Ágil e flexível, metodologia proporciona um ambiente receptivo a soluções inovadoras
Para ser efetiva, a gestão administrativa e estratégica precisa ser pautada por objetivos claros e bem definidos. Afinal, só é possível definir os melhores caminhos e tomar decisões assertivas quando há um destino evidente. A metodologia OKR foi desenvolvida justamente para apoiar essa jornada.
A sigla OKR quer dizer Objectives and Key Results - ou seja: objetivos e resultados-chave, em português. A ideia da metodologia OKR é estabelecer metas agressivas, mas realizáveis, de forma a guiar os trabalhos da cooperativa em prol de atingir esses objetivos.
Quando a cooperativa sabe aonde quer chegar e quais conquistas pretende alcançar, as escolhas de gestão são pautadas por esses objetivos. Com isso, todas as áreas da organização podem atuar de forma sistemática em prol de atingir esse ponto de chegada.
Origem do OKR
A metodologia OKR foi criada na década de 70 por Andrew Grove, então presidente da Intel. Inserido no dinâmico mercado de tecnologia, a empresa via a necessidade de se adaptar com rapidez e constância aos novos cenários impostos pelo ecossistema em que ela se encontrava.
Assim, a metodologia OKR surgiu como maneira de estabelecer resultados interconectados que, juntos, contribuem para alcançar os objetivos definidos no planejamento, com base no gerenciamento dos processos e execução de tarefas.
A ideia foi difundida a partir do livro High Output Management (Administração de Alta Performance, em português), escrito por Grove e publicado pela primeira vez em 1983.
Mas, afinal, como esse modelo funciona? Ele pode ajudar a sua cooperativa a ser mais inovadora? Neste artigo, iremos conhecer a estrutura da metodologia de gestão OKR, entender quais são os passos necessários para sua implementação e compreender como ele pode ser um aliado da inovação. Venha conosco e aproveite a leitura!
Impactos do OKR no planejamento
A metodologia OKR tem a capacidade de impulsionar e aprimorar os processos da cooperativa na busca por novas conquistas. Por isso, iremos destrinchar a metodologia, abordando benefícios, estruturas e etapas de implementação que a tornam uma importante aliada para a gestão.
Para começar, veja os principais impactos positivos proporcionados por sua adoção:
- Definição de prioridades: o estabelecimento de objetivos e resultados-chave evidenciam as prioridades da cooperativa. Já que é necessário definir metas específicas, o planejamento será mais focado, uma vez que há um norte definido para guiar as atividades daquele período. Com isso, as decisões têm algo concreto em que se basear.
- Agilidade: a metodologia OKR é executada em ciclos curtos e reuniões periódicas frequentes. Assim, os colaboradores e as equipes podem sugerir e aplicar ajustes constantes e ágeis diante das falhas identificadas.
- Alinhamento organizacional: o uso da metodologia OKR faz com que toda a cooperativa trabalhe em prol de um mesmo fim. Cada um faz sua parte, mas os esforços estão unidos. Isso deixa toda a operação alinhada, integrada e consistente.
- Feedbacks constantes: a aplicação do modelo OKR tem a premissa de estimular a comunicação na cooperativa. Essa dinâmica só é possível quando times e colaboradores têm a liberdade de apresentar seus pontos de vista sobre o projeto. Ao mesmo tempo, todos devem estar receptivos a feedbacks para melhorar a atuação.
Estrutura e implementação do OKR
A evolução da busca por esses objetivos é mensurada a partir dos resultados-chave. Eles serão os indicativos e métricas que irão demonstrar se as metas foram, ou não, alcançadas.
Veja quais são os seis elementos estruturais primordiais que constituem a metodologia OKR:
1. Objetivos
O primeiro passo é indicar quais são os objetivos que a cooperativa almeja alcançar. Eles devem ser concretos e orientados por ações. Afinal, sua finalidade é inspirar as atividades e servir como um norte para a definição do planejamento e a execução do gerenciamento para o sucesso almejado.
Esses objetivos devem ser mensuráveis. Ou seja, não podem ser subjetivas e abstratas. Elas devem ser de simples compreensão.
No mais, esses objetivos têm que ser construídos de forma a inspirar as equipes da cooperativa. Para isso, eles devem ser elaborados para que sejam absorvidos pelos colaboradores como conquistas. O engajamento é pedra fundamental para o sucesso da metodologia OKR.
