores. No NegóciosCoop, há histórias de como as cooperativas ficaram mais competitivas, aprimoraram a gestão e cresceram no mercado externo. Já o portal Cooperação Ambiental traz estudos de caso voltados à agenda ESG.
A European Patent Office, que cuida das patentes na União Europeia, também conta com um repositório com cases de inovação como ferramenta para disseminar boas práticas e aprendizados. O portal narra usos de propriedade intelectual, ferramentas tecnológicas e transferência de tecnologias.
7. Investimento em áreas de inovação
O 15° CBC também elegeu a diretriz que prevê incentivar investimentos em áreas de inovação nas cooperativas. Isso pode ocorrer tanto com um profissional dedicado a esse tema quanto por meio da contratação de parceiros especializados.
Referência em inovação, a Sicredi Pioneira criou o Complexo.lab, seu laboratório de inovação com propósito, em 2021. Por meio do Complexo.lab, a cooperativa faz parcerias e executa projetos como o RadarCoop, que mapeia o ecossistema de inovação cooperativista, o AceleraCoop, para acelerar cooperativas, e o Comunità, uma iniciativa de Venture Capital cooperativista.
Essa é uma lacuna presente na economia brasileira como um todo. Dados do IBGE indicam que menos de 35% dos negócios brasileiros com mais de 100 funcionários investiram em atividades internas de pesquisa e desenvolvimento. Levantamento da consultoria Palas revela que menos de 55% das organizações brasileiras têm um departamento de inovação.
8. Capacitação em inovação
Por fim, a oitava diretriz geral de inovação escolhida no 15° CBC é promover a capacitação em inovação de lideranças, cooperados e colaboradores, a fim de fortalecer a mentalidade inovadora e potencializar a transformação digital.
O aprendizado é um elemento fundamental para que a inovação aconteça. Diante disso, o Sistema OCB disponibiliza a plataforma CapacitaCoop, com centenas de cursos online sobre diversos temas e sempre com uma abordagem cooperativista. Temos, inclusive, uma seção do InovaCoop por lá.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), 94% das empresas brasileiras investem em educação corporativa. A cultura de incentivo ao aprendizado também é uma ferramenta importante para reter talentos.
Conclusão: diretrizes de inovação para guiar o futuro
Com a determinação das diretrizes de inovação prioritárias no 15° CBC, o cooperativismo brasileiro traçou os caminhos para se tornar ainda mais inovador e competitivo no decorrer dos próximos anos.
A sua cooperativa pode fazer parte disso, servindo de inspiração com suas iniciativas inovadoras. Compartilhar aprendizados e experiências em iniciativas de inovação fortalece todo o ecossistema cooperativista, afinal. Então mande seu case para o InovaCoop e ajude a transformar o cooperativismo! É só clicar aqui e preencher o formulário!
A inteligência de dados pode ajudar a oferecer experiências personalizadas aos consumidores
Com o avanço da tecnologia, a coleta de informações se tornou cada vez mais comum. Com a inteligência de dados, essas informações se mostram importantes em diversos processos das organizações, desde planejamento e gestão até personalização da experiência do usuário e feedbacks.
No mundo atual, cada vez mais guiado por dados, é importante que as cooperativas surfem nessa onda de informações. Por meio do uso de dados, as organizações conseguem engajar e fidelizar os clientes, cooperados e colaboradores, obtendo um melhor desempenho.
Neste artigo, vamos entender como os dados guiam decisões de negócios, conhecer formas de aplicar os dados no marketing, tê-los como aliados da fidelização e lidar com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Boa leitura!
Data-driven: como funciona um mundo orientado por dados
Ser uma organização data-driven significa ter uma gestão estratégica orientada por dados. Essas informações podem ser utilizadas para a tomada de decisões mais precisas conforme as necessidades da cooperativa, sempre visando um desenvolvimento máximo do negócio.
Apesar da crescente importância da gestão data-driven, muitas organizações ainda não a adotaram. Uma pesquisa realizada pela TOTVS em 2022 mostrou que apenas 5% das organizações acreditam fazer bom uso da inteligência de dados em seus negócios.
Nesse cenário, o maior desafio enfrentado pelas cooperativas é a dificuldade de interpretar os dados e torná-los em informações úteis. Unindo essa questão à resistência à inovação e à transformação digital, muitas organizações se tornam obsoletas e perdem a oportunidade de abraçar uma nova tendência de mercado.
