Fique por dentro

Implantação de uma cultura de dados favorece inovação

Coleta de informações contribui para desenvolvimento de projetos em prol de comunidades

GESTÃO DA INOVAÇÃO01/09/20223 minutos de leitura

“Inovar é pensar diferente, é criar valores e lógicas. A inspiração é encontrada na diversidade de pensamento, na conversa com um cliente, com um cooperado, ou com uma empresa. Visões divergentes trazem inovações”. A afirmativa é da diretora global de negócios digitais do grupo Stefanini, Mary Balestra, que comandou a palestra Como implementar uma cultura de dados durante a Semana de Competitividade organizada pelo Sistema OCB entre os dias 22 e 26 de agosto.  

Mary apontou cinco caminhos a serem percorridos para a implementação: governança flexível, ética, desenvolvimento da força de trabalho, igualdade de dados e inteligência artificial. Segundo ela, algumas considerações devem ser evidenciadas quando falamos do futuro dos dados. “A qualidade deles é mais importante que a quantidade. Reconhecer que são imperfeitos e subjetivos é outro ponto e não é por isso que deixam de ser inspiradores e apresentarem soluções para outros setores da cooperativa”.  

A diretora afirmou que três grandes competências podem fazer uma cooperativa mais inovadora. “Inspirar-se em outras experiências, colaborar com novos conhecimentos e, claro, usar os dados e não agir apenas pelo empírico. Entender profundamente o que está acontecendo seja no contexto de mercado, ou nos setores da cooperativa, é somar informações para aumentar a capacidade de inovar”.  

 A palestrante utilizou o case da crise hídrica que ocorreu no Estado de São Paulo, em 2013, em que Grupo Stefanini atuou no processo de resolução, por meio de uso de dados, para exemplificar os conceitos abordados. “A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a partir do entendimento do ciclo inteiro de abastecimento e distribuição de água e acompanhamento de dados, não teve mais problemas de racionamento ou escassez. Sanada a crise, conseguimos implementar um sistema para prever, inclusive, novas falhas na distribuição”, explicou.  

Ainda de acordo com ela, o sistema implantado ajudou a Sabesp a ter um abastecimento satisfatório e também a implementar junto aos colaboradores a cultura de dados para se antecipar sobre riscos e tomar decisões assertivas. 

Mary reforçou que as cooperativas já têm valores revolucionários em um mundo onde a direção para o bem comum é o coração. “Usem essa capacidade e se conectem com outras cooperativas, que conseguirão ainda mais escala”.  

Na exposição da diretora também foram explicitados alguns requisitos para a transformação da coop como utilizar ferramentas de compartilhamento de conhecimento; apresentar conteúdo relevante; engajar atores a partir de visões direcionadas; usar premissas de negócios para criar melhores métodos de análise; e construir uma sólida base tecnológica. 

Ela destacou que a arquitetura de dados precisa estar preparada para suportar novos contextos e soluções. Sobre a fonte de dados, salientou a importância da diversificação de informações. A respeito da plataforma, disse que são necessárias a conexão, integração e inteligência. Já em relação à análise de dados, pontuou que ela é essencial para tomada de decisão e propor medidas de inovação. Por fim, sobre a distribuição de dados, a diretora considera que a chave está na descentralização e no empenho. “A inovação não é poder. O poder é o compartilhamento responsável”, concluiu. 

Coop de dados – De acordo com a diretora, as cooperativas de dados são sistemas de gerenciamento, que podem limitar ou modular a captura de dados para criar valor a seus membros em áreas de aplicação onde as comunidades afetadas não veem nenhum benefício aparente. As comunidades, no entanto, podem usar a receita de seus dados para gerar mudanças sociais positivas como, por exemplo, financiando pesquisas públicas. As coops de dados integram o ecossistema da economia digital. 

Conteúdo elaborado pela equipe do

Sistema OCB