CONTEXTO
A CCGL - Cooperativa Central Gaúcha reúne 30 cooperativas associadas, totalizando 171 mil produtores e dois terminais logísticos que, juntos, representam cerca de 14% das exportações de soja do Brasil e 52% do movimento de grãos do Rio Grande do Sul.
Em 2018, a CCGL teve a percepção de que havia uma discrepância entre o nível técnico e a capacidade de pesquisa e desenvolvimento de uma cooperativa para outra.
Por isso, decidiu criar uma Rede Técnica Cooperativa (RTC) para fomentar a intercooperação e otimizar o desenvolvimento de soluções que atendessem a problemas comuns a várias cooperativas da região gaúcha. Por atuar numa área responsável por grandes volumes de produção agrícola - 50% do cultivo de soja do Rio Grande do Sul, por exemplo - a RTC representa um impacto muito relevante.
A ideia era conseguir os recursos necessários para criar não apenas um time dedicado à pesquisa, mas inserir protocolos de produto e de inovação condizentes com o que há de mais avançado no Brasil e no exterior.
DESAFIOS
Os principais desafios enfrentados pela RTC estavam relacionados à:
- eliminação de barreiras de conhecimento entre as cooperativas;
- conexão entre atores;
- superação da falta de recursos.
Além disso, havia a preocupação de que alguma resistência à proposta de inovação fosse encontrada junto às cooperativas.
Tais desafios foram enfrentados e superados a partir da clara exposição sobre o intuito da RTC. Dentre eles, a criação da rede de intercooperação com foco na geração de rentabilidade e desenvolvimento de diferenciais competitivos para os produtores associados.
Era preciso criar um entendimento inicial de que, conforme explica o coordenador da RTC, Geomar Corassa, “os produtores indo bem, a cooperativa vai bem, o Estado vai bem, o País vai bem”.
DESENVOLVIMENTO
A percepção de que era preciso reinventar as formas de fazer pesquisa em cooperativas levou um grupo de colaboradores da CCGL a propor a criação da Rede Técnica Cooperativa. A ideia era aumentar a rentabilidade dos produtores rurais a partir do desenvolvimento de diferenciais competitivos que viessem a melhorar sua atuação.
Assim, o grupo foi até as cooperativas com o intuito de mostrar não apenas a importância, a necessidade e o valor do conhecimento técnico. A RTC procurou mostrar aos produtores como seria possível organizar as cooperativas em torno de uma iniciativa voltada à geração e difusão desse conhecimento entre elas.
Foram realizadas diversas reuniões para a estruturação da RTC e alinhamento dos objetivos. Para tanto, foram envolvidos profissionais técnicos e também o corpo executivo das cooperativas. Esse envolvimento desde o primeiro momento contribuiu para aumentar o engajamento com o projeto e também para definir metas de curto, médio e longo prazo.
O resultado é que todas cooperativas associadas à CCGL fazem parte da RTC, que teve seu primeiro projeto lançado em abril de 2018. É o maior movimento de assistência técnica para a agropecuária do Brasil e se baseia na troca de informações e experiências entre as áreas técnicas das cooperativas.
Na prática, são realizados diversos testes no campo experimental e nos modernos laboratórios da CCGL, gerando produtos finais já bastante avançados e inovadores para os produtores associados.

RESULTADOS
Ao trabalharem em diferentes linhas de conhecimento relacionados à prática das cooperativas da CCGL, a RTC obteve resultados rápidos, superando as expectativas iniciais.
Os resultados em melhores práticas de manejo de doenças e plantas daninhas, fertilidade, correção de solo e combate a pragas foram bastante promissores e já são adotados por cooperativas responsáveis por 50% do cultivo de soja no estado gaúcho.
A união de esforços e recursos técnicos e financeiros viabilizou o intercâmbio de técnicos com o exterior para adoção de produtos, tecnologias e protocolos alinhados às melhores práticas internacionais.
Além disso, a RTC agora é parceira de universidades nacionais e internacionais em iniciativas que têm como foco o desenvolvimento do setor agro do Rio Grande do Sul e a aceleração da rentabilidade dos produtores rurais que atuam na região.
PRÓXIMAS INICIATIVAS
O alvo da RTC agora passa a ser o desenvolvimento de soluções "focadas em inovação, boas práticas agrícolas e especialmente na melhoria da qualidade do solo". Isso porque a CCGL acredita que o solo é a base de todo o processo agropecuário. Logo, sua melhoria tem potencial para trazer resultados bastante expressivos para as cooperativas, o setor, o estado e o Brasil como um todo.