Não existe dúvida entre as cooperativas: inovar é o caminho do futuro! E são elas mesmas que disseram isso, na pesquisa Inovação no Cooperativismo Brasileiro, realizada pelo Sistema OCB.
Um dos dados mais emblemáticos da pesquisa é que 84% delas afirmam que inovação é essencial para o desenvolvimento do setor. O dado, além de mostrar que as coops já têm feito o dever de casa, evidencia que existe uma ótima receptividade para o tema, pois em nenhum momento a importância ou a pertinência da inovação foram questionadas ou taxadas como irrelevantes.
Quer conhecer outros números interessantes dessa pesquisa? A gente te conta agora!
Por quê?
O objetivo da pesquisa era conhecer melhor o cenário de inovação no cooperativismo, fazendo os seguintes recortes:
- planejamento e iniciativas de inovação nas cooperativas
- projetos de inovação realizados pelas cooperativas e seus resultados
- desafios e oportunidades para inovação nas cooperativas
- planejamento para o futuro na temática inovação
- expectativas frente ao papel do Sistema OCB no fomento à inovação
Fizemos a pesquisa, para balizar nossas estratégias de fomento à inovação no cooperativismo. Para entender quais são os desafios para direcionarmos nosso trabalho. E para, num futuro próximo, comparamos os dados para entendermos os impactos de nossas iniciativas e, se preciso, revisarmos algumas estratégias.
Como?
A CHECON, empresa especializada e com experiência em atuação no cooperativismo, foi contratada pelo Sistema OCB para conduzir esta pesquisa. Foram realizadas 14 entrevistas em profundidade, com lideranças dos sete ramos do cooperativismo, em julho de 2020. Essa etapa qualitativa foi fundamental para elaboração da segunda etapa da pesquisa, que teve início em novembro de 2020. O questionário foi respondido pelas coops via web, entre os dias 16/11/20 e 1º/2/21.
Foram realizadas 474 entrevistas quantitativas com cooperativas de todos os ramos, tamanhos e segmentos. Vale destacar que, segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro, há pouco mais de 5,3 mil cooperativas registradas na OCB. Ou seja, o total de entrevistas realizadas chega a quase 10% - o que, para os especialistas, representa uma amostra bem satisfatória.
Com relação ao percentual de respostas, considerando as regiões, a Sudeste e a Sul foram as que mais tiveram participação na pesquisa, com 33% e 24% respectivamente. Já no recorte dos ramos, temos o Crédito e Agro como aqueles que tiveram mais cooperativas participando. Os percentuais são: 30% e 22% respectivamente.
Contexto em destaque
Segundo as respostas, 84% das cooperativas consideram a inovação muito importante. Porém, ao avaliarem o grau de inovação as coops acreditam que podem melhorar nesse quesito, pois, a média da nota que se deram na autoavaliação foi de 6,1 mostrando que existe espaço para melhorias.
Aliás, vale comentar que o Brasil é uma terra oportunidades e desafios quando o assunto envolve inovação. Segundo o Índice Global de Inovação, mais conhecido como IGI, o Brasil ocupou a 62ª posição no ranking mundial em 2020. Diante disso, é possível concluir que o trabalho para melhorar a inovação é uma demanda de todos os tipos de negócios verde-e-amarelos.
A pandemia acelerou a inovação em diversos setores da economia e não foi diferente no cooperativismo. 47% das cooperativas relataram que tiveram projetos acelerados devido ao novo cenário e 22% das coops disseram que começaram a inovar devido ao novo contexto.
Inovações das coops
Merece destaque que, 2 em cada 3 cooperativas relataram que já inovavam antes do Covid-19. E podemos ver uma considerável diversidade de setores onde essas cooperativas realizaram suas inovações. Na média, cada cooperativa implementou inovações em 3,9 setores diferentes.
E as áreas onde as coops mais inovaram foram:
- Atendimento ao cliente: 64%
- Marketing e comunicação externa: 60%
- Tecnologia: 53%
- Comercial (vendas, exportação): 45%
Os impactos com o lançamento e a implementação de inovações são bem diversificados:
Segundo elas, o tempo para que os resultados do processo de inovação sejam percebidos surpreende por ser reduzido. Em praticamente 9 de cada 10 dessas cooperativas (88%), o tempo médio de retorno da inovação é inferior a 12 meses.
Planejamento para inovação
A pesquisa de inovação no cooperativismo também constatou que, pra as coops, os setores prioritários para ações inovadoras nos próximos meses indicam forte concentração em marketing e comunicação externa (50%), em atendimento aos clientes (49%) e em tecnologia (43%).
Quer saber quais são as prioridades para as coops do seu ramo? Veja na imagem abaixo que os setores prioritários variam de acordo com o ramo da cooperativa.
Os maiores especialistas sempre afirmam que inovar não exige, necessariamente, um investimento muito alto, entretanto, separar uma fatia do orçamento para as ações inovadoras faz toda a diferença para o futuro do negócio. Como disse o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, “Mais do que estar na agenda das coops, a inovação precisa estar no orçamento! Sem dinheiro não se faz nada!”.
E esse poder está na mão dos líderes das cooperativas. É o que mostra a pesquisa, pois 77% dos respondentes disseram que as decisões estratégicas de inovação estão a cargo da presidência ou diretoria da coop.
Está claro que inovar é um dos melhores caminhos para se manter relevante, tanto que, as ações inovadoras já estão presentes em 84% dos planejamentos estratégicos elaborados pelas cooperativas.
