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<p>Conheça iniciativas de IA no mundo e veja novas oportunidades para inovar com a tecnologia!</p>

IA no mundo: cases e aplicações para inspirar as cooperativas

Ao redor do planeta, diversos setores estão explorando e descobrindo as possibilidades da inteligência artificial


A revolução da inteligência artificial já está transformando os negócios e moldando o futuro do trabalho, da economia e da inovação. O acelerado avanço da tecnologia faz parte do que a futurista Amy Webb chama de superciclo tecnológico, que representa uma mudança comparável à revolução industrial. Nesse cenário, é preciso ficar de olho nas aplicações da IA no mundo.

Certas aplicações da inteligência artificial generativa já se difundiram pelo mercado e pelas cooperativas. Chatbots, por exemplo, já se tornaram grandes aliados para o atendimento aos clientes e o relacionamento com cooperados. A Unimed Natal é um grande exemplo desse potencial.

Ainda assim, a tecnologia é muito recente e diversos setores estão descobrindo, testando e aprimorando as possibilidades e aplicabilidades da inteligência artificial. Diante disso, vamos conferir diversos casos de uso da IA no mundo, tanto por parte de cooperativas quanto por organizações com outros modelos de negócios. Confira esses exemplos e se inspire para inovar!

IA no mundo cooperativista

Em nossos cases de inovação já constatamos diversas histórias de cooperativas brasileiras que estão realizando avanços com a inteligência artificial. A Unimed Nacional está combatendo fraudes, a Unimed Florianópolis monitora pacientes em tempo integral e a Integrada analisa áreas agricultáveis, por exemplo. Mas também podemos aprender com casos de IA no mundo, como essas cooperativas internacionais nos mostram!

Desjardins: IA em benefício ao empreendedorismo

Maior cooperativa financeira da América do Norte, a canadense Desjardins está apoiando a evolução da inteligência artificial. Para isso, a Desjardins firmou uma parceria com o centro de pesquisas Mila, que estuda a fundo os assuntos relacionados aos avanços da IA. O acordo tem a duração de três anos e prevê benefícios aos cooperados e clientes da cooperativa. A parceria atua em três caminhos:

  1. Uma colaboração em prol do desenvolvimento e pesquisa sobre inteligência artificial e deep learning com uma abordagem ética e responsável.
  2. Acesso privilegiado ao ecossistema científico do Mila, que reúne mais de 900 pesquisadores, dentre professores e estudantes, além de indústrias e startups parceiras.
  3. A oferta exclusiva de serviços, aconselhamento e suporte dos especialistas do Mila aos associados empresariais da Desjardins.

“A inteligência artificial é a chave para proporcionar melhores experiências aos nossos 7,5 milhões de cooperados e clientes. Queremos que nossos associados corporativos possam se beneficiar das tecnologias e o apoio do Mila para ingressar no mercado internacional. Isso vai mudar o jogo para os pequenos e médios negócios que não teriam acesso a esses recursos”, disse Guy Cormier, CEO da Desjardins.

Land O’Lakes otimiza produção agrícola

A cooperativa agropecuária americana Land O’Lakes fechou uma parceria com a Microsoft a fim de se tornar pioneira em inovações no campo, aprimorar a cadeia de suprimentos e tornar sua operação mais sustentável.

A ideia é de que as soluções de inteligência artificial da Microsoft ajude os produtores a lidar com os desafios atuais e futuros do setor. Com apoio da IA e do machine learning, a Land O’Lakes quer otimizar os testes e a coleta de dados para chegar aos processos produtivos mais eficientes.

Segundo Teddy Bekele, diretor de tecnologia da cooperativa, a IA pode auxiliar em diversas etapas da produção. A tecnologia pode apontar qual a melhor cultura para cada terreno levando em conta a topografia, a composição do solo e o clima, por exemplo. A inteligência artificial também contribui para combater pestes e aplicar os fertilizantes adequados.

Zen-noh usa IA para lidar com falta de mão de obra

A Zen-noh, uma federação nacional de cooperativas agrícolas do Japão, emprega ferramentas de inteligência artificial para contornar a falta de mão de obra para a produção de arroz. A tecnologia, desenvolvida junto com a multinacional BASF, auxilia os produtores na gestão de campo.

O serviço, nomeado como Xarvio, produz análises em tempo real sobre a produção das lavouras com informações de satélite e dados meteorológicos. Com essas informações, a IA é capaz de orientar sobre a aplicação de fertilizantes para cada área de uma plantação.

“Estamos trabalhando duro para fazer uma agricultura sustentável. No entanto, somente nossa experiência e tradição não é mais suficiente. Soluções digitais ajudam muito”, diz Masakazu Yamada, presidente da Zen-noh.

Fonterra: uma assistente digital no campo

Grande produtora de leite e de laticínios, a cooperativa neozelandesa Fonterra e a agritech holandesa Connecterra passaram a usar uma assistente movida à inteligência artificial. A partir de dados coletados, a ferramenta elabora recomendações personalizadas para cada produtor.

“É uma tecnologia diferente. Ela aprende sobre cada produtor e sua fazenda. Podemos ver a diferença no crescimento dos bezerros e na saúde dos animais”, declara Chris Poole, um fazendeiro cooperado. 

Mais cases inspiradores de IA no mundo

Além dessas iniciativas, também podemos ter inspirações oriundas de outros modelos de negócio, mas que também podem ser absorvidas pelas cooperativas. Conheça mais esses seis exemplos de IA no mundo!

Fintech Klarna otimiza gastos de marketing com IA

A fintech sueca Klarna, que oferece serviços de processamento de pagamentos para o setor de comércio eletrônico, está usando a inteligência artificial para cortar custos. Desde que começou a recorrer à IA generativa para apoiar suas campanhas de marketing, a Klarna já conseguiu cortar US$ 10 milhões anuais em gastos.

No geral, a companhia reduziu os custos de marketing em 11% no primeiro trimestre de 2024. Somente com imagens, a Klarna economizou US$ 6 milhões após aderir a ferramentas como DALL-E, Midjourney e Firefly. As campanhas, que antes tinham ciclos de seis semanas, agora são mais dinâmicas e semanais. 

A IA generativa acelerou e barateou o lançamento de campanhas relacionadas a datas comemorativas, por exemplo. Produzir artes para cada uma delas, a princípio, era caro. Com apoio das novas tecnologias, o processo ficou mais simples, ágil e menos custoso. Nos três primeiros meses do ano, a Klarna produziu mais de mil imagens.

Mastercard lança modelo de IA para detectar fraudes

Diante da crescente preocupação com a segurança digital, a gigante dos pagamentos Mastercard criou o seu próprio modelo de inteligência artificial generativa para apoiar instituições financeiras na detecção de transações fraudulentas.

O modelo Decision Intelligence Pro permite que as organizações que prestam serviços bancários possam analisar movimentações suspeitas em tempo real. Para isso, o algoritmo foi treinado com dados das 125 bilhões de transações intermediadas anualmente pela Mastercard.

