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Facilitação para inovação: como preparar equipe para processos de criação e colaboração

A facilitação impulsiona a inovação, a cooperação e o trabalho em equipe. Entenda aqui como ela funciona na prática! 

MÉTODOS E FERRAMENTAS03/07/202312 minutos de leitura

Imagine uma situação em que você terá que gerir uma equipe composta por pessoas de gerações diferentes e com perfil multicultural. Ou então aquelas reuniões demoradas e pouco efetivas, das quais poucos participam enquanto a maioria se distrai no celular. Como você faria todo mundo se comunicar, construir a partir da ideia do outro? Como você conduziria esse grupo? É nesse cenário que a facilitação para inovação se mostra uma ferramenta poderosa.

Profissionais e organizações estão cada vez mais conscientes da necessidade de se adaptarem e adquirirem conhecimento para atender às exigências do mercado. Isso, afinal, incentiva práticas como a inovação e a colaboração na criação de valor.

Mas como fazer isso de uma forma inteligente e eficiente? Descubra como o conceito de facilitação pode contribuir de maneira positiva, nos processos de criação, inovação e colaboração na sua cooperativa!

O que é facilitação?

A facilitação é uma prática que tem ganhado destaque no ambiente corporativo e cooperativo. O termo não possui uma definição exata, já que existem diversas visões, percepções sobre o conceito.

Mas, em resumo, a facilitação se trata de um processo que tem como objetivo tornar as atividades e interações mais eficientes, produtivas e colaborativas.

No contexto de negócios, a facilitação envolve a criação de um ambiente propício para o aprendizado, a troca de ideias e a tomada de decisões. É um processo participativo que visa, acima de tudo, orientar e apoiar um grupo de pessoas que têm algum objetivo em comum.

Qual é o papel do facilitador?

O papel do facilitador é atuar como uma espécie de guia, proporcionando suporte e estrutura para que os cooperados possam explorar temas, contribuir para a solução de problemas e atingir os objetivos.

Um bom facilitador é capaz de criar um ambiente seguro e inclusivo, onde as ideias são valorizadas, as diferenças são respeitadas e a colaboração é incentivada. Para isso, ele pode utilizar diversas técnicas e metodologias para engajar os participantes, como dinâmicas de grupo, brainstorming, gamificação, design thinking, entre outras.

Esse profissional deve ter a capacidade de sustentar boas perguntas, a fim de atingir os resultados esperados; organizar e conduzir reuniões, de maneira que o tempo seja melhor aproveitado e, impactar de maneira estratégica toda a sua cooperativa, trazendo mais sinergia, comunicação, colaboração e propósito para todos.

Além disso, o facilitador desempenha uma função essencial no design de experiências de aprendizagem. Sua responsabilidade envolve o planejamento e a organização de atividades e recursos que estimulem os cooperados a explorarem o conteúdo de forma interativa e significativa. Tem, ainda, o objetivo de fomentar o engajamento, a reflexão e a aplicação prática do conhecimento adquirido.

Facilitação para inovação

Cada etapa desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de ideias criativas e na implementação de soluções inovadoras. Vamos explorar cada uma delas:

1. Descoberta

A primeira etapa envolve a exploração e compreensão do contexto, desafios e oportunidades. É o momento de realizar pesquisas, coletar dados relevantes, ouvir os stakeholders e identificar as necessidades dos clientes. Por meio da descoberta, é possível obter insights valiosos que servirão de base para o processo de inovação.

2. Interpretação

Na etapa de interpretação, os dados e informações coletados na etapa anterior são analisados e interpretados. O facilitador ajuda a identificar padrões, tendências e lacunas que podem gerar oportunidades de inovação. Essa análise permite uma compreensão mais profunda dos desafios e direciona a criação de soluções criativas.

3. Ideação

Na etapa de ideação, o foco é gerar o maior número possível de ideias. O facilitador utiliza técnicas e ferramentas de estímulo à criatividade para promover uma atmosfera de colaboração e encorajar a participação de todos os envolvidos. Com isso, é possível incentivar a geração de ideias e ampliar as possibilidades de soluções inovadoras.

4. Experimentação e prototipagem

Após a fase de ideação, é hora de transformar as melhores ideias em ações concretas. Nesta etapa, o facilitador auxilia na criação de protótipos (prototipagem) e experimentos para testar as soluções propostas. O intuito é obter feedbacks rápidos e iterar o processo, refinando as ideias com base nas aprendizagens.

5. Teste e feedback

A última etapa envolve a implementação das soluções escolhidas após a experimentação. O facilitador apoia a realização de testes pilotos, coleta os feedbacks dos usuários e analisa os resultados. Com base nessas informações, ajustes e melhorias são realizados antes da implantação final.  

Facilitação na prática: o Experience Learning

Agora que já discorremos sobre a facilitação na teoria, chegou o momento de falarmos sobre a facilitação na prática. Esse processo busca promover a aprendizagem por meio de experiências que sejam significativas e envolventes.

Para isso, utilizamos o chamado "Experience Learning". Ele envolve a criação de atividades interativas e imersivas, permitindo aos participantes vivenciar e aplicar o conhecimento de forma prática.