2. Resultados-chave
A segunda etapa é estabelecer os resultados-chave, que representam processos que devem ser realizados para que o objetivo seja alcançado. Na prática, eles serão os indicadores de sucesso em relação à meta principal.
Eles devem ser específicos e mensuráveis, mas sem nunca deixarem de ser realistas e atingíveis. Cada objetivo contará com seus resultados-chave (idealmente, de dois a cinco).
3. Ciclos
A metodologia OKR opera em ciclos. Na maioria dos casos, esses ciclos duram por volta de três meses
Esse intervalo trimestral favorece a agilidade no cumprimento das metas e permite que avaliações periódicas sejam feitas. A partir delas, a cooperativa será capaz de identificar falhas e realizar ajustes de rota, caso as coisas não estejam avançando conforme o cronograma idealizado.
4. Níveis
Internamente, os OKRs devem ser classificados de maneira hierárquica e interdependente. Ou seja, apesar da classificação em camadas, os objetivos e resultados-chave serão diretamente relacionados e alinhados entre si.
Os três níveis hierárquicos para realizar o OKR são os seguintes:
- Nível organizacional: são os OKRs que direcionam o foco estrutural da cooperativa. Irá representar a inspiração geral; o horizonte almejado.
- Nível departamental: objetivos determinados e delegados para cada equipe. Definem o caminho das ações que cada time irá seguir visando contribuir para o cumprimento das metas organizacionais.
- Nível individual: se refere ao papel e ao desempenho de cada um dos colaboradores para o cumprimento das metas de seu departamento.
Ou seja, é como se fosse uma cascata invertida. Os objetivos individuais contribuem para que os departamentos sejam atingidos. Quando as equipes entregam as metas almejadas, a cooperativa terá sucesso em seu objetivo principal.
5. Reuniões de check-in
São encontros curtos realizados com a finalidade de verificar o andamento dos OKRs.
As reuniões de check-in devem acontecer com frequência, para deixar os processos ágeis e dinâmicos. Idealmente, os encontros de nível organizacional acontecem todos os meses. Já as equipes precisam se reunir com maior frequência: semanal ou quinzenalmente.
É necessário tomar cuidado para que essas reuniões não desviem da finalidade. Elas devem manter o foco nos OKR.
6. Fórmula de metas
O investidor americano John Doerr refinou a metodologia OKR, criando uma fórmula para estabelecer a estrutura com maior assertividade.
A fórmula de Doerr consiste em definir um objetivo a partir da pergunta: o que eu quero ter realizado? Já os resultados-chave resultam do seguinte questionamento: como eu vou conseguir?
13 passos para a adoção do OKR
No nosso guia prático sobre metodologias ágeis, listamos quais são os treze passos mais importantes para implementar o OKR na sua cooperativa. Confira:
- Comece pequeno: a implementação dessa metodologia deve ser feita aos poucos, passo a passo. Inicie pelas práticas mais simples, deixando as mais avançadas para quando sua equipe tiver domínio do modelo.
- Consiga os primeiros resultados: um projeto piloto que conquiste uma vitória inicial ajuda a engajar o time e expandir a cultura OKR.
- Explique motivos e métodos: deixe evidente às equipes os benefícios para adotar a metodologia e mostre a elas como a prática funciona.
- Mantenha o foco: tem hora que ser multitarefa mais atrapalha do que ajuda. Por isso, é importante definir prioridades.
- Escolha resultados mensuráveis: os key-results (resultados-chave) devem ser definidos por métricas alcançadas, e não por tarefas realizadas. As iniciativas têm que ser traduzidas em números e dados.
- Defina os OKRs da cooperativa: a cooperativa deve trabalhar com dois tipos de metas: as anuais, mais gerais e englobando toda a instituição; e as trimestrais, detalhadas e delegadas a times específicos.
- Reparta os OKRs: cada setor da cooperativa deve propor suas metas pensando em como ajudar a instituição a atingir os seus objetivos gerais.
- Planeje os OKRs: reuniões de planejamento, com turmas multidisciplinares, ajudam a definir as metas com maior rapidez e assertividade.
- Avalie os OKRs: defina formas de mensurar o progresso para atingir as metas.
- Defina lideranças: ter um profissional dedicado ajuda na implementação da metodologia. Delegar um OKR Master contribui para manter as equipes bem treinadas.
- Integre os OKRs ao cotidiano: para ser eficaz, a metodologia deve fazer parte da cultura da cooperativa e fazer parte do dia a dia das equipes. Não adianta definir uma meta e depois esquecê-la.
