Topbar OCB
CoopCycle: federação e software para cooperativas de plataforma
CONTEXTO
Na mesma medida em que trouxe comodidades diversas, o advento das plataformas de transporte e delivery gerou severas distorções econômicas e sociais. Dentre elas, a exploração de mão de obra com benefícios econômicos muito baixos para os trabalhadores.
Na prática, isso significa que, não raro, trabalhadores associados às principais plataformas de compartilhamento trabalham mais horas do que seria razoável em troca de remuneração insuficiente.
Por conta desse cenário surgiu a CoopCycle, uma federação de cooperativas de entregadores com sede na França. A iniciativa surgiu com o objetivo de fomentar a criação de plataformas cooperativas que pudessem melhorar a distribuição dos resultados da operação. Ou seja, a ideia é entregar uma remuneração mais condizente com a carga de trabalho dos entregadores.
DESAFIOS
Como principais desafios, a CoopCycle elenca a construção de um modelo de negócio sustentável e democrático, o desenvolvimento da tecnologia e a proteção da plataforma digital contra as empresas mercantis.
No primeiro caso, a iniciativa entendia como desafiadora a missão de atrair trabalhadores interessados em fazer parte da proposta, além de desenvolver uma base de clientes consistente.
DESENVOLVIMENTO
Em 2016, o desenvolvedor de sistemas francês Alexandre Segura, motivado pelos protestos na Praça da República de Paris e pela demissão de um colega da startup Take Eat Easy, desenvolveu um aplicativo de entregas com uma proposta diferenciada - e que, mais tarde, se tornaria algo maior.
Dentre as premissas do negócio concebido por Segura estavam a obrigatoriedade de a iniciativa ser uma cooperativa para usar o aplicativo. Ou seja: de propriedade dos próprios trabalhadores, na qual todos os lucros obtidos são distribuídos entre os donos, que são cooperados.
O desenvolvimento do projeto também envolveu a atração de recursos locais, com a construção de grupos de trabalho dedicados ao desenvolvimento de um sistema de compartilhamento de conhecimento e ao desenvolvimento de parcerias comerciais.
Outra frente se dedicou à criação de um sistema de associação e à captação de recursos financeiros, bem como ao desenvolvimento de um ambiente de trabalho seguro.
A CoopCycle também precisou garantir a segurança das informações, o que demandou a criação de um novo tipo de licença chamada Coopyleft, cujo código está disponível no GitHub, mas com uso comercial reservado às cooperativas filiadas e ligadas à economia solidária.
Dessa forma, a CoopCycle acabou se tornando uma federação, sediada na França, que fornece uma solução tecnológica para cooperativas que queiram usá-la localmente. O software inclui, por exemplo: um sistema de gestão de frota, aplicação para restaurantes receberem os pedidos; integração através da API; pagamentos garantidos via Stripe; entre outras funcionalidades.
Portanto, se um determinado grupo de entregadores resolver criar uma cooperativa, não é necessário criar uma plataforma do zero. Basta se filiar e utilizar a plataforma da CoopCycle, além de receber assessoria jurídica.

RESULTADOS
Um dos principais resultados da CoopCycle pode ser medido justamente pelo volume de cooperativas associadas: já são 67 em sete países diferentes, atuando na Europa, na América do Norte e na Austrália.
Um exemplo de cooperativa associada é a Mensakas, criada em 2018 por 30 entregadores de Barcelona que estavam insatisfeitos com as condições de trabalho em outros aplicativos. A Mensakas atua com modelo de entrega por meio de bicicletas de carga e foca, principalmente, na entrega de alimentos e outros produtos das redes de economia solidária, priorizando comerciantes e produtores locais.
Os entregadores são os próprios cooperados da Mensakas, o que garante direitos trabalhistas e melhores condições de trabalho. Afinal, são eles próprios que decidem sobre seus benefícios e direitos.
PRÓXIMAS INICIATIVAS
A CoopCycle explica que a sua plataforma é feita de acordo com as necessidades e feedback de seus membros que estão pedalando diariamente com ela. Dessa forma, as melhorias são constantes.
Embora seu código esteja disponível no Github, o software CoopCycle não é open source, ou seja, ninguém pode executá-lo para fins comerciais. Por isso, um dos objetivos é difundir o uso da licença Copyleft, que permite apenas que cooperativas o utilizem.
A federação informa também que há estudos para iniciar operações na Argentina e no México.
Contato do responsável:
Site: https://coopcycle.org/en/
E-mail: contact@coopcycle.org
Conteúdo desenvolvido em parceria com
Você também tem um case ou uma história de sucesso?
Conte-nos sua história
Veja mais
Funcionando em paralelo aos aplicativos de transporte, proposta da cooperativa é remunerar motoristas pelos dados gerados a partir das corridas realizadas. O Driver’s Seat é um aplicativo para motoristas de aplicativo utilizado em paralelo ao Uber ou a qualquer plataforma similar. O app gera dados para duas finalidades: para apoiar o motorista, com informações como cálculo de quilômetros rodados, onde estão as melhores corridas, desgaste do carro etc.; e para vender a órgãos públicos, consultorias ou entidades de pesquisa. Ao vender essas informações, o valor é revertido para os próprios motoristas. Como exemplo, a Driver’s Seat vendeu dados de mobilidade para uma agência municipal da cidade de São Francisco, nos EUA, por cerca de 45 mil dólares.
Agilidade no primeiro momento do isolamento social garantiu manutenção dos alunos e evolução para modelo EAD derrubou fronteiras geográficas para atuação da cooperativa. Em apenas 20 dias, quando do início do isolamento social provocado pela pandemia, a cooperativa de ensino de idiomas conseguiu transferir as aulas para o ambiente virtual e, com isso, não apenas manteve os alunos existentes, como conseguiu criar um novo modelo baseado totalmente no ensino a distância.
Com 3 meses no ar, a vitrine online de produtos e serviços já contava com 4.500 cadastrados e 1.000 vendedores ativos. RESUMO CARDPlataforma de anúncios on-line idealizada pelo Sistema Ailos tem lançamento antecipado para contribuir com cooperados e empreendedores locais do Sul do Brasil, funcionando como vitrine de produtos e serviços e possibilitando conexões entre clientes e empresas durante a pandemia da Covid-19. Com acesso via aplicativo ou website, a plataforma fomenta as atividades do cooperado pessoa jurídica que é vinculado a alguma das cooperativas do sistema, beneficiando a economia local e gerando valor por meio do cooperativismo.
A cooperativa aderiu à modalidade de trabalho home office e adotou medidas em conformidade às orientações do Ministério da Saúde. . RESUMO Devido à pandemia de COVID-19, a Coprel reorganizou a forma de trabalho dos colaboradores. A modalidade de trabalho home office já era adotada por algumas equipes de trabalho na área de internet (Triway - Coprel Telecom). Agora a equipe de colaboradores do Discoprel, o principal canal de atendimento da cooperativa, também está com a equipe trabalhando diretamente de suas residências.