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Gestão da inovação: o que é e como as cooperativas podem fazê-la

Inovar não é um ato isolado, mas algo que exige a adoção de uma nova mentalidade por toda a organização. Ou seja, é um processo contínuo e que, portanto, demanda gestão. Mas o que é Gestão da Inovação, então?

GESTÃO DA INOVAÇÃO03/11/20238 minutos de leitura

A gestão da Inovação pode ser definida como um conjunto de processos e atividades que permitem a implementação e continuidade da inovação nas cooperativas. Ou seja, o controle de todo o processo e de suas variáveis, bem como seus fundamentos e atividades.

Dessa maneira, a gestão da inovação compreende todas as etapas: começo (entradas), meio (processamento) e fim (saídas e geração de resultados). Consequentemente, a gestão de inovação estabelece meios e métodos para gerar valor, concretizando ideias. Há ferramentas que auxiliam nesse processo.

Neste artigo, veremos como fazer a gestão da inovação em cooperativas, começando pela história da gestão da inovação. Aproveite a leitura!

O que faz a gestão da inovação

Para aplicar uma política de gestão da inovação é preciso, antes de tudo, entender o que ela é na prática. O primeiro ponto é alinhar internamente o que a cooperativa entende por inovação. De forma geral, as organizações tendem a entender que inovação é a implementação de novas ideias que geram valor.

Entretanto, independente de qual for a definição específica de inovação, a cooperativa deve alinhar a liderança e os colaboradores em torno de um mesmo entendimento. E isso é algo que entra no rol da gestão da inovação.

Delimitando a inovação

Para tanto, é essencial delimitar a inovação, o que pode ser feito ao definir quais são os dois principais tipos de inovação:

A inovação disruptiva consiste na elaboração de um novo produto, serviço ou processo que muda completamente a realidade de um mercado. Um caso clássico é a criação da Uber, que modificou profundamente a mobilidade urbana. O surgimento do cooperativismo de plataforma também representa uma disrupção.

São mudanças que apenas otimizam algo que já existe e, portanto, proporcionam uma melhor geração de valor aos produtos e serviços da cooperativa. A criação do chatbot Theo é uma inovação incremental que aprimorou o atendimento digital do Sicredi, por exemplo.

Nível de inovação

Outro ponto de atenção da gestão da inovação diz respeito à profundidade da iniciativa inovadora. Há, resumidamente, três níveis de inovação, que são:

Primeiro nível: neste nível, a inovação é apenas incremental. Ou seja, visa somente o aprimoramento do que já existe na cooperativa.

Segundo nível: já neste caso, a inovação visa novos negócios. Isto é, envolve mercados onde a cooperativa já atua e, de certa maneira, domina. Para inovar no segundo nível, a cooperativa precisa entender mercados semelhantes e desenvolver formas de explorar novas oportunidades de negócios.

Terceiro nível: por fim, estão as inovações disruptivas. Elas surgem, em geral, nesse nível, que se volta a ideias mais arriscadas e que demandam validação. É neste nível de inovação que surgirão novos produtos e serviços que vão transformar a atuação e o futuro da cooperativa.

Foco da inovação

Uma vez que já há entendimento de como a inovação se desenvolve, é importante entender a realidade atual da cooperativa e vislumbrar em quais horizontes a inovação vai atuar. A gestão da inovação, nesse sentido, considera dois panoramas:

Ao dar início à gestão da inovação, pode ser prudente manter um foco único de inovação. Em geral, isso significa pensar em inovações incrementais de processo e produtos já existentes.

Ao amadurecer a capacidade de gestão da inovação a cooperativa se torna capaz de trabalhar de formas variadas simultaneamente. Assim, além de fazer a inovação incremental em processos, produtos e serviços, a cooperativa começa a pensar em novos projetos relacionados ao seu negócio e a mercados similares.

Desenvolvimento da gestão da inovação em cooperativas

Os resultados obtidos pela cultura de inovação melhoram conforme a capacidade de gerenciar e estimular o desenvolvimento da inovação. Ademais, o desenvolvimento é facilitado a partir de algumas iniciativas. Confira um pouco mais sobre cada uma delas:

A gestão da inovação, ao considerar os acertos e erros cometidos pela cooperativa no passado, consegue entender o perfil do público interno, dos clientes e as peculiaridades do mercado em que a cooperativa atua.

Mais do que compreender o contexto e o histórico da cooperativa, a capacidade de aprendizagem contínua desenvolvida e estimulada pela gestão da inovação permite explorar caminhos e formas diferentes de inovar, além de proporcionar uma atualização dos conhecimentos e habilidades dos profissionais.

A cultura voltada à inovação torna os colaboradores mais propensos a tomarem iniciativas com potencial de gerar valor à cooperativa. A construção da cultura de inovação depende de ações que fazem parte da gestão da inovação.