O que estamos fazendo
A pesquisa realizada pelo Sistema OCB mostrou que as cooperativas reconhecem a importância da inovação para competitividade de seus negócios. E também reforça uma das diretrizes eleitas por mais de 1,6 mil lideranças no 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, ocorrido em maio de 2019: promover e estimular a cultura da inovação entre as cooperativas.
Desde então, o Sistema OCB tem trabalhado para que essa diretriz saísse do papel e transformasse a rotina das coops brasileiras. Tanto que, em 2020, lançou este site, onde é possível encontrar cases, cursos, ferramentas, livros digitais, além de matérias, entrevistas e diversos outros subsídios para inovação.
Recentemente, lançou, também as primeiras turmas do Programa de Formação de Agentes de Inovação, com representantes de cooperativas e de unidades do Sistema OCB que terão o papel de estimular a cultura e prática inovadoras dentro do ecossistema cooperativista.
Além disso, está preparando o lançamento do programa Conexão com Startups e Semana Coop de Inovação, ambos previstos para ocorrerem ainda em 2021.
“Nós temos visto ao longo da história humana que fora da inovação não há solução durável. E, nas cooperativas, essa busca constante pelo aperfeiçoamento de seus processos, produtos e serviços é algo que faz parte do DNA delas. É isso que assegura que as nossas coops ampliem sua competitividade no mercado. Inovar é a resposta”, conclui Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB.
Saiba mais
Que tal conhecer os principais números dessa pesquisa? Clique aqui e baixe o infográfico.
Veja aqui a live onde os principais resultados foram apresentados:
Tecnologias e a maior capacidade de processamento de dados tendem a tornar fretes e viagens cada vez mais econômicas e eficientes
Assim como ocorre com grande parte dos setores econômicos, a logística tem passado por profundas transformações no sentido de tornar suas atividades cada vez mais digitalizadas. E é por meio da incorporação de tecnologia que o setor pretende reduzir custos e aumentar a segurança em suas operações.
Dessa maneira, o ramo de transporte tem muito a ganhar com a disseminação de inovações, tecnologias e conceitos de gestão que otimizam processos e aproximam clientes e pessoas. Afinal, este ramo do cooperativismo acaba por seguir as mesmas tendências que têm se aplicado para o setor de logística como um todo.
Logo, a expectativa é de que cada vez mais tecnologia e capacidade de processamento de dados sejam aplicadas às cooperativas deste ramo, tornando fretes e viagens mais econômicas e eficientes.
A seguir, vamos dar uma olhada nas sete principais tendências para o cooperativismo de transporte se tornar cada vez mais competitivo.
1. Big data, analytics, blockchain e tecnologias verdes
É sabido que os principais custos no transporte de cargas estão relacionados a consumo de combustível, mão de obra, manutenção dos veículos e desgaste dos pneus. Para chegar a uma equação correta e a uma solução adequada para aumentar a rentabilidade, estes custos não podem ser avaliados isoladamente. Afinal, um desgaste acentuado dos pneus, assim como hábitos ruins de condução certamente acarretam maior consumo de combustível.
Nesse contexto, big data e analytics são aliados do setor ao identificar tendências e padrões de comportamento. Na prática, big data, analytics e machine learning, associados, permitem fazer análise preditiva, levando à identificação precoce de quebras em caminhões com determinado comportamento.
A análise de dados globais de viagem – e não isolados – dá ao gestor das cooperativas a chance de buscar reduções de custo e melhorar resultados de entregas aos clientes, com melhor atendimento a prazos e menos riscos. Dentre as possibilidades está a adoção de tecnologias verdes para a frota, como veículos híbridos, que ainda não estão devidamente difundidos, mas que apresentam consumo de combustível reduzido.
Então, de forma geral, o processamento de dados proporciona à logística:
Já o blockchain proporciona uma camada a mais de segurança a toda a operação logística ao tornar as transações muito mais transparentes. Por meio do blockchain todas as empresas e cooperativas envolvidas conseguem acessar uma mesma rede e, assim, verificar as informações diretamente na fonte.
Com isso, além de não depender de um único sistema monolítico, sujeito a falhas, contratante e contratado ficam imunes a possíveis fraudes, já que a rastreabilidade passa a ser compartilhada em tempo real.
2. Robotização
A robotização associada a outras tecnologias tem potencial para proporcionar até 40% de economia em centros logísticos. Esse dado é do BCG (Boston Consulting Group), que realizou um estudo sobre como a robótica altera a produtividade industrial. Dessa maneira, não é surpresa a expectativa de que, em 2021, o setor logístico faça investimentos de US$ 22,4 bilhões em robôs.
O crescimento na quantidade de autômatos em armazéns logísticos visa à melhoria e otimização do trabalho humano, com redução das tarefas repetitivas ou que exigem esforço elevado ou colocam as pessoas em risco. Em paralelo, há também um ganho de eficiência derivado da automação logística, melhorando prazos de entrega e reduzindo custos operacionais.
De acordo com a pesquisa Advanced Robotics in the Factory of the Future, do BCG, a robótica avançada é a aposta de 52% dos executivos e gerentes de operações consultados para a melhora da produtividade em logística até 2025.
É importante notar que há dois tipos principais de automação para armazéns logísticos. Uma delas se dá via adoção de robôs industriais, que são máquinas programadas para executar processos industriais de modo preciso. No caso da logística, essa frente é formada por transelevadores ou transportadores automáticos.
