Coagru: escola técnica para desenvolvimento dos cooperados

CONTEXTO
A Coagru é uma cooperativa agroindustrial que trabalha em cinco frentes: farinha de trigo e derivados; sementes; avicultura; rações e suplementos; e processamento de madeira. Ao iniciar a atividade avícola, a cooperativa constatou que se tratava de uma área que demandava investimentos em estruturas e tecnologia, aplicação de conhecimento técnico, gestão do negócio e, sobretudo, mão de obra qualificada.
Como a atividade de produção de frango de corte era algo novo para os cooperados, nem todos contavam com todos esses requisitos em sua propriedade, o que refletia nos resultados da produção, que comparativamente eram menores do que em outras integradoras.
A principal dificuldade era encontrar pessoas qualificadas para trabalhar nos aviários. Havia também a necessidade de criar condições de demonstrar na prática que as variáveis acima mencionadas devem estar em equilíbrio.
Porém, a região não contava com estrutura disponível para atender essas demandas, surgindo, assim, a proposta de implantação de uma escola técnica própria. A ideia surgiu por solicitação dos próprios cooperados e do entendimento da cooperativa da necessidade de treinar pessoas para uma melhor gestão e manejo da produção de frango de corte, a fim de elevar os índices produtivos.
DESAFIOS
Entre os desafios da Coagru, estava a capacitação e difusão de conhecimentos técnicos sobre a avicultura de corte, para qualificar mão de obra e melhorar os indicadores econômicos da integração avícola da cooperativa.
Para a criação da escola, buscava-se um local de fácil acesso e com condições técnicas, físicas e ambientais para instalação do aviário.
Era preciso elaborar projeto e cronograma físico e financeiro, além do levantamento e definição dos equipamentos e contratação de financiamento que oferecesse viabilidade para a atividade.
Por fim, havia ainda o desafio de elaborar um programa de treinamento baseado no perfil dos participantes e identificar quais indicadores precisavam ser melhorados.
DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento da Escola Técnica Avícola fez parte do plano de atividades aprovado pela assembleia geral ordinária (AGO) de 2015. Definiu-se que todo o projeto seria realizado dentro do ambiente da cooperativa no Escritório Avícola.
Para a implantação, além de recursos próprios, foi necessário o aporte de R$ 1,5 milhão para as obras, que incluiu: terraplenagem, aviário de 150 m x 16 m, alojamento, sala de aula para participantes dos treinamentos, casa do funcionário, poço artesiano, gerador de energia, aquisição dos equipamentos para o aviário e estruturas para atendimento das legislações vigentes.
O agente financeiro que acreditou no projeto e proporcionou sua viabilização foi a cooperativa Sicredi Vale do Piquiri, que é uma parceira da Coagru no fomento da atividade avícola na região.
A obra civil foi executada por empresa contratada e os equipamentos foram adquiridos a partir de definição técnica com base na disponibilidade das melhores tecnologias do mercado. Toda a estrutura física está incorporada ao patrimônio da cooperativa, gerando receita com os lotes de frango produzidos, tornando-se uma atividade com resultado próprio.
A frente de Avícola da cooperativa constituiu uma equipe responsável pelo acompanhamento e execução do projeto, que pode ser resumido em três etapas principais:
- Definição de projeto civil, orçamento e levantamento de linha de financiamento para construção do aviário, aquisição de equipamentos e demais edificações para a escola;
- Elaboração do programa de treinamento;
- Identificação do técnico responsável pelos treinamentos.
Após a inauguração foi realizada divulgação junto ao quadro social e comunidade através dos meios de comunicação da cooperativa.
Do ponto de vista pedagógico, a cooperativa desenvolveu um modelo de treinamento, com teoria e prática, que possibilitou aos participantes a experimentação e utilização de melhores tecnologias, organização da propriedade, manejo sanitário/biosseguridade e gestão do negócio. A escola também tem como diferencial a realização de testes com novos equipamentos.
Em resumo, o projeto foi criado para proporcionar as condições necessárias para o bom desenvolvimento dos lotes de frango e, sobretudo, elevar os ganhos financeiros e de produtividades nos aviários dos participantes.
RESULTADOS
A cooperativa trabalha com um Índice de Eficiência Produtiva (IEP) que mostra evolução entre os anos de 2016 e 2019. A pontuação média dos aviários em 2016 era de 342 pontos e, em 2019, saltou para 379 pontos, o que representa uma melhoria de 10,82%, equivalente a um ganho de R$ 1.633,01 a mais por ano em cada aviário.
O peso médio das aves também aumentou. Em 2016, a média anual era 2,948 kg/ave. Em 2019, a média subiu para 3,151 kg/ave, uma melhoria de 6,89%, equivalente a 6.496 kg de frango.
No indicador de pagamento por cabeça, a média anual em 2016 recebida por cabeça de frango era de R$ 0,7026/cabeça, passando para R$ 0,9037/cabeça em 2019. Uma alta de 28,62%, equivalente a R$ 6.435,20 de receita a mais por ano em cada aviário.
Em relação ao objetivo principal, que era capacitar a mão de obra, a Coagru informa que saltou de 100 pessoas treinadas em 2016 para 245 em 2019.
Atualmente, a escola se mantém com a receita de sua própria produção de frangos de corte.
PRÓXIMAS INICIATIVAS
A Coagru afirma que é evidente a necessidade da continuidade do programa de treinamentos, pois a demanda é crescente e pode resultar em novas oportunidades ainda não identificadas e exploradas. Por isso, a cooperativa procura inovar na prestação de serviço, gerando valor tanto para os seus cooperados como para a comunidade local.
Contato do responsável:
Claudemir Pereira de Carvalho
diretor vice-presidente da Coagru e idealizador do projeto de implantação da Escola Técnica Avícola
Conteúdo desenvolvido em parceria com