Principais vantagens de ser um negócio guiado por dados
As vantagens de adotar uma abordagem data-driven são diversas e significativas. Além de ações mais acertadas e de uma maior objetividade no planejamento estratégico, uma cultura orientada por dados permite uma maior adaptabilidade de mercado, tendo em vista que os problemas e oportunidades se tornam mais fáceis de serem identificados.
Por mais que transformar uma organização em data-driven exija um investimento para a adoção de tecnologias e capacitação da equipe, a gestão orientada por dados contribui para a redução de custos. Isso acontece graças à redução de desperdícios, erros e retrabalhos.
A retenção e atração de clientes é outro benefício alcançado com a cultura data-driven. Os dados podem ser usados pelas cooperativas para definir as preferências dos clientes e cooperados e aprimorar sua experiência de consumo.
De acordo com um estudo do McKinsey Global Institute, as organizações orientadas por dados têm:
- 20 vezes mais chances de conquistar novos clientes
- seis vezes mais chances de mantê-los
- 19 vezes mais chances de obter lucro com o resultado
Matemarketing e Data-Driven Marketing
O data-driven marketing consiste em ações de comunicação orientadas por insights baseados nos dados. Essa estratégia impacta principalmente os clientes, graças às informações obtidas, que permitem conhecer a fundo o consumidor.
Além disso, ter a chance de alcançar apenas o público que tem interesse no produto ou serviço, oferece uma perspectiva 360° dos clientes. Dessa forma, é possível personalizar as campanhas baseadas na experiência dos consumidores,aumentando a chance de conversão e vendas.
O que é matemarketing
O matemarketing tem um conceito parecido com o data-driven marketing, por trabalhar também com a interpretação de dados. Porém, essa estratégia vai além e conta com a ajuda da matemática e da interpretação de estatísticas para basear suas decisões.
O matemarketing é composto por 5 etapas principais:
- Captação de dados
- Análise da informações
- Busca de insights
- Ações estratégicas
- Otimização dos resultados
Cada passo é essencial para garantir um bom funcionamento do modelo e um melhor desempenho dos projetos.
Engajamento e fidelização de clientes e cooperados
Um dos principais benefícios do uso de dados é a fidelização de clientes e cooperados. A personalização do atendimento e da jornada de compra é uma das vantagens obtidas.
A partir da coleta de informações como consulta de produtos, curtidas nas redes sociais e outras interações, as cooperativas são capazes de entender a fundo seus clientes e criar uma abordagem específica para eles.
People Centricity
People centricity, ou seja, manter uma abordagem focada em pessoas, é outra questão que pode ser potencializada com a análise de dados. O modelo visa engajar clientes, cooperados e colaboradores, sempre prezando pela melhor experiência com a cooperativa.
Isso ocorre porque a análise de dados permite um maior entendimento não apenas do cliente e do cooperado, mas do negócio como um todo. Dessa forma, torna-se possível entender as áreas de carência e melhorar a vivência dos colaboradores e dos consumidores em todos os pontos de contato.
Consumer Experience (CX)
A consumer experience (experiência do consumidor) é a estratégia chave para colocar em prática as abordagens focadas nos clientes. Passar uma sensação de confiança e identificação aos consumidores é a melhor maneira de garantir sua fidelização.
De acordo com a consultoria MJV Innovation, 72% dos clientes compartilham com seis ou mais pessoas suas experiências de compra positivas. Por isso, utilizar os dados para conhecer seu consumidor e personalizar uma boa experiência é essencial para um melhor desempenho do negócio.
Transforme dados em insights
É comum acreditar que coletar dados é o mesmo que ter informações relevantes sobre os clientes. Ainda que um leve a outro, dados são informações brutas que sozinhas não têm valor, apesar de carregarem grande potencial de uso. Já a informação é resultado de um processamento de dados, que ganham significado em meio a um contexto específico.
Por fim, as informações devem ser processadas e interpretadas para se transformarem em conhecimento. O entendimento dos consumidores e da organização interna da cooperativa é decisivo para a criação de um plano de negócios estratégico e eficiente.
Apesar da importância da análise de dados, uma pesquisa da ASG Technologies revelou que 45% das empresas participantes não aproveitam todo o potencial de dados. Por isso, cresce a relevância de táticas para a obtenção de informações de qualidade.
Como transformar dados em informações de qualidade
Dentre as técnicas para transformar dados em informações, a principal é a capacitação dos colaboradores. Por meio do desenvolvimento de uma cultura data-driven e do treinamento das equipes, é possível conscientizar os empregados da importância dos dados e de uma análise bem elaborada.
