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Ética na inovação: por que o futuro precisa ser mais responsável e sustentável
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O papel da responsabilidade ética na construção de inovações seguras e sustentáveis
Os avanços tecnológicos e as soluções inovadoras estão transformando o mundo. Todos os dias novidades surgem e, para não ficar para trás, a agilidade toma conta dos negócios. Mas é preciso se atentar para não deixar os princípios e valores de lado na hora de tomar decisões. Afinal, o avanço acelerado da IA, da biotecnologia e da automação tem aumentado a discussão sobre a ética na inovação.
Pensar no futuro é também pensar nas pessoas, no meio ambiente e na responsabilidade social. Como diz o lema da ONU, que determinou 2025 como o ano do cooperativismo, as "Cooperativas Constroem um Mundo Melhor". Essa afirmação não é à toa: ela foi conquistada pelo compromisso do cooperativismo de enfrentar desafios globais e impulsionar comunidades por meio do desenvolvimento sustentável e de ações que colocam as pessoas no centro.
Para manter essa característica que é essencial do modelo de negócios, a ética precisa guiar o processo de inovação. Saiba como!
Importância da ética na inovação
Decisões éticas são essenciais para moldar e manter a cultura e a governança de uma cooperativa. Elas são guiadas pelos princípios e valores que regem uma organização, garantindo que sua essência seja mantida em todos os processos.
Quando aplicada na inovação, a ética assegura um desenvolvimento sustentável e responsável da marca, fortalecendo sua longevidade e sua relação com os cooperados. Quando inovamos, é normal lidar com mudanças e riscos inesperados, pois se arriscar e errar faz parte do processo de inovação. Mas se esse processo acontece acompanhado de ética, é mais seguro e as chances de falha são menores.
Perigos de não trabalhar com ética na inovação
Não trabalhar com ética pode acarretar alguns perigos. A perda da confiança dos colaboradores e cooperados é um deles. As relações externas e internas de uma cooperativa são construídas com base na sua essência e, ao agir sem ética, a coop pode perder o que vinculava sua marca com a comunidade.
A chance de gerar impactos negativos na sociedade e lidar com uma crise reputacional é outro problema. Pensando que a ética é “o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral”, segundo Dicionário Oxford Languages, quando uma cooperativa não segue esses preceitos, ela fica vulnerável a cometer atos que prejudicam sua imagem.
Outro risco de trabalhar sem ética é a falta de sustentabilidade, essencial para uma marca de sucesso. Atualmente, prezar pelo sustentável é mais do que uma tendência: é uma obrigação para que as marcas cresçam e se expandam. Além de ser uma exigência dos consumidores, soluções ambientalmente responsáveis ajudam a posicionar uma cooperativa no mercado e geram uma estratégia de negócios eficaz.
Boas práticas da ética na inovação
Quando falamos em inovação, alguns pontos são cruciais para se atentar à ética. Entre eles:
1. Uso de dados e privacidade das informações
Os dados moldam o mercado atual. O seu uso deve ser responsável e seguro, garantindo dois aspectos essenciais: a qualidade dos dados e a sua proteção.
Existe uma infinidade de dados na internet, conhecidos como big data. Além deles, as organizações podem coletar dados de seus próprios cooperados e clientes, que são o small data. Nessa vastidão, é fácil se perder e coletar informações incorretas ou desatualizadas. Por isso, investir na contextualização dos dados e estar sempre fazendo a limpeza, checagem e análise deles é uma tarefa imprescindível.
Como apontado, alguns dados usados pelas cooperativas são internos, como histórico de compra de clientes, documentos de colaboradores e contato de cooperados, por exemplo. Essas informações são sensíveis e, antes de usá-las, é preciso pensar com ética. Seguir as regulamentações, como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), ajuda a manter todos os dados em segurança - reforçando a confiança da comunidade.
2. Avanços tecnológicos com responsabilidade
Pensar em ética também é pensar em quem participa e se beneficia da inovação. Afinal, existe o risco das tecnologias reproduzirem desigualdades estruturais - como de gênero, raça, território, classe.
Um exemplo é o etarismo presente em processos seletivos feitos por IA. A tecnologia acaba reproduzindo vieses e preconceitos já existentes, caso não seja moldada para evitar esse comportamento. No mercado de trabalho, os algoritmos usados em processos de seleção tendem a favorecer candidatos mais novos.
Esse caso mostra como os avanços tecnológicos precisam estar em constante monitoramento. As tecnologias devem ser acompanhadas por colaboradores treinados e que trabalhem com ética, a fim de evitar que elas aumentem as desigualdades e tragam prejuízos sociais.