A IA analisa o histórico do titular do cartão para avaliar a validade de uma transação a partir de seu comportamento esperado. Em média, a Mastercard diz que a inovação melhora a detecção em 20%. Há casos, no entanto, de que a ferramenta apresentou resultados positivos de 300%.

Mass General Brigham usa IA para melhorar diagnósticos

O sistema de saúde sem fins lucrativos Mass General Brigham, que é filiado à Universidade de Harvard, se uniu com a Annalise.ai para criar um sistema inovador na área médica. O projeto desenvolvido pela companhia especialista em análise de imagens médicas com inteligência artificial visa identificar pacientes com perfis semelhantes para que os médicos possam utilizar os mesmos tratamentos que funcionaram anteriormente.

O sistema analisa informações de diagnóstico, dados genéticos, prontuários médicos e exames para apontar casos de pacientes similares. O Mass General Brigham apostou em tecnologia com grandes modelos de linguagem (LLM) que, apesar de ser mais cara que outras IAs do mercado, tem um retorno mais rápido e econômico de acordo com Keith Dreyer, chefe de ciência de dados da rede hospitalar.

IA aprende a detectar doenças em radiografias

Uma equipe de pesquisadores da Harvard Medical School treinou a inteligência artificial para diagnosticar raios-x com a mesma eficiência de um radiologista humano. Para isso, eles utilizaram a tecnologia CheXzero, que consegue aprender sozinha as informações escritas em relatórios médicos de exames anteriores, sem precisar de imagens rotuladas por humanos.

Sem esse treinamento, o processo de aprendizado da inteligência artificial não apenas fica mais rápido, como também menos custoso. Durante o experimento, os pesquisadores apresentaram à IA diversos dados publicamente disponíveis de mais de 377.000 radiografias de tórax e 227.000 relatórios clínicos. Com isso, a tecnologia foi a primeira do seu tipo a aprender a associar certas imagens às anotações ao invés de recorrer a dados que foram rotulados manualmente para a tarefa.

A instituição disponibilizou o código do modelo para demais pesquisadores, visando seu uso em outros exames como tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas e ecocardiogramas.

Assim, o diagnóstico de doenças em outras partes do corpo se tornaria mais fácil. Além disso, Pranav Rajpurkar, líder do projeto, afirmou que modelos de diagnóstico que utilizam uma IA que necessita de pouca supervisão poderiam aumentar o acesso médico em países com escassez de especialistas.

Best Buy melhora experiência de clientes com IA do Google

A Best Buy, varejista focada na venda de eletrônicos, se uniu ao Google para oferecer melhores ferramentas e experiências de atendimento aos clientes. Com ajuda dos modelos de inteligência artificial do Google Cloud, Gemini e Vertex AI, a rede de lojas vai lançar um atendimento self-service ainda em 2024. Esse modelo de assistência vai permitir um suporte 24 horas por dia - por meio do aplicativo, site ou ligação telefônica - realizado pela IA.

Tendo em mente que muitos clientes preferem interagir com um atendente humano, a Best Buy também aplica ferramentas que utilizam inteligência artificial para apoiar seus funcionários. Com o auxílio dos recursos digitais, os colaboradores serão indicados os próximos passos para a resolução da questão do consumidor, tornando o suporte mais rápido para ambos os lados.

Os funcionários especializados em vendas e que trabalham diretamente com os consumidores nas lojas também não ficaram de fora da onda da IA. A tecnologia será empregada no sistema da Best Buy para que eles tenham acesso mais fácil aos recursos da loja ou informações de produtos e, assim, possam atender melhor os clientes.

Modelo promove agricultura sustentável no sul da Ásia

A multinacional Cropin criou a Aksara, inteligência artificial desenvolvida para ajudar agricultores no sul da Ásia e promover práticas de plantio mais sustentáveis. A tecnologia utiliza o micro modelo de linguagem (Micro LLM) e se baseia nos dados internos da multinacional sobre plantações de arroz, trigo, milho, sorgo, cevada, algodão, cana-de-açúcar, soja e milheto nas regiões da Índia, Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka e Nepal.

A IA foi feita para ser adaptada pelos agricultores para que eles possam criar seus programas a partir dela - e de acordo com suas necessidades. A Aksara consegue sugerir melhorias no momento do plantio, melhores técnicas de cuidado com as plantações e até maneiras de conservar água. De acordo com a companhia, testes apontam que sua IA é 40% mais eficiente que o GPT-4 Turbo.

Ainda que a primeira versão do projeto esteja em inglês, nos próximos meses a Cropin pretende atualizá-lo para diversas línguas. Krishna Kumar, CEO e fundador da companhia, explicou que esse primeiro modelo é destinado à familiarização de pesquisadores e programadores com a Aksara, para que mais tarde ela se torne acessível a todos.

Conclusão: as facetas da IA no mundo

Como pudemos observar, a inteligência artificial vai muito além do chat GPT. Essa nova tecnologia está presente desde hospitais, até instituições financeiras e campos de plantios. E as cooperativas não ficam por fora dessa! Seja dentro do Brasil ou a nível global, a IA já faz parte da rotina de muitas coops, ajudando com soluções inovadoras.

Dada a expansão da atuação da inteligência artificial, o InovaCoop preparou um guia prático para te deixar por dentro de todas as novidades dessa tecnologia. O material possui dicas incríveis sobre como utilizar a IA a seu favor, buscando o maior desempenho da sua cooperativa. Não fique de fora dessa!

<p>Entenda como a integração de equipes e organizações pode acelerar a inovação nas cooperativas!</p>

Como a integração de equipes e organizações pode acelerar a inovação

A união e a colaboração dão vida a novas ideias e iniciativas inovadoras


A inovação não nasce somente da criatividade, mas sim da construção coletiva - seja pelo entrosamento de equipes em uma mesma cooperativa ou até entre instituições diferentes. Unir forças com outros times é uma ótima maneira de desenvolver alguma iniciativa que muitas vezes não poderia ser criada isoladamente.

A intercooperação é um dos sete princípios do cooperativismo e se baseia em formar alianças visando a prosperidade de ambas as organizações - e da comunidade também! Até porque duas cabeças pensam melhor que uma, certo? Além disso, a inovação aberta com outras organizações, como startups e institutos de pesquisa, pode viabilizar projetos e dar origem a novas ideias.

Neste artigo, vamos mostrar algumas táticas para integrar equipes e unir organizações a fim de solucionar problemas comuns, sempre visando construir cooperativas mais inovadoras. Boa leitura!

Mantenha as áreas da cooperativa integradas

Já passou o tempo em que os setores de uma organização operavam de forma independente e isolada. Adotar uma gestão integrada, ou seja, estimular a unificação dos setores da cooperativa, é muito importante para aproximar os colaboradores e fomentar a comunicação.

Trabalhar com sistemas inteligentes que reúnam todos os dados e processos da organização ou criar espaços de trabalho compartilhados entre áreas são formas de aplicar a integração nas cooperativas. Muitas vezes as áreas têm demandas em comum que podem ser resolvidas em conjunto, mas a falta de comunicação interna isola as equipes.

