Oportunidades de fomento em Inovação para coops brasileiras
O desenvolvimento de projetos de inovação para cooperativas é fundamental para manter e ampliar a competitividade no cenário brasileiro e global. Entretanto, o investimento nesses projetos demanda recursos financeiros. Muitas vezes, organizações privadas hesitam em fazer tais investimentos por conta das incertezas associadas aos resultados desses projetos, sobretudo quando se referem a inovações tecnológicas em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Felizmente, existem oportunidades oferecidas por atores do ecossistema de inovação brasileiro, especialmente aqueles vinculados ao governo. Esses atores propõem mecanismos de fomento para compartilhar os riscos relacionados a projetos de inovação.
Os principais mecanismos de fomento são:
Recursos reembolsáveis: Correspondem a financiamentos onde a organização recebe o recurso, mas precisa devolvê-lo posteriormente. Vale salientar que agências como FINEP e BNDES, que incentivam a inovação no Brasil, oferecem taxas de juros mais baixas e prazos maiores para pagamento em comparação com bancos comerciais.
Recursos não reembolsáveis: Se a organização tiver sua proposta aprovada, não precisa devolver esse recurso.
Incentivos fiscais: São benefícios concedidos pelo governo para incentivar setores ou atividades econômicas. Incluem isenções, deduções e compensações, entre outros, reduzindo a carga tributária de empresas que investem em P&D.
Destaques do Guia de Fomento do Sistema OCB (Inovação e ESG) para junho:
1. FUNBIO | Edital Floresta Viva - Conectando Paisagens
Região: Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo, Brasil
Setor: Restauração Ecológica
Tipo de Suporte: Recurso não reembolsável
Tipo de organização apoiada: Instituições sem fins lucrativos (Associações civis, Fundações privadas, Cooperativas)
Prazo para submissão da proposta: 05/08/2024
Objetivos: O edital busca apoiar a implementação de ações de restauração ecológica para a formação de corredores ecológicos, visando conectar fragmentos florestais e promover a biodiversidade nas áreas de abrangência. O programa é focado em fortalecer as capacidades locais e melhorar as condições ambientais através de projetos sustentáveis e com impacto significativo na conservação da natureza.
Valor máximo: Até R$ 8.400.000,00 distribuídos entre as propostas aprovadas, com financiamento individual de até R$ 200.000,00 para projetos de Estágio 1 e projetos maiores para Estágio 2.
% Apoiada: Não especificado, mas requer contrapartida das instituições participantes.
Custos elegíveis: Ações de restauração ecológica, criação e fortalecimento de pequenas organizações locais, desenvolvimento de cadeias produtivas associadas à restauração e outras atividades que contribuam para a restauração e conservação ambiental.
Duração do Projeto: De 12 a 48 meses, dependendo do estágio do projeto.
Link da chamada: https://chamadas.funbio.org.br/floresta-viva-conectando-paisagens
2. FAPEMIG | Chamada 10/2024 para Desenvolvimento e Inovação em Arranjos Produtivos Locais
Região: Minas Gerais, Brasil
Setor: Diversos (engenharia de materiais, mecânica, elétrica, computação, agronomia, biologia, entre outros)
Tipo de Suporte: Recurso não reembolsável
Tipo de organização apoiada: ICTMGs em parceria com sociedades empresárias, startups ou cooperativas mineiras
Prazo para submissão da proposta: 15/07/2024
Objetivos: O programa visa apoiar projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação que abordem desafios tecnológicos específicos dentro dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) mineiros. O foco é o desenvolvimento ou aperfeiçoamento de produtos e processos inovadores, aumentando a competitividade e promovendo o desenvolvimento econômico do Estado de Minas Gerais. Além disso, busca fortalecer os níveis de maturidade tecnológica dos APLs e estimular a cultura de inovação nas entidades participantes.
Valor máximo: R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)
% Apoiada: 20% de contrapartida obrigatória sobre o valor solicitado à FAPEMIG, sendo 10% proveniente das parceiras e 10% da proponente. Pelo menos metade da contrapartida das parceiras deve ser financeira.
Custos elegíveis: Desenvolvimento de novos produtos, processos inovadores e melhorias significativas em produtos/processos existentes que atendam às demandas dos APLs. Os custos podem incluir pesquisa e desenvolvimento, equipamentos, consultorias, entre outros, desde que diretamente relacionados ao projeto.
Duração do Projeto: Até 24 meses.
Link da chamada: /arquivos/indica/FAPEMIG___Chamada_10_2024.pdf
Para maiores detalhes, não deixe de acessar https://inova.coop.br/radar-inovacao
Iniciativa coordenada pelo Sistema OCB reconhece impacto positivo das cooperativas na sociedade
As inscrições para o Prêmio SomosCoop Melhores do Ano 2024 já estão abertas! Promovida pelo Sistema OCB, a premiação ocorre sempre em anos pares e tem como objetivo destacar as boas práticas das cooperativas que proporcionam benefícios significativos aos seus cooperados e à comunidade em geral. Mais uma vez, há a categoria de inovação, incentivando as cooperativas a submeterem seus projetos de novas soluções e melhorias para o setor. Cada participante pode concorrer com um projeto por categoria, a fim de diversificar e aumentar a qualidade das iniciativas apresentadas.