A outra frente é a dos chamados cobots. Ou seja, robôs colaborativos. Estes são concebidos para auxiliar os humanos na realização de tarefas, sendo mais versáteis, já que são programados pelo trabalhador. É o caso, por exemplo, de braços mecânicos para movimentação de cargas ou de máquinas para embalar.
3. Entregas autônomas
A automação não fica restrita aos armazéns. Embora ainda em fase embrionária, o uso de veículos de carga autônomos já é uma realidade e essa modalidade deve crescer cada vez mais no mundo. A Scania, inclusive, já tem feito testes no Brasil para uso de caminhões autônomos em minas de extração de minério em Minas Gerais.
Outra frente que ganha importância é a de e-CAVs, como são chamados os carros elétricos, autônomos e conectados. Seu crescimento tem sido determinado pela queda no custo das baterias, bem como da manutenção e operação. Esse tipo de veículo funciona como computadores sobre rodas, gerando e processando dados que melhoram continuamente seu desempenho e o processo como um todo.
Em estágio um pouco mais avançado está o uso de drones para entregas de pequeno porte por parte de empresas como Amazon e Google. Este modal tem capacidade de transportar mercadorias em até 30 minutos nas grandes cidades. Embora promissor, essa possibilidade ainda carece de regras por órgãos reguladores.
De maneira geral, o que se espera é que o uso de veículos autônomos melhore a segurança das pessoas. Relatório da McKinsey afirma que esse tipo de veículo pode reduzir em até 90% a incidência de acidentes. Entretanto, ainda há questões éticas em aberto e que afetam diretamente a lógica de tomada de decisão desses equipamentos no caso de situações de risco. São discussões que devem determinar o futuro do desenvolvimento dessa tecnologia na sociedade.
4. Logística em tempo real
A logística real time (em tempo real) é considerada um complemento indispensável à chamada logística 4.0. Afinal, uma das premissas do conceito 4.0 é a informação em tempo real para toda a cadeia, com visão integrada de suprimentos, centros de distribuição inteligentes e estoque enxuto.
Assim, o acompanhamento da movimentação de cargas em tempo real é beneficiado pelo uso de tecnologias, como a IoT (Internet of Things, ou Internet das Coisas, em português). Na prática, os itens a serem transportados – ou os próprios veículos – se conectam à internet para comunicar de maneira ativa a sua localização e status durante todo o translado.
É devido ao potencial desta tecnologia na transformação digital da cadeia logística que são esperados investimentos de US$ 10 bilhões em IoT na logística até 2022.
Nesse contexto, é importante entender e atender o conceito de “last mile”. Ou seja, à complexidade da última etapa da entrega da mercadoria ao consumidor final. Isso porque, com o fortalecimento do e-commerce, a relação das empresas com os consumidores passa a depender também do processo logístico. E muitas vezes os problemas acontecem justamente nessa última etapa do transporte.
E é nessa etapa em que o consumidor tem mais contato com o processo logístico, já que as ferramentas de e-commerce geralmente proporcionam a possibilidade de acompanhar o deslocamento das mercadorias até a entrega. Atrasos e problemas nesse momento geram frustração nos consumidores e são decisivos para compras futuras.
É na last mile que se concentram alguns dos maiores desafios do e-commerce e que as empresas de logísticas têm a oportunidade de endereçar:
- Custos elevados: até 28% do custo de um produto é o frete, em alguns casos. A falta de planejamento adequado nessa etapa pode comprometer a viabilidade de uma transação comercial
- Rastreamento pelo cliente: o acompanhamento em tempo real é uma demanda por parte dos consumidores, sendo decisivo para sua satisfação com relação à qualidade do serviço prestado
- Comunicação com o cliente: especialmente no caso do e-commerce, a única interação real com os clientes se dá por meio da entrega. Então a postura do entregador e a qualidade das informações trocadas com o cliente são valiosas
5. Plataformização
Na era das plataformas, o setor logístico também se beneficia da integração digital de dados ao conectar embarcadores e transportadores num mesmo ecossistema. Com isso, esses sistemas otimizam a atuação de transportadoras e profissionais autônomos, reduzindo custos para contratantes de frete ao evitar o retorno de veículos vazios ao seu local de origem.
Quando não oferecem a opção incorporada, essas plataformas também permitem integração com sistemas de gestão de frotas e documentos. Além disso, podem oferecer como funcionalidades:
Dessa maneira, as plataformas melhoram a eficiência das entregas, com análise precisa das informações e otimização de custos para contratantes e contratados.
6. MaaS
O conceito de economia compartilhada trouxe muitas mudanças para as relações de consumo. Ao viabilizar o consumo de itens e serviços sem a necessidade de aquisição, viabilizou um novo modelo com o Uber, por exemplo. Assim, as pessoas contratam o deslocamento de um ponto ao outro sem a necessidade de comprar um carro.
É o que se chama de MaaS (Mobility as a Service, ou Mobilidade como serviço, em português). Pesquisas indicam que os aplicativos de transporte são a opção para 10% da população brasileira, chegando a 75% em regiões urbanas. O leque de opções de MaaS não para de crescer. Desde aplicativos que conectam motoristas a passageiros até empresas que oferecem locação de automóveis de longo período.
Em todo caso, o que é ofertado é o pagamento pelo uso, não pela propriedade, viabilizando o acesso das pessoas à mobilidade.
7. Consciência ambiental
A otimização de processos e custos proposta pelas novas tecnologias e os conceitos que estão pautando o setor logístico têm um efeito colateral positivo: a redução dos impactos ambientais decorrentes da operação logística.
A capacidade de conexão entre pessoas e empresas proporcionada pela tecnologia tem potencial para reduzir o desperdício de alimentos ocasionado pelo transporte, que pode chegar a 14% da carga embarcada.
Ao repensar a logística é possível melhorar as relações de consumo e estimular as transações locais, reduzindo as distâncias a serem percorridas e aumentando o mercado para produtores locais. Nesse contexto, o setor logístico tem a chance de aproveitar a atual tendência em que as pessoas começam a se preocupar com a origem dos alimentos que consomem.
Essa preocupação inclui entender a pegada de carbono dos produtos. Ou seja, o quanto cada ato de consumo contribui ou não para o aquecimento global. Há um crescimento relevante na importância que as pessoas têm dado para essa questão e o segmento de logística está, inevitavelmente, exposto. Logo, as cooperativas desse ramos precisam ter essa questão em foco.
Conclusão
A eficiência do setor logístico é determinante para a produtividade da economia. A forma como a produção é escoada influencia diretamente na competitividade das indústrias. Da mesma maneira, é um setor repleto de oportunidades para incorporar melhorias tecnológicas.
Além disso, devido ao potencial estratégico, o cooperativismo de transporte precisa estar atento a essas tendências para não perder a chance de ajudar a impulsionar a economia nacional ao deixar de incorporar as melhorias que tais tendências trazem para o negócio.
Agora que você já conhece as tendências de inovação, veja também as novidades na saúde e no agro, além do post de tendências para o cooperativismo. Até o próximo post!
Entrevistada pelo InovaCoop, uma das especialistas em marketing e inovação mais reconhecidas dentro e fora do país comentou sobre o lifelong learning. Confira essas e outras dicas agora!
Se existe um nome brasileiro sinônimo de inovação é Martha Gabriel. Entusiasta do cooperativismo, Martha é formada em Engenharia pela Unicamp, pós-graduada em Marketing pela ESPM e, em Design, pela Belas Artes de São Paulo. Além disso, a mestre e PhD em Artes pela USP cursou Educação Executiva em Inovação e Neurociência para Liderança pelo MIT Sloan.
Com um currículo desses, Martha é uma das brasileiras mais reconhecidas dentro e fora do país, quando o assunto envolve estratégias de marketing, inovação e futurismo. É também autora dos best-sellers Marketing na era digital; Educar: a (r)evolução digital na educação (finalista do Prêmio Jabuti) e Você, eu e os robôs (finalista do Prêmio Jabuti).
Em suas redes sociais, ela faz questão de produzir conteúdos relevantes, como dicas de livros que todos os profissionais mais antenados precisam ler para encarar o mercado profissional atual, cheio de mudanças, exigente de novas habilidades e cada vez mais high tech.
Segundo a especialista, a relação de livros abaixo não pode faltar na biblioteca de quem quer inovar:
E o InovaCoop conversou com ela sobre essa lista de livros essenciais e, também, sobre algo que passou a ser uma demanda profissional: o Lifelong Learning - termo em inglês para educação continuada ou aprendizado constante.
Confira no vídeo abaixo o que ela tem a dizer sobre esses assuntos:
Para mais dicas, vale a pena segui-la nas redes sociais. No Instagram, você encontra o perfil dela digitando @marthagabriel.
Veja aqui a importância dos protótipos e conheça ferramentas para testar rapidamente suas ideias e criar soluções inovadoras.
Se pudéssemos citar dois principais fatores para que alguém ou uma organização consiga inovar seriam a capacidade de explorar e a de executar. Explorar envolve tudo o que antecede a criação da ideia e executar está relacionado a tudo o que vem depois da ideia, como a prototipagem.
É preciso explorar para conhecer com profundidade para quem está se inovando; que tipo de problema, dor, necessidade se pretende resolver. Essa busca constante é fundamental para se sair do senso comum e das ideias pré-formatadas e começar a fazer novas conexões e chegar em ideias que podem, potencialmente, beneficiar o outro e serem, ao final, inovadoras.
Porém, ideias são somente pensamentos se elas não forem executadas. É nesse momento que entra a parte da prototipagem. Conseguir oferecer uma solução que gere valor para as pessoas é o maior desafio, porque somente quando materializamos nossas ideias é que descobrimos se elas realmente fazem sentido, se elas de fato atendem a uma necessidade e se as pessoas realmente usariam.
Por isso, ao lado de toda ideia, é preciso haver um protótipo, isto é, uma representação física do que está se propondo. Exatamente porque é a partir do protótipo que o(s) autor(es) e as pessoas conseguem interagir com a ideia e construir em cima, para que, ao final, ela se torne uma solução efetiva para um problema.
Resumindo: sempre que tiver uma ideia, prototipe-a. Crie algo tangível. O ato de prototipar nos ajuda a refletir sobre o que estamos pensando.
Antes de criar o seu protótipo é importante entender o que é prototipagem. A seguir confira a resposta para essa dúvida. Além disso, saiba como se dá o processo da prototipagem e confira 4 ferramentas de prototipagem que separamos para que você consiga transformar a sua ideia em algo físico ou, ao menos, visual.
O que é prototipagem?
A prototipagem é executar uma ideia. No Design Thinking, por exemplo, ela é a quarta etapa na criação de um produto. Quando chegamos na etapa da prototipagem já temos a ideia de um produto. Assim, antes de começar a fabricá-lo para ser comercializado, é preciso fazer um protótipo dele.
São utilizadas algumas ferramentas para criar esse protótipo. Há diversas ferramentas disponíveis para se criar protótipos, porém, cada uma oferece funcionalidades diferentes. Assim, é preciso analisar qual é o produto a ser desenvolvido para saber qual ferramenta escolher. Por exemplo, se o produto é um aplicativo é necessário criar um protótipo dele executável, que exige menos esforço para finalização e é facilmente modificável. Para esse caso é possível utilizar o InvisionApp.
Já o protótipo de um produto físico poderá ser modelado em uma ferramenta digital e depois prototipado com materiais físicos que tem um valor de investimento menor, por exemplo. Assim, se pode testar a usabilidade e ergonomia do produto sem ter a necessidade de utilizar os materiais finais.
Outras formas de se referenciar a protótipos é o mockup ou o sketch. Dependendo da área da sua atuação, ouvirá diferentes nomes para a mesma etapa de projeto.
Qual é a importância da prototipagem?
A prototipagem é fundamental para se economizar tempo e dinheiro quando se está criando um novo projeto. Sendo assim, após a finalização da ideia, em vez de produzir o produto para comercialização, é feito o protótipo.
Este último serve para testar se o produto desenvolvido atende as necessidades, se há algum erro de design e se o objetivo do produto é atendido. Ao produzir um protótipo é possível economizar muito se este precisar ser modificado. Pois imagine só produzir mil unidades de um produto e depois de prontas notar que houve um erro que irá comprometer todo esse lote.
É importante ressaltar que é comum um projeto ter mais de um protótipo. Isso porque, ao longo do desenvolvimento do produto vão sendo alteradas formas, medidas e outros detalhes para que ele atenda perfeitamente ao público e ao conceito que se quer. Assim, a cada nova alteração é importante refazer o protótipo para que possamos analisá-lo.
Vantagens da prototipagem
Vimos porque é importante passar pela etapa da prototipagem, mas, além disso, ela também proporciona vantagens, como estas:
- testar usabilidade – pedir para que usuários testem a ideia é importante para entender o que funciona e o que precisa ser modificado para ter um produto final que cumpra todos os objetivos;
- testar funcionalidade – com o protótipo é possível ver se ele funciona, quais ajustes são necessários e como deverão ser feitos esses ajustes;
- reduzir riscos – o protótipo possibilita que o produto final não seja lançado com falhas, o que evita que o produto fique encalhado;
- diminuir investimento – é mais em conta investir em um protótipo do que em um produto final que não foi testado;
- proporcionar feedbacks – o protótipo possibilita que os usuários deem seus feedbacks para a equipe de criação sobre o que gostaram e o que não gostaram.
Fazer um protótipo é fundamental para se economizar, aprimorar a ideia e entregar um produto final perfeito. Além do mais, durante todo o processo de aprimoramento do protótipo é possível ter novas ideias sobre ele e até sobre novos produtos.
Como funciona a prototipagem?
Como já citado a prototipagem acontece na quarta etapa do Design Thinking. As outras etapas em ordem são: imersão, análise e ideação. Sendo assim, depois de já ter escolhido qual problema resolver, o público-alvo e ter feito o brainstorming, vem a prototipagem.
Nessa fase é feito a validação das ideias. Este é o momento de definir o produto e desenvolver um protótipo dele. Dessa forma, é possível analisar ele e modificar de acordo com a necessidade.
A fase da prototipagem não precisa ser necessariamente a última. É possível que ela aconteça em paralelo às outras fases no decorrer do projeto. Sendo assim, se uma ideia nova surgir, ela pode ser testada, validada e implementada antes mesmo que o projeto seja finalizado.
Digamos que o seu projeto é desenvolver um produto que seja uma banqueta feita com fibra de carbono, para que ela seja resistente e leve, mas que também tenha um design que preze pelo conforto. Porém, a fábrica que irá produzir a banqueta tem um pedido mínimo de 200 peças.
Nesse caso, é arriscado sair de uma ideia para já produzir 200 unidades de uma banqueta, sendo que ela nem foi testada. Nesse caso, é feito o protótipo. Ele pode ser feito em um material mais barato para testar a ergonomia e analisar se é realmente confortável. Nessa etapa é possível modificar o protótipo até atingir o resultado esperado.
Só após o protótipo não precisar de mais nenhuma alteração é possível fazer o pedido com a fábrica. Dessa forma, a equipe de criação saberá que as banquetas produzidas atendem todos os objetivos que foram propostos a elas e o dinheiro para a fabricação das mesmas não será em vão.
O ato de prototipar, quando incorporado em um processo, faz com que você a sua equipe desenvolvam uma nova habilidade de execução. O resultado são soluções realmente inovadoras de maneira mais ágil e a um custo muito mais baixo.
Se você navega ou quer começar a navegar nesse modelo mental, abaixo irá encontrar 4 ferramentas que auxiliam na criação de protótipos:
1. Prototipagem de papel
A mais simples forma de prototipar exige nada mais do que papel e caneta. Com essas ferramentas, você pode fazer esquemas/desenhos da sua ideia de forma com que você e os outros possam interagir e ao final de algumas horas ter sua ideia validada.
