Entre os dias 20 e 22 de março, o evento global South Summit Brazil, realizado em Porto Alegre, reuniu empresas, líderes mundiais, startups, investidores e instituições que buscam acelerar a inovação, construir relacionamentos duradouros e identificar oportunidades de negócios. Para representar o Sistema OCB, a equipe do Núcleo de Inteligência e Inovação, formada pelo gerente Guilherme Costa e os analistas Helllen Beck e Eduardo Sampaio estiveram presentes.
A estrutura do evento é reconhecida como uma das principais plataformas empreendedoras e de inovação do mundo, por proporcionar uma rede de conexões entre os principais agentes do ecossistema e gerar impactos positivos para o impulsionamento de negócios. Tendências para os próximos anos são evidenciadas e debatidas entre os participantes.
Para Guilherme Costa, a equipe teve a oportunidade de acompanhar palestrantes de peso e todas as novidades do ecossistema de inovação para enriquecer ainda mais o programa coordenado pela unidade nacional. "Compreendemos, por exemplo, que falar de inteligência artificial e sustentabilidade não é mais uma questão de futuro, mas sim da realidade. Percebemos que precisamos nos preparar para as próximas tendências que podem se transformar em oportunidades para as cooperativas", disse.
Hellen considerou importante aprender mais sobre as human skills, que geram relevância e capacitação para todos que trabalham com inovação, a partir de uma base sólida que corrobora o sucesso profissional. "No encontro foi possível entender quais são as últimas tecnologias e tendências de inovação e, também, encontrar inspiração e insights que podem ser replicadas para coops e para o Sistema OCB", ressaltou.
Já Eduardo Sampaio destacou que a imersão permitiu uma observação das discussões lideradas pelos principais nomes da inteligência artificial, da energia renovável, do clima, investimentos em tecnologia, além dos ecossistemas de inovação. "Pudemos absorver conhecimentos que ajudarão a orientar as estratégias do Núcleo. Saímos sentindo que estamos preparados para impulsionar o cooperativismo em sua jornada de inovação para torná-lo mais competitivo".
As tendências mais relevantes observadas durante o evento incluem:
• Inteligência Artificial: que caminha para a criação de novos geradores de linguagem natural e interações mais próximas dos seres humanos. O comportamento das ferramentas de IA também se tornam cada vez mais relevante;
• Infoxication: excesso de informações que leva as pessoas à intoxicação de novos aprendizados e torna difícil a filtragem ou o foco no que realmente importa;
• Intraempreendedorismo: patrocínio de líderes à iniciativas que promovem a diversidade de ideias e ampliam o funil de entrada de novas propostas, o que incentiva a colaboração orgânica entre os empregados e áreas da empresa.
• Ecossistemas de Inovação: educação tecnológica e um ambiente de negócios favorável para o surgimento e o fortalecimento desses ambientes;
• Integração da Sustentabilidade nos Modelos de Negócios: abrange a sustentabilidade integrada aos modelos de negócios e governança corporativa. Permanece como uma tendência-chave de inovação, com uma mentalidade focada na redução de impactos ambientais para permitir que as empresas garantam lucratividade e desempenhem um papel benéfico na sociedade.
• Transição Energética com Inovação e Sustentabilidade: discute os desafios da energia emergente, como veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia descentralizados.
Numa relação ganha-ganha, cooperativas e startups aprendem e inovam juntas
O relacionamento entre cooperativas e startups não é apenas mais uma tendência, é uma realidade. E os motivos dessa aproximação são inúmeros, porque se cria, de fato, uma relação ganha-ganha. Engana-se quem pensa que uma organização muito bem consolidada não tem o que aprender com startups.
Fazem parte do DNA das startups, por exemplo: criatividade e inovação para propor soluções; ousadia para errar, corrigir rápido e refazer; gestão eficiente do tempo; mais facilidade para lidar com problemas e crises; maior receptividade ao uso de novas tecnologias; capacidade de aprender rápido; time diverso, entre outras características. Tudo isso - e muito mais - pode ser incorporado à estrutura de uma cooperativa.
Mas a startup também tem muito a ganhar nesse relacionamento, como: projeção no mercado, potenciais clientes e parceiros, e aprendizado real das suas soluções aplicadas ao negócio das cooperativas. Ou seja, se a relação realmente for saudável, as duas partes têm muito a ganhar.
O relacionamento com startups é uma forma de colocar a inovação aberta e o corporate venture externo em prática. Por isso, selecionamos cinco exemplos, cada um com as suas particularidades, para mostrar como uma cooperativa pode se relacionar com uma startup. Vamos conhecê-los!
1. Programa de Conexão com Startups: busca por startups validadas
Geralmente, a busca por startups ocorre quando a cooperativa entende que não conseguirá desenvolver determinado projeto sozinha. Ela até pode buscar um fornecedor tradicional no mercado, mas a agilidade e flexibilidade das startups contam bastante na hora da escolha. Foi o caso da Coprel, em 2023.
A cooperativa criou o Programa de Conexão com Startups para firmar relacionamentos e parcerias com startups que possuem soluções inovadoras para os desafios enfrentados. A iniciativa faz parte do Programa de Inovação da Coprel.
