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Lei melhora as condições para o desenvolvimento de empreendedorismo inovador no país, incluindo startups cooperativas
As startups já são protagonistas da economia. Nesse cenário, em 2021, o Marco Legal das Startups foi sancionado e entrou em vigor com a finalidade de melhorar o ambiente de negócios para o desenvolvimento de startups e estimular o investimento em inovação no país.
A legislação reconhece a inovação como vetor do desenvolvimento econômico, social e ambiental, além de trazer segurança jurídica para as startups. Por esse motivo, o Marco Legal das Startups representa um avanço importante para o ecossistema de inovação brasileiro.
O cooperativismo, é claro, não poderia ficar de fora. Atendendo a um pedido da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o então deputado Vinicius Poit (SP), que foi relator do projeto, inseriu o setor cooperativista no artigo 4°. “Assim, a lei complementar contemplará o empresário individual, a empresa de responsabilidade limitada, as sociedades empresariais, as sociedades simples e as sociedades cooperativas," afirma Poit.
Por que o Marco Legal das Startups é importante
O marco delimita a área de atuação das startups e cria um ambiente jurídico mais seguro para empreendedores e potenciais investidores nesse modelo de negócios. Dessa maneira, o texto visa aumentar a oferta de capital para investimento em startups, além de disciplinar a licitação e a contratação, por parte da administração pública, de soluções consideradas inovadoras.
“A lei busca aprimorar o sistema de investimentos brasileiro para garantir um ambiente de negócios mais seguro para os empreendedores e beneficiar os trabalhadores com mais empregos, renda e desenvolvimento local, especialmente durante o período de recuperação econômica", explica Milena Cesar, advogada da Assessoria Jurídica da OCB Nacional.
A legislação é vista com bons olhos pelos empreendedores, que vêem na desburocratização de processos um estímulo ao desenvolvimento de ecossistemas de inovação no Brasil. Além disso, o projeto autoriza que órgãos e entidades da administração pública possam instituir os chamados “Programas de Ambiente Regulatório Experimentais”.
Também conhecidos como “sandbox regulatório”, na prática isso significa a reunião de um conjunto de condições especiais, simplificadas e temporárias, para que as startups possam desenvolver modelos de negócios inovadores, incluindo testes das técnicas e tecnologias.
No meio da inovação, sandbox são condições simplificadas para atuação. Ou seja, que permitem a novas startups testarem seus produtos, serviços e modelos de negócios inovadores no mercado real. Sempre com monitoramento e regulação dos órgãos competentes e obedecendo a determinados limites estabelecidos em edital.
Soluções plurais
A administração pública estará autorizada, também, a contratar pessoas físicas e jurídicas, de forma isolada ou por meio de consórcio, para testar soluções inovadoras por meio de licitação específica. Estas, após homologação do resultado, poderão firmar o chamado Contrato Público para Solução Inovadora (CPSI).
Assim, ambas as partes - governo e empreendedores - contam com condições específicas e que proporcionam segurança para o desenvolvimento e contratação de inovação. Mas e com relação aos investidores?
Segurança para os investidores
Um dos grandes destaques do Marco Legal das Startups está relacionado à segurança jurídica proporcionada aos investidores. Isso porque, de acordo com a lei, as startups poderão admitir aporte de capital, por pessoa física ou jurídica, sem que o montante venha a integrar o capital social da empresa.
O que isso significa na prática? Que o investidor fica livre de eventuais responsabilidades trabalhistas, pois ele não se torna um sócio da empresa. O risco jurídico do investimento é mitigado significativamente.
A segurança jurídica está relacionada, ainda, à criação e estabelecimento de regulamento para aporte de capital como investidores em startups por parte de fundos de investimento por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Tal regulamentação afirma que:
• O investidor que realizar aportes de capital não será considerado sócio ou possuirá direito à gerência ou a voto na administração da empresa;
• O investidor poderá participar nas deliberações em caráter estritamente consultivo, conforme pactuação contratual;
• Não responderá por qualquer dívida da empresa, inclusive em recuperação judicial.
Requisitos para enquadramento
O que a lei considera como startup:
• ter faturamento bruto anual de até R$ 16 milhões no ano-calendário anterior ou de R$ 1,33 milhão multiplicado pelo número de meses de atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses;
• com até dez anos de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
• e que atendam a um dos seguintes requisitos, no mínimo: declaração, em seu ato constitutivo ou alterador, de utilização de modelos de negócios inovadores para a geração de produtos ou serviços; ou enquadramento no regime especial Inova Simples.
Marco Legal das Startups na prática
Em suma, a lei complementar nº 182 apresenta três pontos que merecem destaque:
1. A desburocratização, com simplificação de regras para organizações enquadradas como startups, com faturamento e porte limitados.
2. A segurança que o projeto de lei complementar proporciona aos investidores, criando formatos de aporte de capital com regras que os protegem de eventuais passivos da empresa.
3. O maior dinamismo na relação do governo com as startups. Para tanto, o marco cria uma série de condições especiais, simplificadas e temporárias para que tais empresas não apenas desenvolvam soluções, mas possam colocá-las à prova na prática sem colocar em risco a atividade corrente dos órgãos do estado.