Cooperativas singulares e centrais, confederações e federações sediadas no Brasil, que estejam registradas e regularizadas no Sistema OCB podem se inscrever para concorrer ao prêmio até o dia 22 de agosto. A data limite para regularizar a adimplência e garantir a participação é 2 de setembro. A divulgação dos finalistas será feita no dia 29 de outubro e a cerimônia com a revelação dos premiados será realizada em Brasília, no dia 3 de dezembro.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, lembra que o SomosCoop Melhores do Ano é uma forma importante de reconhecer o papel das cooperativas para aprimorar a qualidade de vida da sociedade em suas mais diversas perspectivas. "O prêmio é uma oportunidade única de destacar as práticas que geram impactos positivos nas comunidades onde estamos presentes e inspirar outras cooperativas a seguirem esses exemplos”, afirma.
Categorias
Este ano, o Prêmio vem com uma novidade especial: a categoria Imprensa, que contemplará jornalistas e veículos de comunicação que divulgam o cooperativismo brasileiro em quatro subcategorias: Jornalismo Impresso/Digital; Radiojornalismo; Telejornalismo; e Mídia Cooperativa (Assessoria de Imprensa). Nesse caso, a inscrição será feita após a indicação das Organizações Estaduais (OCES) que apontarão matérias de destaque veiculadas no período compreendido entre janeiro de 2023 e maio de 2024.
Além da nova categoria, permanecem as já contempladas nos anos anteriores:
• Comunicação Coop: contempla as cooperativas que promovem a comunicação, a cultura e a imagem do cooperativismo. Os cases envolvem campanhas de marketing; estratégias para redes sociais; ações com influenciadores e formadores de opinião; atuação junto à imprensa; realização de eventos e ações para promoção do cooperativismo; além de iniciativas vinculadas ao movimento SomosCoop;
• Coop Cidadã: voltada para cases desenvolvidos com base nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS/ONU), que beneficiem a comunidade onde a cooperativa está inserida. Podem concorrer cases envolvidos com atividades culturais, esportivas, recreativas, de educação, de promoção social e consciência ambiental. Também podem ser inscritas iniciativas de acessibilidade e enfrentamento à discriminação; ações de valorização da mulher e estímulo à equidade salarial; acompanhamento de mulheres em situação de abuso; projetos voltados para jovens em situação de risco; ações voltadas às condições melhoria de trabalho dentro da cooperativa; e de capacitação digital;
• Desenvolvimento Ambiental: direcionada a projetos de boas práticas estratégicas para o uso consciente dos recursos naturais, por meio de preservação, reciclagem ou outros projetos que foram importantes para mudar o posicionamento da cooperativa. Os cases, nesse caso, devem envolver temas como monitoramento e neutralização das emissões de gases de efeito estufa; gestão dos resíduos; redução do consumo de recursos naturais; ações de educação ambiental; utilização e/ou implementação de projetos de energia provenientes de fontes solares, biomassa e eólicas; implementação de iniciativas com foco na economia circular; monitoramento de ações contra o desmatamento; e desenvolvimento de ações para preservação da biodiversidade, entre outros;
• Cultura Cooperativista: reconhece as cooperativas que trabalham com a promoção da cultura cooperativista entre os cooperados e os colaboradores e, assim, fortalecem a integração e o sentimento de pertencimento e satisfação, bem como os índices de fidelização. Nessa categoria, os cases devem incluir campanhas de comunicação interna; oferta de treinamentos; processos estruturados de admissão, retenção e valorização de cooperados; ações digitais e de governança para facilitar a participação dos cooperados; organização do quadro social e estruturação de núcleos e comitês; campanhas e ações educativas sobre cooperativismo para filhos de cooperados e nas escolas;
• Inovação: atribuído a soluções inovadoras que promovem mudanças no dia a dia das cooperativas, seus processos, produtos e serviços, com resultados efetivos como novos modelos de aumento de receita; conexões em rede e parcerias; melhorias de estrutura, tecnologia e processos; inovações em produtos e serviços; atuação em novos mercados; inovações em marcas, canais e engajamento de clientes e cooperados;
• Intercooperação: premia projetos de sucesso que comprovem parcerias efetivas entre duas ou mais cooperativas e que viabilizaram o alcance de objetivos comuns. Exemplos de cases que podem ser inscritos envolvem compra conjunta de insumos e/ou serviços; comercialização conjunta de produtos ou serviços; contratação e implantação de projetos de desenvolvimento técnico e tecnológico em parceria; troca de experiências e boas práticas de gestão; atuação conjunta em novos mercados; compartilhamento de estruturas para eficiência e redução de custos operacionais; parcerias comerciais para fornecer a grandes contratantes.
A avaliação dos projetos é feita por duas bancas distintas: a primeira por uma comissão técnica, composta por especialistas em projetos; e a segunda, por um júri, formado por representantes de entidades parceiras do cooperativismo. No caso da categoria Imprensa, a comissão julgadora será formada por profissionais de mercado com expertise em jornalismo e comunicação.
Já está inovando? Quer mostrar suas soluções para todos? Submeta seu case e participe. Esta é sua chance de destacar o trabalho da sua cooperativa e compartilhar suas conquistas inovadoras com toda a comunidade cooperativista.
Faça já a inscrição da sua cooperativa no site: https://melhores.premiosomoscoop.coop.br/
Confira o regulamento completo do Prêmio.
