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<p>A função dos líderes está mudando. A liderança na inovação guia processos e imprime novas ideias à estratégia das cooperativas. </p>

O papel da liderança na inovação: como um líder se torna inovador?

Para fomentar a inovação, é necessário gerir pessoas e dominar processos


O papel de um líder é guiar as cooperativas com destino aos objetivos estratégicos e à saúde do negócio. Dentro desse cenário, ser uma organização inovadora é essencial para crescer, manter a relevância e perenizar. O papel da liderança na inovação, portanto, deve ser de protagonismo.

Inovar não é um luxo, mas sim uma necessidade das cooperativas que almejam prosperar na nova economia diante das diversas mudanças tecnológicas, econômicas e sociais. Dessa forma, a liderança na inovação é central para a construção de cooperativas modernas.

Estimular uma cultura corporativa voltada para a inovação é, afinal de contas, responsabilidade da liderança. Lidar com isso, por si só, é um grande desafio que não pode ser deixado de lado. Sem a dedicação dos líderes, a inovação não encontra espaço, não há estímulo para novas ideias e o risco de cair no marasmo, assim como o de ficar para trás da concorrência, só cresce.

Já que há tanto valor da atuação da liderança na inovação, este artigo irá mostrar o que se espera de um líder moderno, quais são as habilidades de uma liderança inovadora e como aplicar a governança na inovação. Aproveite a leitura!

O novo papel da liderança na inovação

A função do líder muda com o passar do tempo. O exercício da autoridade dá lugar à mediação e ao estímulo às equipes. O papel da liderança na inovação é, cada vez mais, potencializar a mentalidade empreendedora dentro das cooperativas.

A cultura organizacional voltada à inovação não surge do vácuo. Ela precisa, isso sim, ser construída aos poucos, com solidez e incentivos à mentalidade empreendedora. O relatório Tendências de Gestão de Pessoas 2023 da GPTW revela que a mentalidade da liderança permanece a mais apontada como principal empecilho para a inovação nas organizações.

Quando há falta de uma mentalidade empreendedora na liderança, a inovação não consegue prosperar dentro da cooperativa. “É natural e do instinto humano a lei do mínimo esforço, e tendemos a seguir sempre o status quo. Inovação dá trabalho e requer esforço. Por isso, é preciso sempre capacitar as lideranças mostrando as vantagens e benefícios da inovação para que possam fazer esse movimento antinatural com mais frequência”, diz Cauê Oliveira, CEO da Youleader, que faz parte do ecossistema GPTW.

Dessa forma, portanto, a liderança precisa acender a faísca da inovação e seguir trabalhando para manter esse fogo aceso. Nada disso é possível sem a consolidação de uma mentalidade empreendedora. Nesse cenário, os gestores precisam dar o exemplo e proporcionar um ambiente receptivo às novas ideias e sem medo de mudanças.

Fomento ao intraempreendedorismo

Mais do que gerir suas demandas, um líder precisa atuar em prol do desenvolvimento de pessoas. Dessa forma, o gestor é responsável por criar contextos capazes de potencializar as competências de suas equipes, a fim de tirar as pessoas de suas zonas de conforto, engajá-las e motivá-las.

No quesito inovação, então, estimular o intraempreendedorismo significa extrair boas ideias dessas pessoas que estão envolvidas todos os dias com a operação e os desafios enfrentados pela cooperativa. Por esse motivo, elas têm a capacidade de enxergar soluções e oportunidades de inovação.

Nesse sentido, o líder deve ser um facilitador ao intraempreendedorismo, extraindo e estimulando e dando espaço para novas ideias que surgem dentro das equipes. Diversas iniciativas de sucesso surgiram assim. Em nossos cases de inovação, por exemplo, contamos como a nova linha de refeições prontas da Aurora Coop surgiu do intraempreendedorismo.

As habilidades de um líder inovador

A partir dessas mudanças no papel da liderança na inovação, uma série de novas habilidades passaram a ser essenciais para os líderes que almejam guiar suas cooperativas em uma jornada inovadora de sucesso.