Além disso, é fundamental se atentar a qualidade e a precisão dos dados obtidos, visando uma coleta confiável e alinhada aos objetivos da organização. Integrar as ferramentas de dados e criar dashboards e gráficos são formas de conectar as análises e obter insights sobre o que foi coletado.
Importância e utilidade das métricas
As métricas são outras informações importantes que podem ser extraídas da coleta de dados. Ter indicadores das iniciativas da cooperativa é essencial para medir a eficiência das táticas adotadas e reparar eventuais falhas nas estratégias.
Tendo em vista a relevância da mensuração dos resultados, vale lembrar que manter as métricas claras e simples é a melhor forma de não se atrapalhar com tantos dados. Além disso, adaptá-las para a realidade de cada organização é essencial para garantir uma interpretação de dados satisfatória e personalizada.
LGPD e transparência de dados
Como visto, a coleta e análise de dados é fundamental para o engajamento e fidelização dos clientes e cooperados. Porém, é necessário se atentar à transparência em relação à retenção de dados.
As cooperativas devem disponibilizar o modo com que os dados são coletados, analisados e para que são utilizados ou para quem são vendidos. Esse fator ultrapassa as questões éticas, e também cria uma relação de confiança entre o cliente e a organização.
Ainda que a transparência do destino das informações coletadas seja importante, vale ressaltar que manter a privacidade dos consumidores é extremamente essencial. Dados são sigilosos e devem ser protegidos, a fim de evitar exposição de conteúdos pessoais que os clientes confiaram à cooperativa.
Regulamentação sobre dados no Brasil (LGPD)
A transparência de dados é regulamentada no Brasil pela LGPD. A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais garante que os titulares tenham acesso fácil aos seus dados coletados pelas organizações e saibam como eles estão sendo utilizados. Em outras palavras, cada pessoa física é dona de seus dados e tem direito de saber para que estão sendo usados.
Com a ascensão de modelos como o open finance, entra em jogo outro pilar da LGPD: a portabilidade de dados. Com ela, os indivíduos têm direito a obter seus dados retidos e utilizá-los em outras plataformas, ou seja, as pessoas podem acessar suas informações que foram coletadas por uma instituição a fim de utilizá-las em outros serviços.
Conclusão
O uso estratégico de dados se tornou essencial para cooperativas que querem se destacar em meio a um mercado tão competitivo. Ter uma cultura data-driven na sua organização garante não apenas decisões mais eficientes, como também otimiza operações e auxilia na fidelização de clientes e cooperados.
Com a importância atual de tomar medidas fundamentadas em informações, o InovaCoop desenvolveu um guia prático sobre como tomar decisões baseada em dados. O material é repleto de conceitos relacionados à tecnologia de dados e discute a importância de transformá-los em informações estratégicas, além de apontar quais são as melhores ferramentas para análise desses dados.
Prática ajuda a captar, selecionar e desenvolver as ideias de inovação em um fluxo claro e mensurável
Um dos grandes desafios das organizações que buscam inovar de forma estruturada é a definição de um fluxo ordenado para o desenvolvimento das iniciativas. É aí que entra o funil de inovação! Seu principal objetivo é avaliar a viabilidade, depurar e desenvolver essas ações até se tornarem uma inovação de fato.
O termo funil de inovação foi inspirado no funil de vendas. Para entender esta associação, imagine a seguinte situação. Para uma cooperativa fazer 100 vendas em um mês, seus vendedores precisam fazer contato com uma quantidade muito maior de potenciais clientes.
Digamos que são necessários 500 contatos. Desse total, 300 vão resultar em algum tipo de interesse. Por fim, digamos que apenas 100 passam pela última etapa do funil e, de fato, realizam a compra.
De forma extremamente simplificada, esse é um funil de vendas e é bem conhecido da maior parte das cooperativas. Notou como há um afunilamento no número de contatos até chegar naqueles onde há realmente oportunidades de vendas?
Algo semelhante acontece com programas de inovação. Para uma cooperativa chegar a ter um case para contar, há uma série de testes e avaliações prévias. São ideias que não resultaram em um produto, serviço ou processo inovador, mas cujos obstáculos enfrentados contribuíram para o desenvolvimento do case, de fato. É o chamado Funil de Inovação, portanto.