Marco Legal das Startups e ecossistema de inovação
Esses elementos beneficiam todo o ecossistema de inovação brasileiro. Isso inclui o cooperativismo, já que há estímulos para a criação e o desenvolvimento de startups cooperativas.
Afinal, a criação e a própria sobrevivência de organizações enquadradas como startups seriam beneficiadas, aumentando sua competitividade no mercado. Isso porque o governo é um dos principais contratantes do mercado.
Trata-se, portanto, de um grande primeiro passo para a consolidação da atuação de startups na economia brasileira. Entretanto, a Abstartups (Associação Brasileira de Startups) acredita que um ponto importante foi deixado de lado na primeira versão do texto.
As obrigações trabalhistas convencionais impostas pela CLT são bastante onerosas para uma startup. Em paralelo, a prática comumente adotada por essas empresas de contratar profissionais por meio de suas figuras jurídicas (pejotização) é passível de fiscalizações e multas.
O que ficou de fora do Marco Legal das Startups?
Para a Abstartups, teria sido importante definir questões relacionadas às relações trabalhistas envolvendo startups. A associação afirma que questões tributárias e trabalhistas já haviam sido contempladas nas primeiras discussões sobre o Marco. Dentre as opções estudadas estava a possibilidade de sociedades anônimas (SA) usarem o regime tributário do Simples, com compensação dos tributos de ganho de capital para investidores anjo, por exemplo.
O relator do projeto, o deputado Vinicius Poit, acredita que o Marco Legal das Startups tem potencial para gerar empregos. Isso poderia ser potencializado pela inclusão do formato de remuneração baseado em “stock options”, que, entretanto, não entrou no texto final.
De acordo com ele, essa modalidade de remuneração atua na distribuição do crescimento obtido, beneficiando não apenas o empreendedor, mas o empregado também. Nesse sentido, porém, há críticas de que o formato fragiliza a relação trabalhista, colocando em xeque a remuneração dos trabalhadores.
Já em relação à falta de um regime tributário próprio das startups, a advogada da Assessoria Jurídica da OCB Nacional, Milena Cesar, acredita que “a ideia foi agilizar a tramitação da proposta no Congresso e instituir a política de fomento à inovação sem esbarrar em temas tão sensíveis como a concessão de incentivos fiscais”.
Conclusão: os impactos para o cooperativismo
Ainda que com algumas ressalvas e pontos de atenção relacionados à aceitação do texto junto às entidades civis, como o Poder Judiciário e as Juntas Comerciais, o Marco Legal das Startups é um avanço bastante significativo para esse tipo de negócio. E também para as startups cooperativas.
Em entrevista ao InovaCoop, Vinicius Poit disse que o Marco Legal das Startups representa uma oportunidade para tornar o cooperativismo ainda mais próspero e capaz de gerar oportunidades no ecossistema de inovação:
“Acreditamos que a atuação das startups cooperativas abre espaço para a descoberta de modelos de negócios diferenciados. As startups buscam princípios inovadores que o modelo cooperativista possui desde sua criação e que podem gerar vantagens no que diz respeito ao ganho de escala e maior poder de negociação no mercado”, disse o relator da lei na Câmara.
Soluções para a inovação cooperativista
Na visão de Mário De Conto, superintendente do Sistema Ocergs, a inclusão das cooperativas é importante, pois o setor precisa de formas alternativas de financiamento.
“Legalmente, cooperativas enfrentam mais restrições à capitalização que outros tipos societários. Então, um ponto positivo do projeto é a disposição sobre a possibilidade de criação de outros instrumentos de aporte de capital em que o investidor, pessoa física ou jurídica, não integre formalmente o quadro de sócios da startup e/ou não o tenha subscrito qualquer participação representativa do capital social da empresa”, ele explica.
De acordo com Mário de Conto, esse dispositivo permite conceber instrumentos compatíveis com a natureza jurídica da cooperativa e a discussão a respeito de um ecossistema cooperativo de startups. Tudo a partir da cooperação entre cooperativas constituídas e as instituições financeiras cooperativas.
A advogada Milena Cesar, da OCB Nacional, também comemora a menção expressa às sociedades cooperativas no rol de organizações elegíveis ao enquadramento como startups. “Foi uma relevante conquista rumo à inovação do modelo societário. A presença das cooperativas na política de fomento à inovação está alinhada à tendência inovadora na qual as cooperativas já estão inseridas no Brasil”, completa.
Oportunidades de fomento em Inovação para coops brasileiras
O desenvolvimento de projetos de inovação para cooperativas é fundamental para manter e ampliar a competitividade no cenário brasileiro e global. Entretanto, o investimento nesses projetos demanda recursos financeiros. Muitas vezes, organizações privadas hesitam em fazer tais investimentos por conta das incertezas associadas aos resultados desses projetos, sobretudo quando se referem a inovações tecnológicas em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Felizmente, existem oportunidades oferecidas por atores do ecossistema de inovação brasileiro, especialmente aqueles vinculados ao governo. Esses atores propõem mecanismos de fomento para compartilhar os riscos relacionados a projetos de inovação.