E para que os laços entre a cooperativa e as startups fossem criados e fortalecidos, a Coprel criou um processo seletivo criterioso. Na prática, funciona assim:
• Primeiro, são abertas as inscrições para receber soluções inovadoras de startups, para solucionar desafios específicos das cooperativa;
• Depois, o Comitê Organizador faz a triagem das soluções que atendem aos desafios da chamada e os requisitos mínimos;
• A terceira etapa consiste em filtrar as soluções inscritas. São priorizadas startups que tenham mais fit com o desafio;
• Em seguida, acontece o pitch day, no qual as startups finalistas apresentam suas soluções para a banca avaliadora, composta por facilitadores da cooperativa.
Vale destacar que não basta ter uma boa ideia para se candidatar ao programa. A Coprel busca startups em operação e, preferencialmente, em fase de tração em diante.
Os desafios propostos na primeira edição foram:
• Monitoramento das Áreas de Preservação Permanente (APPs) de usinas e áreas reflorestadas pelo Coprel Ecologia (mapeamento via satélite).
• Modernização da interface entre Coprel e clientes.
2. Inovar Juntos: ouvir para evoluir
O Sicredi conta com um programa de inovação chamado Inovar Juntos, criado em 2018. O projeto foca em buscar soluções para desafios vividos pela cooperativa, enquanto agrega valor aos cooperados.
Segundo a gerente de Inovação do Sicredi, Alexandra da Silva Rodrigues, a iniciativa surgiu para reforçar a cultura da inovação e criar um canal de relacionamento com startups. A ideia é selecionar startups com potencial de atender às necessidades do Sicredi.
As startups escolhidas são submetidas a um período de imersão para colocarem o projeto piloto em prática. Os empreendedores que mais se destacam têm a chance de se tornarem parceiros ou fornecedores da cooperativa.
Por ser uma iniciativa consolidada no Sicredi, o Inova Juntos conta com apoio externo. Com a ajuda da 100 Open Startups e da Liga Ventures, a cooperativa recebe suporte durante todo o processo de inovação aberta.
Já com o auxílio do hub de inovação AgTech Garage, o Sicredi aumenta o contato com startups, instituições de ensino, e até produtores rurais. Dessa forma, a cooperativa amplia seu ecossistema e desenvolve soluções inovadoras para o agronegócio sustentável. Prova do sucesso da parceria é a criação do projeto Caderno de Campo Digital.
Em 2024, o Inova Juntos acumula mais de 65 desafios abertos e conta com 1.065 startups inscritas, 55 projetos piloto e 22 soluções implementadas. O Sicredi também está focado em aumentar seus contatos e impactar ainda mais a sociedade brasileira com iniciativas inovadoras e tecnológicas.
“Em 2023, o programa alcançou resultados significativos, impulsionando a inovação internamente e oferecendo reconhecimento de mercado. Abrimos 18 desafios, avaliamos um total de 339 inscrições de startups, realizamos 14 experimentos e oito soluções foram contratadas. Destacamos a parceria com a startup ESGreen que oferece uma solução para mitigação ou redução de riscos ESG relacionados aos fornecedores do Sicredi”, conta Alexandra.
3. Vibee: aceleração de startups em estágio inicial
O relacionamento com startups não é exclusividade do ramo Crédito. Por isso, vale destacar aqui o exemplo da cooperativa de saúde Unimed VTRP, que atua em uma área de 59 municípios dos Vales do Taquari, Rio Pardo e da região do Jacuí, no Rio Grande do Sul.
O primeiro contato da Unimed VTRP com startups foi em 2019, com a criação do InnovatiON, um programa de conexões com startups maduras para resolver desafios pré-determinados de negócio. Em duas edições, cerca de 350 projetos de startups foram analisados e 5 foram contratadas como fornecedoras de produtos ou serviços da Unimed VTRP.
“O InnovatiON foi um sucesso, tanto é que colocamos a plataforma de telemedicina em funcionamento dois dias após a liberação porque já estávamos tratando desse assunto com uma startup selecionada”, conta Rafael Zanatta, líder do Hub de Inovação da cooperativa.
Por conta do sucesso do InnovatiON, a Unimed VTRP decidiu dar um passo além em sua jornada de inovação e se conectar também com startups em fase inicial de desenvolvimento.
“Das discussões do InnovatiON veio o questionamento: o que poderíamos fazer para estar em contato com as startups que estão na fase pré-InnovatiON?”, lembra Zanatta. A solução veio em julho de 2020 com a criação do Vibee, um Hub de Inovação para identificar novas oportunidades na área da saúde com foco no relacionamento com startups em fase inicial.
Na prática, trata-se de um ambiente que conecta fundadores de startups com profissionais e empresas da saúde, universidades da região, mentores e potenciais investidores do mercado. O espaço físico fica localizado na sobreloja da sede da Unimed VTRP, em Lajeado (RS).
Portanto, não se busca apenas uma relação comercial com as startups, mas também apoiar o desenvolvimento de ideias em estágio inicial. Para isso, foram criados programas de aceleração estruturados em três pilares: inspiração, capacitação e networking. As startups selecionadas passam por um intenso processo de mentoria.