- Tenha cautela com metas complicadas: metas muito complicadas de atingir devem, sim, ser integradas ao modelo, mas com cuidado. Não conseguir atingir os resultados almejados pode ser desanimador, afinal.
- Não restrinja as avaliações: os desempenhos das equipes e dos colaboradores não devem ser avaliados somente com base nos resultados dos OKRs. Eles devem ser um fator a ser computado, mas não o único.
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Exemplo de OKR
Para entendermos melhor como essa estrutura funciona, confira um exemplo hipotético simplificado de uma cooperativa que quer aumentar a força de sua marca na percepção dos clientes.
Um OKR de nível organizacional adequado seria:
Objetivo: melhorar a imagem da marca da cooperativa com os clientes na internet.
- Resultado-chave 1: aumentar as menções positivas dos produtos da cooperativa nas redes sociais em 50%.
- Resultado-chave 2: melhorar a avaliação dos produtos no e-commerce para um mínimo de 4,5/5.
- Resultado-chave 3: alcançar uma taxa de 90% de satisfação no atendimento online ao consumidor.
Nesse contexto, o OKR do departamento de atendimento ao cliente poderia ser:
Objetivo: proporcionar uma melhor experiência de atendimento ao cliente pela internet.
- Resultado-chave 1: aprimorar os chatbots para que eles sejam capazes de resolver sozinhos 60% dos problemas.
- Resultado-chave 2: reduzir pela metade o tempo de espera para o início do atendimento com um colaborador humano.
Por fim, o OKR individual do atendente seria:
Objetivo: prestar um atendimento satisfatório.
- Resultado-chave 1: identificar os problemas mais frequentes e oferecer soluções mais ágeis para lidar com esses casos.
- Resultado-chave 2: aumentar em 20% a taxa de clientes que deixam uma avaliação no pós-atendimento.
Erros que devem ser evitados no OKR
Como toda metodologia, o modelo OKR também está sujeito a falhas em sua implementação. Por isso, reunimos as principais delas, para que você possa evitá-las na sua cooperativa. Veja:
- Definir resultados impossíveis de alcançar ou de mensurar: os objetivos e resultados-chave e devem, sim, ser ambiciosos, mas sem abrir mão do realismo. Não é fácil atingir esse equilíbrio. Eventualmente, os colaboradores irão notar a impossibilidade de atingir certos objetivos - e isso gera desmotivação.
- Incluir tarefas no lugar dos resultados: os resultados-chave não podem ser meras listas de tarefas. Elas indicam o que é necessário alcançar, não são um passo a passo de como esse resultado será obtido.
- Elaborar resultados-chave em excesso: se a sua cooperativa exagerar na definição dos OKRs, o foco se perde. Dessa forma, as prioridades perdem sentido. Ao utilizar essa metodologia, tenha em mente o antigo ditado: menos é mais.
- Abandonar o acompanhamento dos OKRs: as reuniões de check-in mantêm o projeto vivo e as equipes engajadas. Não adianta estabelecer objetivos se, com o decorrer do tempo, eles serão deixados de lado.
Conclusão: OKR e inovação
A inovação anda lado a lado com a agilidade. Para que sua cooperativa possa inovar, é necessário que ela seja eficiente e consiga acompanhar o ritmo alucinante das mudanças no mercado. Assim, é preciso estar pronto para otimizar os processos e modernizar a gestão.
É aí que entra a importância da metodologia OKR. Por oferecer uma forma de gerenciar as metas com flexibilidade, esse modelo de gestão ágil favorece e incentiva o desenvolvimento de novas ideias sem deixar o planejamento de lado.
Com isso, a metodologia OKR atua para impulsionar soluções criativas, uma vez que os caminhos para atingir chegar aos objetivos e resultados-chave não são engessados.
Quer aproveitar essa integração entre essa metodologia e inovação na sua cooperativa? Então confira o curso de OKR que preparamos em parceria com a Descola. Nele, você vai descobrir como o conceito surgiu, quais as diferenças entre o OKR e as métricas tradicionais e como aplicá-lo no seu dia a dia para tomar decisões mais assertivas. Clique aqui e confira!
Não perca essa chance!
Foi prorrogado até o dia 22/09 o período de inscrições para o Prêmio SomosCoop Melhores do Ano, que tem o propósito de reconhecer as boas práticas das cooperativas de todo o país.
Para a categoria Inovação podem ser inscritos cases com iniciativas que promoveram mudanças no dia a dia das cooperativas, em seus processos, produtos e serviços, com resultados efetivos.