Você também tem um case ou uma história de sucesso?
Conte-nos sua história
Veja mais

Unimed Federação Rio: sucesso da AGO virtual
Em decorrência da pandemia, Unimed envolveu diversas áreas para viabilizar uso de novas tecnologias e garantir segurança e acesso a votações a distância. Com 19 cooperativas federadas, totalizando 1,3 milhões de clientes, a Federação das Unimeds do Rio de Janeiro montou um grupo multidisciplinar para criar estratégia e viabilizar, em tempo bastante curto, a migração da Assembleia Geral para o ambiente virtual.

Midata: uso de dados médicos a favor do bem comum
Com a proposta de devolver aos cidadãos comuns o controle sobre seus dados médicos, plataforma cooperativa viabiliza pesquisas globais sobre saúde. A Midata é uma cooperativa que promove a gestão de dados de saúde de pacientes ao redor do planeta. A intenção é usar tecnologias como big data e analytics para rastrear o comportamento de doenças, como a Covid-19. Para preservar os direitos dos pacientes com relação ao uso dos dados, a plataforma cooperativa concede total controle às pessoas.

Com aplicativo, Cooperativa Nova Aliança otimiza processos agrícolas
O NAmob é responsável por armazenar detalhes sobre a área de produção e o plantio das uvas. Para tornar a gestão das propriedades dos cooperados mais ágil, a Cooperativa Nova Aliança apostou na criação de um aplicativo. O app, batizado como NAmob, armazena detalhes sobre as áreas de produção e o plantio, funcionando como um caderno de campo digital. Com a implementação do software, a cooperativa passou a ser mais ágil na liberação das safras.

CooperJohnson: tecnologia promove inclusão de cooperados surdos
Sistema de chamada em vídeo possibilitou que o atendimento telefônico convencional fosse associado à presença de um intérprete de Libras. Para atender melhor aos seus cooperados surdos, a CooperJohnson desenvolveu um novo canal de atendimento baseado em tecnologia para chamadas de vídeo. A proposta era aumentar o nível de acessibilidade do atendimento e, assim, promover inclusão de forma prática. Agora, com a solução chamada ICOM, os cooperados surdos têm suporte de uma intérprete de Libras que permite a realização do atendimento junto aos atendentes.