Habilidades interpessoais e voltadas ao lado humano estão no centro do desenvolvimento de um líder inovador moderno. Selecionamos algumas das soft skills mais importantes para a liderança na inovação:

Empatia

Para engajar as pessoas em prol da inovação, um líder precisa ser capaz de se colocar no lugar do outro e entender as diferentes perspectivas de mundo contidas em uma equipe diversa. A empatia precisa estar presente em todos os processos de inovação e não é diferente para quem lidera esse processo.

A empatia impulsiona a facilitação para a inovação, amplia a visão de mundo do gestor e faz com que ele entenda melhor tanto a sua equipe quanto os seus clientes. A partir de então, é possível praticar técnicas de incentivo à inovação adequadas a cada situação e para os colaboradores. Veja aqui como fazer o mapa de empatia!

Ambidestria

Um outro grande desafio da liderança na inovação é conseguir equilibrar a pressão por resultados imediatos e iniciativas inovadoras com foco no futuro. Em meio a essas duas demandas brigando por sua atenção, um líder precisa ser ambidestro. Isto é: projetar o futuro, mas sem abrir mão das melhorias incrementais de impacto imediato.

Nesse contexto, o gestor tem que encontrar saídas para que sua equipe não seja sugada pelas obrigações cotidianas. A inovação precisa de tempo, dedicação e recursos. É função do líder proporcionar isso. É o que faz, por exemplo, o Google, ao disponibilizar tempo para que seus funcionários possam se dedicar a projetos alheios às suas obrigações. 

Comunicação

Para que seja respeitado e tenha sua visão acolhida pelas pessoas, um líder precisa se comunicar bem, com clareza e assertividade. A comunicação é central para a efetividade de um trabalho em equipe em que todos entendam bem a sua função e consigam expressar suas ideias.

Dessa maneira, um líder que consegue incentivar a comunicação em sua equipe gera mais conexões entre pontos de vista, aproxima vivências e, consequentemente, obtém inovações mais sólidas. Entendendo o quão essencial é essa habilidade para a liderança na inovação, o CapacitaCoop preparou um curso de Comunicação Assertiva.

Resolução de conflitos

A comunicação eficaz também contribui para a mediação de conflitos. Evitar mal-entendidos e brigas faz com que as equipes fiquem mais unidas e, com isso, colaborem na busca por soluções inovadoras.

Debates devem ser fomentados, mas com respeito entre todos. A liderança deve prezar pela convivência pacífica, o que evita perdas de tempo e mantém as equipes focadas na busca por ideias inovadoras.

Feedback

Cabe à liderança na inovação identificar as forças e as fraquezas de seu time, tanto em caráter coletivo quanto no âmbito individual. Esse diagnóstico contribui para entender os elementos que freiam a inovação e, com isso, o líder pode buscar soluções para suprir lacunas e traçar planos de evolução para os colaboradores.

Quando tem a confiança das pessoas, portanto, a liderança inovadora pode indicar como os colaboradores podem evoluir e corrigir seus erros. Além disso, feedbacks positivos aumentam a moral e a confiança das pessoas.

Nessa mesma lógica, o líder também deve buscar feedbacks sobre si. Assim, ele pode aprender sobre como sua forma de liderar é avaliada tanto por sua equipe quanto por seus pares. O objetivo é entender onde é possível melhorar e em quais áreas é necessário aprender.

Aprendizado contínuo

O aprendizado, afinal de contas, não pode parar. Na era digital, tudo muda muito rápido e as exigências vão aumentando sem dar trégua. Para exercer uma liderança inovadora moderna e ágil, o líder precisa estar sempre atrás de atualizações e novos conhecimentos sobre inovação, gestão, tecnologias e outros temas que impactam diretamente sua cooperativa.

Um líder deve não só praticar o lifelong learning, mas também instigá-lo entre os colaboradores. Quanto mais conhecimento uma equipe possui, maior é o potencial para o surgimento de novas ideias. Além disso, essa é uma maneira de enxergar tendências e antecipá-las. Confira os cursos do InovaCoop para colocar o aprendizado contínuo em prática!

Mentoria

Em vez de somente ordenar, a liderança inovadora tem que atuar como um guia, proporcionando caminhos para que as equipes evoluam e contribuam para tornar a cooperativa mais inovadora. Assim sendo, o gestor deve ser um mentor que libera o potencial das pessoas com base no planejamento e nos princípios da organização.

Para isso, o gestor precisa ser um exemplo de liderança com inteligência emocional, capaz de aprender com suas experiências e compreender seus erros. Somando isso tudo, a liderança inovadora não só dá origem a novas ideias, como também gera novos líderes para o futuro.

Mente aberta

Liderar pessoas requer que o gestor amplie os seus horizontes e entenda que há uma ampla variedade de visões de mundo, personalidades, modos de agir, jeitos de pensar e formas de se expressar. Uma liderança inovadora é aquela que é receptiva a sugestões, mesmo que a princípio soem estranhas.

Um líder, nesse sentido, não deve se prender a dogmas e conclusões pré-estabelecidas. O questionamento gera insights, o contraditório cria ideias. Mexer com a ordem estabelecida incentiva a criatividade e dá origem à inovação.

Governança na inovação

A liderança inovadora também tem que ficar atenta à governança da inovação. Trata-se do caminho para dar consistência aos processos de inovação em meio a um cenário incerto e complexo marcado por transformações repentinas.

Esse contexto faz com que as decisões precisem considerar os riscos presentes ao mesmo tempo em que se alinham às estratégias do futuro. Essa inovação sustentada pela ambidestria, no entanto, não é simples. É aí que entra a governança, a fim de arquitetar os processos, delegar as responsabilidades e alocar recursos.

Para estruturar sua governança da inovação, as cooperativas solidificam duas premissas essenciais, explica a Ace Cortex:

• Heterogeneidade do negócio: é a análise de mercado sobre o ambiente de negócios e a concorrência, a fim de entender as peculiaridades da cooperativa. Caso o modelo de negócios seja mais específico e fechado, a estrutura será mais centralizada. Por outro lado, caso a coop atue em diversos segmentos, com vários produtos e serviços, a estrutura de inovação é mais difusa e com mais autonomia entre os setores.

Filosofia de gestão: a estratégia de inovação vai refletir a estrutura de gestão do negócio. Uma cooperativa com uma hierarquia rígida vai repetir esse modelo na hora de inovar. Já quando a cultura organizacional é mais fluída, os setores e gestores terão mais autonomia para implementar projetos de inovação. Transitar do primeiro modelo para o segundo demanda uma jornada de transformação cultural.

Estratégia e arquitetura para liderar a inovação

Para colocar a governança da inovação em prática, a liderança necessita entender a estratégia da cooperativa. A inovação, afinal, é uma ferramenta para alcançar objetivos, obter bons resultados nos negócios e causar impacto nas comunidades.

A partir de então, os líderes alocam equipes, pessoas e recursos em prol da inovação. Esse processo conta com três estruturas funcionais, que são: decisão, articulação e execução. A decisão cabe à alta administração. A articulação, por sua vez, é papel das lideranças capazes de influenciar, comunicar e gerir as pessoas que, enfim, executarão a inovação.

Tudo isso estando em conformidade, é hora de definir processos e caminhos que uma ideia deve percorrer começando pela idealização, passando por avaliações, feedbacks, testes, experimentações, aprimoramentos, definição de métricas e, se tudo der certo, execução da inovação.

Conclusão: criando liderança na inovação

A liderança inovadora está em falta. Uma cultura corporativa restritiva ainda muito disseminada desestimula a inovação ao privilegiar o controle e o comando como formas de gerir pessoas. Em sua coluna no site da revista Exame, a professora Glaucia Guarcaello, que leciona no Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral explica que:

“Um primeiro e importante grande passo é reconhecer que temos um problema sistêmico: não formamos ou incentivamos historicamente líderes com comportamentos a favor da inovação, apesar de cobrarmos que estes inovem. Precisamos permitir que estes líderes experimentem inovações na prática, arrisquem, busquem soluções alternativas e até mesmo transformacionais. Que entendam os fenômenos disruptivos e estejam presentes no ecossistema de inovação aberta”.

Nessa seara, a liderança na inovação é central para dar solidez à governança e unir a estratégia geral da cooperativa com a execução das práticas de inovação. O surgimento e a evolução de lideranças inovadoras se apresenta como algo pelo que as cooperativas devem prezar na busca por um futuro inovador.

A liderança inovadora é um tema prioritário aqui, no InovaCoop. Confira aqui a retrospectiva que reúne nossos diversos conteúdos sobre o tema em 2023!