Ao redor do planeta, diversos setores estão explorando e descobrindo as possibilidades da inteligência artificial
A revolução da inteligência artificial já está transformando os negócios e moldando o futuro do trabalho, da economia e da inovação. O acelerado avanço da tecnologia faz parte do que a futurista Amy Webb chama de superciclo tecnológico, que representa uma mudança comparável à revolução industrial. Nesse cenário, é preciso ficar de olho nas aplicações da IA no mundo.
Certas aplicações da inteligência artificial generativa já se difundiram pelo mercado e pelas cooperativas. Chatbots, por exemplo, já se tornaram grandes aliados para o atendimento aos clientes e o relacionamento com cooperados. A Unimed Natal é um grande exemplo desse potencial.
Ainda assim, a tecnologia é muito recente e diversos setores estão descobrindo, testando e aprimorando as possibilidades e aplicabilidades da inteligência artificial. Diante disso, vamos conferir diversos casos de uso da IA no mundo, tanto por parte de cooperativas quanto por organizações com outros modelos de negócios. Confira esses exemplos e se inspire para inovar!
IA no mundo cooperativista
Em nossos cases de inovação já constatamos diversas histórias de cooperativas brasileiras que estão realizando avanços com a inteligência artificial. A Unimed Nacional está combatendo fraudes, a Unimed Florianópolis monitora pacientes em tempo integral e a Integrada analisa áreas agricultáveis, por exemplo. Mas também podemos aprender com casos de IA no mundo, como essas cooperativas internacionais nos mostram!
Desjardins: IA em benefício ao empreendedorismo
Maior cooperativa financeira da América do Norte, a canadense Desjardins está apoiando a evolução da inteligência artificial. Para isso, a Desjardins firmou uma parceria com o centro de pesquisas Mila, que estuda a fundo os assuntos relacionados aos avanços da IA. O acordo tem a duração de três anos e prevê benefícios aos cooperados e clientes da cooperativa. A parceria atua em três caminhos:
- Uma colaboração em prol do desenvolvimento e pesquisa sobre inteligência artificial e deep learning com uma abordagem ética e responsável.
- Acesso privilegiado ao ecossistema científico do Mila, que reúne mais de 900 pesquisadores, dentre professores e estudantes, além de indústrias e startups parceiras.
- A oferta exclusiva de serviços, aconselhamento e suporte dos especialistas do Mila aos associados empresariais da Desjardins.
“A inteligência artificial é a chave para proporcionar melhores experiências aos nossos 7,5 milhões de cooperados e clientes. Queremos que nossos associados corporativos possam se beneficiar das tecnologias e o apoio do Mila para ingressar no mercado internacional. Isso vai mudar o jogo para os pequenos e médios negócios que não teriam acesso a esses recursos”, disse Guy Cormier, CEO da Desjardins.
Land O’Lakes otimiza produção agrícola
A cooperativa agropecuária americana Land O’Lakes fechou uma parceria com a Microsoft a fim de se tornar pioneira em inovações no campo, aprimorar a cadeia de suprimentos e tornar sua operação mais sustentável.
A ideia é de que as soluções de inteligência artificial da Microsoft ajude os produtores a lidar com os desafios atuais e futuros do setor. Com apoio da IA e do machine learning, a Land O’Lakes quer otimizar os testes e a coleta de dados para chegar aos processos produtivos mais eficientes.
Segundo Teddy Bekele, diretor de tecnologia da cooperativa, a IA pode auxiliar em diversas etapas da produção. A tecnologia pode apontar qual a melhor cultura para cada terreno levando em conta a topografia, a composição do solo e o clima, por exemplo. A inteligência artificial também contribui para combater pestes e aplicar os fertilizantes adequados.
Zen-noh usa IA para lidar com falta de mão de obra
A Zen-noh, uma federação nacional de cooperativas agrícolas do Japão, emprega ferramentas de inteligência artificial para contornar a falta de mão de obra para a produção de arroz. A tecnologia, desenvolvida junto com a multinacional BASF, auxilia os produtores na gestão de campo.
O serviço, nomeado como Xarvio, produz análises em tempo real sobre a produção das lavouras com informações de satélite e dados meteorológicos. Com essas informações, a IA é capaz de orientar sobre a aplicação de fertilizantes para cada área de uma plantação.
“Estamos trabalhando duro para fazer uma agricultura sustentável. No entanto, somente nossa experiência e tradição não é mais suficiente. Soluções digitais ajudam muito”, diz Masakazu Yamada, presidente da Zen-noh.
Fonterra: uma assistente digital no campo
Grande produtora de leite e de laticínios, a cooperativa neozelandesa Fonterra e a agritech holandesa Connecterra passaram a usar uma assistente movida à inteligência artificial. A partir de dados coletados, a ferramenta elabora recomendações personalizadas para cada produtor.
“É uma tecnologia diferente. Ela aprende sobre cada produtor e sua fazenda. Podemos ver a diferença no crescimento dos bezerros e na saúde dos animais”, declara Chris Poole, um fazendeiro cooperado.
Mais cases inspiradores de IA no mundo
Além dessas iniciativas, também podemos ter inspirações oriundas de outros modelos de negócio, mas que também podem ser absorvidas pelas cooperativas. Conheça mais esses seis exemplos de IA no mundo!
Fintech Klarna otimiza gastos de marketing com IA
A fintech sueca Klarna, que oferece serviços de processamento de pagamentos para o setor de comércio eletrônico, está usando a inteligência artificial para cortar custos. Desde que começou a recorrer à IA generativa para apoiar suas campanhas de marketing, a Klarna já conseguiu cortar US$ 10 milhões anuais em gastos.