Os programas estão divididos em duas categorias, de acordo com o grau de maturidade da startup: Vibee Start (voltado para startups que estão construindo o MVP) e o Vibee Go (destinado à aceleração daquelas que já possuem um MVP validado).
Em 2024, 12 startups estão em processo de aceleração com o Vibee, sendo seis delas no Vibee Start e seis no Vibee Go. Desde sua criação, o programa já desenvolveu 20 startups na categoria Vibee Start e 28 na Vibee Go.
4. Aceleração e Cooperação: inovação sem espaço próprio
Não é sempre que a cooperativa desenvolve um hub de inovação próprio. Mesmo assim, é possível inovar e se inserir em ecossistemas de inovação e de startups. Prova disso é a iniciativa da Unicred.
A cooperativa de crédito criou, em 2022, o programa Aceleração e Cooperação visando buscar startups que possam resolver problemas pontuais. Sem um espaço próprio, a Unicred contou com a Innoscience, consultoria especializada em inovação corporativa, e com a AEVO Connect, um espaço virtual repleto de desafios de inovação aberta.
No início, a cooperativa focava em usar a ajuda externa para desafios específicos. Com o sucesso da iniciativa, o programa passou a abranger o ecossistema nacional da Unicred, com foco em resolver problemas e formar laços com outras startups.
Além de buscar startups que se encaixam nos desafios propostos, a cooperativa também dá a oportunidade de sugerir mudanças e estimular a transformação dentro da Unicred. Com a consultoria, a cooperativa lançou os seguintes desafios:
• Gestão operacional e financeira para clínicas e consultórios, para gerar maior valor para os cooperados;
• Cadastro único centralizado, integrando e padronizando dados com qualidade;
• Análise comportamental do usuário no processo de gestão de limites de crédito e transações;
• Gestão financeira e tributária de profissionais da saúde para mitigação de riscos do cooperado;
A Unicred também buscou ajuda para criar uma plataforma de inteligência geográfica e uma solução inovadora para a classificação socioambiental e análise de dados.
5. Cocamar Labs: participação ativa em ecossistemas de inovação
A Cocamar, uma das gigantes do agronegócio brasileiro, sempre apostou em programas de qualidade e melhoria contínua como um dos pilares de sustentação de seu crescimento. Mas, diante do avanço da inovação disruptiva e da transformação digital, percebeu que precisaria fazer algo para se manter atualizada e oferecer serviços e produtos de qualidade.
Por isso, em 2018, iniciou a estruturação do programa de inovação Cocamar Labs, com objetivo de interagir melhor com os ecossistemas de inovação e, principalmente, promover o relacionamento com startups.
Então, o Labs ganhou uma frente chamada de Projeto Inovação (PI), responsável por buscar soluções existentes no mercado, observar tendências e se relacionar com o ecossistema de inovação. A ideia é inserir as inovações na cooperativa para aumentar a rentabilidade dos cooperados, e resultado é um relacionamento cada vez mais próximo com o ecossistema de inovação.
A cooperativa também é mantenedora de dois ambientes de inovação no Paraná: um em Maringá, com a aceleradora Evoa; e o Hub IA, com o Senai, em Londrina. O projeto-piloto do CRM para cooperados e o e-commerce (Shopping Cocamar) surgiram a partir da imersão nestes ambientes de inovação.
A Cocamar ainda inaugurou um espaço próprio de inovação, o Espaço Cocamar Labs, dentro de sua administração central, em Maringá. É uma área destinada à troca de experiências, aprimoramento de ideias e aprofundamento na inovação.
Conclusão: ecossistemas de inovação são essenciais no relacionamento com startups
Ao longo do texto vimos cooperativas que possuem seu próprio espaço de inovação e outras que não. Nos dois casos, porém, a inovação e o relacionamento com as startups saem do papel, pois ter um espaço de inovação não é preponderante neste caso.
Aproveitando o exemplo da Cocamar, é importante destacar a necessidade das cooperativas se relacionarem com os ecossistemas de inovação de forma geral. Isso porque são eles que contribuem, por exemplo, para o desenvolvimento das próprias startups, além de serem uma excelente solução para as cooperativas que não possuem um hub próprio de inovação.
Na prática, relacionar-se com um ecossistema de inovação possibilita a troca de experiências, acesso a novos conhecimentos e competências, criação de redes de indicação e o reconhecimento da comunidade inovadora daquele ecossistema. Tudo isso facilita processos inovadores e até a contratação de startups.
Quando uma cooperativa busca relacionamento com startups, ela está buscando, na verdade, um conhecimento que talvez não exista “dentro de casa”. Ao buscar um ecossistema, a cooperativa vai muito além, tendo a oportunidade de se relacionar e acessar a inteligência de vários atores.
E a oferta de ecossistemas vem se consolidando cada vez mais, a exemplo de Cubo, InovAtiva, AgTech Garage, Unimed Lab, Avance Hub, InovaCoop Goiás e tantos outros. Cabe à cooperativa analisar suas prioridades e estudar a região onde ela está inserida para encontrar o ecossistema que melhor lhe atende. Naturalmente, surgirão os relacionamentos e as startups mais aderentes às necessidades da cooperativa.
