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Mini dicionário da inovação cooperativa

Mini dicionário da inovação cooperativa

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Dos conceitos-chave às ferramentas do dia a dia, conheça o vocabulário que está moldando o futuro das organizações

A inovação não surge de imediato. Inovar é um processo complexo que exige, além de estratégias e tecnologias, o domínio de diversos termos e conceitos utilizados para mapear ideias, ferramentas e metodologias.

Com base nisso, o InovaCoop elaborou um mini dicionário da inovação cooperativa. É importante notar: o conteúdo a seguir não abrange a totalidade dos conceitos de inovação – há muito mais a descobrir; trouxemos apenas o essencial – e pode servir como ponto de partida para que a cooperativa desenvolva seu próprio glossário. Aproveite!

Pilares da inovação: conceitos essenciais

Para começar, vamos conhecer termos comuns em qualquer processo de inovação, ou seja, que fazem parte do ciclo básico da inovação.

MVP (Minimum Viable Product): em português, Produto Minimamente Viável. O MVP é a versão mais simples e funcional de um produto ou serviço, criada para testar a aceitação no mercado e coletar feedbacks para desenvolvimento futuro.

  • Como se aplica no cooperativismo: teste inicial de um novo produto ou serviço da cooperativa, como um aplicativo, com parte dos cooperados ou clientes.

PoC (Proof of Concept): em português, Prova de Conceito. A PoC é um teste prático, em pequena escala, focado em validar uma ideia ou tecnologia específica. A ideia é analisar se o projeto é tecnicamente viável e funciona como previsto.

  • Como se aplica no cooperativismo: a equipe responsável pelo projeto faz um teste prático com cooperados, clientes ou colaboradores para confirmar se a ferramenta funciona e se integra aos sistemas já existentes.

Pivotar: mudança estratégica baseada em aprendizados e feedback do mercado. Não é apenas um ajuste, mas uma correção de rota para encontrar um modelo mais viável.

  • Como se aplica no cooperativismo: a decisão coletiva pode ser realizada com a equipe do projeto ou durante uma assembleia, se necessário.

Escalabilidade: capacidade do negócio crescer em volume de maneira orgânica e sustentável, sem que os custos e as despesas aumentem na mesma proporção.

  • Como se aplica no cooperativismo: o foco não é a receita, e sim atender a mais clientes e cooperados, gerar mais produtos e serviços.

Pitch Day/Demo Day: eventos onde a equipe de inovação apresenta suas ideias para investidores (pitch) ou compartilham o progresso da iniciativa (demo) para mentores ou potenciais parceiros.

  • Como se aplica no cooperativismo: pode ser usado em programas de inovação internos e externos. No primeiro caso, os colaboradores apresentam os projetos inovadores ou compartilham o andamento para a alta liderança. Já no segundo, os trabalhadores compartilham a ideia em busca de parceiros de dentro e fora do cooperativismo.

Métricas e indicadores

Para acompanhar o sucesso de uma iniciativa e sua repercussão, a cooperativa precisa de métricas e indicadores, que são responsáveis, por exemplo, por medir as taxas de retorno, satisfação e até evasão.

ROI (Return Over Investments): em português, Retorno Sobre Investimentos. A métrica é usada para medir o alcance do seu negócio, produto ou serviço de acordo com o investimento realizado.

  • Como se aplica no cooperativismo: vai além do retorno financeiro que, neste caso, são as sobras distribuídas aos cooperados. Nas cooperativas, entre outras formas, o ROI também pode medir o alcance social.

KPI (Key Performance Indicators): em português, Indicadores-Chave de Desempenho. São as métricas essenciais que uma organização monitora para avaliar seu progresso em direção aos objetivos estratégicos.

  • Como se aplica no cooperativismo: pode monitorar as sobras, carteiras de crédito, taxa de participação nas assembleias, impacto na comunidade, uso de produtos e serviços pelos cooperados, entre outros.

NPS (Net Promoter Score): conhecida como a métrica de lealdade, é usada para medir a satisfação e a probabilidade de um cliente ou membro recomendar a organização.

  • Como se aplica no cooperativismo: o NPS pode, entre outras coisas, analisar a satisfação do cooperado com a organização e os serviços oferecidos.

Churn: taxa de cancelamento, evasão ou abandono de clientes de um serviço durante um período específico.

  • Como se aplica no cooperativismo: dependendo do tipo de cooperativa, o churn analisa a taxa de abandono de cooperados ou clientes.

CAC (Customer Acquisition Cost): em português, Custo de Aquisição de Cliente. É o valor total gasto em marketing e vendas para conquistar um novo cliente.

  • Como se aplica no cooperativismo: o CAC de uma cooperativa pode se referir ao custo de aquisição de novos cooperados ou novos clientes. Para a aquisição de novos associados, é importante tentar manter o CAC baixo e buscar conquistá-los através de indicações orgânicas.

LTV (Lifetime Value): em português, Valor do Tempo de Vida. É uma projeção do valor total de receita que um cliente gerará para a organização durante todo o período de relacionamento com ela.