No geral, a companhia reduziu os custos de marketing em 11% no primeiro trimestre de 2024. Somente com imagens, a Klarna economizou US$ 6 milhões após aderir a ferramentas como DALL-E, Midjourney e Firefly. As campanhas, que antes tinham ciclos de seis semanas, agora são mais dinâmicas e semanais.
A IA generativa acelerou e barateou o lançamento de campanhas relacionadas a datas comemorativas, por exemplo. Produzir artes para cada uma delas, a princípio, era caro. Com apoio das novas tecnologias, o processo ficou mais simples, ágil e menos custoso. Nos três primeiros meses do ano, a Klarna produziu mais de mil imagens.
Mastercard lança modelo de IA para detectar fraudes
Diante da crescente preocupação com a segurança digital, a gigante dos pagamentos Mastercard criou o seu próprio modelo de inteligência artificial generativa para apoiar instituições financeiras na detecção de transações fraudulentas.
O modelo Decision Intelligence Pro permite que as organizações que prestam serviços bancários possam analisar movimentações suspeitas em tempo real. Para isso, o algoritmo foi treinado com dados das 125 bilhões de transações intermediadas anualmente pela Mastercard.
A IA analisa o histórico do titular do cartão para avaliar a validade de uma transação a partir de seu comportamento esperado. Em média, a Mastercard diz que a inovação melhora a detecção em 20%. Há casos, no entanto, de que a ferramenta apresentou resultados positivos de 300%.
Mass General Brigham usa IA para melhorar diagnósticos
O sistema de saúde sem fins lucrativos Mass General Brigham, que é filiado à Universidade de Harvard, se uniu com a Annalise.ai para criar um sistema inovador na área médica. O projeto desenvolvido pela companhia especialista em análise de imagens médicas com inteligência artificial visa identificar pacientes com perfis semelhantes para que os médicos possam utilizar os mesmos tratamentos que funcionaram anteriormente.
O sistema analisa informações de diagnóstico, dados genéticos, prontuários médicos e exames para apontar casos de pacientes similares. O Mass General Brigham apostou em tecnologia com grandes modelos de linguagem (LLM) que, apesar de ser mais cara que outras IAs do mercado, tem um retorno mais rápido e econômico de acordo com Keith Dreyer, chefe de ciência de dados da rede hospitalar.
IA aprende a detectar doenças em radiografias
Uma equipe de pesquisadores da Harvard Medical School treinou a inteligência artificial para diagnosticar raios-x com a mesma eficiência de um radiologista humano. Para isso, eles utilizaram a tecnologia CheXzero, que consegue aprender sozinha as informações escritas em relatórios médicos de exames anteriores, sem precisar de imagens rotuladas por humanos.
Sem esse treinamento, o processo de aprendizado da inteligência artificial não apenas fica mais rápido, como também menos custoso. Durante o experimento, os pesquisadores apresentaram à IA diversos dados publicamente disponíveis de mais de 377.000 radiografias de tórax e 227.000 relatórios clínicos. Com isso, a tecnologia foi a primeira do seu tipo a aprender a associar certas imagens às anotações ao invés de recorrer a dados que foram rotulados manualmente para a tarefa.
A instituição disponibilizou o código do modelo para demais pesquisadores, visando seu uso em outros exames como tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas e ecocardiogramas.
Assim, o diagnóstico de doenças em outras partes do corpo se tornaria mais fácil. Além disso, Pranav Rajpurkar, líder do projeto, afirmou que modelos de diagnóstico que utilizam uma IA que necessita de pouca supervisão poderiam aumentar o acesso médico em países com escassez de especialistas.
Best Buy melhora experiência de clientes com IA do Google
A Best Buy, varejista focada na venda de eletrônicos, se uniu ao Google para oferecer melhores ferramentas e experiências de atendimento aos clientes. Com ajuda dos modelos de inteligência artificial do Google Cloud, Gemini e Vertex AI, a rede de lojas vai lançar um atendimento self-service ainda em 2024. Esse modelo de assistência vai permitir um suporte 24 horas por dia - por meio do aplicativo, site ou ligação telefônica - realizado pela IA.
Tendo em mente que muitos clientes preferem interagir com um atendente humano, a Best Buy também aplica ferramentas que utilizam inteligência artificial para apoiar seus funcionários. Com o auxílio dos recursos digitais, os colaboradores serão indicados os próximos passos para a resolução da questão do consumidor, tornando o suporte mais rápido para ambos os lados.
Os funcionários especializados em vendas e que trabalham diretamente com os consumidores nas lojas também não ficaram de fora da onda da IA. A tecnologia será empregada no sistema da Best Buy para que eles tenham acesso mais fácil aos recursos da loja ou informações de produtos e, assim, possam atender melhor os clientes.
Modelo promove agricultura sustentável no sul da Ásia
A multinacional Cropin criou a Aksara, inteligência artificial desenvolvida para ajudar agricultores no sul da Ásia e promover práticas de plantio mais sustentáveis. A tecnologia utiliza o micro modelo de linguagem (Micro LLM) e se baseia nos dados internos da multinacional sobre plantações de arroz, trigo, milho, sorgo, cevada, algodão, cana-de-açúcar, soja e milheto nas regiões da Índia, Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka e Nepal.
