
Futuro do trabalho: transformações, tendências e desafios para os próximos anos
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Relatório projeta que o mercado de trabalho passará por mudanças significativas até 2030
Cinco anos não parece tempo o bastante para que o mundo passe por mudanças estruturais significativas. Entretanto, quando o assunto é o futuro do trabalho, esse tempo é mais que suficiente.
A constante evolução tecnológica acelera processos e dita novas tendências. Transformações que já estão em curso na sociedade e na economia atingirão patamares mais consolidados. Com tudo isso, a conjuntura do mercado de trabalho promete ser bem diferente em 2030.
O relatório Futuro do Trabalho, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com o Núcleo de Inovação, Inteligência Artificial e Tecnologias Digitais da Fundação Dom Cabral (FDC), traz as impressões de empregadores relevantes e deixa o cenário mais claro. Confira neste artigo quais são as principais tendências e projeções para o mundo corporativo nos próximos cinco anos.
2030: como será o futuro do mercado de trabalho?
Solucionar essa questão não é simples. Afinal, o mercado de trabalho é um organismo integrado à sociedade. Transformações sociais de diversas naturezas exercerão impacto sobre o futuro das atividades laborais. Portanto, a resposta passa por diversos aspectos.
Um fator que já é preponderante no mercado atual e tende a ser ainda mais crucial em 2030 é o avanço tecnológico, especialmente ligado à inteligência artificial. Segundo o relatório, 86% dos mais de 1.000 entrevistados consideram que IA e processamento de informações serão uma das tendências mais transformadoras neste período.
Os empregos do futuro estarão conectados à inteligência artificial generativa, que vem se popularizando rapidamente desde o lançamento do ChatGPT em 2022, pela OpenAI. Sem as devidas estratégias econômicas e regulamentações governamentais, a IA pode ser utilizada como substituta do trabalho humano ao invés de potencializadora de suas capacidades.
Futuro do trabalho sustentável
Outra tendência conectada aos avanços tecnológicos é a transição verde. Ao todo, 47% dos líderes preveem alta nos investimentos para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, com o processo de descarbonização sendo um foco ainda maior nas indústrias automobilística, aeronáutica e metalúrgica.
Além disso, 41% dos entrevistados antecipam que suas organizações promoverão mudanças significativas nessa direção, o que pode culminar na abertura de postos de trabalho vinculados à agenda ESG.
O cenário econômico e geopolítico global sempre impacta o mercado de trabalho. Como o mundo estará em 2030? A impressão predominante entre os empregadores é de otimismo cauteloso marcado por incertezas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê crescimento econômico estável para o futuro próximo, mas a pressão contínua sobre os preços segue como fator de preocupação. Outra questão são as instabilidades geopolíticas, vistas por 34% como uma ameaça à cadeia de suprimentos e ao comércio internacional.
Composição da força de trabalho
Previsíveis, mas desafiadoras. É assim que pode-se definir as mudanças demográficas em curso ao redor do planeta. O relatório aponta que há duas tendências predominantes que impactam diretamente a oferta de mão de obra: o envelhecimento dos países de alta renda e o crescimento da população economicamente ativa nos países de baixa renda.
O envelhecimento populacional impacta diretamente 40% dos empregadores entrevistados, gerando preocupação sobre a disponibilidade de talentos. O Brasil vive esse processo. A pirâmide etária do Censo 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, expõe uma tendência vigente há décadas: a proporção de jovens diminui, e o percentual de pessoas acima dos 65 anos aumenta. O fenômeno é consequência da queda nas taxas de natalidade e no aumento da expectativa de vida.
Simultaneamente às mudanças demográficas, os empregos também passarão por transformações significativas ao longo dos próximos cinco anos. O relatório projeta que 170 milhões de novos postos de trabalho formal serão criados em todo o mundo. Desse modo, tal crescimento virá às custas da substituição de 92 milhões de empregos atuais.
Funções ligadas à tecnologia serão as grandes beneficiadas nesse processo. Segundo o estudo, especialistas em big data, engenheiros de fintech e especialistas em IA e machine learning terão a maior alta em demanda até 2030. Já funcionários de serviços postais, operadores de caixa e assistentes administrativos tendem a ser substituídos por novas tecnologias.