<p><span style="color: rgb(15, 15, 15);">O destaque do Radar de Financiamento para o mês de abril de 2024 estão no ar. Nele constam oportunidades de r</span>ecursos para financiamento para projetos de inovação. Confira e tenha maiores informações.</p>

Destaques do Radar de Financiamento (abril de 2024)

Oportunidades de fomento em Inovação para coops brasileiras


O desenvolvimento de projetos de inovação para cooperativas é fundamental para manter e ampliar a competitividade no cenário brasileiro e global. Entretanto, o investimento nesses projetos demanda recursos financeiros. Muitas vezes, organizações privadas hesitam em fazer tais investimentos por conta das incertezas associadas aos resultados desses projetos, sobretudo quando se referem a inovações tecnológicas em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

 Felizmente, existem oportunidades oferecidas por atores do ecossistema de inovação brasileiro, especialmente aqueles vinculados ao governo. Esses atores propõem mecanismos de fomento para compartilhar os riscos relacionados a projetos de inovação.

Os principais mecanismos de fomento são:

 Recursos reembolsáveis: Correspondem a financiamentos onde a organização recebe o recurso, mas precisa devolvê-lo posteriormente. Vale salientar que agências como FINEP e BNDES, que incentivam a inovação no Brasil, oferecem taxas de juros mais baixas e prazos maiores para pagamento em comparação com bancos comerciais.

Recursos não reembolsáveis: Se a organização tiver sua proposta aprovada, não precisa devolver esse recurso.

Incentivos fiscais: São benefícios concedidos pelo governo para incentivar setores ou atividades econômicas. Incluem isenções, deduções e compensações, entre outros, reduzindo a carga tributária de empresas que investem em P&D.

Destaque para abril:

1. EMBRAPII | Innosuisse 5ª CHAMADA TECHMAKERS:

Região: Nacional

Setor: Não especificado

Tipo de Suporte: Recurso não reembolsável

Tipo de organização apoiada: Startup; Pequena; Média; Grande

Prazo para submissão da proposta: 30/09/2024

Objetivos: Desenvolvimento de soluções prontas para o mercado em produtos, serviços baseados em tecnologia ou métodos com potencial de mercado significativo em ambos os países (Brasil e Suíça). Preferência por projetos nas áreas de Biotech, Medtech, Healthtech, Agritech, Foodtech, Bioeconomia, Economia circular, Climatech, Sustentabilidade, Cleantech, Energia limpa e Água.

Valor máximo: Não especificado.

% Apoiada: 66% do valor total do projeto.

Custo elegíveis: Apenas aqueles necessários para a execução adequada do projeto. Estes englobam custos de pessoal, custos com materiais, custos de coordenação, custos de viagem e custos indiretos.

Duração do Projeto: 18 a 36 meses

Link da chamada: https://embrapii.org.br/cooperacao-internacional/oportunidade-para-inovar-com-a-suica/

 

Para maiores detalhes, não deixe de acessar Radar de Financiamento!

<p>Quer inovar sua cooperativa e não sabe como? Anote algumas dicas do que é feito na Suíça, líder em inovação no mundo!</p>

6 lições para aprendermos com o país líder em inovação no mundo

Para continuar no topo da lista, a Suíça não abre mão do conhecimento e da educação


Segundo o Fórum Econômico Mundial, a Suíça é o país mais inovador do mundo. Mas o que podemos aprender com a Suíça sobre inovação?

Em 2023, o Brasil ultrapassou o Chile e se tornou líder de inovação na América Latina. No entanto, apesar de ter subido de posição no ranking mundial do Índice Global de Inovação (IGI), o país está na 49ª colocação. Já entre os países do BRICS, o Brasil está em terceiro lugar, atrás de Rússia e África do Sul.

Mesmo apresentando bons resultados, o Brasil ainda pode aprender muito com outras nações líderes em inovação no mundo, em especial a Suíça. Então, pegue o caderno e a caneta e se prepare para anotar todas as lições e implantá-las em sua cooperativa.

Diversidade e cultura

Apesar de ter um território bem menor que o Brasil, a Suíça conta com uma grande diversidade quando o assunto é idioma e cultura. O país conta com quatro línguas nacionais - alemão, francês, italiano e romanche - e é lar de diversas culturas e estilos de vida.

