Lean Startup: a metodologia para inovar com agilidade e dinamismo
Focada na experimentação, a metodologia de startup enxuta potencializa a chance de uma boa ideia dar certo
Se alguém falasse que existe um método que milhares de empreendedores estão usando para criar startups de sucesso você pensaria: preciso disso na minha cooperativa? Saiba então que esse método é o lean startup, ou startup enxuta, uma abordagem científica para a construção de startups. Um guia que muda totalmente as regras do jogo.
Muitas vezes, grandes ideias inovadoras se perdem por causa dos processos. Uma jornada lenta, cheia de desperdícios, atritos e barreiras vai perdendo força com o passar do tempo. Para solucionar esse problema, é necessário repensar os passos para tirar uma ideia promissora do papel.
É aí que entra a metodologia lean startup: como forma de adequar os processos e potencializar a chance de uma boa ideia dar certo ou identificar seus problemas o quanto antes. Não basta estar no lugar certo e na hora certa - o sucesso de uma iniciativa tem a ver com o processo.
Pesquisador da Harvard Business School, o americano Eric Ries adaptou essa metodologia e publicou o livro "Lean Startup", editado no Brasil com o título "Startup Enxuta". Neste artigo, iremos entender mais sobre o que é uma startup enxuta, conhecer suas principais ferramentas e apresentar exemplos de grandes negócios que cresceram a partir dessa mentalidade. Aproveite a leitura!
O que é a metodologia Lean Startup
Mais do que um termo em alta, lean startup é um conjunto de métodos, processos e boas práticas, que preza por uma produção focada na eficiência, de forma a evitar qualquer tipo de desperdício possível.
Ou seja, é uma metodologia que oportuniza uma maneira mais ágil, eficiente e inovadora para a gestão dos negócios da sua coop e que, assim, pode ser aplicada por cooperativas de todos os tamanhos e setores de atividade.
Em seu livro, Eric Ries propõe que a inovação contínua deriva de um processo correto, e não de uma ideia genial. O autor agregou ideias de marketing, tecnologia e gestão, tornando a metodologia lean mais completa com novos conceitos, como o MVP, pivot e métodos ágeis.
Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal Fluminense (UFF) apontou que 93% dos respondentes conheciam o método e o utilizaram como inspiração para os modelos de negócio. O questionário tinha como objetivo entender como tem sido o desempenho da metodologia Lean Startup no Brasil.
Ao todo, foram ouvidos 115 empreendedores de startups de todo o Brasil, entre eles vencedores do concurso “Startup Brasil”, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Os princípios da startup enxuta
Eric Ries apontou cinco princípios do modelo lean startups, que servem como alicerce para as ideias e processos dessa metodologia. São elas, portanto:
- Empreendedores estão por toda parte: startups não são somente os negócios pequenos que começam em uma garagem por iniciativa de algumas poucas pessoas entusiasmadas. Na definição de Ries, todas as organizações que se propõem a desenvolver novas soluções em cenários incertos se encaixam no ambiente de empreendedorismo.
- Empreender é administrar: uma startup é uma instituição, e não somente o seu produto. Logo, é necessário administrá-la como um negócio. Contudo, Ries argumenta que o empreendedorismo demanda um estilo de gestão diferente e baseado no compartilhamento de ideias - e não na hierarquia.
- Aprendizado validado: a razão de ser das startups não é produzir coisas, ganhar dinheiro ou servir clientes. Elas existem, isso sim, como um experimento constante a fim de gerar conhecimento. Para isso, elas devem formular, testar e validar hipóteses.
- Construir-medir-aprender: as startups existem, afinal, para que as ideias saiam do papel e se tornem soluções práticas. Para isso, no enanto, a performance dos produtos e serviços tem que ser avaliada. A opinião do cliente, então, é usada para validar as ideias, pautar as decisões e identificar oportunidades de melhoria.
- Contabilidade para a inovação: para melhorar os resultados, é imprescindível focar na “parte chata” do negócio. Ou seja, nas métricas de progresso da inovação, definição de metas e prioridades. Isso requer uma nova maneira de contabilidade específica para as startups, considerando o ecossistema e as expectativas dos clientes.
Mas como rodar experimentos na prática?
A metodologia lean startup apresenta um modelo para fazer experimentos baseado no ciclo construir-medir-aprender. Ou seja, você deve construir uma versão de teste, medir os resultados e aprender com o experimento. Com isso, essa metodologia de gestão leva em conta a coleta de dados que geram ideias e oportunidades de aprimoramento.
É nessa lógica que, conforme os clientes interagem com o produto ou serviço, eles produzem dados e retornos - é o feedback. Ele pode ser tanto qualitativo (os consumidores gostam do produto) quanto quantitativo (quantas pessoas utilizam o produto ou serviço e consideram que ele tem valor).
Uma vez que os produtos de uma startup são, no fim das contas, experimentos contínuos, o aprendizado também é constante. Ries definiu esse processo como um ciclo de feedback que remete ao quarto princípio da Startup Enxuta colocado em prática.