Design Thinking: conheça a metodologia inovadora e saiba como aplicá-la
Design Thinking é uma abordagem que visa resolver problemas complexos, sempre focado nas pessoas. Para tanto, se utiliza da criatividade e uma equipe multidisciplinar.
É fácil perceber a dinâmica com que o mercado tem se movimentado. Em busca de satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores, as marcas de todos os setores têm buscado inovar em seus produtos e serviços de forma constante.
No entanto, para atingir tal resultado é necessário, também, entender quais os recursos que existem dentro da empresa e combiná-los para que as competências, ao serem cruzadas e somadas, possam fortalecer o potencial criativo e de impacto das criações.
Isso porque o tempo entre os lançamentos está cada vez mais curto, o que exige mais dos responsáveis pelo desenvolvimento de produtos e serviços, tendo em vista que qualquer oferta precisa ser atraente e relevante sob o ponto de vista do consumidor.
Assim, a abordagem Design Thinking (DT) chega para resolver esse gargalo e pressão competitiva, uma vez que organiza o processo de desenvolvimento e o potencializa, fazendo com que as cooperativas aumentem suas chances de sucesso. Neste guia te mostramos todos os motivos e etapas para que você entenda e implemente o DT em sua cooperativa!
O que é o Design Thinking?
Design Thinking é uma abordagem, um norte, uma maneira de agir. O objetivo é resolver problemas complexos com o foco nas pessoas. Para tanto, soma profissionais com competências diferentes, cujo resultado se torna positivo a partir de um objetivo comum e, realmente, assumido por todos: entender e atender o cliente em potencial.
Através do todas as suas etapas, potencializa o impacto das soluções geradas por eles em tempo, efetividade e rentabilidade. Isso porque alinha o olhar de todos para o consumidor, a fim de que o compreendam pela perspectiva dele e, com as competências profissionais diversas, criem soluções completas nas quais esse público enxergue valor e sentido dentro de seus próprios parâmetros.
Assim, o DT não é uma receita pronta, mas um convite que otimiza o capital intelectual das organizações ao permitir que façam mais e melhor.
Como surgiu essa abordagem?
O crédito é dado aos profissionais David Kelley e Tim Brown da empresa de consultoria em inovação IDEO e data do início dos anos 90, que passaram a resolver os problemas de seus clientes de forma holística, por meio de projetos que trabalhavam o olhar, a criatividade, a curiosidade e o aprendizado para gerar soluções.
Os dois estruturaram e disseminaram o DT, aplicando-o para gerar soluções revolucionárias para seus clientes. No entanto, as raízes da abordagem são antigas, pois são inspiradas no design.
Assim, a ideia é criar algo funcional e encantador, uma mistura de simplicidade com eficácia, a partir de um olhar holístico, um tour 360° sobre o que a solução pode entregar e, dentre as possibilidades identificadas, quais realmente cativam o consumidor e conseguem ser integradas em uma experiência positiva e encantadora.
Da experiência adquirida nos trabalhos prestados pela IDEO surgiu, em 2009, o best-seller Change by Design (no Brasil lançado com o título Design Thinking – Uma Metodologia Poderosa Para Decretar o Fim das Velhas Ideias).
Quais são os três pilares do Design Thinking?
A missão de integrar pessoas, por si só, já é um desafio. Quando são de áreas diferentes e, portanto, perfis distintos, com a ambiciosa meta de criar soluções inovadoras e revolucionárias, chega a parecer presunção de que dará certo de alguma forma.
Para superar as resistências inerentes à condição humana como o comodismo, o status quo, a insegurança, a inveja e a necessidade de reconhecimento, são necessários valores sólidos, internalizados pelos envolvidos e reforçados constantemente.
Assim, a abordagem Design Thinking se estrutura em três pilares para que, de fato, consiga ser posta em prática, trazendo os resultados desejados. São eles:
O que busca a abordagem do Design Thinking?
O Design Thinking procura pela essência, o singular, a compreensão que possa revolucionar negócios, processos, produtos e/ou serviços ao gerar um ciclo virtuoso de inovação e aprendizado.
