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Batalhão do Bem: Unicred Ponto Capital qualifica artesãs para reciclar resíduos têxteis e gerar renda

Imagem Destaque

2025
Nordeste,Sul
Crédito
Unicred Ponto Capital
criatividade, Inovação aberta, Inovação organizacional
Inovação organizacional
Combinando impacto social e preservação ambiental, o projeto Batalhão do Bem transforma fardas militares em desuso em novas peças, gerando renda para mulheres em situação de vulnerabilidade no Rio Grande do Sul. A iniciativa, que já capacitou dezenas de artesãs e evitou o descarte de toneladas de resíduos têxteis, oferece cursos de costura e customização, agora levados às comunidades por meio de um caminhão-escola do Senai.

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Contexto

A Unicred Ponto Capital, cooperativa de crédito sediada em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, foi confrontada com uma demanda que estava afetando sua comunidade local: a necessidade de descartar, de forma ambientalmente responsável, quase 10 toneladas de fardas militares em desuso. A cidade é um importante centro militar e abriga a segunda maior concentração de tropas do Brasil.

Em uma reunião com autoridades locais, o presidente da cooperativa, Flavio Cabreira Jobim, foi convidado a participar de um grupo de trabalho com empresários da região para ajudar a resolver o problema. A cooperativa convidou o Instituto Unicred, braço social do sistema, para traçar algumas alternativas. Assim nasceu o Batalhão do Bem: um projeto socioambiental que promove a transformação, customização e doação destes resíduos têxteis.

O projeto capacita mulheres em situação de vulnerabilidade social para descaracterizar os tecidos militares e transformá-los em outras peças, como bolsas e mochilas, prolongando seu ciclo de vida. A iniciativa não apenas minimiza o impacto ambiental do descarte desses materiais, como também cria uma oportunidade de geração de renda para as artesãs, contribuindo para o empoderamento econômico destas mulheres.

Desafios

Num primeiro momento, a solução pleiteada para as fardas e vestimentas descartadas era o tingimento dos tecidos - já que civis não podem usar roupas militares - e a doação para pessoas que trabalham com reciclagem de lixo. Porém, o custo do tingimento terceirizado era alto.

Segundo Wellinton Azambuja, assessor de Governança da Unicred Ponto Capital e coordenador do projeto, o orçamento inicial para o tingimento foi de R$ 2 milhões, o que inviabilizaria o projeto. O Instituto Unicred sugeriu, então, uma saída complementar: capacitar artesãs da região para transformar as fardas em outras peças e comercializá-las, dando nova vida aos resíduos.

Em 2023, primeiro ano do projeto, parte das roupas foi de fato tingida e doada a recicladores, mas outra parte foi destinada à costura e customização por mulheres de comunidades carentes que passaram pelo treinamento. O resultado das vendas fica inteiramente com as artesãs, que assim dispõem de uma nova fonte de renda.

Já no ano seguinte, a parte de tingimento foi abandonada e os esforços se concentraram totalmente na capacitação das costureiras. “A gente conseguiu, através de dados, mostrar que o investimento na parte educacional geraria um benefício muito maior, porque tiraria pessoas da informalidade, geraria renda e atingiria um público mais amplo do que apenas uma doação”, afirma Azambuja. “Por isso, já no segundo ciclo o investimento total foi para corte, costura e customização, e assim segue até hoje”.

Desenvolvimento

Os cursos abordam não apenas aspectos técnicos de costura, mas também conceitos de microempreendedorismo e finanças, para ajudar as participantes na precificação e comercialização de seus produtos. Atualmente são oferecidos três módulos distintos, com carga horária que vai de 40 a 60 horas cada um, totalizando 140 horas/aula em cada cidade onde o projeto está presente.

Depois do lançamento em Santa Maria, o Batalhão do Bem foi expandido em 2024 para Santiago, outra cidade do interior do Rio Grande do Sul, e em 2025 chegou aos municípios de Uruguaiana e Cachoeira do Sul. Neste terceiro ciclo, para facilitar a expansão, o curso passou a ser ministrado no caminhão-escola do Senai, uma unidade móvel completamente equipada que pode se locomover entre as diferentes comunidades.

O caminhão-escola ajuda a resolver um dos desafios que o projeto enfrentou em seus dois primeiros anos: a dificuldade de acesso das alunas às aulas, que aconteciam no centro da cidade. Segundo Azambuja, logo no início notou-se que havia muitas faltas devido ao custo do transporte, já que a maior parte das alunas mora nas periferias.

Em uma parceria com a prefeitura, o projeto passou a oferecer então um ônibus gratuito dedicado a esta rota. Porém, o horário do transporte trouxe um segundo empecilho. “O curso começava às 14h e a rota começava ao meio-dia. Muitas alunas não conseguiam almoçar, por isso vinham com fome ou deixavam de vir”, explica o coordenador do projeto. A Unicred passou então a oferecer um lanche, o que teve impacto significativo na frequência.

“Agora, em 2025, entendemos que precisávamos ir até os locais onde este público está, por isso contratamos a unidade móvel para levar o projeto para mais perto da comunidade”, conta Azambuja.

Resultados

Em seus dois primeiros anos o projeto conseguiu absorver aproximadamente duas toneladas de peças, parte delas destinada às doações e outra parte utilizada para customização. A meta para o ciclo de 2025 é processar mais uma tonelada de material e produzir outras mil peças requalificadas.

Em 2023 foram capacitadas 30 pessoas em Santa Maria, enquanto em 2024 foram 40 alunos ao todo, entre Santa Maria e Santiago. Já no ciclo atual, cerca de 50 novas artesãs devem ser capacitadas nas quatro cidades atendidas.

Até o momento, o investimento total no projeto pela Unicred e seus parceiros foi de R$ 470 mil, ainda sem considerar o fechamento orçamentário de 2025. Para o futuro, o objetivo é aumentar o número de participantes e expandir o Batalhão do Bem para as seis cidades onde a Unicred Ponto Capital está presente no Rio Grande do Sul.

Azambuja destaca que o projeto tem potencial para ser multiplicado em território nacional, afinal, o descarte de uniformes e resíduos têxteis é um problema de todo o Exército e também de outras instituições.

Próximas iniciativas

Atualmente está em curso a criação de uma sede física para o projeto em Santa Maria. A Unicred já tem um espaço cedido e está preparando o projeto arquitetônico. O espaço vai se chamar Movimento Batalhão do Bem e funcionará como um ateliê onde as alunas formadas que não tiverem o equipamento em casa possam trabalhar.

A Unicred está tentando incentivar também a criação de uma cooperativa de trabalho por estas ex-alunas, com endereço na mesma sede, a fim de profissionalizar o negócio e garantir sua continuidade.

“Temos esse público formado e precisamos engajar essas pessoas. Algumas delas são MEI [Microempreendedor Individual], outras empreendem informalmente. Queremos despertar o interesse em criar uma cooperativa, porque sabemos que a demanda é enorme”, disse Azambuja. “Já recebemos contato de outras instituições que têm uniformes e não querem descartar da forma convencional”.

Ele acrescenta ainda a possibilidade da criação de uma cooperativa educacional para garantir que o projeto vá adiante com mais independência financeira. Hoje, cerca de 60% do financiamento depende do Fundo Social do Sescoop-RS.

 “O objetivo principal é que o projeto não acabe e, olhando pelo aspecto da sustentabilidade financeira, a cooperativa educacional parece uma alternativa interessante”, conclui o coordenador.

Contato:

Wellinton Azambuja, assessor de Governança da Unicred Ponto Capital: wellinton.martins@unicred.com.br.

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