E para que você e sua cooperativa fiquem preparados para se relacionarem com ecossistemas de inovação e startups, o InovaCoop preparou o guia prático Inovação Aberta: Como se relacionar com startups.
Bancos Centrais do mundo todo estão de olho nas moedas digitais
O setor financeiro é um dos segmentos mais sedentos por inovação tecnológica no cenário econômico global. Os serviços bancários têm incorporado uma série de avanços, como a digitalização de processos e a expansão dos canais digitais de atendimento. Nesse cenário, destaca-se, sobretudo, a tokenização da economia.
Essas inovações buscam agilizar processos e reduzir custos dos serviços financeiros. A tokenização da economia é um fenômeno de âmbito global possibilitado pelo surgimento das blockchains, popularização das criptomoedas, o crescimento dos pagamentos digitais e até mesmo a ascensão - e queda - dos NFTs.
A tokenização da economia, portanto, representa um movimento global em que ativos financeiros são transformados em tokens digitais. É o caso, por exemplo, do Drex, nome oficial do Real Digital. Neste artigo, vamos entender um pouco mais sobre esse fenômeno, seus benefícios e impactos para o cooperativismo. Aproveite a leitura!
O que é tokenização da economia
A tokenização da economia descreve um processo baseado na tecnologia de blockchain em que ativos físicos ou instrumentos financeiros são transformados em tokens digitais. Um token é, essencialmente, a representação digital de um determinado ativo físico, seja ele inteiro ou fracionado.
Esses tokens ficam armazenados em uma rede blockchain, que registra informações de maneira segura e imutável. Dessa forma, há a garantia de que todas as transações são permanentes e à prova de adulteração. Existem dois tipos de tokens:
- Tokens fungíveis: são os tokens intercambiáveis que possuem as mesmas características. Ou seja, é um token que pode ser trocado por outro idêntico. Uma nota de cem reais é igual a qualquer outra nota de cem reais, por exemplo.
- Tokens não-fungíveis: significa que o token é único e não pode ser replicado. Geralmente é usado para comercializar obras de arte dentro do ecossistema digital das blockchains. Na prática, é como se fosse a Monalisa. Nenhum outro quadro será igual à obra de da Vinci.
Benefícios da tokenização da economia
O Banco de Compensações Internacionais (BIS) aponta que a tokenização da economia é responsável por aprimorar a eficiência e mitigar riscos nos sistemas de pagamento globais. Os tokens proporcionam transações financeiras rastreáveis, seguras e ágeis, além de democratizar o acesso aos serviços financeiros.
Por estar associado a uma rede blockchain, um token pode contar com processos automatizados e seguros. Além disso, nas principais criptomoedas, todas as movimentações ficam registradas nessa rede, que é descentralizada. Assim, não é possível fraudar os registros, o que dá segurança ao uso.
Aplicações dos tokens na economia
As criptomoedas são a representação mais evidente da tokenização da economia. A partir do sucesso do bitcoin e do ether, esse mercado ganhou muito espaço. Há, até mesmo, uma criptomoeda cooperativista brasileira: é o Coffee Coin, uma moeda digital lastreada em café criada pela cooperativa agropecuária Minasul.
Agora, diversos bancos centrais ao redor do mundo estão buscando soluções para tokenizar suas moedas. Os CDBCs (central bank digital currency, ou, em português, moeda digital do banco central), dessa forma, são alvo de diversos países que querem modernizar seus sistemas bancários.
É o caso do Brasil com o Drex, que está em fase de testes comandados pelo Banco Central e deve ser lançado oficialmente ainda em 2024. Um consórcio de cooperativas formado por Sicoob, Sicredi, Ailos, Cresol e Unicred participou dos testes com o piloto do Drex.
Categorias de tokens
Além disso, há instituições financeiras que já estão emitindo valores mobiliários na forma de tokens para comercializar papéis de dívida corporativa, imóveis e outros diversos ativos. Dentro desse universo, há uma série de categorias de tokens como:
- Payment token: criptomoedas usadas como meio de pagamento.
- Utility token: concede acesso a um determinado produto como em um programa de fidelidade.
- Security token: usado na transação de ativos negociáveis - ações e imóveis, por exemplo.
- Equity token: empregado na captação de recursos, reserva de valor e investimentos.
A tokenização da economia mundial
A tokenização da economia está avançando e ganhando espaço como uma das inovações de maior impacto do setor financeiro. O Fórum Econômico Mundial e o Boston Consulting Group estimam que a economia tokenizada representará US$ 16 trilhões entre 2027 e 2030. Isso representa cerca de 10% do PIB global.
Até o momento, 11 países já lançaram suas CDBCs. O grande destaque é a China, que lançou o yuan digital (chamado de e-CNY) durante os jogos olímpicos de inverno de Pequim, em 2022. Até o final daquele ano, mais de 13 bilhões de e-CNY já circulavam em 260 milhões de carteiras digitais.