  • Como se aplica no cooperativismo: assim como o CAC, o LTV de uma cooperativa pode se referir ao custo de aquisição de novos cooperados ou novos clientes. Em ambos os casos, é importante manter uma relação de valor mútuo e de longo prazo.

Estratégia de inovação

Aqui, focamos nos modelos estratégicos que uma cooperativa pode adotar para impulsionar uma ideia ou projeto. Eles definem de onde a iniciativa virá, se acontecerão parcerias e como as decisões serão tomadas.

Open Innovation: em português, Inovação Aberta. Modelo de gestão da inovação que incentiva a busca e a incorporação de ideias, tecnologias e parcerias externas à organização.

  • Como se aplica no cooperativismo: em busca de soluções inovadoras e significativas para seu público, a Nater Coop realizou um Programa de Inovação Aberta. Nesse caso, os desafios foram compartilhados gradualmente e empresas, startups e instituições de ensino puderam se inscrever.

Corporate Venture Capital: em português, Capital de Risco Corporativo. Prática de grandes corporações investirem diretamente em startups ou negócios emergentes, geralmente por meio de um fundo de investimento próprio.

  • Como se aplica no cooperativismo: Sicredi Pioneira e Sicredi Caminho das Águas se juntaram e criaram o Comunitá, o primeiro Corporate Venture Capital de cooperativas do Brasil. A iniciativa investe em startups buscando agregar valor para as comunidades.

Trend: em português, tendência. Movimento que ganha força e consistência ao longo do tempo. É um padrão de comportamento, preferência ou tecnologia que se fortalece e se mantém ao longo do tempo.

JV (Joint Venture): em português, Empreendimento Conjunto. Acordo comercial em que duas ou mais empresas independentes concordam em criar uma nova entidade ou projeto conjunto. Elas compartilham recursos, riscos, receita e controle.

  • Como se aplica no cooperativismo: aqui podemos chamar de intercooperação. Castrolanda, Capal e Frísia criaram, em conjunto, a Unium. As cooperativas desejavam diminuir os gastos com logística, marketing e demandas administrativas, além de acabar com a concorrência entre elas.

Data Driven: em português, Orientado a Dados. As decisões estratégicas são tomadas com base na análise e interpretação de dados concretos.

Ferramentas e metodologias de inovação

Durante o processo de inovação, podemos contar com ferramentas e metodologias diversas. Elas ficam responsáveis por organizar o fluxo de trabalho, além de auxiliar no planejamento da iniciativa e delinear as estratégias que serão utilizadas.

Ferramentas

Kanban: ferramenta visual de gerenciamento de fluxo de trabalho. Usa cartões, físicos ou virtuais e organiza as tarefas conforme as etapas do projeto.

Benchmarking: processo de comparar produtos e serviços com similares da concorrência ou com líderes do setor. A ideia é encontrar as melhores práticas para se inspirar e promover mudanças.

Análise SWOT: em português, Análise FOFA. Ferramenta de planejamento utilizada para identificar as Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças do ambiente interno e externo da organização.

Brainstorming: técnica que fomenta a criatividade em grupo com fluxo livre de pensamento. É usada para gerar ideias e soluções sobre tópicos e situações variadas.

5W2H: ferramenta de planejamento e gestão que detalha um plano de ação a partir de sete perguntas: O quê?, Por quê?, Onde?, Quando?, Quem?, Como?, Quanto custa?.

Business Model Canvas: ferramenta utilizada para descrever e analisar uma organização. Em apenas uma página, o modelo aborda temas, como parcerias, recursos, propostas de valor e segmento de clientes.

Análise de Causa Raiz (RCA): método usado para descobrir a origem fundamental de um problema, em vez de somente tratar os sintomas. A ideia é que, ao corrigir a raiz, o problema não volte a ocorrer.

Smart: acrônimo, em inglês, que define os critérios para a criação de metas eficazes. Uma meta “Smart” é, respectivamente, específica, mensurável, atingível, relevante e temporal.

Cloud: serviço de computação em nuvem. Ao invés de usar um servidor físico e fazer um grande investimento, você “aluga” de grandes corporações e paga conforme a utilização. Além disso, serviços em nuvem podem ser acessados de qualquer lugar com conexão à internet.

Elevator Pitch: discurso curto e persuasivo de venda ou apresentação de ideias. O nome vem da ideia de que você deveria conseguir explicar no tempo de uma viagem de elevador.

Metodologias

Lean Startup: em português, Startup Enxuta. Metodologia utilizada para desenvolver negócios e produtos que se baseia em ciclos rápidos de experimentação para evitar desperdício de tempo e recursos.

Design Thinking: metodologia que resolve problemas ao colocar o usuário no centro, entendendo suas necessidades, dores e desejos. As soluções devem ser tecnicamente viáveis e economicamente sustentáveis.

Growth Hacking: conjunto de táticas e experimentos rápidos focados exclusivamente no crescimento de um negócio.

