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O que é e como fazer gestão da inovação em cooperativas

Inovação não é um ato isolado, mas algo que exige a adoção de um novo mindset por toda a organização. Ou seja, é um processo contínuo e que, portanto, demanda gestão. Mas o que é Gestão da Inovação?

GESTÃO DA INOVAÇÃO30/06/20208 minutos de leitura

Gestão da Inovação pode ser definida como um conjunto de processos e atividades que permitem a implementação e continuidade da inovação nas cooperativas. Ou seja, o controle de todo o processo e de suas variáveis, bem como seus fundamentos e atividades.

Dessa maneira, a gestão da inovação compreende todas as etapas: começo (entradas), meio (processamento) e fim (saídas e geração de resultados). Consequentemente, a gestão de inovação estabelece meios e métodos para gerar valor, concretizando ideias. Há ferramentas que auxiliam nesse processo.

Vamos ver, portanto, como fazer a gestão da inovação em cooperativas, começando pela história da gestão da inovação.

O que faz a gestão da inovação

Para aplicar uma política de gestão da inovação é preciso, antes, entender o que ela é, na prática. O primeiro ponto é alinhar internamente o que a cooperativa entende por inovação. De forma geral, as organizações tendem a entender que inovação é a implementação de novas ideias que geram valor.

Entretanto, independente de qual for a definição específica de inovação na cooperativa, é preciso alinhar a liderança e os colaboradores em torno de um mesmo entendimento. E isso é algo que entra no rol da gestão da inovação.

Delimitando a inovação

Para isso, é essencial delimitar a inovação, o que pode ser feito ao definir quais são os dois principais tipos de inovação:

Um novo produto, serviço ou processo que muda completamente a realidade de um mercado. O caso mais clássico e difundido é, certamente, o da Uber

Mudanças que apenas otimizam algo que já existe e, portanto, proporcionam uma melhor geração de valor


Nível de inovação

Outro ponto de atenção da gestão da inovação diz respeito à profundidade da inovação. Há, resumidamente, três níveis de inovação. Vamos falar um pouco sobre cada um:

Primeiro nível: neste nível a inovação é apenas incremental. Ou seja, visa somente o aprimoramento do que já existe na cooperativa.

Segundo nível: neste nível a inovação visa novos negócios. Ou seja, mercados onde a cooperativa já atua e, de certa maneira, domina. Para inovar no segundo nível, a cooperativa precisa entender mercados semelhantes e desenvolver formas de explorar novas oportunidades.

Terceiro nível: inovações disruptivas surgem, em geral, nesse nível, que se volta a ideias mais arriscadas e que demandam validação. É neste nível de inovação que surgirão novos produtos e serviços que vão transformar a atuação e o futuro da cooperativa.

Foco da inovação

Uma vez que já há entendimento de como a inovação se desenvolve, é importante entender a realidade atual da cooperativa e vislumbrar em quais horizontes a inovação vai atuar. A gestão da inovação, nesse sentido, considera dois panoramas:

Ao dar início à gestão da inovação, pode ser prudente manter um foco único de inovação. Em geral, isso significa pensar em inovações incrementais de processo e produtos já existentes.

Ao amadurecer a capacidade de gestão da inovação a cooperativa se torna capaz de trabalhar de formas variadas simultaneamente. Assim, além de fazer a inovação incremental em processos, produtos e serviços, a cooperativa começa a pensar em novos projetos relacionados ao seu negócio e a mercados similares.

Agora que já falamos sobre o que a gestão da inovação faz, vamos entender como ela se desenvolve dentro de uma cooperativa.

Desenvolvimento da gestão da inovação em cooperativas

Os resultados obtidos pela cultura de inovação são tão melhores conforme a capacidade de gerenciar e estimular o desenvolvimento da inovação. E o desenvolvimento é facilitado a partir de algumas iniciativas. Vamos falar um pouco sobre cada uma delas.

A gestão da inovação, ao considerar os acertos e erros cometidos pela cooperativa no passado, consegue entender o perfil do público interno, dos clientes e as peculiaridades do mercado em que a cooperativa atua.

Mais do que compreender o contexto e o histórico da cooperativa, a capacidade de aprendizagem contínua desenvolvida e estimulada pela gestão da inovação permite explorar caminhos e formas diferentes de inovar, além de proporcionar uma atualização dos conhecimentos e habilidades dos profissionais.

A cultura voltada à inovação torna os colaboradores mais propensos a tomarem iniciativas com potencial de gerar valor à cooperativa. A construção da cultura de inovação depende de ações que fazem parte da gestão da inovação.