A União Europeia já anunciou seus planos para lançar o Euro digital, que propõe uma CDBC única para todo o bloco econômico que será regulada pelo Banco Central Europeu. O projeto está em fase de preparação.
Tokenização da economia brasileira
O Brasil já ocupa um lugar de destaque na digitalização da economia. O Pix e os pagamentos digitais no geral já caíram no gosto dos brasileiros. Com o Drex, a ideia é tornar o ecossistema financeiro digital ainda mais dinâmico e inovador.
Como o projeto brasileiro está em um nível avançado, ele deve servir de exemplo para iniciativas semelhantes ao redor do mundo. Para Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, a transformação da economia passa pela conexão entre moedas digitais e a tokenização de ativos para negociação.
A ideia é que o Drex possibilite a criação de uma nova plataforma para a negociação de ativos tokenizados. A versão digital do real, nesse cenário, será o mecanismo de intermediação de tais transações, a fim de garantir a segurança dos negócios.
Conclusão: tokenização e cooperativismo
A tokenização da economia é uma das maiores tendências que o InovaCoop mapeou para as cooperativas acompanharem em 2024. O desenvolvimento das CDBCs desponta como o movimento que vai dar maturidade e segurança institucional para as moedas digitais e, com isso, ampliar seu uso. Atualmente, as criptomoedas se restringem a certos nichos de entusiastas.
De início, o grande impacto para o cooperativismo tende a ser com as cooperativas de crédito, que estão participando do desenvolvimento da inovação e precisam estudar suas aplicações. Mas com o amadurecimento da tokenização financeira, outros setores também podem ser impactados.
Em um cenário global de CBDCs maduras, uma cooperativa agropecuária exportadora, por exemplo, poderá receber o pagamento de fora do país por meio da moeda digital, com mais segurança e agilidade. Diversos outros impactos devem surgir com o tempo e, por isso, cooperativas de todos os ramos devem acompanhar a tokenização da economia.
A tokenização é uma das inovações tecnológicas que estão mudando o mundo. Confira, então, nosso e-book Como a tecnologia está redefinindo a sociedade e transformando os negócios cooperativos e fique antenado para tornar sua cooperativa ainda mais inovadora!
Conheça a importância e as obrigações da nova função criada pela Lei Geral de Proteção de Dados
Com vigência iniciada em 18 de setembro de 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) traz várias exigências e novidades para as cooperativas. Dentre elas, está a criação de uma nova função dentro das organizações: o encarregado pelo tratamento de dados pessoais - ou Data Protection Officer (DPO), nomenclatura em inglês difundida internacionalmente.
Podemos resumir o DPO como o profissional responsável pela proteção de dados dentro da cooperativa. O cargo, portanto, tem a missão de garantir a segurança das informações tanto de clientes e cooperados quanto da própria cooperativa, conforme as determinações da LGPD.
O vazamento de dados é um problema no Brasil, que foi o 12º país com mais vazamentos no mundo em 2022. Nesse cenário, a figura do DPO ganha ainda mais relevância. Por isso, neste artigo vamos entender as responsabilidades da nova função, a importância dela, como nomear ou contratar alguém para a posição, entre outras questões.
E caso você queira saber mais sobre a LGPD e todas as suas determinações, válidas para todas as cooperativas e Unidades do Sistema OCB, confira nosso e-book sobre o tema!
Qual é a importância do DPO
A importância do DPO para as cooperativas fica evidente quando lembramos de casos como do Facebook e da empresa de análise de dados Cambridge Analytica. Na ocasião, houve o vazamento de dados de 87 milhões de usuários de 10 países, incluindo quase 445 mil brasileiros. É justamente para evitar problemas como este que agora existe a figura do DPO.
Ele auxilia a cooperativa a adaptar seus processos para estruturar um programa de compliance com foco em maior segurança das informações. A sua atuação, porém, não é aleatória. Ela segue regras específicas reforçadas pela legislação nacional (a LGPD), feita com base no Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR, na sigla em inglês), criado em 2016 e que trata da segurança de informação dos cidadãos na Europa.
O DPO precisa atuar com a maior transparência possível e, acima de tudo, entender sobre as legislações de segurança da informação no Brasil e no mundo. Ele deve garantir que o usuário tenha controle sobre os dados que serão coletados, além de entender exatamente o que a cooperativa fará com tais dados.
Como o DPO é a pessoa que mais entende sobre os perigos e os mecanismos de segurança, ele acaba se tornando uma referência interna no assunto. Por isso, ele também precisa se dedicar à conscientização e divulgação da LGPD para os demais colaboradores.
As funções do DPO em uma cooperativa
Na prática, o DPO tem várias funções e, até por isso, é recomendável ter alguém dedicado ao cargo, sem sobreposição de tarefas na cooperativa. Confira algumas dessas funções:
• Receber as reclamações e comunicações dos titulares dos dados;
• Prestar esclarecimentos;
• Adotar providências necessárias;
• Receber comunicações da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão responsável por regular, fiscalizar, sancionar e educar;
• Repassar atualizações aos gestores e dirigentes da cooperativa, guiando ações nas mudanças que forem exigidas;
• Orientar os funcionários e os contratados da cooperativa a respeito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados pessoais;
• Aplicar treinamento aos colaboradores da organização para que se adequem às boas práticas da utilização de dados;
• Apoiar os processos que contribuem para evitar multas de compliance e outras penalidades por conta do descumprimento da LGPD;
• Executar as demais atribuições determinadas pela cooperativa ou estabelecidas em normas complementares.
