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Web Summit 2022: confira 5 destaques do maior evento de tecnologia do mundo

Realizado em Lisboa, evento indicou tendências e caminhos para a inovação

TENDÊNCIAS29/11/20227 minutos de leitura

A edição de Lisboa do Web Summit, maior evento de tecnologia e inovação do mundo, aconteceu entre os dias 1º e 4 de novembro. Ao todo, a conferência reuniu mais de 70 mil pessoas e mais de mil palestrantes distribuídos por 25 palcos.

Acompanhar as atrações do Web Summit é uma ótima forma de ficar antenado com as tendências mais importantes para a inovação. O evento congrega grandes nomes do mundo da tecnologia e da nova economia em prol de apresentações e debates que indicam os principais temas para ficar de olho.

Em meio a tantas apresentações e painéis, alguns temas se projetam. Portanto, selecionamos cinco destaques do Web Summit Lisboa de 2022 que merecem a sua atenção. Confira!

1. Tecnologia não é sinônimo de transformação digital

O desenvolvimento das tecnologias é uma pauta quente e constante sempre que o assunto é transformação digital. Diversos recursos digitais modernos são tidos como formas de dar escala aos negócios e agregar valor.

Contudo, é um equívoco interpretar que a adoção da tecnologia representa, por si só, um processo de transformação digital. A reflexão é de Glaucia Guarcello, professora do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC e sócia-líder de Inovação da Deloitte, durante as apresentações do Web Summit Lisboa.

Esse erro acontece porque, em muitas organizações, os programas de transformação digital mantêm processos improdutivos. Não basta somente adotar novas tecnologias se as limitações e os paradigmas prévios são mantidos.

Dessa forma, a transformação digital que gera valor real é a que concilia a transformação da organização em si e dos negócios. Mais do que tecnologia, a transformação digital é um processo de mudança na visão estratégica integrada ao mundo digital. Ou seja: os recursos tecnológicos são aliados dessa jornada, mas não a finalidade dela.

A força da liderança

Glaucia destaca, ainda, que as lideranças são fundamentais para a execução dos processos de transformação digital. Ela indica uma característica em comum entre as jornadas de sucesso: “um único executivo responsável pela transformação”.

Afinal, a tarefa de liderar um programa de tamanha importância estratégica exige foco e visão holística de toda a organização. Com isso, a presença de um líder dedicado à transformação digital pode fazer muita diferença.

2. Descentralização da internet: inclusão e os NFTs

A Web3 desponta como o futuro da internet, funcionando de forma descentralizada, centrada no usuário e, consequentemente, mais democrática. A criptoeconomia, impulsionada pela criação da tecnologia blockchain, cumpre um papel notável no desenvolvimento dessa nova rede.

Na prática, a Web3 (também chamada de Web 3.0) é uma nova maneira de conectar as redes. Enquanto o atual estágio, que é a Web2, concentra o poder nas grandes corporações digitais - as big techs -, a Web3 visa distribuir esse poder de decisão e protagonismo para os próprios usuários. No palco dedicado aos assuntos referentes ao crypto, debateu-se as maneiras como a blockchain pode ajudar a tornar a sociedade mais inclusiva. Além disso, sua aplicação em processos de candidaturas para empregos, escolas e universidades de forma a reduzir os vieses, também esteve em pauta. O impacto social não foi o único tópico abordando a Web3. O Web Summit também proporcionou apresentações sobre a descentralização do entretenimento por meio das mudanças nas estruturas de propriedade e monetização.

A utilidade dos NFTs

O mercado de NFTs e sua aplicabilidade foi mais um tema debatido ao redor da nova estrutura da internet. Pierre-Nicolas Hurstel, co-fundador da carteira de NFTs Arianee, previu, em sua palestra, a tendência de que essa tecnologia seja utilizada para reunir informações pessoais, como se fossem carteiras digitais.

William Quigley, co-fundador e presidente da empresa de carteira digital WAX, é mais um que acredita nesse caminho. Para ele, até mesmo elementos do mundo real serão registrados online. "Eu acho que, para todos nós, o maior impacto que os NFTs terão é tokenizar os produtos de consumo", argumentou.

3. É hora de compreender a geração Z

O protagonismo das novas gerações está começando a ficar evidente. Muitas mudanças na tecnologia e na cultura digital são realizadas pela Geração Z, que comporta os jovens que nasceram, aproximadamente, entre 1995 e 2010.