A importância do funil de inovação
No funil de vendas, são os possíveis clientes que transitam pelo funil. No funil de inovação, de forma semelhante, são as possíveis iniciativas que fazem esse movimento. Na prática, o funil de inovação é um mecanismo que capta as ideias surgidas e as fazem transitar por um processo de análise e teste de viabilidade. Se no topo do funil de vendas o objetivo é tornar o contato um cliente, no funil de inovação a meta é transformar uma ideia em uma inovação de verdade.
Outro objetivo importante do funil de inovação é dar abrigo à maior quantidade de inspirações possível dentro da cooperativa. Ao longo das camadas do funil algumas ideias vão sendo eliminadas ou refinadas para que, no fundo do funil, saiam as melhores possibilidades.
Dessa maneira, o funil de inovação é uma ferramenta que permite priorizar e organizar ideias, aumentando as chances de sucesso daquelas que são selecionadas. É importante salientar que o funil é permeável a conceitos surgidos fora da cooperativa. Isso significa que o processo de seleção é beneficiado pela presença de startups, por exemplo.
Aderência à inovação aberta
De forma resumida, a inovação aberta abre as portas da cooperativa para buscar oportunidades de melhoria em produtos, serviços ou processos além das fronteiras da organização.
Ou seja, busca a colaboração entre cooperativas, empresas, indivíduos e órgãos públicos para o desenvolvimento de soluções adequadas às suas demandas. Então, a inovação aberta é uma abordagem menos centralizada - conforme demonstra a ilustração abaixo - e que reduz o tempo entre o desenvolvimento e a implantação da inovação.
Nesse contexto, o funil de inovação atua como a conexão entre o mundo exterior e a cooperativa. É por meio do funil que as ideias, possibilidades e oportunidades apresentadas pelo mundo exterior se adequam às necessidades e demandas da cooperativa.
Como dissemos anteriormente, a primeira etapa do funil de inovação é também a oportunidade de conectar a cooperativa com o ecossistema inovador. Ou seja, por meio desse sistema a inovação aberta pode, de fato, ser colocada em prática na cooperativa.
As etapas do funil
O funil de inovação conta com três etapas distintas, que são:
1. Topo de funil
No topo, a primeira fase e parte mais larga do funil, são coletadas as ideias. Esse também é o momento para buscar dados, como informações demográficas e de mercado, fazer benchmarking e entender, efetivamente, quais são os desafios a serem enfrentados. Além disso, é a oportunidade que o gestor tem para defender a necessidade de investir em inovação.
Todo tipo de pesquisa é válida nessa primeira etapa do funil de inovação. Isso inclui a participação em eventos, que podem ser específicos do setor ou de outras áreas. Essa, inclusive, é uma das maneiras mais comuns que as cooperativas têm para começar a sua participação em ecossistemas inovadores.
A primeira camada do funil configura, ainda, a chance de envolver os colaboradores da cooperativa. Dessa forma, a quantidade de pontos de vista aumentam e as perspectivas são enriquecidas a partir de variados ângulos de observação.
2. Meio de funil
A segunda etapa, o meio do funil, foca na triagem das ideias coletadas na fase anterior. Se na primeira etapa valia praticamente tudo para expandir horizontes, a segunda etapa demanda uma análise muito mais crítica. Assim sendo, o responsável pela gestão da inovação na cooperativa precisa analisar e projetar oportunidades, riscos e resultados esperados para cada ideia.
Em geral, nesse momento a cooperativa já sabe quais são as startups do mercado que podem contribuir com a inovação almejada. Assim, é muito comum que as cooperativas contem com a participação do ecossistema inovador para apresentar propostas sobre como endereçar os desafios de forma objetiva.
3. Fundo de funil
Por fim, chegamos ao fundo do funil. Na terceira etapa, a cooperativa já sabe o que precisa e também como o processo de inovação vai se desenrolar. Então, é o momento de começar a operacionalizar as ações, com o time e as startups selecionadas. Aqui começa a experimentação com o protótipo e a avaliação de uma série de questões, como a aceitação por parte dos clientes e as melhorias possíveis.
Após a última etapa, a inovação é levada a mercado - seja a partir da comercialização, caso seja um produto ou serviço, ou da entrada em operação, no caso de processos internos, por exemplo. Em todos os casos, no entanto, é importante o acompanhamento do projeto, com coleta de feedbacks e promoção de melhorias.