A IA foi feita para ser adaptada pelos agricultores para que eles possam criar seus programas a partir dela - e de acordo com suas necessidades. A Aksara consegue sugerir melhorias no momento do plantio, melhores técnicas de cuidado com as plantações e até maneiras de conservar água. De acordo com a companhia, testes apontam que sua IA é 40% mais eficiente que o GPT-4 Turbo.
Ainda que a primeira versão do projeto esteja em inglês, nos próximos meses a Cropin pretende atualizá-lo para diversas línguas. Krishna Kumar, CEO e fundador da companhia, explicou que esse primeiro modelo é destinado à familiarização de pesquisadores e programadores com a Aksara, para que mais tarde ela se torne acessível a todos.
Conclusão: as facetas da IA no mundo
Como pudemos observar, a inteligência artificial vai muito além do chat GPT. Essa nova tecnologia está presente desde hospitais, até instituições financeiras e campos de plantios. E as cooperativas não ficam por fora dessa! Seja dentro do Brasil ou a nível global, a IA já faz parte da rotina de muitas coops, ajudando com soluções inovadoras.
Dada a expansão da atuação da inteligência artificial, o InovaCoop preparou um guia prático para te deixar por dentro de todas as novidades dessa tecnologia. O material possui dicas incríveis sobre como utilizar a IA a seu favor, buscando o maior desempenho da sua cooperativa. Não fique de fora dessa!
A união e a colaboração dão vida a novas ideias e iniciativas inovadoras
A inovação não nasce somente da criatividade, mas sim da construção coletiva - seja pelo entrosamento de equipes em uma mesma cooperativa ou até entre instituições diferentes. Unir forças com outros times é uma ótima maneira de desenvolver alguma iniciativa que muitas vezes não poderia ser criada isoladamente.
A intercooperação é um dos sete princípios do cooperativismo e se baseia em formar alianças visando a prosperidade de ambas as organizações - e da comunidade também! Até porque duas cabeças pensam melhor que uma, certo? Além disso, a inovação aberta com outras organizações, como startups e institutos de pesquisa, pode viabilizar projetos e dar origem a novas ideias.
Neste artigo, vamos mostrar algumas táticas para integrar equipes e unir organizações a fim de solucionar problemas comuns, sempre visando construir cooperativas mais inovadoras. Boa leitura!
Mantenha as áreas da cooperativa integradas
Já passou o tempo em que os setores de uma organização operavam de forma independente e isolada. Adotar uma gestão integrada, ou seja, estimular a unificação dos setores da cooperativa, é muito importante para aproximar os colaboradores e fomentar a comunicação.
Trabalhar com sistemas inteligentes que reúnam todos os dados e processos da organização ou criar espaços de trabalho compartilhados entre áreas são formas de aplicar a integração nas cooperativas. Muitas vezes as áreas têm demandas em comum que podem ser resolvidas em conjunto, mas a falta de comunicação interna isola as equipes.
Estimulando a aproximação dos setores por demandas comuns, a cooperativa incentiva a troca de ideias entre colaboradores e cooperados, aumentando a chance do surgimento de uma solução inovadora. Existem algumas técnicas que podem ser adotadas pensando em incentivar a colaboração.
A ideação em grupo, por exemplo, é um dos pilares do design thinking, e funciona a partir da união de profissionais de diferentes áreas para a criação de um projeto ou ideia. Essa iniciativa se baseia em sessões de brainstorming, realização de workshops, alinhamento e organização dos times, buscando atiçar a criatividade.
Plataformas para incentivar a integração de equipes
Outra estratégia para estimular a colaboração é a adoção de recursos tecnológicos. Seja no modelo de trabalho presencial ou até a distância, algumas plataformas são grandes aliadas para garantir o entrosamento entre as equipes. Eis algumas delas:
• Microsoft Teams: promove a interação dos colaboradores por meio de chats, reuniões virtuais, agendamento de tarefas e coparticipação em documentos e arquivos.
• Slack: facilita a comunicação instantânea entre a equipe, com funções como mensagens diretas, integrações com outras ferramentas e canais de comunicação específicos por tópico/projeto.
• Google Workspace: o pacote de aplicativos proporciona uma experiência integrada entre os funcionários, com recursos como planilhas, documentos, apresentações, vídeo chamadas e mensagens por chats.
• Monday.com: focada em gestão de trabalho e colaboração com quadros visuais, calendário e comunicação integrada, relatórios e análises, organização de tarefas e dashboards personalizados.
• Jira Software: conjunto de ferramentas que trabalham no modelo de metodologia ágil, como Jira Software, Jira Service Management, Jira Work Management e Jira Align.
• MIRO: ajuda no processo de cocriação, com a opção de realizar mapas mentais compartilhados para planejar projetos, criar cronogramas, desenvolver estratégias e até fazer brainstormings.
Fomente o intraempreendedorismo
Incentivar a inovação é uma iniciativa que deve ser direcionada a todos os colaboradores da cooperativa. Qualquer funcionário pode ser um agente transformador e, por isso, a inovação não pode ser restrita a uma determinada área ou cargo. Para além da integração de equipe, implantar a transversalidade na organização - ou seja, encorajar a inovação em todos os times - é essencial para garantir que todos os funcionários se sintam motivados a terem ideias inovadoras.
