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Oito a cada 10 cooperativas implementaram projetos inovadores, mostra Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro

Estudo do Sistema OCB apresenta um diagnóstico com os avanços e as barreiras das cooperativas em suas jornadas de inovação


De cada dez cooperativas, oito implementaram ao menos um projeto de inovação nos últimos dois anos. Em média, cada cooperativa executou 3,6 projetos de inovação neste período, com destaque para ramos Crédito e Saúde nesse quesito. Essas são algumas das descobertas da segunda edição da Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro, realizada pelo Sistema OCB.

Os dados também apontam uma correlação entre faturamento e quantidade de projetos de inovação. Quanto mais recursos uma cooperativa movimenta, maior é a quantidade de iniciativas inovadoras.

A boa notícia é que as cooperativas reconhecem a importância da inovação de forma quase unânime. Em uma escala que vai de 0 a 10, a relevância da inovação ficou com a média de 9,6.

O estudo fez análises qualitativas e quantitativas sobre como as cooperativas enxergam e lidam com a inovação. A primeira edição do estudo foi publicada em 2021. Os dados foram coletados a partir de questionários, pesquisas online e entrevistas. Ao todo, o estudo obteve 1.001 respostas provenientes de cooperativas de todos os estados, ajudando a desvendar o perfil de inovação do cooperativismo brasileiro. A participação por região ficou assim:

Setores impactados

A variedade de setores impactados pelas iniciativas de inovação das cooperativas também chama a atenção. Em média, cada cooperativa citou 2,2 áreas afetadas. Esses são os dados desse quesito:

Confira também outras descobertas e insights da Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro!

Tecnologia e cultura da inovação

A integração de novas tecnologias à estratégia e às operações das cooperativas, em uma escala de 0 a 10, sugere a existência de espaço para melhoria, ao obter uma média de 6,8. Outro fator com espaço para evolução é a cultura da inovação. Na escala de 0 a 10, a média desse quesito ficou em 6,4.

O faturamento também se correlaciona a esses dois quesitos. Cooperativas com maior arrecadação também têm notas mais altas sobre a adoção de novas tecnologias, assim como na promoção da cultura de inovação.

Desenvolver a cultura de inovação, no entanto, não é fácil e pode representar o grande problema para avançar na inovação. Perguntado sobre a maior dificuldade para implementar uma cultura inovadora, um entrevistado respondeu:

“A barreira cultural é o principal. O entendimento de que muitas vezes a inovação, seja de processo, seja de tecnologia, vem para ajudar e não dificultar, mas é mudar para melhor. E aí qualquer mudança gera resistências”.

Discurso X prática

Nenhum dos entrevistados para a pesquisa qualitativa colocou em dúvida a importância que a inovação tem para as cooperativas. Apesar disso, a prática da inovação ainda não conta com o mesmo grau de consistência.

Em todos os casos, há a visão de que as lideranças é que devem se preocupar com a inovação. “Em um primeiro momento, são os dirigentes que precisam estar atentos às necessidades de inovação, terem em mente que sem inovação as cooperativas podem iniciar um caminho de fracasso”, disse um entrevistado.

Em relação aos cooperados, há casos de cooperativas em que a maior parte do quadro social ainda está distante do tema, seja por desconhecimento ou falta de caminhos para a aplicação. Nesse sentido, o grande desafio é fazer com que os cooperados entendam a importância de inovar, mesmo que seja preciso mudar processos aos quais eles se acostumaram. 

Impacto da inovação nas cooperativas

A inovação proporciona impactos variados dentro das cooperativas, mas alguns deles se destacam. O maior impacto de todos é o ganho em agilidade em procedimentos internos, mencionado por 46% das cooperativas.

Além disso, outros impactos oriundos da inovação mencionados por mais de 20% das cooperativas respondentes são:

• Oferta de novos produtos/serviços

• Aumento no faturamento

• Maior visibilidade

• Melhoria na divulgação da marca

• Maior competitividade

• Aumento do número de cooperados

• Aumento de clientes

• Sobrevivência no negócio

Os impactos da inovação, no entanto, raramente são percebidos de imediato. Em um terço dos casos, as cooperativas começam a receber retorno da inovação após um período entre seis meses e um ano. Somente 8% já dão resultados de imediato. A cada três iniciativas de inovação, duas obtêm resultados dentro do prazo estipulado.

Capacidade de adaptação

Em um ambiente econômico em constante transformação, a capacidade de adaptação às mudanças de mercado é essencial para a competitividade e representa um ponto em que as cooperativas precisam evoluir. Na escala de 0 a 10, o indicador ficou em 5,3.

As cooperativas avaliam que estão nos seguintes estágios em relação à capacidade de adaptação:

Caminhos para inovar

A percepção quanto ao grau de inovação das próprias cooperativas, em uma escala de 0 a 10, sugere a existência de espaço para melhoria. O quesito apresentou uma nota média de 6,2. Ademais, apenas 13% das cooperativas se avaliaram com as notas 9 e 10.

As cooperativas maiores também se avaliam melhor nesse indicador. A destinação de recursos à inovação faz diferença, afinal. Enquanto 13% não possuem recursos voltados à inovação, 9% destinam mais de 5% do orçamento aos projetos inovadores. A média geral é de 1,6% do orçamento voltado à inovação. Para o futuro, no entanto, a intenção geral é aumentar a verba.

Pensando à frente, o estudo indica que marketing, atendimento, área comercial e tecnologia são as áreas prioritárias para a inovação no futuro do setor. Os caminhos da inovação também vêm de cima: a presidência das cooperativas é quem tem responsabilidade sobre a inovação em 75% dos casos.

Dificuldades para inovar

A inovação aberta também é uma opção explorada por 58% das cooperativas, que buscam apoio externo para desenvolver projetos inovadores. A definição da estratégia de inovação ganha força quando o tema está integrado no planejamento estratégico, e esse é o caso em 79% das cooperativas participantes do levantamento.

A jornada de inovação, contudo, enfrenta barreiras. Segundo a Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro, as principais dificuldades que as cooperativas enfrentam em seus projetos de inovação são:

Há um cenário, portanto, em que a inovação acaba não sendo prioridade perante outras demandas operacionais. Com isso, recursos e tempo para inovar se tornam escassos. Os dados e as entrevistas denunciam que a ambidestria organizacional ainda não está madura em boa parte das cooperativas.

A formação e o engajamento dos colaboradores também precisam melhorar. A pesquisa qualitativa revelou que a maior parte dos funcionários está alheia à inovação. Sem conhecimento adequado sobre o tema e em ambiente em que faltam incentivos, o intraempreendedorismo não aparece.

Além disso, a fim de lidar com o principal problema mencionado pelas cooperativas, o InovaCoop criou o Radar de Financiamento: uma plataforma que reúne diversas fontes de fomento para projetos de inovação e sustentabilidade. Confira o guia prático em que mostramos como usar a ferramenta!

Lições da Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro

A Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro apresenta um cenário complexo, que reúne boas notícias e oportunidades de melhoria na forma com que as cooperativas brasileiras estão lidando com a inovação.

O sistema cooperativista já absorveu a ideia da inovação como um elemento positivo e necessário para os negócios. No entanto, enquanto um grupo de cooperativas demonstra uma altíssima capacidade de inovar e desenvolver novos projetos, outra fatia sente dificuldades para criar uma cultura inovadora e alocar recursos.

Diante disso, os caminhos para o desenvolvimento da inovação no cooperativismo brasileiro vão ganhando contornos que indicam a necessidade de planos de ação estruturados.


Saiba mais

Confira o relatório completo com infográficos dos resultados clicando aqui.

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