Como operacionalizar um funil de inovação
O funil pode ser utilizado de diversas maneiras na prática da inovação aberta. Uma das possibilidades de usar essa ferramenta é por meio de um programa de ideias ou de inovação. Em geral, esse tipo de programa é realizado em ciclos, mas há casos em que a boca do funil fica aberta o tempo todo.
O conceito, em todo caso, é impedir que ideias e oportunidades sejam desperdiçadas. Ao sistematizar o processo de coleta das ideias que vão entrar no funil a cooperativa garante que a inovação seja pauta o tempo todo dentro da organização.
Outra possibilidade de implantar o funil de inovação é criar uma rotina, com regras e parâmetros bem estabelecidos, para o relacionamento com startups. Há cooperativas que possibilitam que startups apresentem, de tempos em tempos, suas soluções para os gestores e executivos da cooperativa. Dessa maneira, a cooperativa garante que a inovação será um tema constante dentro da organização.
É possível, ainda, implementar o funil na prática por meio da participação no ecossistema de inovação do segmento ao qual a cooperativa pertence. Isso pode ser feito por meio da participação em eventos e também com a presença em aceleradoras de startups, por exemplo.
Em todos os casos, a finalidade é manter os olhos abertos para o mercado, buscando identificar oportunidades e possibilidades de melhoria de processos, além do desenvolvimento de novos produtos ou serviços. Portanto, o funil se torna uma ferramenta muito útil para que a cooperativa faça a gestão de todas as etapas de relacionamento com essas iniciativas de inovação.
Dicas para otimizar as etapas do funil
Dois dos principais desafios da inovação em cooperativas estão relacionados a gerenciar os seus impactos nos processos internos e transferir os conhecimentos adquiridos para que sejam incorporados à cultura e aos processos internos.
Então, algumas das dicas para a otimização das etapas do funil de inovação aberta são:
• Proporcionar abertura da cooperativa a melhorias: é importante criar um ambiente propício ao surgimento de ideias. Isso significa prever formas de coletar e organizar as ideias que surgem no dia a dia da operação.
• Incentivar o surgimento de ideias: quanto mais ideias entram no topo do funil, mais inovações saem no fundo. Logo, é interessante manter canais que promovam o fluxo de informações, para compartilhamento dos problemas encontrados na operação e estímulo ao surgimento de ideias. Caso sua cooperativa tenha uma estrutura muito vertical e hierarquizada, um ponto de atenção é garantir condições para que os colaboradores da base se sintam incentivados a contribuir com ideias.
• Controle da gestão da inovação: um dos papéis do gestor de inovação é proporcionar visibilidade ao processo. Ou seja, tornar claro para os colaboradores as etapas pelas quais uma eventual ideia de inovação irá passar até se tornar uma inovação, de fato.
• Medir resultados: ao verificar quais são os resultados obtidos em cada etapa do funil de inovação é possível entender quais são os eventuais problemas que podem estar dificultando o fluxo desde o surgimento da ideia até sua seleção e posterior desenvolvimento da inovação.
Conclusão
Como vimos, o funil de inovação é uma ferramenta de extrema importância para os programas de inovação das cooperativas. É por meio desse funil que as ideias - tanto internas quanto externas - são captadas, organizadas e ganham impulso para o desenvolvimento da inovação em si.
Pensando nos benefícios que adotar essa tática pode trazer, o InovaCoop desenvolveu o Guia Prático sobre o Funil de Inovação. Dessa maneira, você e sua cooperativa vão ter mais clareza sobre como organizar cada um dos processos e, assim, obter o máximo das iniciativas de inovação dentro da cooperativa. Confira!
Descubra as habilidades para líderes que transformam e inovam
O papel da liderança na inovação deve ser totalmente de protagonismo. De nada adianta planejar um novo projeto se não há um líder alinhado com os princípios da inovação e as soft skills adequadas para colocá-lo em prática da melhor forma possível.
É essencial, portanto, que a liderança moderna abandone a posição autoritária e adote uma de estimulação da equipe. A ideia é potencializar a mentalidade empreendedora dentro das cooperativas. Assim sendo, cabe aos líderes incentivar a inovação e trabalhar para que ela continue sendo perseguida.
A Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro, realizada pelo Sistema OCB, apontou que, em uma escala de 0 a 10, a relevância da inovação para as cooperativas ficou com a média de 9,6. Além de saber da importância de inovar, os colaboradores e cooperados também reconhecem que os líderes são os grandes responsáveis por iniciativas inovadoras.