Construir uma cultura de inovação na cooperativa é outra tática essencial visando a busca pela inovação. Pouco adianta uma equipe entrosada se os profissionais não entendem a importância de inovar. Criar um ambiente aberto para novas ideias, acabar com o medo de errar dos colaboradores, estar atento às tendências e oferecer workshops que encorajem a criatividade são algumas estratégias que podem ser adotadas para fortalecer a cultura de inovação nas cooperativas.
Oferecer treinamentos que possam agregar conhecimentos, fomentar a criatividade e explicar a importância da inovação é essencial para impulsionar os colaboradores em direção à solução inovadora. O CapacitaCoop, do Sistema OCB, está recheado de cursos voltados para cooperativas, com conteúdos que podem ajudar a desenvolver equipes ainda mais integradas à cultura da inovação.
Concursos de inovação e treinamentos
Trabalhar com concursos de inovação é também uma maneira descontraída de incentivar a criatividade. Oferecer prêmios em troca de ideias inovadoras é um modo de estimular os colaboradores de forma dinâmica. O Sistema OCB/GO premia os vencedores de seu desafio de inovação, por exemplo.
O concurso pode ser aberto apenas para funcionários ou para outras instituições, visando uma parceria externa.
Faça parte de um ecossistema de inovação
Estar próximo de empreendedores inovadores, como startups, é fundamental para criar um ecossistema de inovação na sua cooperativa. A proximidade de organizações que valorizam tendências e estão por dentro das novidades, pode levar a onda de inovação até a sua cooperativa também.
Participar de eventos que discutam a inovação também é uma maneira de ficar por dentro das novidades. Além de promover o networking, trocar experiências e ideias pode ser uma ótima inspiração para projetos na sua organização.
O Congresso Brasileiro de Cooperativismo (CBC) é a maior conferência cooperativista do mundo e decide as tendências do ramo nos próximos anos. O World Coop Management (WCM) é outro grande encontro cooperativista, que é dividido em espaços como o Palco Mundo, Espaço Futuro (Cooptech Summit), Espaço Pessoas (HR Coop Conference) e Espaço Saber, que juntos abordam o universo cooperativista como um todo.
Já outros eventos são direcionados a um nicho específico, como o Cooptech Crédito, que aborda tópicos de interesse das cooperativas de crédito.
Inovação aberta e integração com startups
Nas últimas décadas, as startups têm ganhado destaque na economia. E por que não unir forças com elas? A simbiose entre startups e cooperativas, chamada de inovação aberta, é um modelo de parceria que busca favorecer ambas as partes.
Para negócios que estão começando, é fundamental explorar o mercado em busca de novas aliadas para desenvolver suas soluções e colocá-las no mercado. Já para cooperativas, trabalhar com startups agrega agilidade, dinamismo e modernidade. Manter negócios jovens por perto auxilia na instauração da cultura de inovação.
Ecossistema de inovação
Ter um sistema com elementos para além da cooperativa, como parcerias com faculdades, startups e centros de pesquisa, cria um ambiente propício para o surgimento de novas ideias, empreendedorismo e até negócios. O chamado ecossistema de inovação transforma ambientes em polos criativos e impulsiona o resultado das cooperativas e de suas parceiras, além de promover novos talentos.
Tendo em vista a importância de cursos e treinamentos discutidos anteriormente, ter parcerias com faculdades pode ser muito útil nesse quesito. Isso porque uma aliança com centros de estudos muitas vezes reflete em descontos para os funcionários. Além disso, uma parceria com espaços de pesquisa pode resultar na criação de materiais de estudo próprios da cooperativa.
Estimule a diversidade e inclusão
Como visto anteriormente, eliminar o medo de errar que muitos colaboradores têm é fundamental para abrir espaço para inovação. Muitos funcionários se sentem inibidos de expressar suas ideias por receio de que não sejam bem aceitas ou não sejam “boas o suficiente”.
Portanto, criar um ambiente acolhedor onde todos se sintam confortáveis para se expressar é essencial para incentivar a inovação. Construir um espaço de trabalho diverso e inclusivo, onde as pessoas possam ser elas mesmas, abre liberdade para o compartilhamento de ideias e pensamentos. Segundo o Global Recruiting Trends, do Linkedin, o sentimento de pertencimento dá a segurança psicológica que permite que cada colaborador dê o seu melhor.
Benefícios de uma coop mais diversa
Promover a inclusão nas equipes traz benefícios que vão além de um espaço de trabalho mais saudável. Um time composto por pessoas diversas significa um conjunto de perspectivas e experiências diferentes também. Por isso, a diversidade acaba enriquecendo a equipe.
Um ambiente com pluralidade de pensamentos e visões de mundo pode aflorar ao máximo o potencial inovador dos colaboradores. Uma pesquisa da McKinsey apontou que negócios que se preocupam com diversidade de gênero são 21% mais lucrativos.
Aproveite o potencial da intercooperação
Sendo o sexto princípio do cooperativismo, a intercooperação é fundamental para o crescimento das cooperativas - e da inovação dentro delas! Compartilhar recursos e soluções entre organizações é uma ótima maneira de desenvolver iniciativas inovadoras.
Caso uma integração presencial não seja viável, é possível recorrer à intercooperação digital. Com o avanço de novas tecnologias e plataformas, citadas anteriormente, torna-se viável garantir o entrosamento entre cooperativas à distância.