No entanto, uma vez que esta cultura esteja minimamente desenvolvida dentro da cooperativa, a gestão da inovação tem muito a ganhar, pois o processo se retroalimenta. Para o estabelecimento da cultura de inovação, a cooperativa pode lançar mão de ferramentas como one-on-one (reunião do colaborador com seu gestor direto), encontros comuns e presenciais para comunicar expectativas, palestras e treinamentos.

Além do poder do exemplo, liderança está diretamente relacionada à capacidade de desenvolver pessoas que venham a sugerir melhorias para a cooperativa e, consequentemente, gerar valor para o negócio.

Então, a cooperativa precisa de líderes capazes de incentivar os colaboradores a terem novas ideias e a fazer as coisas de maneiras diferentes. Portanto, é preciso que a liderança da cooperativa esteja não apenas aberta a ouvir as sugestões das pessoas, mas que as estimule. E isso é feito, dentre outras maneiras, ao não censurar propostas.

A liderança também estimula a gestão da inovação ao definir a estratégia da cooperativa e, nele, considerar instrumentos, programas e iniciativas que, por meio da inovação, gerem valor à cooperativa.

O marketing é uma ferramenta que pode ser usada para aprimorar a gestão da inovação. É por meio do endomarketing que é feita a comunicação que mantém as pessoas bem informadas e possibilita o engajamento nas iniciativas voltadas para inovação. Novas ideias circulam na cooperativa e aumentam seu potencial criativo.

Como já foi amplamente dito, inovação é geração de valor. Então, mesmo que nos primeiros passos não exista expectativa por retorno financeiro, em algum momento é preciso começar a medir o ROI (Retorno sobre o investimento) das iniciativas de inovação.

Afinal, a inovação precisa ser vista como investimento e faz parte da gestão da inovação atentar para essa relação entre alocação e retorno de recursos financeiros. Logo, é preciso medir os resultados da inovação, o que acontece a partir da definição de indicadores de desempenho para acompanhar cada etapa do processo de inovação.

Isso inclui verificar quais são as etapas do processo de inovação em que o desempenho pode ser melhorado para aumentar o aproveitamento do potencial empreendedor e criativo dos colaboradores.

A gestão da inovação se relaciona com o público interno e também externo para captar realidades e perspectivas diversas. Levar pessoas de fora para falar na cooperativa, visitar eventos e realizar capacitações têm potencial para ajudar na educação dos colaboradores. Avaliar concorrentes e cases práticos também são importantes ferramentas na gestão da inovação.

Importância dos cases para a gestão da inovação

O benchmarking é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento da inovação. Por isso, olhar para programas de inovação no cooperativismo é uma estratégia interessante para desenvolver a inovação dentro da sua própria cooperativa.

Este tipo de pesquisa traz inspiração para o desenvolvimento de uma cultura de inovação. Afinal, programas de inovação são frutos de processos de trabalho bem estruturados. Eles têm em comum a promoção contínua e integrada da inovação, que não é decorrente de iniciativas isoladas. Assim, estão intrinsecamente ligados à estratégia da cooperativa.

Além disso, observar cases traz aprendizados importantes a partir dos erros e acertos feitos por outras organizações. Uma verdadeira cultura de inovação disseminada por todo um setor evidencia a importância da troca de informações em prol da comunidade como um todo. Ou seja, de maneira bastante ligada aos princípios do cooperativismo que propõem a intercooperação.

Para facilitar o acesso a cases de inovação de cooperativas em todo o País, a OCB criou um Radar da Inovação. Nele você vai encontrar iniciativas detalhadas, com a descrição de como cada iniciativa foi conduzida. Confira!

Conclusão

Em resumo, a gestão da inovação atua nas seguintes frentes:

A gestão da inovação é responsável por planejar, organizar e controlar as ações acima, contribuindo de muitas maneiras para a cooperativa. Dentre os benefícios da gestão da inovação estão a valorização da marca da cooperativa, aumento da vantagem competitiva e aumento da lucratividade, abertura de novos mercados, alinhamento entre processos e estratégia, atração e retenção de talentos, dentre outras.

Como podemos ver, a Gestão da Inovação é algo muito valioso, pois leva a uma compreensão mais ampla da inovação e fortalece um mindset mais inovador nos colaboradores, levando a uma transformação positiva na cultura organizacional. A cooperativa precisa assumir o protagonismo neste assunto para obter resultados positivos e gerar valor, com cada vez mais impacto na cooperativa e na sociedade. A melhoria de cada um dos processos envolvidos com a política de inovação depende de uma gestão assertiva.

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