O interessante desse tipo de prototipagem é a agilidade para testar. Além disso, em razão da flexibilidade do papel, você pode incorporar outros elementos no protótipo para consiga materializar sua ideia rapidamente.
Porém, se pudesse destacar a maior vantagem desse tipo de prototipagem é que este é um momento de desprendimento se a sua solução será digital ou não, já que o papel nos força a simplificar ao máximo nossa ideia e a focar na necessidade a ser atendida e não no meio – na tecnologia. Não obstante, o papel também é um ótimo meio também de prototipar tecnologias, dispositivos, aplicativos, basta usar a criatividade!
Essas imagens foram de protótipos realizados durante os cursos de inovação da Echos Escola Design Thinking.
2. InvisionApp
Caso queira prototipar uma ideia que terá suporte digital, o InvisionApp é uma ótima ferramenta para isso. Além de oferecer uma versão gratuita, é possível criar um protótipo interativo em apenas alguns cliques.
Para usar, basta inserir as telas que gostaria de ter na sua solução digital e, a partir da ferramenta, são feitos os links e as transições. Quando seu projeto é concluído, você pode enviá-lo para o Invision, adicionar algumas animações ou transições e transformar o arquivo em um protótipo clicável.
Pela aplicação da Invision é possível construir algo, não apenas rápido, mas um pouco mais próximo, em termos de fidelidade, ao que seria uma solução final. Recomendamos como um possível próximo passo após ter utilizado a prototipagem de papel.
3. Sketch
O Sketch é uma ferramenta de prototipagem muito popular e fácil de usar. Como é uma aplicação baseada em vetor, é possível construir protótipos com maior fidelidade e para diferentes plataformas/dispositivos. Para muitos webdesigners, o Sketch é uma ferramenta tão poderosa e flexível quanto as ferramentas da Adobe.
A desvantagem é ela ser exclusiva para o sistema operacional OS e possui o custo de US$ 99. Mas você pode experimentá-la gratuitamente por 30 dias.
A vantagem é que no site do Sketch há tutoriais explicando diversas funcionalidades da ferramenta. Assim, qualquer dúvida sobre como usar as funcionalidades é só acessar o site.
4. Adobe XD
O Adobe XD é uma aplicação de desenho vetorial que concorre com o Sketch. Em termos de funcionalidades, é bastante parecido com o seu concorrente direto, com a vantagem de rodar em sistemas operacionais Windows e ter integração com os outros produtos Adobe. Porém é um produto mais caro, já que os produtos da Adobe passaram a ser vendido em formato de assinatura mensal. Assim, para ter acesso a essa ferramenta é preciso adquirir o pacote completo, com outros programas Adobe.
Extra: Google Blocks
Falando em novidades, o Google lançou recentemente uma das aplicações mais interessantes em termos de prototipagem, o Google Blocks. Ainda em fase de experimentação – bastante limitado, mas promissor – é um construtor de formas e objetos em 3D utilizando a Realidade Virtual.
O objetivo do projeto é criar um extenso e compartilhado banco de dados que podem ser utilizados para jogos, sites, ou qualquer outro uso. Ou seja, um campo de infinitas possibilidades para criar protótipos. O próximo passo da gigante de tecnologia é fazer com que as pessoas “populem” a plataforma com suas próprias criações.
Esperamos que com essas ferramentas você desenvolva não só sua capacidade criativa como também comece a exercitar sua capacidade de execução. Dessa forma, a etapa da prototipagem será feita com ferramentas adequadas e que suprem todas as necessidades.
Se você está buscando na prática aprender o modelo mental necessário para testar rapidamente suas ideias e criar soluções inovadoras, com foco nas pessoas, conheça nosso curso de Design Thinking.
Conheça as tendências e o cenário da inovação no ramo saúde
O ano de 2020 foi de reinvenção para o setor da saúde. Cooperativas e empresas do setor precisaram se adaptar e a tecnologia foi crucial para atender às medidas de isolamento social da pandemia. O número de startups de saúde, as chamadas “healthtechs”, também demonstra a mudança no setor: saltou de 248 para 542 startups, entre 2018 e 2020, segundo dados do Distrito HealthTech Report 2020. Um crescimento de 118% e que tem tudo para continuar acelerado em 2021.
Embora a inovação e a tecnologia já venham impactando muitos setores da economia, na saúde as transformações são ainda mais significativas por haver uma grande barreira cultural. Afinal, a medicina é algo milenar, cheia de princípios e, principalmente, regulamentações. Romper paradigmas neste contexto não é algo simples. Mas, com a pandemia, a digitalização era mais que necessária.
Um exemplo disso é a telemedicina, cuja tecnologia já existia - a Unimed-BH, por exemplo, trabalhava nesse projeto desde 2018 - mas só foi, de fato, acelerada em 2020. Na pandemia, ela se tornou a melhor opção para quem precisava de uma consulta, evitando aglomerações nos hospitais.
Além disso, o crescimento das healthtechs também representa um ganho para as organizações mais tradicionais do setor. Isso porque as startups promovem a redução de burocracias e melhoria da gestão. Cerca de 25% das healtechtechs, segundo o Distrito HealthTech Report 2020, estão focadas na gestão de clínicas, hospitais e laboratórios.