Particularidades do cenário brasileiro para o futuro do trabalho
Diante das tendências globais que impactam o futuro do trabalho, o Brasil se depara com um desafio comum a outras nações latinoamericanas: lacunas de habilidades e formação. Elas são consideradas a maior barreira para a transformação nacional nos negócios no intervalo de cinco anos.
O mercado está ciente desta situação. Aproximadamente 90% das organizações responderam que pretendem aumentar o nível de habilidade em suas equipes nos próximos cinco anos. O cenário é mais complexo do que simplesmente buscar profissionais mais qualificados. Diante disso, o relatório traz algumas sugestões:
- Priorizar a pauta sobre gestão de pessoas, alinhando o perfil das equipes às demandas tecnológicas e estratégicas das companhias;
- Reavaliar investimentos em treinamento e qualificação de equipes.
- Compreender que o mercado tem evoluído em velocidade maior que as universidades, impactando na mão de obra.
- Monitorar o desempenho da própria equipe, assegurando que o conhecimento tecnológico se reflita em resultados concretos.
Assim sendo, o estudo identifica os setores de tecnologia de informação, energias renováveis, financeiro e agricultura como ascendentes no Brasil. Áreas que devem gerar os ‘empregos do futuro’, com profissionais qualificados que manejam tecnologias avançadas. Já segmentos como manufatura e serviços administrativos enfrentam declínio.
O novo perfil do trabalhador
As transformações do mercado de trabalho são perceptíveis e, segundo o relatório, o trabalhador está ciente que precisa se adaptar. Tanto é que 65% dos profissionais consideram requalificação, visando principalmente o desenvolvimento de habilidades tecnológicas com IA, big data e segurança cibernética. Ademais, 70% estão dispostos a dedicar tempo fora do expediente em cursos de aprimoramento.
O trabalhador entende a necessidade de se reinventar para atender às demandas do mercado, mas também busca o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. De acordo com a pesquisa, 76% dos empregados preferem companhias que ofereçam regimes híbridos ou remotos. Os empregadores, no entanto, não priorizam essa prática na mesma medida: somente 43% pretendem utilizar o trabalho remoto como uma forma de atrair talentos.
Outro desejo do ‘novo trabalhador’ é fazer parte de uma organização com valores. Ao todo, 63% dos profissionais entrevistados dizem preferir organizações com políticas claras de diversidade e inclusão. Entre as medidas mais citadas pelas companhias estão o treinamento de chefes e equipes, o recrutamento direcionado e o estabelecimento de metas de equidade.
Como se manter no mercado de trabalho
O que você usa no seu trabalho hoje em dia pode não ter mais utilidade em 2030. A frase é radical, mas indicativa das projeções presentes no estudo. Segundo o relatório, 39% das habilidades existentes se transformarão ou se tornarão obsoletas nos próximos cinco anos. O número é significativo, porém menor que em edições anteriores da pesquisa.
No contexto em que IA e outras tecnologias serão capazes de realizar muitas tarefas do dia a dia, características pessoais que máquina nenhuma pode substituir passarão a ser mais procuradas. De acordo com o estudo, haverá alta na busca por profissionais de destaque em pensamento analítico, resiliência, liderança e pensamento crítico. Características que ajudam profissionais a lidar com problemas complexos e mudanças rápidas.
Outro caminho para se destacar no mercado de trabalho do futuro é através do domínio de tecnologias em ascensão, principalmente IA e big data. Também cabe aos empregadores estimular a familiarização a tais ferramentas, através de treinamentos e inserção planejada e bem comunicada aos colaboradores.
Fato é que expandir suas valências e manter-se atualizado sobre as principais tendências tecnológicas será imperativo para o trabalhador do futuro. 85% dos empregadores no mundo planejam aumentar a qualificação de suas equipes até 2030. Portanto, quem deseja se encaixar no mercado precisa se aprimorar. E quanto antes começar a agir, mais fácil será a adaptação.
Conclusão: lições para o futuro do trabalho
O relatório Futuro do Trabalho traz lições para quem faz o cooperativismo acontecer, indicando rotas para o progresso do movimento. Um dos caminhos mais claros é apostar na qualificação profissional e tecnológica.
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