Estimulando a aproximação dos setores por demandas comuns, a cooperativa incentiva a troca de ideias entre colaboradores e cooperados, aumentando a chance do surgimento de uma solução inovadora. Existem algumas técnicas que podem ser adotadas pensando em incentivar a colaboração.

A ideação em grupo, por exemplo, é um dos pilares do design thinking, e funciona a partir da união de profissionais de diferentes áreas para a criação de um projeto ou ideia. Essa iniciativa se baseia em sessões de brainstorming, realização de workshops, alinhamento e organização dos times, buscando atiçar a criatividade.

Plataformas para incentivar a integração de equipes

Outra estratégia para estimular a colaboração é a adoção de recursos tecnológicos. Seja no modelo de trabalho presencial ou até a distância, algumas plataformas são grandes aliadas para garantir o entrosamento entre as equipes. Eis algumas delas:

Microsoft Teams: promove a interação dos colaboradores por meio de chats, reuniões virtuais, agendamento de tarefas e coparticipação em documentos e arquivos.

• Slack: facilita a comunicação instantânea entre a equipe, com funções como mensagens diretas, integrações com outras ferramentas e canais de comunicação específicos por tópico/projeto.

Google Workspace: o pacote de aplicativos proporciona uma experiência integrada entre os funcionários, com recursos como planilhas, documentos, apresentações, vídeo chamadas e mensagens por chats.

Monday.com: focada em gestão de trabalho e colaboração com quadros visuais, calendário e comunicação integrada, relatórios e análises, organização de tarefas e dashboards personalizados.

Jira Software: conjunto de ferramentas que trabalham no modelo de metodologia ágil, como Jira Software, Jira Service Management, Jira Work Management e Jira Align.

MIRO: ajuda no processo de cocriação, com a opção de realizar mapas mentais compartilhados para planejar projetos, criar cronogramas, desenvolver estratégias e até fazer brainstormings.

Fomente o intraempreendedorismo

Incentivar a inovação é uma iniciativa que deve ser direcionada a todos os colaboradores da cooperativa. Qualquer funcionário pode ser um agente transformador e, por isso, a inovação não pode ser restrita a uma determinada área ou cargo. Para além da integração de equipe, implantar a transversalidade na organização - ou seja, encorajar a inovação em todos os times - é essencial para garantir que todos os funcionários se sintam motivados a terem ideias inovadoras.

Construir uma cultura de inovação na cooperativa é outra tática essencial visando a busca pela inovação. Pouco adianta uma equipe entrosada se os profissionais não entendem a importância de inovar. Criar um ambiente aberto para novas ideias, acabar com o medo de errar dos colaboradores, estar atento às tendências e oferecer workshops que encorajem a criatividade são algumas estratégias que podem ser adotadas para fortalecer a cultura de inovação nas cooperativas.

Oferecer treinamentos que possam agregar conhecimentos, fomentar a criatividade e explicar a importância da inovação é essencial para impulsionar os colaboradores em direção à solução inovadora. O CapacitaCoop, do Sistema OCB, está recheado de cursos voltados para cooperativas, com conteúdos que podem ajudar a desenvolver equipes ainda mais integradas à cultura da inovação.

Concursos de inovação e treinamentos

Trabalhar com concursos de inovação é também uma maneira descontraída de incentivar a criatividade. Oferecer prêmios em troca de ideias inovadoras é um modo de estimular os colaboradores de forma dinâmica. O Sistema OCB/GO premia os vencedores de seu desafio de inovação, por exemplo.

O concurso pode ser aberto apenas para funcionários ou para outras instituições, visando uma parceria externa.

Faça parte de um ecossistema de inovação

Estar próximo de empreendedores inovadores, como startups, é fundamental para criar um ecossistema de inovação na sua cooperativa. A proximidade de organizações que valorizam tendências e estão por dentro das novidades, pode levar a onda de inovação até a sua cooperativa também.

Participar de eventos que discutam a inovação também é uma maneira de ficar por dentro das novidades. Além de promover o networking, trocar experiências e ideias pode ser uma ótima inspiração para projetos na sua organização.

O Congresso Brasileiro de Cooperativismo (CBC) é a maior conferência cooperativista do mundo e decide as tendências do ramo nos próximos anos. O World Coop Management (WCM) é outro grande encontro cooperativista, que é dividido em espaços como o Palco Mundo, Espaço Futuro (Cooptech Summit), Espaço Pessoas (HR Coop Conference) e Espaço Saber, que juntos abordam o universo cooperativista como um todo.

Já outros eventos são direcionados a um nicho específico, como o Cooptech Crédito, que aborda tópicos de interesse das cooperativas de crédito.

Inovação aberta e integração com startups

Nas últimas décadas, as startups têm ganhado destaque na economia. E por que não unir forças com elas? A simbiose entre startups e cooperativas, chamada de inovação aberta, é um modelo de parceria que busca favorecer ambas as partes.

Para negócios que estão começando, é fundamental explorar o mercado em busca de novas aliadas para desenvolver suas soluções e colocá-las no mercado. Já para cooperativas, trabalhar com startups agrega agilidade, dinamismo e modernidade. Manter negócios jovens por perto auxilia na instauração da cultura de inovação.

Ecossistema de inovação

Ter um sistema com elementos para além da cooperativa, como parcerias com faculdades, startups e centros de pesquisa, cria um ambiente propício para o surgimento de novas ideias, empreendedorismo e até negócios. O chamado ecossistema de inovação transforma ambientes em polos criativos e impulsiona o resultado das cooperativas e de suas parceiras, além de promover novos talentos.

Tendo em vista a importância de cursos e treinamentos discutidos anteriormente, ter parcerias com faculdades pode ser muito útil nesse quesito. Isso porque uma aliança com centros de estudos muitas vezes reflete em descontos para os funcionários. Além disso, uma parceria com espaços de pesquisa pode resultar na criação de materiais de estudo próprios da cooperativa.

Estimule a diversidade e inclusão

Como visto anteriormente, eliminar o medo de errar que muitos colaboradores têm é fundamental para abrir espaço para inovação. Muitos funcionários se sentem inibidos de expressar suas ideias por receio de que não sejam bem aceitas ou não sejam “boas o suficiente”.

Portanto, criar um ambiente acolhedor onde todos se sintam confortáveis para se expressar é essencial para incentivar a inovação. Construir um espaço de trabalho diverso e inclusivo, onde as pessoas possam ser elas mesmas, abre liberdade para o compartilhamento de ideias e pensamentos. Segundo o Global Recruiting Trends, do Linkedin, o sentimento de pertencimento dá a segurança psicológica que permite que cada colaborador dê o seu melhor.

Benefícios de uma coop mais diversa

Promover a inclusão nas equipes traz benefícios que vão além de um espaço de trabalho mais saudável. Um time composto por pessoas diversas significa um conjunto de perspectivas e experiências diferentes também. Por isso, a diversidade acaba enriquecendo a equipe.

Um ambiente com pluralidade de pensamentos e visões de mundo pode aflorar ao máximo o potencial inovador dos colaboradores. Uma pesquisa da McKinsey apontou que negócios que se preocupam com diversidade de gênero são 21% mais lucrativos.

Aproveite o potencial da intercooperação

Sendo o sexto princípio do cooperativismo, a intercooperação é fundamental para o crescimento das cooperativas - e da inovação dentro delas! Compartilhar recursos e soluções entre organizações é uma ótima maneira de desenvolver iniciativas inovadoras.

Caso uma integração presencial não seja viável, é possível recorrer à intercooperação digital. Com o avanço de novas tecnologias e plataformas, citadas anteriormente, torna-se viável garantir o entrosamento entre cooperativas à distância.

15° Congresso Brasileiro do Cooperativismo

A intercooperação foi um dos tópicos abordados do 15° CBC (Congresso Brasileiro do Cooperativismo), cujo tema foi “Projetando um Futuro Mais Coop”. No evento, a intercooperação foi votada como uma das diretrizes estratégicas prioritárias para fomentar a inovação.

Mais especificamente, a conduta incentiva “promover a prática da intercooperação como ferramenta para potencializar a inovação e reduzir custos com tecnologias nas cooperativas”. Isso porque a iniciativa promove uma troca de ideias e uma colaboração em projetos que maximizam as possibilidades do surgimento da inovação.

Conclusão: o poder da integração de equipes e organizações

Gerar a integração de equipes é uma tática benéfica na busca por inovação. Inovar não pode estar ligado a apenas um cargo ou área, e sim ser uma cultura enraizada em toda a cooperativa. No final do dia, todos temos um objetivo comum: criar um cooperativismo cada vez mais inovador!

Tendo em vista a importância de unir colaboradores para idealizar iniciativas inovadoras, o InovaCoop desenvolveu um curso sobre Cocriação. Nele você vai aprender a estimular o processo criativo em grupo e gerar a colaboração das equipes. Até porque inovar e cooperar andam lado a lado!

<p>Conexões geram ideias inovadoras! Entenda como funciona um ecossistema de inovação.</p>

O que é um ecossistema de inovação e qual o seu papel no cooperativismo

O ambiente fomenta a inovação de modo colaborativo e pode ser adaptado para o universo cooperativista com sucesso


É inegável que a inovação está cada vez mais presente no meio cooperativista. Por meio de projetos e iniciativas, as cooperativas dão vida a práticas inovadoras, aprimorando os serviços, produtos e processos das instituições. A interação entre os atores envolvidos nesse processo dá origem a um ecossistema de inovação.

Com tantas iniciativas, um sistema estável e inovador começa a ser construído. O sistema em questão não abriga apenas instituições com projetos inovadores, mas também organizações que podem oferecer uma “mãozinha” no processo de desenvolvimento da inovação.

É desse pensamento que o ecossistema de inovação surge. Sua construção a partir de ambientes corporativos e cooperativos é muito importante para fomentar a cooperação e o desenvolvimento de práticas inovadoras com ganhos mútuos e fortalecimento do ambiente de negócios como um todo.

O que é um ecossistema de inovação

Aprendemos nas aulas de biologia que ecossistema é um conjunto de comunidades que vivem em harmonia, interagindo com o meio ambiente e criando, portanto, um sistema estável. O ecossistema de inovação segue essa definição e visa fomentar práticas inovadoras e relações entre instituições.

As organizações que fazem parte desse sistema podem ser empresas mercantis, cooperativas, universidades, startups, hubs de inovação, e órgãos públicos e governamentais. Cada uma delas têm seu papel no ecossistema e, em conjunto, criam um ambiente propício para inovar.

Como funciona um ecossistema de inovação

Os ecossistemas de inovação descrevem o contato e a conexão entre diversos atores de um ambiente. As relações são estabelecidas por meio de compartilhamento de informações, dados e experiências e disponibilização de recursos. Tudo isso converge para o desenvolvimento de novas ideias, métodos, ferramentas e tecnologias.

Portanto, quando estimulam a interação e a cooperação, os ecossistemas de inovação impulsionam a criação de valor e possibilitam a execução de ideias inovadoras. A professora Elizabeth Hoffecker, do MIT, descreve assim o que é um ecossistema de inovação local:

“Uma comunidade de atores interconectados, com base em um lugar específico, que interagem de forma a criar inovações e apoiar processos de inovação juntamente com infraestrutura e ambiente propícios que ajudem no desenvolvimento e disseminação de soluções para os desafios locais”.

Modelos de ecossistemas de inovação

A configuração de um ecossistema de inovação pode se inspirar em modelos durante seu desenvolvimento. Eles são responsáveis por direcionar a estrutura do ecossistema de inovação.

Sendo assim, o esqueleto e o funcionamento do sistema colaborativo podem ser definidos conforme o resultado almejado pelos criadores. Com essa ideia em mente, conheça alguns modelos de ecossistemas de inovação.

TE-SER

O modelo TE-SER foi desenvolvido entre 2019 e 2020 pela Global Ecosystem Dynamics Initiative (GED) e pelo MIT D-Lab Local Innovation Group. Esse tipo de ecossistema surgiu a partir de um estudo sobre os sistemas econômicos de seis metrópoles.

A partir das informações obtidas e do modus operandi dos sistemas estudados, criou-se um novo modelo de ecossistema de inovação. A estrutura do modelo TE-SER consiste em classificar as organizações em sete categorias após considerar atores, papéis e valores. Esses papéis são:

Empreendedores Inovadores: grupo composto por organizações inovadoras, como startups, e projetos de inovação de empresas e cooperativas. Estão no centro por necessitarem da ajuda de instituições para prosperar.

Geradores de conhecimento: composto por universidades, e centros de pesquisa, tendo como função oferecer conhecimento pertinente aos empreendedores.

Habilitadores: detém uma variedade de recursos e os oferecem aos empreendedores, visando o desenvolvimento de projetos inovadores. As consultorias, aceleradoras e os fundos de investimento fazem parte deste grupo.

Conectores: é responsável por conectar os empreendedores inovadores ao resto do ecossistema. O grupo é composto por hubs e redes de organização.

Articuladores: incentivam a inovação dos empreendedores através da criação e x de políticas públicas.

Promotores: promovem a cultura da inovação no ecossistema e disseminam práticas que contribuem para o crescimento do ecossistema.

Comunidades: como o próprio nome diz, as comunidades são responsáveis por colaborar com a dinâmica do sistema e incentivar as práticas inovadoras.

Tripla-hélice

Mas os modelos de inovação não são tão recentes assim. Na década de 90, dois pesquisadores desenvolveram o sistema da hélice tríplice de inovação.

O modelo de tripla-hélice é baseado na interação entre três instituições: universidades, governo e empresas. A ideia é fomentar a cooperação entre as organizações para que projetos inovadores sejam desenvolvidos e colocados em prática.

E como estamos falando em um modelo que depende do contato entre as instituições, pode-se observar, durante a implementação do sistema, mais ou menos independência dos setores. Idealmente, a tripla-hélice evidencia uma colaboração que beneficia a todos.

Universidades e governo: financiamento e demandas estratégicas.

Governo e Empresas: trabalhos, impostos, infraestrutura.

Empresas e universidades: novos produtos, serviços e ideias inovadoras.

Quádrupla hélice

Diferente do modelo da hélice tríplice inovadora, o sistema de hélice quádrupla tem o propósito de promover a inovação, e o desenvolvimento social. Para isso, o modelo de inovação conta, como o próprio nome diz, mais uma hélice: a sociedade civil organizada.

O sistema quádruplo surgiu em meados de 2009 visando alinhar as propostas de inovação com as demandas da população. Com foco na sociedade, o modelo exige que as universidades cumpram com suas responsabilidades que vão além do desenvolvimento de ideias inovadoras.

Apesar de ter suas aplicações, os modelos em hélice também são cheios de restrições, sobretudo em relação à falta de profundidade para descrever ecossistemas de inovação complexos e dinâmicos.

Ecossistema de inovação no cooperativismo

Pensar que diversos ecossistemas de inovação existem e podem fazer a diferença é algo a se comemorar, inclusive no mundo cooperativista. Isso porque os modelos de ecossistemas de inovação podem se adaptar facilmente ao cooperativismo.

Paralelamente ao desenvolvimento e implementação de ecossistemas inovadores e cooperativistas, vimos que muitas cooperativas passaram a inovar com a ajuda de startups, seja por meio de uma contratação, ou via inovação aberta. Esse comportamento evidencia a urgência dos sistemas de inovação repletos de atores.

E é claro que algumas organizações e cooperativas aproveitaram a oportunidade de fomentar a inovação nesse meio e desenvolveram sistemas que podem e vão auxiliar muito a causa cooperativista.

RadarCoop

Por acreditar que o cooperativismo necessita de seu próprio ecossistema de inovação, Coonecta e Complexo.lab, com o apoio da Sicredi Pioneira e do Sicoob Credicitrus, desenvolveram o RadarCoop.

Inspirado no modelo TE-SER, o RadarCoop propõe um mapeamento inédito do ecossistema de inovação cooperativista a fim de evidenciar os atores desse ambiente de negócios assim como gerar conexões entre seus participantes.

No RadarCoop, o papel dos empreendedores inovadores é ocupado pelos empreendedores cooperativos. Ou seja, são cooperativas que necessitam de ajuda externa para colocar iniciativas inovadoras em prática. Já as outras classificações são compostas por outras organizações, cooperativas ou não, que disponibilizam recursos para apoiar quem está no centro de inovação.

Com organização e mapeamento, esse ecossistema cooperativista atua como uma comunidade que fomenta os princípios do cooperativismo e suas vantagens para a economia digital.

Onvolab powered by Instituto Credicitrus

Já o Sicoob Credicitrus e o Onovolab mostraram ser possível fazer parcerias de sucesso e incentivar cada vez mais a inovação aberta no cooperativismo. A cooperativa e o hub de inovação se juntaram para inaugurar mais um espaço focado em inovação na cidade de Ribeirão Preto, intitulado Onovolab powered by Instituto Credicitrus.

A ideia do Onvolab é oferecer um espaço capaz de fomentar a inovação constantemente. O ambiente, inaugurado em 2022, abriga empresas, cooperativas, agronegócio, universidades e startups que, em conjunto, desenvolvem soluções e produtos inovadores.

Para estimular conexões, cada posição de trabalho do Onovolab fica em mesas coletivas e todo o ambiente foi pensado para estimular a interação. “Um dos focos deste hub é fomentar o desenvolvimento de ideias criativas para esse setor e para o cooperativismo, bem como divulgar de forma prática os benefícios de nosso modelo de negócios”, disse Gledson Viana, gerente executivo do Instituto Credicitrus, ao InovaCoop.

Conclusão

Inovação e cooperativismo formam uma dupla conhecida, mas que ainda tem muito espaço a conquistar. Apesar de projetos inovadores estarem sendo constantemente colocados em prática nas organizações, e ecossistemas de inovação sendo desenvolvidos, ainda é necessário fomentar práticas inovadoras e a cultura da inovação.

Para começar devagar e com cautela, uma boa opção é fazer parcerias com startups. Por meio da inovação aberta, por exemplo, as cooperativas conseguem ampliar seus horizontes e contatos, e implementar melhorias inovadoras.

Se você busca meios para inovar em sua cooperativa, o relacionamento com startups é sucesso na certa. Pensando nisso, o InovaCoop desenvolveu o e-book Como fazer conexão com startups. Assim, você entende como o contato é feito e quais as vantagens que ele traz!

<p>Tecnologia, seja própria ou terceirizada, traz novas possibilidades e pode ampliar a participação dos cooperados</p>

Assembleia digital: uma nova realidade para as cooperativas brasileiras

Tecnologia, seja própria ou terceirizada, traz novas possibilidades e pode ampliar a participação dos cooperados


A Lei 5.764, de dezembro de 1971, é a lei geral do cooperativismo. Trata-se do documento que traz as regras gerais para a realização das Assembleias Gerais presenciais, tornando sua realização obrigatória por parte das cooperativas. No caso das cooperativas de trabalho, a Lei 12.690, de julho de 2012, também traz regras específicas para realização de assembleias. No entanto, em meio à necessidade, a assembleia digital virou uma alternativa.

A mudança se deve à Lei 14.030, de julho de 2020, que trouxe a possibilidade de realizar tais reuniões de maneira remota. Isso porque, até então, as discussões sobre a realização de assembleias digitais ainda eram muito incipientes.

Havia muitas ressalvas contra a prática da assembleia digital. Desde a ausência de autorização expressa para realização de forma remota até a necessidade de aproveitar o momento da assembleia presencial para promover encontros entre as pessoas que fazem parte das cooperativas.

Assembleia digital: uma adaptação urgente

Entretanto, a pandemia e a consequente necessidade de isolamento social exigiram uma rápida mudança, com adaptações operacionais e culturais por parte das cooperativas. Tudo isso é decorrente da Lei 14.030, de julho de 2020, e da Instrução Normativa nº 81, do Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI), de 10 de junho de 2020, que autorizam e regulamentam, respectivamente, a participação e a votação a distância em reuniões e assembleias de cooperativas.

Dentre as disposições da IN, o inciso V do item 2 do Anexo VI diz que “a sociedade deve adotar sistema e tecnologia acessíveis para que todos os associados participem e votem a distância na assembleia ou reunião semipresencial ou digital.”

Não apenas isso, mas a tecnologia usada deve proporcionar:

I. a segurança, a confiabilidade e a transparência do conclave;

II. o registro de presença dos associados;

III. a preservação do direito de participação a distância do associado durante todo o conclave;

IV. o exercício do direito de voto a distância por parte do associado, bem como o seu respectivo registro;

V. a possibilidade de visualização de documentos apresentados durante o conclave;

VI. a possibilidade de a mesa receber manifestações escritas dos associados;

VII. a gravação integral do conclave, que ficará arquivada na sede da sociedade; e

VIII. a participação de administradores, pessoas autorizadas a participar do conclave e pessoas cuja participação seja obrigatória.

A cooperativa pode tanto desenvolver sua própria solução tecnológica como também contratar uma das opções disponíveis no mercado. Segundo item do Anexo VI da IN DREI 81, “a sociedade pode contratar terceiros para administrar, em seu nome, o processamento das informações nas reuniões ou assembleias semipresenciais e digitais, mas permanece responsável pelo cumprimento do disposto nesta seção''.