Por isso é uma abordagem determinada a entender e atender o perfil do consumidor e insiste em questionar o que já está estabelecido, visando melhores respostas a partir da identificação dos desejos e problemas do perfil do consumidor.
Vantagens do Design Thinking
O DT traz inúmeros ganhos para os negócios e clientes, pois, a partir deles os profissionais passam a desenvolver competências valiosas, principalmente quando observamos a longo prazo, em termos de profissional do futuro.
- Comunicação: A troca de informações, construção de alternativas e abertura ao erro proporcionam uma melhor comunicação entre os profissionais que não se sentem inibidos, mas encorajados a falar, contribuir e ouvir;
- Ambiente organizacional: Ao criar um ambiente de empatia, colaboração e experimentação, muitos sentimentos são reorganizados e trabalhados (autorregulação) a fim de aumentar a produtividade dos profissionais que, através da abordagem, passam a utilizar as emoções a favor do processo criativo, uma vez que é necessário colocar em prática, interagir de maneira eficiente (habilidades sociais), ter autoconhecimento (e assim contribuir com o seu melhor e estar disposto a aprender com os demais naquilo que pode ser melhorado), automotivação e empatia. Assim, fomenta-se a inteligência emocional, e cria-se um ambiente estimulante, agradável, favorável à inovação;
- Satisfação e fidelização: Profissionais com atenção total no cliente tem a capacidade de melhor atendê-los pois, de fato, se preocupam e entendem os problemas que a persona enfrenta;
- Visão sistêmica: A abordagem traz a humanização sem perder o olhar para os resultado, o que demanda que o profissional tenha visão macro e micro de toda a cadeia, a fim de encontrar caminhos que melhor beneficie e atenda aos propósitos traçados;
- Adaptabilidade: Mudanças costumam ser mal recebidas pelas pessoas. No entanto essa resistência é diariamente combatida na abordagem DT que anseia pelo inédito. Assim, os profissionais se tornam flexíveis, adaptáveis, ainda que não percam o senso crítico para identificar e testar o real valor das ideias;
- Engajamento: O propósito e a abertura proporcionados pela abordagem DT trazem a liberdade e incentivam o potencial dos profissionais, o que faz com que sintam que estão se desenvolvendo, sendo ouvidos a partir de algo que vale a pena.
Para que serve o Design Thinking?
O DT serve para solucionar problemas complexos, gerando valor para o público, com propósito e impacto no cotidiano dele. Além disso, ajuda a resolver problemas de rentabilidade, pois a abordagem otimiza a utilização do capital intelectual, acelera o processo de criação, diminui riscos e gera criações inovadoras.
O DT é estratégico por natureza, pois aprimora todas as etapas e integra as partes envolvidas no negócio.
Design Thinking na prática
E agora que os porquês de implantar o Design Thinking estão apresentados, falta entender como é implantado no dia a dia das companhias.
Como aplicar o Design Thinking?
É preciso que haja um objetivo claro no qual o DT se debruce, assim como é preciso que haja profissionais complementares para ter pluralidade na interpretação das informações e nas sugestões e criação da solução.
Tendo em vista esses três fatores iniciais, há a necessidade de uma liderança que preze pelo ambiente colaborativo, aberto a sugestões e, mais do que tolerante, incentivador dos erros, pois quanto antes eles forem identificados, mais rápido poderão ser corrigidos, melhorando a entrega para o cliente. Erros e feedbacks são as melhores fontes de aprendizado do processo.
Quais são os processos do Design Thinking?
Para concluir o objetivo e conquistar todos os benefícios que surgem com o Design Thinking existem três processos na utilização da abordagem: imersão, ideação e prototipação.
Na imersão se realiza o aprofundamento sobre o problema e o perfil do cliente em potencial, a fim de encontrar preferências e singularidades que tornem o produto ou solução sob medida, a fim de gerar aceitação e engajamento.
Em sequência se tem a ideação, que é a transformação das informações colhidas em insights para as possíveis soluções ao problema identificado, tendo em vista a viabilidade, relevância e escalabilidade da criação.
A prototipação é a fase de validação, em que a ideia é materializada de maneira simplificada. Aqui é preciso desenvolver um protótipo que simule, o mais real quanto for possível, a experiência que o produto real proporcionaria, a fim de identificar pontos de melhoria, nível de aceitação e interesse.