Os principais mecanismos de fomento são:
Recursos reembolsáveis: Correspondem a financiamentos onde a organização recebe o recurso, mas precisa devolvê-lo posteriormente. Vale salientar que agências como FINEP e BNDES, que incentivam a inovação no Brasil, oferecem taxas de juros mais baixas e prazos maiores para pagamento em comparação com bancos comerciais.
Recursos não reembolsáveis: Se a organização tiver sua proposta aprovada, não precisa devolver esse recurso.
Incentivos fiscais: São benefícios concedidos pelo governo para incentivar setores ou atividades econômicas. Incluem isenções, deduções e compensações, entre outros, reduzindo a carga tributária de empresas que investem em P&D.
Destaques do Guia de Fomento do Sistema OCB (Inovação e ESG) para maio:
Inter-American Foundation - Programa de Doações para o Desenvolvimento da Comunidade:
Região: América Latina e Caribe
Setor: Não especificado
Tipo de Suporte: Recurso não reembolsável
Tipo de organização apoiada: Cooperativas e outras
Prazo para submissão da proposta: Fluxo Contínuo
Objetivos: O Fundo Interamericano de Desenvolvimento apoia soluções inovadoras e participativas que promovam prosperidade, empreendedorismo, segurança, inclusão e governança. O fundo financia projetos liderados por organizações da sociedade civil em comunidades vulneráveis na América Latina e no Caribe. Os projetos apoiados visam criar oportunidades econômicas, fortalecer o envolvimento cívico e melhorar a qualidade de vida, focando em resultados mensuráveis e sustentabilidade a longo prazo.
Valor máximo: 400.000,00 USD
% Apoiada: Não especificado, mas é necessário contrapartida seja financeira, ou econômica (bens e serviços)
Custo elegíveis: A IAF não financia propostas enviadas ou encaminhadas para atividades puramente religiosas, atividades exclusivamente de pesquisa, somente construção e equipamento, projetos assistencialistas de qualquer natureza, ou projetos associados a partidos políticos ou movimentos partidários.
Duração do Projeto: Não especificado
Link da chamada: https://www.iaf.gov/pt/solicite-fundos/
CHAMADA GIF – GLOBAL INNOVATION FUND
Região: Global
Setor: Não especificado
Tipo de Suporte: Recurso não reembolsável
Tipo de organização apoiada: Cooperativas e outras
Prazo para submissão da proposta: Fluxo Contínuo
Objetivos O Global Innovation Fund (GIF) busca identificar e financiar inovações de impacto que melhorem a vida de milhões de pessoas que vivem na pobreza, oferecendo suporte a soluções inovadoras que abordam problemas de desenvolvimento de forma eficaz. O foco está em apoiar abordagens escaláveis e sustentáveis, lideradas por equipes dinâmicas, que tragam melhorias tangíveis em setores variados, priorizando evidências de impacto, escalabilidade e benefícios para populações vulneráveis.
Valor máximo: Até $ 15 milhões – USD.
% Apoiada: Não especificado, mas é necessário contrapartida seja financeira, ou econômica (bens e serviços)
Custo elegíveis: O GIF apoia inovações desde o estágio inicial até a implementação em larga escala, visando escalar para milhões de pessoas. Utiliza-se uma abordagem de financiamento por etapas, gerenciando riscos sensatamente. Os estágios são: Pilot (até $230,000) para testar viabilidade; Test & Transition (até $2.3M) para inovações com evidências de sucesso; e Scale (até $15M) para inovações prontas para expansão em larga escala.
Duração do Projeto: Não especificado
Link da chamada: https://www.globalinnovation.fund/
Para maiores detalhes, não deixe de acessar o Radar: https://inova.coop.br/radar-inovacao
Ao reunir diversas soluções em uma plataforma, superapps entregam conveniência e viram tendência
Os aplicativos são inescapáveis na vida digital moderna. Mensageiros, redes sociais, serviços bancários, compras, música, serviços, atendimento e muito mais: os apps ocupam uma fatia considerável do tempo no nosso dia a dia. Se no geral ainda usamos aplicativos separados para cada função, os superapps estão mudando um pouco dessa lógica.
Os aplicativos disputam um bem muito precioso e escasso: o tempo dos usuários. Diante disso, muitos aplicativos estão ampliando o portfólio de utilidades para fornecer conveniência e soluções dentro de um mesmo ecossistema. Pra que ter vários apps instalados se um já resolve várias coisas?
Essa é a premissa por trás dos superapps, que já vem passando por um processo de amadurecimento e consolidação. Conseguir consolidar um superapp, no entanto, está longe de ser uma tarefa fácil.
Neste artigo, vamos entender mais a fundo o que são os superapps, descobrir quais são os seus diferenciais, conhecer o ambiente de superapps no Brasil e discutir o potencial desse tipo de aplicativo para o cooperativismo. Aproveite a leitura!
O que são os superapps
Um superapp é um aplicativo que centraliza uma série de serviços e informações em uma mesma plataforma, a fim de manter o usuário dentro desse ecossistema. Além disso, quanto mais recursos uma mesma plataforma fornecer, maior é a comodidade para o usuário e a fidelidade com a marca.