Mesmo com tantas diferenças, a sociedade suíça reconhece a importância da inovação e da ciência. Com a valorização da pluralidade cultural e de pensamento, o país construiu instituições de ensino e pesquisa de primeira, atraindo cientistas competentes.

De acordo com o relatório Research and Innovation in Switzerland 2020, a maioria da população confia na comunidade científica. A segurança na ciência e o reconhecimento da importância da inovação, ambos intrínsecos na cultura suíça, são essenciais para implementar políticas de inovação.

Colaboração e participação ativa

A realização dos projetos de inovação só é possível com a lei de inovação da Suíça, conhecida pela sigla RIPA. A norma responsabiliza o governo pelo estímulo da pesquisa e desenvolvimento. Além disso, ela também é responsável por promover discussões e submeter as propostas para aprovação da assembleia legislativa.

No entanto, diferentemente do Brasil, as decisões não são tomadas pelos representantes eleitos e sem a opinião da população. Questões fundamentais para a Suíça, por exemplo, são votadas pelos próprios eleitores.

Diante desta grande responsabilidade, a população é preparada para entender sobre os assuntos abordados e participar das discussões que vão afetar o desenvolvimento do país.

Valorização da cultura de inovação

O sistema de voto colaborativo também é responsável pela valorização da cultura da inovação na Suíça. Por entenderem as consequências positivas e negativas, os suíços têm a consciência de que propostas de inovação aumentam a qualidade de vida e a riqueza.

Com um sistema que incentiva o conhecimento, o desejo por inovação continua constante.

Educação precisa ser prioridade

Para construir a responsabilidade social dos suíços, a educação é essencial. O país não mede esforços para prover um sistema de educação de qualidade desde o jardim de infância até a pós-graduação.

A Suíça também incentiva a formação de estudantes em outros países e tem programas para receber estrangeiros nas universidades. A ideia é compartilhar conhecimentos que possam contribuir com o desenvolvimento do país, e fomentar a cultura da inovação no mundo.

Investimentos na academia e em pesquisas

O compromisso com a educação também pode ser observado nas universidades. A Suíça valoriza e incentiva a pesquisa por meio de fundos financiadores. A Fundação Nacional de Ciências da Suíça (SNSF), por exemplo, direciona os recursos para pesquisa básica. Já a pesquisa aplicada conta, majoritariamente, com a iniciativa privada.

Para que tudo isso seja possível, a coordenação das pesquisas segue uma gestão descentralizada que evita duplicidade de esforços. Além disso, promove a colaboração entre universidades, centros de pesquisa e iniciativa privada. A ideia principal é fazer com que as instituições de ensino e academias coloquem pesquisas em prática com a ajuda de empresas.

Previsibilidade e estabilidade proporcionam um ecossistema aberto a novas ideias

A valorização da colaboração e da cultura de inovação não foram as únicas variáveis responsáveis por tornar a Suíça líder em inovação no mundo. Por ser uma nação neutra durante diversos conflitos políticos e econômicos, a Suíça se tornou um dos principais centros financeiros.

Outro ponto interessante é que o país tem estabilidade econômica e social, e previsibilidade jurídica. Além disso, o país usa reguladores que fomentam o desenvolvimento.

E para o país poder crescer economicamente, foi necessário estabelecer relações comerciais e de prestação de serviços internacionais. Isso aconteceu, pois a Suíça, diferentemente do Brasil, não conta com uma abundância de recursos naturais. Por conta disso, o país europeu líder em inovação no mundo aproveitou da proximidade com países desenvolvidos para estabelecer relacionamentos.

Cooperativas suíças inovadoras

A cultura da inovação na Suíça também atingiu as cooperativas. Segundo o relatório Monitor Cooperativo 2020 da Idée Cooperative, a população suíça não enxerga as cooperativas como inovadoras, no entanto, o país conta com algumas cooperativas de sucesso - e com foco em inovação.

Gütter

Gütter, ou Bens, em português, é uma cooperativa localizada em Berna, capital da Suíça. A organização consiste em uma loja participativa, onde apenas as pessoas que trabalham lá por duas a três horas por mês podem fazer compras.