15° Congresso Brasileiro do Cooperativismo
A intercooperação foi um dos tópicos abordados do 15° CBC (Congresso Brasileiro do Cooperativismo), cujo tema foi “Projetando um Futuro Mais Coop”. No evento, a intercooperação foi votada como uma das diretrizes estratégicas prioritárias para fomentar a inovação.
Mais especificamente, a conduta incentiva “promover a prática da intercooperação como ferramenta para potencializar a inovação e reduzir custos com tecnologias nas cooperativas”. Isso porque a iniciativa promove uma troca de ideias e uma colaboração em projetos que maximizam as possibilidades do surgimento da inovação.
Conclusão: o poder da integração de equipes e organizações
Gerar a integração de equipes é uma tática benéfica na busca por inovação. Inovar não pode estar ligado a apenas um cargo ou área, e sim ser uma cultura enraizada em toda a cooperativa. No final do dia, todos temos um objetivo comum: criar um cooperativismo cada vez mais inovador!
Tendo em vista a importância de unir colaboradores para idealizar iniciativas inovadoras, o InovaCoop desenvolveu um curso sobre Cocriação. Nele você vai aprender a estimular o processo criativo em grupo e gerar a colaboração das equipes. Até porque inovar e cooperar andam lado a lado!
O ambiente fomenta a inovação de modo colaborativo e pode ser adaptado para o universo cooperativista com sucesso
É inegável que a inovação está cada vez mais presente no meio cooperativista. Por meio de projetos e iniciativas, as cooperativas dão vida a práticas inovadoras, aprimorando os serviços, produtos e processos das instituições. A interação entre os atores envolvidos nesse processo dá origem a um ecossistema de inovação.
Com tantas iniciativas, um sistema estável e inovador começa a ser construído. O sistema em questão não abriga apenas instituições com projetos inovadores, mas também organizações que podem oferecer uma “mãozinha” no processo de desenvolvimento da inovação.
É desse pensamento que o ecossistema de inovação surge. Sua construção a partir de ambientes corporativos e cooperativos é muito importante para fomentar a cooperação e o desenvolvimento de práticas inovadoras com ganhos mútuos e fortalecimento do ambiente de negócios como um todo.
O que é um ecossistema de inovação
Aprendemos nas aulas de biologia que ecossistema é um conjunto de comunidades que vivem em harmonia, interagindo com o meio ambiente e criando, portanto, um sistema estável. O ecossistema de inovação segue essa definição e visa fomentar práticas inovadoras e relações entre instituições.
As organizações que fazem parte desse sistema podem ser empresas mercantis, cooperativas, universidades, startups, hubs de inovação, e órgãos públicos e governamentais. Cada uma delas têm seu papel no ecossistema e, em conjunto, criam um ambiente propício para inovar.
Como funciona um ecossistema de inovação
Os ecossistemas de inovação descrevem o contato e a conexão entre diversos atores de um ambiente. As relações são estabelecidas por meio de compartilhamento de informações, dados e experiências e disponibilização de recursos. Tudo isso converge para o desenvolvimento de novas ideias, métodos, ferramentas e tecnologias.
Portanto, quando estimulam a interação e a cooperação, os ecossistemas de inovação impulsionam a criação de valor e possibilitam a execução de ideias inovadoras. A professora Elizabeth Hoffecker, do MIT, descreve assim o que é um ecossistema de inovação local:
“Uma comunidade de atores interconectados, com base em um lugar específico, que interagem de forma a criar inovações e apoiar processos de inovação juntamente com infraestrutura e ambiente propícios que ajudem no desenvolvimento e disseminação de soluções para os desafios locais”.
Modelos de ecossistemas de inovação
A configuração de um ecossistema de inovação pode se inspirar em modelos durante seu desenvolvimento. Eles são responsáveis por direcionar a estrutura do ecossistema de inovação.
Sendo assim, o esqueleto e o funcionamento do sistema colaborativo podem ser definidos conforme o resultado almejado pelos criadores. Com essa ideia em mente, conheça alguns modelos de ecossistemas de inovação.
TE-SER
O modelo TE-SER foi desenvolvido entre 2019 e 2020 pela Global Ecosystem Dynamics Initiative (GED) e pelo MIT D-Lab Local Innovation Group. Esse tipo de ecossistema surgiu a partir de um estudo sobre os sistemas econômicos de seis metrópoles.
A partir das informações obtidas e do modus operandi dos sistemas estudados, criou-se um novo modelo de ecossistema de inovação. A estrutura do modelo TE-SER consiste em classificar as organizações em sete categorias após considerar atores, papéis e valores. Esses papéis são:
• Empreendedores Inovadores: grupo composto por organizações inovadoras, como startups, e projetos de inovação de empresas e cooperativas. Estão no centro por necessitarem da ajuda de instituições para prosperar.
• Geradores de conhecimento: composto por universidades, e centros de pesquisa, tendo como função oferecer conhecimento pertinente aos empreendedores.
• Habilitadores: detém uma variedade de recursos e os oferecem aos empreendedores, visando o desenvolvimento de projetos inovadores. As consultorias, aceleradoras e os fundos de investimento fazem parte deste grupo.
• Conectores: é responsável por conectar os empreendedores inovadores ao resto do ecossistema. O grupo é composto por hubs e redes de organização.
• Articuladores: incentivam a inovação dos empreendedores através da criação e x de políticas públicas.
• Promotores: promovem a cultura da inovação no ecossistema e disseminam práticas que contribuem para o crescimento do ecossistema.