Esse processo é melhor detalhado no passo a passo da implantação da abordagem, descrito nas etapas acima e detalhados no texto a seguir.
Momento inicial tanto para a organização da equipe, a fim de estabelecer como será o trabalho dos próximos dias, as regras de convivência, cronograma e demais fatores que interfiram no decorrer da construção da solução.
Definidos os parâmetros, é hora de iniciar o levantamento de dados disponíveis sobre o problema, o contexto, o perfil associado. A ideia é aprofundar ao máximo para que seja possível que todos se desapeguem das ideias pré-existentes e possam se concentrar em fatos concretos e iniciar o processo de empatia.
A observação acontece a campo, momento em que os profissionais se inserem no contexto do produto, em meio às pessoas e locais em que ele estará inserido e se apegam aos detalhes.
Aqui a ideia é identificar possíveis problemas que a solução poderá resolver, entender os requisitos que precisa atender para conseguir ser atraente o suficiente para ser comprado e quais atributos precisam ter.
O foco está nas pessoas que precisam ser atentamente observadas e entrevistadas, um entendimento abrangente sobre estilo de vida (cultura), aspectos emocionais, sociais, econômicos.
Etapa em que cada integrante compartilha as impressões, problemas e informações mais relevantes que obteve da ida a campo e que julga mais importante para a construção da solução. Esta é a oportunidade dos profissionais aprenderem uns com os outros a partir dos olhares que cada um lança sobre o contexto em questão e, juntos, definir o problema a ser sanado.
Ao combinar a racionalidade dos negócios com a criatividade e a humanização, a ideação é a fase em que o projeto começa a ganhar forma, pois é nessa fase que as soluções passam a ser cogitadas e discutidas.
Aqui é preciso que haja o envolvimento e liberdade de expressão a todos, pois não é o momento de julgar as ideias, mas de criá-las apenas. Por isso, a inibição, deboche, distrações e estrelismos precisam ser desencorajados.
É a hora de dar vida ao projeto. Após escolher qual a melhor solução e atributos que terá, é preciso criar a versão que passe a experiência mais próxima da realidade, pois, potenciais clientes terão contato com ela.
Antes do teste, no entanto, é preciso delimitar alguns pontos importantes como os objetivos dessa avaliação, quais perguntas precisam ser respondidas a partir dela.
A hora da verdade e também do desapego, pois, muitos pontos que até então pareciam imutáveis podem se apresentar inúteis frente a perspectiva dos usuários, assim como pontos de melhoria certamente serão identificados.
É o momento de abertura total e aprendizado, ouvidos e olhos atentos para qualquer sinal de satisfação ou insatisfação, a fim de gerar otimizações, além de enxergar oportunidades, até então, não trabalhadas no projeto.
Receber feedback nem sempre é fácil, mas necessário, sem dúvida! Ouvir e aprofundar as questões, para entender, ao máximo, as insatisfações. Em seguida, é preciso processar toda a informação colhida, definir o que fica, o que sai, o que precisa melhorar e ser integrado na solução.
As etapas não são engessadas e, a depender do resultado do teste e iteração, é sempre possível voltar para alguma(s) delas, se perceber a necessidade.
Ferramentas do Design Thinking
Na aplicação das etapas é possível aplicar algumas ferramentas que deem dinâmica e facilitem o alcance do objetivo.
Mapa de Empatia
Entre elas, o Mapa de Empatia (Dave Gray e Alex Osterwalder), em que seis espaços diferentes devem ser preenchidos, a fim de dar um panorama geral sobre a situação avaliada sendo, assim, ideal para a primeira fase do processo de DT. Entre os campos estão:
- O que ele pensa e sente?
- O que ele escuta?
- O que ele vê?
- O que ele fala e faz?
- Quais são suas dores?
- Quais são seus desejos?
Brainstorming
Sem julgamentos e de forma colaborativa, deve ser momento de foco total no problema a ser solucionado, em que haja apoio visual para as ideias compartilhadas, a fim de que gere mais insights e possam ser retomados. Entre as regras para o bom andamento do brainstorm estão: