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Brasil ultrapassa Chile e se torna a economia mais inovadora da América Latina

País ganha cinco posições no Índice Global de Inovação e volta a figurar entre as 50 economias mais inovadoras do mundo após 12 anos

TENDÊNCIAS09/10/20234 minutos de leitura

Entre os 132 países que integram o Índice Global de Inovação (IGI), o Brasil é agora a 49ª economia mais inovadora do mundo. Em 2023, o país ganhou cinco posições, ultrapassou o Chile e se tornou líder em inovação na América Latina. E entre os cinco países do BRICS, o Brasil está na terceira colocação, à frente de Rússia e África do Sul.

Os dez países mais bem colocados no IGI 2023 são: Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Singapura, Finlândia, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Coreia do Sul. A classificação, divulgada anualmente desde 2007, foi reconhecida pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas como um instrumento de referência para avaliar a inovação em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O Índice Global de Inovação é divulgado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual, em parceria com o Instituto Portulans e o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).

Apesar do crescimento no Índice Global de Inovação, ainda temos muito a evoluir

Em resumo, a pesquisa aponta que, neste ano, os pesquisadores brasileiros conseguiram inovar mais, mesmo com menos condições em relação a 2022. Ainda segundo o estudo, o Brasil apresenta pontuações elevadas em indicadores como serviços governamentais online (14ª posição) e participação eletrônica (11ª), além de demonstrar força em ativos como marcas registradas e valor global de marcas.

Na comparação com países de renda média alta, o Brasil tem desempenho acima da média nos indicadores de: resultados de conhecimento e tecnologia; resultados de criatividade; sofisticação de negócios; sofisticação de mercados; capital humano e pesquisa; e infraestrutura.

Além disso, o valor dos unicórnios brasileiros (22ª) também é destaque, representando 1,9% do PIB nacional em 2023. O Brasil é reconhecido no ranking do IGI por abrigar 16 unicórnios (startups que atingiram valor de mercado de US$ 1 bilhão).

Mesmo diante dos resultados positivos pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil, que tem a 12ª maior economia do mundo, ainda está aquém do seu potencial. Essa é avaliação do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

“Precisamos de políticas públicas modernas e atualizadas e, para isso, o índice tem o papel fundamental de auxiliar na compreensão dos pontos fortes e fracos do Brasil.”, disse Andrade ao site da Exame.

Oportunidade para ecoinovação

A busca por melhores resultados significa também uma oportunidade para as organizações brasileiras. E essa oportunidade, segundo os organizadores do Índice Global de Inovação, pode passar pelo estabelecimento de uma cultura de ecoinovação - ou "inovação verde" - no país.

Na prática, os especialistas entendem que as áreas de gestão de resíduos, conservação de energia, energia alternativa e transporte oferecem capacidades inovadoras promissoras na indústria brasileira.

Inclusive, apostam que o Brasil tem uma oportunidade histórica de se tornar um líder verde globalmente, já que possui mais patentes verdes em comparação às principais economias (16,1% no Brasil contra 14,9% nos EUA, 14,3% na UE e 15,3% na China).

Como funciona o Índice Global de Inovação (IGI)

O IGI de 2023 utiliza 80 indicadores para monitorar as tendências mundiais no campo da inovação em mais de 130 economias. A posição global dos países no índice é resultado de um cálculo que divide os indicadores em “insumos de inovação” (inputs) e “resultados de inovação” (outputs), em que há pesos diferentes para cada indicador.

A categoria resultados de inovação indica o desempenho dos países quanto à inovação produzida. Por exemplo: produção científica, patentes, novos produtos, serviços e processos, entre outros indicadores.

No geral, o estudo também evidencia que um grupo de economias emergentes vêm melhorando sistematicamente seu desempenho no IGI devido aos seus investimentos no ecossistema de inovação, que faz toda a diferença, segundo o diretor-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, Daren Tang.

"O IGI de 2023 reforça que, apesar da desaceleração do financiamento de capital de risco em âmbito mundial, a capacidade inovadora segue crescendo em ritmo pujante, embora esse crescimento tenda a ser cada vez mais qualitativo e menos quantitativo", afirma Tang.

O relatório completo do Índice Global de Inovação 2023 pode ser baixado clicando aqui

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