Scrum: metodologia de gerenciamento de projetos ágil. Aplicado principalmente no desenvolvimento de softwares, o Scrum divide o trabalho em ciclos curtos.

UX Design: em português, Design da Experiência do Usuário. A metodologia é focada em criar e oferecer produtos e serviços que sejam úteis, eficientes e agradáveis para os usuários.

Inovação e tecnologia

A inovação precisa ser impulsionada, não é mesmo? E estas tecnologias são as ferramentas fundamentais que viabilizam e potencializam os projetos e iniciativas.

IoT: em português, Internet das Coisas. Interconexão de dispositivos físicos que coletam e trocam dados pela internet.

IA: Inteligência Artificial. Sistemas e programas capazes de reproduzir habilidades humanas, como simular raciocínio e aprender. A tecnologia também é capaz de resolver problemas rapidamente e de forma autônoma.

  • Como se aplica no cooperativismo: o Sicredi, por exemplo, criou o Theo, o assistente virtual de IA no WhatsApp. A ferramenta oferece um atendimento mais eficiente e potencializa os resultados da cooperativa.

Realidade Virtual: tecnologia que cria um ambiente tridimensional totalmente digital e imersivo, geralmente acessado através de óculos ou capacetes especiais.

  • Como se aplica no cooperativismo: a C. Vale, por exemplo, aproveitou a tecnologia para apresentar aos produtores rurais as indústrias da cooperativa durante o Dia de Campo C.Vale. Eles utilizaram óculos de realidade virtual que simulavam as instalações.

Realidade Aumentada: tecnologia que sobrepõe informações digitais ao ambiente real, geralmente visualizada através da câmera de um smartphone ou óculos especiais.

IaaS (Infrastructure as a Service): em português, Infraestrutura como Serviço. Modelo de computação em nuvem que fornece recursos de infraestrutura virtualizados sob demanda pela internet, como servidores, armazenamento e redes.

PaaS (Platform as a Service): em português, Plataforma como Serviço. Modelo de computação em nuvem que oferece uma plataforma completa para criar, implantar e gerenciar aplicações.

SaaS (Software as a Service): em português, Software como Serviço. Modelo de distribuição de software em que um provedor hospeda aplicações e as disponibiliza aos clientes pela internet, geralmente através de um navegador web e em um formato de assinatura.

CaaS (Container as a Service): em português, Contêiner como Serviço. Modelo de serviço de computação em nuvem que fornece uma plataforma para automatizar a implantação, a execução, o dimensionamento e o gerenciamento de aplicações.

API (Application Programming Interface): em português, Interface de Programação de Aplicações. Conjunto de regras que permite a comunicação e troca de dados entre diferentes sistemas e aplicativos.

Governança, ética e segurança

Por fim, é imprescindível se familiarizar com boas práticas de ética, segurança e governança. Os processos e projetos inovadores da cooperativa precisam estar em conformidade com as leis e sempre buscar as melhores oportunidades para os cooperados e a comunidade.

LGPD: Lei Geral de Proteção de Dados. É a legislação brasileira que regula como as organizações coletam, armazenam, tratam e compartilham dados pessoais.

DPO (Data Protection Officer): em português, Encarregado da Proteção de Dados. É o profissional responsável por supervisionar a estratégia de proteção de dados e garantir a conformidade com as leis.

Compliance: estar em conformidade e garantir o cumprimento de todas as leis, regulamentos, políticas internas e padrões éticos da organização.

ESG (Environmental, Social and Governance): em português, Ambiental, Social e Governança. Conjunto de critérios usados para medir as práticas de sustentabilidade e o impacto ético de uma organização

  • Como se aplica no cooperativismo: com o foco em pessoas e na comunidade, o cooperativismo abraça a Agenda ESG e implementa projetos sustentáveis e que beneficiam seus cooperados.

Open Finance: em português, Sistema Financeiro Aberto. Ecossistema que permite o compartilhamento padronizado de dados de clientes entre diferentes instituições financeiras.

  • Como se aplica no cooperativismo: com o foco na comunidade, as cooperativas de crédito oferecem taxas baixas e melhores condições. O compartilhamento de dados com o Open Finance pode aumentar o impacto das cooperativas.

Conclusão

Diante de um mercado cada vez mais competitivo, as cooperativas não podem ficar para trás. A inovação é chave para ganhar reconhecimento e competitividade no mercado, sem deixar os princípios cooperativistas de lado.

Para manter a inovação no centro, e aliá-la à criatividade e produtividade, não deixe de conferir o e-book Inovação, Criatividade e Produtividade são o Futuro das Organizações? do InovaCoop. Nele, sua equipe entende como a consolidação das competências pode alavancar o desenvolvimento da sua coop.

E se a sua cooperativa já está imersa no mundo da inovação, aproveite para criar o próprio glossário. Adicione os termos mais utilizados nos projetos e iniciativas, e compartilhe com os colaboradores. O documento facilita a colaboração e o entendimento da equipe, além de estimular a colaboração e a cultura da inovação.

 

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