Como as cooperativas podem liderar com inovação aberta e tecnologias emergentes

Para manter a competitividade e o destaque no mercado, as cooperativas devem estar atentas às mudanças, especialmente tecnológicas. Algumas tecnologias, chamadas de emergentes, estão em processo de desenvolvimento e, consequentemente, se popularizando gradualmente.

Sair na frente, portanto, requer uma equipe preparada e uma rede de colaboração robusta. Então, vamos conhecer as tecnologias emergentes e o papel da inovação aberta para fomentá-las?

Tecnologias emergentes: o que são?

São chamadas de tecnologias emergentes as iniciativas tecnológicas em desenvolvimento e que ainda não são utilizadas por toda a população, apenas por um certo grupo ou setor. Após o período de amadurecimento, essas tecnologias são utilizadas amplamente e se tornando protagonistas no processo de inovação.

As iniciativas tecnológicas também podem se interligar, criando um grande ecossistema que se desenvolve cada vez mais. Prova disso é a evolução dos computadores de grande porte, que surgiram em meados de 1960.

Na década seguinte, tivemos a chegada dos computadores de pequeno porte e em 1980 dos computadores pessoais e Rede de Área Local (LAN). Já na década de 90 a World Wide Web e a internet surgiram.

Em 2000, os smartphones, em sua versão simples, começaram a ser usados e passaram por inúmeras transformações e atualizações. Depois de muitas mudanças, acompanhamos a chegada da computação em nuvem, em 2010, para gravar informações importantes.

Tecnologias emergentes para 2025

O início da década de 2022 foi marcada pela popularização da Inteligência Artificial com o lançamento do Chat GPT e de outras plataformas de IA generativa. No entanto, com os avanços constantes, outras tecnologias emergentes estão surgindo.

Então, vamos conhecer as tecnologias emergentes para 2025?

Avanços em Inteligência Artificial

Desde o lançamento do ChatGPT, em 2022, a Inteligência Artificial está passando por um processo de inovação constante. Diversas organizações aproveitaram o boom da IA para investir no setor e buscarem soluções que possam otimizar o dia a dia.

Com essa ideia em mente, uma grande tecnologia emergente é a busca por IAs autônomas capazes de planejar e realizar tarefas segundo as definições do usuário. Mas, com a busca por inteligências artificiais agentes, surge a necessidade de plataformas de governança de IA e de tecnologias que garantem a segurança e reduzem as fraudes.

As plataformas de governança de IA ficam responsáveis por criar e impor políticas que garantem o uso correto e consciente das IAs, além de promoverem transparência. Já as tecnologias voltadas para a segurança ficam encarregadas de evitar fraudes de identidade e identificar narrativas negativas contra as marcas.

Blockchain e tokenização

O sistema de blockchain está ganhando notoriedade por não depender de autoridades centrais e por garantir segurança aos usuários. Esse sistema de cadeia é responsável por registrar todas as transações de um ativo e transformá-las em um bloco de informações.

Esse sistema é essencial para garantir a segurança de moedas digitais, como o Bitcoin, e de novos ativos provenientes da tokenização. Tokenizar um ativo é transformá-lo em uma versão digital que pode ser comprada e vendida de forma fracionada.

E já estamos vendo a tokenização aqui no Brasil com o DREX, o Real Digital. A ideia é transformar a nossa moeda em um token, ou seja, em uma versão digital do ativo em questão.

Além de ser exclusivamente emitido pelo Banco Central, o Drex também conta com o sistema de blockchain, que registra todas as operações e não permite alterações. Por conta da segurança do sistema de correntes, outros países também estão CBDCs - isto é, a moeda digital do banco central.

A blockchain e a tokenização também estão presentes no cooperativismo. A Minasul, uma cooperativa agropecuária, criou uma moeda digital com o valor lastreado no preço do café. O objetivo da Coffee Coin é facilitar as transações entre os cooperados e a organização, além de agregar valor aos negócios lastreados em café.

Computação energeticamente eficiente

Cada vez mais, os consumidores buscam tomar decisões mais sustentáveis e buscam o mesmo posicionamento nas organizações. E, atualmente, existem diversas maneiras para as instituições poderem implementar práticas sustentáveis, além da mudança das práticas e processos.

 A tecnologia emergente que pode auxiliar as organizações é a computação energeticamente eficiente. Por meio de códigos e algoritmos, a iniciativa pode utilizar energia renovável para operar, além de auxiliar na tomada de decisões mais sustentáveis.

Prova que a computação energeticamente eficiente está ganhando espaço é o projeto do sistema de previsão climática da Cocamar. Buscando oferecer previsões mais assertivas aos produtores e à população, a cooperativa estações meteorológicas são encarregadas de coletar dados do solo, temperatura, umidade, vento e precipitação.