Lembrando que este ano , além do troféu, as primeiras colocadas serão contempladas com duas vagas para um intercâmbio cooperativista.
Podem participar cooperativas registradas e regulares no Sistema OCB, através do site: https://melhores.premiosomoscoop.coop.br/ .
Vai perder essa oportunidade?
O programa encerra sua segunda edição com a apresentação das soluções dos desafios propostos.
A 2ª edição do Programa Conexão com Startups, do Sistema OCB, realizou a apresentação de três soluções de desafios de cooperativas, nesta terça-feira (06/09). O evento ocorreu de forma virtual e é uma parceria entre o Sistema OCB e o Silo Hub (Hub de inovação originado da parceria entre a Embrapa e a Neo Ventures). As cooperativas Cemil (MG), Coplana (SP) e Santa Clara (RS) foram selecionadas nesta segunda edição do programa, que é voltado para inovações no Ramo Agro.
O desafio da CEMIL era prever os preços do leite longa vida (UHT) desse o início da produção até a chegada ao varejo para ter mais competitividade. A Startup UpTech aceitou o desafio e desenvolveu um sistema integrado para precificação que utiliza também Inteligência Artificial. O sistema consiste na utilização de modelos matemáticos e métodos de IA para gerar relatórios de validação e garantir a assertividade de 95% na precisão dos preços.
A Coplana buscava estimar e prever a colheita de amendoim devido a particularidade da sua cultura, tendo em vista como as vagens são formadas no inteior do solo, a percepção visual da produtividade da lavoura é dificultada. A Daedalus, startup selecionada para resolver o desafio, apresentou um APP capas de calcular a estimativa por meio do processamento de imagens registrado pelos agrônomos diretamente na plataforma. O Aplicativo identifica a imagem coletada pelo produtor e faz a contagem automática de amendoins detectando quantas das vages estão presentes na imagem, então é realizado a estimativa de sacas por hectares, por produção e até mesmo perdas para os produtores.
Como fracionar produtos de pesos e formas variadas em pedaços exatos era o desafio da Santa Clara. Para resolver esse problema, e Eixo Consultoria, startup empresa júnior de Recife, optou pelo desenvolvimento de uma máquina cortadora de queijo para fracionar os produtos. A máquina, que também utiliza inteligência artificial e lâmina ultrassônica adequada as normas regulatórias vigentes, está em fase de construção e irá proporcionar à cooperativa, além da automação do corte do queijo, a diminuição de desperdícios e perdas consideráveis que ocorrem com o processo de corte atual.
Fabíola Motta, Gerente Geral da OCB, destacou a importância dessa segunda edição do programa. “Esta edição voltada ao agro é para viabilizar desenvolvimento, aumentar a eficiência e reduzir custos. O Conexão com Startups é mais um programa que vem ao encontro do desafio de gerar R$ 1 trilhão em prosperidade e congregar 30 milhões de cooperados, em cinco anos. A inovação certamente vai nos ajudar a chegar lá”.
Com isso, a segunda edição do Conexão com Startups foi encerrada apresentando soluções inovadoras para o agro, apontando a capacidade dos projetos em atender diversas cooperativas e levar a inovação cada vez mais longe.
O Conexão com Startups
O programa buscou conectar as cooperativas com as startups por meio da resolução de problemas com soluções inovadoras. Na primeira etapa, as startups participantes conheceram os desafios e puderam se inscrever para resolvê-los. Em seguida, foi feita a triagem das startups. As selecionadas se apresentaram em formato de Pitch e as melhores soluções foram escolhidas para seguir para a fase de parceria com as coops.
Concluído o processo seletivo, foi iniciado a fase de execução do projeto piloto, que contou com um período de imersão entre startup e cooperativa, fase em que também foi firmado o contrato para prestação de serviços. Por fim, foi realizada a reunião de avaliação de resultados do piloto e possível parceria comercial.
Corra e inscreva a sua Coop!
Dia 15/09 (às 18h) será encerrado o período de inscrições para o Prêmio SomosCoop Melhores do Ano, que tem o propósito de reconhecer as boas práticas das cooperativas de todo o país.
A cada dois anos, um seleto grupo de cooperativas recebe do Sistema OCB o título de “Melhores do Ano” – um reconhecimento à criatividade, à visão e aos resultados obtidos por elas ao longo do biênio.
