Cooxupé utiliza IA para aprimorar classificação de cafés especiais
Contexto
A Cooxupé é uma cooperativa cafeicultora com atuação em Minas Gerais e São Paulo que reúne mais de 20 mil cooperados, dentro os quais 97% são pequenos produtores. Segundo lista da Forbes, foi a oitava cooperativa do ramo agropecuário com maior receita em 2023 (R$ 10,11 bilhões), e a primeira entre as focadas exclusivamente no mercado cafeeiro.
Nesse contexto, a cooperativa tem expandido sua participação no mercado de cafés especiais, grãos livres de impurezas e que possuem características sensoriais singulares. A Cooxupé utiliza os métodos COB (Classificação Oficial Brasileira) e SCA (sistema internacional) para classificar os seus grãos, verificações que influenciam no preço final dos produtos.
A cooperativa também está em busca constante por inovação e soluções tecnológicas. Um de seus focos atuais é reduzir custos de operações de qualidade e em armazéns e indústrias.
Desafios
A época de safra de café apresenta um desafio às operações de qualidade da Cooxupé. As limitações pessoais e operacionais desse setor são colocadas à prova com a alta demanda imposta pelas grandes quantidades de grãos.
O nível de excelência do processo não era questionado internamente, mas o tempo gasto, a quantidade de trabalho e a busca por redução de custos nessa operação levou a Cooxupé a procurar por soluções.
Uma alternativa inovadora e que cumpria os requisitos se apresentou em fevereiro de 2023. A ProfilePrint, startup de Singapura, visitou a Cooxupé para apresentar um equipamento que utiliza inteligência artificial para classificar grãos de café especiais.
As negociações com a empresa de Singapura se estenderam por mais de um ano, mas enfim foram concretizadas. O acordo foi anunciado em setembro de 2024.
Desenvolvimento
A máquina classificadora da ProfilePrint não chega para substituir os colaboradores do setor de qualidade. A ideia é que a tecnologia seja um complemento. “O objetivo é retirar um pouco a carga de trabalho intensa de determinados departamentos para que possam focar em projetos de maior valor agregado ao cooperado”, conta Mário Panhotta da Silva, Superintendente de Torrefação e Novos Negócios.
A tecnologia traz como diferencial aumentar a consistência no processo de classificação. A máquina, do tamanho de uma cafeteira portátil, é capaz de identificar a qualidade do grão e seu sabor, dentre outros aspectos. Segundo a agritech singapurense, ela detecta mais de 10 mil características do café em segundos.
A startup promete que seu produto pode encontrar até mesmo defeitos não visuais no café, como mofo e fermentação indesejada. Há um scanner que analisa os grãos e gera um relatório processado por inteligência artificial.
A Cooxupé faz parte do primeiro acordo fechado entre a ProfilePrint e cooperativas brasileiras. A máquina está disponível no mercado há dois anos e presente em mais de 60 países ao redor do mundo.
A implementação do projeto passa por um planejamento a longo prazo. Atualmente, a iniciativa está em sua primeira fase: a “alimentação de dados” à IA. Isso consiste em fornecer informações para ajudar a treinar e melhorar o sistema, aprimorando assim a tomada de decisões da inteligência artificial para o futuro.
Resultados
Por estar em fase inicial, ainda não é possível obter números concretos sobre eficiência, economia e precisão no processo de classificação de café. A expectativa é que a etapa de “alimentação da IA” seja concluída em seis meses.
De acordo com Panhotta da Silva, não há metas de resultado pré-estabelecidas. Elas serão definidas de acordo com o desenrolar da primeira fase.
O grande objetivo por trás do projeto é a otimização do fluxo de trabalho no setor de qualidade. O apoio da máquina da ProfilePrint deve ser mais significativo durante as safras de café, que normalmente ocorrem entre março e setembro. Ou seja, se o planejamento transcorrer sem mudanças, o treinamento da IA deve ser concluído justamente no período de maiores demandas para a Cooxupé em 2025.
Espera-se que um método de classificação mais rápido e eficiente seja benéfico também aos produtores. Com relatórios detalhados e mais informações sobre seu produto, eles vão poder negociar vendas de sacas de café com maior propriedade.
Próximos passos
Como o projeto de classificação de café utilizando tecnologia com IA ainda está em fase embrionária e será adaptado conforme o progresso, a Cooxupé ainda não define seus próximos passos.
O que está claro dentro da cooperativa é o desejo de elaborar novas iniciativas que atendam a diretrizes similares: redução de custos operacionais, alívio no fluxo de trabalho para o setor de qualidade durante o período de safra e agilidade na entrega de resultados aos cooperados, detalha Panhotta da Silva.
A inovação faz parte do DNA da Cooxupé. A cooperativa monitora tendências de mercado e possibilidades tecnológicas para otimizar seus processos e promover desenvolvimento sustentável aos seus produtores.
Contato do responsável:
Queila Panhotta
Coordenadora de Comunicação e Marketing da Cooxupé
E-mail: queila@cooxupe.com.br
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