• Comunidades: como o próprio nome diz, as comunidades são responsáveis por colaborar com a dinâmica do sistema e incentivar as práticas inovadoras.
Tripla-hélice
Mas os modelos de inovação não são tão recentes assim. Na década de 90, dois pesquisadores desenvolveram o sistema da hélice tríplice de inovação.
O modelo de tripla-hélice é baseado na interação entre três instituições: universidades, governo e empresas. A ideia é fomentar a cooperação entre as organizações para que projetos inovadores sejam desenvolvidos e colocados em prática.
E como estamos falando em um modelo que depende do contato entre as instituições, pode-se observar, durante a implementação do sistema, mais ou menos independência dos setores. Idealmente, a tripla-hélice evidencia uma colaboração que beneficia a todos.
• Universidades e governo: financiamento e demandas estratégicas.
• Governo e Empresas: trabalhos, impostos, infraestrutura.
• Empresas e universidades: novos produtos, serviços e ideias inovadoras.
Quádrupla hélice
Diferente do modelo da hélice tríplice inovadora, o sistema de hélice quádrupla tem o propósito de promover a inovação, e o desenvolvimento social. Para isso, o modelo de inovação conta, como o próprio nome diz, mais uma hélice: a sociedade civil organizada.
O sistema quádruplo surgiu em meados de 2009 visando alinhar as propostas de inovação com as demandas da população. Com foco na sociedade, o modelo exige que as universidades cumpram com suas responsabilidades que vão além do desenvolvimento de ideias inovadoras.
Apesar de ter suas aplicações, os modelos em hélice também são cheios de restrições, sobretudo em relação à falta de profundidade para descrever ecossistemas de inovação complexos e dinâmicos.
Ecossistema de inovação no cooperativismo
Pensar que diversos ecossistemas de inovação existem e podem fazer a diferença é algo a se comemorar, inclusive no mundo cooperativista. Isso porque os modelos de ecossistemas de inovação podem se adaptar facilmente ao cooperativismo.
Paralelamente ao desenvolvimento e implementação de ecossistemas inovadores e cooperativistas, vimos que muitas cooperativas passaram a inovar com a ajuda de startups, seja por meio de uma contratação, ou via inovação aberta. Esse comportamento evidencia a urgência dos sistemas de inovação repletos de atores.
E é claro que algumas organizações e cooperativas aproveitaram a oportunidade de fomentar a inovação nesse meio e desenvolveram sistemas que podem e vão auxiliar muito a causa cooperativista.
RadarCoop
Por acreditar que o cooperativismo necessita de seu próprio ecossistema de inovação, Coonecta e Complexo.lab, com o apoio da Sicredi Pioneira e do Sicoob Credicitrus, desenvolveram o RadarCoop.
Inspirado no modelo TE-SER, o RadarCoop propõe um mapeamento inédito do ecossistema de inovação cooperativista a fim de evidenciar os atores desse ambiente de negócios assim como gerar conexões entre seus participantes.
No RadarCoop, o papel dos empreendedores inovadores é ocupado pelos empreendedores cooperativos. Ou seja, são cooperativas que necessitam de ajuda externa para colocar iniciativas inovadoras em prática. Já as outras classificações são compostas por outras organizações, cooperativas ou não, que disponibilizam recursos para apoiar quem está no centro de inovação.
Com organização e mapeamento, esse ecossistema cooperativista atua como uma comunidade que fomenta os princípios do cooperativismo e suas vantagens para a economia digital.
Onvolab powered by Instituto Credicitrus
Já o Sicoob Credicitrus e o Onovolab mostraram ser possível fazer parcerias de sucesso e incentivar cada vez mais a inovação aberta no cooperativismo. A cooperativa e o hub de inovação se juntaram para inaugurar mais um espaço focado em inovação na cidade de Ribeirão Preto, intitulado Onovolab powered by Instituto Credicitrus.
A ideia do Onvolab é oferecer um espaço capaz de fomentar a inovação constantemente. O ambiente, inaugurado em 2022, abriga empresas, cooperativas, agronegócio, universidades e startups que, em conjunto, desenvolvem soluções e produtos inovadores.
Para estimular conexões, cada posição de trabalho do Onovolab fica em mesas coletivas e todo o ambiente foi pensado para estimular a interação. “Um dos focos deste hub é fomentar o desenvolvimento de ideias criativas para esse setor e para o cooperativismo, bem como divulgar de forma prática os benefícios de nosso modelo de negócios”, disse Gledson Viana, gerente executivo do Instituto Credicitrus, ao InovaCoop.
Conclusão
Inovação e cooperativismo formam uma dupla conhecida, mas que ainda tem muito espaço a conquistar. Apesar de projetos inovadores estarem sendo constantemente colocados em prática nas organizações, e ecossistemas de inovação sendo desenvolvidos, ainda é necessário fomentar práticas inovadoras e a cultura da inovação.
Para começar devagar e com cautela, uma boa opção é fazer parcerias com startups. Por meio da inovação aberta, por exemplo, as cooperativas conseguem ampliar seus horizontes e contatos, e implementar melhorias inovadoras.
Se você busca meios para inovar em sua cooperativa, o relacionamento com startups é sucesso na certa. Pensando nisso, o InovaCoop desenvolveu o e-book Como fazer conexão com startups. Assim, você entende como o contato é feito e quais as vantagens que ele traz!