Ainda de acordo com o estudo, é unânime a visão de que as lideranças devem se preocupar com a inovação. “Em um primeiro momento, são os dirigentes que precisam estar atentos às necessidades de inovação, terem em mente que sem inovação as cooperativas podem iniciar um caminho de fracasso”, afirmou um dos participantes da pesquisa.
As nove soft skills que todo líder inovador deve desenvolver
Sabendo da relevância da liderança à frente da inovação em uma cooperativa, você tem as habilidades essenciais para ser um bom líder inovador? Separamos a seguir nove das principais soft skills de uma liderança focada em inovação. Boa leitura!
1. Olhar atento para identificar oportunidades
Analisar é a habilidade chave de uma boa liderança. Em um mundo ditado por dados, um pensamento analítico permite um melhor aproveitamento das oportunidades e uma tomada de decisão mais assertiva.
Ademais, ter um olhar analítico para oportunidades também pode garantir maiores margens de receita, uma vez que permite notar possibilidades que passariam despercebidas. Dessa forma, também é possível abrir novos caminhos de negócios para que a cooperativa se sobressaia diante da concorrência.
Monitorar tendências para identificar oportunidades de inovação com antecedência é fundamental para a competitividade. Veja aqui como ficar por dentro das novidades!
2. Resiliência para não se abater com o erro
Muitas pessoas se abstém de tentar algo novo ou sugerir uma ideia por medo de errar. Os líderes, com o papel de incentivar sua equipe, não podem se abalar com essa mesma insegurança.
Além de encorajar os colaboradores, a liderança deve mergulhar de cabeça em novos projetos e, caso as coisas não saiam como previsto, não se abater com o erro. Até porque errar é humano, e só com eles você pode aprender!
O erro, afinal de contas, pode ser uma grande ferramenta de aprendizado. O desafio é manejar o erro e suas consequências. A metodologia fail fast (errar rápido) parte dessa premissa. A inovação é uma jornada repleta de percalços, mas é importante saber como errar e como reagir ao erro.
3. Pensamento crítico e criatividade para encarar as mudanças
Mudanças nem sempre são fáceis, mas são essenciais para a inovação. Idealizar novos projetos é o pontapé inicial para soluções inovadoras. Nesse momento, estimular o pensamento crítico e promover um ambiente que encoraje a criatividade é fundamental para fomentar a inovação.
Segundo o Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2023, o pensamento criativo é a soft skill que mais vai se valorizar no mercado de trabalho. Desde pensar ideias não convencionais até desafiar o status quo, utilizar da criatividade e do pensamento crítico para motivar mudanças é essencial para um ambiente inovador.
4. Curiosidade sobre o desconhecido
Um líder curioso e disposto a aprender novas coisas, tem repertório para sugerir novas ideias. A criatividade não é uma habilidade que vem do nada - é necessário se informar para ter combustível para inovar.
Principalmente em um cenário de globalização e alto fluxo de informações, o aprendizado e a adaptação se tornam habilidades ainda mais importantes. Se acomodar e esperar até que as novidades cheguem até você não combina com o perfil de um líder inovador.
5. Capacidade de empatizar e escutar
Apesar da eficiência e entrega de resultados serem características de uma boa liderança, é bom lembrar que líderes tratam diretamente com pessoas. Por isso, estar sempre atento às necessidades do seu time e demonstrar empatia diante das situações é fundamental para uma liderança humanizada.
É importante lembrar que pessoas contentes e satisfeitas costumam se dedicar mais aos seus projetos. Assim, colaborar para um ambiente de trabalho positivo e que atenda as demandas da sua equipe só traz benefícios à cooperativa.
6. Ser um facilitador para a equipe
Um papel importante da liderança é atuar como um mediador. Seja no instante da resolução de um problema ou na hora de gerir uma discussão, o líder sempre deve estar atento às formas de facilitar os processos e convivência da sua equipe.
Ser um líder significa estar presente e atuar nesses momentos do cotidiano do time, sendo um facilitador. Afinal, ninguém consegue liderar estando distante. Além disso, o líder deve ser um facilitador ao intraempreendedorismo, extraindo e estimulando e dando espaço para novas ideias que surgem dentro das equipes.
Um bom facilitador é capaz de criar um ambiente seguro e inclusivo, onde as ideias são valorizadas, as diferenças são respeitadas e a colaboração é incentivada. Confira nosso curso de facilitação de times para exercitar mais essa soft skill essencial para ser um líder inovador!