Inclusive, a identidade e informações de contato do DPO devem ser publicadas, de forma clara e objetiva, no site da própria cooperativa. A ideia é facilitar o contato com todas as partes: clientes e cooperados (titulares dos dados), funcionários e ANPD.
Com o DPO envolvido em todas as ações de proteção de dados, a cooperativa garante maior assertividade às suas iniciativas e evita possíveis sanções. A primeira multa aplicada pela ANPD aconteceu em 2023. As punições possíveis vão desde advertência simples até multas que podem chegar a R$ 50 milhões, dependendo do faturamento anual da organização.
Perfil e formação do DPO
Agora que você já sabe o que é um DPO e qual a sua importância, você deve estar se perguntando como identificar e nomear o profissional para tal função. É aqui que surgem as dúvidas, porque a legislação, seja LGPD ou GPDR, não estabelece uma formação obrigatória e específica para o profissional que pretende atuar como DPO.
Ana Paula Rodrigues, assessora jurídica do Sistema OCB, conta que essa dificuldade não é exclusiva do Brasil. “A escolha do DPO ainda suscita muitas dúvidas. Durante um intercâmbio jurídico que fizemos para uma universidade na Itália, vimos que essa questão também gerou muitos debates por lá, discutindo-se qual seria a melhor formação para um encarregado de dados”, conta.
O entendimento, segundo ela, é que não importa se é um profissional do direito, da tecnologia da informação (TI) ou de outra área, mas sim qual conhecimento técnico que se possui. Ou seja: o essencial é ter conhecimentos multidisciplinares sobre o que dispõe a lei.
“Na ausência dessa definição do ponto de vista normativo, estamos usando algumas boas práticas e sinalizações dos profissionais que atuam no direito digital. Por exemplo, além de conhecimento da lei, de direito e de TI, a recomendação é possuir habilidades de administração, segurança da informação, governança, compliance, gestão de riscos, entre outras”, afirma Ana Paula.
Embora não haja uma exigência da lei por alguma formação específica, já existem várias certificações em LGPD e formações para DPO no mercado. Capacitar um profissional que já atua na cooperativa pode ser uma ótima solução.
Conhecimento da dinâmica da cooperativa
Além do conhecimento multidisciplinar e de uma boa comunicação, já que ele é o ponto de contato da cooperativa, o DPO também precisa conhecer muito bem a dinâmica da organização, seus processos e iniciativas que captam e tratam dados pessoais.
E não podemos esquecer que o DPO precisa trabalhar de maneira integrada com o departamento de TI. A parceria precisa criar mecanismos para proteger os dados do acesso de pessoas não autorizadas, eliminando toda e qualquer brecha de segurança.
No Centro Cooperativo Sicoob (CSS), por exemplo, foi designada como DPO a atual gerente de Segurança da Informação, Karla Cavalcanti de Almeida Castro, que conhece muito bem o sistema Sicoob e tem experiência nas áreas de TI, governança corporativa, segurança da informação e cibernética, compliance e riscos.
Além disso, o Sistema Sicoob estabeleceu que cada singular pode designar seu próprio DPO. Essa orientação busca melhor aderência às realidades regionais de cada cooperativa, informa o Sicoob.
Abordagem sobre DPOs no cooperativismo
Outras cooperativas, como Unimed, Sicredi e Sistema Ailos, também adotaram a mesma posição, dando autonomia às singulares para a nomeação do seu encarregado de dados. No caso do Ailos, todos os DPOs das cooperativas singulares respondem diretamente ao DPO da Central Ailos. A nomeação é feita pela Diretoria Executiva e homologada pelo Conselho de Administração de cada cooperativa.
Na Central Nacional Unimed (CNU), após um diagnóstico executado pela consultoria da PwC, foi definida com a alta gestão a criação de um grupo de trabalho composto por várias áreas. Juntas, elas formam o DPO corporativo na CNU que tem responsabilidade e comprometimento com ações efetivas no projeto de aderência à LGPD.
No Sicredi, as nomeações ocorrem por meio da indicação, pelo Conselho de Administração, de um dos diretores de cada cooperativa singular. A orientação corporativa é de que sejam nomeados os diretores responsáveis pelo gerenciamento de risco de cada entidade, uma vez que o Sicredi trata privacidade de dados como uma disciplina de risco.
Para facilitar o trabalho do DPO no Sicredi, existe o Programa de Privacidade de Dados do Sicredi, que é baseado em quatro grandes pilares (frentes de trabalho):
1. A avaliação das relações jurídicas do Sicredi com o mercado (associados, parceiros, fornecedores).
2. A implementação de procedimentos em tecnologia da informação ligada à proteção e privacidade dos dados.
3. A avaliação dos processos de negócio para avaliar seus tratamentos de dados.
4. O treinamento e conscientização sobre privacidade de dados dos colaboradores, dirigentes e terceiros.
O programa contempla processos corporativos de forma que tanto o CAS (Centro Administrativo Sicredi) quanto cooperativas e centrais estão recebendo as ações de adequação.