O Prêmio SomosCoop Melhores do Ano é uma forma de destacar as boas práticas de cooperativas que tenham proporcionado benefícios aos seus cooperados e à comunidade.
Os cases premiados podem ser replicados em outras cooperativas. Por isso, conheça um pouco mais da história da premiação e assista aos vídeos sobre as vencedoras da edição de 2020.
Para a categoria Inovação podem ser inscritos cases com iniciativas que promoveram mudanças no dia a dia das cooperativas, em seus processos, produtos e serviços, com resultados efetivos.
Exemplos: modernização de produtos e serviços; implementação de processos, métodos, técnicas e ferramentas de gestão da inovação; fomento de ambiente adequado à geração de inovações; ações que promovam ganhos de produtividade e melhores resultados financeiros, dentre outras ações com cunho inovador.
Na edição passada dezoito coops foram premiadas em seis categorias. O ranking na categoria inovação ficou assim:
- 1º lugar - Coplacana (SP): Avance Hub: O Hub de Inovação da Coplacana
- 2º lugar - Unicred União Agência Mais – A Primeira Agência Digital do Cooperativismo de Crédito Brasileiro
- 3º lugar - Lar (PR): Gestão de Ideias Lar Cooperativa
Neste ano, além do troféu, as primeiras colocadas serão contempladas com duas vagas para um intercâmbio cooperativista.
Podem participar cooperativas registradas e regulares no Sistema OCB, através do site: https://melhores.premiosomoscoop.coop.br/ .
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Processo criativo em adultos se desenvolve a partir de jogos, criações artísticas e viagens
A Psicologia da Inovação foi um dos temas tratados com destaque durante a Semana de Competitividade promovida pelo Sistema OCB entre os dias 22 e 26 de agosto. A psicóloga, Fernanda Furia explanou sobre o que está por trás da capacidade de inovar. Segundo ela, “a capacidade de inovar nasce da influência familiar, das experiências da infância e do ato de brincar que, por sua vez, desenvolve habilidades para inovação”.
Ajudar as pessoas a entenderem os novos contextos de mercado é o desafio central para que comecem a inovar, segundo a psicóloga. “Criatividade é a capacidade de pensar diferente, de ter ideias originais. Inovar é procurar entender, transformar e implementar as novas ideias. O adulto traz o medo de se arriscar, o que é um ato instintivo do ser humano, basta observarmos as crianças. Há resistência à inovação é cerebral e traz com ela o medo da mudança gerando reações de fuga, paralisação ou luta”.
A psicóloga falou sobre as personalidades do brincar na fase adulta e como elas contribuem com os processos de inovação. De acordo com Fernanda, os adultos desenvolvem o processo criativo, por meio do brincar, gostando de jogos, desfrutando de novas experiências em uma viagem, em criações artísticas, em exercícios e até mesmo levando a vida com mais leveza. Para ela, as referências estão dentro do nosso banco de dados interno.
“Outro ponto a ser salientado é aceitar as mudanças, as transformações, os riscos. Ter mais autonomia para adquirir novos conhecimentos, ser curioso e investigar para além do que está sendo visto. Neste sentido, a colaboração é bastante importante para que a gente consiga resolver temas complexos e antecipar situações difíceis”, acrescentou.
A psicóloga destacou que o medo de inovar é um sentimento que acomete muitos adultos e que a nova realidade pede mais coragem, instinto humano. “A capacidade de funcionar em estado beta, que é quando um produto está em construção e é ofertado para um grupo de pessoas experimentarem e apontarem melhorias, é necessário no contexto atual. Não temos mais muito tempo de deixar tudo redondinho para lançar, então, é construir um avião no ar. Para isso, o medo dos riscos deve ser deixado de lado e uma nova mentalidade aflorar, para poder avançar e agir de um jeito mais saudável, tranquilo e menos sofrido”, pontuou.
Ainda segundo Fernanda, o movimento cooperativista está alinhado a realidade das inovações. “O modelo das cooperativas segue a tendência da colaboração, de passar pelo olhar das pessoas. Falamos muito sobre inovação em termos de ferramentas, mas deve ser observado também que o que acontece dentro das pessoas. As cooperativas são terreno fértil para esse cenário de cuidar de quem inova”.
Fernanda Furia – A mestre em Psicologia clinicou para crianças e adolescentes por 17 anos. Em 2013, passou a atuar como consultora em diversos projetos que integram as áreas de Psicologia, Inovação, Educação, Ciência do Brincar e Estudos sobre o Futuro. É a idealizadora do blog Playground da Inovação.