Uma coisa é fato: a tecnologia veio para ficar e transformar o setor. Por isso, preparamos este post para mostrar tendências que agora são realidade no ramo saúde. E vamos mostrar também que as cooperativas brasileiras de saúde estão inovando e se adaptando ao novo contexto. Acompanhe!
Telessaúde
Os principais exemplos da digitalização na saúde são a telessaúde e a telemedicina, que se referem ao uso de tecnologias da informação para atendimentos e consultas. Enquanto durar a pandemia, os médicos brasileiros têm autorização para atender de forma virtual. É o que dizem tanto a Portaria nº 467, do dia 20 de março de 2020, quanto a Lei nº 13.989, de 15 de abril de 2020, publicadas pelo governo.
Depois, em 20 de agosto de 2020, o Diário Oficial da União (DOU) trouxe também a promulgação de um complemento à Lei nº 13.989. O novo trecho diz que a regulamentação da telemedicina poderá ser feita pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) após o período de crise causada pelo novo coronavírus. Portanto, tudo indica que a telemedicina fará parte da saúde brasileira de forma definitiva.
O crescimento desse serviço tem sido exponencial. A startup Docway, que tem como clientes Seguros Unimed, Unimed Fesp, SulAmérica e outras, registrou crescimento de 600% no faturamento em 2020. Ao longo do ano passado, foram registrados mais de um milhão de atendimentos na plataforma, sendo 35% das consultas relacionadas à Covid-19.
A Unimed-BH, cuja área de inovação já vinha estudando e planejando a telemedicina há dois anos, conseguiu disponibilizar sua plataforma logo no início da pandemia. Inicialmente, a plataforma era apenas para consultas relacionadas à Covid-19. Depois, em decorrência do decreto que regulamentou a telemedicina, a funcionalidade foi ampliada para outras especialidades.
Como resultado, a Unimed-BH conseguiu reduzir em mais de 60% a movimentação em suas unidades de Pronto Atendimento. Mais de 570 consultas chegaram a ser realizadas num único dia, totalizando mais de 14 mil consultas no total entre março e junho de 2020. Mais de 12 mil clientes passaram por telemonitoramento no mesmo período.
Na Central Nacional Unimed (CNU), a telemedicina tem sido aliada em suas diferentes modalidades: teleorientação, teletriagem, telemonitoramento e teleconsulta. Entre março e junho de 2020, a célula de atendimento a distância já havia realizado 1,4 mil teleconsultas, feito 8,5 mil teleorientações, colocado em telemonitoramento 3 mil beneficiários e outros 20 mil doentes crônicos.
É importante ressaltar que o uso da telessaúde não se restringe à pandemia ou apenas ao atendimento clínico geral. Algumas especialidades também se beneficiam da tecnologia. A Unifop, que atende às áreas de psicologia, nutrição e fonoaudiologia, criou sua própria plataforma a partir de uma intercooperação com a Lyseon Tech Cooperativa de Trabalho e Soluções Tecnológicas. Como resultado, além da retomada dos atendimentos, a cooperativa ganhou a possibilidade de expansão geográfica da base de clientes.
Inteligência Artificial
A Inteligência Artificial (IA) tem sido muito difundida nos últimos tempos e, de forma resumida, consiste num agrupamento de tecnologias que permite que um sistema consiga aprender conceitos. Para que isso aconteça, os sistemas são abastecidos por uma grande quantidade de dados, possibilitando o aprendizado e a ampliação dos seus conhecimentos e capacidades.
Na saúde, a IA é uma aliada para facilitar diversos processos do cotidiano. Por exemplo, ela tem capacidade, entre outras coisas, para:
- Analisar dados e auxiliar no diagnóstico mais preciso de doenças e na recomendação de tratamentos;
- Armazenar e checar dados na nuvem, além de melhorar a base de dados;
- Aprimorar terapias e dispositivos;
- Gerar notificações instantâneas sobre mudanças no estado de saúde de um paciente; de maneira instantânea;
- Melhorar cirurgias com uso de robôs e assistentes virtuais.
O IBM Watson é um exemplo de IA que vem sendo utilizada na saúde. Ele é capaz de escanear livros de exames para aprender os princípios básicos de diagnósticos e analisar os confusos dados em data centers de saúde. Dessa forma, já se fala que, um dia, o Watson poderá ajudar a compensar a falta de médicos nos hospitais, otimizando o processo de diagnósticos dos pacientes.
A IA também tem sido utilizada por companhias de biotecnologia e farmacêuticas, que usam algoritmos de aprendizado de máquina para reduzir o ciclo de desenvolvimento dos medicamentos. Recentemente, pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram uma IA que consegue reconhecer e diagnosticar pacientes com Covid-19 apenas analisando o som da tosse.
No Brasil, a Unimed Grande Florianópolis implantou o Robô Laura nas unidades de internação clínica e cirúrgica, para que o monitoramento e os cuidados dispensados aos pacientes passassem a ser compartilhados entre todos os profissionais. O robô consegue identificar quais são os pacientes que apresentam maior risco de deterioração clínica por meio do monitoramento dos sinais vitais e, dessa maneira, assegura que eles irão receber eventual intervenção mais precocemente.
O Robô Laura é uma solução de IA que trouxe diversos benefícios aos pacientes e cooperados. Em três meses de implantação, o robô monitorou 605 pacientes, gerou 5.640 alertas, aumentou em 30% a quantidade de alertas atendidos em até uma hora e em 55% os atendidos em até três horas. Com isso, a proporção de atendimentos realizados a partir de pelo menos um alerta é de 51%.