Na prática, um superapp proporciona que usuários tenham acesso a uma miríade de ferramentas e miniapps dentro de uma mesma plataforma. Cada funcionalidade pode operar de forma independente ou de maneira conjunta, criando uma interação. Em um aplicativo bancário que proporciona um marketplace, por exemplo, e usa os serviços do app para facilitar o pagamento de uma compra.
A consultoria Gartner compara os superapps com canivetes suíços. Eles fazem sentido principalmente com as gerações mais jovens, que têm o celular como experiência primária para acessar os mais variados serviços. A Gartner estima que, até 2027, mais de 50% da população mundial será usuária de superapps.
O que diferencia os superapps dos aplicativos convencionais é justamente a variedade. Apesar de ter um carro-chefe para conquistar o público - como serviços de mensagem instantânea ou compras - um superapp oferece muito mais coisas. Já um aplicativo comum tem uma finalidade restrita a uma determinada função ou serviço.
Origens dos superapps
A ideia dos superapps surgiu e floresceu sobretudo no mercado asiático graças a apps como os chineses WeChat, da Tencent, e o Alipay, do Alibaba. O WeChat começou como um aplicativo de mensagens. Devido ao sucesso e ao crescimento da base de usuários, ele também adicionou serviços de pagamentos e passou a hospedar um marketplace.
O MIT Sloan Management Review avalia que os superapps encontraram um contexto favorável na China graças a fatores como:
• Enorme base de clientes à disposição
• Ampla gama de serviços disponíveis
• Acesso recorrente aos aplicativos
Tais fatores ganham o impulso dos dados, a fim de tornar a experiência dos superapps ainda mais conveniente e personalizada. A ausência de big techs ocidentais, como o Facebook e o Google, também contribuiu para que os serviços locais precisassem ampliar o portfólio de serviços em seus aplicativos, incorporando outras funcionalidades.
Vantagens: por que almejar um superapp?
Não é por acaso que os superapps se tornaram um sucesso no mercado asiático e, agora, estão ganhando espaço no mundo todo. Eles representam uma série de benefícios para os usuários assim como para as plataformas.
Ao conseguir estabelecer um superapp, uma plataforma se aproxima ainda mais dos seus clientes, aumentando a fidelização e a conveniência da experiência oferecida. Isso resulta em retenção de clientes, reconhecimento de marca, ampliação da receita e diversificação do portfólio.
Os dados, tão valiosos na economia digital, também justificam os superapps. Quando uma plataforma consegue coletar informações mais diversificadas sobre os hábitos digitais e de consumo, também consegue traçar perfis mais complexos e individualizados de seu público. Na era da hiperpersonalização, quanto mais dados, melhor.
Já para os clientes, um bom superapp é sinônimo de facilidade e conveniência. Afinal, é muito mais fácil lidar com uma única plataforma para fazer diversas tarefas do que ficar migrando entre vários aplicativos no decorrer do dia. A integração entre as funcionalidades também conta pontos para os usuários.
Desafios para os superapps
Apesar de ser tão atrativo, desenvolver um superapp é bastante difícil - e consolidá-lo é ainda mais complexo. Primeiro de tudo, um superapp precisa de escalabilidade. É necessário construir uma base sólida e bastante grande de usuários para que um superapp faça sentido.
Uma outra questão é a forma como as novas funcionalidades são adicionadas ao aplicativo. As novas funcionalidades serão acrescentadas somente pelo desenvolvedor da plataforma diretamente, a partir de seu portfólio de produtos e serviços? Haverá uma busca por parcerias para ampliar as opções? Ou até mesmo um ecossistema em que terceiros podem disponibilizar serviços por meio de um superapp já estabelecido?
Todos esses fatores somados criam um grande desafio comercial e tecnológico para que um superapp consiga, de fato, se destacar. Manter todos os sistemas funcionando dentro de uma plataforma também é algo que precisa ser levado em consideração.
Superapps no Brasil
Por questões culturais e econômicas, não há nenhum superapp brasileiro no mesmo escopo de um WeChat. Contudo, diversas plataformas já estão de olho no amadurecimento desse mercado, a fim de oferecer novas soluções para sua base de usuários em seus apps.
O WhatsApp, por exemplo, é, de longe, o aplicativo de mensagens instantâneas mais popular do país. O serviço da Meta já deu diversos passos rumo à diversificação de suas atividades, proporcionando uma ferramenta de pagamentos digitais, comunidades temáticas e novas funcionalidades para a relação entre negócios e clientes.
Em termos de ecossistema, o maior exemplo de superapp é o Magalu, da rede varejista Magazine Luiza. Além de servir como plataforma de compras, o aplicativo proporciona uma gama de serviços como conta digital, marketplaces, cursos e conteúdos diversos que existem dentro do ecossistema de negócios da companhia.
Há, ainda, o caso do banco Inter, uma fintech que além de oferecer seus serviços financeiros, também disponibiliza serviços de viagens, marketplace, seguros e delivery, a fim de tornar o app mais atrativo.
Superapps no cooperativismo
Os superapps ainda não são tão comuns porque surgem a partir da comunhão de elementos como popularidade, base de usuários, escalabilidade e interesse pela diversificação. Dessa forma, criar um superapp faz sentido em situações específicas tanto por parte da oferta quanto da demanda.