Tecnologia como aliada da assembleia digital

É nesse ponto que se torna importante o desenvolvimento e a adoção de tecnologias que viabilizam assembleias digitais e adequadas à legislação, a exemplo do Curia, da Coopersystem. Mesmo antes da regulamentação do DREI, a cooperativa de trabalho, que presta serviços especializados de Tecnologia da Informação (TI), já planejava a realização de sua assembleia de forma remota.

Dessa forma, a Coopersystem desenvolveu, no início de 2020, seu próprio aplicativo, o Curia, a fim de usá-lo em sua assembleia marcada para o final de março. Mas veio a pandemia e com ela a oportunidade de acelerar a iniciativa e disponibilizá-la para outras cooperativas brasileiras.

A mudança de rota exigiu uma resposta rápida por parte de todo o time, uma vez que a cooperativa havia se preparado para atender apenas às exigências de acesso da própria Coopersystem. Desde então, a ferramenta vem evoluindo e pode ser utilizada por qualquer cooperativa e/ou entidade do setor.

No aplicativo as cooperativas podem registrar a presença dos cooperados nas assembleias cadastradas, levar itens da pauta para votação (podendo inclusive incluir propostas em tempo real) e criar eleições de conselhos, tudo interagindo diretamente com cada cooperado, que possui acesso único e seguro para exercer seu papel de sócio.

Curia em ação

Do lado das cooperativas, a experiência tem sido positiva. Na cooperativa de crédito paulista Cogem, por exemplo, o Curia ajudou a bater recorde de participação de delegados e, sobretudo, trouxe segurança a todo o processo, que era a principal preocupação à época.

“Buscávamos um sistema de votação seguro, de fácil entendimento e boa usabilidade, reduzindo qualquer risco no dia. E conseguimos isso com o Curia”, afirma Priscila Oliveira Hernandez, coordenadora de recursos humanos e marketing da Cogem.

Além do case da Cogem e do próprio Curia, no InovaCoop você encontra os casos práticos da Unimed Federação Rio e da Expocaccer, que também utilizaram o Curia.

A távola redonda da cooperativa LibreCode

Com a demanda de assembleias digitais deflagrada no início de 2020, a LibreCode (antiga Lyseon Tech) também identificou a necessidade de desenvolver um sistema com tal funcionalidade. Nasceu, então, em maio de 2020, a Távola.

Guiada pelos princípios de igualdade do cooperativismo, o sistema teve seu nome inspirado na história do Rei Arthur e sua Távola Redonda, onde não havia cabeceira de mesa e, portanto, todos eram iguais. Mesmo tendo sido desenvolvida em tempo recorde para atender à urgência de realização das AGOs, a Távola surpreendeu positivamente as lideranças das cooperativas.

“Apesar de tudo ter acontecido de forma muito rápida e as pessoas terem tido que se apressar para se adaptar com as assembleias de modo remoto, temos observado um lado positivo nessa mudança: as cooperativas estão espantadas com o aumento do número de participantes em relação às assembleias presenciais”, observa Daiane Alves, co-founder e gerente de projetos da LibreCode.

A Távola proporciona um ambiente de acesso restrito, tornando a solução segura para as cooperativas. A ferramenta também conta com recursos para disponibilização de documentos e criação de atas colaborativas on-line.

“As votações podem ser todas feitas pela própria ferramenta com apuração em tempo real”, pontua Daiane. Além disso, as assembleias são gravadas, com geração de relatórios de acesso para lista de presença, quantidade de votos por itens em pauta, dentre outros recursos.

Código aberto

A cooperativa LibreCode, baseada nos princípios do cooperativismo, desenvolve todos seus sistemas com base em código aberto, conforme explica Daiane:

“Com soluções livres permitimos que pessoas do mundo inteiro possam contribuir com o projeto (adesão livre e voluntária), a gestão dos projetos que fazemos é pública (gestão democrática), o projeto está sempre disponível para receber melhorias vindas de pessoas de todo o mundo (autonomia e independência), por ser um projeto de código aberto ele pode ser utilizado para ensino da forma como foi feita por meio de palestras e treinamentos para profissionais na área de TI (educação), a colaboração para o crescimento do projeto é pública (intercooperação) e projetos com licença livre possibilitam transformação social por permitirem que sejam utilizados, estudados, melhorados e distribuídos por qualquer pessoa (interesse pela comunidade).”

Outra vantagem do código aberto é ser totalmente auditável, proporcionando transparência e, portanto, garantindo mais segurança e privacidade às informações e dados. Dessa maneira, diversas cooperativas têm usado a Távola para realizar suas AGOs.

Sicoob e a mobilidade

Quando o isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus impediu a realização das AGOs (Assembleias Gerais Ordinárias) presenciais, o Sicoob nacional já estava preparado. Não porque a cooperativa previu a crise sanitária, mas porque desde 2018 a área de tecnologia estava empenhada no desenvolvimento do aplicativo Moob.

Com nome inspirado em mobilidade, o aplicativo nasceu com a proposta de empoderar os 4,6 milhões de cooperados por meio da intensificação da interação, com mais conectividade e engajamento. Isso baseado em quatro frentes, conforme explica o superintendente de tecnologia do Sicoob, Brunno Giordano. São elas:

Assim, o Moob foi lançado em dezembro de 2019 e, em fevereiro de 2020, ocorreu o lançamento da versão com possibilidade de reuniões com associação ao Zoom, que está incorporado ao aplicativo.

Portanto, em março, quando veio a pandemia, o Moob já estava praticamente pronto e contava com uma equipe de sete pessoas trabalhando no desenvolvimento e evolução do sistema. Com o tempo, o sistema rapidamente superou os 200 mil usuários.

“No início havia certa desconfiança, mas agora isso já está mais bem resolvido”, pontua Brunno, que lembra sobre o primeiro grande teste feito no Moob, quando o Sicoob Crediauc, de Concórdia (SC), contou com 13.500 pessoas acessando simultaneamente a plataforma.

Embora o Zoom, ferramenta incorporada por meio da qual as reuniões acontecem, permita o acesso simultâneo de no máximo 10 mil pessoas, o Moob integra com Facebook e YouTube. Dessa maneira, a visualização das palestras e assembleias é feita por meio dessas redes sociais, apenas com a votação ocorrendo pelo aplicativo.

O superintendente acredita que a ferramenta proporcionou uma transformação digital de fato, com cooperados votando pela primeira vez. Por esses motivos, o Moob foi premiado na 16ª edição do prêmio Relatório Bancário de Transformação Digital, promovido pelo Cantarino Brasileiro.

Moob no Sicoob Rio

O Moob já era um recurso usado pelas cooperativas do Sistema Sicoob Rio antes do início da pandemia, conforme lembra Nábia dos Santos Jorge, diretora operacional do Sicoob Central Rio. Quando da imposição do isolamento social, “as lideranças das cooperativas optaram pelo Sicoob Moob por ser um ambiente seguro e eficiente, um recurso criado pelo Sicoob, que estava ao alcance de todos”, pontua.