Essa abordagem vai além da simples transmissão de informações e proporciona um ambiente de aprendizagem dinâmico e participativo. Ao adotar o Experience Learning, os facilitadores têm a oportunidade de engajar os participantes de maneira mais profunda, estimulando a reflexão, o diálogo e a colaboração.

Isso permite uma aprendizagem mais significativa, uma vez que os participantes têm a chance de experimentar, errar, aprender com os erros e encontrar soluções inovadoras para os desafios propostos.

Como superar a resistência dos que estão sendo facilitados?

Superar a resistência dos participantes é um desafio comum na facilitação. Alguns colaboradores podem se sentir desconfortáveis com a ideia de expressar suas opiniões ou participar ativamente das atividades propostas.

No entanto, existem estratégias que os facilitadores podem adotar para minimizar essa resistência. Confira algumas delas:

  •     Crie um ambiente seguro e acolhedor: é importante estabelecer um ambiente de confiança, onde os participantes se sintam à vontade para compartilhar suas ideias e perspectivas. O respeito mútuo e a valorização das contribuições individuais são fundamentais para superar a resistência.
  •     Estimule a participação ativa: incentive os participantes a se envolverem ativamente nas atividades, por meio de perguntas abertas, dinâmicas de grupo e exercícios práticos. Isso os ajuda a se conectar com o conteúdo e a se sentir parte do processo de aprendizagem.
  •     Demonstre o valor da facilitação: explique os benefícios da facilitação e como ela pode contribuir para o desenvolvimento individual e coletivo. Mostre exemplos de casos de sucesso e histórias inspiradoras que demonstrem os resultados positivos obtidos por meio da facilitação.
  •    Adapte-se às necessidades dos participantes: reconheça e respeite as diferenças individuais, adaptando as atividades e abordagens de facilitação de acordo com as necessidades e preferências dos participantes. Isso ajuda a promover a sensação de pertencimento e reduzir a resistência.
  • Dicas e boas práticas na facilitação para inovação
  • Para facilitar a inovação, é importante adotar algumas dicas e boas práticas que estimulem a criatividade e a colaboração. Acompanhe algumas sugestões:
  •     Estabeleça um ambiente criativo: Crie um espaço físico e emocional propício à criatividade, com recursos visuais, materiais de prototipagem, espaços para brainstorming e estímulo à troca de ideias.
  •     Promova a diversidade de perspectivas: Incentive a participação de pessoas com diferentes experiências, habilidades e conhecimentos. Isso traz uma variedade de perspectivas e enriquece o processo de inovação.
  •     Utilize técnicas de pensamento criativo: Explore técnicas como o brainstorming, o pensamento lateral, e o design thinking. Essas metodologias ajudam a estimular a geração de ideias e a pensar de forma não convencional.
  •     Encoraje o feedback construtivo: Crie um ambiente onde o feedback seja valorizado e encorajado. Isso ajuda a aprimorar as ideias e a promover a colaboração entre os participantes.
  •     Promova a experimentação: Incentive a prototipagem e a realização de testes para validar as ideias geradas. A experimentação permite aprender com os erros, iterar e aperfeiçoar as soluções propostas.

Técnicas de facilitação

Existem diversas ferramentas de facilitação que podem contribuir para o processo de inovação.

Cada uma dessas ferramentas pode ser utilizada respeitando cada etapa do processo de facilitação, desde a fase de descoberta até a sua implantação de fato. Entre elas podemos citar:

Grupos focais

Um grupo focal é uma técnica de pesquisa qualitativa que reúne um pequeno grupo de pessoas com características específicas para discutir um tema em profundidade. Com isso, proporciona insights e opiniões detalhadas sobre o assunto em questão.

Esses participantes são encorajados a compartilhar suas experiências, percepções, atitudes e opiniões em relação ao assunto em questão, enquanto o facilitador do grupo direciona a discussão e mantém o foco no tema central.

Shadowing

O shadowing é um método de pesquisa qualitativa onde o pesquisador acompanha o usuário na utilização de um produto ou serviço, a fim de identificar melhorias.

Essa ferramenta proporciona a obtenção de informações mais confiáveis sobre o comportamento dos usuários, tendo em vista que é realizada por meio da observação dos usuários e não na descrição dos acontecimentos.

Brainstorming individual

O brainstorming (tempestade mental) é o processo de pensar e gerar de idéias livremente, sugerindo possibilidades, alternativas e desenvolvendo novas abordagens. Em suma, é uma forma de tirar as amarras da criatividade, em que ideias podem ser expostas sem julgamentos.

Normalmente, o brainstorming é um processo coletivo. Mas um brainstorming individual, onde as pessoas desenvolvem seus pensamentos antes de uma conversa em grupo, ajuda a tornar as reuniões mais assertivas e com a apresentação de ideias mais bem formatadas.

Outras possíveis ferramentas são dinâmicas de conversa, exercícios de feedback, dinâmicas de diálogo para apresentação de resultados, e processos de reflexão. Confira diversas outras ferramentas clicando neste link.