Dentro do cooperativismo, a diversificação do portfólio de serviços em um aplicativo pode ser interessante para coops com uma boa base de cooperados que contam com soluções digitais maduras. Os grandes sistemas de crédito cooperativo, por exemplo, podem aproveitar a escala para centralizar serviços e soluções.
É o caso do Sicoob que, ao fim de 2023, lançou uma nova versão seu superapp que reúne todo o ecossistema digital em uma única plataforma. Ao disponibilizar soluções diversas em uma única plataforma, o Sicoob reduz a fricção no relacionamento com os cooperados e amplia a oferta de funcionalidades com fácil acesso.
Ademais, é possível absorver algumas lógicas por trás do sucesso dos superapps em uma escala menor. O iCoop, da cooperativa agropecuária mineira Coocafé, opera como uma plataforma digital com inúmeras funcionalidades para os produtores cooperados, como assinaturas de duplicatas, ferramentas de gestão da lavoura, pagamentos, capacitações técnicas e acesso a eventos.
Conclusão
Muitos serviços estão, aos poucos, caminhando na direção dos superapps. O futuro caminha para um cenário de aplicativos com variedade e oferta de serviços diversos, apostando na conveniência e centralização de soluções em uma mesma plataforma.
Esse cenário surge como uma possibilidade para as cooperativas que possuem uma base ampla e sólida de cooperados. Elas podem usar seus aplicativos a fim de trazer os cooperados para ainda mais perto, criando um ecossistema digital cooperativista que abre espaço até mesmo para a intercooperação.
O amadurecimento dos superapps é um processo intimamente ligado à aceleração da transformação digital. Para ficar por dentro das grandes mudanças em curso, confira também o nosso e-book que explora as principais tendências tecnológicas que prometem afetar os negócios!
Estabelecer processos é uma forma de tornar a inovação mais eficaz e duradoura. Saiba como funciona passo a passo!
A inovação é um processo. Afinal, ideias inovadoras não nascem prontas. Da mesma forma, uma cultura de inovação não amadurece de uma hora para outra. Para que as cooperativas possam liderar projetos inovadores de sucesso, há todo um processo necessário. Essa é a jornada de inovação.
Além disso, a criatividade por si só não basta. Para que a inovação aconteça de fato, é importante que as cooperativas saibam como tirar as boas ideias do papel. As etapas da jornada de inovação proporcionam um caminho para que iniciativas inovadoras possam prosperar.
Dados de um estudo da Sambatech mostram que quase metade dos negócios brasileiros estão praticando uma estratégia de transformação digital e outros 30% estão em fase de planejamento. Nesse cenário, quem não tiver uma jornada de inovação sólida e coesa corre o risco de ficar para trás.
Neste artigo, vamos conhecer as etapas da jornada de inovação, ver como trazê-la para dentro das cooperativas e conhecer dicas e boas práticas a fim de tornar o cooperativismo ainda mais inovador. Aproveite a leitura!
Os passos da jornada de inovação
Em qual estágio a sua cooperativa está na jornada de inovação? A inovação já está integrada na cultura e nos processos? Há, ao menos, o planejamento para estruturá-la?
Ter clareza sobre o contexto do negócio e conhecer suas forças e fraquezas é a melhor maneira de dar início ou aprimorar a jornada de inovação na sua cooperativa. Essas avaliações ajudam a entender melhor não só o ambiente de negócios, mas também quais passos dar rumo à inovação.
Confira, então, seis etapas da jornada de inovação.
1. Identificar necessidades e oportunidades
A inovação é uma forma de agregar valor e ganhar competitividade. Diante disso, o primeiro grande desafio da jornada de inovação é identificar os alvos da inovação dentro das características e objetivos da cooperativa. Tudo começa, portanto, com um diagnóstico das necessidades e oportunidades do negócio.
Para isso, é importante fazer uma avaliação interna e uma análise de mercado, a fim de entender quais são as demandas internas previstas em planejamento, assim como as movimentações de mercado. Esse processo ajuda a visualizar a fragilidade e os diferenciais da sua cooperativa.
Também fique com o radar ligado para captar as principais tendências de mercado e de tecnologia que podem ser relevantes para a coop. Essa é uma maneira de manter a instituição moderna e se antecipar perante a concorrência. Confira, por exemplo, as tendências que separamos para acompanhar em 2024!
2. Estimular a criatividade
Sem criatividade, não existe jornada de inovação. Todo projeto inovador nasce a partir de uma ideia. Com isso em mente, a jornada de inovação passa pelo estímulo à criatividade e ao intraempreendedorismo.
Aproveitar o potencial criativo dos cooperados e colaboradores é mais um desafio dessa jornada. Dois métodos para obter novas ideias aproveitando o conhecimento e o engajamento que já existe na cooperativa são:
• Brainstorm: uma ótima maneira de buscar saídas para lidar com um problema específico que precisa ser solucionado. É um ambiente para propor ideias sem inibição. Essas ideias vão se complementando, inspirando outras pessoas e sendo melhoradas pelo grupo participante em uma construção coletiva da inovação. Confira nosso guia prático sobre brainstorming!
• Programa de ideias: organizar uma iniciativa estruturada para a sugestão de ideias que envolva a premiação e o reconhecimento de quem tiver um projeto implementado é uma forma de instigar a criatividade e criar um ambiente corporativo favorável à inovação. Use o programa de ideias da Lar como inspiração!