7. Flexibilidade e adaptabilidade
Como visto, um ambiente de inovação conta com constantes mudanças e ajustes de curso. Um líder inovador deve ser flexível para se adaptar a novas circunstâncias e ajustar estratégias conforme necessário.
Unindo essa habilidade de adaptação à persistência mesmo após o erro, fica mais fácil flexibilizar os planos diante de novas rotas que um projeto pode tomar. A chave é sempre se adaptar para alcançar a inovação.
8. Olhar ambidestro sobre os negócios
A inovação está muito relacionada ao futuro e ao desenvolvimento da cooperativa. Porém, cuidar do presente é tão importante quanto pensar ideias para o amanhã.
Por isso, junto com a capacidade analítica, o olhar ambidestro é outro soft skill importante na tomada de decisões. Essa habilidade basicamente consiste em equilibrar os desafios futuros com os atuais, ou seja, fazer escolhas hoje já pensando em situações futuras.
Colocar a ambidestria em prática é um dos grandes desafios para as cooperativas. É complexo manejar atenção entre a inovação incremental que dá suporte aos negócios de hoje é do que consiste a ambidestria organizacional. Diante disso, o líder inovador precisa praticar a gestão ambidestra.
9. Comunicação efetiva
Que um líder inovador precisa ser claro e convincente ao comunicar sua visão e ideias, todos já sabem. Porém, uma qualidade importante na liderança é ser um bom ouvinte. A capacidade de ouvir ativamente e comunicar-se de forma aberta e transparente promove um diálogo franco e construtivo dentro da cooperativa.
Para liderar, é importante saber se comunicar. Isto é: repassar ideias, objetivos, valores e instruções com efetividade. Ou seja: um bom líder precisa ser, também, um bom comunicador. Uma ótima forma de potencializar a capacidade de persuasão é usar técnicas de storytelling. Dê uma olhada no curso do InovaCoop sobre o tema.
Em outras palavras, prestar atenção no que sua equipe tem a dizer pode resultar em novas informações e insights para uma ideia inovadora. Em um ambiente em que todos têm voz e se sentem motivados a falar, maior são as chances do surgimento da inovação.
Conclusão: o valor das soft skills para liderar
Uma liderança eficiente é fundamental para o desenvolvimento da cooperativa - e mais importante ainda para aqueles que buscam implementar a inovação. Os líderes não apenas coordenam projetos, como também incentivam o time e criam um ambiente propício para o surgimento de ideias inovadoras.
Porém, as características necessárias para ser um líder inovador vão além de habilidades técnicas. Trabalhar as soft skills é essencial para a construção de uma liderança inovadora e que encabeça a inovação.
Pensando nisso, o InovaCoop desenvolveu um e-book sobre Gestão ambidestra. Nele é apresentado em detalhes o papel da liderança em um ambiente inovador, além de discutir sobre ambidestria organizacional e os diferentes tipos de inovação.
Oportunidades de fomento em Inovação para coops brasileiras
O desenvolvimento de projetos de inovação para cooperativas é fundamental para manter e ampliar a competitividade no cenário brasileiro e global. Entretanto, o investimento nesses projetos demanda recursos financeiros. Muitas vezes, organizações privadas hesitam em fazer tais investimentos por conta das incertezas associadas aos resultados desses projetos, sobretudo quando se referem a inovações tecnológicas em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Felizmente, existem oportunidades oferecidas por atores do ecossistema de inovação brasileiro, especialmente aqueles vinculados ao governo. Esses atores propõem mecanismos de fomento para compartilhar os riscos relacionados a projetos de inovação.
Os principais mecanismos de fomento são:
Recursos reembolsáveis: Correspondem a financiamentos onde a organização recebe o recurso, mas precisa devolvê-lo posteriormente. Vale salientar que agências como FINEP e BNDES, que incentivam a inovação no Brasil, oferecem taxas de juros mais baixas e prazos maiores para pagamento em comparação com bancos comerciais.
Recursos não reembolsáveis: Se a organização tiver sua proposta aprovada, não precisa devolver esse recurso.
Incentivos fiscais: São benefícios concedidos pelo governo para incentivar setores ou atividades econômicas. Incluem isenções, deduções e compensações, entre outros, reduzindo a carga tributária de empresas que investem em P&D.
