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Inovação na saúde: como as novas tecnologias estão revolucionando o ramo
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Inteligência artificial e robótica estão entre as tendências que ditam o presente e o futuro da medicina
As transformações impostas pelos avanços tecnológicos atingem todos os segmentos da economia. As organizações do ramo da saúde não são imunes a tais mudanças. Novos produtos, serviços e processos vêm ganhando popularidade e aprimorando a experiência dos beneficiários e os resultados, resultando em inovação na saúde.
Entre algumas das inovações mais notáveis, destacam-se as ferramentas robóticas que permitem cirurgias a distância, a crescente contribuição das inteligências artificiais e as tecnologias que levam o cuidado com a saúde a aparelhos comuns no dia a dia das pessoas.
Conheça, a partir de exemplos práticos, como diversas inovações tecnológicas estão revolucionando o ramo da saúde e melhorando vidas. Saiba ainda como o cooperativismo está inserido nesta tendência, e quais as suas contribuições para a disseminação de novas práticas. Boa leitura!
Brasileiros sabem onde está o futuro da inovação na saúde
Negar que um segmento econômico passa por mudanças e continuar a fazer as coisas do mesmo jeito é a receita para uma empresa reduzir participação de mercado, lucros e relevância de marca. Esse não parece ser um erro que os gestores do ramo de saúde tendem a cometer, ao menos no Brasil.
Segundo uma pesquisa da consultoria PwC divulgada em 2024, 68% dos CEOs da área consideram que a tecnologia é uma forma essencial às organizações para gerar valor – percepção que aumentou em 20 pontos percentuais no período de cinco anos.
Mais do que simplesmente um tema relevante para o ramo, o desenvolvimento tecnológico é tratado como o grande divisor de águas entre o agora e o futuro. De acordo com pesquisa da Deloitte, 55% dos profissionais da saúde entrevistados entendem que as inovações tecnológicas – em campos como nuvem, análise preditiva, automação, IA, compartilhamento de dados, interoperabilidade e 5G – são a tendência mais decisiva nos próximos 5 a 10 anos.
Modelos de negócios e inovação na saúde
Diante de um contexto nacional e global em constante transformação, os modelos de negócio precisam passar por reestruturação para se adequarem à nova realidade. Este levantamento da PwC mostra que, na visão de 47% dos CEOs brasileiros de saúde, seus negócios não serão viáveis financeiramente por mais que 10 anos se não passarem por mudanças significativas. O percentual de “preocupação” é maior que o de executivos em outras áreas.
O que, na prática, quer dizer essa necessidade de mudanças? Significa que as organizações apostam em inovações tecnológicas, ajustes no modelo de negócios e fortalecimento de parcerias estratégicas.
Desse último ponto o cooperativismo entende bem. Afinal, intercooperação é princípio básico. Um exemplo vem da Unimed-BH, que desenvolveu com apoio de outras cinco instituições o Horizontes Hub, uma iniciativa de fomento à inovação e às parcerias na área da saúde.
A integração da IA é um dos pontos-chave para o pilar tecnológico dessa transformação. Iremos nos aprofundar sobre este tópico mais adiante no texto, mas já vale ressaltar que a inteligência artificial generativa tem impactado diretamente as operações das empresas. 58% dos executivos relataram ganhos em eficiência e 32% em lucratividade.
Robótica na medicina não é coisa de ficção científica
Para quem não está inteirado sobre as tecnologias avançadas utilizadas na medicina atual, imaginar que um médico é capaz de realizar cirurgias sem estar presente na sala de operação pode parecer algo digno de ficção científica. Mas a realidade nos principais hospitais do Brasil e do mundo já é esta.
A primeira cirurgia a distância foi realizada em 2001, indicando um novo e revolucionário caminho para a medicina. O principal sistema robótico dedicado a esta tarefa é o Da Vinci Surgical System, conforme detalha este artigo da MIT Technology Review.
Com esta tecnologia, utilizada principalmente em operações urológicas, o cirurgião é capaz de controlar o robô a distância. Desse modo, a inovação na saúde reduz risco de infecções, gera cortes menos invasivos e ajuda a diminuir a estadia hospitalar. Seu custo, entretanto, ainda é considerado alto. Mas o equipamento já é encontrado em hospitais pelo Brasil e pelo mundo.
A precisão que só é possível alcançar através do uso de robôs traz benefícios à saúde do paciente. Outro manipulador robótico de destaque no mercado é o Cyberknife, sistema de radioterapia utilizado no tratamento de tumores. Devido à sua fonte focalizada de raio-x ou fótons, o dano a células não contaminadas é minimizado.
Outra tendência da robótica no combate ao câncer é o desenvolvimento de nanorrobôs capazes de matar células cancerígenas. Um sistema desenvolvido por pesquisadores do Karolinska Institutet, da Suécia, demonstrou em testes com roedores ser capaz de reduzir em 70% o crescimento de tumores de câncer de mama. Esse tipo de tecnologia deve encontrar avanços significativos nos próximos anos, potencializada pela IA.
Robôs além da sala de cirurgia
A robótica aplicada na medicina também pode ajudar as pessoas no dia a dia. Exemplo disso está nos exoesqueletos, estruturas mecânicas articuladas que se movem sob controle humano. Modelos como ReWalk, EksoGT, HAL e Indego são pioneiros nesse tipo de tecnologia, ajudando pacientes com paraplegia ou outras condições clínicas. Tais dispositivos são utilizados em processos fisioterapêuticos, proporcionando aos pacientes a possibilidade de caminhar novamente.
Inteligência artificial protagoniza inovação na saúde
Ferramentas de IA generativa são assunto recorrente em qualquer ramo há pelo menos três anos, desde que as plataformas passaram a disponibilizá-las ao público. Suas possibilidades de uso são amplas e imensuráveis, com capacidade de aumentar a eficiência nas organizações. Assim sendo, o segmento de saúde não foge à tendência e tem explorado caminhos com a IA.