É possível terceirizar a função de um DPO?
A função de DPO pode ser desempenhada tanto por uma pessoa física quanto por uma pessoa jurídica, empregada ou não da cooperativa. Sendo assim, esse papel não precisa, necessariamente, ser exercido por um empregado, podendo, inclusive, ser terceirizado.
A terceirização é uma saída quando as cooperativas - especialmente as de menor porte - têm dificuldade de contratar alguém para a vaga. Trata-se, afinal, de uma função nova e que combina habilidades de diferentes áreas. Dessa forma, pode ocorrer a contratação de uma empresa de consultoria ou escritórios de advocacia especializados em segurança de dados.
A assessora jurídica do Sistema OCB, Ana Paula Rodrigues, ressalta que a cooperativa deve analisar o que faz mais sentido para a sua realidade. No entanto, ela aponta que, ao terceirizar, “é imprescindível que a cooperativa promova a ambientação do profissional com todos os processos e a cultura da organização”.
Em nossos cases de inovação, contamos a história da Cooprodados, primeira cooperativa especializada em serviços de LGPD no Brasil. A Cooprodados, por exemplo, oferece o serviço de DPO terceirizado.
Conclusão
Toda novidade gera dúvidas e demanda adaptação, e com o surgimento do DPO não é diferente. Como ele atua como “guardião” dos dados da cooperativa, é importante que a organização também propicie uma estrutura de segurança para ele.
Por isso, para finalizar, uma dica importante é a criação de grupos/comitês de trabalho, tanto para a implantação da LGDP quanto para a manutenção posterior. Os grupos podem ser formados por profissionais de diferentes áreas, como as citadas ao longo do texto: administração, compliance, jurídico, TI, segurança da informação, entre outros. Essa boa prática fortalece as ações voltadas para a implementação da LGPD ao envolver outras pessoas da instituição.
De fato, a segurança da informação nunca esteve em tanta evidência como agora, em especial no Brasil. O país sofreu mais de 100 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2022, segundo a Fortinet. Portanto, adequar-se à legislação não é uma questão apenas de conformidade com a lei, mas de governança do negócio.
Se você deseja se aprofundar no tema, assista ao webinar Proteção de Dados na Prática, do Sistema OCB, que contou com as participações de Patrícia Peck, advogada especialista em Direito Digital, Propriedade Intelectual, Proteção de Dados e Cibersegurança; e Cristhian Groff, advogado especialista em Direito Cível empresarial e Direito Digital e DPO do Sistema OCB. Confira, também, o portal LGPD no Cooperativismo!
Framework elaborado pela consultoria Doblin estrutura as maneiras de inovar. Saiba quais são!
A inovação é ampla e acontece de diversas maneiras diferentes. É por isso que é tão difícil definir o que é uma inovação. Há inúmeras formas de inovar dentro das cooperativas, afinal. A fim de classificar e visualizar melhor as maneiras distintas de inovar, Larry Keeley e sua equipe na consultoria Doblin elencaram 10 tipos de inovação.
Em seu livro, Keeley desafia a crença de que inovação é sinônimo de lançar novos produtos no mercado. O autor defende, no entanto, que essa é só mais uma das diferentes maneiras de inovar nos negócios. Não só isso, como uma das formas menos eficientes de inovar.
Ao elencar 10 tipos de inovação, então, a proposta é criar um framework que ajude as organizações na tarefa de identificar e aproveitar novas oportunidades para inovar, mesmo que elas não sejam tão evidentes à primeira vista. A ideia é de que essas 10 modalidades contribuam para construir uma cooperativa inovadora e competitiva.
Neste artigo, portanto, iremos explicar quais são os 10 tipos de inovação, como elas se organizam e quais são as categorias que compõem a estrutura de inovação e de que maneira cada uma delas impacta na construção do negócio. Aproveite a leitura!
Conheça os 10 tipos de inovação
Para esquematizar os diferentes tipos de inovação, Keeley as separou em três eixos que se organizam da seguinte maneira:
Eixo 1: Inovação de configuração
1. Modelo de lucro
São as inovações que encontram novas maneiras de gerar valor e aumentar a lucratividade dos produtos e serviços oferecidos pela organização. Em suma, são as inovações ligadas à forma de ganhar dinheiro. Para que esse modelo funcione, é necessário analisar os desejos dos consumidores e identificar fontes de receita.
Frequentemente, os modelos de inovação voltados ao lucro desafiam crenças estabelecidas no mundo dos negócios sobre o que oferecer ao mercado, quais são as precificações adequadas e como o dinheiro entra na organização.
2. Rede
São as conexões que geram valor, ainda mais em um mundo altamente conectado. Diante disso, nenhuma cooperativa deve tentar resolver tudo sozinha. Redes de inovação permitem que as cooperativas colaborem entre si ou com outras organizações de todos os tipos para que possam alcançar resultados mútuos com o que cada uma tem a oferecer de melhor.
