CONTEXTO
A FecoAgro/RS e suas 31 cooperativas associadas são responsáveis por 50% da produção de soja, 60% do trigo e 45% de todo o leite do estado do Rio Grande do Sul. Ainda assim, a federação percebeu a grande importância de incluir as cooperativas e seus produtores na inovação digital para garantir que continuem a se desenvolver e continuar competitivos.
Depois desse diagnóstico inicial, as cooperativas associadas estavam decididas a não apenas falar sobre inovação, mas investir nisso. Além disso, a intercooperação tinha de estar no centro do projeto, já que se trata de um dos princípios do cooperativismo.
Daí veio a ideia de criar uma plataforma em que os produtores são também donos do projeto, e que garanta que a cooperativa vai estar ao lado do produtor 100% do tempo. Assim nasceu a SmartCoop, uma plataforma digital criada para trazer competitividade a todos os 173 mil produtores associados com ferramentas de gestão e vendas.
DESAFIOS
O primeiro desafio enfrentado foi entender a necessidade coletiva dos milhares de produtores e qual seria o papel da plataforma em ajudá-los nesse sentido. Além disso, era preciso juntar todas as cooperativas associadas à FecoAgro/RS para trabalharem de forma integrada e unida no projeto.
Por fim, depois de mapear as principais dificuldades dos produtores e estabelecer um plano de ação para abordar cada uma delas, ainda era necessário executar o desenvolvimento técnico do que se provou ser um sistema complexo e muito completo de gestão. Ao mesmo tempo, era preciso tornar esse sistema fácil e prático para os produtores.
DESENVOLVIMENTO
Durante todas as etapas do desenvolvimento, a plataforma teve o apoio de todas as cooperativas associadas à FecoAgro/RS, bem como de parceiros externos que tornaram o projeto viável.
O projeto foi desenvolvido de forma muito disciplinada em 4 ciclos:
1. Desenvolvimento da estratégia: em uma missão pelo Vale do Silício, nos EUA, 42 dirigentes e técnicos de cooperativas viram de perto um ecossistema de inovação bem desenvolvido. Em seguida, em viagem pela Alemanha, viram a digitalização das cooperativas do país. Isso culminou em um seminário estratégico em que se definiu a necessidade de as cooperativas caminharem juntas em favor da inovação digital.
2. Criação da estrutura do projeto: 21 colaboradores de 17 cooperativas passaram a trabalhar em cima das prioridades definidas no ciclo anterior, que envolvia montar 3 módulos: propriedade digital, comercialização e central de compras digital. A partir daí, era necessário criar uma estrutura de financiamento e definir onde a plataforma seria hospedada.
3. Construção: todos os técnicos das cooperativas se juntaram a uma Software House para construir, durante 6 meses, a plataforma. Por conta do tamanho e da complexidade do projeto, o tempo foi considerado recorde para a entrega da versão final da plataforma.
4. Uso e difusão: desde o dia 26/02/2021 a plataforma entrou em fase de testes por parte de alguns produtores, e agora já se encontra disponível para os produtores associados a FecoAgro/RS. Apesar disso, a etapa de difusão não é considerada a etapa final do projeto, mas sim o pontapé inicial de um projeto que ainda pode evoluir muito.
RESULTADOS
Apesar de ser um projeto muito recente, a FecoAgro/RS e todas as cooperativas parceiras consideram a SmartCoop um marco para o cooperativismo agropecuário no Brasil. A ideia é trazer grande aumento da competitividade para os 173 mil produtores associados à federação, uma vez que eles agora têm um ambiente 100% digital para acompanhar suas propriedades, negociar e comercializar seus produtos de forma rápida e prática.
Além disso, uma das metas da FecoAgro/RS com a iniciativa é aproximar os agricultores mais jovens ao cooperativismo e se beneficiar da agilidade que essa nova geração traz para o setor.
A FecoAgro/RS tem grande expectativa de que a SmartCoop será responsável por dar um salto em eficiência, produtividade e lucratividade no campo, democratizando a tecnologia na agricultura brasileira.
E, apesar de a iniciativa ser nova, já é possível perceber a construção de uma grande inteligência coletiva a favor das cooperativas e dos seus produtores, o que traz competitividade ao cooperativismo nacional.