Os pilares da facilitação para inovação

Como vimos, a facilitação é uma abordagem essencial para promover a participação ativa, a colaboração e a inovação. E esse processo tem como guia quatro pilares - são eles:

  1. Guiar pessoas: o facilitador orienta e direciona os participantes, estabelecendo metas e objetivos claros, para ajudar os indivíduos a alcançarem o seu melhor desempenho.
  2. Criar conexões: o processo de facilitação cria conexões entre as pessoas, promovendo a comunicação e a colaboração.
  3. Observar e intervir: o facilitador está constantemente observando o grupo e identificando oportunidades de intervenção, percebendo o progresso e as necessidades individuais dos participantes.
  4. Consenso ou consentimento: o objetivo final da facilitação é buscar consenso ou consentimento entre os participantes, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas.

Quem pode ser facilitador?

Toda pessoa que esteja disposta a ser o fio condutor dentro de uma equipe, com o objetivo de alinhar os participantes e, assim, aproveitar o que cada um tem de melhor a oferecer para o todo. Ao contrário do que alguns podem pensar, facilitação não é um assunto trivial.

Essa arte tem a força de potencializar talentos individuais e construir conquistas coletivas, para assim atingir o sucesso desejado por todos. Dentre muitas outras coisas, você deverá estar preparado para:

  •   Sustentar boas perguntas, para assim atingir os resultados desejados;
  •     Organizar e conduzir reuniões, sempre buscando aproveitar o tempo da melhor forma possível;
  •     Desenvolver as competências necessárias para compreender e exercer a essência da facilitação;
  •     Impactar de maneira estratégica e positiva toda a sua organização, trazendo mais sinergia, comunicação, colaboração e propósito para todos.

14 passos para implementar habilidades de facilitação no dia a dia

Implementar habilidades de facilitação pode ser desafiador. Por isso, confira essas 14 técnicas para impulsionar esse processo!

  1. Mantenha as expectativas alinhadas: é papel do facilitador entender e respeitar o propósito da cooperativa, a fim de que todos os envolvidos estejam na mesma sintonia.
  2. Envolva as pessoas: assim, o grupo se mantém ativo. Estimular a participação é fundamental.
  3. Improvise, mas sem perder o foco: a criatividade deve ser encorajada - no entanto, sem perder o propósito principal de vista.
  4. Não seja sabichão: o facilitador não deve bancar o expert e se colocar acima das outras pessoas. A facilitação é uma via de mão dupla em que todos aprendem.
  5. A visão é coletiva: o facilitador não deve agir como um mestre, uma vez que a visão do grupo é mais importante do que a opinião do facilitador.
  6. Não faça julgamentos precipitados: o julgamento precoce é o reflexo de querer solucionar o problema de forma rápida, mas muitos acabam confundindo agilidade com pressa.
  7. Mantenha a calma: o facilitador precisa ser uma pessoa serena, empática e humilde para criar um ambiente de harmonia.
  8. Saiba se expressar: o facilitador deve se comunicar com clareza, mas sem abrir mão de sua individualidade.
  9. Pratique a escuta ativa: ouvir as pessoas com interesse genuíno e prestando atenção aos detalhes é essencial na facilitação.
  10. Aprecie o silêncio: o facilitador não precisa ter todas as soluções nem responder todas as perguntas, mesmo quando ninguém mais tem uma resposta.
  11. Respeite o ritmo coletivo: não adianta o facilitador tentar impor o seu próprio ritmo ao processo. Ele deve, portanto, entender a velocidade do grupo.
  12. Faça mediação dos conflitos: se estiver sintonizado com o grupo, o facilitador vai conseguir identificar possíveis desentendimentos antes que eles estourem. Sua função é mediar e usar bom senso.
  13. Troque as dinâmicas: o ideal é conhecer diversas dinâmicas e adaptá-las conforme a situação e o perfil do grupo.
  14. Pratique: o facilitador não deve ficar decepcionado se o resultado não for o que esperava. Um bom facilitador é formado por meio da prática, afinal. Ninguém nasce sabendo tudo.

Conclusão

Em suma, a facilitação para inovação é uma abordagem que visa a otimizar o processo de aprendizagem e colaboração, proporcionando uma experiência enriquecedora para os participantes. Uma vez que o grupo é protagonista desse processo, os profissionais se sentem automaticamente donos e o engajamento do grupo aumenta sensivelmente.

O papel do facilitador é essencial nesse processo, atuando como um guia experiente e habilidoso. Com o design adequado das experiências de aprendizagem, é possível potencializar o desenvolvimento de habilidades, o compartilhamento de conhecimento e a conquista de resultados significativos para sua cooperativa.

As boas ideias, as grandes inovações, os maiores avanços das organizações têm dois pontos em comum: surgem das pessoas e são potencializadas pelas relações entre elas. E no centro dessas trocas de conhecimento está a figura do facilitador.

Quer saber como introduzir esse conceito na sua equipe? Acesse o cursoFacilitação de Timese saiba mais sobre o assunto.

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Coonecta