Segundo Nicholas Pohl, um dos associados da Gütter, a cooperativa oferece produtos iguais aos dos supermercados, mas a preços mais acessíveis. A ideia é usar o trabalho voluntário para evitar os custos de distribuição das mercadorias.

Red Brick Chapel

A Red Brick Chapel é a única gravadora cooperativa da Suíça. Ela pertence apenas aos músicos e produtores.

De acordo com Christian Müller, um dos cooperados, são os artistas que traçam o futuro da organização e mantêm o controle sobre as obras.

Veloblitz

A Veloblitz é uma cooperativa de entregadores de bicicleta que sempre estão vestidos com roupas refletivas amarelas. O diretor-gerente conta que a organização surgiu em 1989 com o desejo do fundador de empreender, distribuindo a responsabilidade.

Atualmente, os funcionários devem ser coproprietários da cooperativa. Entretanto, trabalhadores que não se tornam associados e ex-funcionários que ainda são cooperados ainda participam das discussões.

Mais que morar

Mais que morar é uma cooperativa habitacional em Zurique, na qual os moradores vivem em comunidade. Além da área residencial, o local conta com espaços para desenvolvimento de projetos de uso comum, como oficinas, sauna, parque interno e escritório compartilhado.

Os moradores também podem firmar parcerias com outras cooperativas. Um dos moradores, por exemplo, tem uma assinatura de colheita de vegetais e colabora com uma organização de leite. Mas, para receber os produtos, ele precisa trabalhar algumas vezes para as cooperativas.

Conclusão: a hora de fomentar a cultura da inovação no mundo é agora

A Suíça aproveita as oportunidades internas e externas para se desenvolver e focar na inovação do país. Mesmo sem muitos recursos naturais para construir sua economia, a nação se esforçou para criar um ambiente desenvolvido. Além disso, a cultura participativa é essencial para que propostas inovadoras continuem sendo implementadas.

Para se aproximar do país líder em inovação no mundo, o Brasil ainda tem um longo caminho a seguir. No entanto, sua cooperativa não precisa esperar tanto tempo assim para apostar em práticas inovadoras.

Se você quer aumentar a cultura da inovação em sua organização, mas ainda não sabe como, confira o Guia Prático: 9 medidas para promover a cultura de inovação na sua cooperativa do InovaCoop. Você não vai se arrepender - e vai inovar muito!

<p>A era do big data proporciona dados sobre tudo. Nesse cenário, como escolher as métricas adequadas?</p>

Como lidar com as métricas quando há dados para tudo?

As métricas são ferramentas para tomar decisões mais assertivas. Selecionamos 7 dicas para te ajudar nesse desafio!


Em tempos de big data, é possível obter dados sobre tudo. Quando tudo é mensurável, há um risco de cair na armadilha de dar atenção a informações desnecessárias e acompanhar métricas que não contribuem para a tomada de decisão.

Todos esses dados por si só, afinal, não dizem muita coisa. Sem saber no que prestar atenção, na verdade, eles podem proporcionar conclusões erradas e induzir a cooperativa a tomar caminhos inadequados.

Métricas servem para acompanhar indicadores relevantes para a estratégia da cooperativa. Somente medir, no entanto, não garante resultado. As métricas, portanto, têm o papel de indicar o andamento dos objetivos, revelar pontos de melhora e oportunidades de negócios.

A digitalização do mundo abriu o leque para os dados. É possível saber quantas pessoas colocaram seu produto no carrinho de compras na sua loja virtual mas acabaram não comprando. Ou a proporção de clientes que abriram sua comunicação por e-mail e compraram graças a um anúncio.

Só que não dá para ficar de olho em tudo. Além de ser coisa demais, muitos desses dados não são relevantes para o negócio da cooperativa. Confira, então, dicas para usar essas métricas a seu favor. Boa leitura!

Como lidar com as métricas em tempos de big data

Não é fácil lidar com os dados abundantes disponíveis. Por isso, é importante saber no que prestar atenção. Selecionamos algumas dicas para te ajudar nesse processo, confira!

1. Mensurar é importante para inovar

Dados são mais assertivos do que opiniões para encontrar oportunidades de inovar nas cooperativas. Só que, para isso, qualquer dado não basta, é necessário escolher as informações certas.