No entanto, uma vez que esta cultura esteja minimamente desenvolvida dentro da cooperativa, a gestão da inovação tem muito a ganhar, pois o processo se retroalimenta. Para o estabelecimento da cultura de inovação, a cooperativa pode lançar mão de ferramentas como one-on-one (reunião do colaborador com seu gestor direto), encontros comuns e presenciais para comunicar expectativas, palestras e treinamentos.

Além do poder do exemplo, liderança está diretamente relacionada à capacidade de desenvolver pessoas que venham a sugerir melhorias para a cooperativa e, consequentemente, gerar valor para o negócio.

Então, a cooperativa precisa de líderes capazes de incentivar os colaboradores a terem novas ideias e a fazer as coisas de maneiras diferentes. Portanto, as lideranças da cooperativa devem não apenas abertas a ouvir as sugestões das pessoas, mas também estimulá-las. E isso é feito, dentre outras maneiras, ao não censurar propostas e ideias.

A liderança também estimula a gestão da inovação ao definir a estratégia da cooperativa e, nele, considerar instrumentos, programas e iniciativas que, por meio da inovação, gerem valor à cooperativa.

O marketing é uma ferramenta que pode ser usada para aprimorar a gestão da inovação. É por meio do endomarketing que é feita a comunicação que mantém as pessoas bem informadas e possibilita o engajamento nas iniciativas voltadas para inovação. Nesse cenário, novas ideias circulam na cooperativa e aumentam seu potencial criativo.

Como vimos, inovação é geração de valor. Então, mesmo que nos primeiros passos não exista expectativa por retorno financeiro, em algum momento é preciso começar a medir o ROI (Retorno sobre o investimento) das iniciativas de inovação.

Afinal, a inovação precisa ser vista como investimento e faz parte da gestão da inovação atentar para essa relação entre alocação e retorno de recursos financeiros. Logo, as cooperativas precisam medir os resultados da inovação, o que acontece a partir da definição de indicadores de desempenho para acompanhar cada etapa do processo de inovação.

Isso inclui verificar quais são as etapas do processo de inovação em que o desempenho pode ser melhorado para aumentar o aproveitamento do potencial empreendedor e criativo dos colaboradores.

A gestão da inovação se relaciona com o público interno e também externo para captar realidades e perspectivas diversas. Levar pessoas de fora para falar na cooperativa, visitar eventos e realizar capacitações são iniciativas com potencial para ajudar na educação dos colaboradores. Avaliar concorrentes e cases práticos também são importantes ferramentas na gestão da inovação.

Importância dos cases para a gestão da inovação

O benchmarking é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento da inovação. Por isso, olhar para programas de inovação no cooperativismo é uma estratégia interessante para desenvolver a inovação dentro da sua própria cooperativa.

Este tipo de pesquisa traz inspiração para o desenvolvimento de uma cultura de inovação. Afinal, programas de inovação são frutos de processos de trabalho bem estruturados. Eles têm em comum a promoção contínua e integrada da inovação, que não é decorrente de iniciativas isoladas. Assim, estão intrinsecamente ligados à estratégia da cooperativa.

Além disso, observar cases traz aprendizados importantes a partir dos erros e acertos feitos por outras organizações. Uma verdadeira cultura de inovação disseminada por todo um setor evidencia a importância da troca de informações em prol da comunidade como um todo. Ou seja, de maneira bastante ligada aos princípios do cooperativismo que propõem a intercooperação.

Para facilitar o acesso a cases de inovação de cooperativas em todo o País, o InovaCoop conta com uma seção totalmente dedicada a contar cases inspiradores de inovação no cooperativismo. Confira!

Conclusão

Em suma, a gestão da inovação atua nas seguintes frentes:

Assim sendo, a gestão da inovação é responsável por planejar, organizar e controlar as ações acima, contribuindo de muitas maneiras para a cooperativa. Dentre os benefícios da gestão da inovação estão, dentre outras:

• Valorização da marca da cooperativa

• Aumento da vantagem competitiva

• Crescimento das receitas

• Abertura de novos mercados

• Alinhamento entre processos e estratégia

• Atração e retenção de talentos

Como podemos ver, a Gestão da Inovação é algo muito valioso, pois leva a uma compreensão mais ampla da inovação e fortalece uma mentalidade mais inovadora nos colaboradores e cooperados, levando a uma transformação positiva na cultura organizacional.

A cooperativa precisa assumir o protagonismo neste assunto para obter resultados positivos e gerar valor, com cada vez mais impacto na cooperativa e na sociedade. A melhoria de cada um dos processos envolvidos com a política de inovação depende de uma gestão assertiva.

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Coonecta