Iniciativas de intercooperação e programas de inovação aberta, por exemplo, são inovações de rede. Dessa maneira, é possível capitalizar os pontos fortes e encontrar soluções para encarar os pontos fracos de todas as organizações envolvidas nessa rede, que pode ser duradoura ou fruto de oportunidades pontuais.
3. Estrutura
Tem a ver como a cooperativa organiza seus recursos e talentos a fim de gerar valor. Esse tipo de inovação pode incluir uma série de coisas, como sistemas de gestão, infraestrutura física, equipamentos e capital humano.
A descentralização gerencial, democratizando a tomada de decisões, é um exemplo de inovação estrutural. Reorganizar equipes, realocar recursos, redesenhar cadeias logísticas e reestruturar o organograma são jeitos de otimizar a cooperativa para torná-la mais produtiva, atrativa aos talentos e receptiva às novidades.
4. Processo
O processo de produção e execução de serviços pode representar um alto custo para as cooperativas. Faça o seguinte questionamento: o processo produtivo que a sua cooperativa emprega atualmente está encarecendo o preço para seus clientes? Seria possível otimizar o tempo e o custo desse processo?
As inovações de processo almejam entregar o produto da maneira mais eficiente possível sem comprometer a qualidade. Com isso, a cooperativa aumenta a margem de receita e ganha vantagem competitiva.
Eixo 2: Inovação de oferta
5. Desempenho de produto
Inovações relacionadas à performance levam em conta o valor percebido, as qualidades e características dos produtos e serviços ofertados. Dessa forma, lançar produtos novos, atualizá-los diante de mudanças de mercado e adicionar recursos novos são inovações de desempenho.
Essa é a inovação mais fácil de notar e, por isso, muita gente considera que ela é a mais valiosa. Mas na prática, não é bem assim, inclusive porque é muito fácil que essas mudanças e novidades sejam rapidamente copiadas pela concorrência.
6. Sistema de produtos
São inovações que estão enraizadas na percepção das pessoas sobre como produtos e serviços se conectam, criando um ecossistema robusto e escalável. Pense em como a Apple conecta suas linhas de produtos diversos, fazendo que quem tenha um produto Apple se sinta impelido a comprar outros em busca de uma integração eficaz.
Os sistemas de produtos são executados por meio de interoperabilidade, modularidade e integração de sistemas, criando valor para o consumidor e fomentando a fidelização.
Eixo 3: Inovação de experiência
7. Serviços
É fundamental inovar para dar apoio e, com isso, ampliar a percepção de valor dos produtos negociados pela cooperativa. Isso é feito por meio dos serviços que complementam os produtos apresentados, como possibilidade de teste, garantias amplas e suporte ao cliente no pós-venda, por exemplo.
Ou seja, é tudo que envolve o relacionamento entre cooperativa e consumidor, proporcionando uma interação positiva. Inovar em serviços é estreitar laços com os clientes e cooperados, portanto.
8. Canal
Diz respeito às inovações que a cooperativa realiza em prol de alcançar o cliente. Isto é, a plataforma que vai servir de base para que a interação aconteça. Criar um e-commerce, aderir a um marketplace e desenvolver um app, por exemplo, são inovações de canal. Em tempos de bancos digitais, uma cooperativa de crédito precisa ter um aplicativo funcional.
Além disso, soluções multicanais para venda, que unem o físico e o presencial, e experiências imersivas despontam como caminhos para inovar nesse escopo. A ideia é aumentar a efetividade dos canais comerciais e de relacionamento por meio de melhorias constantes e coleta de feedbacks.
9. Marca
Como os seus clientes e cooperados enxergam a sua cooperativa? Quais características eles atribuem ao seu negócios? A construção de marca é uma forma de comunicar valores do negócio e fazer com que as pessoas lembrem da sua cooperativa.
Estratégias de branding devem ser elaboradas levando em consideração como a cooperativa quer ser vista, quais são seus propósitos, diferenciais e todos os elementos que a tornam diferente das demais marcas competidoras. Uma marca bem construída é capaz de transferir a percepção de todas essas características para os produtos.
10. Envolvimento com o cliente
É como a cooperativa fomenta interações relevantes e atrativas com seus clientes e cooperados. A ideia é nutrir uma relação de confiança, manter um contato saudável e coletar impressões para as inovações futuras.
Engajar pessoas não é uma tarefa simples. É preciso estar presente com frequência, mas sem cair na inconveniência. É necessário ser útil, relevante e produtivo, dentro dos diferentes perfis que compõem o seu público. Na era digital, muito desse envolvimento acontece por meio das redes sociais.
Conclusão: unindo os tipos de inovação
De acordo com Keeley, as grandes novidades que mudaram a história decorrem de combinações dentro desses 10 tipos de inovação. A união desses modelos proporciona projetos que geram valor de uma forma mais ampla e significativa para os negócios.
Os 10 tipos de inovação, portanto, interagem para que as novas ideias e projetos sejam sólidos e transversais, de forma a expandir a visão de inovação dentro das cooperativas. E para aprimorar ainda mais a sua jornada nos tipos de inovação, conheça as metodologias de gestão que impulsionam a sua capacidade de inovar!