Diante disso, a cooperativa vai entender onde está tendo problemas, onde há oportunidades para aprimorar processos e o que pode ser feito de novo. Essa lógica vale mesmo quando as coisas estão indo bem, afinal a inovação não pode ter trégua.

2. Boas métricas são claras e simples

Uma métrica precisa ser fácil de entender. Para isso, ela deve ter clareza e simplicidade. Uma boa métrica é aquela que as pessoas compreendem o que está sendo mensurado e como ela se conecta com o objetivo ao qual está associada.

Olhe para os números mais relevantes de performance, gargalos críticos e apostas que a sua cooperativa está fazendo. São essas métricas que têm que tomar o seu tempo e ocupar sua atenção.

3. Uma história de dados é contada com o tempo

Um único dado em determinada métrica não diz muita coisa. É necessário olhar todo o histórico a fim de entender sua evolução e, com isso, tirar conclusões. Um mesmo número dentro de determinada métrica pode significar progresso ou indicar um problema. Só dá pra saber ao olhar o que vem antes.

Isso acontece porque, na prática, os dados contam histórias. Não adianta olhar pra fotografia, e sim para o filme. Para entender mais sobre esse tema, confira nosso guia prático sobre storytelling com dados!

4. Cada negócio demanda suas próprias métricas

Não se baseie em métricas da moda ou copie o que seus concorrentes estão fazendo. A sua cooperativa tem o próprio planejamento e uma série de objetivos. Foque nas métricas que atendem a eles.

Fazer benchmark é, sim, algo positivo e pode inspirar inovações. No entanto, replicar acriticamente um modelo de métricas de outra instituição vai gerar dados que não fazem sentido para sua cooperativa. Então ao tomar inspiração de um case de sucesso, se espelhe no conceito, mas não replique a tática.

5. Defina objetivos e caminhos para encontrar métricas adequadas (OKR)

Uma maneira de encontrar as melhores métricas é por meio da metodologia OKR. A sigla significa Objectives and Key Results - ou seja: objetivos e resultados-chave, em português. O OKR é uma maneira de estabelecer resultados interconectados que, juntos, contribuem para alcançar os objetivos definidos no planejamento da cooperativa.

Para colocar o OKR em prática, a cooperativa deve definir quais são seus objetivos almejados. Eles precisam ser mensuráveis objetivamente. A partir disso, a etapa seguinte é estabelecer os resultados-chave, que representam processos que devem ser realizados para que o objetivo seja alcançado. Neste artigo, conheça mais sobre o OKR e veja exemplos.

6. Motivações influenciam a escolha das métricas

Antes de escolher uma métrica, defina o que sua cooperativa considera sucesso. Em que lugar a sua cooperativa se imagina estar em certo período? Uma cooperativa pode valorizar mais seu impacto na comunidade do que a arrecadação bruta, por exemplo.

O ponto é que não dá pra ser tudo ao mesmo tempo. Uma cooperativa precisa de foco. Se você está focado em crescer a base de clientes, será que faz sentido dar atenção aos dados sobre ticket médio de compras? Ter um monte de métricas só vai confundir na hora de tomar decisões rumo ao objetivo almejado. As métricas representam suas prioridades, afinal.

7. Métricas são ferramentas para subsidiar decisões, e não um fim em si

As métricas são somente indicadores que ajudam a cooperativa a tomar decisões e planejar os próximos passos. Diante disso, elas só fazem sentido dentro de um contexto de negócios e inovação na cooperativa.

As métricas são indicativos que subsidiam o planejamento da cooperativa em prol dos objetivos definidos no planejamento. Isto é: as métricas são ferramentas. Acompanhe os dados que vão gerar valor para a gestão da cooperativa.

Conclusão

As métricas precedem as ações. Acompanhar dados é, sim, muito importante para a estratégia das cooperativas. Eles indicam caminhos, mas as atitudes precisam vir dos gestores capazes de analisar esses dados e tomar ações a respeito. As métricas são uma bússola para a inovação.

Para tirar melhor proveito das métricas, confira nosso guia prático sobre como tomar decisões baseadas em dados. Conheça os principais conceitos relacionados à tecnologia de dados, entenda a importância de transformar dados em informações estratégicas e fique por dentro das melhores ferramentas para analisar dados.

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