3. Impacto social e sustentabilidade
O impacto ambiental da inovação tecnológica é outro ponto a ser considerado. O consumo energético, o lixo eletrônico e as emissões de carbono provenientes do processo de inovação devem ser quantificados e mitigados.
O surgimento de indústrias, produtos e serviços precisa levar em consideração as consequências para o meio ambiente, a fim de propor alternativas ou formas de remediar esses impactos. Desse modo, a inovação precisa ser pensada também dentro de um contexto de economia circular, portanto.
4. Adoção de IA e automatização de trabalhos
O avanço da IA e outras ferramentas tecnológicas tem possibilitado a automação de diversos trabalhos e, consequentemente, a substituição da mão de obra humana. Esse processo, porém, precisa levar em consideração algumas questões como o aumento do desemprego, o equilíbrio da eficiência com o bem-estar social e o cuidado com a qualidade.
A automação não pode acarretar um aumento da disparidade socioeconômica por conta de desempregos, e também não deve ocorrer sem o olhar de colaboradores que vão entender se o trabalho automatizado está condizente com os valores e princípios da cooperativa.
5. A necessidade de tecnologias regenerativas
Usar a ética na inovação também auxilia na criação de soluções que, além de inovadoras, geram impactos positivos para a sociedade. Um exemplo é o Canvas Business Model Regeneration, ferramenta que permite integrar regeneração, sustentabilidade e ESG no planejamento estratégico de negócios.
O Canvas mapeia os principais elementos de um projeto ou ideia para facilitar a criação de impactos regenerativos e gerar valor sustentável. O processo é dividido em etapas, desde a definição do impacto positivo que a ideia busca gerar até a implementação e os canais de conexão com o público.
Princípios para a tomada de decisões éticas na inovação
Sabendo a importância de trabalhar com ética, confira algumas dicas de como garantir que ela esteja presente em todos os passos da inovação.
Saiba identificar quando questões éticas estão em risco
Para garantir a ética na inovação, o primeiro passo é estar atento e reconhecer quando alguma questão ou decisão envolve dilemas éticos. Para isso, é preciso construir uma governança corporativa onde os colaboradores estão familiarizados com os princípios e valores da cooperativa.
Identificar que uma inovação pode colocar a ética da cooperativa em risco é essencial para pensar em alternativas ou entender como aplicá-la sem causar prejuízos.
Entenda as opções e consequências de uma inovação
Ter uma ideia inovadora é difícil e, quando acontece, traz muita comoção e animação. Mas, antes de colocar em prática, é importante cogitar todas as maneiras que a inovação pode ser feita e as consequências que virão.
Pensar nos desdobramentos ajuda a entender se os resultados de uma solução inovadora vão ao encontro da ética, da missão e dos princípios que regulam a cooperativa.
Tome decisões baseadas nos princípios da cooperativa
Os princípios da cooperativa não existem à toa. Eles ajudam a construir uma governança e gestão que se alinham aos valores da marca. Eles são de grande importância para conquistar cooperados e parceiros, pois esses podem se alinhar à missão da marca e, por conta disso, dar um voto de confiança.
Prepare os colaboradores com educação ética
Para que todo o processo de inovação aconteça com ética, vale investir em treinamentos e capacitações que preparem os colaboradores. Quando todos os times entendem as questões que movem a cooperativa, fica mais fácil garantir que suas ideias e criatividade estejam alinhadas à ética.
É importante, então, promover cursos e programas que desenvolvam uma conduta correta para os colaboradores durante o processo de inovação.
Mantenha o processo transparente e regulamentado
Outra prática que auxilia o processo de inovação é trabalhar com base na regulamentação. Ao seguir as normas internas e as legislações governamentais que regem uma organização, é certo que as inovações estarão de acordo com princípios de segurança e eficiência.
O cumprimento de normas estatais é essencial para garantir o bem-estar social. Além disso, ao divulgar a inovação de forma transparente, seja o uso de dados ou de IA, a cooperativa mantém uma relação honesta e eficaz com seu público.
Conclusão: ética na inovação cooperativista constrói um futuro responsável e sustentável
As decisões de hoje influenciam o amanhã, e as inovações terão consequências que vão se propagar ao longo do tempo. Por conta disso, cada etapa deve ser pensada com cautela e, em especial, com ética.
Quando uma cooperativa decide trabalhar com ética, está construindo um futuro melhor não apenas para os negócios, mas também para os cooperados, para as comunidades envolvidas e para o planeta. Assim ocorre a transição do que pode ser feito para o que deve ser feito, questionando não apenas a viabilidade técnica de uma inovação, mas também o seu impacto humano e ambiental.
Para saber como trabalhar com a inovação da melhor forma, confira o ebook “Inovação e governança: tecnologia apoia boas práticas corporativas” e veja as práticas de governança para aplicar nas cooperativas.