Foi assim que, em 2020, a cooperativa realizou sua AGO por meio do Moob. “Tivemos uma solução rápida para continuar com nossas práticas de governança e garantir a participação ativa dos cooperados nas assembleias”, comemora.

Ainda assim, alguns desafios foram enfrentados para criar uma cultura de assembleias no novo formato. “Hoje é uma prática comum e chegamos a um alto grau de usabilidade, mas foi preciso implementar uma metodologia de reuniões a distância”, conta Nábia.

Ajudou, nesse sentido, o fato de o aplicativo ser muito intuitivo, o que facilitou a rápida adesão à ferramenta observada hoje nas assembleias. Tanto é que, conforme diz Nábia, o Moob é usado até mesmo para reuniões de Conselho da cooperativa.

Evolução no uso da ferramenta

Um ano após o início do isolamento, o Sicoob Moob criou uma rede de conexão entre os cooperados do Sistema Sicoob Rio, se tornando um recurso amplamente conhecido nas cooperativas para realização de assembleias.

 “O maior aprendizado foi perceber que o aplicativo, por conta da facilidade, do maior conforto e da segurança, melhorou a experiência do nosso cooperado no que diz respeito à realização das assembleias”, explica Nábia. Para ela, o sucesso pode ser medido por meio do aumento na participação das pessoas nos eventos online. “Com o uso do Moob tivemos casos de cooperativas que triplicaram o número de participantes em suas AGOs e AGEs (Assembleias Gerais Extraordinárias)”, relata.

Dessa maneira, a ferramenta seguiu sendo usada mesmo após a retomada das reuniões presenciais.“Acreditamos que é uma questão de adaptação, preparada por uma comunicação assertiva, de orientação dos nossos cooperados, sobretudo, por meio dos canais digitais, mantendo sempre os requisitos de conformidade das assembleias”, aposta.

A experiência do Sistema Ailos

Com 316 postos de atendimento no Sul do País, 13 cooperativas do Sistema Ailos também aderiram às AGOs a distância em 2020. A adesão foi bastante satisfatória. Tanto é que, até março de 2021, cerca de 800 eventos assembleares já haviam sido realizados, com mais de 131 mil participações.

Para viabilizar a transição do presencial para o digital, o Sistema Ailos contou com a tecnologia da Hallo, startup que se dedica a desenvolver soluções digitais para instituições financeiras. Na prática, a cooperativa envia pelo aplicativo o link e o token para acessar o evento. É um sistema bastante simples, que já rendeu comentários positivos por parte dos cooperados e das lideranças das cooperativas.

Dentre as vantagens observadas está a possibilidade de transmitir a assembleia e realizar as votações na mesma plataforma. “Oportuniza que nossos cooperados continuem participando ativamente das decisões das cooperativas de maneira transparente, democrática e, principalmente, com segurança neste momento de pandemia”, afirma o presidente do Sistema Ailos, Moacir Krambeck.

A ferramenta permite customização por parte das cooperativas, possibilitando a seleção de informações e funcionalidades pertinentes à realidade de cada cooperativa. Dentre as possibilidades de customização estão: votação online, resultados em tempo real, transmissão ao vivo, gravação, fórum, vídeos, pré-assembleia e disponibilização de documentos como demonstrativos e relatórios para os cooperados.

Conclusão: a consolidação da assembleia digital

Ao eliminar a necessidade de deslocamentos, a possibilidade de realizar assembleias digitais amplia a possibilidade de participação por parte dos cooperados. Dessa forma, têm sido comuns relatos de lideranças de cooperativas que observaram aumentos significativos na quantidade de participantes e votantes nessas ocasiões.

Se isso já foi verdade em 2020, com desenvolvimento e liberação de ferramentas às pressas para os cooperados, os anos seguintes mostraram a força da assembleia digital. Em sua assembleia digital de 2023, por exemplo, o Sicoob Credicitrus contou com mais de 56 mil participações - um recorde para o setor.

Mesmo após o final das limitações impostas pela pandemia, portanto, a assembléia digital se consolidou como uma grande oportunidade para aumentar a participação dos cooperados e democratizar ainda mais o cooperativismo.

Para ir mais a fundo sobre os aspectos práticos e operacionais de uma assembleia digital, confira o nosso guia prático sobre o tema! O material está atualizado com a Lei 14.030/2020 e revela todas as informações necessárias para realizar sua assembleia por meio digital, garantindo a segurança e participação dos cooperados.

<p>Entenda como o Marco Legal das Startups afeta a inovação no cooperativismo!</p>

Marco Legal das Startups: avanços para a inovação e o cooperativismo

Lei melhora as condições para o desenvolvimento de empreendedorismo inovador no país, incluindo startups cooperativas


As startups já são protagonistas da economia. Nesse cenário, em 2021, o Marco Legal das Startups foi sancionado e entrou em vigor com a finalidade de melhorar o ambiente de negócios para o desenvolvimento de startups e estimular o investimento em inovação no país.

A legislação reconhece a inovação como vetor do desenvolvimento econômico, social e ambiental, além de trazer segurança jurídica para as startups. Por esse motivo, o Marco Legal das Startups representa um avanço importante para o ecossistema de inovação brasileiro.

O cooperativismo, é claro, não poderia ficar de fora. Atendendo a um pedido da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o então deputado Vinicius Poit (SP), que foi relator do projeto, inseriu o setor cooperativista no artigo 4°. “Assim, a lei complementar contemplará o empresário individual, a empresa de responsabilidade limitada, as sociedades empresariais, as sociedades simples e as sociedades cooperativas," afirma Poit.

Por que o Marco Legal das Startups é importante

O marco delimita a área de atuação das startups e cria um ambiente jurídico mais seguro para empreendedores e potenciais investidores nesse modelo de negócios. Dessa maneira, o texto visa aumentar a oferta de capital para investimento em startups, além de disciplinar a licitação e a contratação, por parte da administração pública, de soluções consideradas inovadoras.

“A lei busca aprimorar o sistema de investimentos brasileiro para garantir um ambiente de negócios mais seguro para os empreendedores e beneficiar os trabalhadores com mais empregos, renda e desenvolvimento local, especialmente durante o período de recuperação econômica", explica Milena Cesar, advogada da Assessoria Jurídica da OCB Nacional.

A legislação é vista com bons olhos pelos empreendedores, que vêem na desburocratização de processos um estímulo ao desenvolvimento de ecossistemas de inovação no Brasil. Além disso, o projeto autoriza que órgãos e entidades da administração pública possam instituir os chamados “Programas de Ambiente Regulatório Experimentais”.

Também conhecidos como “sandbox regulatório”, na prática isso significa a reunião de um conjunto de condições especiais, simplificadas e temporárias, para que as startups possam desenvolver modelos de negócios inovadores, incluindo testes das técnicas e tecnologias.

No meio da inovação, sandbox são condições simplificadas para atuação. Ou seja, que permitem a novas startups testarem seus produtos, serviços e modelos de negócios inovadores no mercado real. Sempre com monitoramento e regulação dos órgãos competentes e obedecendo a determinados limites estabelecidos em edital.