Registro Eletrônico de Saúde (RES)
O uso da IA na saúde está diretamente ligado aos dados, o que nos leva a outra tendência: o Registro Eletrônico de Saúde (RES). Ele permite a criação de prontuários eletrônicos e uma espécie de ficha única da pessoa, incluindo não só os exames laboratoriais, mas todo o histórico detalhado e universal do paciente.
Portanto, rastreia todo o ciclo e percurso do paciente e faz com que qualquer profissional tenha a capacidade de trabalhar em coordenação com uma equipe, sem precisar recorrer a meios de papéis, arquivos físicos etc.
Na Unimed Regional Maringá, por exemplo, o RES é uma plataforma que permite o armazenamento e compartilhamento de toda a cadeia envolvida no atendimento dos beneficiários, por meio da interoperabilidade entre sistemas, garantindo uma melhor gestão das informações de saúde. O desenvolvimento da iniciativa começou em 2019 a partir da parceria da Unimed Regional Maringá com a Unimed Central de Serviços - RS, que resultou na criação do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP).
Um ponto importante quando falamos de dados é a legislação. Todas as informações e dados pessoais dos pacientes precisam estar pautadas nas regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), tendo como ponto principal o aceite do paciente em compartilhar esses dados com a cooperativa, sua rede de atendimento e cooperados. Inclusive, entre as bases legais que permitem o tratamento de dados pessoais está: “para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária”.
Internet das Coisas Médicas
O mercado de Internet das Coisas Médicas (Internet of Medical Things - IoMT, em inglês) também vem crescendo, segundo estudo da Deloitte. Estamos falando principalmente de apps e wearables para o monitoramento da saúde, que devem crescer a uma taxa significativa. Além de monitorar os pacientes em suas casas, as inovações em sensores e comunicações sem fio permitem que os pacientes sejam monitorados enquanto estão em trânsito.
Com a IoMT, os pacientes fazem todas as atividades que precisarem estando conectados aos seus cuidadores. Nos próximos anos, as soluções de rede avançadas aumentarão o potencial do IoMT e oferecerão uma oportunidade para os pacientes gerarem dados em tempo real, que permitirão tratamentos mais ativos e eficientes, melhorando a capacidade da medicina de lidar com condições crônicas.
Como a tecnologia evolui cada vez mais, os serviços que oferecem soluções de monitoramento também evoluem consideravelmente, sejam relógios inteligentes ou aplicativos para smartphone. É possível monitorar os dados de saúde de pacientes com doenças crônicas, como diabéticos, medindo os níveis de açúcar no sangue ou a quantidade de oxigênio no sangue em casos de doenças respiratórias.
Até 2023, o mercado prevê que o setor de dispositivos vestíveis, os wearables, atinja um valor de mercado de US$ 27 milhões.
Experiência do paciente
Ao longo deste post, falamos bastante de tecnologia e os seus impactos na saúde. Mas como fica a experiência do paciente?
Por um lado, temos ferramentas tecnológicas que facilitam uma abordagem mais personalizada de consultas e tratamentos, economizando tempo e recursos tanto de pacientes como de médicos e prestadores de serviços de saúde.
Mas, por outro lado, o fácil acesso aos meios digitais permite que os pacientes busquem mais informações de saúde disponíveis na internet, redes sociais e aplicativos. Este comportamento demanda mais transparência nas conversas e avaliações clínicas, maior atenção às leis e regulamentos de proteção de dados e novas estratégias para aumentar a confiança e construir melhores relacionamentos com os pacientes e beneficiários.
O resultado é uma nova dinâmica entre pacientes, médicos e cooperativas de saúde. Agora, mais do que nunca, é necessário mudar o olhar sobre a cadeia de saúde e colocar o paciente no centro. Afinal, o paciente está cada vez mais empoderado e consciente de sua jornada de saúde. Eles estão cada vez mais criteriosos e esperam um serviço de qualidade, conveniente e, de preferência, personalizado.
Além disso, não podemos esquecer do conceito “High Tech/High Touch”, que está ligado ao fato de que, ao mesmo tempo que a tecnologia aproxima e facilita o atendimento, ela também pode tornar as relações mais frias. Por isso, é importante o desenvolvimento de habilidades interpessoais com comunicação centrada no paciente, a fim de criar experiências positivas.
Ciente de todo esse cenário, a Seguros Unimed lançou um Super App para melhorar a experiência digital dos seus mais de 6 milhões de beneficiários, reunindo todos os serviços em um só lugar. “O Super App não é apenas a unificação dos nossos demais aplicativos, mas sim uma implantação de mais funções. É a primeira seguradora do Brasil a ter um Super App dessa forma”, afirma Henrique Dias, superintendente de Marketing e Produtos da Seguros Unimed.
Acesse o Radar da Inovação para conhecer essa e outras iniciativas no ramo Saúde. Veja também o e-book sobre "Telessaúde" e saiba como colocar em prática o atendimento a distância.
Neste post, vimos 5 tendências latentes para a saúde, mas há outros tópicos que também merecem atenção por parte das cooperativas de saúde, como: cuidados preventivos, aplicativos e wearables para o monitoramento da saúde, envelhecimento ativo, abordagem holística, saúde mental, entre outros. É importante estarmos com radar ligado para acompanharmos todas as transformações do nosso contexto.
Até o próximo conteúdo!