3. Estabeleça a governança
Agora, é hora de desenvolver as ideias obtidas. Para isso, é fundamental contar com uma estrutura bem desenhada a fim de estabelecer um processo coeso, transparente e metódico. A jornada de inovação precisa ser organizada e bem governada, afinal de contas.
Então é importante que haja uma governança para a inovação por meio da realização de práticas de gestão da inovação, escolha de metodologias para otimizar processos e a definição de lideranças para administrar, tomar decisões e assumir a responsabilidade pela execução de um projeto inovador.
Definir um orçamento, apontar a liderança, atribuir papéis a todas as pessoas envolvidas no projeto e escolher métricas de acompanhamento são maneiras de fazer a governança da inovação.
4. Buscar parcerias
Muitas vezes, a cooperativa não vai conseguir tocar um projeto de inovação sozinha, desenvolvendo tudo internamente. Isso se deve a uma série de fatores como falta de profissionais especializados, verba insuficiente, escala e tamanho das equipes, por exemplo.
Em cenários como esse, buscar parcerias se apresenta como uma alternativa para dar seguimento às inovações. Uma opção interessante em situações como essa é a intercooperação.
Unindo forças, duas cooperativas têm mais força para superar uma dor em comum, como o superarpp da Seguros Unimed que foi desenvolvido por uma parceria da Unimed Vitória com a Unimed BH. Ainda é possível que uma cooperativa atue como fornecedora para outra, como a Expocaccer, que usa um aplicativo da Coopersystem para realizar assembleias digitais.
Projetos de inovação aberta também se destacam como formas de fazer parcerias em prol da inovação. A conexão com startups rende bons frutos ao cooperativismo, que se moderniza com agilidade. É o que acontece com a Vinícola Aurora e a startup Jahde, por exemplo.
5. Faça testes e cometa erros
O erro faz parte da jornada de inovação, isso é inevitável. É muito improvável que uma ideia já nasça perfeita. O erro serve para aprender e melhorar não só o projeto que está sendo desenvolvido, mas também a jornada de inovação como um todo.
Na prática, o erro é um componente do sucesso. Por esse motivo, toda jornada de inovação precisa ter uma margem para o erro. No entanto, existe, sim, um jeito certo de errar. Primeiro, é preciso saber analisar os fracassos, entender os motivos de algo dar errado e absorver esse aprendizado.
Além disso, a hora certa de errar é o quanto antes. Falhar logo significa deixar de perder tempo e desperdiçar recursos. Essa é a ideia por trás da metodologia fail fast, succeed faster (falhe rápido, tenha sucesso ainda mais rápido) - e o InovaCoop tem um curso sobre isso.
6. Acompanhamento e aprimoramento
Depois de lançar algum projeto inovador, seja ele um produto, serviço, método de gestão, prática interna ou qualquer outra maneira de inovar, siga com o acompanhamento e o aprimoramento.
Para isso, mensure os resultados obtidos e utilize os dados e feedbacks a fim de aplicar as melhorias necessárias. Por fim, caso algum projeto não dê os resultados esperados, volte ao início da jornada. Como dissemos, o erro faz parte e não é possível prever tudo. O importante é ter margem para errar e não deixar que uma falha abale a cultura de inovação.
Dicas e boas práticas durante a jornada de inovação
• Não se apegue demais a uma ideia: o foco deve ser o problema que precisa ser solucionado. Se houver uma paixão muito grande por uma ideia específica, perde-se tempo e verba tentando fazer com que ela funcione, sendo que, talvez, ela não é uma ideia tão boa quanto parece.
• Foco na entrega de valor: o foco da inovação precisa ser a capacidade de uma ideia gerar valor para a cooperativa, seus cooperados e clientes. A inovação não é um fim em si mesma, afinal. O importante é entregar algo capaz de agregar valor e competitividade ao negócio.
• Perfeccionismo é seu inimigo: não tente encontrar uma ideia que é perfeita desde a concepção nem ache que a jornada de inovação não terá atritos. Esperar que uma iniciativa de inovação pareça ideal antes de começar os testes e a experimentação é um erro.
• Tenha a mente aberta: muitas vezes, a inovação vai fugir do que parece óbvio. Inovar significa ampliar os horizontes, estar aberto ao novo e desafiar crenças estabelecidas. Boas ideias podem surgir em qualquer lugar.
Conclusão: trazendo a jornada de inovação para a cooperativa
A jornada de inovação começa com a elaboração de um planejamento estratégico que contemple a inovação e estabeleça os objetivos almejados. Dessa forma, as ideias e projetos inovadores têm um norte para seguir.
Construir uma cultura de inovação sólida também é essencial. A inovação tem que ser constante e sistemática para apresentar resultados. Nesse cenário, a jornada de inovação é como um roteiro para canalizar a cultura inovadora. Os líderes também cumprem um papel central para que as etapas tenham sucesso.
Para saber mais sobre como estabelecer uma jornada de inovação na sua cooperativa, confira o nosso e-book que se aprofunda na gestão de inovação no cooperativismo. Conheça os caminhos para tornar a sua coop num terreno fértil tanto para o surgimento quanto para a consolidação de boas ideias.