Os dados são enviados à organização parceira que faz o processamento das camadas da atmosfera e das imagens de satélite do local. Com a ajuda de uma inteligência artificial, uma previsão climática é gerada.

Computação híbrida e machine learning

Com tantos aparelhos, sistemas e tecnologias voltadas à computação, é interessante pensar em uma fusão de mecanismos, não é mesmo? Ao combinar tecnologias de armazenamento, computação e rede, o time responsável pode achar soluções efetivas com rapidez.

Com a junção de diferentes mecanismos, as cooperativas terão ambientes de inovação cada vez mais eficientes. Essa fusão também pode auxiliar o processo de machine learning, isto é, a capacidade das máquinas analisarem padrões e realizar tarefas sem a interferência humana constante.

Edge Computing

A Edge Computing também é uma tecnologia emergente que está buscando espaço nas instituições brasileiras. A ferramenta é responsável por processar dados e oferecer soluções de forma ágil e segura, já que está no mesmo local ou próxima de onde ocorre o processamento de dados.

Por estar presente nas organizações, a tecnologia reduz o tempo de conectividade entre pontos e reduz falhas que podem ocorrer no trajeto até o data center externo. Além de agilizar o processo de análise de informações, a Edge Computing também permite que os dados sejam processados em inúmeros dispositivos.

Inovação aberta como alternativa para implementar tecnologias emergentes

Diante de tantas tecnologias emergentes, é impossível implementá-las de uma só vez e sem um time especializado. É nesse momento que a inovação aberta surge como uma ótima alternativa.

Esse modelo de negócios incentiva a busca de fontes externas para resolver problemas e desenvolver soluções inovadoras. O grande foco é promover a colaboração entre organizações, startups, clientes, e até mesmo concorrentes.

Modelos de aplicação da inovação aberta

A inovação aberta pode ser implementada de diversas maneiras: de fora para dentro, de dentro para fora e por meio de parcerias colaborativas:

De fora para dentro

• A organização busca tecnologias e ideias inovadoras para resolver o problema em questão.
• A solução pode ser obtida através de desafios e competições de inovação.

De dentro para fora

• A organização foca em auxiliar o desenvolvimento e alavancar ideias internas.
• A iniciativa pode ser vendida ou licenciada para parceiros externos, ou desenvolvida por meio da colaboração com outras instituições.

Parcerias colaborativas

• A organização pode se juntar à uma universidade para realizar pesquisas pertinentes.
• Iniciativas de cocriação e a criação de alianças estratégicas para o compartilhamento de recursos também podem ser opções interessantes.

Boas práticas na inovação aberta

Para que as instituições, inclusive as cooperativas, colham os frutos da inovação aberta enquanto implementam tecnologias emergentes é preciso adotar algumas práticas. Em primeiro lugar, a organização deve estar disposta a passar por algumas mudanças na metodologia de trabalho e na cultura organizacional.

Além de fomentar a cultura da inovação, é importante definir os problemas, objetivos e expectativas. Ao trabalhar com outras organizações, não se pode esquecer de manter ambas as partes atualizadas sobre o foco do trabalho e os resultados alcançados.

E claro que não podemos esquecer que a inovação não acontece do dia para a noite. A inovação aberta leva tempo e exige paciência e persistência, já que, além de buscar soluções para os problemas latentes, auxilia na construção da cultura da inovação, no fortalecimento da marca e na criação de um ecossistema de inovação.

Conclusão: desafios e soluções das tecnologias emergentes

Implementar as tecnologias emergentes na cooperativa, mesmo com o auxílio de organizações externas, é um processo repleto de desafios, sendo o maior deles a falta de conhecimento. Todas as tecnologias citadas requerem experiências distintas e, por vezes, únicas.

Além disso, para implantar os novos mecanismos e ferramentas, plataformas precisam ser criadas e a segurança dos dados deve ser garantida durante todo o processo. No entanto, apesar das dificuldades, as tecnologias emergentes são capazes de contribuir para o ESG, além de fomentar a cultura e o ecossistema de inovação.

Inovar requer esforço, muita colaboração, seja ela interna ou externa, e atenção para identificar quais tecnologias emergentes devem ser desenvolvidas e implementadas com prioridade. A interação com startups, universidades, e outros atores do ecossistema permite que as cooperativas acelerem a experimentação de novas ideias.

Para fomentar a inovação e implementar tecnologias emergentes, sua cooperativa pode contar com o auxílio de diversas organizações. Com o curso Fontes de Fomento para Inovação do CapacitaCoop, você aprende mais sobre os tipos de mecanismos disponíveis e a melhorar suas propostas de inovação.