No futuro próximo, o auxílio de IA para alcançar diagnósticos mais precisos deve se tornar comum. Este artigo da JAMA Network Open, que traz dados sobre a capacidade da IA de reconhecer sinais precoces de câncer de mama antes da detecção clínica, é um de diversos estudos nos últimos anos que caminham nesta direção. Laboratórios como Fleury e Dasa têm utilizado algoritmos de inteligência artificial para reduzir o tempo de exames de ressonância magnética.
A IA já proporciona avanços significativos de inovação na saúde em determinados tratamentos. O serviço de clonagem de voz desenvolvido e disponibilizado pela ElevenLabs tem sido utilizado para recriar a voz de pessoas que as perderam devido a doenças do neurônio motor. A tecnologia ainda exige aprimoramentos, mas já mostra na prática o potencial da IA, assegurando aos pacientes a possibilidade de retomar a comunicação verbal.
Investimento e questionamentos
Exemplos como estes e o impacto generalizado da IA generativa no mercado de trabalho denotam que a integração da inteligência artificial à medicina será uma prioridade de agora em diante. Os dados sobre o ramo da saúde refletem isso.
De acordo com pesquisa da PwC realizada nos Estados Unidos, a IA é foco de investimentos em tecnologia para 77% das organizações do ramo, superando com folga outros pontos de destaque, como IoT (43%) e realidade aumentada (30%).
O progresso em relação a este tema, no entanto, também depende de possíveis regulamentações governamentais e preocupações éticas. Os profissionais da medicina valorizam o uso de tecnologias inovadoras em suas funções, mas não deixam de ter questionamentos. A pesquisa da Deloitte revela que 60% dos médicos preocupam-se com a responsabilização de erros atribuídos à IA.
Uso administrativo
A integração da IA a atividades específicas à medicina traz possibilidades empolgantes e certamente será o foco de organizações e pesquisadores no futuro próximo. Mas sua utilização também pode impactar positivamente em outros tipos de tarefas. A Unimed Nacional, por exemplo, seguiu esse caminho.
A cooperativa, em parceria com a startup Neurotech, desenvolveu um sistema para identificar fraudes em pedidos de reembolso. A IA reconhece tentativas de adulteração ou reuso, calculando assim o potencial de um documento ser fraudulento. Em menos de um ano de uso, estima-se que a Unimed tenha evitado gastos de R$ 9 milhões.
Inovação na saúde coloca medicina na palma da mão
Em um mundo onde as fronteiras do físico e do digital são cada vez mais fluidas, marcas em qualquer segmento precisam fornecer experiências com elementos virtuais. No ramo da saúde, isso se reflete no avanço da telemedicina, que em poucos anos se tornou uma alternativa viável para o beneficiário cuidar de si mesmo.
A telessaúde foi oficialmente regulamentada no Brasil na Lei 14.510/2022, que autoriza e traz diretrizes válidas no território nacional. A medicina a distância foi amplamente praticada durante o período da pandemia de Covid-19, contribuindo para a redução de riscos sanitários em meio ao contexto emergencial. Com a regulamentação, tornou-se uma alternativa perene e viável para consultas, análise de exames e acompanhamento.
Outra forma de cuidar da saúde dentro de casa é através do monitoramento remoto. Feita muitas vezes a partir de aplicativos para celular, a coleta de dados traz um panorama contínuo do estado de saúde do paciente. Esta prática é uma forma de acompanhar, por exemplo, a medição de glicose, a pressão arterial e o monitoramento cardíaco.
A coleta de dados pode ocorrer por meio de outros dispositivos além de smartphones. Acessíveis à população, os relógios inteligentes costumam ter recursos como medição de frequência cardíaca e pressão arterial. Há ainda os implantes miniaturizados. Eles são utilizados, por exemplo, para medir o nível de glicose no sangue ou estimular regiões do corpo afetadas pela doença de Parkinson.
A telemedicina também é cooperativa
A pandemia de Covid-19, declarada oficialmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março de 2020, forçou as provedoras de planos de saúde a rapidamente adaptarem seus serviços para cumprir protocolos sanitários e continuar a cuidar do beneficiário. A alternativa foi desenvolver e aprimorar, de maneira ágil, os serviços de telemedicina. As cooperativas de saúde aderiram ao movimento.
A Unifop investiu em tecnologia para criar seu canal de telessaúde e viabilizar o atendimento durante a pandemia. Além do sucesso nesse objetivo, a cooperativa expandiu sua área de atuação ao deixar o modelo exclusivamente presencial. O novo sistema ainda facilita o agendamento de consultas.
A Unimed Nacional também agiu com rapidez, iniciando sua operação de telemedicina um dia após a promulgação da lei que regularizou o serviço durante a pandemia. Apesar dos desafios relativos ao treinamento de equipes, a iniciativa se mostrou um sucesso. As consultas e acompanhamentos online seguem disponíveis até hoje, gerando comodidade e ajudando o beneficiário com agilidade.
Conclusão
Robótica, IA e telemedicina são tendências que deixam bem claro: a medicina está passando por uma revolução orientada pelos avanços tecnológicos. O presente e o futuro deste ramo tendem a ser dominados por organizações que entendem o contexto e buscam gerar valor ao beneficiário através da inovação.
Outro ponto essencial para o futuro das organizações de saúde é repensar seus modelos de negócio e investir em parcerias estratégicas. Uma maneira inovadora de arrecadar recursos e expandir a atuação é através de parcerias público-privadas! Confira este guia do NegóciosCoop sobre PPPs em saúde e saiba como potencializar sua cooperativa.