Smart farming em área experimental
CONTEXTO
A Fundação ABC é um instituto de pesquisa agropecuária privado, com sede em Castro (PR), mantido pela intercooperação de mais de 5 mil cooperados de Frísia, Castrolanda e Capal.
O objetivo da instituição é desenvolver e adaptar novas tecnologias para o agronegócio, dando apoio aos seus associados. E um de seus mais recentes desafios é lidar com a ebulição da inovação no campo. Mais especificamente com a grande variedade de alternativas que têm sido apresentadas aos produtores, que recebem ofertas de novos implementos e máquinas com tecnologias embarcadas, além de plataformas e aplicativos.
Com tanta novidade chegando e de forma cada vez mais rápida, as dúvidas começaram a surgir, agravadas pela profusão de termos ainda desconhecidos por parte dos produtores rurais, como imagens multiespectrais, big data e machine learning, por exemplo.
Neste contexto, a Fundação ABC viu a necessidade de apoiar os seus associados sobre uma questão importante: o quanto cada uma destas tecnologias oferecidas pode ajudar no campo?
DESAFIOS
Foi para buscar respostas para a questão anterior que a instituição resolveu testar em campo diversas soluções de smart farming (agricultura inteligente), que envolvem a aplicação de tecnologia da informação e comunicação na agricultura. A proposta é analisar a combinação de equipamentos de precisão, sensores, sistemas de posicionamento geográfico, armazenamento de dados, veículos aéreos não tripulados, robótica, etc.
O desafio da Fundação ABC é conduzir as safras utilizando as tecnologias já disponíveis juntamente com todo o conhecimento desenvolvido pelos seus setores de pesquisa. Assim, poderá orientar os produtores com resultados técnicos, econômicos e de sustentabilidade.
DESENVOLVIMENTO
Para esse projeto, a instituição decidiu aplicar as soluções em campo para a próxima safra verão em uma área de 29,15 hectares, no município de Ponta Grossa (PR). A área foi batizada de “ABC Smart Farming”.
Em setembro de 2020, a Fundação estava em fase de preparação do terreno para o plantio de soja.
A área foi dessecada e a condutividade elétrica no solo medida a fim de identificar as manchas de solos existentes no local e, então, gerar um croqui com os pontos de coleta de amostras para análise em laboratório.
Será usada uma câmera multiespectral para estimar a quantidade de massa orgânica e argila no solo, além de aplicação de herbicida com sensores que identificam a presença de uma planta daninha para, então, fazer a pulverização.
RESULTADOS
Em setembro de 2020, os pesquisadores da Fundação ABC já mediram a condutividade elétrica do solo, o que permitiu entender os tipos de solo presentes na área, bem como definir os pontos de coleta para análise.
Com resultados apurados através de algoritmos, foi possível entender a variedade de textura da área, de umidade e também os teores de fertilidade do solo.
A Fundação também fez a captação de imagens espectrais do solo, para verificar a quantidade de matéria orgânica através de um aparelho e algoritmo desenvolvido pela própria instituição.
PRÓXIMAS INICIATIVAS
Ao final desta safra, a Fundação ABC organizará os resultados sob três aspectos: técnico, econômico e ambiental. A primeira apresentação será para os produtores que mantêm a instituição.
Dentre as tecnologias que podem ser utilizadas nesta primeira safra de teste, estão:
- Uso de imagens de satélite para analisar a variabilidade espacial;
- Condutividade Elétrica Aparente (CEa) do Solo para analisar a variabilidade espacial e definir a amostragem de solo;
- Coleta de solo nas manchas definidas pela CEa do Solo e nas profundidades recomendadas pelo setor de Solos e Nutrição de Plantas, utilizando aplicativos de navegação gratuitos;
- Mapas de Fertilidade, com interpretação das características de fertilidade do solo por zonas de manejo;
- Uso de câmeras multiespectrais para verificar a variabilidade espacial da matéria orgânica e argila e a detecção precoce de doenças;
- Mapas e telemetria da semeadura e ajuste de população e dose por aplicativo;
- Mapas e telemetria da pulverização, em parceria com empresa da Argentina;
- Dessecação utilizando sensores ópticos;
- Monitoramento das lavouras com uso de drones;
- Evapotranspiração por balanço energia, para medir perdas de produtividade por déficit hídrico;
- Mapas de colheita e custo de produção e rentabilidade, por pixel e por zonas;
- Amostragem de pragas com a utilização de novas tecnologias;
- Monitoramento do molhamento foliar.
Contato do responsável:
Silvio Bona
supervisor de marketing da Fundação ABC
Conteúdo desenvolvido em parceria com
Você também tem um case ou uma história de sucesso?
Conte-nos sua história
Veja mais
Squads e metodologias ágeis apoiam transformação digital do Sicredi
Após adotar metodologias ágeis para planejamento e desenvolvimento de produtos, instituição financeira cooperativa reduziu o tempo entre as decisões estratégicas de negócio e a operação. Processo de transformação digital do Sicredi levou à implantação de metodologias ágeis para desenvolvimento de produtos digitais. A iniciativa promove a transformação do core bancário e coloca a instituição em pé de igualdade com os principais players financeiros do Brasil, além de ter implantado a cultura de inovação, baseada em mudança contínua e o reforço dos princípios do cooperativismo.
Cooperja: investimentos em pesquisa e transferência de tecnologia para cooperados
Criação de eventos que marcam o início da colheita de arroz geraram R$ 2,5 milhões em negócios, proporcionaram desenvolvimento e transferência de tecnologia, com envolvimento de autoridades e entidades setoriais. Criação de eventos paralelos, batizados de 1ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e 1º Fórum do Arroz, dentro da 15ª edição do Campo Agro Acelerador. A finalidade era apresentar tecnologias do agronegócio e reforçar o posicionamento institucional, jogando luz sobre a atuação da Cooperativa Agroindustrial Cooperja e promovendo transferência de conhecimento e tecnologias para os cooperados. Com isso, a cooperativa conseguiu reunir a atenção de autoridades, produtores e entidades em torno de temas de relevância para o cultivo, a comercialização e até mesmo a exportação de arroz.
InPulse Ailos: seleção de startups para desafios do sistema
Sistema Ailos cria programa de chamadas de startups, incentivadas a apresentar soluções tecnológicas para as necessidades das cooperativas. Como parte de seu foco em inovação permanente, a Central Ailos criou um programa aberto de inovação, cujo objetivo central é aproximar a Central e suas cooperativas singulares do ecossistema de startups brasileiras. O programa surgiu da ideia de que o Laboratório de Inovação do Ailos não poderia executar todas as soluções internamente, de modo que parceiros externos seriam necessários para entregar alternativas às cooperativas e aos cooperados. O InPulse Ailos já resultou na contratação de três startups como parceiras da Central e continua recebendo pitches em ciclo contínuo.
Eccoo: plataforma cooperativa de cuidadores da Inglaterra
Plataforma coloca em contato profissionais e pessoas que precisam de cuidados especiais em seu dia a dia. A cooperativa de plataforma Equal Care Co-op (Eccoo) foi fundada na Grã-Bretanha em 2018 com o objetivo de colocar em contato, por meio da tecnologia, pessoas que precisam de algum tipo de suporte ou cuidado cotidiano e profissionais que oferecem esses cuidados. A plataforma é de propriedade dos próprios usuários e cuidadores, algo que foi concebido para garantir que as relações entre eles sejam justas, baseadas em confiança e recompensas.