A liderança ocupa um papel central na estratégia de inovação das cooperativas. No entanto, nem sempre os líderes estão cumprindo essa função. A falta de liderança para a inovação, portanto, representa uma grande fragilidade para os negócios.
Segundo a Tendências de Gestão de Pessoas 2023 da GPTW, a falta de uma mentalidade inovadora por parte dos líderes é o principal empecilho para a inovação nas organizações, afinal.
Diante desse cenário, as cooperativas precisam encontrar caminhos para incentivar a liderança inovadora. O líder moderno deve fomentar novas ideias e difundir a visão de futuro em sua equipe. Inovar é gerar valor, antecipar tendências e adequar a organização ao ambiente de negócios.
Neste artigo, você vai conhecer 10 maneiras de desenvolver a liderança para a inovação e, com isso, fortalecer a sua cooperativa. Aproveite a leitura!
10 formas de desenvolver lideranças inovadoras
Já que a liderança para a inovação é tão importante para a competitividade e a perenização das cooperativas, confira os caminhos para desenvolvê-la!
1. Estabeleça o papel do líder para a inovação
Para exercer a liderança inovadora, um líder precisa conhecer o seu papel e entender as suas atribuições dentro da estratégia da cooperativa. Diante desse planejamento, compreenda quais são as prioridades da organização a fim de conduzir a sua equipe aos rumos adequados de inovação.
Liderar, afinal, é uma tarefa que pode ser feita de diversas formas. Na sua cooperativa, qual é o papel do líder? Facilitar equipes, obter recursos para novos projetos, convencer a direção sobre as sugestões de inovação, resolver problemas inerentes ao negócio, desenvolver produtos…
Ao ter clareza no seu papel dentro da estratégia da cooperativa, será muito mais fácil definir os caminhos da inovação na sua equipe e, com isso, gerar valor para a instituição. Também tenha isso em mente ao selecionar e formar novos líderes.
2. Exercite a ambidestria organizacional
A liderança para a inovação precisa ter uma visão ampla dos negócios de forma a resolver problemas do presente e antecipar as demandas do futuro. Essa é justamente a ideia por trás da ambidestria organizacional.
Ao comparar 35 iniciativas, um estudo publicado pela Harvard Business Review descobriu que 90% das organizações que usam estrutura ambidestra alcançaram seus objetivos estratégicos. No entanto, apenas 25% das organizações que usam outro tipo de estrutura alcançaram os resultados almejados.
Por um lado, é muito fácil ficar perdido nas demandas do dia a dia e deixar o futuro para depois. Por outro, não adianta focar demais no amanhã sem construir hoje a base de sustentação para dar suporte às grandes mudanças no longo prazo.
Seja ambidestro e amplie os horizontes de sua equipe, mas sem nunca deixar de melhorar a todo momento. Veja também nosso e-book sobre o tema!
3. Aprenda continuamente
Um líder inovador não pode ficar parado no tempo. Em meio a um mundo de transformações tão velozes, é necessário aprender a todo momento. Acompanhe as novidades relevantes para o seu setor, aprenda novas habilidades e siga adquirindo conhecimentos. Tudo isso será matéria-prima para a inovação.
Tecnologias, metodologias e ferramentas de gestão surgem a todo momento. Diante disso, seguir a cultura lifelong learning é essencial para a efetividade da liderança para a inovação.
Além disso, promova o aprendizado contínuo em sua equipe. Forneça ferramentas para que seus colaboradores possam estudar e aprender. Equipes mais qualificadas e atualizadas são, também, mais inovadoras.
4. Fique atento às tendências
Ao se manter por dentro das tendências, você vai visualizar os caminhos que o mercado está seguindo, conhecer os avanços tecnológicos e ter uma visão ampla de inovação. Assim sendo, a assertividade para iniciar projetos, adotar ferramentas e absorver métodos será maior.
Periodicamente, reserve algum tempo para ficar por dentro das novidades oportunas ao segmento de atuação da sua cooperativa e ao setor que você lidera. Mantenha seu radar ligado para identificar e antecipar as tendências.
E como acompanhá-las, então? Há diversas maneiras de ficar por dentro das novidades - e você pode conhecê-las clicando aqui.
5. Monte equipes diversas e inclusivas
A inovação surge a partir de diferentes ideias e perspectivas de mundo. A coexistência de diferentes valores, culturas, etnias, religiões, raças, gênero, orientação sexual, status socioeconômico, idade e habilidades, por exemplo, funciona como combustível para o nascimento de novas ideias.
O fato de existirem pessoas com culturas, hábitos e origens diferentes faz com que existam percepções variadas sobre a vida, o trabalho, o ensino - sobre tudo, na verdade. Essa variedade nas visões de mundo enriquece as equipes e dá origem a ideias mais sólidas e criativas.
Promova a diversidade e a inclusão em sua equipe, portanto. De que adianta comandar somente pessoas que pensam igual a você? Ao formar novos líderes, também leve isso em conta. Veja o poder da liderança feminina no cooperativismo e se inspire!
6. Fortaleça valores, princípios e objetivos da cooperativa
O líder é o elo que conecta os colaboradores aos valores, princípios e objetivos da cooperativa. Tenha clareza sobre a visão de negócio da organização a fim de incorporá-la na sua estratégia de inovação.
Guie seu time em um trajeto de inovação que esteja de acordo com os valores da cooperativa e seja o exemplo de respeito e valorização desses valores. O pensamento de todos precisa estar alinhado. Promova o sentimento de pertencimento e valorização.
7. Cultive talentos
Busque ferramentas para conhecer a fundo as forças e vulnerabilidades da equipe como um todo e as características de cada colaborador. A partir disso, cultive seus talentos. Entenda os objetivos e diferenciais das pessoas a fim de conduzi-las a um processo de melhoria contínua.
Para tanto, não se limite às habilidades acadêmicas e conhecimentos técnicos. Entenda o que motiva cada colaborador, avalie suas capacidades interpessoais e aptidões. Depois disso, é hora de potencializar os pontos fortes e trabalhar os pontos fracos.
É preciso orientar e inspirar as pessoas para que elas cresçam e, com isso, ajudem a cooperativa a inovar. Identifique perfis para novos líderes e seja um mentor dessa transformação.
8. Dê espaço para novas ideias e projetos
Uma das principais armadilhas contra a inovação é gastar todo o tempo resolvendo as questões imediatas. Como é possível inovar se não há tempo para refletir, dar asas à imaginação, desenvolver conceitos e aprimorá-los?
O Google, por exemplo, disponibiliza tempo para que seus colaboradores desenvolvam novas ideias. Nessa divisão, funcionários técnicos devem dedicar 80% para realizar suas tarefas. Já nos 20% restantes eles podem trabalhar em projetos de seu interesse. Muitas inovações do Google foram criadas a partir desse processo. O cotidiano pode sufocar a criatividade, não deixe isso acontecer.
Tenha uma margem de recursos (pessoas, tempo e dinheiro, por exemplo) para tentar criar coisas novas e arriscadas. Nem sempre uma ideia de inovação vai dar certo, mas mesmo quando falha, ela gera aprendizados relevantes.
9. Tenha capacidade de comunicar e persuadir
Para liderar, é importante saber se comunicar. Isto é: repassar ideias, objetivos e instruções com efetividade. A comunicação também é responsável pela transmissão de valores. É assim que um líder conquista a confiança de seus liderados.
Ser um bom líder significa ser, também, um bom comunicador. Entenda as diferentes maneiras de conversar e convencer a sua equipe. Transmita confiança nas interações para engajar a equipe e conquistar a dedicação nos projetos de inovação.
Uma ótima forma de potencializar a capacidade de persuasão é usar técnicas de storytelling. Dê uma olhada no curso do InovaCoop sobre o tema e aprenda a contar histórias a fim de exercer a liderança para a inovação!
10. Assuma riscos controlados e aprender com erros
Disponha-se a assumir riscos calculados. A inovação, afinal de contas, é incerta. Desse modo, o erro é inerente ao processo de experimentação. Conheça o limite da sua equipe e arrisque dentro dele. O erro é inevitável dentro da cultura de inovação. O importante é errar logo.
Iniciativas que não dão certo também são ótimas fontes de aprendizado. Quando uma ideia não funcionar, analise e tente entender o motivo disso. O erro foi na ideia ou no processo de implementação? O que influenciou nesse resultado? Leve essas lições em conta em projetos futuros. E também confira nosso curso sobre a Metodologia Fail Fast!
Conclusão: exercendo a liderança para inovação
Para ser um líder inovador, é necessário ter uma mentalidade voltada para a inovação. É recomendável que um líder inovador e disruptivo seja capaz de:
• Dar o exemplo: um líder que não se dedica também não inspira confiança. É importante dar duro, reconhecer erros e demonstrar profissionalismo.
• Ser otimista: é preciso visualizar o futuro e passar adiante a visão do quão bom será quando todo o time atingir os objetivos.
• Ser seguro: ter segurança e saber disseminá-la para o time é essencial, sobretudo em tempos de crise ou mudanças nos processos.
• Ter autoridade: o líder inovador tem a responsabilidade de orientar e motivar o time para que, juntos, alcancem um objetivo em comum. Autoridade não é autoritarismo.
• Ser sincero: a sinceridade é uma grande aliada da empatia na hora de apontar falhas e discutir assuntos desconfortáveis com a equipe.
A liderança inovadora de Steve Jobs é a grande responsável pela Apple ser, hoje, uma grande referência mundial em inovação. Nem sempre foi assim. Quando Jobs assumiu a companhia, ele alterou a estrutura de gestão e criou um novo perfil para os líderes, privilegiando uma cultura de experts, imersão em detalhes e abertura para o debate.
A nova maneira de organizar a liderança e explodiu a capacidade de inovar dentro da Apple resistiu ao crescimento da companhia, mas sem perder os princípios estabelecidos por Jobs responsáveis por isso.
Para saber mais sobre liderança inovadora, confira também o guia prático que produzimos sobre o tema!
- O papel da liderança na inovação: como um líder se torna inovador?
- Destaques do Radar de Financiamento (abril de 2024)
- 6 lições para aprendermos com o país líder em inovação no mundo
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