Soluções plurais

A administração pública estará autorizada, também, a contratar pessoas físicas e jurídicas, de forma isolada ou por meio de consórcio, para testar soluções inovadoras por meio de licitação específica. Estas, após homologação do resultado, poderão firmar o chamado Contrato Público para Solução Inovadora (CPSI).

Assim, ambas as partes - governo e empreendedores - contam com condições específicas e que proporcionam segurança para o desenvolvimento e contratação de inovação. Mas e com relação aos investidores?

Segurança para os investidores

Um dos grandes destaques do Marco Legal das Startups está relacionado à segurança jurídica proporcionada aos investidores. Isso porque, de acordo com a lei, as startups poderão admitir aporte de capital, por pessoa física ou jurídica, sem que o montante venha a integrar o capital social da empresa.

O que isso significa na prática? Que o investidor fica livre de eventuais responsabilidades trabalhistas, pois ele não se torna um sócio da empresa. O risco jurídico do investimento é mitigado significativamente.

A segurança jurídica está relacionada, ainda, à criação e estabelecimento de regulamento para aporte de capital como investidores em startups por parte de fundos de investimento por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Tal regulamentação afirma que:

• O investidor que realizar aportes de capital não será considerado sócio ou possuirá direito à gerência ou a voto na administração da empresa;

• O investidor poderá participar nas deliberações em caráter estritamente consultivo, conforme pactuação contratual;

• Não responderá por qualquer dívida da empresa, inclusive em recuperação judicial.

Requisitos para enquadramento

O que a lei considera como startup:

• ter faturamento bruto anual de até R$ 16 milhões no ano-calendário anterior ou de R$ 1,33 milhão multiplicado pelo número de meses de atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses;

• com até dez anos de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);

• e que atendam a um dos seguintes requisitos, no mínimo: declaração, em seu ato constitutivo ou alterador, de utilização de modelos de negócios inovadores para a geração de produtos ou serviços; ou enquadramento no regime especial Inova Simples.

Marco Legal das Startups na prática

Em suma, a lei complementar nº 182 apresenta três pontos que merecem destaque:

1. A desburocratização, com simplificação de regras para organizações enquadradas como startups, com faturamento e porte limitados.

2. A segurança que o projeto de lei complementar proporciona aos investidores, criando formatos de aporte de capital com regras que os protegem de eventuais passivos da empresa.

3. O maior dinamismo na relação do governo com as startups. Para tanto, o marco cria uma série de condições especiais, simplificadas e temporárias para que tais empresas não apenas desenvolvam soluções, mas possam colocá-las à prova na prática sem colocar em risco a atividade corrente dos órgãos do estado.

Marco Legal das Startups e ecossistema de inovação

Esses elementos beneficiam todo o ecossistema de inovação brasileiro. Isso inclui o cooperativismo, já que há estímulos para a criação e o desenvolvimento de startups cooperativas.

Afinal, a criação e a própria sobrevivência de organizações enquadradas como startups seriam beneficiadas, aumentando sua competitividade no mercado. Isso porque o governo é um dos principais contratantes do mercado.

Trata-se, portanto, de um grande primeiro passo para a consolidação da atuação de startups na economia brasileira. Entretanto, a Abstartups (Associação Brasileira de Startups) acredita que um ponto importante foi deixado de lado na primeira versão do texto.

As obrigações trabalhistas convencionais impostas pela CLT são bastante onerosas para uma startup. Em paralelo, a prática comumente adotada por essas empresas de contratar profissionais por meio de suas figuras jurídicas (pejotização) é passível de fiscalizações e multas.

O que ficou de fora do Marco Legal das Startups?

Para a Abstartups, teria sido importante definir questões relacionadas às relações trabalhistas envolvendo startups. A associação afirma que questões tributárias e trabalhistas já haviam sido contempladas nas primeiras discussões sobre o Marco. Dentre as opções estudadas estava a possibilidade de sociedades anônimas (SA) usarem o regime tributário do Simples, com compensação dos tributos de ganho de capital para investidores anjo, por exemplo.

O relator do projeto, o deputado Vinicius Poit, acredita que o Marco Legal das Startups tem potencial para gerar empregos. Isso poderia ser potencializado pela inclusão do formato de remuneração baseado em “stock options”, que, entretanto, não entrou no texto final.

De acordo com ele, essa modalidade de remuneração atua na distribuição do crescimento obtido, beneficiando não apenas o empreendedor, mas o empregado também. Nesse sentido, porém, há críticas de que o formato fragiliza a relação trabalhista, colocando em xeque a remuneração dos trabalhadores.

Já em relação à falta de um regime tributário próprio das startups, a advogada da Assessoria Jurídica da OCB Nacional, Milena Cesar, acredita que “a ideia foi agilizar a tramitação da proposta no Congresso e instituir a política de fomento à inovação sem esbarrar em temas tão sensíveis como a concessão de incentivos fiscais”.

Conclusão: os impactos para o cooperativismo

Ainda que com algumas ressalvas e pontos de atenção relacionados à aceitação do texto junto às entidades civis, como o Poder Judiciário e as Juntas Comerciais, o Marco Legal das Startups é um avanço bastante significativo para esse tipo de negócio. E também para as startups cooperativas.

Em entrevista ao InovaCoop, Vinicius Poit disse que o Marco Legal das Startups representa uma oportunidade para tornar o cooperativismo ainda mais próspero e capaz de gerar oportunidades no ecossistema de inovação:

“Acreditamos que a atuação das startups cooperativas abre espaço para a descoberta de modelos de negócios diferenciados. As startups buscam princípios inovadores que o modelo cooperativista possui desde sua criação e que podem gerar vantagens no que diz respeito ao ganho de escala e maior poder de negociação no mercado”, disse o relator da lei na Câmara.

Soluções para a inovação cooperativista

Na visão de Mário De Conto, superintendente do Sistema Ocergs, a inclusão das cooperativas é importante, pois o setor precisa de formas alternativas de financiamento.

“Legalmente, cooperativas enfrentam mais restrições à capitalização que outros tipos societários. Então, um ponto positivo do projeto é a disposição sobre a possibilidade de criação de outros instrumentos de aporte de capital em que o investidor, pessoa física ou jurídica, não integre formalmente o quadro de sócios da startup e/ou não o tenha subscrito qualquer participação representativa do capital social da empresa”, ele explica.

De acordo com Mário de Conto, esse dispositivo permite conceber instrumentos compatíveis com a natureza jurídica da cooperativa e a discussão a respeito de um ecossistema cooperativo de startups. Tudo a partir da cooperação entre cooperativas constituídas e as instituições financeiras cooperativas.

A advogada Milena Cesar, da OCB Nacional, também comemora a menção expressa às sociedades cooperativas no rol de organizações elegíveis ao enquadramento como startups. “Foi uma relevante conquista rumo à inovação do modelo societário. A presença das cooperativas na política de fomento à inovação está alinhada à tendência inovadora na qual as cooperativas já estão inseridas no Brasil”, completa.

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