Já que essa geração está ocupando cada vez mais espaço e criando sua própria maneira de conviver digitalmente, suas demandas foram discutidas durante o Web Summit 2022.

A Geração Z é a primeira nativa digital e, por isso, domina as novas tecnologias e possui um alto grau de alfabetização digital. E eles já estão carregando essa característica para o mercado de consumo e de trabalho. Até o final da década, essa geração deve corresponder a 50% do PIB global. Portanto, é necessário compreendê-los.

Assim, o Web Summit já debateu, inclusive, o começo da ocupação da Geração Z nos cargos de liderança e o que esse processo vai significar para o mundo dos negócios.

4. Sustentabilidade é inovação

Assunto que segue mais importante a cada dia que passa, a sustentabilidade se tornou preponderante toda vez que se discute o avanço da tecnologia e da inovação. O consumo consciente é uma tendência que guia decisões nos negócios e norteia iniciativas inovadoras. Assim, o tema marcou presença no Web Summit.

O primeiro dia do Web Summit realizou um debate sobre como utilizar a tecnologia a fim de amenizar problemas sociais e ambientais, convidando os participantes a refletirem os impactos de seus negócios.

Posteriormente, a vice-presidente do setor de Iniciativas Ambientais da Apple Lisa Jackson sublinhou a baixa adesão às práticas de redução das emissões de carbono.

O papel das organizações também foi pontuado por Brad Smith, vice-presidente da Microsoft. “Para evitar o colapso climático, as 51 bilhões de toneladas de carbono emitidas anualmente precisam cair para 12 ou 10 bilhões. Precisamos fazer mais do que qualquer geração já fez”, disse o executivo.

ESG em alta

O Web Summit também reforçou a necessidade do envolvimento dos atores econômicos nas questões climáticas. A crise do clima segue se agravando e precisa ser encarada pelas organizações.

Ao longo do evento, painéis destacaram ações de combate ao aquecimento global e apontaram a importância de cumprir as metas ambientais. Participantes da conferência defenderam que o ESG é uma atividade que permeia a sociedade como um todo e deve ser compartilhada por governos e organizações privadas.

No InovaCoop, já mostramos que o cooperativismo carrega o ESG no DNA. Além disso, também explicamos que a sustentabilidade é positiva para os negócios. Confira!

5. Confiança no metaverso

O metaverso é um tópico que proporciona subsídio para muitas discussões. Se por um lado ele muitos entusiastas que veem um grande potencial na tecnologia, por outro, há uma série de críticos que encaram a ideia com ceticismo e chamam a atenção para suas limitações.

Como não poderia ser diferente, o Web Summit foi palco para a apresentação de visões sobre o metaverso. Naomi Gleit, executiva de produtos da Meta, foi a representante do otimismo. “O metaverso vai acontecer com ou sem o investimento da Meta”, falou Naomi. Segundo ela, trata-se de uma evolução da internet, que sai do 2D e explora a terceira dimensão.

Em contrapartida, Maha Abouelenein, fundadora da consultoria Digital & Savy, crê que o metaverso “ainda não está pronto para os consumidores”. Mesmo quem acredita no potencial da tecnologia enxerga a necessidade de amadurecimento antes que ela se consolide.

Por outro lado, a indústria vê a adoção do metaverso com muito mais proximidade. Jean-Marc Ollagnier, CEO da consultora Accenture, garantiu que o metaverso já está conectando a realidade física com os recursos digitais. Vamos acabar por “digitalizar tudo, equipamento, capacidades de manufatura, cidades, talvez alguns de nós também”, ponderou.

Conclusão

A partir do ano que vem, o Web Summit também terá a sua edição brasileira. Pelos próximos seis anos, o Rio de Janeiro irá sediar o maior evento de tecnologia do mundo. A edição de 2023 já tem até local e data marcada: entre os dias 1° e 4 de maio de 2023, no Riocentro.

O anúncio que oficializou a realização da conferência no Brasil foi feito no dia 3 de maio, contando com a presença de Paddy Cosgrove, cofundador do Web Summit. As negociações entre a organização do evento e a cidade foram intermediadas pela Invest.Rio, uma agência de atração e promoção de investimentos para a cidade.

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