Destaques do Guia de Fomento do Sistema OCB (Inovação e ESG) para julho:
1. BNDES | Pronaf Bioeconomia
Região: Nacional
Setor: Agropecuário
Tipo de Suporte: Recurso reembolsável
Tipo de organização apoiada: Agricultores e produtores rurais de base familiar
Prazo para submissão da proposta: Fluxo contínuo.
Objetivos: Financiar agricultores e produtores rurais familiares (pessoas físicas) para investimento na utilização de tecnologias de energia renovável, tecnologias ambientais, armazenamento hídrico, pequenos aproveitamentos hidroenergéticos, silvicultura e adoção de práticas conservacionistas e de correção da acidez e fertilidade do solo, visando sua recuperação e melhoramento da capacidade produtiva.
Valor mínimo: R$ 250.000,00
% Apoiada: Não especificado.
Custos elegíveis: Despesas relacionadas a projetos de - Energia Renovável: hidroenergia, solar, biomassa, eólica, biocombustíveis, substituição de combustíveis fósseis. Sistemas Extrativistas: exploração sustentável, sociobiodiversidade. Tecnologias Ambientais: tratamento de água, dejetos, compostagem, reciclagem. Adequação e Regularização Ambiental: tratamento de efluentes, recuperação de áreas, manejo sustentável. Viveiros de Mudas: mudas florestais e frutíferas. Silvicultura: manutenção de florestas. Sistemas Agroflorestais. Turismo Rural: valorização de sociobiodiversidade. Bioinsumos e Biofertilizantes. Práticas Conservacionistas. Pastagens e Forragem. Infraestrutura Hídrica. Integração Agropecuária.
Duração do Projeto: Não especificado.
Link da chamada: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/pronaf-bioeconomia
2. Ministério das Cidades | APOIO À ESTRUTURAÇÃO E AO FORTALECIMENTO DAS COOPERATIVAS DE CATADORAS E CATADORES DE MATERIAIS REUTILIZÁVEIS E RECICLÁVEIS
Região: Nacional
Setor: Socioambiental; Sustentabilidade; Sustentabilidade Urbana
Tipo de Suporte: Recurso não reembolsável
Tipo de organização apoiada: Associações Civis; Cooperativa
Prazo para submissão da proposta: 19/09/2024
Objetivos: Concessão de apoio da Administração Pública para a execução de projetos que tenham como objetivo a implantação, ampliação ou aperfeiçoamento dos sistemas de coleta seletiva, triagem e tratamento (beneficiamento) de resíduos recicláveis secos operados por cooperativas e associações de catadoras e catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.
Valor máximo: R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)
% Apoiada: 20% de contrapartida obrigatória sobre o valor solicitado à FAPEMIG, sendo 10% proveniente das parceiras e 10% da proponente. Pelo menos metade da contrapartida das parceiras deve ser financeira.
Custos elegíveis: As temáticas financiáveis incluem a coleta seletiva de resíduos recicláveis secos, a triagem, tratamento e beneficiamento de resíduos recicláveis secos, bem como a estruturação e o fortalecimento de organizações de catadores de materiais recicláveis. Por outro lado, as temáticas não financiáveis abrangem a biodigestão de resíduos orgânicos, a coleta convencional, a coleta e triagem de resíduos orgânicos provenientes da coleta convencional e obras de construção civil.
Duração do Projeto: Não especificado.
Link da chamada: /arquivos/indica/EditaldeChamamentoPblicon012024.pdf
3. ABDE e IEBT Innovation | Programa Startup Indústria 2024/2025
Região: Nacional
Setor: Indústria; Tecnologia; Transformação Digital; Manufatura; Serviços
Tipo de Suporte: Recurso não-reembolsável
Tipo de organização apoiada: Spin offs (Corporativas e Acadêmicas); Startups, Organizações do setor produtivo
Prazo para submissão da proposta: 09/08/2024.
Objetivos: Apoiar projetos e experimentos de soluções inovadoras para empresas por meio de iniciativas de inovação aberta, acelerando o desenvolvimento tecnológico, a maturidade digital e a competitividade do setor produtivo brasileiro.
Valor máximo: R$ 70.000,00
% Apoiada: 100%.
Custos elegíveis: Custos de desenvolvimento de soluções inovadoras, testes práticos (PoC), projetos-piloto, implementação e ajustes necessários para inclusão na estrutura produtiva, capacitações e mentorias.
Duração do Projeto: 6 meses.
Link da chamada: https://startupindustria.abdi.com.br/
Para maiores detalhes, não deixe de acessar https://inova.coop.br/radar-inovacao
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